2. Auto-Libertação Miofascial - Federação Portuguesa de Rugby

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ÍNDICE
1.
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 3
2.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................... 3
3.
FISIOLOGIA DA AUTO-LIBERTAÇÃO MIOFASCIAL (ALM) ...................................................... 5
4.
TIPOS DE FERRAMENTAS E OBJECTIVOS .................................................................................... 6
5.
INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES ........................................................................................... 7
6.
UTILIZAÇÃO PRÉ E PÓS-EXERCÍCIO .............................................................................................. 8
7.
ALM – Rolo: Modo de utilização ..................................................................................................... 9
1.1. Membros Inferiores ..................................................................................................................................... 10
1.1.1. Gémeos ................................................................................................................................................................. 10
1.1.2. Solhar/Tendão de Aquiles .............................................................................................................................. 10
1.1.3. Peroneais .............................................................................................................................................................. 11
1.1.4. Quadricípete........................................................................................................................................................ 12
1.1.5. Adutores, Isquiotibiais e Bicípete Femoral .............................................................................................. 12
1.1.6. Grande Glúteo/Piramidal ............................................................................................................................... 13
1.1.7. Tensor da Fáscia Lata (TFL), Banda Iliotibial, Pequeno e Médio Glúteo........................................ 13
1.2. Tronco ............................................................................................................................................................ 14
1.2.1. Quadrado Lombar e Grande Dorsal ............................................................................................................ 14
1.2.2. Coluna Lombar e Dorsal .................................................................................................................................. 14
8.
ALM – Stick: Modo de utilização .................................................................................................. 16
1.3. Membros Inferiores..................................................................................................................................... 17
1.3.1. Tricípete sural ..................................................................................................................................................... 17
1.3.2. Peroneais e Tibiais (tibial posterior e anterior) ...................................................................................... 17
1.3.3. Quadricípete........................................................................................................................................................ 18
1.3.4. Adutores, Isquiotibiais e Bicípete Femoral .............................................................................................. 18
1.3.5. Grande Glúteo e Piramidal............................................................................................................................. 19
1.3.6. Tensor da Fáscia Lata, Médio e Pequeno Glúteo, Banda Iliotibial .................................................. 19
1.4. Tronco ............................................................................................................................................................ 20
1.4.1. Quadrado Lombar, Grande Dorsal e Paravertebrais ............................................................................ 20
9.
ALM – Bola de Ténis ou de Lacrosse .......................................................................................... 21
10. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 22
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1. INTRODUÇÃO
A Auto-Libertação Miofascial (ALM) é uma técnica derivada da terapia ou relaxamento miofascial
aplicada pelo terapeuta, que tem como objetivo atenuar os danos causados pelo stress físico
utilizando um estimulo mecânico leve sobre os tecidos moles. É um método de alongamento de
baixa intensidade do sistema miofascial, durante um período de tempo prolongado, de modo a
melhorar a funcionalidade do corpo humano, reduzir a dor muscular e garantir um comprimento
muscular adequado (Kanghoon K., 2014).
Figura 1 - Estimulo mecânico sobre os
tecidos moles.
Figura 2 - Observação microscópica de fibras
musculares em encurtamento e alongamento.
A ALM tem visa melhorar a mobilidade dos tecidos moles (fáscia, músculos, tendões) através da
pressão aplicada, tentando promover o alongamento, realinhamento muscular e o restauro das
amplitudes de movimento (MacDonald, 2013).
É realizada pelo próprio atleta com a utilização de ferramentas próprias, como o rolo de espuma e
o stick, pretendendo assim obter efeitos idênticos ao da terapia miofascial realizada e induzida
pelo terapeuta (Kanghoon K., 2014).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A ALM baseia-se no principio da inibição autógena ou reflexo miotático inverso.
O tecido muscular é constituído por dois tipos de recetores nervosos sensoriais, os fusos
neuromusculares (FNM) e órgãos tendinosos de Golgi (OTG).
Os FNM localizam-se paralelamente às fibras musculares, sendo sensíveis a uma alteração no
comprimento muscular e à velocidade de variação do mesmo. Quando são estimulados originam
um reflexo de estiramento miotático, em que ocorre contração muscular (Clark M., 2012).
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Figura 3 e 4 - Estimulo mecânico sobre os tecidos moles/reflexo miotático
Os OTG são mecanorecetores localizados nas regiões mio-tendinosas. São sensíveis a alterações
na tensão muscular e velocidade de variação da mesma, que após estimulação promovem um
relaxamento muscular.
Quando se mantém uma alteração na tensão de intensidade e duração adequada, a atividade dos
FNM é inibida, que por sua vez diminui a atividade dos trigger-points acompanhada por redução
da dor (Clark M., 2012).
Quando existe um mecanismo de alongamento que poderá provocar lesão tecidular (ex. Rotura de
um tendão), os OTG inibem a atividade dos fusos neuromusculares ocorrendo uma diminuição na
tensão muscular, e por conseguinte, ocorrerá um relaxamento muscular - Inibição Autógena
(Correia, 2012).
A diminuição da tensão dos tecidos moles promove uma diminuição da dor, restabelece as
relações comprimento-tensão muscular e melhora a função.
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3. FISIOLOGIA DA AUTO-LIBERTAÇÃO MIOFASCIAL (ALM)
Fuso Neuromuscular
(FNM)
Órgão Tendinoso de Golgi
(OTG)
Recetores
sensoriais
Auxilia na regulação do
movimento e na
manutenção da postura, e
envia a informação para o
SNC
Comprimento
muscular e velocidade
de alteração
Reflexo Miotático
 Encurtamento muscular;
 Alteração comprimentotensão.
 Dor
Proteção muscular e tecidos
moles adjacentes, contra
possíveis lesões induzidas por
excessiva sobrecarga
Tensão e velocidade de
alteração
Alterações comprimento
tendinoso
Inibição Autógena
Redução da tensão dos tecidos
moles
Diminuição da dor
Relação comprimento-tensão
normais
Auto-Libertação Miofascial
Fluxograma 1: Fisiologia do reflexo miotático e inibição autógena
A mobilidade miofascial pode estar diminuída por alterações do alinhamento e tensão dos tecidos
moles (traumatismos, inflamações, encurtamentos musculares, aderências, fibroses, alterações
posturais), que por sua vez modificarão o feedback neuronal normal enviado para o Sistema
Nervoso Central (SNC). Posteriormente, a eficiência neuromuscular será comprometida, levando a
alterações dos padrões de movimento, induzindo fadiga prematura e aumentando o risco de
lesão.
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Traumatismos
Feedback alterado
SNC
Encurtamentos
musculares
Aderências/
Fibroses
Eficiência muscular
debilitada
Alterações do
controlo motor
Alterações
Posturais
Alterações dos
padrões de
movimento
Fadiga muscular
precoce
Dor
Aumento do risco
de lesão
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Figura 5 - Causas da alteração da mobilidade miofascial e consequentes sinais e
sintomas clínicos que poderão desencadear um estado de lesão e/ou fadiga
4. TIPOS DE FERRAMENTAS E OBJECTIVOS
São utilizadas diversas ferramentas incluindo rolos de espuma (foam rollers, foot rollers), sticks
(roller massager) e bolas medicinais, de ténis, cricket, lacrosse (Beardsley, 2015).
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Figuras 6 e 7 - Ferramentas utilizadas para a auto-libertação.
miofascial
A evidência científica (Cheatham, 2015) sugere que a curto prazo e/ou na fase aguda promove:
 Melhoria da mobilidade miofascial;
 Melhoria da flexibilidade.
A longo prazo, pode melhorar:
 Amplitude de movimento articular;
 Acelerar o processo de recuperação;
 Diminuir os efeitos da dor muscular de inicio tardio;
 Alterar a função arterial e endotelial vascular;
 Modular a atividade do sistema nervoso autónomo.
5. INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES
INDICAÇÕES:






Melhoria da mobilidade e amplitude de movimento;
Redução do tecido cicatricial e aderências;
Diminuição do tónus de músculos hipertónicos;
Correção de desequilíbrios musculares;
Promoção da melhor relação comprimento-tensão muscular;
Melhoria da qualidade de movimento.
CONTRA-INDICAÇÕES:










Proeminências ósseas, articulações;
Lesões em fase aguda (processo inflamatório exacerbado);
Cicatrizes recentes;
Fraturas;
Patologias dos discos intervertebrais;
Alterações circulatórias;
Insuficiência Cardíaca ou Renal;
Doenças Hemorrágicas;
Patologias fúngicas ou virais (Pele);
Patologias crónicas (ex. Osteoporose, Osteoartrite, Artrite Reumatóide).
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6. UTILIZAÇÃO PRÉ E PÓS-EXERCÍCIO
Deverá ser realizada como preparação para o exercício (fase de aquecimento) e na fase de retorno
à calma de modo a promover a recuperação do atleta (Cheatham, 2015).
Fase de Aquecimento
 Através da fricção realizada, promove um aumento da temperatura e viscoelasticidade,
melhorando a flexibilidade dos tecidos;
 Deverá ser realizada previamente aos alongamentos dinâmicos.
Fase de Retorno à Calma
 Reduz a fadiga e dor muscular após o exercício;
 Previne a dor muscular de início tardio;
 Melhora o rendimento do atleta.
Figura 8 - Fase de aquecimento e/ou retorno à calma.
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7. ALM – Rolo: Modo de utilização
É um cilindro de espuma densa disponível em modelos de diferentes densidades e tamanhos
(15x30cm até 15x90 cm).
O atleta coloca a área corporal em tratamento sobre o rolo, suportando o peso do corpo, rolando
de modo a aumentar a amplitude de movimento de determinadas zonas corporais.
Durante o movimento, a fricção provocada sobre as regiões afetadas e o atrito, aumentam a
temperatura dos tecidos moles (fáscia) e a sua viscoelasticidade.
Estas alterações permitem a quebra de aderências e/ou fibroses entre as camadas de fáscia,
restaurando a extensibilidade dos tecidos (Sullivan, 2013).
Deverá ser executado previamente à realização de alongamentos estáticos e dinâmicos,
melhorando a capacidade dos tecidos moles para alongar durante a fase de aquecimento. Poderá
também ser utilizado na fase de retorno à calma promovendo a recuperação do atleta (Clark,
2011).
É importante o posicionamento ao utilizar o rolo porque:
 O alinhamento desadequado poderá provocar stress muscular ou articular;
 A sobrecarga da musculatura de apoio poderá provocar fadiga muscular;
 O apoio inadequado da área em tratamento com pressão excessiva desencadeará dor e
diminuição da eficácia da técnica.
A postura mantida durante a realização dos exercícios promove melhorias na estabilidade lombopélvica. Todos os exercícios devem ser realizados mantendo contração abdominal ligeira.
Os grupos musculares poderão estar em:
 Posição de alongamento (A), promovendo um relaxamento mais superficial;
 Posição de encurtamento (E), alcançando tecidos moles mais profundos;
 Posição neutra;
 Relaxamento miofascial alternando entre E e A.
DOR ligeira/desconforto  Parar de deslizar e manter ligeira pressão sobre a zona dolorosa ou
trigger points durante 30-40 segundos;
DOR intensa  Não deverá dar continuidade à realização da técnica, uma vez que ativará os FNM
aumentando o tónus muscular e a dor;
Rolar/Deslizar sobre a área em tratamento, utilizando o peso do corpo mantendo cada posição
durante 1-2 min/grupo muscular.
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1.1. Membros Inferiores
1.1.1. Gémeos
Posição: sentado com joelhos em extensão, com os gémeos sobre o rolo, suportando o peso do
corpo com mãos ou antebraços de modo a aumentar a pressão sobre o grupo muscular em
questão.
Técnica:
 Rolar sobre o músculo, mantendo os joelhos em extensão;
 Aplicar pressão sobre o gémeo interno e externo, durante 30-60 segundos;
 Para aumentar a pressão, tentar cruzar a perna contra lateral sobre o membro em ação,
rolando somente a perna inferior;
 Para aumentar ainda mais a pressão, realizar flexão dorsal do pé ativamente colocando o
grupo muscular numa posição de alongamento.
Técnica alternativa: utilizar bola (de ténis ou lacrosse) para aumentar a pressão, sendo um
método de fácil utilização (++ membros superiores) uma vez que não necessita de suportar o peso
corporal. Outra ferramenta alternativa poderá ser a utilização do stick.
Figura 9 - Posição principal.
Figura 10 - Posição alternativa.
1.1.2. Solhar/Tendão de Aquiles
Posição: sentado com joelhos em flexão, com a perna sobre o rolo, suportando o peso do corpo
com membros superiores de modo a aumentar a pressão sobre o solhar logo imediatamente
acima do tornozelo (incluindo tendão de Aquiles).
Técnica:
 Rolar sobre o músculo mantendo os joelhos em flexão;
 Aplicar pressão sobre a região interna e externa, durante 30-60 segundos;
 Para aumentar a pressão, tentar cruzar a perna contra lateral sobre o membro em ação,
rolando somente a perna inferior;
 Para aumentar ainda mais a pressão, realizar flexão dorsal do pé e flexão do joelho
ativamente colocando numa posição de alongamento.
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Figura 11 - Posição inicial e/ou final.
Técnica alternativa: utilizar bola (de ténis ou lacrosse) para aumentar a pressão, sendo um
método de fácil utilização (++ membros superiores) uma vez que não necessita de suportar o peso
corporal. Outra ferramenta alternativa poderá ser a utilização do stick.
1.1.3. Peroneais
Posição: deitado em decúbito lateral, com a região externa da perna sobre o rolo, e o cotovelo
homolateral apoiando o peso do corpo. O membro contra-lateral em apoio no solo.
Técnica:
 Rolar sobre o grupo muscular com especial atenção à cabeça do perónio (região sensível à
pressão);
 Aplicar pressão sobre a região interna e externa, durante 30-60 segundos;
 Para aumentar a pressão poderá colocar um membro inferior sobre o outro, realizar
inversão do pé colocando numa posição de alongamento, ou eversão para encurtamento.
Figura 12 - Posição inicial.
Técnica alternativa: utilizar bola (de ténis ou lacrosse) para aumentar a pressão, ou um rolo de
espuma de maior densidade. Outra ferramenta alternativa poderá ser a utilização do stick.
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1.1.4. Quadricípete
Posição: Deitado em decúbito ventral com a região anterior de ambas as coxas sobre o rolo, os
membros superiores suportando o peso do corpo (posição de prancha). Poderá ser realizado um
membro de cada vez.
Técnica:
 Rolar sobre o grupo muscular, ajustando as rotações da anca e o posicionamento do
membro inferior, para o vasto interno (rotação externa) e vasto externo (rotação interna);
 Aplicar pressão sobre a região, durante 30-60 segundos;
 Para aumentar a pressão poderá retirar do solo o membro que se encontra sobre o rolo
e/ou colocar um membro sobre o outro;
 Poderá alterar entre a posição de encurtamento e alongamento (posição 1 – posição 2).
Figura 13 - Posição inicial.
Figura 10 - Posição final.
1.1.5. Adutores, Isquiotibiais e Bicípete Femoral
Adutores
Posição: Decúbito ventral com o rolo paralelamente ao tronco, colocar região interna da coxa
sobre o mesmo, realizando flexão da anca. Os membros superiores suportam o peso corporal
(posição de prancha).
Técnica:
 Rolar sobre o grupo muscular alterando a
posição de flexão e extensão da coxa, de
modo a trabalhar toda a musculatura
adutora;
 Aplicar pressão sobre a região, durante 30-60
segundos.
Figura 15 - Posição inicial - rolar até à zona
inguinal.
Isquiotibiais e Bicípete Femoral
Posição: Decúbito dorsal com o rolo sobre a região
posterior das coxas. Os membros superiores suportam
o peso corporal.
Técnica:
 Rolar sobre o grupo muscular alterando a
posição de flexão e extensão do tronco
contraindo os quadricípites bilateralmente;
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Figura 16 - Posição inicial - rolar até à
zona poplítea.
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 Aplicar pressão sobre a região, durante 30-60 segundos;
 Para aumentar a pressão poderá colocar um membro inferior sobre o outro.
Técnica alternativa: utilizar bola (de ténis ou lacrosse) ou o stick que são mais efetivos, uma vez
que o rolo de espuma não alcança o efeito desejado ao nível dos hamstrings.
1.1.6. Grande Glúteo/Piramidal
Posição: Sentado com a região glútea sobre o rolo, com os pés e membros superiores apoiados.
Para o músculo piramidal, a posição é semelhante encontrando-se sentado e inclinando-se para o
lado que se encontra sobre o rolo.
Deverá colocar o membro inferior em flexão e rotação externa, e o membro superior homolateral
suportando o peso corporal.
Técnica:
 Rolar sobre o grupo muscular tentando alterar ligeiramente a posição corporal de modo a
abordar o músculo piramidal ou o grande glúteo (mais superficial);
 Aplicar pressão sobre a região, durante 30-60 segundos.
Figura 17 - Rolar sobre a zona glútea/piramidal.
1.1.7. Tensor da Fáscia Lata (TFL), Banda Iliotibial, Pequeno e Médio Glúteo
Posição: deitado em decúbito lateral com a região externa da coxa sobre o rolo e o cotovelo
homolateral suportando o peso do corpo. O membro contra-lateral em apoio no solo. A posição
poderá ser ajustada entre decúbito lateral e ventral de modo a aumentar a área de contacto sobre
o rolo.
Técnica:
 Rolar sobre o grupo muscular com especial atenção ao grande trocânter (região sensível à
pressão);
 Aplicar pressão sobre a região, durante 30-60 segundos. Para aumentar a pressão poderá
retirar o apoio do membro que se encontra sobre o rolo.
Técnica alternativa: utilizar rolo de espuma de maior densidade para aumentar a pressão, ou o
stick (mais adequado para este grupo muscular).
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Figura 18 - Rolar sobre a região lateral da coxa até à cabeça do peróneo.
1.2. Tronco
1.2.1. Quadrado Lombar e Grande Dorsal
Posição: Decúbito lateral, com o rolo sobre a região lateral do tronco. Os membros superiores
suportam o peso corporal.
Técnica:
 Rolar sobre o grupo muscular alterando a posição do membro superior de apoio de acordo
com o músculo envolvido (adução – abdução do ombro);
 Ao nível do grande dorsal, o membro superior de apoio deve-se encontrar em abdução e
rotação externa do ombro, de modo a conseguir abordar todo o ventre muscular até ao
ombro;
 Aplicar pressão sobre a região, durante 30-60 segundos;
 Para aumentar a pressão poderá colocar um membro inferior sobre o outro.
Figura 19 - Posição inicial (crista ilíaca) – rolar até à grelha costal
inferior (Quadrado Lombar) e até à região axilar (Grande Dorsal).
1.2.2. Coluna Lombar e Dorsal
Posição: Decúbito ventral, com o rolo sobre a região da coluna lombar e dorsal. Os membros
inferiores suportam o peso corporal em contacto com o solo. Os membros superiores cruzados à
frente de modo a permitir uma abdução das omoplatas, promovendo uma maior abordagem dos
músculos trapézio médio, rombóides e rotadores externos.
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Técnica:
 Rolar de forma lenta sobre a região dorsal e lombar (mais sensível e por vezes dolorosa)
realizando ligeira extensão (encurtamento) e flexão da coluna dorsal (alongamento);
 Aplicar pressão sobre as regiões mais dolorosas ou desconfortáveis, durante 30-60
segundos.
Figura 20 - Posição inicial (com flexão ou
extensão do tronco).
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Figura 21 - Posição final.
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8. ALM – Stick: Modo de utilização
É uma ferramenta alternativa ao rolo, com objetivos idênticos. A principal vantagem é o seu
diâmetro estreito que permite uma intervenção mais eficiente em alguns tendões (rotuliano,
quadricípite e isquiotibiais) do que outras ferramentas. O Stick é essencialmente eficaz ao nível
dos músculos posteriores da coxa, uma vez que com a utilização do rolo, os membros superiores
(antebraços e mãos) suportam o peso corporal para se manter sobre o rolo.
Pode ser realizado autonomamente, envolvendo diferentes graus de pressão, comprimento e
fluidez, bem como o posicionamento de determinadas áreas corporais para atingir os objetivos
pretendidos. O tempo de aplicação aconselhado é de 30-60 segundos por grupo muscular.
Os grupos musculares poderão estar em:
 Posição de alongamento (A);
 Encurtamento (E);
 Posição neutra;
 Relaxamento miofascial alternando entre E e A;
Poderá ser aplicado nos trigger points de modo a diminuir a tensão muscular através da colocação
da extremidade arredonda do stick sobre os mesmos durante durante 20-60 segundos.
Não deverá provocar dor intensa, apenas algum desconforto durante a realização do mesmo.
Poderá ser aplicado previamente à atividade física ou posteriormente, como estratégia de
recuperação.
Nota: A utilização de materiais como um banco e/ou bola suíça descritos nas páginas seguintes,
são meramente exemplificativos, podendo o stick ser utilizado sem esses materiais.
Principais diferenças entre o Rolo e o Stick:
Rolo
Stick
Com o peso corporal
Com os membros superiores (mãos)
++ Membros inferiores
++ Músculos do Tronco; Tendões
Melhor deslizamento/rolamento sobre os
músculos/tendões
Melhor para realizar trigger points
Maior gasto de energia
Menor gasto de energia, fácil utilização
Diferentes densidades
Fácil utilização no ginásio, fisioterapia ou em
casa
Diferentes comprimentos
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Fácil transporte
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1.3. Membros Inferiores
1.3.1. Tricípete sural
Figura 22 - Posição de
encurtamento.
Figura 23 - Posição de
alongamento.
Figura 24 - Posição
alternativa.
1.3.2. Peroneais e Tibiais (tibial posterior e anterior)
Figuras 26 e 27 - Posição
inicial e final.
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Figuras 28 e 29: Posição
inicial e final.
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1.3.3. Quadricípete
Figura 29 - Posição inicial.
Figuras 27 e 28 - Posições alternativas para
o quadricípite e flexores da anca.
Figura 30 - Posição final.
1.3.4. Adutores, Isquiotibiais e Bicípete Femoral
Adutores
Figuras 31 e 32 –
Posição inicial e final.
Figura 33 - Posição alternativa.
Isquiotibiais e Bicípete Femoral
Figura 34 - Posição inicial.
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Figura 35 - Posição final.
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1.3.5. Grande Glúteo e Piramidal
Figura 36 - Posição inicial.
Figura 37 - Posição final.
1.3.6. Tensor da Fáscia Lata, Médio e Pequeno Glúteo, Banda Iliotibial
Figura 40 - Posição inicial.
Figura 38 - Posição inicial.
Figura 39 - Posição final.
Figura 41 - Posição final.
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1.4. Tronco
1.4.1. Quadrado Lombar, Grande Dorsal e Paravertebrais
Figura 42 - Posição
inicial.
Figura 44 - Paravertebrais.
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Figura 43 - Posição
final.
Figura 45 - Quadrado
Lombar e Grande
Dorsal.
Figura 46 - Quadrado
Lombar e Grande
Dorsal.
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9. ALM – Bola de Ténis ou de Lacrosse
É a ferramenta de menor dimensão implementada na auto-libertação miofascial, tornando-se
muito eficiente em grupos musculares/fasciais com superfícies menores (fáscia plantar, peroneais,
gémeos), bem como músculos dos membros superiores em que se aplica contra a parede ou no
solo (com o peso corporal) sobre a área em tratamento.
Numa fase inicial é recomendada a aplicação com bola de ténis na parede e de seguida no solo,
sobre uma superfície confortável (ex. colchão de ginásio). Uma vez que a utilização da bola de
ténis se torna fácil ou a pressão aplicada é reduzida, poderá progredir para uma bola de lacrosse.
O tempo de aplicação aconselhado é de 30-60 segundos por grupo muscular (trigger points) ou
utilizar como massagem miofascial transversal ou longitudinalmente às fibras musculares, até
alcançar o relaxamento da região dolorosa. O desconforto provocado não poderá ser intenso, pois
inibirá o relaxamento miofascial induzido pela bola.
Figura 47 - Bola de ténis.
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Figura 48 - Bola de Lacrosse.
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10. BIBLIOGRAFIA
1. Beardsley, C. S. (2015). Effects of self-myofascial release: A systematic review. Journal of
Bodywork & Movement Therapies , 19, 747-758.
2. Cheatham, S. K. (2015). The effects of self-myofascial release using a foam roll or roller
massager on joint range of motion, muscle recovery, and performance: a systematic
review. The International Journal of Sports Physical Therapy , 10 (6), 827-838.
3. Clark M., L. S. (2012). NASM Essentials of Personal Fitness Training. Baltimore: Lippincott
Williams & Wilkins Publishing.
4. Clark, M. L. (2011). NASM Essentials of Corrective Exercise Training. Baltimore: Lippincott
Williams & Wilkins Publishing.
5. Correia, P. (2012). Aparelho Locomotor: Função Neuromuscular e Adaptações à Atividade
Física Aparelho Locomotor. (Vol. 2). Lisbon: FMH Edições.
6. Kanghoon K., S.-O.-C. (2014). Effect of Self-myofascial Release on Reduction of Physical
Stress: A Pilot Study. Journal of Physical Therapy Science , 26, 1779–1781.
7. MacDonald, G. P. (2013). An acute bout of self myofascial release increases range of
motion without a subsequent decrease in neuromuscular performance. Journal of Strength
& Conditioning Research , 27 (3), 812-21.
8. Sullivan, K. S. (2013). Roller-massager application to the Hamstrings increases sit-and-reach
range of Motion within five to ten seconds without Performance impairments. The
International Journal of Sports Physical Therapy , 8 (3), 228-236.
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