Elisa Pinheiro de Freitas - DSR

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Elisa Pinheiro de Freitas
Mestre e Doutoranda em Geografia Humana – USP
E‐mail: [email protected]
y Participação no IX Curso de Uso Escolar de Sensoriamento Remoto (INPE) ‐ 2006
y Participação do I curso de Atualização em Sensoriamento Remoto para os professores da rede pública de ensino;
y A aplicação prática dos conhecimentos adquiridos no desenvolvimento de pesquisas na área de Geografia agrária;
Crianças do Assentamento
Índio Galdino (Ribeirão Preto) com uma Carta‐
Imagem contendo o traçado da Fazenda da Barra. Tal documento serviria de base para questionar, junto ao INCRA (Instituto de Colonização e Reforma
Agrária), sobre a produtividade da Fazenda.
y Todas as escolas da rede municipal recebeu um conjunto de Cartas‐
imagens do Projeto EDUCASere III que foram fornecidas pelo INPE;
y Formulação do Projeto a partir do material disponível e do currículo a ser ministrado.
Tabela 1 – Conteúdo Programático para o 1ª Semestre da 6ª séria do EF
EXPECTATIVAS DE CONTEÚDOS
APRENDIZAGEM (OBJETIVOS DE
ENSINO)
a)Reconhecer conceitos e categorias (Espaço
geográfico, território, paisagem e lugar);
b) Identificar as diferentes paisagens
Paisagens Geográficas
geográficas que compõem o mundo;
c) Identificar semelhanças e diferenças do
seu lugar dos diversos locais que constituem
o mundo
a) Compreender a linguagem cartográfica
como registro visual universal, apropriando-se
de seus símbolos, códigos e convenções;
b)
compreender
a
importância
das
representações cartográficas para a análise
da diversidade de paisagens, lugares e
territórios;
c)Reconhecer e utilizar os elementos
estruturais de um mapa (título, escala,
legenda, projeção, coordenadas geográficas,
Linguagem cartográfica
símbolos e fontes) para sua leitura e
interpretação;
d) Compreender o conceito de escala
cartográfica e sua importância para a análise
geográfica;
e) Reconhecer o sistema de coordenadas
geográficas para a localização de pontos na
superfície terrestre;
f) Ler e interpretar informações representadas
em plantas, cartas, mapas e croquis sem
escala;
g)
Ler
e
interpretar
informações
representadas em gráficos, tabelas e
esquemas.
Fonte: Secretaria Municipal de Educação, Divisão de Ensino Fundamental. Plano de
trabalho, 2009.
O caminho realizado pelo aluno Guilherme (6º C) A paisagem é diferente do espaço. A primeira é a materialização de um instante da sociedade. Seria, numa comparação ousada, a realidade de homens fixos, parado como numa fotografia. O espaço resulta do casamento da sociedade com a paisagem. O espaço contém o movimento. Por isso, paisagem e espaço são um par dialético. Complementam‐se e se opõem. Um esforço analítico impõe que os separemos como categorias diferentes, se não queremos correr o risco de não reconhecer o movimento da sociedade. (Milton Santos, p. 72. In.: Metamorfoses dos espaço habitado. São Paulo : Hucitec, 1994)
y “Eu vejo o rio Paraíba do Sul que anda como uma minhoca e passa por Santana, Alto da Ponte, Telespark, Banhado, Esplanada e Urbanova” (Ingrid dos Santos, 6ª B, grifo nosso)
y “O rio Paraíba do Sul que passa pelo Alto da Ponte [bairro], Santana etc e ele se curva igual uma cobra”
(Gabriela, 6ª B, grifo nosso). y “Me chamou a atenção o tamanho do Banhado que tem muito anos de história que já foi modificado pelo homem, mas parte dele continua a mesma coisa. E também que a nossa cidade é uma cidade grande e bela e que tem várias coisas e lugares para observar e eu tenho orgulho daqui” (Paloma Sales Lima, 6ª B).
y “Gostei da carta‐imagem, por que a gente pode ver São José dos Campos inteira e conhecer bairros e lugares que eu não conhecia” (Letícia Aparecida de Oliveira, 6ª C).
A experiência aqui relatada constitui prova de que a interação dialógica entre educando‐educador nos permite vislumbrar outras possibilidades no processo de formação de pessoas. Incontestavelmente, se tivéssemos optado por um mecanismo de educação que não leva em consideração o diálogo, mas apenas o monólogo, a apreensão dos significados das categorias geográficas, pelos estudantes, seria praticamente nula. Contudo, a partir da troca, aliada a poderosas ferramentas, como as imagens de satélites, os resultados não poderiam ter sido diferentes. Os estudantes conseguiram compreender o significado dos conceitos de paisagem e espaço geográfico porque (re) construíram‐os a partir dos elementos e ferramentas que lhes foram fornecidos, e, sobretudo, porque tiveram que mobilizar as suas experiências e vivências. Nesse sentido, é possível afirmar que o uso dos produtos do sensoriamento remoto, juntamente com uma postura dialógica, constitui um caminho para o ensino da Geografia
y FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 13º ed. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1970. 218p.
y FLORENZANO, Teresa Galloti. Imagens de Satélite para Estudos Ambientais. São Paulo : Oficina de Textos, 2002, 97p.
y SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo : Hucitec, 1994. 124p.
y __________. A natureza do espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo : Edusp, 2002. 384p. (Coleção Milton Santos; 1).
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