Céu Estrelado - Portugal em Linha

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Céu Estrelado
Em qualquer noite clara, quem olha para o Norte, pode invaríávelmente destinguir as constelações de Cassiopéia, Ursa
Maior e Ursa Menor. O céu é assim como um carroussel onde à roda da Estrela Polar parecem circundar todas as
outras estrelas.
Para os Gregos, a Ursa Maior tratava-se de uma mulher muito bonita, por quem Zeus viria a cair em amores. Chamavase ela de Calisto e a razão porque agora é uma constelação deve-se à sua relação com o chefe dos deuses. É que, Hera, a
mulher de Zeus, como era de esperar, tomou conhecimento das aventuras do marido e um dia, quando esse estava
ausente, no seu rancor e levada pelo ciúme, transformou essa formosa mulher, Calisto, impiedosamente, numa simples
ursa.
Estava um dia a ursa no bosque, quando o seu filho, Arcas, ao topar com ela, preparou a sua flecha e estava prestes a
chutá-la, quando Zeus, antes que se sucedesse o pior, rápidamente o transformou também num urso. De seguida,
Zeus tomou a mãe ursa pela cauda e com toda a força que tinha lançou-a no infinito. Fez o mesmo com o filho. As caudas
devido a isso cresceram e ali estão os dois ursos no firmamento a lembrar esse “love affair” do pai dos
deuses por uma formosa humana, Calisto, agora uma maravilha no céu.
Ora, isso seria o fim, da história, se Hera, a mulher de Zeus não topasse com essas constelações no espaço. Um dia ali
encontrou a Ursa Maior e achou-a tão bonita—talvez ainda mais bonita de quando Calisto era uma mera mulher.
Por despeito, fez com que essa ursa cintilante nunca mais pudesse, como o fazem as outras estrelas na Grécia, banharse no mar. Assim, Calisto circunda o espaço norte do céu, encantando todos, mas por castigo inabilitada de se banhar
nunca. No momento em que quase toca a superfície do mar, volta de novo no seu circulo ao alto, assim, para malogro
seu, sem poder-se banhar.
Outra constelação do hemisfério Norte do firmamento, é Cassiopeia, a rainha da Etiópia. Tem a forma de um W ou M, ou
um trono onde ela eternamente se senta por castigo. É que, essa rainha vangloriou-se que tinha uma filha, a Andrómeda,
tão linda, que escurecia a beleza até das deusas no Olimpo. Ao ouvir isso, as deusas, que não se deve por nenhum
motivo tentar, por castigo, colocaram-na de cabeça para baixo no firmamento. Ali está ela, pois, entra noite sai noite,
Inverno, Primavera, Verão e Outono, como pena pelo seu gabatório, pendurada do trono com a toda a sua beleza a
iluminar a noite negra.
Depois, falando de castigos e de gabarolice, também no Inverno, quem olha para a parte Sul do firmamento depara
com um gigante - Orião. Encontra-se essa constelação no momento em que se depararem com três estrelas em linha
perfeita, apontando para o horizonte e para uma estrela muito brilhante que é Sirius, mesmo por cima do horizonte. O
ombro do gigante é uma estrela de cor avermelhada, Betelgeuse—uma estrela velha e o joelho é uma estrela
azulada, Rigel, uma jovem estrela.
Ora a história de Orião está ligada à caça. Orião era um perfeito caçador. Um dia, no seu valor próprio, gabou-se de ser mais
dextro ainda do que os deuses no Olimpio. Aí, ao ouvirem isso, os deuses, enviaram um escorpião para ver como Orião
se entendia com esse. O escorpião mordeu o caçador no calcanhar produzindo assim a sua morte.
Outro conto refere-se à deusa Diana, a Lua, que os deuses para se livrarem de Orião e a sua soberba, enganaram
pedindo para que ela atirasse a sua flecha certeira sobre um certo clarão no mar, onde Orião se banhava. Incapaz de
destinguir Orião entre o clarão da água, assim a Lua disparou a sua flecha, que certeira, fulminou aquela que ela amava
e que viria a lamentar para o resto da sua vida.
Ao tomar conhecimento do que se tinha passado, Diana, a Lua desgraçou-se e daí foi por todos os lados à procura de um
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Criado em: 29 May, 2017, 15:20
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médico que pudesse devolver à vida Orião. Depois de muito procurar, encontrou um tal fulano que se chamava de
Ofiocus, que conseguiu reanimar Orião, mas não por muito tempo, visto que os deuses ao tomarem conhecimento dessa
façanha, na sua divina fúria trataram de não só matar Orião, mas Ofiocus próprio. Depois colocaram tanto o atrevido doutor,
como Orião e até o escorpião, no céu, mas a 180 graus um do outro. Assim no Inverno vê-se Orião e no Verão vê-se o
escorpião e Ofiocus, a relembrar esse drama entre deuses e homens.
A Lua em si, por ser também uma deusa, nada lhe aconteceu e é livre de continuar na sua caça, e quantas noites se
apresenta ali mesmo ao lado de Orião com um quanto de saudade e revolta por esse acontecimento.
Para outros, Orião é também, assim como um toureiro. Ergue-se na parte Sul do céu e toureia uma constelação que tem
a forma de um V, que lhe fica directamente a Oeste, e que se trata de Taurus, o Touro.
A Sudeste do gigante encontra-se Sirius, uma estrela que quase toca com o horizonte e que é de uma primeira
magnitude. Pertence à constelação do Cão, Canes Major, à qual paralelamente e a nível com o ombro do gigante se vai
encontrar uma outra estrela de primeira magnitude, Procyon, na constelação de Canes Minor, ou pequeno cão, que hoje
em dia por ser formado só de duas estrelas se lhe dá o nome de "Hot Dog" ou salsicha do céu.
Se juntarmos essas estrelas, Procyon, Sirius a Sul, Betelgeuse, no ombro do gigante, Rigel, no joelho de Orião e o olho
do touro para o Oeste, Aldebaran, formamos também o que e designado como o "Big Winter W" o W do Inverno.
Agora, por cima e Leste do gigante, deparamos duas estrelas próximas uma da outra. Trata-se dos Gemini, os gémeos,
dois irmãos, Castor e Polux, filhos de Zeus e um outro dos seus “love affairs,” ou casos amorosos com
uma humana. Assim, um deles, Pollux, tem a qualidade dos deuses e é por isso imortal. O outro, Castor é mortal.
Um dia morre Castor numa batalha. Foi conduzido ao Mundo dos Mortos. Pollux de imediato apresenta-se ao seu pai e
pede que lhe faça ser possível ele vir a tornar-se mortal e assim poder morrer e juntar-se ao irmão no Mundo dos Mortos.
Zeus nega tal mudança, alegando que a um Deus não é permitido tal coisa, mas com dó dele, facilita o seguinte, que
Pollux possa visitar o irmão no Mundo dos Mortos e o irmão, Castor seja permitido no Olimpo entre os deuses as outras
vezes. Assim os dois irmãos continuam juntos eternamente entre a Morte e a Imortalidade, ali no céu, perto de Orião
que também, como já vimos também tem uma história relacionada com a vida e com a morte.
Logo atrás de Gemini, fica a constelação do Caranguejo. É uma zona onde pululam milhões de estrelas, tão longe e por
isso tão escuras, que se julgava mesmo, na Idade Média, que essa zona do céu era um buraco no céu, pelo qual as
almas dos defuntos, vinham visitar os seus, especialmente na noite do todos os Santos ou no Halloween.
Segue-se-lhe a Leste uma constelação com a forma de um ponto de interrogação invertido, ou um gancho. Trata-se de
Leo, o leão, que na Primavera toma uma posição central e domina o céu com a sua juba brilhante.
Mesmo por cima do Touro e de Orião encontra-se uma constelação com a forma de um pentágono, chamada de Auriga.
Uma das estrelas dessa constelação tem um brilho amarelado intenso. É Capella, o cordeirinho. Auriga era vista como uma
carruagem dos tempos gregos ou um pastor que levava aos ombros o seu cordeirinho—era o bom pastor.
Essa constelação era bem vista entre os pastores, visto que, na Grécia, indicava aquela estação do ano que trazia as
chuvas e por isso a esperança de erva verde e a possibilidade dos rebanhos terem o bastante que comer para o Inverno
todo.
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Assim, é sim bonito o céu à noite. Nele viam os Gregos e os Romanos as histórias dos seus heróis e deuses. O céu era o
seu écran vivo, onde o mágico se combinava com o real e o sonho era tão verdade como o que se se sentia e se via.
Eram outros tempos, outras realidades, ainda hoje fascinantes, basta um instante a observar o céu à noite para nos
capacitarmos disso.
Silvério Gabriel de Melo - Vogelbach, Alemanha
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