•# 'ãPÍ: ' ** * "yfi ¦ ¦ fi' ¦ fiJtjY '¦ * im'*, ; * , 'AÉ.r •W '""-% 4'Y -%' N. 5 "*'-¦ ?"^f Maio de 1&7Q ' 3 ¦'* ¦ ¦-.-O.- a;-**- _ ¦ ' ^^^^^^ . DE HORTICULTURA PUBLICADA *¦ - -. . ¦•• - *. i h Com a colla"boraçao dos. Srs. J. Barbosa Rodrigues, Conselheiro lt. de Beaureiialre Roliaii, BI a*, «f. M. CaiiiiRiltoÃ, I.. Ca.uinlioá, Conselheiro G. S. ile Cni.it nem.., Ur. C. «lobert, Dr. Miguel A. da Silva, Dr. Nicoltlo «I. Moreira, Dr. T. Feckolt, etc. Chronica, por E. Albuquerque.—Os costumes oamivoros das plantas, pelo Dr. Hooker. — Abrigo ás plantas, por A. V.—Retratos de plantas novas. A REVISTA DE HORTICULTURA apparccerá regularmente uma vez por mez, cm fasciculos de 20 paginas pelo menos, com figuras intercaladas no texto, e formará todos os annos um volume de 210 paginas, contendo numerosas figuras. Hssipcrlucti por anno: PARA A CORTE. 6$000 UM NUMERO . . PARA AS PROVÍNCIAS « . . . 7$000 600 rs. A. Revista de Horticultura aceita e solicita mesmo a remessa de artigos que cstejão no quadro do seu programma. Todas as informações, cominunicações, reclamações, etc, etc, devem ser remettidas, a rua do Hospício 5 A, onde também podem-se tomar assignaturas. F. Albuquerque A. Revista de Horticultura recebe annuncios pelos preços dc : . . . Pagina inteira. 101000 6$000 Meia pagina .... 4|000 Quarto de pagina. . que se tratào na Livraria Universal dos Srs. E. &H. Laejnmerfc, rua do Ouvidor 66, onde também se tomâo assignaturas. EDITOR DA «REVISTA DE HORTICULTURA» Caixa do Correio n. 418 ou ser deixadas em casa do Sr. Oliveira Real, » MOTA.—Como com o numero 4, vai este numero retardado de alguns dias, em conseqüência de cumprirmos hoje um dever que nos cabia : o de dar de novo o n. f, no actual formato. Os Srs. assignantes encontrarão dentro desta mesma cana. t %.. 3b? ¦ * . « ¦* áfs *'¦¦.¦',.¦.¦,:'¦•. 1 AlICIOS DA fflISTA BI ¦cr-ar a*. ;*"* TIT^TT JlTa Tb W«~fl *B*k íí É quasi escusado chamar a attenção dos Horticultores, Negociantes de Plantas e Sementes, e Negociantes de outros objectos relativos á jardinagem, como vasos, ferramentas, etc, etc, sobre as vantagens desenfreguçzcs; o que offerece para seus annuncios, um jornal dirigido exclusivamente aosusoseus horticultores grande e negociantes que volvimento da horticultura na Inglaterra é attribuido principalmente ao horticultura. de nos sabem fazer de annuncios jornaes IMaMtf. REVISTA DI 1111 lá 18 PROVÍNCIAS Como se pode OBTER GRATUITAMENTE uma, duas, três, ou mais assignaturas da REVISTA DE HORTICULTURA ? Arranjando seis assignantes, e remettendo a importância das seis assignaturas (7f 000 cada uma) acompanhada de uma lista de sete nomes; ou então arranjando QUATORZE ASSIGNANTES, e remettendo somente a importancia de doze assignaturas, acompanhada de uma lista de quinze nomes; ou então arranjando TRINTA ASSIGNANTES, e remettendo somente a importancia de VINTE E QUATRO ASSIGNATURAS, acompanhada de uma lista de trinta e um nomes. I^ROVIISTCIAS.— A melhor maneira para as pessoas das províncias poderem tomar assignaturas da REVISTA. DE HORTICULTURA, é rcmcttcrcm sua importância (7,^000) cm carta registrada com declaração do valor, directamente a F. EDITOR ALBUQUERQUE DA REVISTA DE HORTICULTURA RIO DE JANEIRO Nota»-*-" À cautela do correio lhes servirá de recibo. A Revista ile Horticultura tem sido, e continuará a ser remettida a todas as lledacções dc Jornaes ilas Províncias, de que temos noticias, e que, no geral, nos têm obsequiosamente rèfribuido com a remessa de suas folhas; áquellas que o não têm feito ainda, lembramos que muitas vezes em suas folhas podendo encontrar noticias que interessem ao publico Jiorticula, nos parece de justiça e interesse geral que o façào. C-/J&Z1 ROIfcTICA Maio de 1870. Tronco monstruoso. —Na fazenda de S. Aleixo, município da Serra Negra, diz a Tribuna Amparense, foi cortado um páo de tambory, cujo tronco produzio 42 taboas de 4"\84 de comprimento por 0m,33 de largura ; restando ainda um pedaço, que pôde dar 60 taboas da mesma largura com 3m,08 de comprimento. Um fructo extraordinário. - Diz o Caldense ter visto na chácara do Sr. M. Borges da Fonseca um immenso morango (uma abóbora mogango provavelmente) de l,n,50 de circumferencia, peznido 44 kilos. Producçao do vinho.—A França possue 2,000,000 de hectares plantados de videiras, cuja producção media annual é de 80,000,000 de hectolitros no valor de2,500,000,000 de fran. cos. Só de vinhos espumosos exporta a França mais de 50,000,000 de garrafas. A producçao media annual de vinho é: na Hespanha 30,000,000 de hectolitros; Itália 33,000,000; Portugal 4,000,000; Austria-Hungria 174,000; Roumauia 600,000 hectolitros. Escola de Horticultura.—Em Copenhague acaba de ser creada uma escola de Horticultura. Flores comestíveis.—-Muitas vezes, em criança, comemos, e vimos outras crianças comerem, as flores do Jasmim do Cabo [Gardênia florida) cujo gosto é bastante agradável, mas ignorávamos que existissem flores que formassem um artigo regular de alimentação, não contando como taes a conserva de botões de flor da Capparis spinosa (alcaparra). Conta porém o Dr. Brandis que nos bazares da índia vende-se as flores à&Bassia lati folia, da família das Sapotaceas, e que em Mysore e no Malabar as da Bassia longifolia são seccas, assadas, e comidas então, ou reduzidas a pó, depois de seccas, cozidas, e transformadas em balas, estado em que são vendidas. Jardim de Inverno.— O rei dos Belgas está mandando edificar junto do seu palácio de Laeken um grande jardim de inverno, com 120 pés de altura, no qual grandes arvores acharáõ o espaço necessário para o seu desenvolvimento. Calcula-se o custo em 2,000,000 de francos. Ainda as minhocas.—A propósito de minhocas diz um articulista no Moores Rural, usar simplesmente de agua quente na qual seja possível introduzir as mãos, aífiançando que todas morrem instantaneamente, sem o menor sofTrimento das plantas, ainda mesmo das mais delicadas. A receita merece ser experimentada. 0 trigo no Rio-Grande. — Segundo a Reforma de Porto Alegre foi extraordinário este anno a producçao do trigo na Freguezia de S. Amaro, provincia do Rio Grande do Sul, teudo a variedade Candial produzido 50 aiqueires, e a variedade miúdo 44 alqueires, por alqueire de semente. Uma roseira que já não è pequena.— Em Darlington (Inglaterra) no estabelecimento do Sr. Harrisson existia ultimamente uma roseira Marechal Niel, cujo tronco e varas tinhao um desenvolvimento de 500 jardas, e cujo desenvolvimento diário, em diversos pontos já se ve, eqüivalia a duas jardas. Infelizmente deve já ter sido arrancada em conseqüência de ter sido vendido o terreno onde estava plantada. A latitude e a vegetação.—De numerosas observa ções feitas na Europa Central sobre a influencia da latitude sobre a vegetação, vêse que cada gráo de latitude causa uma demora de 3 3/4 dias sobre a floração das plantas. 0 aroma do chá.— As principaes plantas s adas na China para aromatisar o chá são: a Gardênia radicans, o Jasmim Sambac, a Aglaia odorata, a Termtrojmia japonica, a Camelia Sasanqua, e a Olea fragrans(aco- . 82 REVISTA DE HORTICULTURA conhecida e estimada arvore do Imperador) que é de todas a preferida. A Horticultura em Philadelphia. — Quarenta acres de terreno, pouco mais ou menos a superfície do Campo da Acclamação, estão destinadas para a parte horticula na grande exposição de Philadelphia, e devem estar a esta hora cobertas pelas arvores, arbustos, hervas de todas as partes do mundo, para os quaes 150 expositores tinhão pedido lugar. Todas as arvores indígenas nos EstadosUnidos devem estar representadas, bem como a maior parte das arvores úteis do resto da terra, especialmente as ultimamente introduzidas da China e do Japão. A gran le estufa deve conter uma infinidade de plantas colleccionadas por toda a superfície da terra. Horticultores da França, Inglaterra, Aliemanha, Hollanda, Cuba, México, e dizem mesmo que do Brazil, tinhão reclamado espaço, em quantidade.tal que se tomava providencias paia a edificação de uma estufa já se dizia que o ceiesupplementar, na qual "Waterer exporá uma bre horticultor inglez esplendida e numerosa collecção de Rhododendrons. Entre outras plantas já collocadas na estufa sobresahia uma grande e bonita collecçâo de fetos (sambambaias) da Austra. ha exposta por Miller & Siever, de S. Francisco da Califórnia. Vasos de um novo systema. —Na Allemanha o parece ir tomando grande incremento emprego de vasos para flores, feitos com uma mistura de terra e excremento de boi; só um estabelecimento empregou na ultirca estação 16,000 destes vasos. Enxertos de roseiras. — PerguntAo-nos se os enxertos de roseiras sFío preferiveis ás plantas que vivem sobre suas próprias raizes; como nao estamos habilitados a responder convenientemente,pedimos a algum de nossos leitores que o faça, com o que prestará verdadeiro serviço aos nossos rosomanos, que nao sao poucos, serviço pelo qual muito lhe agradeceremos. Um viveiro de plantas. — A Lawson Seed and Nursery Company, na Inglaterra, possuia em seus viveiros, no ultimo outono, 30,000,000 deLarix (gênero de coniferas), de um anno de sementeira, que fôrfio quasi todos vendidos. Forão semeados em Abril e Maio do anno pas.*ado, empregando-se então perto de três tonelladas de sementes. Quando chegaremos lá V Maio de 1876 0 ozona e as plantas. - O professor Mantogazza, de Pavia, descobrio ultimamente que todas as plantas de folhas verdes e flores aromaticas desprendem immensa quantidade de ozona ; o jacintho, o rezedá, o heliotropio, ahortelã, a alfazema, os narcisos, o lourocereja, todos assim procedem quando expostos aos raios solares. O poder purificador do ozona é tal, que os rhimicos pensão que todas as paragens sujeitas á malária possão ficar isentas delia, cobrindo-se simplesmente o paiz com vegetaes aromaticos, É simplesmente o que já foi observado nas plantações de Eucalyptus, menos a propriedade especifica que lhe attribuião. Morte de M. Brogniart.—O conhecido e celebre botânico Mr. A. Brogniart, professor no Museu de Historia Natural, morreu em Pariz no dia 18 de Fevereiro, com a idade de r/5 annos, é uma perda sensivel que a sciencia acaba de soffrer. Exposição de Bruxellas. — No dia 30 de Abrij deve ter sido inaugurada a Exposição Centc. naria e Internacional da Sociedade Real de Flora* em Bruxellas. Um Congresso de Bolanica Agrícola deve ter lugar ao mesmo tempo. Digestão nas plantas.—Vemos nos jornaes que Heckel acaba de publicar observações, das quaes parece que as glândulas existentes nas flores da parnassia (provavelmente a P. palustris da Europa) são também dotadas de propriedades digestivas. Os nomes das flores. — Alguns jle nossos leitores se queixão por empregarmos os nomes botânicos das plantas de que falíamos: esta queixa nos parece sobremodo injusta, pois tanto quanto possivel damos ao mesmo tempo os nomes vulgares, se por ventura ellas os têm. Para aquellas que o não possuem seria preciso invental-os, o que longe de offerecer utilidade aos leitores, só prejuizos lhes poderia causar. Seria tão fóra de propósito ao fallarmos de cravos, nomea-los dianthus, como seria ridi-" culo chamarmos a zinnia de zabumba, como já o ouvimos. A verbena é ainda a mesma verbena, tanto no Peru, como na China, ou na Inglaterra, mas sabem porventura todos os leitores do Rio de Janeiro qual é a Câmaradinha do Sul e os leitores do Rio-Grande. qual é ajurujuba do Norte? cremos que não. Além • disso muitas vezes os nomes vulgares induzem Maio de 1876 REVISTA DE HORTICULTURA em graves erros; nao lia muito que contámos o engano em que estava um amador,por causa do nome de malva de cheiro, que commummente dao a uma espécie do gênero Pelargonium» de uma familia tao differente das malvaceas como das rosaceàs. Commummente o íris da Allemanha (íris germânica) é conhecido pelo nome de lyrio, nao obstante ser este de farailia diversa, e no íris de Suze [íris Suziana) o ridículo accresce ao errôneo quando o chamao lyrio Suzanna; o nome de assucena é tao commummente applicado ás espécies do verdadeiro gênero lyrio (lilium) como as do gene ro amaryllis, nao obstante serem estes dous gêneros os typos de duas famílias, diversas. Acabavao de ser introduzidas entre nós as zinnias, quando em uma cidade de província visitámos cinco jardins diversos, em todos os quaes a encontrámos, mas com cinco nomes differentes, e cada qual mais absurdo, dentre os quaes só nos lembramos dos de bumba e zabumba, felizmente que elles passarão e todos nos entendemos quando falíamos de zinnia; quem não se lembra ainda das rosas do Japão, ás quaes o bom gosto fez justiça? e quem ignora o que seja uma camelia? A ninguém prejudica saber que o cravo e o Dianthus caryophülus e a larangeira o Citrus aurantium dos botânicos, mas duvido que haja alguém a quem interesse saber que h Luxaria bipariita era a Mariquinhas do minha avó. jardim de As violetas em Pariz. — Vende-se diariamente em Paris 15,000 bouquets de violetas, valendo annualinente mais de 500,000 francos; durante o Império ellas estavao ainda mais na moda, pois a violeta é considerada por muita gente como o emblema da familia Bonaparte. O numero de pessoal que vivem desse commercio, e da cultura de violetas nos arredores de Paris, é avultado. Vinho.— Já estava na typographia a nossa chronica do numero passado, quando recebemos a Gazeta de Paraná, de 27 de Fevereiro, que dá noticia dos resultados cenologicos obtidos pelo Sr. Sigwald, acompanhando-a de judiciosas observações sobre a cultura da videira, observações que nao podemos senão apoiar, convencidos como estamos, que nenhum outro vegetal pôde ser fonte de tao grande riqueza e opulencia para os climas temperados do Brasil, como algum dia o será a videira Pensamos que para o presente o comterapo- 83 raneo nao pôde dar a seus comprovincianôs melhor conselho que o de plantarem a videira americana (Isabella) que produzTem quantidade satisfactoria um vinho suficientemente bom, e muito superior ao que geralmente importamos do estrangeiro, além da vantagem de ser genuíno e puro. Concordamos ainda, e sabemos de experiencia própria que a Catawba é melhor que a Isabella ; cremos que a. Diana, tao sujeita ás moléstias diversas que atacap a videira, como a própria Isabella, e a Catawba, passa por ter um grande defeito a irregularidade na qualidade, que faz com que esta varie de anno para anno, sendo ás vezes excellente e má no anno seguinte; confessamos que a Delaware 6 tida por muitos como a melhor das uvas de origem americana, e que a Union Village é talvez de todas ellas, por sua belleza e pelo tamanho de seus bagos, a mais própria para apparecer sobre as mesas, como suppomos também que muitas outras espécies possue ainda a America do Norte que devão ser preferidas á Isabella. Mas julgamos que o contemporâneo emitto uma opinião menos acertada, e que muito pôde, se for aceita, comprometter o futuro desenvolvimento da cenologia brasileira, como ató hoje o tem contrariado assaz, quando diz que de todas as videiras de origem européa não existe uma só que de esperanças de produzir bem entre nos. Nem .cremos que o Sr. H. Tower Fogg, intelligente lavrador, e conciencioso experimentador, como nos consta ser, tenha enunciado a sua opinião por um modo tao absoluto, cremos na possibilidade do máo resultado das experiências feitas pelo Sr. Fogg, com um numero resumido, ou mesmo grande de variedades europeas, mas nao acreditamos que elle tenha experimentado todasas 1000 ou 2000 variedades que possue a Europa; e se o tivesse? por ventura nas margens doRheno prosperao as variedades das praias daGarona? os outeiros de l'Hermitage estão complantados com as mesmas cepas que as collinas da Côte-d'Or? Porque nao prosperaria uma só das variedades experimentadas pelo Sr. Fogg, quando transportada a município diverso, ou no mesmo município a um terreno de outra qualidade, ou ainda no mesmo terreno a um lugar de outra exposição ? Na província do Rio-Grande começámos 84 REVISTA DE HORTICULTURA Maio de 1876 ensaios deste gênero, ensaios que infelizmente descobrio, descreve o e classificou a Odina tivemos de suspender muito cedo; mas nao Francoana Netto, e sobretudo a Pisonia Caantes de termos adquirido a convicção, Io de parosa Netto, pretendemos apenas que esses queas variedades europeas sao mais vigorosas trabalhos, muito importantes sem duvida, e que as americanas, 2o, que sao mais produc- que sao provas patentes dos profundos conhetivas, 3o, que enraizao com mais facilidade, e cimentos de S. S. nao lhe dao autoridade crescem mais depressa, 4o, que muitas dellas, bastante para tao cavalürement cortar a sinao todas, produzem perfeitamente entre questão, e pronunciar a sua opinião a resnós, quando collocadas convenientemente. peito. Todavia, nao obstante apresentarmos neste Nao ensaiamos uma nem duas variedades, pois a nossa collecção se compunha de mais numero da Revista a opinião do modesto Dr. de 200 variedades, incluindo as melhores do Hooker, como a curta sentença sobre o stransRheno,da Hungria, da Borgonha, do Bordelez, for mistas foi um accidente ao querer o illusda Hespanha, da Itália, e mesmo da Syria; as trado Sr.Dr,Netto faltar da digestão em certos melhores e mais estimadas variedades ame- vegetaes, e reconhecendo que S. S. tem tolo ricanas alli existiao tamhem em numero supe- o direito de ser transformista, ou deixar de rior a 30. sel-o, de ser evolucionista, ou nao, como Quanto ás qualidades respectivas dos vinhos, quizer ou desejar, reconhecendo ainda que está não pôde haver discordância. também no seu direito aceitando a tradição __ Associação de acclimação. Esta muito útil bíblica, como geralmente ella tem sido interassociação que tantos serviços vai já presaté hoje, e aceitar por tanto a estando ao Brasil, deve brevemente começar prelada a publicar o seu Bolletim, cuja redacção está pecie sabida das mãos de Deus tal qual ella é actualmente, perguntaremos nós a S. S. se confiada ao Sr. Dr. J. M. Caminhoá, bem Deus fez primeiramente as plantas uma por conhecido professor de botânica da Escola de uma, depois, edo mesmo modo, os animaes Medicina. Parabéns áDirectoria pela escolha deviao comer as plantas, depois Adão, que nao ser. melhor fez, e que que podia nosso pai commurn feito de um pedaço de Conferência do Museu. Sob esta epigraphe barro, para commandar os animaes, e, finalnosso numero, em dar promettêmos, passado mente Eva, nossa mãi, feita de uma costella hoje a estampa, como fazemos, a importante memória que sobre os Costumes das Plantas de Adão, ou, segundo um profundo investigacarnivoras o Dr. Hooker leu perante a Asso- dor dessas cousas, da cauda de um cao que se aproveitasse de certo descuido para comer a ciaçao Britannica em Belfast. A transcripcão da interessante memória costella, o que é que impossibilitaria Deus de fazer os Nepenlhes eas Broseras, e &Sarrapara as nossas columnas, è devida a ter o Sr. Dr. Ladisláo de Souza Mello e Netto,director cenia com a faculdade de digerir a matéria animal? ou pretenderá por ventura S. S. geral do Museu Nacional, e seu professor de botânica, dito ao abrir em 10 de Marco_. o seu que as Broseras e a Bionea forão inventadas curso semanal de botânica, que sô ignoran- por Darwin ? tes echarlatães aceitavao taes doutrinas. S. S. já vai sem duvida desconfiando que, Nao contestaremos de modo'algum as habi- contra sua opinião e sentença, acreditamos litàçòés e capacidades do Sr. Dr. Mello e que ha plantas que comem animaes; e S. S. Netto, como distincto archeologo, quando, acerta, mas a importância archeologica além de outros casos quasi tao importantes, e mineralogica de S. S. é immensa e elle deu exhuberantes provas de seu vasto S. S. é assaz modesto, para nao se julgar saber por occasiao da celebre questão phe- oírendido por neste assumpto darmos prefenícia; aceitamos ainda a sua competência rencia á opinião do Dr. Hooker c de Darwin, em matérias de mineralogia, pois sabemos o que fazemos pela razão mais simples possivel, a de serem dous contra um, além de que S. S. descobrio, ou pelo menos tornou se é verdade o que dizem as gazetas, conhecidas por seus estudos, importantes que, delles parece ser, nesta matéria,mais mina;, de ouro lá para as bandas de Cacapava; qualquer especialista que S. S. Botânica, sem á pretendermos quanto porém F, Albuquerque. que S. S. seja leigo, pois sabemos que elle Maio de 1876. REVISTA DE HORTICULTURA 85 OS COSTUMES CARNÍVOROS DAS PLANTAS. Memória lida á Secçao de Zoologia e Botânica da Associação Britannica em Belfast, a 21 de Agosto de 1874 pelo Dr. Hooker, G, B„ D. C. L., Pres. E, S. Como assumpto da leitura que devo fazervos da cadeira onde o Conselho da Associação Britannica fez-me a honra de collocar-me, escolhi os costumes carnívoros de alguns dos organismos nossos irmãos—as Plantas. Vários observadores tem descripto, com mais ou menos cuidado, os costumes desses caçadores vegetaes, Venus agarra-moscas, as Rosasolis e as Plantas de Amphoras. Poucos porém indagarão dos motivos de taes cosWies; e as opiniões daquelles que mais acuradamente os apreciarão, Mo encontrarão a geral aceitação que merecem. Muito recentemente o assumpto adquirio novo interesse, das pesquizas que o Sr. Darwin tem feito sobre os phenomenos que se originão da presença de substancias albu. minosas sobre as folhas das Droseras e das Pinguiculas, e que, na opinião de um emipente physiologista, provão que a Dipneea digere exactamente as mesmas substancias, e justamente pelo mesmo processo que o estômago humano. O Sr. Darwin está ainda oecupado activamente com essas pesquizas (*) e foi com o íim de prestar-lhe a cooperação que minha posição, bem como as opportunidades de Kew, offerece, que eu, seguindo suas instrucções, examinei algumas outras plantas carnivoras. Durante minhas pesquizas fui levado a estudar a historia da questão, historia que achei tão interessante e tão pouco conhecida, que pensei que um resumo delia, do começo íité as pesquizas do Sr. Darwin, deve ser bem acolhida pelos membros desta associação. («f Publicadas no anno seguinte. Julho de 1875, com o titulo de—Th<i Tnsectivorous Plant. R Ao escreve-la fui obrigado a limitar-me ás plantas mais interessantes ; emquanto deixo ao Sr. Darwin o annunciar as descobertas que tem feito sobre as plantas que tem estudado, descobertas que, com a sua franqueza habitual, elle communicou tanto a mim como a outros amigos, detalharei suecintamente sobre as Sarracenias e sobre os Nepenthes, que eu próprio estudei, as observações e experiencias que forem de mais importância. Fig. M. — Dionea niiiseipula. Dionaa.—Em 1768, Ellis, naturalista ingiez muito conhecido, mandou a Linneo o desenho  86 REVISTA DE HORTICULTURA dè uma planta que recebeu o poético nome de Dionoéa. « No anno de 1775, escrevia Ellis, o nosso fallecido e digno amigo, o Sr. Peter Collinson, mandou-me um especimen secco desta curiosa planta, que recebera do Sr. John Bartram, de Philadelphia, botânico do ultimo rei. » Ellis, recebendo da America especimens vivos, fez a planta florescer em seu aposento. Vou ler a noticia que elle deu a Linneo, e que fez o grande naturalista declarar que, ainda que tivesse visto e examinado não pequeno numero de plantas, nunca vira phenomeno mais admiravel: « A planta, diz Ellis, mostra que a natureza ao formar sua folha como uma machinapropria para agarrar o alimento, teve em vista a alimentação delia; no meio da folha existe o engodo para os desgraçados insectos, que se tornao sua preza. Muitas glândulas diminutas e vermelhas, que lhe cobrem a superficie, e exsudão provavelmente um liquido assucarado, tentão o animal a prova-lo; eno momento em que estas partes delicadas sao irritadas por seus pés, os dous lobulos da folha levantão-se, agarrão-no com força, apertão as duas fileiras de espinhos e o comprimem até a morte. E ainda mais, para que os esforços do animal por essa maneira prezo, não o possao livrar, existem, no centro de cada lobulo e no meio das glândulas, tres pequenos espinhos erectos, que põem termo a luta. Os lobulos nunca se tornão a abrir emquanto o animal permanece entre elles. l5 certo todavia que a planta não pôde distinguir entre um animal e uma substancia vegetal ou mineral, e se fôr tocada por uma palha ou com um alfinete, sua folha se fechará tão completamente como se o fosse por um insecto. » Esta descripção, que é apenas menos horrivel que a daquellas estatuas que abrião os braços para abraçar e apunhalar suas vic" timas, é exacta no fundo, ainda que errada em vários pontos. Prefiro porém relatar os factos em sua ordem chrouologica, por importar muito, mostrar desse modo quanto as idéas que já occupão nosso espirito, influem na apreciação das cousas as mais simples. Temos um notável exemplo dessa influencia, no que Linneo publicou alguns annos Maio de 1876. y mais tarde. Todos os factos que vos tenho relatado lhe erão bem conhecidos, todavia elle não podia acreditar quê a natureza tornasse a planta capaz—empregando as palavras de Ellis—« de tirar algum alimento dos animaes que agarrava. » Nessa admirável accão elle via tão somente um exemplo da extrema sensibilidade da folha, que a fazia fechar-se quando tocada, justamente como acontece com a sensitiva; e por conseqüência elle julgava a captura dos insectos perturbadores, como meramente accidental, e de nenhuma importância para a planta. Foi todavia bastante sagaz para aceitar a commovente opinião de Ellis sobre o coup de grâce que o insecto recebe dos tres espinhos que existem no centro de cada lobulo da folha. A autoridade de Linneo estava superior á critica, se alguma apparecesse, e a sua opiniao a este respeito foi fielmente copiada de livro para livro. Brussonet (1784) tentou explicar a contracção das folhas, suppondo que os insectos capturados as picavão, e fazião assim sahir os líquidos que antes as tornavão turgidas e abertas. O Dr. Darwin (1761) contenta-se em pensar que a Dioncea rodea-se de taes ciladas para impedir os estragos dos insectos sobre suas flores. Sessenta annos depois de Linneo ter escripto, um hábil naturalista, o Rvd. Dr. Curtis fallecido ha poucos annos, residia em Wilmington, Carolina do Norte, principal localidade onde habita esta planta muita localisada. Em 1834 elle publicou no Boston Journal of Natural History um trabalho sobre a Dioncea,trabalho queé um verdadeiro modelo de observação scientifica. Eis o que elle diz:— ((Cada metade da folha é um pouco concava na face superior onde existem tres órgãos delicados, semelhantes a pellos, e collocados de maneira tal que diflicilmente um insecto poderia atravessar a folha sem tocar em um delles; os dous lados reunem-se então subitamente, e envolvem a presa, com forçai superior aos esforços que um insecto pôde fazer para se escapar. As franjas de pello que guarnecem os bordos dos dous lobulos cruzao-se como os dedos de duas mãos entrelaçadas. A sensibilidade reside sómèjate nesses pellos da superfície, pois a folha pôde at '¥} ¦'*..¦ X tt' ' Maio de 1876. x* ¦* REVISTA DE HORTICULTURA ser tocada ou apertada, em qualquer outro ponto sem mostrar-se sensivel. O pequeno prisioneiro não é esmagado, immediatameute morto, como alguns escriptores tem dito, pois muitas vezes libertei moscas e aranhas presas, que fugião tão depressa como o medo ou a alegria lhes permittia. Outras vezes encontrei-as -envolvidas por um liquido de consistência mucilaginosa, que parecia obrar como um dissolvente, estando os insectos já em parte consumidos.» O merecimento da descoberta dos fins da captura dos insectos pelas folhas da Dioncea pertence a Ellis. Curtis porém reconhecendo a sede da sensibilidade nas folhas, fez conhecer a maneira como as cousas se passavão e mostrou também que a secreção não era um engodo offerecido antes da captura, mas um verdadeiro liquido digestivo secretado, como o nos30 próprio sueco gástrico, depois da ingestão do alimento, A historia desta admirável planta ficou estacioaria por mais uma geração, em 1868, porém, um botânico americano,o Sr. Canby, que felizmente se ocupa ainda de pesquisas botânicas, morando no districto que a Dionoea habita, estudou muito cuidadosamente os costumes desta planta, especialmente nos pontos de que o Dr. Curtis já so oecupára. Sua primeira idéia foi que «a folha tinha a propriedade de dissolver as matérias animaes que corrião então pelo peciolo, em fôrma de rego, para a raiz, fornecendo assim á planta um alimento muito azotado. » Nutrindo porém as folhas com pequenos pedaços de carne/vio que esta era inteiramente dissolvida e absorvida; a folha abrio-se de novo com a superfície secca, e prompta para novo banquete, ainda que com menos appetite. O Sr. Canby vio que o queijo fazia um mal horrivel á folha, tornando-a escura, matando-a porfi.nl. Finalmente elle relata os inúteis esforços que um gorgulho fazia para fugir, mostrando assim perfeitamente que o liquido já mencionado é secretado na occasião, e não o resultado da decomposição do objecto preso pela felha. O gorgulho, que era valente, tentou roer o seu caminho a través da folha, mas enfraquecia visivelmente. Abrindo a folha, o Sr. Canby encontrou uma grande quantidade de liquido envolvendo-o, e que sem duvida 87 alguma o enfraquecia pouco a pouco. Consontindo que a folha de. novo se fechasse, o gorgulho morreu bem depressa. Na reunião desta associação no anno pàssado o Dr. Burnon Sanderson fez-lhe uma commuuicação que, pela sua importância, condiz com a singular historia desta planta; ainda que não seja o seu final,formará todavia um de seus mais interessantes capitulos. É uma theoria, — quasi perfeitamente provada — que todas as cousas vivas tem um ponto de semelhança em certa substancia —sempre presente onde quer que a vida se manifeste — e da qual se origina toda a struetura das mesmas cousas : chama-so o protoplasma. Uma de suas propriedades mais especiaes, é a aptidão á contracção: e quando, em um organismo qualquer, as partículas do protoplasma estão arranjadas de maneira a obrarem de concerto, ellas prodivzem um effeito cumulativo que se manifesta por seus resultados. É uma manifestação desta espécie a que existe na contracção do músculos, e igual manifestação podemos ver na contracção das folhas da Dionoea. Sabe-se perfeitamente que as contracções dos músculos são sempre acompanhadas de certos phenomenos electricos. Quando um fragmento de músculo é posto em contacto com um galvanometro delicado, vê-se que entre as duas superfícies existe uma corrente electrica, devida ao que se chama força electromotora do músculo. Se. porém, o musculo é obrigado a contrahir-se, a força electromotora desapparece momentaneamente. A agulha do galvanometro até então muito desviada, volta para o seu ponto de descanso; é o que'se chama uma variação negativa. Todos os membros desta associação que se oceupavão da natureza organizada, ficarão sorprendidos ao ouvir o Dr. Sanderson dizei' que algumas experiências que fez, por pedido dp Dr. Darwin, provarão até a evidencia que, quando uma folha de Dioiuna se contrahe, os eífeitos produzidos sobre o galvanometro são precisamente semelhantes aos produzidos pela contracção de um músculo. Não são pois somente os phenonemos de digestão desta admirável planta que sao iguaes aos dos animaes, concordando também com os destes os phenomenos de contracção. 88 REVISTA DE HORTICULTURA Maio de 1876. Brosera (fig. 15)—-Não mais limitadas a tavão encurvados como um arco, mas que não um único districto dc Novo Mundo, mas repar- havia mudança alguma ssnsivel no peciolo» diz elle: «Encontrei em tidas por todos os climas temperados dos dous ao abrir essas folhas, donde imaginei hemispherios, onde habitão os lugares areno- cada uma um insecto morto; sos e humidos, existem as curiosas plantas que esta planta, que tem alguma semelhança chamadas Rosasolis—espécies do gênero Dro- com a Dionoea musipula, pôde ter também será. Actualmente estão reconhecidas como a propriedade de mover-se. «. Colloquei, com uma pinça, uma formiga próximas congêneres das Dionoeas, facto que era apenas suspeitado, quando os curiosos cos- no centro da folha de D. rolundifolia mas tumes que descrevi forão descob ertos. de modo a não perturbar a planta. A forescapar-se, mas o liquido Dentro dos limites de um anno duas pessoas, miga procurou dos pellos, que seus a primeira um Inglez, a segunda um Alie- visgoso das extremidades como linhas finas, lhe impedio estendião curiosos os pés que pellos, observarão que mão, os pellos curtos todos conhecem nas Droseras, erão sensíveis. a fuga. Em poucos minutos do disco da folha coEsta é a noticia que mecárão a inclinarGardom, botânico de se, depois os pellos Derbyshire, deu das compridos, e collocáobservações que seu ; rão-se por cima do amigo o Sr. Whateinsecto. Depois de ailey, «distineto cirurgum tempo, a folha fez Londres», de gião começou a vergarem 1780: « Examise, e dentro de agulnando algumas das mas horas o estava folhas contrahidas, tanto que a sua exnotámos um pequetremidade tocava na no insecto ou mosca, base. A formiga morpreso perfeitamente reu em quinze minunellas, e causou-nos XJÍ^* tos, que se passarão muita admiraçãoque «SI muito antes que to» elle podesse ter petfeSv ^os os Pe^os estivesnetrado em um lugar sem i nclinados. » tão apertado. Depois, Estes factos c-tabetocando o Sr. Walecidos ha quasi um teley com um alfiséculo pelo testem unete o centro de nho de observadores uma das folhas aberFig. 15.— t í-ascra spatimluta. independentes, têm tas, e no seu estado natural, notámos um movimento muito sido até agora quasi ignorados ; e Trecul, negou sua rápido, e elástico, da folha, a ponto de ficar escrevendo em 1855, ousadamente ella invertida, e cercando o alfinete, o que existência. claramente mostrou como a mosca se tinha Todavia ha pouco elles forão por vezes vècollocado em prisão tão apertada. » rificados: na Allemanha por Nilschke em Esta noticia deve ter sido feita de memória, 1860; na America por uma senhora, Mis. Treat e apresenta os movimentos dos pellos muito deNova-Jersey, em 1871; e neste paiz pelo mais rápidos do que são na realidade. . Sr. Darwin, e também pelo Sr. A. W. Bennett. Em Julho do anno anterior (ainda que só Devemos ao Sr. Darwin, que durante muianodous annos mais tarde fosse publicada tos annos se tem oecupado d'este assumpto, na notado tinha ticia) Roth, íiaAllemanha, não somente a completa confirmação dos fa ctos «quemuilongifolia, Broscraroti0idi/blia,e observadores, como tas folhas estavão dobradas, reunindo a extre- attestados pelos primeiros novos factos de grande importância. midade com a base, e que todos os pellos es- também Maio de 1876. REVISTA DE HORTICULTURA O completo dessas investigações ainda não foi publicado, mas alguns dos pontos estabelecidos forao annunciados na America pelo professor Asa Gray, a quem o Sr. Danvin os •communicou. O Sr. Darwiu reconheceu que os pellos das folhas das Droseras sao sensíveis á presença de um pedaço de músculo, ou outra substancia animal, em quanto permanecem completamente indifforeutes á presença de qualquer substancia inorgânica. Sendo mais sensiveis á presença de diminutos fragmentos de carbonato de ammonia. Darei agora, com suas próprias expressões, o resultado das experiências da Sra. Treat: « Ás dez horas e quinze minutos colloquei sobre as mais vigorosas folhas da Drosera longifolia pedaços de carne crua. Dez minutos depois do meio dia duas folhas tinhao-se dobrado em redor da carne, escondendo-a completamente. Ás onze e meia. horas, do mesmo dia, colloquei moscas vivas sobre folhas da Drosera longifolia. Ao meio dia e quarenta e oito minutos, uma das folhas tinha-se enrolado completamente ao redor de sua victima, e outra o estava a meio, e as moscas tinhão cessado de lutar; ás duas e meia quatro folhas tinhao-se enrolado cada qual sobre uma mosca. As folhas inclinão-se do vértice paraopeciolo, do mesmo modo que durante o somno. Experimentei substancias mineraes, pedaços de greda secca, de magnesia e pedrinhas. Dentro de vinte e qiiatro horas nem as folhas, nem os pellos tinhfio feito movimento algum para cercar estes objectos. Molhei com água um pedaço de greda, e em menos de uma hora os pellos se inclinavâo, mas depressa se levantavão, deixando agreda livre nasuporficie da folha.» O tempo de que agora posso dispor não chega para entrar em mais amplos detalhes a respeito da Dionoea e das Droseras. Os repetidos testemunhos de muitos observadores durante um século, ainda que nao tenhão sido recebidos com enthusiasmo, bastão, creio eu, para convencer -vos que nesta pequena familia das Droseraceas existem plantas que: Io, capturão animaes para usal-os como alimento; 2o, que os digerem e dissolvem por meio de um liquido secretado para esse fim : e 3o que absorvem a solução da matéria animal, preparada por aquelle meio. Antes que as investigações do Sr. Danvin tivessem levado outras pessoas a trabalhar no mesmo assumpto, a interpretação desses phoiiomenos era muito pouco conhecido. Há poucos annos ainda que Duchartre, physiologista francez, depois de citar as opiniões de Ellis e de Curtis sobre a Dionea, exprime como opinião sua, que a idéa das folhas absorverem substancias animaes dissolvidas, estava evidentemente muito em desaccordo com os nossos conhecimentos sobre as funcções das folhas, e sobre a nutrição dos vegetaes, para merecer serio exame. Se as Droseraceas formassem um caso isolado de um grupo de plantas mostrando propensões deste gênero, talvez houvesse alguma razão para uma critica semelhante. Penso porém poder provar-vos que tal não é o caso. Jatemos motivos para crer que existem muitos exemplos de semelhantes costumes carnívoros em diferentes partes do reino vegetal, e entre plantas que só isso tem de commum com aqueltas de que já tratámos. Como novo exemplo, tomarei o muito (íurioso grupo de plantas de amphoras, que e peculiar ao Novo Mundo. E ahi também penso que achareis conveniente seguir a ordem histórica dos factos. Sarracenias.— O gênero Sarracenia contém oito espécies, todas semelhantes nos hábitos, e to Ias naturaes dos Estados de Le.ste. da America do Norte, ondo são encontradas especialmente nos lugares¦ Imundos, e mesmo nos lugares cobertos por uma pequena camada (1'agua. As folhas, que lhe dão um caracter inteiramente próprio, são om forma do puearos ou de trombetas, e surdem immediatamente da terra, formando rosaceos; a florescência consiste de uma ou mais hastes delgadas snpportando uma flor solitária. A flor tem uma apparencia singular, devida á grande extensão da expamsão em forma de umbella que termina o estylete; a forma deste, ou talvez de Ioda a flor, fez com que os primeiros povoadores inglezes dessem á planta o nome de Side-saddle flower (Sellim de senhora). Ãsarracenia parpurea (íig. 16) é a espécie mais conhecida. Ha cousa de dez annos gozou ella de uma transitória importância por terem suas raizessido aconselhadascontra a vatiola. Habita desde a Terra Nova até a Florida, e é facilmente cultivada ao ar livre nas ilhas 90 REVISTA DE HORTICULTURA Britannicas. No começo do século 17, Clusius publicou uma figura desta Sarracenia copiada de outra que tinha sido levada de Lisboa para Paris. Trinta annos mais tarde Johnson copiou-a em sua edição do Gerartfs HerbaU desejando « que alguém que viage nos paizes estrangeiros encontre esta elegante planta e reconheça pelajpequena estampa, e a traga Maio de 1876. Morisson falia da tampa, que em todas as espécies é perfeitamente rigida, como provida, por um acto especial da providencia, de Esta idéia, adoptada por Linuma dobradica. _> neo, que declarou que durante o tempo secco a tampa abaixava-se e impedia a perda d'agna por evaporação, foi ainda um tanto amplificada pelos escriptores que lhe suecedêrão. Catesby, na sua excellente obra JSiatúral Ilistory ofCarolina, suppõe que esses receptaculos de água servem a numerosos insectos de asylo contra as rãs e outros animães que osdevorão. Outros aceitarão a opinião deLinncp, que considerava as amphoras como reservatórios de água para os pássaros e outros animaes, especialmente para cs tempos de secca; apreabet aquam süientibus avicidis. » ATheologia superficial do século passado era fácil de contentar sem procurar melhores explicações; é porém aqui, fazendo por alguns momentos uma pausa, a oceasiao de observar que, ainda que Linneo não possuísse material algum para fazer qualquer investigação real sobre a destinação das amphoras das Sarracenias, elle antecipou, com muita sagacidade, as opiniões modernas sobre suas affiinidades. As Sarracenias são hoje consideradas como próximas alliadas das Callas (jarros) justamente o lugar que Linneo lhes dava nos seus fragmentos sobre uma verdadeira classiíicação natural. E alem disso elle lembrava a analogia, que por pouco provável que possa parecer á primeira vista, foi detalhadamente tfigç. m. — Sarraecuií- nuri-urca. estudada por Baillon (em apparente ignorancia dos escriptos de Linneo), entre as folhas comsigo,para que possamos ter delia comple- das Sarracenias edas Callas. to conhecimento. » Poucos annos depois esse Linneo parece ter crido que as Sarracenias desejo foi cumprido. JohnTradescant, o mais fossem ao principio aquáticas e tivessem moço, encontrou a planta na Virgínia, e conseguio traze-la viva para a Inglaterra. Foi folhas semelhantes ás dasNympheas, e que também remettida de Quebec para Pariz por passando a viver vida terrestre, suas folhas Sarrazin, cujo nome foi por Tournefort per- ficassem ocas para conterem a água na qual não podiãomaisíluetuar—Na realidade Linneo petuado no gênero. mostrou ser evolucionista tão legitimo como A primeira observação feita foi que as amphoras continMo água em quanto vegeta- Darwin. A idéia de Catesby foi uma verdadeira idéia vão, masa segunda é curiosamente mythologica. Talvez Morrisson, que é o responsável por infeliz. Os insectos que visitão esta planta ella, não tivesse conveniente opportunidade podem encontrar nel Ia um asylo, mas asylo de de estudar as plantas, pois elle as declara, onde nunca mais tomfío a sahir. Ocorrespono que não é de modo algum verdade, impôs, dente de Linneo, Ccllisson, nota em urna de siveis de serem cultivadas (respucre cullu- suas cartas que (.muitos pobres insectos perdem a vida afogados nesses depósitos d'água, » ram videnlur). Maio de 1876. REVISTA DE HORTICULTURA 91 mas William Bartram, o filho do botânico que ella secreta um liquido, mas limita-se a parece ter sido o primeiro que fez conhecer, acreditar que apenas ; os productos gazozos no fim do século passado, que as Sarracenias da decomposição dos insectos sejão approveiagarrao os insectos, e os matão, pela verda- tados para o processo da vegetação. Todavia, deira maneira como a cousa acontece. em 1829, trinta annos depois da obra de Antes de parar para ver como realmente o Bartram, uma Memória contendo excellentes facto se dá, devo levar a narrativa um pouco idéias, expressas de um modo original, foi mais longe. escripta por Burnet, insistindo com força Nas duas espécies em quea abertura daam- na existência de um verdadeiro processo diphora não é protegida pela tampa, não pôde gestivo nas Sarracenias, processo análogo ao haver duvida que uma-parte, qualquer que que existe no estômago dos animaes. ella seja, do liquido contido, seja fornecido Os conhecimentos que temos actualmente dos costumes pela chuva. Mas na Sarrada Sarracecenia varíolania voriolaris ris (fig. 17) na são completos, qual a tampa x graças ás obmíoyXWXX^--XXX X.y' está por cima servações __de_ d a abertura, dous^ médicos da Carolina do por fôrma tal fí /MÊlillllii ml ^sMi*%\\\ \ VA^Sáí *f// liIlilMIi jÈmSk I xT Sul.Um dclles, que é impôssivel penetrar o Dr. M.Bride, ahi a agua da fez suasobserchuva, não ha vacões ha meio duvida que um século , mas liquido seja seell as ficarão escretado pela üecidas até pouco temo. M.Bride dedicou-se parte inferior IfmtiMlllí i descobrir a razão por da amphora, o ue as moscas irritavão qual prováveli Sarracenia varíolamente tem uma funcção digesis, e como era que esta as capturava. Eis o que tiva. William Bartram , no ilíè afíirma: de « A causa que attraprefacio suas viagens he as moscas é eviem 1791, desdentemente uma subs'esse'-litancia viscosa, somecreve hante ao mel, que é sequido; cngalcretada, ou exuda da na-se porém Fig. n- Srirraceni» varioláris. superficie interna dotllsuppõe quando bo. Da entrada, onde começa, ella se estende que elle seja um engodo. Na amphora existe apenas até um quarto de pollegada inferiorumasecreção assucarada que attrahe os in"" mente. A descida do insecto, logo que elle sectos, mas só é encontrada na parte superior do tubo. A idéia, que na verdade foi penetra no tubo, deve ser inteiramente attriaventada com duvidas, de serem os insectos buida á posição dos pellos que forrao a sude dissolvidos no liquido, e tornarem-se assim perficie interna da folha. Na extremidade um tubo completamente aberto, os pellos, próprios para a alimentação das plantas, pertence a Bartram. apontados para a extremidade inferior, são descem, Sir J. E. Smith, quo publicou uma figura e perfeitamente visíveis; ámedida que elles tornão-se gradualmente mais curtos e descripçãoda Sarracenia varioláris, declara II IJIlfÊ m X^^dmf 'IIIli ví JI CJ ¦': - •¦ ¦ .¦-¦¦¦•:.¦: 92 REVISTA DE HORTICULTURA finos; nos limites, ou um pouco abaixo da superfície coberta pelo engodo, elles deixão de ser percebidos pelo olho nú, e pelo tacto mais delicado. É ahi que a mosca cessa de encontrar um ponto de apoio sufficiente, e cahe, » O Dr. Mellichamp, que habita presentemente o districto onde o Dr. M. Bride fez as suas observações, accrescentou muitas particularidades ao que já sabíamos. Primeiramente estudou o liquido que é secretado na extremidade do tubo; certificou-se de que era na realidade secretado, e o descreve como sendo mucilaginoso, mas deixando na língua uma adstringencia particular. Comparou a acção desse liquido com a da água distillada, sobre pedaços de carne fresca, e vio que no fim de quinze lioras o liquido tinha produzido uma grande mudança, e também desenvolvido muito cheiro. Como as folhas, quando cheias de insectos, produzem mâo cheiro, elle concluioquehavia,nãouma verdadeira digestão mas uma decomposição accelerada. Ainda que .não attribuisse ao liquido secretado pelas amphoras poder algum digestivo, reconheceu que tinha sobre os insectos uma acção anesthesica muito notável. Notou[que «umamosca quando cahe na água tem muita facilidade em escapar-se, pois ò liquido parece fugir das azas,» mas nunca escapa da secreçâo das Sarracenias. Meio minuto depois de ter cabido na secreçâo, a mosca fica apparentementc morta, pois que, se retirada logo, ella torna gradualmente á vida em menos de uma hora. Segundo o Dr. Mellichamp, o engodo assucarado, descoberto pelo Dr. M. Bride, na abertura das amphoras, não existe nem nas amphoras muito novas, nem nas velhas do anno anterior. Achou porém que ella existe commummcnte desde o mez de Maio, e, o que é ainda mais admirável, encontrou um sulco de mel que ia desde o chão até á abertura da amphora, pela face mais larga da folha, encaminhando assim os insectos para a sua des_ truição. Dessas narrações se collige fácilmente que existem nas Serraccnias dous typos de amphoras muito diversos, e do exame das plantas parece mesmo existir três typos. Podem ser classificados: primeiramente em amphoras abertas e com as tampas levantadas, recebendo por conseqüência, com mais ou menos facilidade, a água da chuva; depois em amphoras com a abertura coberta pelas : Z ' ¦ .'.' ¦ . Maio de 1876. tampas, e nas quaes a água da chuva só com muita dificuldade poderá, por acaso, penetrar. Ao primeiro typo pertence abem conhecida Sarracenia purpurea, com as amphoras inclinadas, e com a tampa disposta de modo a dirigir ao interior da folha toda a água que lhe cahe em cima; também as S.flava, rubra e Drwnmonãi: todas com as amphoras erectas e as tampas verticaes; nestas três a tampa está no começo collocada horizontalmente sobre a abertura, tornando-se mais tarde quasi vertical, com os bordos levantados por tal modo que toda a água que cahe sobre ella é dirigida ao exterior da amphora, de modo a impedir que esta se encha de agu a. Ao segundo typo pertence a S. psittacin^ e a S. variolaris. Os tecidos das superfícies internas das amphoras são extremamente bellos. Em uma espécie apenas, a S. purpurea, forão elles estudados por Augusto Vogl; mas todas as outras espécies que tenho examinado differein muito daquella. Começando da parte superior da amphora, existem quatro superficies caracterisadas por tecidos diferentes> que denominarei e definirei assim: 1.° Uma superfície attracüva, occupando á face interna da tampa, coberta por uma epiderme, por stomatas, e (juntamente com a abertura da amphora), por glândulas diminutas que secretão um liquido assu carado; além disso é, muitas vezes, dotada dc cores mais vivas do que as outras partes da amphora, afim de attrahir os insectos para o lado do mel. 2o. Uma superfície conductora, queé opaca, c formada de cellulas vitrosas (glassy), em fôrma de espinhos conicos, curtos, voltados para baixo. Esses espinhos, superpostos como telhas em uma telhado, formão uma superficie, pela qual um insecto desce perfeitamente, mas que lhes impede completamente a subida. 3.° Uma superfície glandular (visivel na S. purpurea) que occupa uma parte considcravcl logo por baixo da superfície conductora. É formada por uma camada de epiderme com cellulas sinuosas, c está cheia de glândulas; e, por ser muito lisa e poliida, nao offerece nenhum caminho aos insectos. 4.° Uma superfície detento?^, que occupa a parte inferior da amphora, e em alguns casos quasi toda a sua extensão. Não possue m. '.. "'tt..¦' : ¦ ' ' :. .: ..;.¦.. aio de 1876. REVISTA DE HORTICULTURA cuticulo algum, e é guarnecida de pellos inflexos, rigidos, vitreos, em forma de aguUias, e esfriados, convergentes para o eixo da cavidade que vai se estreitando por fôrma tal que um insecto, que esteja sobre elles, fica effectivamente detido, e a luta não tem outro resultado senão fazel-o descer ainda, e com, mais pressa para o fundo da amphora. E cousa muito curiosa que nenhuma secreção assucarada tenha sido notada até agora na S. purpurea, cujas amphoras são abertas, e formadas de modo a receber e deter o máximo de agua da chuva, nem mesmo secreção alguma de qualquer outra espécie '> além disso, a S. purpurea é a única espécie na qual (como ficou dito acima) não encontrei uma superfície glanclular, e na qual não existem glândulas na superfície detentora. A reunião dessas circumstancias faz crer na possibilidade da não existência de secreção nessa planta, ou então que a secreção só tenha lugar depois de estar a amphora Cheia de agua da chuva. Na S. fiava (fig. 18), cujas amphoras são abertas, eque não possue superfície glancluj0§ lar, encontrei glanduIas na porção superior da superfície detentora* entre os pellos, mas não as encontrei nem na porção mediana, nem na inferior. Está provado que a S. fiava secreta líquidos, porém ignora-se em que condições. Não os encontrei nos poucos especirhens cultivados que examinei, quer em completo desenvolviFig. *8.—Folha tio mento, quer só a meio S. fiava. desenvolvidos, com a tampa ainda por cima da abertura, senão só os que podião ter sido introduzidos por accidente. Encontrei o mel, como descrevem os observadores americanos, e as glândulas, que o secretão, nos lados das azas das amphoras, como forão vistas por Vogl na S. purpurea. Quanto ás amphoras tapadas só examinei as ,.* oa da S. variolaris, cujos tecidos se assemelhãó muito aos da S. (lava. Que secretão um liquido nocivo aos insectos, não ha duvida, ainda que eu o não encontrasse nos specimens que examinei. Ha muito ainda que aprender sobre as Sarracenias, e tenho a esperança de que os botanicos americanos se applicaráõ a esse trabalho. Não é provável que taes amphoras, tão diferentemente construídas, como as da S. fiava, purpurea e variolaris, e mostrando tã° grandes differenças em seus tecidos, obrem da mesma maneira. O facto de insectos serem normalmente decompostos no liquido de todas ellas, deve fazer crer que todas tirem alimentos dos productos da decomposição, mas ignoramos ainda completamente se as glandülas do interior das amphoras são secretoras ou absorventes, ou ambas as cousas; se secretoras, se secretão agua ou um dissolvente, ese absorventes se absorvem a matéria animal ou os productos da decomposição. É muito favorável que as funcções digestivas da planta sejão de curta duração, como acontece com a secreção saccharina, que só apparece durante um curto periodo da vida da amphora. E mais facilmente devemos crer isso ao notarmos que as folhas da Dionoea cessão, depois de certo tempo, de serem aptas para a absorpção, e tornão-se menos sensíveis. É certo que os insectos que se vão accumulando nas folhas das Sarracenias excedem ás necessidades da digestão. Elles se decompõem,e outros insectos, mais prudentes para se deixarem prender, deitão seus ovos pela abertura das amphoras, e se aproveitão assim da accumulação de alimentos. As amphoras velhas são por isso encontradas cheias de larvas e de chrysalidas, prova bastante do exhaurimento das propriedades primitivas do liquido secretadoBarton conta que vários pássaros insecti. voros rachão as amphoras com o bico para comerem o seu conteúdo. É provavelmente esta a origem da opinião de Linnêo, de serem as amphoras reservatórios de agua para os pássaros. . Finalmente, morrem as amphoras, e uma parte de seu conteúdo, qualquer que seja a proporção, deve supprir algum alimento á planta e fertilisar a terra em que crescem. 04 REVISTA DE HORTICULTURA Maio de 1876. novas, como nas plantas adultas,se asseme. lhao muito ás das Sarracenias variolaris e fiava. Examinando um especimen de Darlingtonia em flor, fiquei sorprendido com anotavel analogia que existe entre a disposição e colorido das folhas, e o das flores. Aspetalassãodamesmacôrque o appendice da tampa, e entre cada duas pétalas existe um buraco (formado por um entalhe nas maraos gens oppostas das mesmas) conduzindo a estames e ao stigma. Voltando á amphora, é relação entre o appendice e a abertura muito semelhante. Quando sabemos que as pétalas coloridas são órgãos essencialmente attractivos,cujo colorido tem por fim attrahir os insectos sobre o pollen e o nectar, para fertilisarem aflôr,passando pela Darlingtonia atravez dos buracos de que fallei, não podee mos duvidar que o objectivo do appendice, os do seu assucar, seja também attrahir diíferente. Fig 19 -Folbaila Warling- treitOS tubos em insectos, mas com destino muito tonia ealir».uiea. f&]^ && esta maravilhosa planta ^ Concebe-se pois que suas flores com um insectos os extremias com attrahe para retorcidos, um beta, pouco em quanto elles a fertilisãos dades abertas e muito obliquas, o operculo fim,e os alimenta depois alguns desses bemfeitore, e escarlate, capuz um de que fôrma a com dorsal amphoras com o fim de ás attrahidos a tapa são não arqueado, estreito, comprido, a planta. abertura. O ligeiro retorcimento do tubo alimentarem simples conjecturas, aos das diversos voltando em dirijão Mas, se aberturas as faz que deixar a Darlingsentidos; apenas agarrão pequenos insectos. dados scientificos,não posso um facto de sua historia Antes de chegar ao estado adulto a planta tonia sem contar-vos sub-erectas que me parece muito curioso, e vem a ser que maiores, muito amphoras produz das amphoras estreitas, tubulares, transição a transoperculo o com também, retorcidas as amphoras largas e tampaformado em um capuz, largo, inchado, co- e abertas para em todas os especimens que examinei, é das, muito entrada uma completamente brindo encontrei uma repentina.Não completamente Um pequena para a cavidade da amphora. intermediário. Isto, estado em amphora só órgão singular, molle, alaranjado, bilobado, si é de muita importância, tira por já deque bem tampa, da pende da extremidade do facto de serem de alguma fronte da entrada, e está sempre molhado, novo intere.vse amphoras primitivas os representanas sorte assuliquido um na superfície inferior, por amphoras abertas,e das tampas levandas tes informado fui dias carado, como ha poucos de certas Sarracenias, e as amphoras tadas Gray. Asa Prof. do por carta da planta adulta os representantes das Sarrade cheias grandes Essas amphoras estão de amphoras tampadas, e operculos cenias insectos, que ahi se decompõem e transforEm uma espécie de habito diverso, globosos. mão-se em uma massa pútrida. Ignoro se a reunião de caracteres específicos não pôde no seu paiz natal encontra-se água no inte- ser considerada como um facto maravilhos0 rior dessas araphoras,mas eu próprio enconmorphologistas que aceitão a doutrina pelos trei uma secreção ligeiramente acida,em amda evolução. bas as fôrmas de amphoras, em quanto flepentlies.— O gênero Nepenthes é formado novas. trepadeiras, semiAchei também que os tecidos das superfícies por mais de trinta espécies, do interiores das amphoras, tanto nas plantas arbustreas, naturaes dos lugares quentes Darlingtonia. - (fig. 19) Não posso deixar as Sarracenias sem faliar do seu próximo alliado, a Darlingtonia, planta ainda mais admiravel, cujo habito é muito diverso do das Sarracenias, pois só é encontrada na Serra Nevada da Califórnia, muito ao occidente das' localidades que estas habitão. A Darlingtonia possue amphoras de duas sortes; a primeira pertencendo ao estado novo da planta, consiste de es- F S Maio de 1876 REVISTA DE HORTICULTURA 95 archipelagoasiatico,desdeBorneu até Ceylão, sendo gradual a transição de uma para oucom algumas espécies na Nova-Caledonia, na tra. Nas plantas novas as amphoras são mais Austrália tropical, e nas Ilhas Seychelles, na Costa d'África. Suas amphoras são pro- curtas, e mais dilatadas, tem no lado exteduzidas com abundância, sobre tudo na pri- rior duas azas largas, longitudinaes e franmeira idade das plantas. Apresentão modiíl- jadas, que provavelmente servem para guiar cações muito grandes na fôrma o nu structura os insectos ao interior; o operculo é menor externa, e varião muito em tamanho, desde e mais levantado, e toda a superfície intepouco mais de uma pollegada, até um pé de rior está coberta de grandulas secretoras. comprimento ; uma espécie das montanhas de Sendo formadas perto da raiz da planta, estas Borneu, que eu possuo, tem amphoras de pé amphoras jazem muitas vezes sobre a terra, e estão ás vezes, e meio de coraprinas espécies que mento, incluindo não produzem foo operculo, e seu lhas perto das bojo é assaz granraizes, suspensas depara afogar um de peciolos que pequeno mammichega"o a ter uma fero ou um passajarda de compriro. A structura. da mento, e que as amphora dos Neapproximão do penthes é menos chão. No estado complicada q u e adulto da pi anta, nas Sarracenias , as amphoras cosainda que alguns tu mão ser muito de seus tecidos mais compridas, sejão ainda mais mais . estreitas, especialisados. A menos dilatadas, própria amphora em forma de é , como não trombei a, ou acontece nas Sarmesmo conicas; \ <l TO iK^ racenias , u m a as azas são tamfolha transformaem mais estreida, ou um limbo tas, menos franmodificado como Wig. 20. — _Vei».cntIie-_ yliyllami.-iors.. jadas, ou quasi na Dionea, mas ausentes. O oporappcndice u rn desenvolvido na extremidade da folha, e cülò é maior, jaz obliquamente por cima a porção inferior corresponde a uma glândula secretora, quo da abertura, e somente de glândulas secre,ás vezes termina a nervura mediana das da amphora está coberta um tecido pafolhas, em certas plantas. As amphoras sao toras, tendo a porção superior das Sarramunidas de uma sorte de pcciolo, algumas recido com o tecido conduclor vezes muito comprido, que , nas amphoras cenias,mas anatomicamentemuitodiíferente. nessas duas formas formadas nas folhas elevadas da planta, A diferença de structura em relação á sua pude (antes do completo desenvolvimento de amphoras, considerada a intelligencia a conda amphora) enrolar-se, como se fora uma posição na planta, força a seu cluir que uma é apropriada para caçar no objectos dos ao redor (fig.20) gavinha caça á alada. Em ambos outra a e a chão, a modo deste ajudando planta alcance, os casos a abertura da amphora está guarnetrepar, ás vezes, a uma grande altura. rebordo enrugado, que um cida grosso por de são amphoras Em muitas espécies, as fins: reforça a abertura e a três serve para estado ao duas fôrmas, uma correspondendo secreta mel (pelo menos cm novo da planta, e outra a seu estado adulto, conserva aberta, Iw l\l Im 96 REVISTA DE HORTICULTURA todas as espécies cultivadas que eu examinei, pois não sei que algum outro observador tenha notado a secreção do mel pelos Nepenthes), é em varias espécies desenvolve-se em um tubo em fôrma de funil que desce ao interior da amphora, e impede a sabida dos insectos, ou então fôrma uma fileira de pontas curvas, Maio de 1876. que em algumas espécies sao bastante fortes para reterem um pequeno pássaro, se esto em procura do água ou de insectos, introduziro corpo na amphora além de certo limite. No interior das amphoras dos Nepenthes existem tres superfícies principaes ; uma attractiva, outra conductora, e a ultima secre- Fig. 81.—Nepenthes iiitcrmcdía tora-, a superfície detentora das Sarracenías é representada pelo liquido secretado, sempie presente em todos os estados de crescimento da amphora. As superfícies aUraclivas dos Nepenthes são duas: a borda dá amphora ea face inferior do operculo, que em quasi todas as espécies ó provida de glândulas secretoras de mel, ás vczgs muito abundantes. Essas glândulas são formadas de massas esphericasde cellulas, cada uma embutida em uma pequena cavidade no tecido do operculo, e cercada por um annel de um tecido celluloso, de aspecto vitreo. Do mesmo modo quenasSarraceniac, tanto o operculo como a abertura da amphora são de um colorido mais vivo, com o fim Maio de 187.(5.. REVISTA DE HORTICULTURA de attrahir os insectos para o mel. Um facto muito singular se apresenta no Nepenthes ampullaria, cujo operculo, voltado horizontalmente para traz, é o único que eu sei carecer de glândulas secretoras de mel. A presença de mel em um operculo situado dessa fôrma, longe de attrahir os insectos para o interior da amphora, os faria permanecer no seu exterior. Desde a bocca da amphora até um pouco abaixo existe uma superfície glauca e opaca, muito parecida, tanto.no aspecto como na cor, com a superfície condmíora das Sàrracenias, não oferecendo, como estas, caminho algum aos insectos, mas de facto muito ditYerente; essa superfície é formada de uma rede fina de cellulas, cobertas por um cuticulode apparencia vitrea, e cheia de diminutas excrescencias transversaes e reniformes. O resto da amphora é inteiramente occupado pela superfície sccrelora, que consiste em um plano cellular cheio de um numero infinito de glândulas esphericas. Estas glandulas assemelhão-se perfeitamente ás glandulas secretoras de mel que existem no operculo,e estão contidas em cavidades da mesma natureza, mas semicirculares e com a abertura voltada para baixo, de modo que todo o liquido secretado cahe no fundo da amphora. No1 Nepenthes Rafjlesiana 3000 destas glanduIas se encontrão em cadapolle^ada quadrada da face interior da amphora, epara mais de 100,000 em uma amphora de tamanho ordinario. Certifiquei-me de que, como era de esperar, o liquido contido no interior da amphora é secretado antes que esta se abra, e que o mesmo é sempre ácido. O liquido, sempre presente, occupa uma porção da superfície glandular comparativamente pequena, e junta-se antes que o operculo se levante. Se uma amphora perfeitamente criada, e na qual matéria animal alguma tenha ainda sido introduzida, fôresvasiada,o liquido é de novo secretado, mas em menor quantidade,e sua secreção continúàpor alguns dias, mesmo se a amphora fôr separada da planta. Não notei augmento algum de secreção ao collocar no liquido substancias inorganieas, mas por duas vezes, depois de ter collocado nelle matérias animaes, observei que a secreção augmentava considerávelmente, 97 Para verificar o poder digestivo dos Nepenthes,segui exactamente o processo do Sr.Darwin com asDionceas e as Droseras, usando de clara de ovo, carne crua, fibrina e cartilagens. Em todos os casos a acção foi evidente, e em aiguris sorprendente» Depois de vinte e quatro horas deimmersão,os cantos dos cubos de clara de ovo estavão completamente comidos,eassu~ perficies gelatinisadas. Fragmentos de carne forão reduzidos rapidamente, e os pedaços de fibrina, pesando muitos grãos, forão dissolvidos e desapparecerão completamente em dous ou três dias. Com as cartilagens a acção é ainda mais notável, pedaços pesando de oito a dez grãos ficarão meio gelatinisados dentro de vinte e quatro horas, o em três dias a massa tinha diminuído muito, e estava reduzida a uma geléa perfeitamente transparente. Depois de ter feito seccar ao ar livre durante uma semana um pedaço de cartilagem, col" loquei-a em uma amphora ainda fechada, mas completamente formada de N. líaíílesiana, que obrou sobre ella do mesmo modo e apenas mais vagarosamente. Parece-me muito provável que esta acção comparável á digestão, não seja devida somente ao liquido primitivamente secretado pelas glândulas, pois que tirando o liquido das amphoras e collocando-o em tubos de vidro, notei que sua acção sobre as mesmas substancias era muito menor, e, depois de seis ! dias, nenhuma acção foi notada sobre cartilagem e fibrina immersas nas amphoras de um IS. Ampullaria, collocado cm um quarto frio, mas retirando a cartilagem da amphora deste Nepenthes e collocando-a em uma amphora de N. Rafjlesiana que estava na estufa quente, foi a cartilagem atacada immediatamente. Comparando fibrina, carne e cartilagem collocados em tubos cheios com o liquido dos Nepenthes, com as mesmas substancias collocadas em tubos cheios de água distillada, observei que a desintegração era três vezes mais rápida na secreção; mas essa desintegração era muito differente daquella effectuada sobre as mesmas substancias introduzidas nas próprias amphoras. No caso de pequenos pedaços de carne tudo parece pesando dc meio até dous grãos, ser absorvido; mas com oito ou dez grãos dc cartilagem não acontece o mesmo—uma certa reduzido quantidade desapparece, o resto fica a uma geléa transparente, e por fim apodrece, 98 REVISTA DE HOBTICUIOTBA Maio de 1876. Os caracte. mas somente depois de muitos dias. A acção na sua presença e propriedades. das paredes sobre os insectos parece ser differente, pois res dos tecidos cellulares interiores da amphora me fazem crer^ que de um immersão dias da muitos de depois que elles têm pouca participação quer na digesura achei de cartilagem., grande que pedaço assimilação, que são, bem como insecto, que procurando alcançar a carti- tão quer na do liquido ácido, funcções das secreção a como lagem, cahira no liquido, e se afogara glândulas. prêmio de sua temeridade, tinha apodrecido Tenho descripto os mais notáveis exemplos o insecto, a Retirando dia. logo ao segundo inverter a ordem nade parecem que plantas dias cartilagem permaneceu ainda por Tnuitos e tirar seu alimento,—em parte ao tural, sem cheiro. Neste caso o liquido antiseptico menos,—do reino animal, cuja alimentação tinha sem duvida penetrado os tecidos da muitas vezes se diz ser o objetivo do reino não suficiente cartilagem, mas quantidade vegetal. tinha podido penetrar os tecidos mais comPodia accrescentar alguns casos aquelles apodreceu. isso insecto, do que por pactos de que já tratei. Provavelmente existirado As cartilagens collocadas no liquido tem outros vegetaes ainda desconhecidas amphoras apodrecem, mas não tão depressa dos á sciencia, ou cujos costumes ainda como quando collocadas em agua distillada. não forão estudados. Delpino, por exemplo, Das observações acima, parece provável lembrou uma planta, que eu fui o prique que uma substancia com as mesmas proprie- meiro a descrever na parte botânica da Viadade dapepsinasejaproduzidapelas paredes gem Antarctica, a Callha dioncefolia, pareinferiores da amphora, sobretudo na presença ce-se tanto na structura de suas folhas com das matérias animaes immersas no liquido a DioiKea, que é diíficil resistir á convicção ácido; se porém esse agente activo é forne- de captura que também seja apropriada á cido pelas glândulas, ou pelo tecido cellular, de pequenos insectos. em que estas estão embutidas, é o que não O problema porém que se apresenta, exipude descobrir. gindo imperiosamente nossa attenção, é o Não tenho alludido á acção produzida sobre seguinte : Como é que estas singulares aberas cellulas das glândulas pelas matérias mi- rações do mido tão uniforme de nutrição neraes que, como foi-observado na Drosera das plantas apparece em partes do reino venão são pelo Sr. Darwin, produzem notáveis mu- getal tão distantes entre si ? Por que danças sobre o seu protoplasma, acabando por ellas mais freqüentes, ou como poderáõ nassua descoloração. Não somente o protoplasma cer, ou ser adquiridos, semelhantes costumes'? aggrega-se nas cellulas, como também as Considerando, como faremos por alguns moda nutrição ordinária próprias paredes das cellulas descolorão-se, mentos, a natureza e ainda a superfície glandular da amphora, das plantas, não se diminue immediatamente A vegetação, como se vê que ao principio era de um verde uniforme, a perplexidade. côr cobre-se de innumeraveis pontos pardos (que em toda a parte, distingue-se por sua são as glândulas descoloridas).Depois que a verde, que sabemos ser devida a uma subfuncção das glândulas se exhaure, o liquido stancia fparticular chamada chlorophylla, se evapora, e a amphora murcha vagarosa- substancia que tem a propriedade singular mente. de attrahir o gaz ácido carbônico, que a Sou obrigado a deixar estas interessantes atmosphera contém em diminuta quantidainvestigações. Que os Nepenthes possuem de, de decompol-o em parte, de modo a tornar um processo verdadeiramente digestivo, livre uma porção do seu oxigeneo, e de comcomo já foi provado para as Droseras, a Dio- binal-o com os elementos da agua, para fornea, e a.Pinquiculas, não ha duvida. A mar substancias taes comoafecula, a celluacção porém passa-se em um liquido, que lose, e o assucar, com as quaes são formados nos impede de levar mais longe a observa- os tecidos das plantas. Mas além disso as raizes tirão da terra ção directa. Não o podemos attestar isolando o liquido digestivo, mas pelo modo de certos materiaes. O azoto fôrma quasi comportar-se da matéria animal immersa no quatro quintas partes do ar que respiramos, liquido das amphoras somos obrigados a crer mas as plantas não se podem apoderar da Maio de 1876. REVISTA DE HORTICULTURA mínima porção delle em quanto livre. Ellas tirao. da terra azotatos e saes de ammonia em quantidades diminutas, ecom elles, juntamente com a fecula, ou outros materiaes análogos, ellas preparao os compostos albuminoides, ou proteicos, necessários para a alimentação e crescimento do protoplasma. Á primeira vista cousa alguma pôde ser tao differente disto como uma Dionoea ou um Nepenthes capturando insectos, deitando sobre elles um liquido digestivo, e absorvendo as matérias albuminoides do animal, em uma fôrma provavelmente já apropriada á sua nutrição. Existe porém neste facto alguma cousa que não deixa de ter analogia com o que acontece nas plantas mais regularmente constituídas. A semente do mamono contém, além do embrião, uma massa de tecido cellular, ou endosperma, cheia de substancias muito nutritivas. A plantulajaz no meio dessa massa, em contacto com ella, e quando o calor e ahumidadeda germinação causao mudanças, que produzem a liquefacçao do conteúdo do endosperma, e quando o embrião os absorve, elle cresce á custa delles, e, por fim, tendo já tirado quanto possível do endosperma exbaurido, elle desenvolve debaixo da influencia da luz a chlrophylla nos seus cotyledons, e vive desde então de seus próprios recursos. Um grande numero de plantas encontra pois no começo de sua vida sua alimentação já preparada e é apenas isso o que as plantas carnívoras fazem ainda mais tarde no decorrer da sua. Que isto nao é apenas uma maneira de explicar pela imaginação a relação entre o embrião e o endosperma, foi provado pelas engenhosas experiências de Van Tieghem, que conseguio substituir ao verdadeiro um endosperma artificial, formado de convenien. tes matérias nutritivas. Exceptuandoo facto do embrião receber o «eu alimento em um estado que dispensa o acto da digestão—verdadeira concessão feita ao seu estado infantil—a analogia entre o que se dá com elle e o que acontece com a* plantas adultas, que se aliraentao de substancias animaes, parece ser completa. Começamos também agora a tor conhecimento do facto de grande numero de plantas phanerogamas completarem sua vida sem executarem a menor porção do trabalho 99 reservado ás plantas verdes. Taes plantas forão chamadas Saprophytas.— A Monotropa, a curiosa oiv-hidea ninho de pássaro (Neottia nidus avis), o Epipogium e a Corallorhiza sao exemplos de plantas inglezas que se alimentão absorvendo a substancia meio decomposta de outras plantas, nos lugares sombrios ou humidos onde habitão. Ellas reconstituem os productos da decomposição orgânica e edificao com elles novos organismos.È todavia digno de nota que os tecidos da Neottia ainda contêm chrorophylla em um estado nascente, mas inútil, e que a côr verde caracteristica se revela se uma dessas plantas é mettida n'agua fervendo. O Epipogium e a Corallorhiza perderão os orgaos próprios daabsorpção: são destituídos de raizes, e recebem o alimento pela superficie de seus caules subterrâneos. A differença absoluta entre as plantas que absorvem os productos da decomposição de outras plantas, o com elles se alimentão, o aquellas que fazem dos animaes um uso semelhante, não é muito grande. Podemos suppôr que algumas plantas permittão accidental mente a accumulação de insectos cm algumas partes do seu organismo, e que o costume se desenvolva por ter-se mostrado de utilidade. Já ha muito tempo que foi lembrada a possilidade de ser o receptaculo formado pelas folhasàdo Dipsacus; um órgão desse gênero em começo, e ainda que até hojo nenhum costume carnívoro tenha sido reconhecido nesta planta, a sugestão não deixa de ser possível. Linneo, e mais"modernamente Baillon, mostrarão como uma amphora deSarracenia podia ser encarada como a modificação de uma folha semelhante á das Nympheas. Podemos imaginar uma dessas folhas tornando-se a principio oca, e permittindo que destroços de diversas espécies se accumulassem nella, estes se decomporião, e uma solução seria produzida, da qual alguns dos constituintes se introduzirião pelos tecidos subjacentes. Isto seria de facto um caso de absorpção, e pod mos suppôr que nos primeiros exemplos —como talvez ainda hoje na Sarracenia purpurea—& matéria absorvida fosse somente os productos salinos da decomposição dotados de propriedades nutritivas, taes como os saes ammoniacaes. O acto da digestão, isto é, o processo pelo qual o alimento solúvel é REVISTA DE HORTICULTURA 100 Maio de 1876. exudados devem, e casos, dos quando maioria de estado um a decomposição, sem reduzido, uma espécie de certeza, com produzir dusem quasi absorpção—foi á solução apropriado solução das substancias com que estiverem vida adquirido mais tarde. as secreções ácidas das Assim contacto. em líquidos de pelas Além disso a secreção Sachs corroerem o vistas forão por raizes muitas Em raro. plantas não é umphenomeno com que se punhão em mármore na polido, situada Aroideas uma pequena glândula, assim a absorpção da facilitarem e contacto, extremidade das folhas, ;secreta um liquido, matéria mineral. ás vezes em quantidades consideráveis, e a Comtudo a solução das substancias albumiamphora do Nepenthes é apenas, como já mostrei, uma glândula dessa espécie enorme- noidesrequer/alémdeum ácido apropriado, mente desenvolvida. Não poderião por ventura a presença de outras substancias albuminoias maravilhosas amphoras dos Nepentes e os des análogas á pepsina. Taes substancias são seus costumes carnívoros, terem-se ambos todavia freqüentes nas plantas. Além da bem originado, por selecção natural, de uma transforma a fecula diastase, conhecida que dessas glândulas secretoras de mel, que ainda outros exemplos da existem assucar, em vemos se desenvolverem perto da porção da synaptase determina a formação doacido que da amphora que representa a extremidade da emulsina, e do myrosino hydrocyanico ficassem insectos folha? Podemos suppôr que semelhantemente produz a formação do dessas de uma que viscosa na secreção prezos oleo de mostarda. Não devemos pois admiraratacados e fossem morressem, ahi glândulas, nos se fluidos secretados por uma planta em e nesta abunda ácida secreção que pela os ingredientes necessários outras plantas. A subsequente diferenciação mostrarem possuir digestão das matérias animaes insodos órgãossecretoresda amphora, em aquosos, para a saccarinos e ácidos, devia seguir pari passu luveis. Estas observações devem, espero, mostrara evolução da própria amphora, de conformidade com as mysteriosas leis de que resultão vos que, não obstante o processo da nutrição a correlação dos órgãos e das funcções em das plantas ser em geral differente do toda a natureza, e que em minha opinião é processo da nutrição dos animaes, e só se mais admirável e mais interessante, do que dirigir a compostos muito simples, o protoa evolução e a origem das espécies. plasma das plantas não está absolutamente Delpino lembra que o spatho das Alocasias impossibilitado de utilisar-se de alimentos secreta um liquido ácido que destroe as ignaes áquelles de que se nutre o protolesmas que o visitão, e que elle pensa servirem plasma dos animaes; ponto de vista este á fertilisação. Aqui qualquer processo de nu- onde os phenomenos das plantas carnívoras trição pôde apenas ser secundário. Mas os devem encontrar o seu lugar, como mais um líquidos das plantas são ácidos na grande élo dacadêa de continuidade na natureza. ABRIGO AS PLANTAS II. Temos procurado provar que a horticultura nacional não pôde prescindir dos abrigo?, e mui especialmente das vitrinas e estufas, cuja introducção acarretará necessariamente uma transformação na disposição dos nossos jardins e profunda modificação na pratica entre nós seguida de tão útil quão importante ramo dos conhecimentos humanos? ainda assàs atrazados e descurados no nos.,o paiz. Tratando do extenso território do Brasil notámos a existência de dous climas muito distinctos, cada um possuindo a sua flora especial; o equatorial e o tropical. Maio de 1876 REVISTA DE. HORTICULTURA Ainda ahi os vegetaes se achão repartidos em zonas determinadas pela humidade, natureza do solo e por outras causas cosmographicas e meteorológicas. Si a natureza assignalou para cada vegetal um lugar próprio, e nelle dispoz todos os elementos necessários à sua existência, é obvio que elle não poderá passar para um outro diferente sem que soffra em sua organização intima, tanto mais, quanto menos encontre aquelles elementos; a sua expainação, por conseguinte, demanda certos cuidados que tenhão por principal objecto proporcionar-lhe clima o solo os mais approximados possíveis daquelle em que estava habituado a viver. Quanto ao solo, o problema é fácil de resolver mais ou menos satisfatoriamente á vista dos progressos que a chimica horticoia tem feito modernadamente. A questão porém do ambiente, que reuna Certas condições meteorológicas e atmosphericas, é mais complicada'; comtudo se é de todo o ponto impossível imitar a natureza, já muitcise consegue preparando artificialmente, por meio dos abrigos, uma atmosphera, onde os vegetaes encontrão, se não todos, os principaes elementos favoráveis ás evoluções da sua existência. É baseado nas considerações que ficão expendidas que se tem tornado improficuas todas as tentativas para a acclimação das plantas, e que cahem por terra as theorias a favor de semelhante possibilidade. Para acclimar uma planta será necessário modificar profundamente a sua organização, afim de que ella possa prosperar em condicões climatologicas diferentes das do seu paiz natal. Se não nos é dado pois modificar a estructura das plantas, podemos para as exigências da horticultura, favorecer a sua vegetação pelos meios que temos indicado. Occorre uma outra circumstancia de muito valor ao assumpto de que nos occupamos. Os seres viventes uma vez domesticados ou civilisados perdem para sempre os habitos do seu estado selvagem, ao qual não podem voltar sem grave sofrimento e alteração na sua constituição, adquirem pela propagação da espécie hábitos diferentes dos de sua vida selvagem. No reino vegetal manifesta-se o mesmo atl 101 phenomeno: as plantas cultivadas e aperfeicoadas pelos cuidados do homem, uma vez entregues ás leis da natureza, degenerão o não dão bons fructos. Firme nestes princípios e na utilidade de abrigar as plantas das intempéries atmosphericas, vamos occupar-nos das regras e preceitos que devem presidir ao estabelecimento dos abrigos, de harmonia com o nosso clima. Alguns autores fazem distineção entre abrigos e estufas, porém quando tratão dellas cahem no circulo vicioso, definindo-as como abrigo. Entendemos que em these uma estufa ó um verdadeiro abrigo, motivo pelo qual no correr destes artigos a temos considerado sob aquella classificação. Em horticultura dá-se o nome de abrigo a tudo quanto serve para conservar as plantas, preservando-as do sol, do frio, das chuvas, dos ventos, etc.; por isso são elles muito variados. O abrigo pôde ser applicado a plantas isoladas, ou commum a collecções de vegetações reunidos em um lugar—temporário ou permanente—natural ou artificial. Trataremos somente dos mais importantes, e que requerem mais complicada direcção, como sejão as vitrinas e estufas. Chamamos vitrina a uma construcção coberta de vidro que tem por fim abrigar os vegetaes da accão directa dos raios solares e dos phenomenos meteorológicos, cujos effeitos lhes são nocivos, como as chuvas torrenciaes, os ventos fortes, a excessiva humidade, etc; assim não é indiferente a escolha do seu local. Sempre que as circumstancias o permittirem, esse abrigo deve ser situado isoladamente e construído com duas águas, de modo que fique sugeito á exposição E-0. Esta exposição é, segundo nos parece, a melhor, por isso que em todas as estações a victrina terá a luz solar actuando mais ou menos uniformemente em certas e determinadas horas do dia, mediante uma simples disposição, que consiste em contornai-a á distancia de seis a oito metros por ar voredo de mediana grandeza, que servirá ao mesmo tempo de anteparo aos ventos rijos e aos raios do sol no seu nascimento eoceaso. Além disto concorrerá também para conservar em torno da vitrina uma atmosphera suave e fresca, " ' 102 REVISTA DE HORTICULTURA aio de 1876 alvenaria em forma e diminuir areverberaçao da luz solar; deven- trucçao de madeira ou os vasos; a do do-se porém obstar, que as arvores possao de de degráos, onde se arrumao degrà' s algum modo embaraçar a circulação do ar centro, por igual construcçao onde os são dispostos de um lado e de outro: dous e o penetramentò da luz. O vento norte entre nós, pela sua impetuo- caminhos de 1 a l,m5entre essas construcções sidade, seccura e elevada temperatura exerce facilitaráõ o serviço. Deste modo, todos os vegetaes estarão a uma perniciosa influencia sobre os vegetaes e e mesmo sobre os animaes, inclusive o vista e poderáõ ser facilmente observados tratados. homem. No caso em que não haja sufiâciente larLugares ha onde em certas estações do anno elle se torna freqüente e de duração mais ou gura, dispensãoas construcções lateraes. Se porém a vitrina é destinada á cultura menos longa; por isso é conveniente que a será modiface que lhe fica exposta .seja fechada afim de de orchideas, a disposição interior e apropriada para receber estes inteficada mais aquelles maxime vegetaes, os preservar ressantes hospedes, dependendo o seu ardelicados, da accão nociva deste vento. e perspicácia do intelligencia, da ranjo gosto A cobertura de uma vitrina semelhante á dos horticultor. O centro porém deve ser occupado uma estabelecer necessário edifícios em que é onde se possão cultivar aitanque, um por indusventilação constante, como nas ofificinas e sobre cuja borda aquáticas, plantas gumas mais triaes, munida de ventiladores na parte collocaráõ as espécies de orchideas que elevada, é formada de caixilhos com vidra- se de estar perto d'agua. gestão de construidos ser altos mais os devendo cas, ' __ Também é estylo collocar-se no fundo uma modo que se possão suspender. com plantas de Esta disposição dos caixilhos, de fácil con- cascata artificial, adornada da familiadas aroideas, strucçao, tem por fim não só arejar a vitrina, folhagem ornamental e begoniaceas, etc. logo que a temperatura seja sensivelmente marantaceas vitrinas é feita por meio nas irrioacao A _. as o como também elevada, planpermrttir que a esse tas em occasião de chuvas finas sejão expôs- de seringas e bombas apropriadas e mais extasporalgumtempo á sua acção salutar, assim mister, ou então, o que é melhor artificicomoá vivificadora acção do orvalho da noite. pedito, por meio de uma chuva que um tempo. Para isso a cahir faz se almente ás necessária a sombra Para obter-se plantoda a extensão da vitrina e tas, sem prival-as comtudo da acção do sol, collocao-se em tubos de chumbo com as vitrinas sao cobertas por uma espécie de perto da cobertura communicando com um cortina, que se estende sobre os vidros; ordi- pequenos orifícios, de uma vainariamente serve para este mister um tecido re. ervatorio de água. Por meio movimento a água pelos convenientemente preparado eembebidoem vula põe-se em orifícios em forma uma solução de sulphato de cobre, que lhe faz tubos que se projecta pelos fina. adquirir uma côr esverdeada e maior dura- de chuva excesso da água deposita-se nos vidros O emprego. a esse aniagem a presta-se çao; a Ultimamente tem se introduzido na Europa, e pelo seu peso corre para os canos que e mesmo entre nós, umas esteiras formadas levao ao tanque ou a um determinado lugar. A água preferível para a irrigação é a de de delgados sarrafos de pinho pintados de verde, que permittem ser enrolados e desen- chuva, por ser de todas a mais pura e a mais elementos rolados facilmente; quer se empregue este rica de ar e de saes ammoniacaes, desta a de ou qualquer outro systema deve-se ter em favoráveisá vegetação; na falta rio é empregada com vantagem. vista o coamento da luz solar. As águas de poço só devem ser utilisadas As vitrinas podem abrigar vegetaes plantados no próprio solo, ou em vasos, caixas, na irrigação das plantas, quando nno haja de etc. Neste caso exigem uma disposição par- outra, devendo-se porém banir as que não de ticular, na qual se deve attender e facilitar o dissolverem o sabão, por ser isto indicio tratamento delles, e á economia de espaço. conterem em dissolução priucipios mineraes Quando offerecer em largura suficiente, será nocivos ás plantas. Estas águas antes de dividida longitudinalmente em três partes, serem empregadas é conveniente expô-las sendo as lateraes occupadas por uma cons- ao ar e agita-las por algum tempo, afim de Maio de 1876 REVISTA DE HORTICULTURA adquirirem o ar de que carecem para serem úteis, e perderem ao contacto deste e da luz parte das propriedades que as tornão imprestaveis para a rega. As plantas serão dispostas por grupos da mesma espécie, collocando-se na frente as que tiverem maior desenvolvimento, e na retaguarda as deporte mais elevado; é ainda conveniente que não estejão muito juntas para não se abafarem umas ás outras, e evitar o 103 estiolamento, e que de vez om quando se examine se as raízes" têm sabido pelo fundo do vaso, para serem trasplantadas com todo o- cuidado para outro de maior capacidade. EJsta operação se fará independente dessa circumstancia, em épocas que mais tarde indicaremos. 29 de Marco de 1876. A. V. RETRATOS DE PLANTAS NOVAS PUBLICADOS EM 1875. THE FLORAL junho n Phalaenopsis leucorrhoda.—Reich. fils. — Orchideas.—Muito semelhante á P. amabilis, da qual se distinguepor ter o callus amarello e as pétalas ligeiramente rosadas. Amaryllis Mendeli.—Amaryllidaceas.—Gram do quantidade de flores muito grandes, e do mais rico esmalte que se possa imaginar ; taes são as qualidades que recommendão esta nova variedade. íris ibérica.— Stev. — Iridaceás. — Bonitas como são todas as espécies do gênero íris, vulgarmente conhecido entre nós pelo nome de Lirio, nenhuma de certo será capaz de rivalisar com o esplendido e extraordinário íris Susiana, anãeser a espécie ultimamen. te descoberta no Caucaso, e conhecida pelo nome de íris ibérica, que si se approxima muito do Susiana, pela fôrma e pelas cores, lhe é todavia inferior no tamanho, inferioridade que é de alguma sorte compensada por não ser como elle delicado e de cultura difficil. (?) Vide pag. 80. MAGAZINE JULHO Rosa hybrida.— Duchessof Edinburgh.—Rosacea.— Duas são as rosas ultimamente publicadas com o nome de Duchess of Edinburgh,e convém não confundi-las. A primeira obtida, ou pelo menos propriedade da casa Veitch, de Londres, é uma rosa chá, do mais vivo carmim,côr muito rara nessa classe; a segunda, que é precisamente aquella cujo retrato ora publicao Floral Magazine, éuma rosa hybrida reflorescente obtida pelo Sr. H. Bennet de Manor Farm Nursery, e nascida da rosa Marguerite Si. Armand, fecundada flores pela Ume. Rothschüd, e que produz extraordinariamente grandes, e muito regulares, de uma bonita côr de rosa desmaiada, o cenque se vai tornando mais viva para tro, até tornar-se còr de cravo, e tão aromatica, que oRev. S. Reynold, escrevendo sobre ella, disse: «O aroma é admirável mesmo para uma rosa.» Blandfcrdia princeps.—liliacka.- Grande já é o numero de introducções de plantas novas feitas na Inglaterra pelo afamado horticultor W. Buli ; a Blandfordia princeps, da ¦•«• A 104 REVISTA DE Maio de 187 HORTICULTUÜS Nova Galles do Sul, <, mais um titulo que o Sr. Buli apresenta á estimados amadores ; verüuas grandes flore* tubulares, de um amamelho decinabre, com as extremidades uma i ellas, pendem em grande numero de haste central. — Cypripedram japonicum.—thumb. oechídeas des Serres Quando em .1874 a Flore colorida do C. Japopublicava uma estampa no nicum, copiada de uma pintura feita Japão, houve quem accusasse de fantasiador a ao artista japonez; bem depressa, graças uma grande introducção de plantas vivas Bulb Company, a pela New Plant and Inglaterra, e o Cypripeplanta floresceu e a dium japonicum mostrou-se muito superior á estampa da Flore des Serres. está sem duvida alguma destinada ao mais brilhante futuro. Pelargonium « Beauty of Oxton.»—geraniaceas. —Flores grandes e muito dobradas, da mais brilhante cor de castanha, com uma larga beira perfeitamente branca.... mas para uma varieque continuar a descripçfto de dade de plantas do maior mérito possível.... em outras terras $ — E Cattleya Trianoe Colemanü.— oeceICeas. esta talvez a mais bonita de todas as cattleyas. Flores enormes; pétalas e sepalas branco-rosadas,franjadas, labello côr de carmim, com a base amarella riscada de branco. — Folhas Abutilon Darwnii. — malvaceas. flores grandes, grandes, e tricuspidadas ; vermelhas, rajadas de vermelho-escuro, e muito abundantes: taes são as qualidades .me recommendão este novo abutilão. AGOSTO Polargonium.—geraniaceas.-—Pena é que ontre.nós sejão tão pouco estimadas, para não dizer tão desprezadas flores de tanto melito como os Pelargoniums ; se os nossos amadores tivessem oceasião de examinar os P, Mr$. Hart. lhe Shah, Countess ofDudley, e íkwhcss of Edinburgh, que o Floral Magazine oublica agora, talvez mudassem de opinião o de proceder; se fosse possível dizer a belleza de perfeição de suas fôrmas e a seu colorido, mm por isso tentaríamos descrever flores tão desprezadas. Rosa «Glazenwood Beauty» — uosaceas.— O Sr. L. Woodthorpe, horticultor, de Glazenwood Nurst ry, é provavelmente ainda o único pos<uidor desta extraordinária rosa, que parece ter vindo d.) Japão, e que elle chama« Glch zemcood Beautg » do nome de seu estabeleciíaei.to ; as flores são grandes, de um bonito f.m-irello,e comlargas listras de carmim vivo; se essa rosa fôr sempre como a que seivio ao Floral Magazine yvtm ser retratada, SETEMBRO Lcelia Jongheana.—orchideas.—Plantapequena, não excedendo de 20 a 26 centímetros, pétalas e sepalas, carmim brilhante,desmaiado nas extremidades; labello amarello, rajado de pardo e laranja, e beirado de carmim; descoberto no Brazil pelo mallogrado Libon. Potbosviolacea.—aroidea.—Mais uma aroidea, cuja única belleza, porém grande,^consiste nos brilhantes cachos de fructos côr de violeta. Pelargonium Konig Albert.— geraniaceas.-O desçopelargonium lateripes,é inteiramente nhecido entre nós.seu porte, suas folhas, suas flores são bastante differentes dos outros mereção pelargoniums para que talvez lhe alguma attenção de nossos amadores; as hastes flexíveis, os tornão nimiamente prosuspenprios para serem cultivados em vasos sos; asfolhasangulosas,carnudas,s"íodeum verde brilhante e parecem envernizadas. 0 P. Konig Albert é a primeira variedade de flores dobradas que apparece. Antlmrium Williamsü.— ahoidea.— O mesmo habito, o mesmo aspecto, a mesma frescura de cores que no Anthurium Sclierzerianum, tão estimado; o A. Willamsü apenas differe delle na cor do spato que é do branco mais alvo possível, e na do spadice que é côr de limão. Continua. A. y •!¦ y X. - A*.. 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