análise da transformação da paisagem na região de - Unifal-MG

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ANÁLISE DA TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM NA REGIÃO DE
MACHADO (MG) POR MEIO DE COMPOSIÇÕES COLORIDAS
MULTITEMPORAIS
ALENCAR SANTOS PAIXÃO 1 ; ÉLIDA LOPES SOUZA ROCHA2 e FERNANDO
SHINJI KAWAKUBO 3
[email protected], [email protected]
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Aluno de iniciação científica do curso de Geografia – Unifal-MG
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Aluna do curso de Geografia – Unifal-MG
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Professor do curso de Geografia – Unifal-MG
Palavras-chave: Transformação, Uso da Terra; Paisagem, Sensoriamento Remoto.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho preconiza que, a partir do Sensoriamento Remoto é possível
analisar temporalmente a cobertura do solo, tendo os conceitos de Ecologia de Paisagem
na abordagem geográfica, como ponto de partida para a compreensão da paisagem de
uma determinada região.
Segundo OPDAM et al. (1993), a paisagem é considerada como uma unidade
heterogênea, composta por um complexo de unidades interativas como de ecossistemas,
vegetação ou de uso e ocupação das terras, cuja estrutura pode ser definida pela área,
forma e disposição espacial.
A área contemplada pelo estudo equivale a 520 km2, sendo delimitada pelas
coordenadas 21º42’05’’ S e 21º31’10’’ S e entre 46º02’08’’ WGr e 45º47’30’’ WGr, nas
folhas topográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), escala
1:50.000, de Machado (SF-23-I-III-1)(SOUZA et al., 2004). Esta área foi selecionada
em virtude de apresentar uma crescente exploração de seus recursos naturais. Devido à
exploração oriunda do período colonial, a região de Machado teve sua cobertura vegetal
primitiva reduzida a remanescentes. A maioria destes fragmentos são perturbados pelo
fogo e agricultura, acarretando um crescente numero de solos expostos e pastagem na
paisagem. (Oliveira Filho et al, 1994).
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OBJETIVOS
→ mapear e realizar a classificação da cobertura do solo da região de Machado (Sul de
Minas Gerais), nos anos de 1986, 1999 e 2002, a partir de técnicas do Sensoriamento
Remoto.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O sensoriamento remoto consiste numa das principais tecnologias empregadas
para a análise da paisagem. Além do relativo baixo custo, seus produtos (fotografias e
imagens orbitais) fornecem uma visão sinóptica da paisagem, evidenciando o arranjo
dos diferentes elementos que a compõe. Além disto, possibilita a visualização de épocas
distintas por meio das composições coloridas multi-temporais (CCM).
Estas composições possuem diversas aplicações, como a análise da expansão
urbana (MORATO et al. 2003); a avaliação de projetos de irrigação (CARVALHO et al.
2005) e do uso e cobertura do solo (KLEINPAUL, 2005).
MORATO (2003) aplicou a CCM utilizando fotografias aéreas de 1962, 1973 e
1994 digitalizadas, para visualizar a transformação da cobertura da terra, na região
central do município de Embu (SP). No estudo, foi possível observar que os
loteamentos de 1962 estão mais densos que em 1972. Na fotografia área a BR-116 esta
duplicada, e algumas ruas estão mais arborizadas. Em área de vegetação de 1994, o solo
estava exposto em 1973, sendo reconstituída em 1994.
KLEINPAUL (2005), por sua vez aplicou a técnica de CCM utilizando imagens
LANDSAT-5 TM (1987, 1997), ETM+ (2002) e CBERS-2 (2005) para avaliar a
manutenção florestal, regeneração e desmatamento. Segundo o autor (op cit), ao longo
de 18 anos, a cobertura florestal aumentou 25,59% ou 10,24% da área da microbacia,
principalmente na encosta e no planalto, passando de 14.135, 42 ha (40,01%) em 1987,
para 17.752, 20 ha (50,25) em 2005.
METODOLOGIA
O mapeamento da cobertura do solo foi realizado utilizando imagens do satélite
Landsat dos sensores, TM e ETM das décadas de 1980, 1990 e 2000, adquiridas
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gratuitamente no site do INPE (www.dsr.inpe.br). Estas foram inicialmente processadas
no Sistema de Informação Geográfica ILWIS do ITC da Holanda. As etapas de
processamento foram executadas no laboratório de Geoprocessamento da Universidade
Federal de Alfenas (MG) e serão descritas a seguir.
Fez-se a correção geométrica das imagens por meio de pontos de controle
identificados entre elas e a carta topográfica. Posteriormente estas, foram registradas
entre si a fim de haver uma perfeita sobreposição entre as diferentes datas a serem
analisadas.
Em seguida, técnicas de realce, como aumento linear de contraste, foram utilizadas,
para gerar a composição colorida utilizando os filtros RGB (vermelho, verde e azul) que
é feita em imagens já realçadas com aumento linear de contraste. Para a composição, o
filtro R (red) foi associado ao ano de 2002, o G (Green) ao ano de 1999 e o B (blue) ao
de 1986, todos referentes à banda 5 (infravermelho médio).Esta banda realce as áreas de
solo exposto. A composição foi submetida ao classificador estatístico de máxima
verossimilhança.
RESULTADOS FINAIS
Na CCM é possível observar uma predominância de pastagem e áreas de
agricultura. Solo exposto e fragmentos de mata e cursos d’água são evidenciados.
Ao longo dos rios os fragmentos florestais foram mantidos no seguir dos anos,
sem que houvesse transformações aparentemente bruscas. A classificação também
mostrou o aparecimento de novas áreas de solo exposto.
Na classificação de 1999 observa-se incremento da classe solo exposto em
detrimento dos cursos de água.
Em 1986, a classe solo exposto foi reduzida em relação ao ano de 2002. Em
1999 este processo se acentuou.
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CONCLUSÃO
A técnica de CCM aplicada ao mapeamento da cobertura do solo na região de
Machado (MG), mostrou-se eficiente para o objetivo proposto. A técnica possibilitou a
analise de diferentes datas, propiciando a classificação Multitemporal das classes
selecionada. Todavia, os classificadores digitais como o da máxima verossimilhança,
geram erros em razão dos problemas de separabilidade espectral entre as classes e a
hipótese de normalidade de sua distribuição amostral. Portanto, é imprescindível
ressaltar que as informações contidas no presente mapa ainda não foram submetidas a
validações.
BIBLIOGRAFIA
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R. A. T; MELO, A. F; SILVA, P. A. Processamento e análise de imagens
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Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, 16-21 abril 2005,
INPE, p. 473-480.
MORATO. R.G, KAWAKUBO. F.S, LUCHIARI. A. Análise da Expansão Urbana por
meio de Composições Coloridas Multitemporais. 2003.
Opdam, P.; Van Apeldoorn, R.; Schotman A. & Kalkhonven, J. (1993), Population
responses of fragmentation. In Vos, C. C.: OPDAM, P. eds., Landscape ecology of
stressed environment. London, Chapman & Hall, p. 147-171.
Oliveira-Filho, A. T.; Scolforo, J. R.; Mello, J. M. Composição florística e estrutura
comunitária de um remanescente de floresta semidecídua montana em Lavras, MG.
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SOUZA, R. B.; VIEIRA, T. G. C; ALVES, H. M. R.; SANTOS, W. J. R.; SILVA, E.
Mapeamento de áreas cafeeiras do Sul de Minas Gerais: Machado e Três Pontas.
Disponível
em:
http://www.epamig.br/index.php?
option=com_docman&task=cat_view&gid=121&dir=DESC&order=date&limit=10&limitstart=
40. Acessado no dia 24 mar. 2010.
KLEINPAUL, J.J. Análise multitemporal da cobertura florestal da microbacia do
arroio grande, Santa Maria, RS. 2005. 80f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Florestal). UFSM-RG. Santa Maria, 2005.
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