VALOR COMPARTILHADO - CLUSTERS O coordenador adjunto do Fórum de Inovação, Luiz Carlos Di Serio, complementou o tema trazendo uma visão sobre clusters: “os clusters compartilham recursos que beneficiam a todos: questões sociais, estratégicas e operacionais, levando em conta a necessidade real das pessoas para modificar o mercado. É uma evolução do capitalismo social. O Institute for Strategy and Competitiveness, da Harvard Business School, capitaneado por Michael Porter, por exemplo, é uma rede que reúne 120 universidades que pesquisam competitividade e clusters”. Os clusters ajudam a quebrar o paradigma da escala x volume porque fornecem recursos para expandir num mundo de crescimento limitado. “Atualmente, na área da saúde, por exemplo, vejo a necessidade de um modelo de negócios, com oportunidades para inovação. Existe uma falta de conectividade entre os elos da cadeia: hospitais, planos de saúde, médicos e pacientes. É preciso entender a dimensão do valor compartilhado, adequar o produto ao mercado, buscar produtividade em toda a cadeia e engajar as pessoas, não tentando motivar o peso morto e sim motivar respeitando os graus de maturidade de cada pessoa”, ponderou prof. Di Serio. 21 Como criar uma cultura de valor? No Brasil, falta produtividade, inovação e isso nos faz perder em competitividade, aquilo que parece etéreo tem um lugar para se materializar: seu bolso! Di Serio acredita que o compartilhamento de valores com foco no progresso social e econômico, desencadeará a próxima onda do crescimento global: “diversas empresas estão implementando iniciativas de compartilhamento de valores, tais como Google, IBM, Intel, Johnson & Johnson, Nestlé, Unilever e Wal-Mart”. E destacou os pilares para criação de oportunidades de valores compartilhados: • Reconceber produtos e mercados; • Redefinir Produtividade na cadeia de valores; • Permitir desenvolvimento de cluster local; • Performance financeira em bolhas de curto prazo; • Perda de visão das necessidades dos principais clientes; • Ignorância das influências externas que limitam sucesso à longo prazo. Em contraposição, há companhias que permanecem presas a uma visão estreita e ultrapassada de criação de valor “não primam pelo bem-estar dos seus clientes, esgotam recursos naturais vitais para seus negócios, inviabilizam fornecedores chave, causam sofrimento econômico das comunidades em que produzem e vendem e mudam empresas para lugares de salário menor”. Di Serio é categórico ao defender que o “sucesso da organização precisa ser reconectado ao progresso social e as necessidades sociais não devem ser tratadas como questões periféricas. Para isso é preciso desenvolver um conjunto de políticas e práticas operacionais que aumentem a competitividade de uma empresa, alavanquem, simultaneamente, as condições econômicas e sociais nas comunidades em que atuam e foquem na identificação e expansão de conexões entre progresso social e econômico”. Estamos num momento de nova concepção do capitalismo com grandes e crescentes necessidades da sociedade. Clientes, funcionários e uma nova geração de jovens estão pedindo aos negócios para acelerar. “O objetivo da corporação deve ser redefinido considerando a criação de valor compartilhado (não somente lucro). Isso conduzirá a próxima onda da inovação e do crescimento da produtividade na economia global. Consequentemente remodelará o capitalismo e sua relação com a sociedade”, defendeu Di Serio. Luiz Carlos Di Serio Coordenador Adjunto do Fórum de Inovação da da FGV/EAESP 22 APRENDER A CRIAR VALOR COMPARTILHADO É NOSSA MELHOR CHANCE PARA LEGITIMAR OS NEGÓCIOS OUTRA VEZ ! Benefícios Sociais: • Proporcionar benefícios para a sociedade exige das empresas mesclar seu sucesso econômico, • Melhorias como segurança social ou contratação de pessoas com deficiência, impõe uma limitação sobre a corporação, • Adicionar uma restrição para a empresa, inevitavelmente, aumentará os custos e reduzirá lucros. EMPRESAS E SOCIEDADE TÊM ESTADO UNS CONTRA OS OUTROS POR MUITO TEMPO. É preciso: • Redefinir bases estratégicas da empresa; • Incorporar questões sociais nas estratégias e operações; • Descobrir e atender necessidades sociais ainda não satisfeitas; • Assumir funções diferentes do costume para atender necessidades sociais; • Redefinir mercados com base em necessidades sociais; • Criar benefícios sociais; • Entender que propósito social é diferente de caridade. 23 Mensagem Final: “Valor compartilhado não é responsabilidade social, filantropia ou sustentabilidade, mas uma nova forma de obter sucesso econômico, compreendendo que o êxito da empresa depende do sucesso e sustentabilidade da sociedade e dos recursos naturais. É preciso reconectar o sucesso da empresa ao progresso social. É preciso repensar como ter desenvolvimento e crescimento num planeta onde os recursos são limitados. Como crescer sem gerar externalidades negativas como, por exemplo, poluição e desmatamento”, propôs Di Serio. 24