I UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO MESTRADO EM BIOTECNOLOGIA Valéria Sieiro Conde Corrêa Conservação de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville em banco ativo de germoplasma Exame geral de defesa de dissertação apresentado a Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP para a obtenção do grau de mestre em Biotecnologia RIBEIRÃO PRETO - SP Abril/2007 II UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO MESTRADO EM BIOTECNOLOGIA Valéria Sieiro Conde Corrêa Conservação de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville em banco ativo de germoplasma Exame geral de defesa de dissertação apresentado a Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP para a obtenção do grau de mestre em Biotecnologia Orientadora: Profª Drª Ana Maria Soares Pereira Co-Orientadora: Profª Drª Ana Lúcia Fachin Colaboradora: Profª Drª Bianca Waléria Bertoni RIBEIRÃO PRETO - SP Abril/2007 III AGRADEÇO À Deus por estar neste País maravilhoso cheio de oportunidades. À Universidade de Ribeirão Preto pela oportunidade do exercício científico e pelo apoio para a realização deste trabalho, principalmente na pessoa da Profª Drª Suzelei de Castro França. Às co-orientadoras deste trabalho Profª Drª Ana Lúcia Facchin e Profª Drª Bianca Waléria Bertoni pelo constante apoio, incentivo e sugestões. Aos Professores do Mestrado de Biotecnologia por terem participado desenvolvimento acadêmico. do meu Às amigas Sarazete, Rosa de Belém, Juliana, Ana Valéria, Simone, Patrícia, Thacia, Dieidy e aos colegas de mestrado, pela valiosa ajuda e muito mais, pela profunda e inexplicável alegria de conviver. À toda equipe da Reserva Ecocerrado Brasil-Araxá, pela receptividade, companheirismo, amparo material e espiritual que necessitei para o desenvolvimento deste trabalho. À Adenilda Cristina Honório França e Eduardo Luzia França, professores na minha graduação, que me incentivaram à pesquisa científica com rigor, profissionalismo e muita ética. À Apsen Farmacêutica pelo apoio na bioprospecção. IV OFEREÇO À toda minha família, responsáveis pelos meus melhores momentos, por terem compreendido e me apoiado para que eu pudesse completar esta etapa da minha vida. DEDICO À Profª Drª Ana Maria Soares Pereira por ter me ensinado a conhecer o Cerrado com os olhos do amor. I RESUMO Strypynodendron adstringens (Mart.) Coville, Mimosoideae, conhecida como barbatimão, é extensivamente utilizada na medicina popular devido ao alto teor de tanino presente principalmente nas cascas. O objetivo deste trabalho foi estabelecer um banco ativo de germoplasma ex situ. Para o estabelecimento do banco foram coletados frutos em 28 municípios de 3 estados brasileiros.Sementes, galhos e ramos foram utilizados para definição dos descritores mínimos, análise fitoquímica, avaliação de fenóis totais e taninos. Foi estabelecido o primeiro banco de germoplasma ativo de Stryphnodendron adstringens, em uma unidade de conservação RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), denominada Reserva EcoCerrado Brasil – Araxá-MG. Foi observada variabilidade significativa nos descritores mínimos. Quanto à capacidade reprodutiva, observou-se um índice de germinação da ordem de 50%, independente do substrato utilizado e que as plântulas foram exigentes quanto à luminosidade até o segundo mês após a germinação. A maioria das sementes de S. adstringens apresentou baixa qualidade física e fisiológica devido à elevada incidência de ataque de insetos; alto número de sementes abortadas; morte súbita de plântulas e reduzida porcentagem de plântulas estabelecidas em viveiro a céu aberto. Além disso, sinais de extrativismo predatório com danificação na parte central do caule foi constatado em 46% das árvores. As concentrações de fenóis e taninos variaram significativamente entre as populações estudadas, 76% e 34% respectivamente. Com os resultados obtidos nesse trabalho recomendamos duas populações a serem utilizadas em programas de produção de mudas em larga escala para atender a demanda da indústria de fitoterápicos. Palavras chave: Cerrado, barbatimão, planta medicinal, descritores mínimos, tanino. II ABSTRACT Stryphnodendron adstringens (Martius) Coville, Mimosideae, popularly known as “barbatimão”, is extensively used in Brazilian folk medicine due to a considerable amount of tannin in its stem barks. The main objective of this work is to establish an active germoplasm bank ex situ. To establish the germoplasm bank were collected fruits in 28 towns of 3 Brazilian states. Seeds, stem bark were utilized for definition of minimum describers, phytochemistry analysis, the yield of polyphenolics and total tannin in the stem bark of S. adstringens. It was established the first active germoplasm bank of Stryphnodendron adstringens, in a conservation area called RPPN (Particular Reserve of the National Patrimony), known as Reserva EcoCerrado Brasil – Araxá-MG. It was observed a significant variability in minimum trait parameters. According to the reproductive capacity plants it was observed that seeds germination showed more than 50% independent of the soil utilized and these plants demand high light intensity till the second month post germination. The majority of S. adstringens seeds showed low physical and physiological quality due to the insects attack, great number of aborted seeds; sudden death of plants and low percentage of plants established in outdoor fishery. Nevertheless, signs of extract were detected in 46% of the trees seen. The polyphenolics and tannin contents varied significantly among the population studied, 76% and 34% respectively. As a conclusion, we recommend two populations to be used in a production programme for seedlings on a large scale to attend the demand of the plant medicine industry. Keys words: Cerrado, barbatimão, medicinal plant, minimum describers, tannin. III ABREVIATURAS UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto CCDC – cromatografia de camada delgada comparativa GPS – sistema de posicionamento global BAG – banco ativo de germoplasma SIBAGi –Sistema de Informação do Banco de Germoplasma in vitro LISTA DE TABELA Tabela 1. Localização geo referenciada das áreas de coleta de germoplasma- 21 semente de S. adstringens – expedição nos anos de ano 2005 e 2006. Tabela 2. Porcentagem de casca em relação ao cerne de Stryphnodendron 47 adstringens Tabela 3. Porcentagem de plantas de S. adstringens com sinais de danos por 49 extrativismo predatório em três estados brasileiros Tabela 4. Tabela geral 67 IV LISTA DE FIGURAS Figura 1. Stryphnodendron adstringens (Mart) 04 Figura 2. Locais de coleta de germoplasma-semente de S. adstringens no ano de 20 2005 Figura 3. Viveiro de mudas de germoplasma-semente de barbatimão na reserva 26 EcocerradoBrasil Figura 4. Variação do tamanho do fruto (cm) 33 Figura 5. Porcentagem de frutos não atacados de S. adstringens 34 Figura 6. Variação no número de lóculos e sementes. 35 Figura 7. Detalhes de irregularidade de fruto fechado e aberto 36 Figura 8a. Distribuição de freqüência de cores dos frutos de S. adstringens. 37 Figura 8b. Distribuição de freqüência de cores dos frutos de S. adstringens. 38 Figura 9. Variação do tamanho da semente (cm) 39 Figura 10. Porcentagem de sementes de S. adstringens predadas por insetos. 41 Figura 11. Porcentagem de sementes abortadas de S. adstringens 41 Figura 12. Porcentagem de sementes saudáveis. 42 Figura 13a. Distribuição de freqüência de cores das sementes de S. adstringens. 43 Figura 13b. Distribuição de freqüência de cores das sementes de S. adstringens. 44 Figura 14. Fuste de S. adstringens exsudando resina. 45 Figura 15. S. adstringens variedades: ritidoma liso (a), áspero (b) e presença de 46 liquens e musgos (c). Figura 16. Segmentos de caule de S. adstringens de 20 acessos coletados no 47 município de Sacramento-MG Figura 17. Variação da circunferência do caule (cm) 48 Figura 18. Fuste de S. adstringens com lesões encontrados no campo 49 Figura 19. Áreas de coleta de sementes queimadas por incêndio criminoso 50 Figura 20. Produção de mudas de S. adstringens para o banco de germoplasma 53 I6 V Figura 21. Porcentagem de germinação de sementes de diferentes populações de 55 S. adstringens, em 28 dias Figura 22. Porcentagem de plântulas de S. adstringens estabelecidas em três 56 tempos diferentes Figura 23. Correlação entre porcentagem de germinação e peso das sementes de 57 S. adstringens (R=1). Figura 24. Índice de velocidade de germinação de sementes 58 Figura 25. Plântulas de barbatimão com três idades diferente. 60 Figura 26. Preparo do solo para a implantação do banco de germoplasma de 60 barbatimão Figura 27. Procedimento de transferência das mudas de barbatimão do viveiro 61 para o local de plantio definitivo Figura 28. Detalhes do plantio das mudas de S. adstringens no banco ativo de 61 germoplasma Figura 29. Plantio e vista geral da área do banco de germoplasma após o plantio 62 de todos os indivíduos de barbatimão. Figura 30. Mapa da Reserva Ecocerrado Brasil com a localização do BAG de S. 63 adstringens. Figura 31. Porcentagem de fenóis totais. 64 Figura 32. Porcentagem de taninos. 66 SUMÁRIO Resumo I Abstract II Lista de abreviaturas III Lista de Tabelas III Lista de Figuras IV 1. INTRODUÇÃO 1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5 2.1. CERRADO 6 2.2 Stryphnodendron adstringens 8 2.3. Banco de Germoplasma 12 3. OBJETIVO 14 3.1. Objetivo geral 15 3.2. Objetivos específicos 15 4. JUSTIFICATIVA 16 5. MATERIAIS E MÉTODOS 18 5.1. Coleta do germoplasma-semente e de ramos de S. adstringens 19 5..2. Definição de descritores mínimos para caracterização agronômica 21 5.2.1. Dados biométricos de frutos e sementes 22 5.2.2. Fruto 22 5.2.3. Semente 22 5. 2. .4. Caule 23 5.3.. Teste de vigor 23 5.3.1. Índice de velocidade de emergência (IVG) 24 5.4.. Beneficiamento e plantio de sementes 25 5.4.1. Instalação do Banco ativo de germoplasma de S. adstringens 26 5.5.Determinação de Fenóis Totais 27 5.6. Determinação de Taninos 27 5.6.1. Doseamento de Polifenóis Totais 28 5.6.2. Doseamento de Polifenóis não adsorvidos pela caseína 28 I1 5.6.3. Solução de Referência 6. RESULTADOS e DISCUSSÃO 29 31 6.1 Distribuição da espécie 32 6.3.Caracterização de frutos 32 6.4.Caracterização de sementes 39 6.5.Caracterização do fuste, ritidoma e entrecasca 45 6.6. Produção de mudas para o Banco de Germoplasma 51 6.7.Teste de Germinação e vigor 54 6.8. Estruturação do Banco de Germoplasma 58 6.9. Avaliação de Fenóis Totais 64 6.10. Avaliação de Taninos 65 7. CONCLUSÕES 68 8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 71 ANEXO I 84 ANEXO II 97 1 1. INTRODUÇÃO “Uma planta pode conter 50 substâncias diferentes. A descoberta de uma só delas pode ser mais importante para a humanidade que a de uma galáxia”. Sir Robert Robinson 2 Os habitantes da Terra, aproximadamente 6,5 bilhões, têm provocado profundas alterações ecológicas no planeta. Apenas na segunda metade do século XX, foram perdidos com a erosão cerca de um quarto da superfície das camadas superficiais do solo e perto de um quinto da terra cultivável, devido à combinação de práticas agrícolas inadequadas. Alterou-se intensamente a composição atmosférica. Foram derrubadas sem reposição um terço das florestas existentes em 1950 (RAVEN, 2001). O Brasil, país da megabiodiversidade, detém em seu território um patrimônio inestimável de recursos genéticos, entretanto muito pouco se conhece sobre essa diversidade, seu potencial de uso bem como a dinâmica e interação entre esses recursos (VILELA-MORALES & VALOIS, 2000). A manutenção da biodiversidade é de importância fundamental, pois, segundo o primeiro Relatório Nacional, na Convenção sobre a Diversidade Biológica redigido pelo Ministério do Meio Ambiente, mostrou que possuímos aproximadamente 20% da diversidade biológica da Terra e com a maior diversidade vegetal, com cerca de 55.000 espécies catalogadas de um total estimado entre 350.000 e 550.000 espécies (SANDES & DI BLASI, 2000). Muitas são as espécies produtoras de substâncias medicamentosas de uso popular e inúmeras são as famílias botânicas que apresentam espécies tidas como medicinais (GAVILANES, 2001), contudo, são as espécies do cerrado, as que apresentam um maior potencial terapêutico, pois é vasta a literatura neste contexto (ALMEIDA et al., 1998; AVILA, 2001; LORENZI, 1992; LORENZI & MATOS,2002; PINTO et al., 2000; RODRIGUES & CARVALHO, 2001; VIEIRA & MARTINS, 2000; entre outros). O bioma cerrado tem sido apontado como um dos “hotspots” mundiais, devido ao grau de endemismo e alteração antrópica em mais de 70% da sua área original. Além disso destacam-se pela riqueza de espécies de plantas medicinais com potencial terapêutico, intensamente explorados pela população (MYERS, et al.,2000). Milhares de outras espécies estão enquadradas na categoria de vulneráveis à extinção e se nenhuma ação concreta for realizada para evitar que sejam dizimadas, em breve tempo terão desaparecido (GOTTLIEB & KAPPLAN, 1994). Entre essas espécies encontra-se o Stryphnodendron adstringens (barbatimão) (Figura 1), planta de alto valor terapêutico. 3 O uso de plantas medicinais tem sido uma prática consagrada através dos milênios pela humanidade e que nos últimos anos tem-se verificado um grande avanço científico com estudos químicos e farmacológicos na busca de novos compostos com propriedades terapêuticas e drogas alternativas para várias enfermidades as quais estão sendo constantemente investigadas como agentes com atividade tópica e sistêmica. O Stryphnodendron adstringens é uma espécie muito utilizada pela população no tratamento de várias enfermidades inclusive como antimicrobiana (BERSANI et al., 1996) e está sob forte risco de extinção por ter sido, por mais de 100 anos, explorada pela indústria do curtume e removida de seu habitat natural pelo avanço das áreas agricultáveis e pecuária. Uma das maneiras de se preservar uma espécie é a conservação em bancos de germoplasma, que permite garantir para o futuro a disponibilidade de materiais genéticos para pesquisa e a diversidade das espécies nativas (SILVA et al., 2001a). Atualmente, os programas de conservação de recursos genéticos têm priorizado o estabelecimento destes bancos como estratégia fundamental para evitar a extinção de espécies silvestres. Assim, este trabalho pretendeu estabelecer um banco de germoplasma ex situ a partir de critério ecogeográfico, visando preservar a estrutura genética dessa espécie. Através do estudo dos princípios ativos dessa espécie pretende-se colaborar ativamente para a valorização e uso da biodiversidade brasileira, além de fornecer subsídios científicos para estimular a incipiente indústria brasileira de medicamentos a investir na produção de fitoterápicos. 4 Figura 1. Stryphnodendron adstringens (Mart) Coville 5 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA “Plantas daninhas são seres vegetais cujas virtudes ainda não foram descobertas” W. Shakespeare 6 2.1. CERRADO A região do Cerrado apresenta uma das diversidades mais ricas dentro da vegetação savânica do mundo. Está localizada basicamente no Planalto Central, estendendo-se à região norte, sudeste e nordeste do Brasil. Mesmo considerando a diminuição na diversidade biológica, a riqueza de suas espécies ainda é muito expressiva, podendo representar 33% da diversidade biológica do Brasil (AGUIAR e CAMARGO, 2004). Alguns autores relatam que sua flora riquíssima é composta de cerca de sete mil espécies entre árvores, ervas, arbustos e trepadeiras (SHEPERD, 2000), mas esse número pode chegar a 10 mil (MYERS et al., 2000). A vegetação do Cerrado pode ser dividida em formações florestais, savânicas e campestres. As formações florestais, representada por Mata Ciliar onde há predominância de espécies arbóreas e Mata Seca e Cerradão, que ocorrem nos interflúvios, em terrenos bem drenados (RIBEIRO e WALTER, 1998). Nas formações savânicas os tipos fitofisionômicos são classificados em Cerrado Denso, Cerrado stricto sensu e o Cerrado Ralo (SANO & ALMEIDA, 1998). Essas formações se caracterizam pela presença de árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas. Os troncos das plantas lenhosas geralmente possuem casca grossa, com cortiça, folhas rígidas, coriáceas e caducas (SILVA et al., 2001b). A vegetação rasteira apresenta xilopódios, bulbos, rizomas e gemas subterrâneos (GOODLAND & FERRI, 1979). As formações campestres, representadas pelo Campo Sujo, Campo Rupestre e o Campo Limpo, caracterizam-se pela presença marcante de arbustos e subarbustos entremeados no estrato herbáceo. Esses três tipos se diferenciam pelo substrato, composto por afloramentos de rocha, composição florística que inclui muitos endemismos (GIULIETTI e FORERO, 1990; FILGUEIRAS, 1994). O cerrado brasileiro tem despertado a atenção de pesquisadores, pois além de ser o segundo maior bioma nacional em diversidade genética, com cerca de sete mil espécies, também tem sido apontado como um dos “hotspots” mundiais, devido ao grau de endemismo e degradação onde destacam-se centenas de espécies de plantas medicinais por 7 seu potencial terapêutico, intensamente explorados pela população (MENDONÇA et al., 1998 e MYERS, et al.,2000). Apesar da baixa fertilidade do solo onde se desenvolve o Cerrado, a proximidadedos grandes centros consumidores e a topografia plana, que predomina nestas regiões, facilitam a mecanização, compensando sua ocupação (TOLEDO FILHO, 1984). Segundo Vieira e Martins (2000), o Cerrado, pelas suas condições edafo-climáticas favoráveis, foi transformado em importante região para atividades agropecuárias devido ao grande crescimento populacional e a demanda por mais alimentos. O ritmo acelerado desta ação antrópica nas últimas décadas tem levado a perdas de material genético vegetal nativo praticamente desconhecido do ponto de vista científico. De acordo com Vieira & Alves (2003), vários são os obstáculos e dificuldades para a conservação de recursos genéticos de espécies medicinais, sendo o principal deles a falta de conhecimento científico na área de taxonomia, genética, fisiologia de sementes, biologia reprodutiva, dinâmica de populações e bioquímica de metabólitos secundários. Outro aspecto a ser considerado na conservação de recursos genéticos é a escolha de uma metodologia de conservação adequada para cada espécie, o que representa um permanente desafio no sentido de evitar alterações genéticas da amostra inicial (VIEIRA e ALVES, 2003; VIEIRA, 2002; FREIRE et al., 1999). Walter e Cavalcanti (2005) mencionam que nos sítios de coleta cada população deve ser amostrada considerando seu tamanho, densidade e extensão, além disso a distância mínima e o número mínimo de indivíduos a ser coletado em cada população deve ser considerado entre os pontos de coleta, para evitar que os indivíduos sejam altamente relacionados (ENGELS et al., 1995). Alguns grupos de plantas medicinais que merecem maior prioridade de inclusão em trabalhos de conservação ex situ são aqueles com propriedades terapêuticas comprovadas, de utilização popular, administradas por profissionais da área médicas e comercializadas pela indústria farmacêutica (SKORUPA e VIEIRA, 2005). Estudos incluindo estratégias de pós-coleta, sistema reprodutivo e descritores mínimos são imprescindíveis para viabilizar banco de germoplasma representativo. A extrema heterogeneidade vegetativa do Cerrado tem conseqüências importantes para um planejamento de conservação, tornando-se necessário o estabelecimento de 8 algumas áreas de proteção para preservar adequadamente a biodiversidade (RATTER et al., 1997). Devido a forma indiscriminada pela qual a ocupação destas áreas vem se processando, torna-se urgente a busca de modelos que possam minimizar esta ação com a adoção de medidas conservacionistas. 2.2 Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Sinonímias segundo Occhioni Martins, (1974): Acácia adstringens Martius, Mimosa barbadetimam Velloso, S. barbatimão Martius, S. barbatimam Mart., Mimosa virginalis Arruda. O gênero Stryphnodendron Martius é praticamente exclusivo da América do Sul, com 26 espécies, das quais 25 estão no Brasil. A hierarquia taxonômica de S. adstringens (Martius) Coville é: Reino- Plantae Filo- Magnoliophyta Classe- Magnoliopsida Ordem- Fabales / Mimosoideae Família- Mimosaceae Gênero- Stryphnodendron (1837) Espécie- Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville A espécie S. adstringens é árvore de 2-6 metros de altura, copada, tronco tortuoso, folhas aglomeradas; ramos espessos, curtos, rufo-tomentosos, tortuosos e rugosos (OCCHIONI MARTINS, 1974). Casca áspera e fissurada. Folhas alternadas , bicompostas, paripinadas, pecioladas, estipulas cetáceas e caducas; raque freqüentemente dotada de glândula na base e entre os últimos pares de pinas; pinas 5 a 8 pares; folíolos 5 a 8 pares em cada pina, alternos ou sub opostos, subsésseis, limbo com 1,5 a 2 x 1 a 1,5 cm oval e orbicular de membranáceo a cartáceo; ápice arredondado arretuso; base um desigual obtusa arredondada a truncada. Inflorescência com espiga lateral nos apicais desfolhados, congesta 9 com aproximadamente 100 flores. Flores actinomorfas com cerca de 6 mm de comprimento sésseis; cálice cupuliforme, 5-denteado; corola creme-esverdeada; pétalas livres, naviculares; 10 estames livres; filetes com cerca do dobro do comprimento da corola; anteras rimosas, oblongas; ovário súpero, unilocular, curto-estipitado, com muitos óvulos parietais, bisseriados. Fruto legume negro, deiscente com cerca de 8 cm, oblongóide e levemente toruloso; valvas cartilaginosas com endocarpo macio, fibroso e muitas sementes, com 6 a 9 x 1 a 3 mm, castanho-avermelhadas, de elipsóides a oblongóides e ligeiramente compressas (Almeida e Sano,1998). Trata-se de uma árvore comum do Cerrado, com ampla distribuição geográfica, ocorrendo em vários Estados, desde o Pará, atravessando o Planalto Central, até o norte do Paraná. É encontrada com mais freqüência, em fitofisionomias de Cerrado stricto sensu, Campos Sujos e Cerradão (FELFILI et al., 1999). A partir de junho inicia-se a coleta das sementes. A germinação em campo é baixa e acontece com muita luz. A germinação sob condições ex situ ocorre de 7 a 14 dias com escarificação mecânica ou química (ácido sulfúrico, 250 C, rolo de papel). Cada quilograma contém cerca de 12.600 sementes e estas podem ser armazenadas por quatro anos à 18oC, 45% UR (umidade relativa). Tem tolerância à dessecação e ao frio. Mudas de S. adstringens podem ser cultivadas em sacos plásticos de 25 x 37 cm, em substrato organoarenoso, sob ambientes semi-sombreados produzindo mudas pequenas de 25cm aos dois anos (SALOMÃO et al., 2003). A casca de S. adstringens contém cerca de 20% a 30% de taninos, e 28% da semente é galactomanano (peso seco) (SANTOS et al., 2002). Os taninos são compostos fenólicos adstringentes presentes em concentrações relativamente elevadas em uma ampla variedade de plantas lenhosas (RAVEN, 2001); são produtos de secreção que se encontram em maior ou menor quantidade em quase todos os tecidos vegetais, porém sem se constituírem em elementos essenciais da madeira, sendo extraídos principalmente das cascas (MORI, 1997). Análises mostraram diferenças quanto aos teores de taninos totais nas diferentes estações do ano, sendo o inverno e outono os meses em que há maior acúmulo destes metabólitos (COELHO et al., 2002) e que tanto fenóis totais como taninos estão diretamente correlatos com a saturação de alumínio do solo (SANTOS et al., 2004). 10 O modo de ação desses compostos envolve a precipitação das proteínas das células superficiais das mucosas e dos tecidos descobertos, formando revestimentos protetores (CASTRO, 1998; OLIVEIRA, 2006a). A madeira é dura, usada na construção civil e a casca foi utilizada por longo período no curtume de couro (RIZZINI & MORS, 1976). O decocto das cascas do barbatimão é amplamente utilizado pela medicina popular no tratamento de leucorréia, hemorragias, diarréia, hemorróidas (PANIZZA, 1998). Ensaios foram realizados com extrato hidroalcoólico de S. adstringens frente à Cândida albicans, micoorganismo causador da candidíases vaginal, bucal e do trato alimentar, mostraram uma inibição de 58% das unidades formadoras de colônias (UFC), comprovando o uso popular do barbatimão em corrimentos vaginais por período de 10 dias (OLIVEIRA et al., 2006b), estes autores inferiram ser os taninos os responsáveis pela atividade antimicrobiana. Trabalhos realizados por outros autores têm confirmado a ação dos taninos sobre microorganismos, como a atividade antifúngica de Caryocar brasiliensis sobre Cryptococcus neoformans e Paracoccidioides brasiliensis (PASSOS et al, 2006; GUIMARÃES et al., 2001) e a atividade de taninos hidrolizáveis frente a Helicobacter pylori (FUNATOGAWA et al., 2004). Bezerra et al. (2002) demonstraram atividade moluscicida dos extratos alcoólicos de S. adstringens frente à Biomphalaria glabrata, atribuindo estes efeitos aos taninos condensados, a prodelfinidina presente nestes extratos. Holetz et al (2005) comprovou a atividade tripanosomicida de frações do extrato bruto de cascas de S. adstringens sobre Herpetomonas samuelpessoai. Atividade antiinflamatória foi constatada em estudos com a fração acetônica de S. adstringens , sendo bastante eficaz na supressão de edema de pata induzido por dextrana e carragenina. Análises fitoquímicas desta fração demonstraram que substâncias como taninos, chalconas e compostos triterpenóides responsáveis pela ação antiinflamatória (LIMA et al, 1998), O efeito do extrato de barbatimão na cicatrização de feridas provocadas cirurgicamente em ratos foi avaliado por Lopes et al., (2005a), eles observaram crescimento epidérmico melhor que o controle. Avaliaram também atividade antibacteriana 11 frente ao Staphylococcus aureus com CIM de 125µg/mL e atividade antioxidante, foi comprovada. Outros trabalhos também demonstraram a atividade cicatrizante (VIEIRA et al., 1998, PEREIRA et al., 2003), anti-ulcerogênica (AUDI et al, 1999a), e antibacteriana frente ao Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa (BERSANI et al., 1996; SOUZA et al, 2006), anti-tirosinase (BAURIN et al., 2002) e antigenotóxica em medila óssea de camundongos ( SILVA-de-ANDRADE et al., 2006). Efeitos tóxicos dose-tempo-dependente foram comprovados por ensaios com mitocôndrias isoladas de fígado de ratos e foi sugerindo serem os taninos responsáveis por esta ação ( REBECCA et al., 2003). Em função das múltiplas atividades terapêuticas mencionadas a cima o barbatimão é uma das principais espécies comercializadas oriundas de Cerrado, sendo o Estado de Minas Gerais o principal fornecedor, seguido do Pará, Bahia e Goiás (ALMEIDA, 1998). O fornecimento de barbatimão decresceu de 1.500 para 12 toneladas/ano no período de 1988 a 2000 (ALMEIDA, 1998; IBGE, 2000). O comércio de plantas medicinais no Brasil tem demonstrado ser bastante lucrativo, segundo relatório preliminar elaborado pelo IBAMA. No período de 1994 a 1997 foram exportadas quase 4,5 mil toneladas de plantas medicinais para Alemanha, Estados Unidos, Japão, Coréia, entre outros, rendendo ao país cerca de 22,5 milhões de dólares neste período, sendo a maior fornecedora a Floresta Amazônica, seguida da Mata Atlântica e do Cerrado (BORGES FILHO e FELFILI, 2003). A coleta da casca do barbatimão é feita de forma desordenada, sem critério de escolha dos indivíduos, o que coloca a espécie sob risco de extinção, caso a expansão agrícola e urbana se intensifique e nenhum programa de conservação seja realizado. Mesmo em unidades de conservação estimou-se que de cada cinco indivíduos dois apresentaram sinais de extrativismo depredatório (BORGES FILHO e FELFILI, 2003). Um dos fatores de desequilíbrio das populações naturais é a associação do extrativismo com as queimadas freqüentes. A perda da casca deixa os indivíduos suscetíveis à necrose promovida por infestação de microorganismos além de os deixar desprotegidos quanto às altas temperaturas, acentuando assim sua vulnerabilidade, principalmente daqueles acessos mais jovens. Guedes (1996) acrescenta que a casca funciona como isolante térmico, protegendo o câmbio contra a ação do fogo. 12 Ramos (2004) ao avaliar o efeito do fogo bienal e quadrienal na estrutura populacional e reprodução de espécies vegetais do Cerrado sensu stricto, mostrou que esse elemento causa a redução na densidade populacional de algumas espécies e o aumento do número de rebrotas por indivíduo não é o bastante para manter a capacidade reprodutiva das espécies. Pelo alto risco de extinção é importante adotar medidas urgentes de preservação e conservação de genótipos que representem a variabilidade desta espécie. 2.3. Banco de Germoplasma Mesmo que a biodiversidade apresente um potencial expressivo para utilizar a diversidade genética em benefício da humanidade, o desconhecimento de seu valor constitui o principal risco a provocar perdas irreversíveis da diversidade genética (VILELA-MORALES & VALOIS, 2000). Segundo Valois (1996), germoplasma é a “base física do cabedal genético, que reúne o conjunto de materiais hereditários de uma espécie” e banco de germoplasma é considerado como o local onde são conservadas as coleções de germoplasma em forma de células, sementes ou plantas (SILVA et al., 2001b). Duas ações podem ser citadas: conservação in situ (variação genética potencial), por meio de reservas genéticas isoladas ou preferencialmente localizadas dentro de unidades de conservação ambiental, como parques, reservas, santuários, refúgios entre outros, e a conservação ex situ (variação genética capturada ou disponível) em coleções de recursos genéticos localizados em jardins botânicos, arboretos, zoológicos e banco de germoplasma (VILELA-MORALES & VALOIS, 2000). Segundo Silva e Salomão (2005), os métodos convencionais para a conservação ex situ são bancos de germoplasma semente a –20°C e em campo. Apesar das duas estratégias serem complementares, a conservação ex situ, embora por vezes tenha custo relativamente alto, apresenta-se como alternativa prioritária, ou mesmo única alternativa devido à intensa e constante pressão sobre as espécies e seus habitats. A partir de 1960, tem sido significativo o crescimento do número de coleções ex situ 13 para preservação de plantas e subsequente melhoramento genético. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) no ano de 1994 havia 4.410.000 acessos conservados ex situ, sendo 50% do total, conservados por vários países industrializados, 38% por países em desenvolvimento e 12% por grupos independentes (VILLALOBOS & ENGELMANN, 1995). No Brasil, com a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e, posteriormente, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), passou-se à realização de coletas sistemáticas com novas prioridades quanto ao germoplasma nativo (SILVA e VALLS, 2005). Aos 25 anos instituíram-se 166 bancos ativos de germoplasma, englobando 152 gêneros e 221 espécies vegetais, animais e microorganismos, num total de mais de 200.000 acessos de germoplasma vegetal donde 76% são exóticos e 24% nativos ou populações locais. Embora a diversidade genética de muitas culturas, estejam preservadas de forma ex situ, muitas outras de importância nacional e regional não estão ou estão pouco representadas nessas coleções. Da totalidade dos acessos em coleções de germoplasma os cereais representam 46%, as hortaliças 7,62%, enquanto as plantas medicinais estão com apenas 0,07% do total dos acessos conservados (VILLALOBOS & ENGELMANN, 1995). 14 3. OBJETIVO “Deus fez a terra produzir medicamentos, o homem sensato não os despreza”. Eclesiástico 15 3.1. Objetivo geral Estabelecer um banco ativo de germoplasma ex situ do Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville. 3.2. Objetivos específicos: Realizar expedições de cada germoplasma-semente de S. adstringens em vários estados brasileiros; Avaliar a qualidade física e fisiológica das sementes de S. adstringens; Avaliar o teor de fenóis totais e taninos do extrato aquoso de 223 acessos de S. adstringens; Introduzir acessos de S. adstringens no Banco de germoplasma da Unidade de Preservação Ambiental de Araxá – Reserva EcoCerrado Brasil. 16 4. JUSTIFICATIVA “A natureza é mãe e sabendo cuidala, produzirá muitos frutos”. 17 O trabalho proposto nessa dissertarão se justifica pelo elevado nível de degradação que a espécie S. adstringens está exposta, devido a fragmentação dos ecossistemas ocasionada pela expansão agrícola, queimadas, exploração madeireira, construção de hidroelétricas e estradas. Todos esses fatores contribuem de modo direto ou indireto para uma rápida perda de recursos genéticos (VIEIRA et al., 2002). A escolha de S. adstringens deu-se a partir do grande potencial terapêutico que a espécie apresenta, a intensa utilização empírica pela população brasileira e também por uma patente gerada pela instituição mantenedora da pesquisa, registrada em Hong Kong sob o numero HK1072152, em vigência desde 12 agosto de 2005 intitulada “Composição de uso tópico contendo extrato de planta do gênero Stryphnodendron, seu processo de preparação e aplicação”. 18 5. MATERIAIS E MÉTODOS “A sobrevivência de um organismo depende da sobrevivência de um outro”. Charles Darwin 19 5.1. Coleta do germoplasma-semente e de ramos de S. adstringens Após a realização de extenso levantamento bibliográfico, consultas a especialistas e a herbários foi traçada uma estratégia de coleta de germoplama-semente, a qual foi realizada por meio de duas expedições. Frutos de S. adstringens, após a queda espontânea dos mesmos, foram coletados, em julho e agosto de 2005 e agosto de 2006. Estes foram levados para o laboratório de biotecnologia da UNAERP, posteriormente abertos, e as sementes íntegras retiradas dos lóculos foram selecionadas. O número de indivíduos foi de 223, sendo vinte indivíduos em cada uma das doze populações localizadas nos municípios de Delfinópolis, Sacramento, Araxá, Luislândia e Lagoa Formosa (MG); em Botucatu, Paranapanema e Cristais Paulista (SP); em Campo Alegre, Caldas Novas, Cristalina, São João da Aliança (GO) (Figura 2). Todas coletas foram registrada por Sistema de Posicionamento Global (GPS – Garmin Modelo Legendado-79728002 com unidade de recepção e antena embutida, que sintoniza vários satélites simultaneamente com capacidade de edição instantânea em coordenadas geográficas Lat/Long e UTM) (Tabela 1). Foram coletados galhos ramificados a partir do tronco (ou fuste) na altura de 10 cm acima do DAP (diâmetro acima do peito) com 3 cm de diâmetro de todos os acessos. Esses galhos foram transportados do local de coleta para o laboratório de biotecnologia da UNAERP. Foram secos, em ambiente natural, e posteriormente descascados. A casca, ou seja, a ritidoma e a entrecasca, foram pulverizadas em moinho de facas (mod. Marcone) e o pó foi peneirado em malha de 40 mesh. A partir desse material foram realizadas as análises do teor de fenóis totais e taninos. Ramos floridos foram herborizados e de cada indivíduo foram confeccionadas duas exsicatas, totalizando 446 e estas foram depositadas no herbário da UNAERP (registros no 272-718). 20 1- Paranapanema 2- Botucatu 3- Cristais Paulista 4- Sacramento 5- Araxá 6- Delfinópolis 7- Lagoa Formosa 8- Luislândia 9-Cristalina 10- Caldas Novas 11- Campo Alegre 12- São João da Aliança 12 10 11 9 4 3 1 8 5 6 7 2 Figura 2. Locais de coleta de germoplasma-semente de S. adstringens no ano de 2005. 21 Tabela 1. Localização geo referenciada das áreas de coleta de germoplasma-semente de S. adstringens – expedição nos anos de ano 2005 e 2006. Cidades ARAXÁ (MG) BOTUCATU (SP) CAMPO ALEGRE (GO) CRISTAIS PAULISTA (SP) DELFINÓPOLIS (MG) CRISTALINA (GO) LUISLÂNDIA (MG) CALDAS NOVAS (GO) SACRAMENTO (MG) SÃO JOÃO DA ALIANÇA (GO) LAGOA FORMOSA (MG) PARANAPANEMA (SP) LUZ (MG) MOEMA (MG) UBERLÂNDIA (MG) PRESIDENTE OLEGÁRIO (MG) JOÃO PINHEIRO (MG) CARMO DO PARANAÍBA (MG) COLINA (GO) PERDIZES (MG) ARAGUARI (MG) RIO VERDE (GO) JATAÍ (GO) ITAÍ (SP) URUAÇU (GO) NIQUELÂNDIA (GO) TEREZINHA DE GOIÁS (GO) MONTES CLAROS (MG) LAT. (S) 19° 35´ 30,5´´ 22° 55´ 12,4´´ 17° 21´ 14,2´´ 20° 23´ 49,6´´ 20° 19´ 56,5´´ 17° 00´ 40,7´´ 17° 46´ 25,5´´ 17° 43´ 14,8´´ 19° 58´ 36,3´´ 14° 35´ 31,3´´ 18° 51´ 12,7´´ 23° 24´ 54,0´´ 19° 47´ 10,9´´ 19° 46´ 41,8´´ 18° 52´ 32,7´´ 18° 21´ 21,7´´ 17° 39´ 54,7´´ 18° 56´ 31,9´´ 14° 18´14,5´´ 19° 24´ 08,4´´ 18° 35´48,5´´ 17° 36´ 05,1´´ 17° 50´ 38,1´´ 23° 22´ 45,8´´ 14° 31´ 59,3´´ 14° 28´ 04,8´´ 13° 48´14,7´´ 16° 22´69,0´´ LON. (W) 47° 07´ 37,3´´ 48° 28´ 36,3´´ 47° 47´ 21,4´´ 47° 25´ 47,9´´ 46° 48´ 55,5´´ 47° 13´ 04,5´´ 45° 24´ 55,7´´ 48° 36´34,4´´ 47° 23´ 25,2´´ 47° 29´ 19,5´´ 46° 23´ 48,1´´ 48° 33´ 59,8´´ 45° 38´ 05,6´´ 45° 27´ 43,2´´ 48° 04´ 12,6´´ 46° 27´ 43,1´´ 46° 20´ 50,6´´ 46° 18´ 54,0´´ 48° 08´ 57,8´´ 47° 19´ 02,5´´ 48° 15´48,7´´ 50° 46´ 34,3´´ 51° 27´ 49,5´´ 48° 58´ 37,7´´ 49° 04´ 41,1´´ 48° 29´ 51,5´´ 47°´15´ 51,0´´ 43°´22´ 36,0´´ ALT. 982m 860m 949m 991m 832m 923m 900m 697m 690m 987m 901m 701m 651m 645m 642m 937m 553m 1046m 496m 1115m 940m 726m 836m 623m 506m 610m 768m 830m 5.2. Definição de descritores mínimos para caracterização agronômica. Os dados coletados para definir os descritores mínimos estão mencionados a seguir, tendo sido utilizado o N de 20 para as populações selecionadas totalizando 223 acessos coletados em 2005. 5.2.1. Dados biométricos de frutos e sementes 22 Através de seleção casuística foram separados 20 frutos de cada acesso, estes foram pesados e medidos. As medições do comprimento e largura dos frutos, bem como, das sementes, foram realizadas com paquímetro. Todas as análises contaram de N=8 para C. Novas, N=15 para Luislândia e N=20 para as demais populações. 5.2.2. Fruto Foram determinados os seguintes descritores: CL - Comprimento longitudinal do fruto (cm) CT - Comprimento transversal do fruto, na porção média (cm) CF – Cor do fruto NL- Número de lóculos 5.2.3. Semente Foram determinados os seguintes descritores: CT – Cor do Tegumento DLS - Diâmetro longitudinal da semente (cm) DTS - Diâmetro transversal da semente (cm) NSCP - Número de sementes por fruto NSN - Número de sementes normais NSP- Número de sementes predadas PSE – Peso de sementes maduras e sadias (g) SC - Número de sementes abortadas ou chochas 23 5.2.4. Caule Foram determinados os seguintes descritores: DC - Diâmetro do caule a 40 cm do solo O diâmetro foi calculado pela expressão: π/4 (D² – d²) = X X.4 / π(D² – d²) = % T-Textura da casca Quanto ao caule também foi determinado o nível de dano por ação antrópica (CD caule danificado ou não) 5.3. Teste de vigor Sementes armazenadas por um ano em câmara fria (3°C) foram pesadas e posteriormente escarificadas mecanicamente, usando-se esmeril elétrico (Dremel – MultiPro 395CT) e imersas em solução fungicida 0,2% (Captan) por 24 horas em agitador orbital a 100 rpm. Após esse procedimento as sementes foram colocadas para germinar em substrato Plantimax® em caixilho de isopor mantidos em casa de vegetação ( 28- 34°C), coberta com telha translúcida (1206000 µmoles/m2/s.). As regas foram realizadas diariamente. Vinte e oito dias após a semeadura foi avaliada a porcentagem de germinação e o peso fresco das plântulas. Posteriormente foi também determinado o peso seco após secagem em estufa com ventilação forçada a 50°C durante 48 horas dentro de sacos de papel. A pesagem foi realizada em balança analítica com precisão de 0,001 g. Nesse experimento foram utilizadas 20 sementes e 5 repetições. A porcentagem de germinação foi calculada de acordo com Labouriau & Valadares (1976): 24 G = (N/A)x100 Em que: G – germinação. N - número total de sementes germinadas. A - número total de sementes colocadas para germinar. Foi utilizado a Correlação de Pearson para determinar a correlação entre peso de semente e porcentagem de sementes germinadas. Coeficiente de Correlação de Pearson (ρ) σxy ρ= σxσy, onde σxy é a covariancia de X e Y (dispersão conjunta) σx é o desvio padrão de X (dispersão de X) σy é o desvio padrão de X (dispersão de Y) ∑ (X1 – X) (Y2 – Y) σxy = N Estimador (r) r= ∑ (X1 – X) (Y2 – Y) √ [ ∑ (X1 – X)2 ∑ (Y2 – Y) 2 ] A porcentagem de germinação também foi calculada para sementes plantadas em substrato solo-esterco (3 : 1) a pleno sol, conforme descrito no item 5.4 . 5.3.1. Índice de velocidade de germinação (IVG) Plântulas desenvolvidas em substrato solo-esterco (3:1) a pleno sol, conforme descrito no item 5.4 foram avaliadas com 14, 21 e 28 dias após o plantio das sementes, utilizando como base o método de Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 1992), com 25 algumas modificações. Ao final do teste, o IVG foi calculado empregando a fórmula de Maguire (1962). IVG = G1/N1 + G2/N2 + ... + Gn/Nn Em que: IVG - Índice de velocidade de germinação. G1, G2 e Gn - número de plântulas normais computadas na primeira, segunda e última contagem. N1, N2 e Nn - número de dias após a implantação do teste 5.4. Beneficiamento e plantio de sementes Sementes com perfurações provocadas por ataque de insetos e murchas foram descartadas e as vigorosas foram mensuradas quanto ao comprimento e largura. As sementes consideradas adequadas ao plantio foram armazenadas em sacos de papel tipo craft e acondicionadas em câmara fria (3ºC) por 1 ano. Após esse período, as sementes foram escarificadas mecanicamente na extremidade oposta ao embrião, usando-se esmeril elétrico (Dremel – MultiPro 395CT) e imersas em solução fungicida 0,2% (Captan) por 24 horas em agitador orbital a 100 rpm. Trinta sementes de cada acesso, totalizando 6690 sementes, foram plantadas em sacos plásticos (18 x 10cm) com substrato solo-areia-esterco na proporção 3:2:1 à profundidade de 1cm e foram mantidos em casa de vegetação ( 28- 34°C) , coberta com telha translúcida (6030 µmoles/m2/s), por dois meses. As regas foram realizadas diariamente. Um segundo experimento foi realizado com a mesma quantidade de sementes e condições ambientais, porem as sementes foram plantadas em substrato plantimax, em caixilhos de isopor. Posteriormente, no mês de outubro de 2006, um terceiro experimento foi estabelecido com as sementes, que foram plantadas em sacos plásticos (18 x 10cm) com substrato soloesterco (3:1), a pleno sol (321600 µmoles/m2/s) e com irrigação diária pela manhã. Esse experimento foi realizado em Araxá-MG na Unidade de Conservação Ambiental de Araxá – Reserva EcoCerrado Brasil, localizada próxima a BR 262, no Km 715 (Figura 30). 26 Em todos o trabalho com semente foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), e o procedimento estatístico foi determinado com o auxílio do pacote estatístico SISVAR, da Universidade Federal de Lavras, com aplicação do teste F na verificação de diferenças entre tratamentos e o teste Scott-Knot (p<0,05) na comparação das médias dos tratamentos. Figura 3. Viveiro de mudas de germoplasma-semente de barbatimão na reserva EcoCerradoBrasil 5.4.1. Instalação do banco ativo de germoplasma de S. adstringens O banco ativo de germoplasma (BAG) do S. adstringens foi instalado em 2.0 ha da Unidade de Preservação Ambiental de Araxá (MG) – Reserva EcoCerrado Brasil (39 há), localizada próximo a BR 262, no Km 715, com coordenadas Lat.19° 36´ 47,1´´ Long.47° 08´ 20,9´´ e com altitude de 939m. O trabalho foi estruturado seguindo metodologia 27 utilizada no Campo Experimental Sucupira, Distrito Federal, para a espécie Schinipsis brasiliensis (SILVA e SALOMÃO, 2005) . Em janeiro de 2007 o terreno foi arado, gradeado e recebeu 50 Kg de superfostato simples. As covas foram abertas com 40 cm de largura e 40 de profundidade. No dia do plantio, três mudas de cada árvore, devidamente identificadas foram colocadas em recipientes plásticos e transferidas para a área da instalação do banco de germoplasma. Em cada cova foi colocada 3 plantas por progênie das diferentes procedências e posteriormente será realizado o desbaste das plantas menos vigorosas. As plantas estão dispostas em linhas cuja seqüência das mudas no campo foi estabelecida por sorteio e três blocos compões as repetições (Anexo 1). 5.5. Determinação de Fenóis Totais Duzentos miligramas de pó da casca seca foram adicionados a 10mL de MeOH/H2O (l:l) e levado à ebulição. A seguir, foi filtrado em filtro de papel e completado o volume para 100mL com MeOH/H2O (l:l). Foram aliquotados 0,1mL da solução acrescidos de 7mL de água destilada e 0,5mL do reagente Folin - Ciocalteau. Seguido de agitação por 3 min., em agitador elétrico, acrescido 1mL de solução de Na2CO3 saturada e completada para 10mL com água destilada. Após 30 min., foi lida a absorbância, em espectrofotômetro a 730 nm utilizando-se o branco como referência. A concentração de fenóis totais foi determinada utilizando-se uma curva de calibração estabelecida com soluções de concentração conhecida de ácido tânico, submetidas à reação colorimétrica conforme o procedimento descrito para os extratos. As análises foram realizadas em triplicatas para delineamento estatístico que utilizou o teste Scott-Knott a nível de 5% de variância. 5.6. Determinação de Taninos A avaliação dos taninos foi estimada por ensaios colorimétricos baseados nos procedimentos descritos por Glasl (1983), com algumas modificações e utilizado o 28 protocolo da Farmacopéia Brasileira para doseamento de taninos em espinheira santa (Maytenus ilicifolium). Pesou-se cerca de 0,75g do pó da casca seca de 223 amostras. Transferiu-se esse volume de amostra para um balão de fundo redondo de 250mL e adicionou-se 100mL de água destilada e aquecida por 30 min. à temperatura de 90-100°C. Após resfriamento em água corrente, foi transferida para balão volumétrico de 250mL e completado com água destilada. Após decantação, filtrou-se a solução com filtro de papel. As análises foram realizadas em triplicatas para delineamento estatístico que utilizou o teste Scott-Knott a nível de 5% de variância. 5.6.1. Doseamento de Polifenóis Totais. Polifenóis Totais (A1) – 5mL do filtrado foi transferido para balão volumétrico de 25mL e completado com água destilada. Transferiram-se 2mL desta solução, 2mL do reagente de Folin-Ciocalteau e 16mL de Na2CO3 a 20% (p/v) para balão volumétrico de 50mL que teve volume completado com água destilada. Mediu-se a absorbância desta solução (A1) 750 nm, exatamente 2 minutos após a adição do último reagente, utilizando o branco como referência. As análises foram realizadas em triplicatas para delineamento estatístico que utilizou o teste Scott-Knott a nível de 5% de variância. 5.6.2. Doseamento de Polifenóis não adsorvidos pela caseína. Adicionou-se 0,15g de caseína a 10mL da solução (A1) e agitou-se vigorosamente, em agitador elétrico, por 60 minutos, filtrou-se posteriormente em filtro de papel. Pipetaram-se 5mL do filtrado e transferiu-se para balão volumétrico de 25mL e completouse com água destilada. Desta solução foram retirados 2mL do reagente de Folin-Ciocalteau e 16mL de Na2CO3 a 20% (p/v) para balão volumétrico de 50mL que teve volume completado com água destilada. Mediu-se a absorbância desta solução (A2) 750 nm, exatamente 2 minutos após a adição do último reagente, utilizando o branco como referência. As análises foram realizadas em triplicatas para delineamento estatístico que utilizou o teste Scott-Knott a nível de 5% de variância. 29 5.6.3. Solução de Referência. Em um balão volumétrico de 100mL, foram dissolvidos 50mg de Pyrogalol utilizando-se água destilada. Transferiram-se 5mL desta solução para outro balão de 100mL e completou-se com água destilada. Aguardou-se 30 minutos. Transferiu-se 2mL desta solução, acrescidos de 2mL do reagente Folin-Ciocalteau e 16mL de Na2CO3 20% (p/v) para balão volumétrico de 50mL que teve volume completado com água destilada. Mediuse a absorbância dessa solução (A3) à 750nm, exatamente dois minutos após a adição do último reagente. Para a leitura espectrofotométrica a mesma água destilada utilizada para preparo da solução, foi utilizada como branco. O teor de taninos foi calculado pela expressão de acordo com a Farmacopéia Brasileira : A1% = A3x10 (1) TT = FD x A1 C NT = FD x A2 (3) m x A1% (2) 1% mxA FT = TT - NT (4) Em que: A1% = Absorbância específica da solução de referência; A3 = Absorbância medida para a substância referência; C = Concentração em mg/mL do Pyrogalol; TT = Taninos totais em % (p/p); FD = 12500 – Fator de diluição A1 = Absorbância medida para taninos totais; m = Peso da droga considerando a determinação de água; NT = Fração não tanante em % (p/p); A2 = Absorbância medida para taninos não precipitáveis; FT = Fração tanante em % (p/p). 30 O resultado é fornecido em porcentagem (p/p). As análises foram realizadas em triplicatas para delineamento estatístico que utilizou o teste Scott-Knott a nível de 5% de variância. 31 6. RESULTADOS e DISCUSSÃO “Todo ser orgânico que nos rodeia está a lutar com todas as suas forças, para aumentar numericamente”. Charles Darwin 32 6.1 Distribuição da espécie. As áreas visitadas foram classificadas como Cerrado típico e campo-sujo, corroborando assim com dados obtidos por Aoki & Santos (1980) que registraram a maior densidade de indivíduos de S. adstringens na fitofisionomia campo-sujo. A análise dos dados geo-referenciados obtidos nas expedições de coleta mostraram que essa espécie tem um limite bem demarcado de ocorrência localizados entre as latitudes 13° e 24° S, as longitudes 50° a 42° W-GR e altitudes variando entre 606m a 1.047m. O número de trabalhos que tratam dos padrões de distribuição geográfica de plantas, incluindo espécies endêmicas e ou ameaçadas de extinção, é expressivo e são fundamentais para uma melhor compreensão dos padrões de distribuição nos diversos grupos taxonômicos ( MORI et al., 1981; GIULIETTI & PIRANI, 1988; GIULIETTI & FORERO, 1990; ACEVEDO-RODRIGUEZ, 1990; CORDEIRO, 1990; GENTRY, 1992; MIOTTO & WAECHTER, 1996; MARCHIORETTO & SIQUEIRA, 1998). O estudo de padrões de distribuição geográfica é útil para avaliar o estado de conservação atual das espécies. Quanto ao barbatimão foi possível constatar que, nas áreas de ocorrência natural, o estado de conservação dessa espécie está bastante precário. Embora cada espécie tenha sua própria e única distribuição, padrões repetitivos são comuns. Através dos padrões pode-se entender melhor diversas questões fitogeográficas, tais como as ligações florísticas entre ecossistemas, as relações florísticas continentais e intercontinentais; a amplitude de distribuição de espécies; a restrição física e ecológica de grupos nos ecossistemas e endemismos em escalas amplas e restritas. 6.2. Caracterização de frutos A caracterização dos acessos que vão compor bancos de germoplasma é fundamental, tendo em vista, a utilização em programas de pesquisa. Caracterizar consiste desde a correta identificação botânica, o cadastro dos acessos, até as descrições do material utilizando marcadores morfológicos, citogenéticos, moleculares e fitoquímicos pouco 33 influenciados pelo ambiente. (VALOIS et al., 1996; FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1996). Técnicas agronômicas adequadas ao cultivo aliadas à caracterização correta da planta medicinal, viabiliza a produção de fitoterápicos de qualidade (OLIVEIRA & MARTINS, 1998) e também a produção de matrizes idôneas para reflorestamentos, diminuindo assim os danos causados pela prática extrativista. Foi observado de modo geral, nas coletas realizadas em 12 municípios de 3 estados brasileiros que a floração na espécie S. adstringens é irregular, o que também foi constatado por Felfili et al. (1999) em experimentos realizados no município de Brasília, com a mesma espécie. Nos meses de julho e agosto de 2005 foram encontradas, numa mesma área, plantas na fase vegetativa, de floração, e também em estágio de frutificação. Foram observadas plantas com grande quantidade de frutos e também plantas que nada produziram. O tamanho de fruto variou entre 9,7 (±2,58) e 14 cm (±2,1), sendo as plantas localizadas nos municípios de São João da Aliança e Paranapanema as que apresentaram os frutos maiores e os municípios de Cristalina, Luislândia e Caldas Novas os menores (Figura 4). 18 a a Tamanho do fruto (cm) 16 b 14 b b b b b 12 b c c c 10 8 6 4 2 C .A le gr e C r is ta lin a Lu is la nd ia C .N ov as ta is au lis po l C .P no to D cr a Sa el fi m en at u tu c os a Bo or m L. F Pa r an ap 0 Figura 4. Variação do tamanho do fruto (cm). Médias seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si (Scott-knott, p<0,05). 34 Foi observado em campo, em todas as populações estudadas, frutos ainda presos nas plantas com marcas de perfurações causadas por insetos da família Bruchidae e os frutos encontrados no chão também mostravam alta incidência de ataque de insetos. Na população de Cristais Paulista, 24% dos frutos não foram atacados e em Cristalina 100% dos frutos coletados apresentaram perfurações. É evidente que isso influencia na qualidade das sementes e conseqüentemente a propagação natural da espécie. Diversos autores tem relatado a presença de insetos da família Bruchidae em frutos e sementes de plantas da família Leguminosae (NELSON & JONHSON, 1983; LIENARD et al., 1993; JOHNSON & SIEMENS, 1992; GRIMM, 1995). Os bruquídeos dividem-se, quanto à realização da postura, em dois grupos: os que põem os ovos nos frutos da planta hospedeira, acarretando o desenvolvimento das larvas nas sementes desses frutos atacados, e os que põem os ovos diretamente sobre a semente, quando esta se encontra separada do respectivo fruto, conseqüentemente, as larvas que deles eclodem penetram na semente e se desenvolvem (LIMA, 1955). Estudos realizados por Carvalho & Facre, 1987 com Leguminosae do gênero Cássia mostraram que a família Bruchidae realiza a postura sobre os frutos quando em maturação ou em frutos já maduros e caídos ao chão. Em sua maioria, esses insetos danificam as % de Frutos não Atacados sementes, iniciam o ataque quando estas ainda estão em formação. 30 25 20 15 10 5 0 a b b b b c c c d e f Figura 5. Porcentagem de frutos não atacados de S. adstringens (Scott-knott, p<0,05). g 35 Quanto a má formação de sementes em S. adstringens a elevada incidência de frutos atacadas por insetos não é a única causa desse fenômeno, considerando que nos frutos não atacados há uma alta incidência de sementes mal formadas ou abortadas.Isso revela que há outros fatores relacionados a pressões ambientais que também estão interferindo na qualidade das sementes. O número de lóculos e sementes nos frutos de plantas encontradas nos ambientes de ocorrência natural do barbatimão também foi irregular (Figura 6 e 7). Os acessos das populações dos municípios de Cristalina e Caldas Novas apresentaram os menores números de lóculos 10,33 (±0,91) e 10,38 (±2,09) respectivamente e também os mais reduzidos números de sementes 4,57 (±0,66) e 5,91(±3,5) respectivamente. 16 14 a a a a a a a a 12 10 a a a a a a b a b a b Nº de loculos 8 N°sementes 6 b 4 2 ov a s a .n C ta lin C ri s an d ia ta Lu is l au lis ap . C .p ra n Pa en to tu am cr tu ca Sa Bo os a L. fo rm C .a le gr e 0 Figura 6. Variação no número de lóculos e sementes. Médias seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si, (Scott-knott, p<0,05) 36 Figura 7. Detalhes de irregularidade de fruto fechado e aberto de S. adstringens. O fruto de S. adstringens é um legume indeiscente (isto é, não abre espontaneamente para libertar as sementes), achatado, opaco, de superfície irregular, de ápice e base arredondados, bordo irregular e a cor varia de marrom a marrom-escuro (Figuras 8a e 8b). 37 P a ra na pa ne m a Botucatu 4 7 2% 8% 4 2% 1 41% 2 31% 8 11% 1 52% 8 7% 4- 10R (3/2) 1- 5YR (3/2) 2- 5YR (4/2) 7- 2,5YR (3/4) 8- 7,5YR (4/2) 2 46% 8- 7,5YR (4/2) 1- 5YR (3/2) São João da Aliança 4 14% 1 49% 2- 5YR (4/2) 4- 10R (3/2) Luislândia 2 51% 1 51% 2 35% 2- 5YR (4/2) 1- 5YR (3/2) 1- 5YR (3/2) 7 18% 1- 5YR (3/2) 4 29% 1 67% 2- 5YR (4/2) 4- 10R (3/2) Delfinópolis Cristalina 2 15% 2- 5YR (4/2) 7- 2,5YR (3/4) 3 9% 1 22% 1- 5YR (3/2) 2 40% 2- 5YR (4/2) 3- 5YR (4/4) 4- 10R (3/2) Figura 8a. Distribuição de freqüência de cores dos frutos de S. adstringens. Designação segundo diagrama de cores de Munsell (ANEXO II). 38 Araxá 3 7 6% 2% Cam po Alegre 1 5% 8 33% 1- 5YR (3/2) 2 20% 2 62% 8- 7,5YR (4/2) 2- 5YR (4/2) 2 48% 1 44% 2- 5YR (4/2) 1- 5YR (3/2) 3- 5YR (4/4) 7- 2,5YR (3/4) Lagoa form osa Sacram ento 8 2% 2 21% 1 36% 5 8% 3 7% 3 7% 8 7 6 3% 7%2% 4 17% 1- 5YR (3/2) 6- 2,5YR (4/4) 7- 2,5YR (3/4) 4- 10R (3/2) 5- 10R (4/4) 2- 5YR (4/2) 0 5 10% 8- 7,5YR (4/2) 3- 5YR (4/4) 7 30% 8- 7,5YR (4/2) 1- 5YR (3/2) 7- 2,5YR (3/4) 5- 10R (4/4) 3- 5YR (4/4) 2- 5YR (4/2) Caldas Novas 1 13% Cristais Paulista 6 18% 3 27% 2 20% 6- 2,5YR (4/4) 5- 10R (4/4) 3- 5YR (4/4) 1- 5YR (3/2) 1 30% 1 21% 5 22% 8 8% 7 9% 2 29% 3 33% 2- 5YR (4/2) 8- 7,5YR (4/2) 2- 5YR (4/2) 1- 5YR (3/2) 7- 2,5YR (3/4) 3- 5YR (4/4) Figura 8b. Distribuição de freqüência de cores dos frutos de S. adstringens. Designação segundo diagrama de cores de Munsell (ANEXO II). 39 6.3. Caracterização de sementes. A importância de se trabalhar com frutos e sementes oriundos de diferentes localidades geográficas consiste em constatar as diferenças fenotípicas determinadas pelas variações ambientais. Portanto, mesmo pertencendo a uma só espécie, em cada localidade, as sementes estão sujeitas a variações de temperatura, comprimento do dia, índices de pluviosidade e outras variantes que acabam por ressaltar certos aspectos de sua composição genética, ou seja, o meio pode ser adequado para expressão de determinadas características que, em outro local, não se manifestariam. Estudando procedências distintas, é possível captar várias expressões genotípicas, possibilitadas pelas condições ambientais adequadas e isso é fundamental para o estabelecimento de bancos de germoplasma. As maiores sementes foram coletadas nos municípios de Paranapanema e Botucatu 0,335 (±0,03) e 0,320 (±0,02) respectivamente e as coletadas nos demais municípios apresentaram comprimento entre 0,285 (±0,05) e 0,320 (0,02) cm e não diferiram estatisticamente entre si (Figura 9). Tamanho da semente (cm) 0,400 a a 0,350 b b b 0,300 b b b b b b b 0,250 0,200 0,150 0,100 0,050 is ol op a a fin lin D el C r is ta di la n is au .P C Lu lis ta to cr a m en os a Sa e or m gr L. F le C .A as C .N ov ca tu tu Bo Pa ra na p 0,000 Figura 9. Variação do tamanho da semente (cm). Médias seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si, (Scott-knott, p<0,05) 40 O número de sementes perfuradas por insetos predadores variou de 20 a 30%. Embora o teste estatístico empregado não tenha mostrado diferenças significativas, visualmente sementes provindas de Cristalina e Lagoa Formosa encontravam-se bastante comprometidas, necessitando de um teste estatístico mais sensível para determinar essas diferenças (Figura 10). As sementes possuem variadas substâncias de reserva cuja finalidade é nutrir as plântulas no início de sua germinação. As sementes de S. adstringens contêm galactomananos que são polissacarídeos de reserva característicos de sementes pertencentes à família Leguminosae (GANTER et al., 1995). Além da função nutricional da semente os galactomananos, são considerados importantes aditivos alimentares em decorrência de suas propriedades de alto poder espessante, a estabilidade das soluções e a capacidade de interagir com outros polímeros para formar gel (NEUKOM , 1989). Vários organismos são atraídos por essas substâncias, o que acarreta intensa luta entre os indivíduos que buscam os nutrientes e as plantas que tentam se defender. De modo geral as plantas produzem substâncias de proteção e as leguminosas estão entre os vegetais que mais possuem aleloquímicos em suas sementes, especialmente, aminoácidos não protéicos (HARBORNE, 1988). De fato é possível que as sementes de S. adstringens possam produzir algumas substâncias responsáveis em conter níveis elevados de predação, entretanto foi observado em campo que além de exemplares de coleóptero da família Bruchidae já descrito como entomofauna relacionada aos frutos de Stryphnodendron adstringens (SARI & RIBEIRO-COSTA, 2004), outros insetos também foram observadose que associados a degradação do ambiente e a redução de outras espécies florestais podem estar favorecendo com a diminuição da taxa de sementes viáveis e conseqüentemente comprometendo a perpetuação dessa espécie (Figuras 10,11 e 12). Loureiro et al., (2004) estudou o comportamento de sementes de Apuleia leiocarpa Vog. Macbride (Leguminosae-caesalpinoideae) atacadas por coleoptero da família Bruchidae e concluiu que danos causados por estes insetos às sementes promoveram redução acentuada da germinação e do vigor. Um programa de produção de mudas exige conhecimento sobre os períodos de floração e frutificação, produtividade de frutos, índice de germinação e aborto de sementes. A porcentagem de sementes abortadas na espécie S adstringens foi alta entre as populações 41 estudadas, variou de 25 a 56% sendo as populações de Caldas Novas, Cristalina, Delfinópolis e Sacramento as que apresentaram maiores índices (Figura 10). Estudo realizado por Pereira (1992) com Bauhinia forficata, uma leguminosa que também é classificada como espécie medicinal, mostrou um comportamento semelhante ao obtido com o barbatimão, ou seja, embora tenha sido registrado alta produtividade de frutos, o número de sementes sadias e o percentual de germinação foi baixo, devido o a a a a a a a a .a le a g . p re au lis ta C .n ov as C a C ta L. lina fo rm os a a C a Bo tu c Lu atu is l Sa a n d ia cr am en Pa to ra na p. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ris Sementes atacadas (%) grande número de sementes abortadas e predadas . a b b b b b b b b Lu is la nd L. fo ia rm o Pa sa ra na p. C .a le gr e am a C .p au lis Bo t a tu ca tu a en to a Sa cr ov a C ris s ta lin a 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 C .n Sementes abortadas (%) Figura 10. Porcentagem de sementes de S. adstringens atacadas por insetos. Médias seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si (Scott-knott, p<0,05) Figura Porcentagemdedesementes sementes saudáveis abortadas. da Médias seguidas das mesmaséletras não A 11. porcentagem espécie S. adstringens baixa, diferem significativamente entre si (Scott-knott, p<0,05). considerando a média de todas as populações apenas 37% das sementes apresentaram-se 42 saudáveis. A população que apresentou maior índice foi a de Campo Alegre com 53% e a porcentagem mais baixa foi observada na população de Cristalina (Figura 12). A capacidade reprodutiva das plantas é um importante aspecto no seu ciclo biológico (SCHAAL, 1980). Esta capacidade reprodutiva é variável entre espécies e pode igualmente variar dentro de uma mesma espécie ao longo de gradientes ambientais (MARKS & TRUSCOTT 1985, CORDAZZO & DAVY 1994). Estas diferenças podem ser o resultado de distintos processos seletivos e são relacionados com a habilidade das espécies persistirem no tempo e no espaço (HARPER et al. 1980). A produção de sementes pode ser limitada devido à competição pelos reduzidos recursos (de nutrientes, água, luz, e outros) no ambiente. Isso poderia explicar a grande variação encontrada na porcentagem de a a a a a b b b b .n o C vas ris ta lin a a C a Bo tu L. cat u fo r m Sa cr osa am en to a .a le Pa gre ra Lu nap . is la n C . p dia au lis ta 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 C Sementes saudavéis (%) sementes saudáveis de S. adstringens. Figura 12. Porcentagem de sementes saudáveis. Médias seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si (Scott-knott, p<0,05). A determinação da cor do tegumento é uma importante característica da semente por estar relacionada ao grau de dureza, maturação (CASTRO et al.,1993; BARRUETO, 1983) e consequentemente ter uma influencia direta na germinação, dormência e vigor da semente (SILVA et al.,1988). Sementes das doze populações analisadas de S adstringens apresentaram cores do tegumento que variaram do castanho ao marrom. 43 Delfinópolis Cam po Alegre 14 4 18 15 8 1% 2% 2% 4% 8 13% 25% 16 9 8% 10 10- 10R (4/6) 16- 7,5YR (5/8) 15- 2,5Y (2/4) 16- 7,5YR (5/8) 17- 2,5YR (5/8) 4- 10R (3/2) Cristalina 17 6% 8 3% 16- 7,5YR (5/8) 8- 5YR (4/4) 15- 2,5Y (2/4) 17- 2,5YR (5/8) 9 14% 8 23% 9 32% 39% 8- 5YR (4/4) 9- 5YR (3/4) 14- 2,5Y (5/6) 9 10% 16 10% 17 34% 15% 18 15 9% 6% 10 15% Cristais Paulista 4 17 18 2% 9 15% 16 4% 30% 7% 16 23% 10 43% 10- 10R (4/6) 9- 5YR (3/4) 8- 5YR (4/4) 18- 7,5YR (6/10) 8 2% 10 40% 10- 10R (4/6) 9- 5YR (3/4) 18- 7,5YR (6/10) Lagoa Form osa 14 3 4 13 16 15 4% 5%1% 1% 13% 2% 4- 10R (3/2) 9- 5YR (3/4) 8- 5YR (4/4) 10- 10R (4/6) 16- 7,5YR (5/8) 18- 7,5YR (6/10) 17- 2,5YR (5/8) 8 13% Luislândia 2 14 9 3 10% 3% 4% 2% 16 31% 10 37% 10 37% 13- 7,5YR (5/8) 16- 7,5YR (5/8) 15- 2,5Y (2/4) 10- 10R (4/6) 8- 5YR (4/4) 9- 5YR (3/4) 14- 2,5Y (5/6) 3- 5YR (5/4) 4- 10R (3/2) 9- 5YR (3/4) 16- 7,5YR (5/8) 10- 10R (4/6) 3- 5YR (5/4) 2- 5YR (4/2) 14- 2,5Y (5/6) Figura 13a. Distribuição de freqüência de cores das sementes de S. adstringens. Designação segundo diagrama de cores de Munsell (ANEXO II). 44 Botucatu Araxá 4 15 13 2% 2% 3% 8 29% 10 33% 9 9% 16 14% 15 13 17 2% 4% 2% 8 25% 3 8% 13- 7,5YR (5/8) 8- 5YR (4/4) 3- 5YR (5/4) 9- 5YR (3/4) 4- 10R (3/2) 16- 7,5YR (5/8) 15- 2,5Y (2/4) 10- 10R (4/6) 10 41% 9- 5YR (3/4) 4- 10R (3/2) 9- 5YR (3/4) 10- 10R (4/6) 15- 2,5Y (2/4) 17- 2,5YR (5/8) 2 21% 9 37% 16- 7,5YR (5/8) 8- 5YR (4/4) 13- 7,5YR (5/8) Sacram ento 8 2% 1 30% 3 7% 5 10% 10- 10R (4/6) 16- 7,5YR (5/8) 16 13% 10 47% Paranapanem a 4 16 8 3% 7% 12% 9 7% 8- 5YR (4/4) 8- 7,5YR (4/2) 5- 10R (4/4) 7 30% 1- 5YR (3/2) 3- 5YR (4/4) 7- 2,5YR (3/4) 2- 5YR (4/2) São João da Aliança 16 18% 17 20% 18 3 2% 2% Caldas Novas 9 20% 18 18% 10 15% 4 3% 9- 5YR (3/4) 8- 5YR (4/4) 17- 2,5YR (5/8) 18- 7,5YR (6/10) 8 20% 10- 10R (4/6) 4- 10R (3/2) 16- 7,5YR (5/8) 3- 5YR (5/4) 15 8% 17 23% 10 9% 16 32% 17- 2,5YR (5/8) 8- 5YR (4/4) 15- 2,5Y (2/4) 8 10% 10- 10R (4/6) 16- 7,5YR (5/8) 18- 7,5YR (6/10) Figura 13b. Distribuição de freqüência de cores das sementes de S. adstringens. Designação segundo diagrama de cores de Munsell (ANEXO II). 45 6.4. Caracterização do fuste, ritidoma e entrecasca O fuste do barbatimão, ou seja, o caule, independente da composição química, estrutura do solo ou altitude, apresenta-se reto, sendo formado por casca interna (viva) e externa (morta). A parte externa da casca, também denominada de ritidoma, é composta de camadas alternas de cortiça e tecido cortical morto e fende-se de modo irregular e a maioria das plantas apresentam escamações ásperas. A casca interna é composta da parte da periderme formada por tecidos felogênicos vivos, a cor varia do rosa claro ao vinho escuro classificadas segundo a Carta de Munsell nas medidas de 6/12 a 3/10 (5RY) , A textura é fibrosa e quando fresca apresenta-se bem hidratada e produz exsudação tipo resina (Figura 14). Figura 14. Fuste de S. adstringens exsudando resina. Foram encontradas no Cerrado árvores de S. adstringens com duas característica de ritidoma; liso e áspero, e a porcentagem de taninos em média foi de 22,98 % (± 0,2) e 22,18% (± 0,3) respectivamente, não apresentando portanto diferença estatística quanto á dosagem do teor dessa classe de substâncias nessas “variedades”. O fuste com ritidoma áspero apresenta comumente maior quantidade de liquens e musgos, provavelmente em razão da maior área de aderência (Figura 15). 46 a b c Figura 15. S. adstringens, variedades: ritidoma liso (a), áspero (b) e presença de liquens e musgos (c). A casca, ou seja, entrecasca e ritidoma dos galhos ramificados de S. adstringens representam de 10 a 13, 6 % do tronco da planta (Figura 16 e Tabela 2). O fuste da planta apresenta a mesma porcentagem de entrecasca em relação ao cerne. Santos et al. (2005) ao dosarem taninos totais em casca do tronco e ramos concluíram que não há diferença significativa no teor dessa classe de metabólito (20,54 e 19,56%, respectivamente) nas diferentes partes da planta e sugeriram que o manejo de S. adstringens seja realizado pelo processo de podas de ramos em detrimento da retirada da casca do tronco, que na maioria das vezes conduz a planta à morte. Estudos realizados por Teixeira et al.(1990) mostraram que o diâmetro do tronco (5 a 20 cm) não interfere no teor de taninos. Resultados semelhantes foram obtidos com três espécies medicinais arbóreas simpátricas da caatinga cuja concentração de taninos não foi afetada pela altura e pelo diâmetro do caule das espécies estudadas (MONTEIRO et al., 2005). 47 Tabela 2. Porcentagem de casca em relação ao cerne de Stryphnodendron adstringens Municípios Caldas Novas São João da Aliança Cristais Paulista Luislândia Araxá Paranapanema Sacramento Delfinópolis Botucatu Cristalina Lagoa Formosa Campo Alegre Coeficiente de variação (CV) % de casca (entrecasca e ritidoma) 10,0 a 10,8 a 11,4 a 11,6 a 11,6 a 11,8 a 12,2 a 12,4 a 12,6 a 12,8 a 13,4 a 13,6 a 9,95 Figura 16. Segmentos de caule de S. adstringens de 20 acessos coletados no município de Sacramento-MG 48 Foram realizadas medidas da circunferência das árvores a 40 cm acima do solo e a maioria das plantas apresentaram circunferência em torno de 50 cm. Esse dado é importante porque podemos ter uma previsão quanto á idade dessas plantas no campo. Plântulas de barbatimão com 4 meses de idade apresentam 0,2 cm (±0,03) de diâmetro, com 13 meses apresentam 0,7 cm (± 0,05) e plantas com 7 anos possuem 13 cm de diâmetro (± 0,9). Portanto todas as plantas observadas no campo têm mais de 10 anos de idade (Figura 17). Circunferência do Caule (cm) 100 a a a a 80 a b b 60 b b b b b 40 20 as ov a lin C .n ta gr e C ris le C .a a la n di u is at Lu uc Bo t ta C .p au lis en to p. ra m an a Sa c Pa r L. fo rm os a 0 Figura 16. Variação da circunferência do caule (cm). Médias seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si (Scott-knott, p<0,05). Observações quanto ao estado de conservação das árvores, que foram também objeto desse trabalho, foi constatado que 46% delas foram alvo do extrativismo predatório (Tabela 3, Figura 17). Para a maioria dessas plantas a retirada de fragmentos de cascas, com elevado nível de ferimento no tronco, comprometeu de modo irreversível o vigor e a resiliência dos acessos. Esse resultado elucida o quanto o processo de conservação da espécie S. adstringens deve ser imediato. 49 Figura 17. Fuste de S. adstringens com lesões encontrados no campo Tabela 3: Porcentagem de plantas de S. adstringens com sinais de danos por extrativismo predatório em três estados brasileiros. MUNICÍPIO Cristais Paulista (SP) Paranapanema(SP) Botucatu (SP) Sacramento (MG) Araxá (MG) Delfinópolis (MG) Campo Alegre de Goiás (GO) Lagoa Formosa (MG) São João da Aliança (GO) Cristalina (GO) Luislândia (MG) Caldas Novas (GO) Média Geral % DE PLANTAS COM SINAIS DE EXTRATIVISMO 65 45 35 60 60 25 45 65 45 30 46 38 46,5 50 Infelizmente o nível de degradação dessa espécie tem extrapolado as áreas privadas alcançando também de modo drástico as áreas públicas destinadas à conservação da flora brasileira. Trabalho realizado por Borges Filho & Felfili (2003) em quatro unidades de conservação no Distrito Federal, mostrou que 41% dos indivíduos de S. adstringens alocados nessas áreas apresentam sinais de extrativismo desordenado independentemente do porte da planta. Além do elevado extrativismo no caule da planta também foi observado, no ano de 2006 (2ª expedição de coleta), queimada em 60 % das áreas de coleta (Figura 18). Doze por cento das plantas que foram alvo de coleta de sementes em 2005 foram incineradas. Felfili et al. (1999) estudaram a fenologia de S. adstringens por cinco anos em Cerrado típico de Brasília e constataram irregularidade tanto na quantidade como qualidade da floração e frutificação, sugerindo que as queimadas ocasionais afetaram, de maneira acentuada, as atividades reprodutivas, especialmente a frutificação dessa espécie. Figura 19. Áreas de coleta de sementes queimadas por incêndio criminoso. Além da ação antrópica de exploração irracional dos caules e das queimadas, as áreas de ocorrência natural mais próximas às cidades estão sendo reduzidas pela ação do mercado imobiliário que avançou, extrapolando o perímetro urbano, e consequentemente o desmatamento aumentou entre os anos de 2005 e 2006. As margens das rodovias ainda conservam alguns exemplares, mas o desmatamento também tem alcançado essas áreas . Nas regiões agrícolas nos anos de 2005 a 2006 também foi observado maior fragmentação 51 das áreas de ocorrência natural do barbatimão, devido a intensificação das áreas de cultivo de soja, algodão e cana de açúcar. Segundo Duarte et al. (2002) as enormes extensões de monocultura com o objetivo de viabilizar grandes safras de soja, algodão e principalmente cana-de-açúcar tem representado forte estresse ambiental nos principais ecossistemas brasileiros originalmente ricos em biodiversidade. Em mais de 50% do bioma, os ecossistemas naturais remanescentes estão submetidos a algum tipo de manejo econômico; em muitas áreas, subsiste a prática das queimadas na entressafra (para renovação de pastagens ou na abertura de lavouras e pastos) que levam à perda de diversidade biológica e à erosão do solo (MMA, 1998). No Brasil, cerca de 90 espécies arbóreas são prioritárias para a conservação in situ e ex situ (ROCHE, 1987). As espécies selecionadas inicialmente para conservação de semente e em campo foram Astronium fraxinifolium (gonçalo-alves), Myracrodruon urundeuva (aroeira) e Schinopsis brasiliensis (braúna) e considerando os dados e resultados obtidos em nosso trabalho podemos afirmar que a espécie S. adstringens deve ser incluída nessa lista. Esta é também a recomendação de Vieira et al. (2002) e Skorupa e Vieira (2005).A conservação destas arbóreas assegurará a disponibilidade de genótipos específicos e de material reprodutivo para gerações futuras (SILVA et al., 2000). 6.5. Produção de mudas para o Banco de Germoplasma Segundo Melo et al. (1998), projetos que visam à conservação e exploração de espécies nativas do Cerrado, dependem da formação de mudas. Para recuperação de áreas degradadas e estabelecimento de bancos de germoplasma as coletas devem ser as mais amplas possíveis e consequentemente produzirão populações heterogêneas com maior base genética. Esta afirmação vem justificar o trabalho aqui apresentado, considerando que uma coleta de sementes que seja representativa da espécie S. adstringens talvez não seja possível de ser realizada daqui a 10 anos, devido o elevado nível de degradação do Cerrado. 52 O estudo com as sementes de S. adstringens, mostrou que a germinação inicia entre o sétimo e décimo dias após o plantio. As sementes apresentaram uma embebição uniforme, sugerindo que essa espécie apresenta o tegumento uniforme. Variação na espessura e composição química do tegumento em geral determina a embebição e consequentemente germinação não uniforme das sementes e isso foi observado com a espécie S. polyphyllum, pois, somente algumas sementes tiveram ganho de peso (LEMOS FILHO et al.,1997). As plântulas mantidas em casa de vegetação após 30 dias começaram a apresentar sinais de senescência e aos 50 dias foi registrada a morte de todas as plantas; nesse experimento foram perdidas mais de sete mil plântulas. Inicialmente algumas hipóteses foram levantadas levando em consideração aspectos fitossanitários, ambientais e fisiológicos. Investigação fitopatológica realizada pelo Prof. Dr. Silvio Ap. Lopes, fitopatologista da Fundecitros, nenhum organismo fitopatogênico foi identificado nas plantas avaliadas. Foi considerada a possibilidade do substrato ter interferido na morte das plantas. Para avaliar essa possibilidade foram replantadas novamente mais 7 mil sementes em plantimax e o resultado foi novamente a morte de todas as plântulas. Novo experimento de germinação foi realizado utilizando-se o substrato inicial, mas a pleno sol (Figura 19) e as plântulas tiveram crescimento normal e sobreviveram. Esse experimento mostrou que essa espécie é altamente exigente em luz, na fase do desenvolvimento da plúmula. Um estudo realizado por Rocha (1994) com plântulas de S. adstringens mostrou que o ponto de compensação à luz decresce com a idade da planta e isso pode explicar, pelo menos em parte, a morte súbita das plântulas de barbatimão, uma vez que estas foram mantidas em casa de vegetação com baixa incidência de luz, na faixa de 6030 µmoles/m2/s, enquanto que a intensidade da luz a sol pleno é de 321600 µmoles/m2/s. Outros trabalhos demonstraram a performance fotossintética em populações de duas leguminosas arbóreas, Cassia ferruginea e S. adstringens sendo a segunda mais exigente de luz para a saturação da fotossíntese (LEMOS FILHO et al., 2004b), portanto incapaz de permanecer por longos períodos sob sombra (RONQUIM, 2004). 53 De acordo com Carvalho (2003) algumas espécies da família LeguminosaeMimosoideae como Anandenanthera colubrina, Parapiptadenia rígida, Mimosa flocculosa, Inga sessilis, Mimosa bimucronata, Piptadenia gonoacantha, e Enterolobium contortisiliquum possuem características silviculturais semelhantes onde o plantio se dá a pleno sol. Provavelmente o S. adstringens possui as mesmas características que as demais, explicando assim o fenômeno de morte ocorrido por duas vezes com nosso material. A posição da semente no recipiente interferiu na germinação. As sementes imersas no substrato com a parte escarificada para cima, resultou em germinação uniforme, ao passo que, sementes depositadas invertidas germinaram de forma irregular. Figura 20. Produção de mudas de S. adstringens para o banco de germoplasma 54 6.6. Teste de Germinação e vigor Espécies arbóreas nativas apresentam uma série de problemas quanto à germinação das sementes e produção de mudas (CARVALHO et al., 1980; MELO et al., 1998). Entre as leguminosas florestais as Caesalpinoidea, Mimosoideae e Fabaceae são as que apresentam maior número de espécies com sementes dormentes (ROLSTON, 1978; DUARTE, 1978; FELLIPE & POLO (1983). De modo geral a dormência nessas plantas esta relacionada ao fato do tegumento ser impermeável à água e a gases (BEWLEY & BLACK, 1994) e segundo Ferreira et al. (1992), esse tipo de dormência pode ser eliminado por tratamentos como escarificação mecânica ou química. Os ensaios preliminares realizados no laboratório mostraram que sementes de S. Adstringens apresentam dormência de 20 a 25 dias e quando escarificadas mecanicamente a germinação ocorre em sete dias. Trabalho realizado por Lemos-Filho et al. (1997) mostrou que a escarificação mecânica de sementes de Stryphnodendron polyphyllum, Senna macranthera e Senna multijuga é mais eficiente do que escarificação química e também promoveu índice de germinação superior a 80%. Nos experimentos realizados com S. adstringens além da escarificação as sementes foram submetidas a embebição em água contendo fungicida por 24 horas e recomendamos que esse período não seja ultrapassado. Varela et al. (1991) trabalharam com sementes de faveira-camuzê (Stryphnodendron pulcherrimum (Willd.) e verificaram que o processo germinativo foi prejudicado por períodos prolongados de embebição em água, em decorrência de dificuldades ocasionadas no suprimento de oxigênio às sementes. A porcentagem de germinação das sementes de S. adstringens (Figura 21) aos 28 dias, coletadas em diferentes municípios foi bastante variada e certamente esta característica está relacionada com o vigor das matrizes. Caldas Novas, Campo Alegre, Luislândia e Paranapanema foram os municípios que produziram sementes mais vigorosas apresentaram maior porcentagem de germinação (84,1; respectivamente). As populações de São João da Aliança 74,2; 65,5 e e 58,5% e Cristalina apresentaram sementes de tamanho reduzido, muito atacadas por insetos e apresentaram os menores índices de germinação (38,9 e 22,1 %, respectivamente). A média geral da germinação das sementes de todas as populações foi de 54 % e este resultado esta coerente com dados 55 encontrados na literatura, segundo uma revisão feita por Salomão et al. (2003) a espécie S. adstringens apresentou germinação entre 30 e 70%. Trabalho realizado por Souza (1998) com germinação de semente de S. adstringens, em placa de Petri forrada com discos de papel, mostrou que porcentagem de germinação foi de 72 %. O estabelecimento das plântulas foi crescente entre 14 e 21 dias e houve uma redução significativa com 28 dias porque muitas plântulas morrem de forma súbita, sendo a causa ainda desconhecida. Nesse último período apenas 25% das plântulas permaneceram vivas (Figura 22) mostrando que o estabelecimento das plântulas não é um processo tão robusto quanto a germinação. Souza (1998) estudou a distribuição espacial de S. adstringens no campo e concluiu que apesar da espécie apresentar elevado índice de germinação, o número de indivíduos no campo com altura entre 1 e 10 cm é baixo, revelando que o estabelecimento de plântulas poder ser limitado por fatores como temperatura, deficiência 100 a b 80 60 b b c c d d d 40 d e f 20 C C ov a .a s le Lu gr e is la n Pa dia ra na p Ar . ax Bo á tu D cat el u fin L. óp fo o Sa rmo s cr am a C en .p t a o S. ulis j. a l ta ia C nç ris a ta lin a 0 .n % de germinação em 28 dias de suplemento hídrico e até mesmo falta de interação química a nível de solo. Figura 21. Porcentagem de germinação de sementes de diferentes populações de S. adstringens, em 28 dias. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 14 dias 21 dias 28 dias c. al e c. gre no va s pa cr ra ist na ali p na sa ane cr m am a en to c. pa ul is ta la go a fo rm os a ar a x bo a tu ca tu % de plântulas estabelecidas 56 Figura 22. Porcentagem de plântulas de S. adstringens estabelecidas em três tempos diferentes. Dados obtidos com sementes germinadas em plantimax® mostraram que a porcentagem de germinação nesse substrato foi de 65 % (9,7±), o peso médio unitário das sementes foi de 0,0962 (±0,0095) e constatou-se uma correlação positiva entre a porcentagem de germinação e o peso das sementes de S. adstringens (Figura 23). Resultados semelhantes foram obtidos por Bezerra et al. (2004) com Moringa oleifera cuja sementes mais pesadas apresentaram maior percentagem e velocidade de germinação do que as leves e isso também foi observado em experimentos realizados com Copaifera langsdorffii (BEZERRA et al. 2002). %germinação 57 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0,09 0,092 0,094 0,096 0,098 0,1 0,102 Peso da semente (mg) Figura 23. Correlação entre porcentagem de germinação e peso das sementes de S. adstringens (R=1). Segundo Heydecker (1972), o nível de vigor da semente pode apresentar variações de origem: genética, fisiológica e morfológica, sendo que a condição fisiológica da semente pode ser subótima devido a imaturidade na colheita, e a deterioração no armazenamento (POPINIGIS, 1985). Nas variações de origem morfológica, dentro do mesmo lote, as sementes menores freqüentemente originam plântulas menos vigorosas que as maiores (POPINIGIS, 1985). Segundo Carvalho e Nakagawa (2000) as sementes de maior tamanho, ou as que apresentam maior densidade, são as que foram melhor nutridas durante seu desenvolvimento. Este fato torna-se importante nas plantas em que as sementes não se formam todas ao mesmo tempo, de sorte que as últimas a se formarem são normalmente as menores, ou as de menor densidade. Por este motivo, as maiores e as de maior densidade são as que possuem, normalmente, embriões bem formados e com maiores quantidades de reservas sendo, potencialmente, as mais vigorosas. 58 Outro fator que revela o vigor da semente é a velocidade de germinação, quanto mais rapidamente a semente germina, maior é o seu vigor. Nos experimentos realizados com S. adstringens, foi constatado que as populações de Campo Alegre e Luislandia apresentaram maior velocidade de germinação e que as populações de Cristalina e Caldas a 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 a a b b b b li Al s i an ta is ç Pa a u Sa l cr is ta am en C t r is o C t a al da lin a s no va s b C ri s da nó lfi ão de Jo Sã o b po xá ia Ar a nd at u Lu is la a Bo tu c m a ne os pa Pa ra na fo r a al m re b go m po La ca a b eg Indíce de Velocidade de Germinação Nova germinaram mais lentamente. Figura 24. Índice de velocidade de germinação de sementes. Médias seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si (Scott-knott, p<0,05). 6.7 Estruturação do banco de Germoplasma Um banco de germoplasma mantém genótipos, genes ou alelos de uma espécie em particular, obtidos em fontes ou locais ecogeográficos diferentes e organizados em estruturas adequadas para promover sua conservação e utilização, como fonte de material genético. O germoplasma disponível em coleções ou bancos, geralmente, é submetido a uma seqüência de trabalhos que exigem procedimentos no sentido de sua caracterização e 59 avaliação. Querol (1993) definiu caracterização como sendo a coleta de dados, sobretudo qualitativos, para descrever e com isto diferenciar, acessos da mesma espécie. Avaliação consiste no registro e aferição, sob as condições de um determinado ambiente, de características componentes do rendimento influenciáveis por fatores bióticos e abióticos (VALOIS et al., 1996). A documentação do Banco de Germoplasma deve ser preparada de modo a facilitar o processamento, análise, acompanhamento e disseminação de dados e informações relacionados com as atividades indispensáveis ao manejo, uso e conservação do germoplasma (COSTA, 1999). Os dados obtidos com o estabelecimento do Banco de germoplasma do barbatimão estão sendo incorporados no banco de dados SIBAGI, alocado no site: http://www.cerradoinvitro.net/. Mudas de S. adstringens foram estabelecidas com sucesso em viveiro a céu aberto. As plântulas apresentaram crescimento médio de 1 cm (± 0, 09) por mês e o sistema radicular desenvolveu 7 cm (± 0, 6). Como pode ser observado na Figura 25, o sistema radicular do barbatimão é pivotante e portanto, não é recomendado que permaneça mais que três ou quatro meses no viveiro, o que pode promover o enovelamento das raízes comprometendo o desenvolvimento da planta no campo. A estruturação do banco foi realizado em 3 blocos, cada um contendo uma média de 300 plantas representantes de populações localizadas em 28 municípios (Tabela 1; Anexo 1). A figura 26 mostra a área selecionada para a implantação do BAG e o terreno sendo arado e gradeado. A figura 27 ilustra o trabalho no viveiro no dia do plantio, incluindo o transporte das mudas para a áreas do BAG e finalmente a figura 28 mostra as mudas sendo plantadas em linha e a figura 29 uma visão geral da área do banco de germoplasma as mudas devidamente plantadas e identificadas com placas de alumínio. 60 20 dias 2 meses 4 meses Figura 25. Plântulas de barbatimão com três idades diferente. . Figura 26. Preparo do solo para a implantação do banco de germoplasma de barbatimão 61 Figura 27. Procedimento de transferência das mudas de barbatimão do viveiro para o local de plantio definitivo, Araxá – MG. Figura 28. Detalhes do plantio das mudas de S. adstringens no banco ativo de germoplasma, Araxá - MG 62 Figura 29 . Plantio e vista geral da areado banco de germoplasma após o plantio de todos os acessos de barbatimão, Araxá – MG. A finalização da implantação do banco de germoplasma de barbatimão representa uma ação concreta de conservação da diversidade de espécies do cerrado brasileiro, através de uma iniciativa inovadora, de parceria entre uma universidade (UNAERP), uma empresa privada (Apsen) e uma unidade de conservação (EcoCerrado Brasil). 63 Figura 30. Mapa da Reserva EcoCerrado Brasil com a localização do BAG de S. adstringens, Araxá – MG. 64 6.8. Avaliação de Fenóis Totais A importância da dosagem do teor de fenóis totais em cascas de S. adstringens está relacionada à atividade farmacológica desses compostos. Quanto ao teor de fenóis totais nas populações estudadas houve a separação em dois grupos. O primeiro com alta concentração, variando entre 80 e 90% para as plantas coletadas nos municípios de Campo Alegre, Caldas Novas e Luislândia e o segundo com 60 a 75% para as demais populações (Figura 31). Foi observada uma coerência entre o teor de fenóis totais e taninos nas populações estudadas. Trabalhos realizados por Santos et al. (2002) e Jacobson et al. (2005) mostram teores de fenóis totais variando de 2.17 a 158.7 mg/g (16%) em S. adstringens. Valores mais baixos de fenóis totais em relação aos taninos, o que nos parece uma incoerência.Além disso há também controvérsias com relação ao efeito do ambiente na produção desses metabólitos. De acordo com Castro et al. (2005) e Jacobson et al. (2005) b b b b b b b ol is ra n C ap. ris Sa tali n cr am a en to b i Fo sta rm o Bo s a tu ca tu au l .P C .A C C L. r .N e ov as b op a Pa a el fin a D 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 le g Fenois totais (%) o teor de fenóis não é influenciado pela sazonalidade. Figura 31. Porcentagem de fenóis totais. Médias seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si (Scott-knott, p<0,05). 65 6.9. Avaliação de Taninos Sabe-se que taninos são substâncias amplamente distribuídas entre as plantas. Em algumas espécies alcança uma concentração superior a 40% na casca, sendo aí o local de maior concentração deste produto, o que permite a sua exploração comercial e medicinal (PASTORE JUNIOR, 1977). De acordo com o método de extração podemos obter variações no teor em amostras de uma mesma planta, portanto é de fundamental importância a escolha correta do método. No presente trabalho foi utilizado o método Folin-Ciocalteau (1927) que tem sido apontado como eficiente para várias espécies arbóreas (MONTEIRO et al., 2005; LOPES et al., 2005; GORI et al., 2005). Trugilho et al. (2003) ao avaliarem dois métodos para quantificação de taninos na casca de 25 espécies de Eucalyptus determinaram que o FolinCiocalteau (1927) foi o mais eficiente. De acordo com o teor de taninos, as populações S. adstringens foram divididas em 3 grupos. O primeiro representado pela população de Luislândia que apresentou o maior teor (39%), o segundo composto pelas populações de Paranapanema, Delfinópolis, Campo Alegre , Botucatu e Cristais Paulista com teor variando de 31 a 34% e as populações de Caldas Novas, Lagoa Formosa, São João da Aliança, Sacramento, Araxá e Cristalina que produziram de 25 a 30% de taninos foram alocadas no terceiro grupo (Figura 32). É importante ressaltar que todas as populações estudadas apresentaram teores superiores ao mínimo recomendado pela Farmacopéia Brasileira que é de 20%. As variações detectadas dentro das diferentes populações estão relacionadas à características genéticas considerando que plantas situadas bem próximas uma da outra apresentaram níveis de taninos diferentes e condições edáficas diversas, considerando que os solos coletados nas áreas de ocorrência dessas populações mostraram-se estruturalmente muito variado e provavelmente também apresentem diferenças quanto ao nível de fertilidade. A análise química do solo será investigada futuramente. Jacobson et al. (2005) avaliaram a influência de fatores edáficos sobre a produção de fenóis totais e taninos em S. adstringens e concluíram que solos com baixa fertilidade química estão associados com maiores níveis de fenóis totais e taninos. Maiores produções desses metabólitos foram observadas no período chuvoso. A produção de fenóis totais e taninos, na estação seca, esteve positivamente correlacionada à textura arenosa dos solos 66 enquanto na estação chuvosa, mostrou-se mais associada com a saturação por alumínio no solo. Estudos realizados por Santos et al. (2006) e Castro et al. (2005) confirmaram que o teor de taninos é maior na estação chuvosa, ou seja primavera e verão e também com a fase 45,00 a b 40,00 b b 35,00 30,00 b b c c c c c c 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 lin a C ris ta en to Sa cr am C Pa ra na p Al eg re Bo tu ca C tu ris ta is Pt a C .N ov L. as Fo rm os a 0,00 . Porcentagem de Taninos de floração da espécie. Figura 32. Porcentagem de taninos. Médias seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si (Scott-knott, p<0,05). 67 6.10. Tabela geral População Variáveis Cristais Araxá Botucatu Paulista Cristalina Tamanho do fruto (cm) Variação de cores de frutos (un) Fruto não atacado ( %) Número de lóculos (un) Variação cores sementes (un) Número de sementes (un) Campo Alegre Caldas Novas Lagoa Delfinóp. Formosa Paranapa S.J.da Sa nema Aliança cramento Luislândia 11,5 11,4 10,5 9 10,3 8,2 10,6 11,8 9 14 14,2 11,5 4 5 5 3 3 5 4 8 3 4 2 6 13,75 15,75 23,75 0 17 10,62 19 3,5 20,33 19,5 15,75 19,5 12,8 12,8 12,4 11,1 13 11 13 12,8 12,3 12,5 11,9 12,6 8 7 7 7 5 6 8 9 7 5 8 6 9 9,6 9,4 4,5 9,5 6 8,5 8,2 8,3 9,3 9,5 9 0,27 0,33 0,26 0,25 0,28 0,28 0,24 0,28 0,25 0,33 0,29 0,27 Sementes atacadas (%) 28 26 23 33 23 21 23 32 26 23 20 25 Sementes abortadas (%) 31 35 39 55 26 56 51 34 33 33 42 46 Tamanho das sementes (cm) Sementes saudáveis (%) Casca /cerne (%) Circunferência do caule (cm) Danos por extrativismo (%) 41 39 38 12 51 23 26 34 41 44 38 29 4,43 4,73 4 4,58 5,12 3,7 4,36 4,87 3,93 3,96 4,18 4,93 72,45 47,35 60,35 40,75 43,7 38,63 51,9 68,7 47,20 67,9 45,5 62,9 60 35 65 30 45 38 25 65 46 45 45 60 Germinação em 28 dias (%) 57,88 56,4 40,55 22,18 74,2 84,17 52,02 50,64 65,5 58,5 38,9 42,05 Plântulas estabelecidas 28 dias (%) 29,48 31,59 18,15 11,81 36,99 43,33 28,33 26,23 29,54 43,16 17,83 23,77 0,26 0,46 0,190 0,15 0,24 0,52 0,36 0,5 0,2 0,19 Fenóis totais (%) Velocidade de germinação 58,22 71,15 73,38 65,85 89,85 0,64 0.14 80,48 70,11 72,96 78,37 67,05 70,36 65,8 Taninos (%) 22,66 30,49 30,45 21,76 30,90 27,34 33,04 26,73 39,12 33,57 24,00 23,93 68 7. CONCLUSÕES “Que o teu trabalho seja perfeito para que mesmo depois da sua morte, ele permaneça” Leonardo da Vinci 69 ♦ Foi estabelecido o primeiro banco de germoplasma ativo de Stryphnodendron adstringens, em uma unidade de conservação RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), denominada Reserva EcoCerrado Brasil – Araxá- MG. ♦ As expedições de coleta de germoplasma semente realizadas em amplas áreas do Cerrado demonstraram que a distribuição geográfica dessa espécie, está localizada principalmente entre as latitudes 13° e 24° S, as longitudes 50° a 42° W-GR e altitudes variando entre 606m a 1.047m. ♦ A maioria das sementes de S. adstringens apresentou baixa qualidade, física e fisiológica devido à elevada incidência de ataque de insetos; alto número de sementes abortadas; morte súbita de plântulas e reduzida porcentagem de plântulas estabelecidas em viveiro a céu aberto. ♦ Quanto ao estabelecimento de mudas de barbatimão, as sementes não mostram especificidade em relação ao substrato, sendo que, a porcentagem de germinação não diferiu significativamente mediante o uso de vermiculita ou solo-esterco (3:1), mas essa espécie apresenta exigências específicas quanto a luminosidade. As sementes nos dois primeiros meses após a germinação são muito exigentes em luz sendo necessário, para sobrevivência das plântulas, luminosidade igual ou maior que 1206000 µmoles/m2/s. ♦ Houve variação média significativa no teor de fenóis totais (76%) e taninos (34%) entre as populações estudadas. ♦ Considerando todas as variáveis analisadas nesse trabalho recomendamos que as populações de Campo Alegre (GO) e Luislândia (MG) sejam os materiais a serem utilizados em programas de produção de mudas em larga escala para atender a demanda da indústria de fitoterápicos. ♦ Os resultados obtidos nesse trabalho são importantes para o estabelecimento do uso sustentado e racional dessa espécie e representam uma ação concreta no sentido de 70 fazer cumprir o capitulo 15 da Agenda 21, definido na Convenção sobre Diversidade Biológica (Rio - 92), que determina a necessidade de estabelecer estratégias para a conservação da biodiversidade brasileira. 71 8. 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Online - www.ibge.net/home/estatística/economia/pevs/tabela1apevs.shtm. - acessado em julho, 2005 84 Anexo I BLOCO I 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 AR SPA JP SJA LUZ CO MO JP CP SPA MO CO PO CA BO ITAI BO LUZ JATAI CR LUZ CO ITAI DEL CR UB Araxá Paranapanema João Pinheiro São João da Aliança Luz Colina Moema João Pinheiro Cristais Paulista Paranapanema Moema Colina Presidente Olegário Campo Alegre Botucatu Itai Botucatu Luz Jatai Cristalina Luz Colina Itai Delfinópolis Cristalina Uberlândia Novo Planalto AR Araxá CAR Carmo do Paranaiba RV Rio Verde CA Campo Alegre ITAI Itai LO Luislândia LF Lagoa Formosa CAR Carmo do Paranaiba DEL Delfinópolis CO Colina SA Sacramento 21 20 8 8 3 4 2 2 3 18 7 15 8 19 11 2 3 9 1 32 1 14 13 1 27 16 10 11 2 13 7 3 10 10 3 6 3 Presidente Olegário 46 5 PO 47 LUZ Luz 13 48 Luislândia 6 LO 49 DEL Delfinópolis 12 11 50 SPA Paranapanema 51 Campo Alegre 4 CA 52 CAR Carmo do Paranaiba 1 53 Campo Alegre 16 CA 54 Lagoa Formosa 5 LF 55 Cristais Paulista 31 CR 56 Lagoa Formosa 16 LF 57 Cristais Paulista 17 CR 58 Botucatu 14 BO 11 59 ITAI Itai Araxá 3 60 AR 61 JATAI Jatai 2 Presidente Olegário 62 10 PO 63 Colina 5 CO 64 Cristalina 8 CR 65 CAR Carmo do Paranaiba 14 Uberlândia 1 66 UB 67 Luislândia 7 LO 68 ITAI Itai 9 69 SPA Paranapanema 12 70 Botucatu 12 BO 2 71 ARAGUARI 72 Colina 10 CO 73 Araxá 8 AR 74 Cristalina 33 CR 75 Luislândia 1 LO 76 DEL Delfinópolis 4 77 SJA São João da Aliança 20 78 Luislândia 9 LO 80 81 82 83 84 CA LO MO UB Campo Alegre Luislândia Moema Uberlândia 29 24 3 2 85 39 40 41 42 43 44 45 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 DEL CO ITAI CO CP SA LUZ CA ITAI MO SA AR LUZ PERDIZES BO SPA SA PO SPA CP LUZ CP ITAI LF Delfinópolis Colina Itai Colina Cristais Paulista Sacramento Luz Campo Alegre Itai Moema Sacramento Araxá Luz Perdizes Botucatu Paranapanema Sacramento Presidente Olegário Paranapanema Cristais Paulista Luz Cristais Paulista Itai Lagoa Formosa ARAGUARI UB AR SJA Uberlândia Araxá DEL CR SPA ITAI SA CP JP CO CA CAR AR LO Delfinópolis Cristalina Paranapanema Itai Sacramento Cristais Paulista João Pinheiro Colina Campo Alegre PERDIZES CP São João da Aliança Carmo do Paranaiba Araxá Luislândia Perdizes Cristais Paulista 6 6 14 12 2 7 12 21 10 8 12 20 6 2 18 3 15 6 6 21 2 8 18 4 1 11 11 13 85 86 87 88 89 90 91 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 DEL Delfinópolis Cristais Paulista CP Itai ITAI Campo Alegre CA Montes Claros Gigante LUZ Luz SPA Paranapanema ITAI Itai ALTO PARAISO Campo Alegre CA SJA São João da Aliança Cristais Paulista CP Lagoa Formosa LF LUZ Luz Luislândia LO João Pinheiro JP Presidente Olegário PO Uberlândia UB Colina CO Uberlândia UB Luislândia LO SJA São João da Aliança CAR Carmo do Paranaiba Presidente Olegário PO Botucatu BO Luislândia LO Cristais Paulista CP Araxá AR 18 6 2 4 17 10 12 8 9 4 13 11 1 19 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 CA CN CAR CO MO SPA PO B0 AR CA ITAI CAR JP RV Campo Alegre Caldas Novas 7 9 5 26 14 14 16 12 10 11 6 11 21 3 13 19 1 15 18 1 9 2 15 19 5 19 1 11 Carmo do Paranaiba 15 Colina 11 Moema 4 Paranapanema 21 Presidente Olegário 3 Botucatu 13 Araxá 14 Campo Alegre 7 Itai 12 Carmo do Paranaiba 12 João Pinheiro 11 Rio Verde 1 86 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 SPA LUZ ITAI CA CR RV UB AR DEL CAR CP BO CP SA PO LO CA CAR LF LO CA PO SPA LUZ CP CO UB LUZ SPA BO JP LO SA CA UB CA CAR SPA CP PO LO CR SJA Paranapanema Luz Itai Campo Alegre Cristalina Rio Verde Uberlândia Araxá Delfinópolis Carmo do Paranaiba Cristais Paulista Botucatu Cristais Paulista Sacramento Presidente Olegário Luislândia Campo Alegre Carmo do Paranaiba Lagoa Formosa Luislândia Campo Alegre Presidente Olegário Paranapanema Luz Cristais Paulista Colina Uberlândia Luz Paranapanema Botucatu João Pinheiro Luislândia Sacramento Campo Alegre Uberlândia Campo Alegre Carmo do Paranaiba Paranapanema Cristais Paulista Presidente Olegário Luislândia Cristalina São João da Aliança 19 7 15 17 21 3 4 17 21 8 17 17 18 13 1 2 15 20 19 16 5 15 1 4 4 9 5 10 17 20 6 25 18 10 12 24 5 8 15 4 17 24 9 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 Carmo do Paranaiba 2 Paranapanema 4 Campo Alegre 6 Moema 9 Campo Alegre 34 Itai 6 Carmo do Paranaiba 17 Presidente Olegário 7 Cristalina 9 Araxá 4 Luislândia 5 Uberlândia 3 Presidente Olegário 12 Botucatu 16 Lagoa Formosa 9 Campo Alegre 22 Colina 7 Luz 5 Carmo do Paranaiba 7 Lagoa Formosa 17 Caldas Novas 8 4 ARAGUARI 5 AR Araxá Montes Claros Normal 26 CR Cristalina 8 MO Moema 7 UB Uberlândia 33 CA Campo Alegre 13 DEL Delfinópolis 7 LF Lagoa Formosa 4 BO Botucatu 4 SJA São João da Aliança 8 CA Campo Alegre 11 PO Presidente Olegário 7 AR Araxá 16 SJA São João da Aliança 18 UB Uberlândia 18 LF Lagoa Formosa 20 SA Sacramento 16 PO Presidente Olegário 23 LO Luislândia 19 BO Botucatu Itai 3 ITAI CAR SPA CA MO CA ITAI CAR PO CR AR LO UB PO BO LF CA CO LUZ CAR LF CN 87 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 296 297 298 299 300 301 302 303 304 305 306 Delfinópolis URUAÇU Campo Alegre CA Luislândia LO Araxá AR Campo Alegre CA Luz LUZ Botucatu BO Araxá AR Carmo do Paranaiba CAR Campo Alegre CA Carmo do Paranaiba CAR Paranapanema SPA Luislândia LO Presidente Olegário PO Colina CO DEL SPA ITAI CR AR BO CR AR CA BO UB LF CA SPA UB AR ITAI BO SPA BO UB BO SJA CA CA MO UB Paranapanema Itai Cristalina Araxá Botucatu Cristalina Araxá Campo Alegre Botucatu Uberlândia Lagoa Formosa Campo Alegre Paranapanema Uberlândia Araxá Itai Botucatu Paranapanema Botucatu Uberlândia Botucatu São João da Aliança Campo Alegre Campo Alegre Moema Uberlândia 2 30 20 6 32 8 21 9 3 25 6 9 22 9 3 15 8 1 15 8 7 12 27 2 9 11 3 7 6 18 1 1 12 6 10 10 6 35 23 10 8 264 265 266 267 268 269 270 271 272 273 274 275 276 277 278 279 LF CP UB SPA PO CP CR JP ITAI UB SJA JP LO DEL CA UB Lagoa Formosa Cristais Paulista Uberlândia Paranapanema Presidente Olegário Cristais Paulista Cristalina João Pinheiro Itai Uberlândia São João da Aliança João Pinheiro Luislândia Delfinópolis Campo Alegre Uberlândia 8 20 14 5 14 12 23 1 17 17 7 4 4 14 2 20 88 307 308 309 CA SJA CP Campo Alegre São João da Aliança Cristais Paulista 31 3 7 BLOCO II 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 PO Presidente Olegário CAR Carmo do Paranaiba LO Luislândia LUZ Luz CP Cristais Paulista S.A Sacramento CAR Carmo do Paranaiba CA Campo Alegre MO Moema BO Botucatu CA Campo Alegre PO Presidente Olegário CAR Carmo do Paranaiba CO Colina DEL Delfinópolis SPA Paranapanema CR Cristalina CR Cristalina AR Araxá UB Uberlândia LF Lagoa Formosa MontesClaros Normal JP João Pinheiro CP Cristais Paulista BO Botucatu LO Luislândia UB Uberlândia CR Cristalina CA Campo Alegre AR Araxá PO Presidente Olegário LUZ Luz AR Araxá CAR Carmo do Paranaiba ITAÍ Itaí 10 13 3 1 19 17 7 21 9 15 8 16 15 10 12 18 17 31 10 18 10 1 21 4 2 15 24 25 19 17 11 9 2 1 46 CAR Carmo do Paranaíba 47 ITAí Itaí 48 CO Colina 49 LF Lagoa Formosa 50 CA Campo Alegre 51 UB Uberlândia 52 AR Araxá 53 SPA Paranapanema 54 CO Colina 55 PO Presidente Olegário 56 CA Campo Alegre 57 CAR Carmo do Paranaíba 58 BO Botucatu 59 UB Uberlândia 60 MO Moema 61 Montes Claros Gigante 62 CA Campo Alegre 63 PERDIZES 64 ITAí 65 CR Cristalina 66 SPA Paranapanema 67 ARAGUARI 68 BO Botucatu 69 LO Luislândia 70 CP Cristais Paulista 71 ITAÍ 72 CO Colina 73 UB Uberlândia 74 SPA Paranapanema 75 ITAí 76 BO Botucatu 77 S.A Sacramento 78 CA Campo Alegre 79 CAR Carmo do Paranaíba 80 LUZ Luz 81 DEL Delfinópolis 11 2 15 11 13 17 4 19 5 4 29 17 1 11 3 19 2 15 26 17 1 18 23 2 8 16 10 15 9 19 18 6 10 10 18 89 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 LO SPA CAR SJA LO BO AR CR LF LO AR ITAÍ LUZ SPA JP CAR UB CA MO BO CN ITAÍ JP UB LO CA AR BO PO CR LO ITAÍ CO CP UB CO LUZ LF LF Jataí DEL CR Luislândia Paranapanema Carmo do Paranaiba São João da Aliança Luislândia Botucatu Araxá Cristalina Lagoa Formosa Luislândia Araxá Itaí Luz Paranapanema João Pinheiro Carmo do Paranaiba Uberlândia Campo Alegre Moema Botucatu Caldas Novas Itaí João Pinheiro Uberlândia Luislândia Campo Alegre Araxá Botucatu Presidente Olegário Cristalina Luislândia Itaí Colina Cristais Paulista Uberlândia Colina Luz PERDIZES Lagoa Formosa Lagoa Formosa Jataí Delfinópolis Cristalina 18 20 1 20 11 16 11 27 7 1 17 13 5 2 8 16 5 7 8 3 8 10 3 2 24 4 13 6 6 7 9 17 14 7 6 8 5 1 9 17 1 7 21 82 LO Luislândia 83 LF Lagoa Formosa 84 PO Presidente Olegário 85 CA Campo Alegre 86 ITAí 87 Jataí Jataí 88 JP João Pinheiro 89 DEL Delfinópolis 90 LUZ Luz 91 AR Araxá 139 MO Moema 140 CR Cristalina 141 LO Luislândia 142 RV Rio Verde 143 S.A Sacramento 144 SJA São João da Aliança 145 CO Colina 146 BO Botucatu 147 ITAí 148 LO Luislândia 149 SPA Paranapanema 150 CA Campo Alegre 151 CA Campo Alegre 152 CR Cristalina 153 BO Botucatu 154 SPA Paranapanema 155 PO Presidente Olegário 156 AR Araxá 157 CP Cristais Paulista 158 CA Campo Alegre 159 LO Luislândia 160 SPA Paranapanema 161 PO Presidente Olegário 162 CP Cristais Paulista 163 CA Campo Alegre 164 UB Uberlândia 165 ITAí 166 PO Presidente Olegário 167 AR Araxá 168 MO Moema 169 SPA Paranapanema 170 CO Colina 171 LUZ Luz 7 6 2 1 7 2 6 13 14 8 2 8 12 1 20 1 9 8 4 19 21 27 3 6 17 5 7 15 15 5 17 3 9 20 15 20 14 5 14 7 11 4 6 90 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 PO CP LF CA SPA LUZ RV DEL CO LF ITAÍ LUZ UB CA SJA MO CA SJA DEL ITAÍ DEL CR BO UB CR BO CP CO PO PO LO ITAÍ CP BO CAR S.A ITAÍ SPA CAR SPA CP RV Presidente Olegário Cristais Paulista Lagoa Formosa Campo Alegre Paranapanema Luz Rio Verde Delfinópolis Colina Lagoa Formosa Itaí Luz ARAGUARI Uberlândia Campo Alegre São João da Aliança Moema Campo Alegre São João da Aliança Delfinópolis Itaí Delfinópolis Cristalina Botucatu Uberlândia Cristalina Botucatu Cristais Paulista Colina Presidente Olegário Presidente Olegário Luislândia Itaí Cristais Paulista Botucatu Carmo do Paranaiba Sacramento Itaí Paranapanema Carmo do Paranaiba Paranapanema Cristais Paulista Rio Verde 13 3 19 2 4 12 2 6 12 18 5 7 2 19 26 10 4 9 9 4 16 1 23 12 9 33 2 11 3 3 15 5 11 8 14 3 12 3 6 14 14 5 3 172 SJA São João da Aliança 173 SPA Paranapanema 174 UB Uberlândia 175 ITAí 176 BO Botucatu 177 Alto Paraiso 178 LF Lagoa Formosa 179 CA Campo Alegre 180 SJA São João da Aliança 181 CO Colina 182 ITAí 183 S.A Sacramento 184 PO Presidente Olegário 185 LO Luislândia 233 AR Araxá 234 ITAí 235 CO Colina 236 SPA Paranapanema 237 CAR Carmo do Paranaíba 238 UB Uberlândia 239 AR Araxá 240 LUZ Luz 241 PO Presidente Olegário 242 SJA São João da Aliança 243 DEL Delfinópolis 244 CAR Carmo do Paranaíba 245 CP Cristais Paulista 246 PO Presidente Olegário 247 JP João Pinheiro 248 UB Uberlândia 249 LO Luislândia 250 CAR Carmo do Paranaíba 251 LO Luislândia 252 S.A Sacramento 253 S.A Sacramento 254 PO Presidente Olegário 255 URUAÇU 256 JP João Pinheiro 257 DEL Delfinópolis 258 LUZ Luz 259 SPA Paranapanema 260 S.A Sacramento 261 PO Presidente Olegário 8 8 3 6 13 16 22 13 11 18 13 1 6 12 12 6 1 4 12 7 3 12 7 14 20 4 12 4 4 22 12 4 15 3 14 2 21 9 7 7 8 91 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 296 297 298 299 300 301 302 303 UB Uberlândia Novo Planalto Campo Alegre CA DEL Delfinópolis JP João Pinheiro AR Araxá CA Campo Alegre AR Araxá LO Luislândia AR Araxá ARAGUARI CP Cristais Paulista UB Uberlândia LUZ Luz AR Araxá LF Lagoa Formosa CAR Carmo do Paranaiba JP João Pinheiro SJA São João da Aliança LO Luislândia DEL Delfinópolis BO Botucatu CA Campo Alegre CA Campo Alegre CP Cristais Paulista CO Colina AR Araxá SPA Paranapanema CA Campo Alegre CP Cristais Paulista UB Uberlândia LO Luislândia CN Caldas Novas LUZ Luz UB Uberlândia CA Campo Alegre CO Colina LUZ Luz CA Campo Alegre MO Moema CR Cristalina SPA Paranapanema 1 30 3 12 21 32 18 25 20 4 18 16 2 3 8 9 11 6 16 2 10 23 10 9 1 5 9 35 10 14 20 11 13 8 31 7 8 34 10 9 14 262 LF Lagoa Formosa 263 AR Araxá 264 BO Botucatu 265 CP Cristais Paulista 266 SJA São João da Aliança 267 CA Campo Alegre 268 BO Botucatu 269 CAR Carmo do Paranaíba 270 SPA Paranapanema 271 UB Uberlândia 272 CA Campo Alegre 273 LUZ Luz 274 PO Presidente Olegário 275 CA Campo Alegre 276 CAR Carmo do Paranaíba 277 LO Luislândia 278 SJA São João da Aliança 279 BO Botucatu 4 6 11 12 4 12 21 6 13 7 33 4 11 24 5 21 16 20 92 BLOCO III 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Paranapanema Luz Jataí Moema Campo Alegre Araxá Itaí Lagoa Formosa Delfinópolis São João da Aliança Presidente Olegário Delfinópolis Itaí Botucatu Sacramento Perdizes Uberlândia UB CAR Carmo do Paranaíba Montes Claros Gigante CO Colina DEL Delfinópolis ITAí Itaí SJA São João da Aliança LUZ Luz JP João Pinheiro PO Presidente Olegário 12 3 1 4 29 3 13 9 12 9 16 13 15 4 12 2 15 6 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 CP CAR CP BO LF CA SJA LO CA CAR SPA JP JP Cristais Paulista Carmo do Paranaíba Cristais Paulista Botucatu Lagoa Formosa Campo Alegre São João da Aliança Luislândia Campo Alegre Carmo do Paranaíba Paranapanema João Pinheiro João Pinheiro 15 20 12 18 11 19 6 9 31 11 11 4 1 SPA LUZ Jataí MO CA AR ITAí LF DEL SJA PO DEL ITAí BO S.A 3 7 10 8 14 8 4 46 PO Presidente Olegário 47 DEL Delfinópolis 48 MO Moema 49 CA Campo Alegre 50 MO Moema 51 CA Campo Alegre 52 CR Cristalina 53 UB Uberlândia 54 CA Campo Alegre 55 CAR Carmo do Paranaíba 56 LO Luislândia 57 SPA Paranapanema 58 BO Botucatu 59 ARAGUARI 60 ITAÍ 61 PO Presidente Olegário 62 PO Presidente Olegário 63 CR Cristalina 64 CA Campo Alegre 65 CAR Carmo do Paranaíba 66 SPA Paranapanema 67 CA Campo Alegre 68 CO Colina 69 SPA Paranapanema 70 S.A Sacramento 71 DEL Delfinópolis 72 MONTES CLAROS NORMAL 73 CP Cristais Paulista 74 UB Uberlândia 75 ITAÍ 76 DEL Delfinópolis 77 AR Araxá 78 UB Uberlândia 79 JP João Pinheiro 80 CA Campo Alegre 81 CP Cristais Paulista 82 CP Cristais Paulista 83 BO Botucatu 84 ITAÍ 85 CA Campo Alegre 7 1 10 23 9 1 9 6 33 17 1 8 8 1 5 15 6 26 13 14 20 30 11 14 7 14 5 4 9 18 8 19 6 10 10 7 17 7 8 93 40 41 42 43 44 45 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 CA Campo Alegre ITAí Itaí NOVO PLANALTO CO Colina BO Botucatu SPA Paranapanema AR Araxá URUAÇU CR Cristalina DEL Delfinópolis CP Cristais Paulista LF Lagoa Formosa AR Araxá AR Araxá CR Cristalina PO Presidente Olegário CA Campo Alegre LF Lagoa Formosa UB Uberlândia MO Moema AR Araxá LUZ LUZ UB Uberlândia LO Luislândia CN Caldas Novas ITAí Itaí BO Botucatu LO Luislândia Jataí Jataí ITAí Itaí UB Uberlândia SJA São João da Aliança CAR Carmo do Paranaíba UB Uberlândia SJA São João da Aliança DEL Delfinópolis JP João Pinheiro PO Presidente Olegário PO Presidente Olegário CAR Carmo do Paranaíba CA Campo Alegre UB Uberlândia SPA Paranapanema 27 2 9 13 19 9 6 2 21 6 7 11 33 2 35 4 1 3 20 2 20 5 8 1 10 11 2 3 11 1 15 8 10 4 3 10 1 4 34 10 9 86 PO Presidente Olegário 87 CAR Carmo do Paranaíba 88 CR Cristalina 89 AR Araxá 90 CR Cristalina 91 SPA Paranapanema 139 UB Uberlândia 140 CR Cristalina 141 SJA São João da Aliança 142 DEL Delfinópolis 143 SA Sacramento 144 BO Botucatu 145 UB Uberlândia 146 SPA Paranapanema 147 CO Colina 148 LF Lagoa Formosa 149 CAR Carmo do Paranaíba 150 LUZ LUZ 151 CP Cristais Paulista 152 CA Campo Alegre 153 CAR Carmo do Paranaíba 154 ITAÍ Itaí 155 UB Uberlândia 156 LUZ LUZ 157 CO Colina 158 SJA São João da Aliança 159 LO Luislândia 160 PO Presidente Olegário 161 SJA São João da Aliança 162 UB Uberlândia 163 CR Cristalina 164 ITAÍ 165 LUZ LUZ 166 PO Presidente Olegário 167 AR Araxá 168 ALTO PARAISO 169 SPA Paranapanema 170 BO Botucatu 171 UB Uberlândia 172 PO Presidente Olegário 173 CO Colina 174 DEL Delfinópolis 175 MO Moema 8 12 7 17 8 2 18 21 4 6 13 12 5 3 5 18 2 5 9 25 5 14 2 1 4 13 21 14 7 14 24 4 10 13 19 5 11 7 3 6 3 8 94 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 LO LUZ LF UB CA LUZ BO AR CP CA LUZ LF LUZ ITAí CO CAR CA LO LUZ LO CAR LF LO CA LF MO PO BO CAR LO CA ITAí SJA LF S.A CN CO CO ITAí AR ITAí JP Luislândia LUZ Lagoa Formosa Uberlândia Campo Alegre LUZ Botucatu Araxá Cristais Paulista Campo Alegre LUZ Lagoa Formosa LUZ Itaí Colina Carmo do Paranaíba Campo Alegre Luislândia PERDIZES LUZ Luislândia Carmo do Paranaíba Lagoa Formosa Luislândia Campo Alegre Lagoa Formosa Moema Presidente Olegário Botucatu Carmo do Paranaíba Luislândia Campo Alegre Itaí São João da Aliança Lagoa Formosa Sacramento Caldas Novas Colina Colina Itaí Araxá Itaí João Pinheiro 2 11 17 12 6 4 15 6 2 26 12 8 8 6 10 10 21 25 1 13 24 1 7 18 4 5 7 12 20 11 7 9 17 20 19 20 11 1 15 8 21 18 2 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 CO Colina Carmo do Paranaíba AR Araxá BO Botucatu S.A Sacramento LUZ LUZ UB Uberlândia LF Lagoa Formosa SPA Paranapanema S.A Sacramento RV Rio Verde SPA Paranapanema AR Araxá SPA Paranapanema CO Colina BO Botucatu JP João Pinheiro AR Araxá LUZ LUZ CAR Carmo do Paranaíba S.A Sacramento AR Araxá SPA Paranapanema CAR Carmo do Paranaíba RV Rio Verde PO Presidente Olegário BO Botucatu CO Colina SPA Paranapanema JP João Pinheiro CAR Carmo do Paranaíba LO Luislândia UB Uberlândia SPA Paranapanema ITAÍ Itaí CA Campo Alegre AR Araxá CP Cristais Paulista LO Luislândia CP Cristais Paulista ARAGUARI UB Uberlândia BO Botucatu CAR 12 3 4 16 3 9 17 10 1 17 3 17 18 4 8 19 12 15 7 13 15 14 15 9 2 5 3 14 18 11 7 4 3 13 16 3 5 11 3 8 4 16 6 95 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 296 297 AR CA AR BO MO PO BO CA SJA CO PO BO AR ITAí CA CR CO LO ITAí UB CR CA SPA LO CP RV CA DEL CA LO BO Araxá Campo Alegre Araxá Botucatu Moema Presidente Olegário Botucatu Campo Alegre ARAGUARI São João da Aliança Colina Presidente Olegário Botucatu Araxá Itaí Campo Alegre Cristalina Colina Luislândia Itaí Uberlândia Cristalina Campo Alegre Paranapanema Luislândia Cristais Paulista Rio Verde Campo Alegre Delfinópolis Campo Alegre Luislândia Botucatu 13 22 10 21 2 17 2 7 2 16 7 9 14 12 11 24 31 16 23 12 9 32 12 21 19 18 1 5 21 32 17 1 266 267 268 269 270 271 272 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 296 297 298 299 300 301 302 303 304 305 306 307 308 S.A LO CR LO UB SPA LO CP Sacramento Luislândia Cristalina Luislândia Uberlândia Paranapanema Luislândia Cristais Paulista 18 16 27 20 9 6 6 3 CA SPA CP LO LUZ Campo Alegre Paranapanema Cristais Paulista Luislândia LUZ Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Polyphylum Rotundifolium Rotundifolium Rotundifolium - CN Rotundifolium Rotundifolium - CN Rotundifolium - CN Rotundifolium - CN Rotundifolium - CN Rotundifolium - CN SÃO DOMINGOS SÃO DOMINGOS SÃO DOMINGOS 2 7 19 22 6 1 2 2 2 1 7 7 7 11 9 9 10 9 10 11 10 11 6 6 3 6 3 2 1 1 1 R5 R5 R5 96 309 310 311 SÃO DOMINGOS SÃO DOMINGOS SÃO DOMINGOS R6 R6 R6 97 Anexo II 2,5YR