um último romântico

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UM ÚLTIMO ROMÂNTICO
Gilson José de Azevedo*
Ele era mais um jovem daqueles que tem um bom coração. Um homem frágil,
meigo, dócil, carinhoso que queria apenas amar e ser amado.
Envolveu-se em um relacionamento que não era produtivo. Sofreu. Amou.
Sofreu de novo. Desistiu de amar.
Em sua cabeça o amor era algo inalcançável. Fechou-se para o mundo. Não
quis saber de amar. Não sei bem se tinha amigos, ou se não poderia desabafar
com os que tinham. Sofreu calado... Tentou ser forte... Conseguiu... Superou.
Os dias passavam-se lentamente. Decidiu não mais se envolver com
ninguém... Caminhou para o abismo, mas saiu dele.
O amor é um sentimento nobre e, qualquer rapaz na idade dele só quer saber
de “farrar”, mas ele com um nobre coração queria apenas amar.
Amava os amigos, os pais, os irmãos, amava a todos, simplesmente amava.
Dono de um enorme coração e de uma índole inexplicável, sobrevivia
amando... Pregava o amor.
Amava como manda o mandamento “Amai ao próximo como a ti mesmo”. Eu
não o conhecia bem, mas a pureza do seu coração estava transparente no
brilho do seu olhar.
O amor que o movia era o mesmo que o maltratava. Ele era um sonhador.
Sonhava o sonho impossível.
Sonhava encontrar um amor, mas esse insistia em maltratá-lo.
Dono de um pensamento admirável, de uma opinião que surpreendia a todos,
decidiu viver...
Encontrou alguém para amar... Amou... “Foi amado”. Um relacionamento quase
que meteórico. Ganhou um namorado e dois amigos. Sofreu. Mas uma vez
sofreu.
Descobriu mais uma vez que amou sozinho... A pessoa por que se apaixonou o
iludiu, fez falsas promessas, falsas juras, foi canalha...
_ Não vou me envolver com mais ninguém. Cansei de ser feio e triste. Vou
entregar minha alma a Deus e ser apenas feio.
Essas palavras comoveram-me profundamente. Não queria acreditar que
aquele rapaz que amava intensamente, estava se fechando para o amor.
Doeu saber que ele sofria e o meu “não poder fazer nada”, matou-me naquele
momento.
Uma pessoa extraordinária sofrendo, mais uma vez, por amor. O que fazer com
o coração? Aprisioná-lo seria uma solução? Deixar de buscar o amor
adiantaria?
O amor se foi, mas a amizade veio em dobro, ele tinha amigos com os quais
não poderia desabafar. Agora cultivou dois...
E como disse o Pequeno Príncipe “Tu és responsável por aquilo que tu
cativas”.
Ele nos cativou... O amor pode não ter dado certo, mas os amigos que ele
conquistou, esses estarão sempre de braços abertos para dar aquele apoio.
Estarão sempre na torcida para que ele ame, mas principalmente seja amado.
Espero que um dia encontre a felicidade que merece. E que viva intensamente
o amor... Sem medo e sem fronteiras...
Os amigos que ele cativou estarão sempre de braços abertos e terão sempre
uma palavra de consolo, um ombro para chorar, um ouvido para desabafar...
Enfim, ele encontrou pessoas com as quais ele pode contar em todos os
momentos... ele é amado!
*Gilson José de Azevedo é aluno do 4º período de Letras e sua crônica foi
classificada em 2º lugar no Concurso Literário do MEL – Movimento de Experiências
Literárias- do Campus Mata Norte da UPE. Versão 2013
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