CADERNO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE Caracterização Ocupando o extremo nordeste do território brasileiro, o Rio Grande do Norte apresenta uma extensão territorial de 52.796,79 km², o que representa cerca de 0,62% do território nacional. O Estado limita-se ao norte e a leste com o oceano Atlântico, ao Sul com a Paraíba e a Oeste com o Ceará e está situado entre os paralelos de 4°49’53’’ e 6°58’57” latitude sul, e os meridianos de 35°58’03” e 38°36’12” a oeste de Greenwich. Possuem 10 (dez) territórios de identidade com características fisiográficas, socioculturais e econômicas distintas, os quais se denominam Açu-Mossoró, Mato Grande, Sertão do Apodi, Seridó, Potengi, Trairí, Alto Oeste Potiguar, Sertão Central Cabugi e Litoral Norte, Agreste Litoral Sul e Terra dos Potiguaras. Aspectos socioculturais e educacionais O Estado do Rio Grande do Norte foi constituído a partir das intervenções dos franceses, posteriormente dos portugueses no século XVI, e dos holandeses que em aliança com os índios ocupam o território potiguar. Devido à sua posição geográfica estratégica assumiu importante papel para apoio logístico a operações militares durante a segunda Guerra Mundial. Atualmente, o Estado do Rio Grande do Norte possui 167 municípios que segundo dados do Censo Demográfico de 2010 apresentam uma população de 3.168.133 habitantes dos quais 2.465.439 residem nos centros urbanos e apenas 702.694 nas áreas rurais. Deste modo, a população total do referido estado corresponde a cerca de 1,63% da população brasileira. No que concerne a densidade demográfica está gira em torno de 60 hab./Km² e a taxa de urbanização atualmente é de 77,82%. Nessa perspectiva, contata-se que uma imensa parcela da população está localizada na região metropolitana de Grande Natal que abriga cerca de 1.319.445 habitantes o que corresponde a cerca de 41,65% da população do referido Estado. Segundo os cálculos desenvolvidos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD no ano de 2003 o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH do Estado do Rio Grande do Norte obteve um crescimento positivo passando de 0,604 em 1991 para 0,705 em 2000. Sua posição no ranking entre os estados da federação oscilou do 20º lugar, em 1991, para o 19º em 2000. Já no que concerne às áreas atendidos pelo Programa Territórios da Cidadania, verifica-se que o programa abrange 76% dos municípios do Estado, beneficiando um publico alvo dos quais 81% são agricultores e agricultoras familiares, 14.500 pescadores e aquicultures, aproximadamente 17.600 famílias assentadas em projetos de reforma agrária e cerca de 76% das comunidades quilombolas existentes no estado Aspectos socioambientais O clima predominante no Estado do Rio Grande do Norte é do tipo Semiárido que corresponde a cerca de 75% do território estadual, onde as precipitações pluviométricas registradas são inferiores a 800 milímetros anuais e evaporação supera os 2.000 milímetros por ano, exceto nas proximidades do litoral leste onde as precipitações pluviométricas variam entre 1.000 e 1.500mm anuais em virtude dessa área estar situada nos domínios dos climas sub-úmidos secos e sub-úmidos úmidos. No entanto, é necessário referendar que dentro dos domínios do clima, semiárido, existem algumas particularidades climáticas como é o caso das Serras de Sant’Ana, Martins, Portalegre e Luiz Gomes, consideradas como área de exceção climática da hinterlândia semiárida do Nordeste. Estes locais são caracterizados como Serras Unidas e distingue-se em virtude da altitude e da quantidade de chuvas que incidem sobre essas formações geológicas, que apresentam um clima peculiar, cujas precipitações podem alcançar de 800 a 1.500mm anuais e as temperaturas no período chuvoso podem variar entre 18 a 20º C.. Nesse contexto, por estar situado dentro do Polígono nas Secas, e por apresentar uma forte interferência antrópica o referido estado apresenta 97,6% de seu território susceptível ao processo de desertificação. Aspectos socioeconômicos O Estado do Rio Grande do Norte vem ao longo dos anos se consolidando como um dos principais pólos de desenvolvimento do Nordeste, em virtude da diversidade econômica que possibilita a geração de emprego e renda, para milhares de pessoas que residem no Estado. Nesse contexto, o desenvolvimento econômico do território potiguar, atualmente vem se baseando em atividades como o turismo, agricultura de sequeiro (abacaxi, cana-de-açúcar, feijão, milho, mandioca e castanha-de-caju), fruticultura irrigada, pesca e aquicultura, carcinicultura, pecuária, caprinovinocultura, apicultura, exploração de sal marinho, de petróleo e de gás natural. Além dessas atividades destacam-se o comércio, nas cidades pólos e nos grandes centros regionais e o setor industrial com destaque para a atividade têxtil e de confecção, ceramista e mineral. No caso da mineração o estado destaca-se com a exploração de minérios o ferro, tungstênio, caulim, quartzito, calcário, dentre outros, como também a extração e beneficiamento de minerais de pegmatitos e pedras preciosas e semipreciosas como esmeralda, turmalina e águas marinhas. Aspectos Políticos e Institucionais O fortalecimento dos Colegiados Territoriais no Rio Grande do Norte conta com a rede de Sindicatos Rurais organizados em Pólos Sindicais, presença marcante de Movimentos Sociais em territórios como Mato Grande, Potengi, Açu-Mossoró e Sertão do Apodi, e ainda com destaque para o processo de mobilização social das Associações Rurais nos territórios do Seridó e Trairí. As organizações não-governamentais possuem forte atuação no campo da assessoria técnica e na colaboração direta nas coordenações executivas dos colegiados. O arranjo territorial das instituições do Poder Público se dá com o envolvimento direto de secretarias municipais e órgãos públicos estaduais, caso das EMATER, porém, os órgãos federais são instituições atuantes via ações setoriais do Governo Federal, sobretudo a partir do Programa Territórios da Cidadania desde 2008. Atualmente, várias das instituições atuantes no mundo rural estão presentes nos 07 (sete) territórios homologados pelo CONDRAF e nos 3 (três) territórios homologados pelo CEDRUS, a partir do processo territorial de identidade. Fontes Consultadas IDS. Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) do RN. IDS/CEF/MDA. 2010. SDT. Sistema de Informações Territoriais (SIT). <www.mda.gov.br/sdt>. IDEMA. Anuário Estatístico (2007) do RN. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível em <www.ibge.gov.br/cidades> Acesso em 30 de dezembro de 2010 Informações Territoriais Nome do Território: AÇU-MOSSORÓ (RN) Municípios do Território: Alto do Rodrigues, Areia Branca, Assú, Baraúna, Carnaubais, Grossos, Mossoró, Itajá, Ipanguaçu, Pendências, Porto do Mangue, São Rafael, Serra do Mel e Tibau. Data de homologação: 04/08/2003 Contato: Teófilo Fernandes Pimenta Neto (Assessor Técnico Territorial) Denominação do Colegiado: Colegiado do Território Açu-Mossoró Composição do Colegiado: 44 Instituições do poder público e 44 instituições da sociedade civil Estruturação do Colegiado: em fortalecimento Existência de PTDRS: Sim Caracterização Uma área de 7.974, Km² localizada entre dois centros de referência do noroeste do Estado do Rio Grande do Norte este Território é constituído por 14 municípios, 10 localizados no Bioma da Caatinga e quatro deles em área litorânea – Areia Branca, Tibau, Grossos e Porto do Mangue. Banhado por duas bacias hidrográficas, a leste a bacia Piranhas-Açu e a Oeste a Bacia Apodi-Mossoró, ambas destacando-se pela importância econômica por meio do desenvolvimento de diversas atividades produtivas. Clima quente e semiárido, com precipitações pluviométricas médias anuais que se situa na faixa de 670 mm/ano, havendo déficit hídrico durante nove meses do ano. O período chuvoso no Território inicia-se em fevereiro/março e prolonga-se até julho/agosto, com maior intensidade nos meses de março a junho e a temperatura média anual é de 25° a 36° C. Aspectos socioculturais e educacionais No tocante a cultura do Território pode-se destacar: movimentos teatrais, danças, músicas e festas populares, além do artesanato. As festas de padroeiros e juninos (Mossoró e Assú) estão fortemente identificadas. Nas comunidades rurais o lazer cotidiano resume-se a jogos de futebol entre os jovens e a celebração religiosa, de santos padroeiros, que acontecem uma vez ao ano. Há também nos municípios as tradicionais feiras, que a cada ano, reúnem a população, como é o caso da Festa do Bode, em Mossoró e a Festa da Banana na região do Vale do Açu, que além dos negócios também fomentam o artesanato, a música, a literatura de cordel e os violeiros. O Território Açu-Mossoró conta com atrações turísticas que vão da paisagem do clima Semiárido, ao patrimônio histórico e arqueológico, destacando o Pólo de Turismo Costa Branca compreendendo os municípios de Areia Branca, Grossos, Porto do Mangue e Tibau. Dentre os roteiros turísticos vale ressaltar o roteiro ecológico no município de São Rafael, onde pode desfrutar as belezas do açude da Serra Branca e Lagoa Formosa. No que compete ao roteiro de turismo de negócios é o que mais cresce no Território, sobretudo nos municípios de Areia Branca, Assú, Alto do Rodrigues e Mossoró, gerando oportunidades de negócios. Roteiro de Turismo Sol e Mar – destacam os municípios de Areia Branca, Grossos, Porto do Mangue e Tibau pelas suas praias, atraindo turistas domésticos e do exterior. A atividade de artesanato se destaca nos municípios de Assú, Ipanguaçu e Mossoró por meio da matéria prima da palha da carnaúba. Os produtos são conhecidos no nível nacional por meio de participações em feiras nacionais como Feira Nacional da Agricultura Familiar que acontece todos os anos. No entanto, o atendimento a demanda é limitado por se tratar de uma produção em pequena escala, que não atende comercialização para o mercado consumidor. Há grandes limitações nos serviços ofertados à população a implantação, de uma forma geral da Estratégia Saúde da Família (ESF) nos municípios, foi uma das alternativas encontradas no sentido de oferecer às camadas mais carentes da população, um melhor acesso aos serviços de saúde. Em relação ao abastecimento de água o Território AçuMossoró atende a 380.869 pessoas dos municípios abrangendo um total de 92.843 domicílios destes, 83% localizados na zona urbana e 14% na zona rural. A grande deficiência no saneamento ambiental dos municípios que compõem o Território, a exemplo do que ocorre em outros, é que nenhuma das sedes municipais conta com sistema de esgotamento sanitário. Verifica-se a predominância do uso de fossas rudimentares como instalação sanitária. Nas escolas da zona rural o ensino fundamental também se apresenta deficientes. Este fato deve-se as dificuldades de mobilidade dos estudantes e do acesso dos transportes coletivos que constantemente têm problemas como falta de manutenção e combustível e, também, a distância das residências aos pontos de apoio para deslocar-se às respectivas instituições de ensino. Outro fato é a descontinuidade do fornecimento da merenda escolar, o que desestimula os estudantes a freqüentarem as aulas. Vale ressaltar a necessidade que os jovens na zona rural necessitam apoiarem os seus pais nas atividades rurais. Existe no Território Açu-Mossoró cinco instituições de ensino superior: a Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA, Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN, Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró – FACENE, Faculdade Mater Christi, Universidade Potiguar – UNP, além de contar com dois núcleos nos municípios de Ipanguaçu e Mossoró do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN. Aspectos socioambientais No Território Açu-Mossoró a vegetação predominante é a Caatinga, exceção das áreas com florestas ciliares dispersas entre os municípios de Assú, Ipanguaçu e Mossoró. A vegetação predominante nos municípios Areia Branca, Grossos e Porto do Mangue são os manguezais e restinga. Aspectos socioeconômicos Com identidade marcada pela própria localização geográfica, nos dois centros polarizadores, Assú e Mossoró, sua posição proporciona boas condições de logística, eqüidistantes dos principais centros consumidores do Nordeste (Fortaleza, Natal, João Pessoa e Recife) e da Capital do Estado. Dispondo de vários modais de transporte e acesso fáceis as capitais e aos demais municípios. De acordo com Censo Demográfico de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Território do Açu-Mossoró apresenta atualmente uma população total de 455.589 habitantes, correspondendo a 14,38% da população total do Estado do Rio Grande do Norte. Desta, 368.559 residiam na zona urbana e 87.030 na zona rural. Já no que se refere a densidade demográfica do território esta gira em torno de 57,13 habitantes por quilômetros quadrados e a taxa de urbanização é de 80,9%. A economia do Território Açu-Mossoró tem na agricultura irrigada a principal atividade, sendo a fruticultura – onde se destacam a produção de manga, banana e melão, esta última como a cultura de maior expressão em que já foram registrados volumes significativos exportados. Registra-se no Território Açu-Mossoró, de acordo com a Organização Negra do Rio Grande do Norte (KILOMBO) uma forte presença negra nas atividades agrícolas dessa região que servia de refúgio para os escravos fugidos. Vale ressaltar a ocorrência de populações tradicionais, comunidades remanescentes de quilombos em processo de reconhecimento nos municípios de Ipanguaçu (Comunidade de Picada) com um numero de 35 (trinta e cinco) famílias devidamente associadas e, no município de Grossos (Comunidade de Alagamar). Quanto à etnia no Território do Açu-Mossoró registra a presença indígena no município de Assú nas comunidades de Banguê e Caboclo, com 188 e 126 habitantes, respectivamente, segundo o Diagnóstico das Comunidades Indígenas, 2007 – COEPPIR. Com relação à pesca marítima constam os municípios de Areia Branca, Grossos, Porto do Mangue e Tibau. Os principais pescados são: galo do alto, cioba, guaiuba, sirigado, cavala, carapeba, dentão, albacora, entre outros. O Território conta com 7.020 pescadores e 03 Aquicultores. Organizados em Colônias de Pescadores (09), Associações (10), Cooperativa (01) e Sindicato (01). Aspectos Políticos e Institucionais Na última década as políticas públicas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de amenizar os problemas enfrentados pelas populações mais carentes, especialmente o dramático desafio de combater à pobreza, a fome e a miséria. Neste ambiente de participação há uma redefinição de papéis e responsabilidades, como forma de elevar sua eficiência na implantação de programas e aumentar a capacidade de investimento, aliada à democratização das instituições públicas e da sociedade civil, capazes de assegurar a efetividade da estratégia de desenvolvimento sustentável do Território Açu Mossoró. Fontes Consultadas IDS. Resumo Executivo do PTDRS do Açu-mossoró. IDS/CEF/MDA. 2010. SDT. Sistema de Informações Territoriais (SIT). <www.mda.gov.br/sdt>. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível em <www.ibge.gov.br/cidades> Acesso em 30 de dezembro de 2010 Informações Territoriais Nome do Território: ALTO OESTE POTIGUAR (RN) Municípios do Território: Alexandria, Água Nova, Almiro Afonso, Antônio Martins, Coronel João Pessoa, Doutor Severiano, Encanto, Francisco Dantas, Frutuoso Gomes, João Dias, José da Penha, Lucrécia, Luís Gomes, Major Sales, Marcelino Vieira, Martins, Paraná, Pau dos Ferros, Pilões, Portalegre, Rafael Fernandes, Riacho da Cruz, Riacho de Santana, São Francisco do Oeste, São Miguel, Serrinha dos Pintos, Tabuleiro Grande, Tenente Ananias, Venha-Ver e Viçosa. Data de homologação: 25/09/2007 Contato: Genilson Nunes Carlos (Assessor Técnico Territorial) Denominação do Colegiado: Colegiado do Alto Oeste Potiguar Composição do colegiado: 55 Instituições do poder público e 55 instituições da sociedade civil Estruturação do colegiado: em fortalecimento Existência de PTDRS: sim Caracterização De acordo com Censo Demográfico de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), O Território do Alto Oeste Potiguar apresenta atualmente uma população de 196.280 habitantes, o que corresponde a 6,20% da população total do Estado do Rio Grande do Norte. Nesse contexto, 127.165 habitantes residem nos centros urbanos e apenas 69.115 nas áreas rurais. Sua densidade demográfica é de 48,51 habitantes por Km² e a taxa de urbanização atualmente é de 64,79%. O território localiza-se ao sudoeste do Estado do Rio Grande do Norte e limitase ao norte com o Sertão do Apodi, ao Oeste com o Estado do Ceará e ao Sul e Leste com o estado da Paraíba. Entre os municípios que compõem o Território, Pau dos Ferros assume a função de pólo territorial, considerado como centro comercial e de serviços, financeiros entre outros. É banhado pela bacia do rio Apodi-Mossoró, segunda bacia hidrográfica estadual em termos de extensão (14.276 km²). O rio Apodi nasce na Serra de Luis Gomes, e até atingir a sua foz nos municípios de Areia Branca e Grossos apresenta uma extensão de 210 km. O clima do Alto Oeste pode ser classificado como tropical quente, úmido e sub-úmido e tropical quente seco ou Semiárido, apresenta temperatura media anual em torno de 25,5ºc, com máxima de 31,3ºc e mínima de 21,1ºc, tendo chuvas irregulares e a umidade relativa do ar, variação média anual de 59% a 76%, devido estar localizado próximo a linha do Equador. As formas predominantes de relevo no Território é a depressão sertaneja que corresponde aos terrenos baixos situados entre o planalto da Borborema e a Chapada do Apodi. Aspectos socioculturais e educacionais A formação histórico-cultural do Território está relacionada à expansão da pecuária do Estado. O primeiro “município vila” a ser constituído foi Portalegre no Século XVIII. A partir do desmembramento do município de Portalegre foram surgindo outros municípios. Esses aspectos de formação ligados à pecuária justificam também a denominação de um dos principais municípios do Território, Pau dos Ferros, cuja origem está ligada a existência de uma árvore próxima a uma lagoa onde os viajantes que conduziam rebanhos de gado paravam para descanso e nela deixavam os seus ferros. Os aspectos culturais do Território estão ligados às origens sertanejas, os hábitos e costumes da população. Hoje ao cair da noite ainda se vê rodas de conversas entre vizinhos e familiares nos terreiros do sertão nordestino, as “debulhas” de feijão, brincadeiras de roda, fogueiras, já não tanto quanto antigamente. Mas as festividades religiosas ainda conseguem ser no Território um dos principais aspectos culturais. As cantorias de violas também são muito presentes no Território, as festividades juninas, vários municípios promovem o São João de rua. Nas danças folclóricas destacam-se os grupos de São Gonçalo em Portalegre e o grupo de Caboclos em Major Sales. No território do Alto Oeste Potiguar as atividades do artesanato são desenvolvidas de modo a contemplar as especificidades de cada município, envolvendo assim a utilização de diferentes produtos como sendo: boneca de pano, utensílios de barro, pintura, bordado, crochê, artigos de palha e ponto cruz. Nos aspectos relacionados com a saúde, existe um total de 217 estabelecimentos públicos e privados, verificando-se a presença de 157 equipamentos de saúde pública. O município de Pau dos Ferros apresenta uma razoável estrutura, visto que este município é o centro polarizador regional no Território. Na educação, há elevado índice de analfabetismo, consequência das dificuldades de um sistema de ensino que se configurou durante muitas décadas pela precariedade das instalações e recursos didáticos metodológicos. O ensino superior no Território é ofertado pela Universidade do estado do Rio Grande do Norte – UERN/Campus Avançado “Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia” localizado no município de Pau dos Ferros. Nenhuma das sedes municipais conta com sistema de esgotamento sanitário, verificando-se a predominância de fossas rudimentares como instalação sanitária, o que aponta para necessidade de melhorias para o saneamento ambiental. Aspectos socioambientais Os ecossistemas existentes no Território correspondem à floresta de Serras e Caatinga, onde predomina o clima tropical do semiárido. Outro ecossistema presente no Território do Alto Oeste Potiguar é a floresta de serras (Brejos de Altitudes) caracterizada por ser um refúgio de Mata Atlântica no meio da Caatinga, com altitudes elevadas e clima subúmido. Este ecossistema é típico das serras de Martins, Portalegre, Luis Gomes, São Miguel, dentre outras. Está associado a uma formação de floresta subcaducifólia que se caracteriza pela queda das folhas das árvores durante o período seco O rio Apodi – Mossoró apresenta-se assoreado ao logo do seu curso, sobretudo nos municípios em que banha, e principalmente em Pau dos Ferros onde atravessa o perímetro urbano do Município. Várias edificações construídas nas suas margens afunilam o seu leito, como também a grande quantidade de resíduos sólidos e esgotos domiciliares são deixados no rio. Aspectos socioeconômicos O Território do Alto Oeste Potiguar caracteriza-se pela existência de pequenos e médios estabelecimentos agropecuários, com uma base econômica calcada nas atividades da agricultura e da pecuária. As atividades agrícolas estão divididas em três eixos: a produção de alimentos, a fruticultura de sequeiro e a agropecuária. A produção de alimento é desenvolvida em sua maioria pela agricultura familiar, cujas culturas são: milho, feijão, arroz, mandioca entre outros. Estas culturas estão voltadas para a subsistência da própria família em decorrência das propriedades ser pequenas o que limita as áreas plantadas. Acrescente-se a este fato, a pouca mão de obra disponível e a baixa produtividade das culturas trabalhadas. Vale destacar a ocorrência no Território de populações tradicionais como as comunidades remanescentes de quilombos devidamente identificadas. A Comunidade do Pego no município de Portalegre, legalmente reconhecida e a comunidade do Comum em processo de reconhecimento no município de Coronel João Pessoa. Aspectos Políticos e Institucionais O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Alto Oeste Potiguar vem sendo construído participativamente como instrumento da gestão social do, resultado de varias oficinas e seminários realizados no âmbito do Colegiado Territorial do Programa Território da Cidadania, composto por 110 representantes de instituições governamentais e da sociedade civil dos trinta municípios que compõem o Território do Alto Oeste Potiguar. Neste contexto de construção do colegiado, um Modelo de Gestão foi elaborado para a implementação do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do território do Alto Oeste Potiguar, que deverá adotar uma estrutura operativa, que possibilite a construção de uma estratégia constituída por uma aglomeração de forças que asseguram a realização das ações territoriais. Fontes Consultadas IDS. Resumo Executivo do PTDRS do Alto Oeste Potiguar. IDS/CEF/MDA. 2010. SDT. Sistema de Informações Territoriais (SIT). <www.mda.gov.br/sdt>. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível em <www.ibge.gov.br/cidades> Acesso em 30 de dezembro de 2010 Informações Territoriais Nome do território: Mato Grande (RN) Municípios do território: Bento Fernandes, Caiçara do Norte, Ceará Mirim, Jandaíra, Jardim de Angicos, João Câmara, Maxaranguape, Parazinho, Pedra Grande, Poço Branco, Pureza, Rio do Fogo, São Bento do Norte, São Miguel do Gostoso, Taipu e Touros. Data de homologação: 04/08/2003 Contato: Carlos Augusto da Silva Sobral (Assessor Técnico Territorial) Denominação do Colegiado: Colegiado do Território Mato Grande Composição do colegiado: 32 representações do Poder Público/Órgãos Governamentais e 48 da sociedade civil organizada Estruturação do colegiado: em fortalecimento Existência de PTDRS: sim Caracterização “Mato Grande” é uma denominação popular, atribuída a uma vasta área com características geológicas próprias, de relevo plano e com predominância de solos que apresentam substrato calcário. O Território do Mato Grande é constituído por 16 (dezesseis) municípios e agrega atualmente de acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo IBGE uma população de 226.368 habitantes, correspondendo a 7,15% da população total do Estado do Rio Grande do Norte. Abrange uma área de 5.986,20 Km², composto por 16 municípios. Do total da população, 116.420 habitantes residiam na zona rural e 109.948 residiam na zona urbana. Sua densidade demográfica é de 37,82% habitantes por quilômetros quadrados e a taxa de urbanização verificado no território atualmente é de 48,57%. O referido Território ocupa uma importante área do Estado do Rio Grande do Norte, cuja superfície é bastante específica, estando inserido no contexto do semiárido norte-riograndense, em consonância com a realidade nordestina. As características climáticas semiáridas identificam a subzona, com exceções de faixas dos municípios do Litoral. No município de Ceará Mirim que registra média pluviométrica de 474.7 (EMPARN, 2010), existem partes que têm características de semiárido. Embora existam diferenças entre faixas nos municípios costeiros, esta “homogeneidade” climática não é tão rígida quando se diz que “é uma região muito seca”, com abundância relativa de água subterrânea. Banhado pelas bacias hidrográficas Boqueirão, Punaú, Maxaranguape, Ceará Mirim e Doce, e pela sub-bacia de Faixa Litorânea Norte de Escoamento Difuso e Faixa Litorânea Leste de escoamento difuso. A disponibilidade de recursos hídricos superficiais do Território se destaca pela bacia hidrográfica do rio Ceará Mirim, que tem sua cabeceira em áreas de afloramento de rochas cristalinas, onde predomina um relevo que varia de plano a ligeiramente ondulado, vegetação escassa e xerófila, baixos índices pluviométricos e má distribuição temporal. Aspectos socioculturais educacionais As expressões culturais do Território são formadas pelas quadrilhas, xaxado, coco de roda, congo, lapinha, boi de reis e pastoril. Neste sentido, os grupos de danças folclóricas, de teatro, e de música também integram o conjunto de valores. Tem grande destaque a procissão do Bom Jesus dos Navegantes em Touros que mobiliza cerca de 8.000 pessoas. Uma atividade geradora de renda é o artesanato da palha de carnaúba, tabua, junco, sisal rendado e trançado, fibra de coco, escultura de madeira, de barro. Um dos principais cartões de visita é o labirinto tradicionalmente conhecido pela riqueza de detalhes. Na educação, embora a rede municipal de ensino oferecer um bom número de estabelecimentos, o Território ainda se recente da infraestrutura de suas escolas, onde uma grande parte não oferece instalações e equipamentos adequados para o exercício de uma boa qualidade de ensino. Os indicadores de jovens acima de 15 anos de idade que não vão à escola, revelam realidade preocupante, com elevado índice de analfabetismo (35,92%). Este índice revela o quadro de defasagem escolar que se apresenta bem mais grave que aquele verificado no Estado com taxa de 25,43% de analfabetos na mesma faixa etária. O IFRN presente no Território oferece cursos de nível técnico profissionalizante em diferentes áreas do conhecimento, com destaque para as áreas de informática e cooperativismo. A oferta de cursos superiores é um dos fatores que se relacionam diretamente ao desenvolvimento socioeconômico. No Território do Mato Grande registra-se a existência de ofertas de cursos pelas instituições de ensino superior como: Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN e Universidade Vale do Acaraú – UVA, sendo ofertados os cursos de Pedagogia, Ciências Biológicas, Matemática, Letras e Geografia. Na saúde o território conta com 122 estabelecimentos de saúde, dos quais 108 públicos e 14 privados, destacando-se o município de Ceará Mirim com 33, que também é o maior concentrador dos investimentos da rede privada com 08 dos 14 estabelecimentos da Região, e o município de João Câmara que polariza parte dessa região, conta com o único Hospital Regional no Território. Importante ação foi desenvolvida no município de Touros, que conta hoje com sistema de esgotamento sanitário, sendo uma necessidade para o conjunto dos municípios do Território investimentos em saneamento básico. Aspectos socioambientais A superfície geologicamente sedimentar (com relevo plano e pouca drenagem) dificulta e até mesmo impossibilita a acumulação da água de superfície, o que traz uma série de adaptações tanto para vegetação quanto para agricultura. O Território está dividido em três subzonas ecoclimáticas: Subzona de João Câmara, com clima Semiárido e árido, vegetação de caatinga Hiper e Hipoxerófila, onde se encontra a conhecida Região do “Mato Grande”. Na subzona de Touros o clima é semiárido, com ventos que amenizam a temperatura na faixa do litoral e a pluviosidade está bem acima da Subzona de João Câmara. Ocorrem manchas de solos com melhor aptidão agrícola e alguns vales úmidos de pequeno porte e diversas lagoas, sendo a do Boqueirão a mais importante. Este manancial, somado aos poços perfurados no aquífero Barreiras, são responsáveis por inúmeros projetos de irrigação, com culturas frutíferas, fibras, grãos e forrageiras. A terceira subzona não apresenta características de semiárido (embora existam possivelmente nestes municípios áreas que possam ser de transição), sendo que a presença do cultivo de cana de açúcar demonstra esta diferença. Os cursos de águas do Território vêm sofrendo assoreamento das nascentes do rio Ceará Mirim, Punaú, Maxaranguape e Doce, que são provocados pelas retiradas da mata ciliar, pela erosão e pelo acumulo de resíduos sólidos em seu leito. Há riscos de poluição dos recursos hídricos por agrotóxicos que se apresentam a partir da implantação de empreendimentos e de explorações hidroagrícolas. O rio Ceará Mirim tem, na altura da cidade de Poço Branco, sua principal obra hidráulica, o açude Engenheiro José Batista do Rego Pereira. Aspectos socioeconômicos A produção da lavoura é marcada por uma considerável produção de banana, castanha de caju, coco da baía, mamão, manga e maracujá. A banana apresentou a maior produção representando cerca de 37% da produção. Por sua vez a lavoura temporária apresentou destaque para as culturas do abacaxi, cana de açúcar, mandioca e milho. Vale ressaltar que a cana de açúcar representa 18,18% da área plantada do Estado. A apicultura também tem se apresentado no Território do Mato Grande como uma das principais atividades desenvolvidas, uma vez que se destaca em todos os municípios. A cultura do sisal tem uma importância histórica na economia do Território do Mato Grande, por sua adequação natural ao solo da região. Com referência a agricultura familiar que tem peso significativo no Território, a mandioca apresentou bom rendimento. Um produto que oscila de acordo com o preço da farinha, tendo condições de ser explorada de forma mais lucrativa. A estrutura fundiária no Território do Mato Grande se diferencia de acordo com as atividades econômicas da área, alternando em pequenas, médias e grandes propriedades. O Território conta com 78 assentamentos implantados pelo INCRA, 40 projetos de assentamentos do crédito fundiário, 09 projetos de assentamentos do banco da terra e com uma presença importante da pesca artesanal marítima, atividade tradicional permanente na economia do Território, presente em 08 municípios costeiros com 13 colônias de pescadores, sendo 11 localizadas no Litoral. Aspectos Políticos e Institucionais O Território do Mato Grande, consolidado enquanto espaço de execução de programas e projetos de aplicação de políticas públicas, tem em sua constituição o Colegiado Territorial como instância de articulação e implementação das ações político institucional, composto de forma participativa pelos atores sociais do Poder Público/Orgãos Governamentais e pela Sociedade Civil Organizada, representando Fóruns, Conselhos, Prefeituras, Associações, Sindicatos, Órgãos Públicos das esferas municipais, estadual e federal, voltadas para a estratégia de desenvolvimento territorial. Fontes Consultadas IDS. Resumo Executivo do PTDRS do Mato Grande. IDS/CEF/MDA. 2010. SDT. Sistema de Informações Territoriais (SIT). <www.mda.gov.br/sdt>. Informações Territoriais Nome do Território: POTENGI (RN) Municípios do território: Barcelona, Bom Jesus, Ielmo Marinho, Lagoa de Velhos, Riachuelo, Ruy Barbosa, Santa Maria, São Paulo do Potengi, São Pedro, São Tomé e Senador Elói de Souza. Data de homologação: 13/09/2005 Contato: Johan Adones de Lima (Assessor Técnico Territorial) Denominação do Colegiado: Colegiado do Território Potengi Composição do colegiado: 45 Instituições do poder público e 45 Instituições da sociedade civil Estruturação do colegiado: em fortalecimento Existência de PTDRS: sim Caracterização O território Potengi composto por 11 (onze) municípios que juntos totalizam uma área de 2.767 km², limitando-se ao norte com os territórios do Mato Grande e Sertão Central Cabugi e Litoral Norte, ao Sul com o Trairi ao Leste com Terra dos Potiguares e ao Oeste com o Seridó. No referido território vivem atualmente segundo dados do Censo Demográfico de 2010 cerca de 82.277 habitantes, correspondendo a 2,6% da população total do Estado do Rio Grande do Norte, sendo que deste total 44.382 habitantes vivem nos centros urbanos e 37.895 nas áreas rurais. A densidade demográfica do território é atualmente de 29,74 habitantes por quilômetros quadrados e a taxa de urbanização é de 53,94. Localizado em plenos domínios do clima semiárido, o Potengi apresenta uma variedade de micro-climas e paisagens, onde sobressai a vegetação de caatinga, rica em endemismo, diferentes tipos de solos e relevos, que permite uma diversidade tanto biológica quanto de atividades econômicas, sobretudo na agricultura de base familiar. Nesse recorte territorial as precipitações pluviométricas estão distribuídas de forma desigual ao longo do ano variando entre 350 mm a 1.570 mm anuais sendo o período chuvoso bastante concentrando entre os meses de janeiro a julho. Nesse período a umidade relativa do ar situa-se em torno de 75%. O referido território é banhado por cinco bacias hidrográficas sendo elas: a do rio Potengi e rio Doce, rios Ceará Mirim, Trairi e Piranhas. Nessa perspectiva, constata-se que todos os municípios que fazem parte do referido recorte territorial, são banhados pela bacia Potengi, a qual fazem parte os afluentes Jundiaí, Pedra Preta, Camaragibe e o Riacho Pedra Branca que banham banhando os municípios de Santa Maria, Ielmo Marinho, São Paulo do Potengi, São Pedro, Bom Jesus e Senador Eloy de Souza. Aspectos socioculturais e educacionais A cultura afrodescendente tem sua maior influência nas danças, folclore, comidas e religiosidade do território, principalmente nas comunidades remanescentes de quilombos caso, das comunidades Grossos e Pavilhão em Bom Jesus, Gameleira de Baixo em São Tomé. Além das festas tradicionais religiosas, se faz presente às quermesses, as vaquejadas e as danças típicas como o forró, a quadrilha junina, o bumba-meu-boi e o boi calemba. Destaca-se ainda, o artesanato expresso como manifestação cultural em geral, usando a matéria-prima da região, como as peças feitas de cipó, (balaios e cestas), as peças de sisal, de palhas de milho, de quenga de coco, renda de bilro, crochê, bordados e macramê. Um vulto popular muito forte no Território é da figura de Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha, popularmente conhecido por Fabião das Queimadas, um poeta e rabequeiro que nasceu como escravo em 1848, na fazenda Queimadas município de Santa Cruz. O sistema de saúde disponível no Território apresenta-se encontra desafios para atender à demanda local, agravando-se nos municípios de menor população em relação ao meio rural. As instalações físicas – rede hospitalar e ambulatorial – são insuficientes e espacialmente concentradas no município de São Paulo do Potengi, agregando-se a essa problemática a irregularidade no transporte de doentes para centros especializados na capital do Estado. A qualidade do ensino oferecido nas escolas públicas do território apresenta-se como verdadeiro obstáculo para inserção do jovem no mercado de trabalho, visto que a maior parte dos jovens não consegue se quer terminar o Ensino Médio. O Centro de Tecnologia e Educação à Distância - CTEAD, iniciou suas atividades em fevereiro de 2007 na cidade de São Paulo do Potengi, atuando com o curso técnico em Petróleo e Gás com uma turma média de 27 alunos. O déficit dos serviços de esgotamento sanitário é comprovadamente alto na zona urbana e inexistente no campo, constatando-se um elevado número de domicílios que sequer possuem banheiro ou sanitário. Aspectos socioambientais O rio Potengi dispõe de uma vazão com escoamento superficial que não é suficiente para as futuras demandas, comprometendo o desenvolvimento local da região, considerando que em situação de estiagem prolongada, não atenderá nem ao consumo humano, tampouco a agricultura irrigada. Destaca-se como reservatório de água na bacia do rio Potengi a barragem Campo Grande, no município de São Paulo do Potengí. A formação vegetal predominante no território é a Caatinga hipoxerofila que apresenta três estratos: herbáceo, arbustivo e arbóreo, sendo o herbáceo formado por bromeliáceas e gramíneas, o arbustivo por leguminosas e euforbiáceas e o arbóreo por anacardiáceas, leguminosas e cactáceas, dentre outras. Aspectos socioeconômicos O território apresenta Índice de Desenvolvimento Humano considerado baixo (0,620), abaixo da média do Estado que é de (0,750) e o IDH do País é de (0,766).Os setores produtivos presentes no Território do Potengi são a agropecuária, indústria, comércio e serviços. Os setores de comércio e serviços são típicos de cidades de médioporte que polarizam o entorno dos demais municípios, sendo, portanto, o mais expressivo o município de São Paulo do Potengi. Dentre as principais atividades produtivas do Território Potengí destacam-se a pecuária, agricultura de sequeiro e piscicultura cajucultura desponta como uma das principais alternativas existentes no território para ampliação da fruticultura de sequeiro. Todos os municípios do Território são produtores de caju. A Apicultura já aparece como uma atividade difundida no Território. O seu potencial econômico e social fica comprovado nos números oficiais disponíveis. Com relação a estrutura agrária, o Território concentra oito assentamentos com um total de 908 famílias, trabalhando cerca de 25.000 hectares. Aproximadamente 50% das terras são utilizadas com pastagens naturais e artificiais, comprovando a importância da atividade pecuária. O Território conta também com assentamentos do crédito fundiário nos seguintes municípios: São Paulo do Potengí, Ielmo Marinho, Senador Elói de Souza e São Pedro. Aspectos Políticos e Institucionais Nas décadas de 1950 e 1960, Monsenhor Expedito Sobral de Medeiros, sacerdote católico da Arquidiocese de Natal, realizou um trabalho social, que o feito reconhecido pelo povo como “Monsenhor das Águas” ou “Profeta das Águas”. O Movimento Sindical, por sua vez, teve o seu berço no município de São Paulo do Potengi, de onde se irradiou para os demais municípios. Hoje os conselhos gestores de políticas públicas são numerosos e diversificados no Território, tendo o Colegiado do Território do Potengí composto pelos atores sociais do Poder Público e pela Sociedade Civil Organizada, representando Fóruns, Conselhos, Prefeituras, Associações, Sindicatos, Órgãos Públicos das esferas municipais, estadual e federal, voltadas para a estratégia de desenvolvimento territorial. Fontes Consultadas IDS. Resumo Executivo do PTDRS do Potengi. IDS/CEF/MDA. 2010. SDT. Sistema de Informações Territoriais (SIT). <www.mda.gov.br/sdt>. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível em <www.ibge.gov.br/cidades> Acesso em 30 de dezembro de 2010 Informações Territoriais Nome do Território: SERIDÓ (RN) Municípios do território: Acari, Bodó, Caicó, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Cruzeta, Currais Novos, Equador, Florânia, Ipueira, Jardim de Piranhas, Jardim do Seridó, Jucurutu, Lagoa Nova, Ouro Branco, Parelhas, Santana do Matos, Santana do Seridó, São Fernando, São João do Sabugi, São Fernando, São José do Seridó, São Vicente, Serra Negra do Norte, Tenente Laurentino Cruz e Timbaúba dos Batistas. Data de homologação: 04/08/2003. Contato: Emídio Gonçalves de Medeiros (Assessor Técnico Territorial) Denominação do Colegiado: Colegiado do Território Seridó Composição do colegiado: 70 Instituições do poder público e 70 Instituições da sociedade civil Estruturação do colegiado: em fortalecimento Existência de PTDRS: sim Caracterização Território do Seridó possui uma circunscrição territorial caracterizada por 25 municípios que juntos totalizam uma superfície de 10.796,62 km² o que corresponde a um percentual de 20,45% do Estado. O referido território limita-se ao Norte com os territórios do Açu-Mossoró e o Sertão Central Cabugi, ao Leste com o Estado da Paraíba e com os territórios do Trairi e do Potengi, ao Oeste com a Paraíba e com o Sertão do Apodi e ao Sul com a Paraíba. Segundo dados coletados no Censo Demográfico de 2010, o Território do Seridó apresenta uma população total de 295.748 habitantes, o que corresponde a 9,34% da população total do Estado do Rio Grande do Norte, sendo que deste total 225.072 habitantes residem atualmente nos centros urbanos e apenas 70.676 nas áreas rurais. Sua densidade demográfica gira em torno de 27,39 habitantes por quilômetro quadrado e a taxa de urbanização é de 76,1%. O Território Seridó apresenta solos rasos, pedregosos e pouco produtivos que em grande parte são recobertos pela vegetação de Caatinga típica do clima Semiárido, as precipitações registradas nesse espaço variam em torno de 800 mm anuais e o balanço hídrico é considerado deficitário. As chuvas são irregulares e mal distribuídas espacialmente e temporalmente, o que acaba comprometendo a disponibilidade hídrica. No Seridó destaca-se a bacia hidrográfica do Piranhas-Açu que compreende a maior parte de seu território. Além dessa, verifica-se a ocorrência das bacias do Potengi e o Ceará-Mirim numa pequena parcela do município de Cerro Corá. Aspectos socioculturais e educacionais Manifestações culturais aqui desenvolvidas como a literatura de cordel, as cantigas de violeiros, os folguedos, as danças, as festas religiosas, as feiras livres, o artesanato, dentre outras são fundamentais para manter viva a cultura local. A religiosidade é um dos traços culturais mais marcantes no território seridoense. Essa particularidade introjetada no lugar manifesta-se principalmente através das festas religiosas que acontecem anualmente em todos os municípios seridoenses, com destaque para as festas de Nossa Senhora da Guia, padroeira de Acari, a festa de Nossa Senhora das Vitórias padroeira do Monte do Galo em Carnaúba dos Dantas que atraem seridoenses e romeiros de varias partes do Estado; a festa de São Sebastião em Parelhas, a festa de Nossa Senhora da Conceição e dos Negros do terço do Rosário em Jardim do Seridó, e tantas e tantas outras. O artesanato é uma das formas mais emblemáticas de representação desse espaço, nos bordados (que sãolindíssimos e finos, coloridos com motivos florais, licores e artefatos de cerâmica, produtos esses de renome nacional. Quanto a Educação, existem 129 estabelecimentos de ensino de responsabilidade do Governo do Estado, sendo 101 localizados nos centros urbanos e apenas 28 nas áreas rurais. Em relação aos municípios, existem cerca de 620 estabelecimentos sendo desse total 373 localizados nos núcleos urbanos e 247 na zona rural; em relação aos estabelecimentos privados 52 destes estão localizados na zona urbana e apenas 1 na zona rural. No entanto, apesar da grande quantidade de escolas construídas no território ainda é preciso avançar muito mais, para melhorar os índices da educação básica no território. Nos últimos anos houve avanços na Saúde, sendo importante superar os problemas na infraestrutura hospitalar, principalmente naquela voltada ao atendimento de urgência. Aspectos socioambientais A vegetação de Caatinga hiperxerófila é encontrada na maior parte do território, principalmente, nas áreas mais secas e quentes apresentando-se como sendo rala e de pequeno porte. Já a Caatinga hipoxerófila é encontrada na área serrana - Serra de Santana e de João do Vale – onde se verifica a presença de temperaturas mais amenas e solos profundos, favorecendo desenvolvimento de três estratos vegetais: herbáceo, arbustivo e arbóreo. O herbáceo é formado por bromeliáceas e gramíneas, o arbustivo por leguminosas e euforbiáceas e o arbóreo por anacardiáceas, leguminosas e cactáceas dentre outras. Destacase a Estação Ecológica do Seridó localizada no Município de Serra Negra do Norte, abrangendo uma área de 1.166,38 hectares em ecossistema de Caatinga. O Território onde o processo de desertificação se manifesta de forma mais intensa é o Seridó, onde está localizado o Núcleo de Desertificação, área que compreende os municípios de Acari, Carnaúba dos Dantas, Cruzeta, Currais Novos, Equador e Parelhas. Aspectos socioeconômicos A mineração foi considerada durante muitos anos como um segmento de grande importância para a economia do Seridó. Esse setor passou por profundas crises que acabaram desestruturando sua base produtiva em meados da década de 80. A atividade ceramista atualmente se constitui como um dos principais segmentos produtivos do Território do Seridó. A agricultura irrigada foi considerada como uma atividade de grande importância no Seridó potiguar, principalmente, após a implantação dos perímetros irrigados de Caicó e Cruzeta ambos criados no ano de 1976. Com isso, o Território vivenciou momentos de prosperidade, visto que a produção de alimentos era destinada a atender parte da demanda do Estado e de outros estados do Nordeste. Nas últimas décadas os perímetros irrigados foram perdendo importância econômica no cenário regional, devido ao declínio da produção que ocorreu em virtude de uma série de fatores como: sucessivos períodos de estiagens, uso inadequado dos recursos hídricos, ausência de investimento em tecnologia, a deteriorização da infraestrutura local e o endividamento das cooperativas de produtores rurais. As queijeiras se constituem como um segmento de grande representatividade no Seridó, pois além dos 1.062 trabalhadores envolvidos diretamente na fabricação dos diversos tipos de queijos, nata e manteiga, essa cadeia produtiva engloba milhares de pessoas que dependem exclusivamente da venda do leite utilizado para a fabricação do queijo. Atualmente, existe no Território cerca de 314 queijeiras que produzem mensalmente 315.873 quilos de queijo. O plantio de mandioca na Serra de Santana promoveu a constituição de unidades de beneficiamento desse produto para a fabricação de farinha, sendo 34 casas de farinhas no total. Vale salientar, que a principal cultura desenvolvida na área é a cajucultura considerada como uma importante fonte de renda para os municípios de Bodó, Cerro Corá, Florânia, Lagoa Nova, Santana do Matos, São Vicente e Tenente Laurentino Cruz, gerando emprego para mais de 3.000 pessoas. Além do caju, outras variedades vêm sendo produzidas como pinha, manga, graviola e jaca. O Seridó conta atualmente com cerca de 1.729 pescadores que sobrevivem da pesca artesanal desenvolvida nos açudes da região. Grandes partes desses profissionais fazem parte das seis colônias de pescadores existente no Território. Nesse contexto, os municípios que mais se destacam em número de pescadores são Acari com 360, Jucurutu com 352 e Cruzeta com 233. Um dos maiores gargalos identificados nessa atividade é a comercialização da produção que pode ser viabilizada por cooperativas. Aspectos Políticos e Institucionais As organizações comunitárias vêm crescendo significativamente na região do Seridó e a cada dia ganha mais adeptos. A maioria das pessoas que se organizam nessas instituições luta para diminuir as desigualdades sociais existentes em muitas áreas do referido território. O Colegiado Territorial do Seridó é composto por 140 instituições, representantes da sociedade civil e do poder público. Essa formação foi constituída de forma democrática em reuniões realizadas com representantes dos 25 municípios do território. Fontes Consultadas IDS. Resumo Executivo do PTDRS do Seridó. IDS/CEF/MDA. 2010. SDT. Sistema de Informações Territoriais (SIT). <www.mda.gov.br/sdt>. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível em <www.ibge.gov.br/cidades> Acesso em 30 de dezembro de 2010 Informações Territoriais Nome do Território: SERTÃO DO APODI (RN) Municípios do território: Apodi, Campo Grande, Caraúbas, Felipe Guerra, Governador Dix-Sept Rosado, Itaú, Janduís, Messias Targino, Olho D`Água dos Borges, Paraú, Patú, Rafael Godeiro, Rodolfo Fernandes, Severiano Melo, Triunfo Potiguar, Umarizal e Upanema. Data de homologação: 04/08/2003 Contato: Rosane Gurgel (Assessora Técnica Territorial) Denominação do Colegiado: Comitê Territorial do Sertão do Apodi Composição do colegiado: 24 instituições do poder público e 120 instituições e institucionalidades da sociedade civil organizada Estruturação do colegiado: em fortalecimento Existência de PTDRS: sim Caracterização Território cujo nome associa-se ao rio Apodi, está localizado na micro Região Homogênea do Estado denominada Médio Oeste de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE. Limita-se ao Norte com o Território Açu-Mossoró, ao Sul com o Estado da Paraíba e Teritório Alto Oeste, ao Leste com o Território do Seridó e Oeste com o Estado do Ceará. Possui uma área geográfica total de 8.297 km², representando 15,6% do Estado e com área municipal média de 439km² superior a média estadual que é de 318 km²/município. De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Sertão do Apodi conta atualmente com uma população de 157.247 habitantes, correspondendo a 4,96% da população total do Estado. Desse total, residiam na zona rural cerca de 55.790 habitantes e 101.457 residiam na zona urbana. Neste contexto a taxa de urbanização do referido território é de 64,52% e a densidade demográfica é de 19,15 habitantes por quilômetros quadrados. Região Semiárida, caracterizada pelo clima tropical chuvoso com duas estações anuais, precipitações pluviométricas anuais médias em torno de 926 mm, temperatura média anuais 27ºC, Umidade Relativa do Ar média anual 70%, velocidade média dos ventos 2,1 m/s e insolação 2.700 horas/ano. O Território Sertão do Apodi é banhado por duas bacias hidrográficas Apodi-Mossoró e Piranhas-Açu. O Apodi é um rio que possui muitas represas ao longo do seu curso, retendo água por quase todos os meses do ano. No entanto, a qualidade dessa água varia com o volume, que por sua vez depende da estação chuvosa. No trimestre de maior pluviosidade regional (Fevereiro – Março – Abril), os valores de salinidade e sodicidade são baixos. O rio do Carmo constitui-se no principal afluente da margem direita do rio Apodi desembocando no rio principal a jusante da cidade de Mossoró, já próximo a Areia Branca, onde o Apodi tem sua foz. No que se refere ao rio Umari o mesmo nasce no Município de Rafael Godeiro, passa pelas cidades de Umarizal, Olho Dágua do Borges e Caraúbas, desembocando no Rio Apodi-Mossoró. No tocante as águas superficiais, o Território está acobertado por 10 reservatórios, entre açudes e barragens. Aspectos socioculturais e educacionais Expressões da cultura popular são diversas: quermesses, ritos de semana santa, banda de música, quadrilhas, leilões, procissões, terços, danças, gincanas e novenários, narrativa mítica e autos, gincanas, feira livre e trio de forró. O Território do Sertão do Apodi apresenta, no que diz respeito ao artesanato, uma rica variedade de produtos que são obtidos a partir de uma gama de matérias primas, tais como: couro, palha de carnaúba, madeira, algodão, cipó, argila, pedra, tecido, linha dentre outras. Quanto a produção artesanal merecem destaque crochê, fuxico, renda renascença, labirinto e bordado alem da tapeçaria. Tendo como matéria prima o couro são produzidos selas e arreios, artefatos que são largamente utilizados em atividades desenvolvidas na zona rural. Da carnaúba são produzidos utensílios domésticos e pessoais tais como bolsas e chapéus e também peças decorativas. Outra matéria prima bastante utilizada na produção artesanal do Território é a madeira da qual produz brinquedos infantis, peças e utensílios utilizados no cotidiano doméstico. Aspectos socioambientais A vegetação predominante é a Caatinga hiperxerófila - vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas de porte mais baixo e espalhadas. O Território Sertão do Apodi exige planos e programas para recuperação, conservação e preservação ambiental, uma vez que seus recursos naturais estão degradados, tanto em termos de recursos hídricos e de solos, quanto florestais, formando esse conjunto uma paisagem tipicamente necessitada de cuidados, a curto prazo. Entre as áreas protegidas, destacamse os sítios naturais de: Lajedo de Soledade no município de Apodi; Poço Feio, Lajedo e Grutas de João Oliveira, Lajedo Grande, Da Chuva e Abismos das Abelhas – no município de Governador Dix- Sept Rosado e Águas de Fontes Termais- município de Caraúbas. A Aptidão agrícola esta voltada para culturas de ciclos perenes como cajueiro e apresentam condições favoráveis para pastoreio e lavouras temporárias. Os solos aluviais podem ser utilizados para culturas como o arroz e outras de maior valor econômico. Aspectos socioeconômicos O município de Apodi é a principal cidade pólo do Território, responde por 22,12% do total da população. Com relação à população urbana o referido município, representa 50% da população total do Território, no entanto grande parte dessa população urbana trabalha no meio rural. O Território conta com 10.789 pessoas que trabalham com a agricultura. Destas, 9.153 praticam a agricultura em regime familiar que corresponde aproximadamente 85% do total. Assim, pode-se constatar que o regime de produção do Território é predominante da agricultura familiar, ocupando 20% da área rural de 382.924 ha. Em se tratando da agricultura, apresentam-se três eixos econômicos básicos: a produção de alimentos, a fruticultura de sequeiro e a pecuária bovina e caprina. Na produção de alimentos destaca-se o “arroz da terra” cuja produção perde apenas para o município de Cajazeira castanha de caju e mel de abelha. No que se refere as culturas de sequeiro as mais importantes são: milho, feijão, e arroz em casca. No Território Sertão do Apodi a área plantada do caju é de 15.787ha. São aproximadamente 20 mil cajueiros existentes, cerca de 60 milhões de castanha produzida no percurso dos 17 municípios. Esta produção movimenta uma média de quarenta e cinco milhões de reais por ano. A apicultura nos últimos dois anos a apicultura movimentou aproximadamente meio milhão de reais, na agricultura familiar, junto a Cooperativa Potiguar de Apicultura e Desenvolvimento Rural Sustentável– COOPAPI. A situação de leitos hospitalares apresenta-se favorável quando se observa um total de 442 leitos, embora concentrados nos municípios de Patú, Caraúbas e Apodi. A taxa geral de mortalidade no Território Sertão do Apodi em 2004 revelou um aumento de cerca e 6,3% no mesmo período em relação a 2003. De 2004 a 2005 apresentou uma queda de 3,3%; e no período de 2005 a 2006 essa queda se acentuou em cerca de 3,6%. Essa queda na mortalidade gera um aumento na expectativa de vida. Por meio do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN, localizado no município de Apodi, são oferecidos cursos de Zootecnia, Biocombustível e Licenciatura em Química. Está em fase inicial a implantação, no município de Caraúbas, de um núcleo da UFERSA (Universidade Federal Rural do Semiárido), que inicialmente oferecerá 100 vagas para o curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia. Com relação a agroecologia, há a existência de um Projeto de Formação pela Experimentação em Hortas e pomares agroecológicos, manejo da caatinga e algodão agroecológico em consórcios, desenvolvidos através do Projeto Dom Helder Câmara e parceiros. Outro Projeto, desenvolvido com este enfoque é o Produção Agroecológica Integrada e Sustentável - PAIS com a implantação de 95 estruturas de produção integrada de aves, hortaliças e frutas, abrange 08 municípios. Aspectos Políticos e Institucionais Dentre as entidades que mais se destacam no Território estão: 17 Sindicatos de Trabalhadores e trabalhadoras Rurais, que contam com um montante de aproximadamente 15.542 sócios e sócias. Tem 412 associações comunitárias e de Projetos de Assentamentos constituídas e em funcionamento que estão articuladas em 13 Fóruns Municipais de Associações. Tem aproximadamente 60 grupos de mulheres e 55 grupos de jovens. Conta ainda com 10 Colônias de pescadores, onde estão associados 2.297 homens e mulheres. Fontes Consultadas IDS. Resumo Executivo do PTDRS do Seridó. IDS/CEF/MDA. 2010. SDT. Sistema de Informações Territoriais (SIT). <www.mda.gov.br/sdt>. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível em <www.ibge.gov.br/cidades> Acesso em 30 de dezembro de 2010 Informações Territoriais Nome do território: TRAIRÍ (RN) Municípios do território: Campo Redondo, Coronel Ezequiel, Januário Cicco, Jaçanã, Japi, Lajes Pintadas, Monte das Gameleiras, Passa e Fica, Presidente Juscelino, Santa Cruz, São Bento do Trairí, São José do Campestre, Serra de São Bento, Sítio Novo, Tangará. Data de homologação: 13/09/2005. Contato: Cristiano Ferreira Vieira (Assessor Técnico Territorial) Denominação do Colegiado: Colegiado do Território de Identidade do Trairí Composição do colegiado: 42 Instituições do poder público e 42 Instituições da sociedade civil Estruturação do colegiado: em fortalecimento Existência de PTDRS: sim Caracterização Segundo dados do Censo Demográfico de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Território do Trairi apresenta atualmente uma população total de 141.860 habitantes, o que corresponde a cerca 4,96% da população total do Estado do Rio Grande do Norte, sendo que deste total 93.878 habitantes residem nos centros urbanos e apenas 47.982 nas áreas rurais. Sua densidade demográfica gira em torno de 47,28 habitantes por quilômetro quadrado e a taxa de urbanização é de 66,18%. A bacia da Hidrográfica do Trairí banha cerca de 60% do Território, destacando-se como a mais importante bacia. Seus principais afluentes são os rios Inharé e Trairí que banham os municípios de Santa Cruz e Tangará. Outra bacia hidrográfica de importância no Território é o rio Jacú que banha os município de São José de Campestre, Japi, Monte das Gameleiras e Serra de São Bento. O acesso ao abastecimento de água para consumo humano e dessedentação animal é reforçado pelo sistema de adutora Monsenhor Expedito que abastece cerca de 45 municípios do RN, esta capta água da lagoa do Bom Fim localizada no Município de Nísia Floresta, que embora não se localize na bacia do Trairí serve como fonte principal de abastecimento humano para grande parte dos municípios do Território. O clima predominante no Território Trairí é o semiárido. A precipitação pluviométrica média anual corresponde a 500mm e o período chuvoso concentra-se nos meses de março e abril com temperaturas médias anuais em torno de 25,7°C. Solos de textura arenosa e argilosa, relevo suave ondulado imperfeitamente drenado, raso e com Bruno não Cálcico Vértico com fertilidade natural alto, textura arenosa argilosa e média- argilosa e moderadamente drenados, rasos susceptíveis à erosão, dão a base para sustentação do território. Aspectos socioculturais e educacionais O Território do Trairí apresenta uma diversidade de opções no que se refere às atividades culturais de entretenimento e lazer disponíveis, com maior destaque para (quadrilhas), atividade junina resgatada pelo Território. De uma maneira geral, esses grupos musicais e folclóricos, como os de dança de Coco de Rodas e o Boi de Reis, fazem exibição pública durante as comemorações religiosas e cívicas realizadas sazonalmente nos municípios que compõem o Território do Trairí, incorporando a identidade nos habitantes do Território. No Território do Trairí as atividades artesanais têm como destaque a renda das bordadeiras utilizando a técnica do frivolité que é um tipo de artesanato que produz rendas ricas em detalhes feito com uma espécie de agulha de madeira conhecido por naveta. O artesanato de argila é uma atividade desenvolvida no Território devido à existência dessa matéria-prima em abundância, destacando-se os municípios de Jaçanã, Coronel Ezequiel e Tangará. No município de Lajes Pintadas há também a fabricação de peças e esculturas de pedra sabão. Vale ressaltar a confecção de produtos originados da fibra do sisal para utensílios e decorações. Com relação aos serviços educacionais, observa-se a precariedade destes serviços comprometendo o ensino que apresenta baixa escolaridade e analfabetismo com cerca de 20%, cujas as principais causas estão na evasão e repetência do Ensino Médio. A evasão apresenta-se elevada pelos seguintes fatores: a qualidade insuficiente do ambiente de ensino, a necessidade de inserir-se precocemente no mercado de trabalho, dificuldades com a falta de transporte adequado para conduzi-los até as escolas no centro municipal e escolas inseguras e desconfortáveis que dificultam o aprendizado. O Território do Trairí conta com apenas uma instituição, o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN que oferece cursos de nível técnico No Território Trairí registra-se a existência de duas instituições de nível superior pertencentes à esfera pública, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e um Núcleo Avançado de Educação Superior da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN. O saneamento ambiental é um dos principais indicadores da adequação da moradia (abastecimento de água, tratamento de resíduos sólidos), pela influência que exerce nas condições do ambiente e da saúde. No Território do Trairí, há um descompasso entre a oferta de água e um adequado esgotamento sanitário.De acordo com a 5ªUnidade Regional de Saúde - 2010, cerca de 71,6% dos domicílios são atendidos pela rede pública de abastecimento de água e 21% atendidos com água tratada.Vale ressaltar que 10,5% utilizam água filtrada.Nas zonas urbanas, os domicílios são atendidos pela rede geral de abastecimento de água oriunda do sistema de adutoras e de instalações sanitárias com predominância de fossas sépticas. Na zona rural, cerca de 17,9 % dos domicílios são atendidos pelo sistema de adutoras visto que, a passagem dessa infraestrutura pelos domicílios, são feitas ligações ao sistema. Por outro lado, 12,9 % é abastecido através de poços, cisternas comunitárias e 4,6% são atendidos por carros – pipa. Aspectos socioambientais A formação vegetal é caracterizada pela Caatinga Hiperxerófila, vegetação de clima semiárido com arbustos e árvores espinhosas e de aspectos menos agressivos do que a Caatinga. Outras espécies destacam-se: a catingueira, angico, juazeiro, palma, umbuzeiro, jurema preta, xiquexique, marmeleiro e mandacarú. É fato o aumento das indústrias ceramistas nestes últimos anos no Território, o que vem elevando o índice de degradação da vegetação, dos solos e da poluição do ar com a queima da lenha na fabricação de telhas e tijolos para a construção civil. Aspectos socioeconômicos No Território do Trairí delineiam-se três eixos econômicos básicos: a produção de alimentos, a fruticultura de sequeiro e a pecuária mista. No que se refere a produção de alimentos as mais importantes desenvolvidas no Território são: milho, feijão e mandioca. Na fruticultura de sequeiro destacam-se as culturas do caju, maracujá e pinha. A produção de alimentos no Território é desenvolvida, em sua maioria, tomando por base a agricultura familiar. Essa vertente de produção vem recebendo incentivos através de políticas públicas dos governos Federal e Estadual visando alcançar maiores níveis de produtividade. A pecuária é outra atividade econômica expressiva no Território que apresentava em 2006, um rebanho bovino da ordem de 90.410 cabeças. Em razão do caráter marcadamente rural do Território e principalmente pelas condições favoráveis de clima, relevo e vegetação, a caprinovinocultura apresenta como uma atividade econômica desenvolvida em todos os municípios que integram o Território. O perfil da estrutura fundiária do Território do Trairí se assemelha aos demais territórios, quando de um lado se concentram os minifúndios e propriedades familiares com o maior número de estabelecimentos, ocupando 68,87% dos estabelecimentos rurais com até 10 hectares. Existem 11 assentamentos rurais, sob responsabilidade do INCRA. Aspectos Políticos e Institucionais O Território do Trairí conta com diversas Instituições do Poder Público Governamental e da Sociedade Civil Organizada, dos quais se destacam Fóruns, Conselhos, Prefeituras, Associações, Sindicatos, órgãos públicos das esferas municipais, estadual e federal, voltados para a estratégia de desenvolvimento territorial. Fontes de Consultadas IDS. Resumo Executivo do PTDRS do Seridó. IDS/CEF/MDA. 2010. SDT. Sistema de Informações Territoriais (SIT). <www.mda.gov.br/sdt>. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível em <www.ibge.gov.br/cidades> Acesso em 30 de dezembro de 2010