2.2.2. Implementation of an RBF neural network on embedded systems: real-time face tracking and identity verification (YANG, et al., 2003) Apesar de apresentar um escopo de aplicação diferente dos demais trabalhos discutidos nesse capítulo, o trabalho desenvolvido por Fan Yang e Michel Paindavoine aborda a utilização de redes neurais artificiais RBF em chips DSP para processamento de imagens. O processamento a que se destina é a detecção e reconhecimento de rostos em imagens. Além dos DSPs, a análise também foi feita em FPGA e chips ZISC. Tendo todas as plataformas apresentado taxa de sucesso acima de 85%, as taxas de quadros/segundo variaram intensamente. O modelo de análise com redes neurais RBF (Radial Basis Function) também foi pesquisado por Rosenblum, et al.1, Ranganath, et al.2, e Howell e Buxton3. Foi observado que sob condições de variação de orientação, escala, pose e iluminação o erro obtido foi de 5 a 9%. Também ressaltam a simplicidade computacional e robustez para generalização. Os experimentos foram realizados com oito vídeos de 256 imagens de resolução 288x352. Nas imagens, os rostos tinham dimensões variando de 40x32 a 135x108 a uma escala de 1.5. Os autores ainda consideraram nos experimentos variações no tamanho do vetor de entrada da rede neural, variações na distância ao alvo e também nas funções de ativação da RBF. Utilizando um modelo com 15 nós na camada oculta, a implementação do sistema proposto obteve melhor desempenho computacional nos chips ZISC, atingindo 25 quadros/segundo. A melhor taxa de acerto ficou por conta da plataforma DSP. Os autores afirmam que seria possível atingir o desempenho ideal com um DSP modelo C64+ (foi experimentado o TMS320C62) a uma taxa de 28 quadros/segundo. Podemos notar que o melhor desempenho tanto dos chips ZISC quanto do modelo em FPGA pode estar associado ao paralelismo criado por suas diversas camadas. Em relação a este trabalho, destaca-se a relevância do experimento com redes neurais RBF executando em processadores DSPs. No entanto, segundo conclusão dos autores, seria recomendável o uso de técnicas de paralelização de processamento para atingir melhor taxas de quadros. 2.3 Métodos de tratamento para casos de ambliopia Sabendo que casos de ambliopia geralmente estão associados à perda parcial da visão em um dos olhos, a maioria dos tratamentos para esses casos se baseia na oclusão do olho “perfeito”. No entanto, embora tais métodos de tratamento alcancem bons resultados, a ambliopia não está necessariamente associada à perda de visão por um dos olhos, mais precisamente deve-se a perda de sincronismo entre as imagens captadas pelos dois olhos. Logo, alguns estudos revelam que a oclusão do olho “perfeito” poderia reverter a ambliopia. Ou seja, um olho passaria a enxergar enquanto o outro perderia a sua capacidade. 1 ROSENBLUM, M.; YACOOB, Y.; DAVIS, L.S., “Human expression recognition from motion using a radial basis function network architecture”, IEEE Transactions on Neural Network, vol. 7, 1996 2 RANGANATH, S.; ARUN, K., “Face recognition using transform features and neural networks”, Pattern Recognition, vol. 30, 1997 3 HOWELL, A.J.; BUXTON, H., “Learning identify with radial basis function network”, Neurocomputing, vol. 20, 1998 Long To (TO, et al., 2011), da universidade de Montreal, juntamente com outros pesquisadores, questionam o tratamento por penalização (quando um olho é ocluído) e sugerem uma solução baseada em estímulo à habilidade binocular, isto é, quando o cérebro compõe uma imagem formada por ambas as captações das duas retinas. Os autores ainda alegam que, como a maioria dos casos tratados ocorre em crianças de até 12 anos, o uso de tampões nos olhos é constrangedor. Tal constrangimento levaria ao comprometimento do sucesso do tratamento. A abordagem do trabalho baseia-se no princípio em que, se estímulos visuais forem apresentados de forma simultânea, porém separa para cada olho, de uma forma que suficientemente favorece o olho amblíope (através de redução do contraste da imagem ao olho “perfeito”) em um ponto de equilíbrio de contraste, então ambos os olhos contribuem para a percepção visual. A determinação do ponto de equilíbrio de contraste é fundamental para a cooperação entre os olhos e, consequentemente, o sucesso do tratamento.4 5 A calibragem do nível de contraste está diretamente associada ao nível de visão captada pelo olho amblíope. Quanto menor a capacidade de visão, menor será o contraste da imagem exibida ao olho “perfeito”. Essa pequena taxa de contraste serve como o tampão utilizado pelos métodos oclusivos. A tarefa a ser realizada pelo paciente é de indicar a direção de movimentação dos pontos sendo exibidos na tela. A solução desenvolvida pelos pesquisadores da universidade canadense foi um jogo semelhante ao clássico Tetris para um dispositivo multimídia portátil. O mod do jogo apresenta simultaneamente duas imagens distintas destinadas a cada um dos olhos do paciente de forma sobreposta. Espera-se que, em se tratando de um jogo popular, principalmente as crianças despertem maior interesse e obtenham melhores resultados no tratamento. Os testes foram desenvolvidos por três equipes concorrentemente, compostas de oftalmologistas e optometristas das universidades de McGill e Waterloo, no Canadá, e Auckland, na Nova Zelândia. Os pacientes possuíam ambliopia causada por estrabismo ou anisometropia, quando há a ocorrência de um borrão crônico em um dos olhos durante o desenvolvimento infantil devido a um erro de refração entre os olhos. As seções tinham duração de uma a duas horas sendo repetidas diariamente. Após o período de treinamento, observou-se que seis dos nove pacientes foram capazes de tolerar a mesma taxa de contraste para ambos os olhos. E, do total, três ainda deixaram de ser considerados amblíopes. 4 MANSOURI, B.; THOMPSON, B.; HESS, R.F., “Intact binocular interaction in amblyopia: A new gateway to treatment of amblyopia”, Investigative Ophthalmology & Visual Science, vol. 49, 2008. 5 MANSOURI, B.; THOMPSON, B.; HESS, R.F., “Measurement of suprathreshold binocular interactions in amblyopia”, Vision Research, no. 48, 2008.