PROGRAMA CMU PORTUGAL ECOSSISTEMA DINÂMICO DE

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ID: 59103563
01-04-2015
Tiragem: 8000
Pág: 53
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Mensal
Área: 17,00 x 24,70 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 3
OPINIÃO
PROGRAMA CMU PORTUGAL
ECOSSISTEMA DINÂMICO
DE CIÊNCIA E DE INOVAÇÃO
>POR JOÃO CLARO, DIRETOR NACIONAL DO PROGRAMA CMU PORTUGAL
Se pensarmos nos tempos de mudança que têm marcado os últimos anos, em Portugal
e no mundo, será incontornável registar o nível de exigência, de complexidade e de
necessidade de impacto que caracterizam a sociedade moderna. Se pensarmos na
capacidade de desenvolvimento tecnológico que temos hoje em Portugal, e no nível
de conhecimento que todos os dias se procura expandir e renovar, teremos de nos
confrontar, necessariamente, com os desafios da competitividade e do impacto real
da inovação na vida: quer dos cidadãos, quer das organizações.
Para isso, é consensual a necessidade
de investimento continuado no conhecimento e na inovação, como fonte de
criação de valor e de competitividade
económica. É já um desígnio reconhecido a aposta fundamental na proximidade colaborativa entre a Academia e
as Empresas, criando condições para
que ambas possam trabalhar juntas
numa articulação bem definida, na
prossecução de objetivos comuns e
mutuamente benéficos.
É também neste pressuposto que o Programa Carnegie Mellon Portugal, uma
parceria internacional financiada pela
Fundação para a Ciência e a Tecnologia,
apoiada pelo Conselho de Reitores das
Universidades Portuguesas, e cofinanciada por parceiros empresariais e pela
Carnegie Mellon University (CMU), tem
trabalhado desde o seu arranque, em
2006. Ao longo de quase nove anos de
existência o Programa tem apostado na
consolidação e reforço de um ecossistema de ciência e de inovação, que compreenda os eixos de Educação, Investigação e Inovação num equilíbrio de valor
para todos os seus parceiros. Este ecossistema tem contribuído para a criação de
massa crítica em áreas estratégicas para o
país, permitindo à comunidade científica
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OPINIÃO
e empresarial posicionar-se de uma forma
mais sólida num contexto de diálogo político e económico. Ao longo destes anos
de parceria tem sido possível avançar em
diferentes eixos estratégicos:
Binómio Academia-Empresas
Aproximar estruturas e diluir barreiras,
proporcionando oportunidades de colaboração entre entidades portuguesas
e a CMU que se traduzam na criação
de valor: conhecimento consolidado
que possa beneficiar Portugal e a sua
economia. Através da ligação à CMU,
temos beneficiado de oportunidades
únicas e relevantes para as nossas universidades, para os nossos estudantes,
para as nossas empresas, associadas ao
incontornável facto de a CMU ser uma
das universidades de topo nos Estados
Unidos na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e ocupar um lugar cimeiro nos rankings na
área da ciência de computadores.
“Aproximar estruturas e diluir
barreiras, proporcionando
oportunidades de
colaboração entre entidades
portuguesas e a CMU que se
traduzam na criação de valor:
conhecimento consolidado
que possa beneficiar Portugal
e a sua economia.”
Oportunidades
no Universo CMU
É, igualmente, relevante perceber que
o valor desta parceria se tem manifestado em ambos os lados do Atlântico:
a CMU tem, inclusivamente, beneficiado de forma extensiva da colaboração
com Portugal, demonstrando esse reconhecimento através de uma proximidade e de uma particular atenção nesta
relação desde o primeiro momento, e
de uma atitude colaborativa nas diferentes fases de evolução do Programa.
Do lado português temos conseguido
otimizar esta parceria, trabalhando
com a CMU em áreas que nos são particularmente caras, e que constituem
algumas das suas melhores competências, reconhecidas a nível mundial.
Internacionalização
da Formação
Para uma dinâmica e proximidade entre dois continentes e culturas, têm
sido muito importantes vários instrumentos: o Programa de Intercâmbio
de Professores (FEP), que já proporcionou a 60 professores das universidades
portuguesas um período de imersão
em CMU; o Programa de Estágios de
Investigação (UIP) na CMU, que já
permitiu a cerca de 20 estudantes e
recém-mestres passarem cerca de oito
a 12 semanas na CMU a adquirir novas
perspetivas de formação pós-graduada
e competências-chave que podem contribuir para o seu futuro académico e
profissional; ou os programas de doutoramento e de mestrado profissional
de grau dual que têm sido essenciais
no fortalecimento do ecossistema. Os
alunos têm tido a oportunidade de
fazer internships em empresas e organizações de relevo internacional. Dois
exemplos são Ricardo Cabral, que esteve na Google e aí participou ativamente no Google Indoor Maps, e Jerónimo
Rodrigues, que durante o doutoramento registou três patentes com empresas
como a Google e a Honda. São casos
como estes que nos permitem, hoje,
continuar a legitimar a pertinência da
aposta nestes instrumentos que potenciam o desenvolvimento de um ecossistema dinâmico e internacional de Educação, Investigação e Inovação.
Investigação Fundamental
e Aplicada
Desde 2013, momento em que o Programa entrou numa segunda fase de
financiamento, foi possível reajustar
objetivos e redefinir estratégias de desenvolvimento da parceria. Se por um
lado podemos dizer que o Programa
cresceu do ponto de vista de notoriedade, ganhou também pela confiança
dos parceiros empresariais (mais de
90), pelas entidades associadas e pelo
seu contributo para os resultados obtidos. São resultados que podemos
ver, como fim último do exercício da
investigação colaborativa: é o caso de
projetos tão diversos como o Drive-IN,
na área da comunicação inter-veicular;
do Vital Responder, na área das tecnologias vestíveis para profissionais de
emergência; do MAIS-S, na área de sistemas de segurança e videovigilância;
do PT-STAR, na área das tecnologias de
linguagem e dos sistemas de tradução,
entre muitos outros. No total, são mais
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de 25 projetos de investigação colaborativos que têm merecido o reconhecimento internacional, nomeadamente
nas várias avaliações que são efetuadas por peritos externos ao Programa.
Atualmente, estão em curso dez Projetos Exploratórios (EBP) e seis Iniciativas Empreendedoras de Investigação
(ERI) que se propõem a criar soluções
para áreas que vão desde a saúde às
políticas públicas, tendo assim como
denominador comum um potencial de
impacto muito forte em áreas sociais e
económicas relevantes.
Empreendedorismo
e inovação
Foi ainda intenção do Programa apostar de forma crescente no empreendedorismo e na inovação, como alavanca
da competitividade económica, e complementar ao investimento em Educação e Investigação. A CMU é uma das
universidades mais bem-sucedidas na
área de transferência de tecnologia
e foi a universidade norte-americana
que, entre 2008 e 2012, criou mais
startups por dólar de financiamento à
investigação. Foi neste contexto que o
Programa lançou a iniciativa inRes, uma
das mais inovadoras no cenário atual
de aceleração de negócios em Portugal. Nesta iniciativa estão envolvidas a
Pittsburgh Regional Alliance, a UTEN
Portugal, e o INESC TEC. Este ano, foi
com grande satisfação que estabelecemos uma parceria com a Caixa Capital,
que irá atribuir um investimento de 50
mil euros, que poderá ascender ao 150
mil no âmbito do “Caixa Empreender
Award”, a um dos projetos integrantes
da edição de 2015.
“Temos hoje resultados
consolidados, relevantes
e que trazem a Portugal
mais inovação e potencial
económico, gerando emprego
e colocando novos produtos e
serviços no mercado nacional
e internacional.”
Um dos eixos fundamentais do inRes é
o de aperfeiçoar e validar iterativamente os conceitos de produto e os modelos de negócio, através de sucessivos
contactos com potenciais utilizadores,
compradores, ou parceiros. É um trabalho que utiliza princípios da abordagem
Lean Launchpad, desenvolvida por Steve
Blank, empreendedor e professor norteamericano, que se tem vindo a afirmar
como um novo paradigma para o lançamento de novos negócios, e começa
a ser utilizada a nível mundial por múltiplas iniciativas de referência, incluindo
programas educacionais, aceleradores e
agências governamentais, como a Fundação Nacional de Ciência dos Estados
Unidos (NSF). Numa primeira fase, as
equipas participantes beneficiam de um
período de preparação em Portugal, ao
qual se segue um período de imersão
de cerca de dois meses em Pittsburgh
e na CMU, onde são expostos a um dos
ecossistemas empreendedores mais dinâmicos dos Estados Unidos. Na edição
de 2014, participaram oito empreendedores das startups: AddVolt, Displr,
Followprice e Xhockware. Como resultados trouxeram uma maior capacitação
da equipa de gestão, um melhor conhecimento dos mercados internacionais e
uma rede de contatos alargada.
Temos hoje resultados consolidados,
relevantes e que trazem a Portugal
mais inovação e potencial económico,
gerando emprego e colocando novos
produtos e serviços no mercado nacional e internacional.
Um Compromisso Sólido
Hoje, tal como em 2006, o compromisso
do Programa CMU Portugal mantém-se,
procurando colocar o país na vanguarda
do sector das TIC, apostando no conhecimento, na atração de talento e na criação de valor, através de um investimento
consolidado na educação, na ciência em
colaboração com as empresas.
Estamos conscientes do papel que estas colaborações podem desempenhar
no desenvolvimento de melhores políticas públicas e de estratégias de inovação que possam contribuir para o
desenvolvimento do país. No Programa
CMU Portugal estamos atentos e abertos aos desafios que se colocam nas sociedades contemporâneas, e queremos
continuar a fazer parte do esforço que,
em conjunto, nos levará até novas soluções mais responsáveis e sustentáveis
para o futuro.
www.cmuportugal.org
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