perfil de pacientes submetidos a cateterismo cardíaco e

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Artigo
PERFIL DE PACIENTES SUBMETIDOS
A CATETERISMO CARDÍACO E ANGIOPLASTIA
EM UM HOSPITAL GERAL
Ohana Toigo Kuhn1
Jonatan Fernando Beschaira Bueno2
Marli Maria Loro3
Adriane Cristina Bernat Kolankiewicz3
Cleci L. S. Piovesan Rosanelli3
Eliane Roseli Winkelmann4
RESUMO
Objetivo: analisar o perfil de pacientes submetidos a cateterismo cardíaco e angioplastia com stent em um Hospital Geral de Porte IV do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, caracterizando-os por meio de dados sociodemográficos, e identificar o procedimento realizado,
tipo de anestesia e local de inserção do cateter. Método: pesquisa quantitativa, descritiva, documental e transversal realizada na unidade de
hemodinâmica de um Hospital Geral Porte IV da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Obteve-se aprovação do Comitê de Ética
em Pesquisa da Unijuí, com o parecer consubstanciado nº 200.0/2011. Resultados: dos 2.578 pacientes, 59,7% são do sexo masculino,
60,4% estão na faixa etária entre 50 e 70 anos; 36,7% dos atendimentos foram de pacientes adscritos à 17ª Coordenadoria Regional de Saúde,
49,5% foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde, 68,2% realizaram cateterismo cardíaco diagnóstico, 72,3% utilizaram a via da artéria
radial para o procedimento e 95,7% foi com anestesia local. Considerações finais: os gestores de saúde, por meio dos subsídios divulgados,
podem programar e instituir políticas públicas em saúde que venham a contribuir com o acesso ao serviço e minimização de complicações.
Palavras-chave: Cateterismo cardíaco. Angioplastia. Perfil de saúde.
PROFILE OF PATIENTS UNDERGOING CARDIAC AND CATHETERIZATION ANGIOPLASTY IN A GENERAL HOSPITAL
ABSTRACT
Objective: To analyze the profile of patients undergoing cardiac catheterization and angioplasty with stent in an IV Porte General Hospital
of the Rio Grande do Sul State Northwest, featuring patients through sociodemographic data and identify the procedure performed, type of
anesthesia and the catheter insertion site. Method: Quantitative, descriptive, documentary and cross held in hemodynamics unit search of a
Porte General Hospital IV of the northwest region of Rio Grande do Sul State was obtained approval from the Research Ethics Committee of
Unijuí with the opinion embodied No. 200.0 / 2011. Results: of the 2,578 patients, 59.7% were male, 60.4% are aged between 50-70 years;
36.7% of cases were patients ascribed the 17th Regional Coordination of Health, 49.5% were attended by the Single Health System, 68.2%
underwent diagnostic cardiac catheterization, 72.3% used via the radial artery for procedure and 95.7% was under local anesthesia. Final
Thoughts: health managers through the disclosed subsidies can program and implement health policies that may contribute to the access to
the service and minimizing complications.
Keywords: Cardiac Catheterization. Angioplasty. Healthprofile.
Enfermeira. Egressa da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí.
Acadêmico do curso de Enfermagem da Unijuí.
3
Enfermeiras, doutoras, docentes do Departamento de Ciências da Vida (DC Vida) da Unijuí.
4
Fisioterapeuta. Doutora, docente do DCVida da Unijuí.
1
2
REVISTA CONTEXTO & SAÚDE IJUÍ EDITORA UNIJUÍ v. 15 n. 29 JUL./DEZ. 2015
p. 4-14
PERFIL DE PACIENTES SUBMETIDOS A CATETERISMO CARDÍACO E ANGIOPLASTIA EM UM HOSPITAL GERAL
Os problemas cardiovasculares fazem parte das
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs),
(Brasil, 2011d), e são as mais frequentes causas
de morbimortalidade no Brasil. Estudo realizado
pelo MS, em 2009, mostra que entre as mortes por
DCNTs, 80,7% foram por doenças cardiovasculares, câncer, doença respiratória crônica e diabetes,
e estima que óbitos por doenças cardiovasculares
cheguem a 319.066 mil habitantes, atingindo 31,3%
da população. Dados de 2009 do MS demonstram
que ocorreram 742.779 óbitos por DCNTs no
Brasil, 76.359 deles por infarto – o equivalente a
10,28%.
Existem diversos fatores que colaboram para o
desenvolvimento de doenças coronarianas, entre
eles “os fatores comportamentais de risco modificáveis, destacam-se o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a obesidade, as dislipidemias, a ingestão insuficiente de frutas e hortaliças
e a inatividade física” (Brasil, 2011d).
No Brasil a hipertensão afeta mais de 30 milhões
de brasileiros (36% dos homens adultos e 30% das
mulheres) e é o mais importante fator de risco para
o desenvolvimento das Doenças Cardiovasculares
(DCVs), com destaque para o Acidente Vascular
Encefálico – AVE – e o Infarto Agudo do Miocárdio
– IAM (Revista..., 2010). O Estado do Rio Grande
do Sul está em 3º lugar entre os 10 Estados mais
atingidos por pessoas que desenvolveram IAM,
totalizando 2.013 mil indivíduos acometidos, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro no
ano de 2009.
Em 2008 foram registrados 314.506 óbitos por
doenças do aparelho circulatório no Brasil. Essas
doenças representaram 29,5% do total de óbitos,
constituindo o principal grupo de causas de morte.
A proporção de óbitos por doenças do aparelho circulatório foi mais elevada nas Regiões Sul, 30,2%
e Sudeste, 30%. Segundo a mesma fonte, para o
Brasil o coeficiente de mortalidade por doenças isquêmicas do coração padronizado foi de 42,4 óbitos por cem mil habitantes em 2008. A Região Sul
apresentou o coeficiente mais elevado (45,6 óbitos
por cem mil habitantes).
Pinheiro (2010) afirma que a doença cardíaca
isquêmica é causada por uma obstrução das artérias
coronárias [...] quando privado de sangue o miocárdico entra em isquemia e pode sofrer necrose, o que
caracteriza o infarto do miocárdio. Com o estreitamento da luz da artéria o tratamento necessário consiste em desobstruí-la e retomar seu fluxo sanguíneo
normal, no intuito de reduzir complicações.
O meio mais eficaz de encontrar a artéria acometida por isquemia é o cateterismo cardíaco diagnóstico. Este é um procedimento invasivo utilizado
para avaliar, diagnosticar e controlar pacientes com
doença cardíaca. Ele é realizado para a definição e
extensão da cardiopatia, e, também, auxilia a determinar a gravidade da doença (Woods et al., 2005).
Após o cateterismo cardíaco, o médico decide se
há necessidade ou não da colocação de stents ou de
outro meio de tratamento.
Segundo dados do Registro da Central Nacional
de Intervenções Cardiovasculares (Cenic), entre 1º
de janeiro de 1999 e 31 de dezembro de 2007, foram cadastradas, no Brasil, pelo sistema eletrônico
on-line do Registro Cenic, 197.139 fichas correspondentes a procedimentos de Intervenção Coronária Percutânea (ICP).
Diante das considerações, teve-se por objetivo
analisar o perfil de pacientes submetidos a cateterismo cardíaco e angioplastia com stent em um
Hospital Geral de Porte IV do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul e identificar o aperfil sociodemográfico dos pacientes, procedimento realizado,
tipo de anestesia e local de inserção do cateter.
Esta pesquisa justifica-se pela carência em estudos locais e acredita-se que identificar o perfil
dos pacientes submetidos a cateterismo cardíaco e
angioplastia com stent, bem como a ocorrência dos
mesmos, pode auxiliar na compreensão e direcionar
estratégias de prevenção às pessoas que desenvolvem doenças cardíacas, com uma grande demanda
de pacientes que necessita de tratamento especializado, no intuito de contribuir para a melhora da
qualidade de vida.
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Ohana Toigo Kuhn – Jonatan Fernando Beschaira Bueno – Marli Maria Loro – Adriane Cristina Bernat Kolankiewicz – Cleci L. S. Piovesan Rosanelli – Eliane Roseli Winkelmann
MÉTODO
Estudo transversal, descritivo, documental de
abordagem quantitativa, realizado por meio de
consulta no sistema interno de informações do referido hospital e engloba todos os pacientes que
realizaram o procedimento de cateterismo cardíaco
diagnóstico e angioplastia com implante de stent
em uma unidade de hemodinâmica de um Hospital
Geral Porte IV5 da Região Noroeste do Estado do
Rio Grande do Sul, vinculado à 17ª Coordenadoria Regional de Saúde – CRS. Vale ressaltar que o
mesmo serviço abrange as seguintes coordenadorias de saúde: 9ª, 12ª, 15ª, 17ª e 19ª, representando
uma população de 1.282.927 pessoas, equivalente
a 12,9% da população do Estado, distribuída em
125 municípios.
A coleta de dados ocorreu no mês de outubro
após a autorização do Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade Regional do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul – Unijuí – sob o Protocolo nº
0086/2011 de 7/7/2011.
Foram observados todos os 3.704 prontuários,
por número de registro e de acordo com a sequência
original do banco de dados recebida do Serviço de
Arquivo Médico (Same) no sistema de informática, que constituem o número total de registros de
atendimentos do Instituto do Coração no período de
janeiro de 2010 a julho de 2011. O período considerado equivale ao mesmo da inauguração da UTI Coronariana do Hospital. Destes foram selecionados
2.578 prontuários de pacientes que atendiam aos
seguintes critérios de inclusão: ter sido submetido
ao procedimento de cateterismo cardíaco diagnóstico e angioplastia na Hemodinâmica de um Hospital
Geral Porte IV e registrado no Same.
Porte IV – Segundo Portaria nº 2.224/GM de 5 de dezembro
de 2002. O Hospital Geral Porte IV deve atingir 20 a 27 pontos resultante da aplicação da Tabela de Pontuação que consta
no artigo 3° da mesma Portaria.
5
As variáveis investigadas, por meio dos registros médicos e de enfermagem, foram: idade, sexo,
procedência segundo área de abrangência de sua
Coordenadoria, convênio, tipo de procedimento
utilizado, via de acesso, tipo de anestesia. As informações foram transcritas para o formulário de
levantamentos dos dados de acordo com a descrição
nos prontuários.
Para análise foi utilizada a estatística descritiva,
envolvendo a média, desvio padrão e coeficiente de
variação. Os dados foram apresentados em forma
de tabelas, favorecendo a visualização e interpretação do leitor (Bussab; Morittin, 2003). O “software” estatístico utilizado foi o SPSS 18.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando-se a questão de pesquisa formulada, os objetivos traçados, a metodologia e o referencial teórico, a partir de agora os dados são apresentados, analisados e discutidos. Em relação ao sexo
dos selecionados para o estudo, a predominância é
do sexo masculino, com 59,7% dos procedimentos,
conforme Tabela 1.
As mulheres apresentam um amplo conhecimento das doenças e seus sinais e sintomas, procurando
de forma constante os serviços de saúde e participam mais de campanhas que promovam a saúde e o
bem-estar e de estratégias de prevenção a doenças e
seus agravos. Segundo Lopes et al. (2008), os hormônios femininos naturais as protegem quanto ao
desenvolvimento de Doença Arterial Coronariana
(DAC) enquanto estão em idade fértil. Por este e
outros motivos provavelmente não esclarecidos, as
mulheres desenvolvem menos DAC, consequentemente são menos encaminhadas para angiografia,
recebendo menos tratamento clínico de revascularização miocárdica que os homens.
Em relação a maior vulnerabilidade e às altas
taxas de morbimortalidade, os homens não buscam,
como o fazem as mulheres, os serviços de atenção
primária, sendo uns dos fatores que levam a desen-
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PERFIL DE PACIENTES SUBMETIDOS A CATETERISMO CARDÍACO E ANGIOPLASTIA EM UM HOSPITAL GERAL
volver com maior predominância a DAC. Em geral
os homens, quando procuram o serviço de saúde, a
doença já está em estado avançado, requerendo um
tratamento mais complexo. O Caderno de PNAIS
enfatiza que diante de vários estudos que comparam
homens e mulheres, observou-se que os homens são
mais vulneráveis às patologias, principalmente às
crônicas e graves enfermidades e que vão a óbito
mais precocemente que as mulheres (Brasil, 2008).
Lopes et al. (2008) destacam que entre 1º de
janeiro de 1999 e 31 de dezembro de 2007 foram
cadastradas, pelo sistema eletrônico on-line do Registro Cenic, 197.139 fichas correspondentes à ICP,
e desses, 66,85% foram executados em homens e
33,15%, em mulheres. Com estes dados podemos
verificar que a maior prevalência de atendimentos
foi no sexo masculino.
Ainda, o mesmo estudo constatou que os homens são submetidos ao cateterismo cardíaco diagnóstico com maior frequência por desenvolverem
mais problemas cardíacos que as mulheres devido a
baixa procura por atendimentos primários de saúde
e a outros fatores orgânicos e externos relacionados.
Eles necessitaram acessar o Serviço de Hemodinâmica do hospital para a realização de cateterismo
cardíaco e angioplastia em nossa região 19,4% a
mais do que as mulheres.
Chagas et al. (2009) enfatizam que no Brasil é
estimado que 40% de todas as mortes por doenças
cardiovasculares encontram-se na faixa etária <65
anos. Esta doença está acometendo indivíduos de
menos idade, dado que 26,8% das mortes por DCV
ocorrem entre 25 e 59 anos de idade. Conforme
resultados da pesquisa, é demonstrado que a faixa
etária mais acometida por doenças cardiovasculares
que procuram diagnóstico e/ou tratamento está acima de 50 anos, o que diverge dos resultados sobre
a mortalidade por doenças cardiovasculares apresentada em faixas etárias inferiores a esta do estudo
explicitado anteriormente.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), resultados do censo
de 2010 revelam que a população do Rio Grande
do Sul atingiu a marca de 10.695.532 habitantes.
Deste, 2.086.338 estão na faixa etária de 50 a 70
anos, dos quais 982.850 são do sexo masculino e
1.103.488 do sexo feminino.
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same).
A população rio-grandense acima de 70 anos é
de 1.688.995 habitantes. Pacientes do sexo masculino com 502.308 habitantes e o sexo feminino
com 1.186. 687 habitantes. Após, a população com
idade >10 e <50 anos de idade atinge um total de
6.216.033 habitantes, dos quais os homens somam
2.898.280 habitantes e as mulheres 3.317.753 de
habitantes. Devido a estes dados a constatação é
de que a quantia de mulheres é predominante. Esse
fato, segundo números do Ministério da Saúde
(2011, sp) demonstra que o total de mortes na faixa
etária de 20 a 59 anos, 68% foram de homens, a
cada três adultos que morrem no Brasil, dois são
homens.
Na Tabela 2 a variável idade demonstrou que os
maiores índices de pacientes submetidos a cateterismo cardíaco e angioplastia encontram-se entre 50
e 70 anos, o que perfaz um total de 1.558 pacientes
(60,4%). Dados evidenciam que há 649 que tinham
acima de 70 anos (25,2%), e 371 (14,4%) com menos de 50 anos. Em média a idade dos pacientes é
de 61,86 anos com desvio padrão de 11,11. A idade
mais baixa foi de 12 anos e a mais alta de 95 anos.
A idade predominante de pacientes submetidos a
cateterismo cardíaco e angioplastia com stent, como
mostra a Tabela 2, é entre 50 e 70 anos. Nesta faixa
etária o Rio Grande do Sul possui 19,5% da população total do Estado. A idade constituindo um fator
de risco para DCV e o Estado tendo um considerável número de indivíduos nesta idade, pode explicar
que os atendimentos ocorridos sejam maiores nesta
idade.
Tabela 1 – Sexo dos pacientes submetidos a cateterismo cardíaco e angioplastia com stent em um
Hospital Geral porte IV – 2011
Sexo
Masculino
Feminino
Total
N
1.540
1.038
2.578
%
59,7
40,3
100
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Ohana Toigo Kuhn – Jonatan Fernando Beschaira Bueno – Marli Maria Loro – Adriane Cristina Bernat Kolankiewicz – Cleci L. S. Piovesan Rosanelli – Eliane Roseli Winkelmann
Tabela 2 – Idade dos pacientes submetidos a cateterismo cardíaco e angioplastia com stent em um
Hospital Geral porte IV – 2011
Idade
Menos de 40 anos
40|--- 50 anos
50|--- 60 anos
60|--- 70 anos
70|--- 80 anos
80 anos ou mais
Total
N
57
314
758
800
521
128
2578
%
2,2
12,2
29,4
31
20,2
5
100
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same).
Em relação à procedência, a Tabela 3 demonstra
que a maior demanda de pacientes atendidos é da
área de abrangência da 17ª Coordenadoria Regional
de Saúde (CRS), região à qual pertence o Hospital
Geral Porte IV, perfazendo o maior número de atendimentos, num total de 946 (36,7%), seguida da 12ª
CRS, que totaliza 621 pacientes (24,1%), e a 14ª
CRS, com 458 pacientes (17,8%). As demais CRSs
que recebem atendimentos totalizam 553, representando 21,4% dos pacientes atendidos.
O Decreto Estadual n° 40.991, de 17 de agosto
de 2001, estabelece a divisão territorial da Secretaria da Saúde. A 17ª CRS, região com maior número
de pacientes atendidos pela Hemodinâmica, abrange 20 municípios com uma população de 226.728
habitantes. Após a 12ª CRS que engloba 25 municípios num total de 289.155 habitantes. Somando
todas as CRSs que o Hospital atendeu no setor de
Hemodinâmica o número de municípios fica em
224, com uma população de 3.361.361 habitantes.
O total dos procedimentos realizados nos pacientes
que pertencem a estas regiões foi de 2.578 (Secretaria de Atenção à Saúde, 2011).
Tabela 3 – Coordenadorias Regionais de Saúde a
que pertencem os pacientes submetidos ao cateterismo cardíaco e angioplastia com stent em um
Hospital Geral porte IV – 2011
Coordenadorias Regionais de Saúde
4ª CRS
5ª CRS
9ª CRS
10ª CRS
12ª CRS
14ª CRS
15ª CRS
17ª CRS
19ª CRS
Outras CRS (1ª, 6ª, 8ª, 13ª e 16ª)
Total
N
49
10
165
259
621
458
16
946
36
18
2.578
%
1,9
0,4
6,4
10
24,1
17,8
0,6
36,7
1,4
0,7
100
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same).
Quanto aos convênios utilizados pelos pacientes
para atendimento no Hospital em que há Sistema
Único de Saúde (SUS), Instituto de Previdência
do Estado do Rio Grande do Sul (Ipergs) e outros,
atendidos pelo SUS foram 2.185 (84,7%), pelo
Ipergs 310 (12%) e outros convênios 83 (3,3%)
pacientes.
No ano de 1990, por meio da Lei Orgânica da
Saúde, foi instituído o Sistema Único de Saúde –
SUS. Este sistema foi o mais utilizado para a realização dos procedimentos de cateterismo cardíaco,
diagnóstico e angioplastia. A Portaria nº 123, de 28
de fevereiro de 2005, especifica os tipos de atendimentos fornecidos pelo SUS. A “Carta dos Direitos
dos Usuários da Saúde” (2006) traz informações
sobre os direitos na hora de procurar atendimento
de saúde, (Portal da Saúde, 2006, p. 3). Os princípios da Carta são:
1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado
e organizado aos sistemas de saúde; 2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema; 3. Todo cidadão tem
direito ao atendimento humanizado, acolhedor
e livre de qualquer discriminação; 4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a
sua pessoa, seus valores e seus direitos; 5. Todo
cidadão também tem responsabilidades para que
seu tratamento aconteça da forma adequada; 6.
Todo cidadão tem direito ao comprometimento
dos gestores da saúde para que os princípios anteriores sejam cumpridos.
O Instituto de Previdência do Estado do Rio
Grande do Sul (Ipergs) é destinado a todos os funcionários públicos do Estado e foi criado em 8 de
agosto de 1931, pelo Decreto nº 4.842. O IPE-Saúde possui mais de 900 mil segurados em seu
plano de saúde, atuando junto a uma rede de mais
de 7.600 médicos, 337 hospitais e 453 clínicas credenciados (www.ipe.rs.gov.br).
Por meio dos resultados e dos estudos realizados anteriormente constatou-se que a maioria dos
atendimentos ocorreu pelo SUS. O hospital sendo
conveniado com este sistema, oferece o procedimento a ser realizado sem custo algum ao paciente
e disponibiliza a ele toda a assistência necessária
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PERFIL DE PACIENTES SUBMETIDOS A CATETERISMO CARDÍACO E ANGIOPLASTIA EM UM HOSPITAL GERAL
para seu tratamento. Isto beneficia a população brasileira e diminui a mortalidade, pois possibilita o
diagnóstico e tratamento de DCV.
Tabela 4 – Convênio dos pacientes submetidos ao
cateterismo cardíaco e angioplastia com stent em
um Hospital Geral porte IV – 2011
Convênio
SUS Ambulatorial – SIA SUS
SUS – Internado
Ipergs
Particular
Outros
Total
N
1277
908
310
35
48
2.578
%
49,5
35,2
12
1,4
1,9
100
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same).
Quanto aos procedimentos realizados pelos
pacientes, conforme mostra a Tabela 5, totalizam
2.578. O cateterismo cardíaco diagnóstico está
presente em 100% dos pacientes por anteceder as
outras cirurgias. Um total de 1.757 (68,2%) dos pacientes submeteu-se apenas ao cateterismo cardíaco
diagnóstico, sem angioplastia. A Angioplastia Coronariana com implante de um, dois ou três Stents
totaliza um número de 668 (25,9%). A Angioplastia Coronariana Primária com Implante de um ou
dois Stents com ou sem sucesso totaliza 95 (3,7%)
dos atendimentos. Angioplastia Coronariana com
Balão soma 32 (1,2%) dos procedimentos. Após,
a Angioplastia Coronariana com Implante de Stent
Farmacológico perfaz 22 (0,8%) dos procedimentos
realizados.
O Cateterismo Cardíaco Diagnóstico, para Ribeiro e Martinez (2008), “quando é realizado no
momento anterior à angioplastia, possibilita a escolha da melhor estratégia a ser utilizada durante o
procedimento”. Com isso são adotadas várias possibilidades de desobstrução da artéria, como angioplastia com balão, com stent, farmacológico ou não
farmacológico.
Ribeiro e Martinez (2008) enfatizam que “o
mecanismo de ação do balão é de esticar e romper a placa aterosclerótica na parede arterial [...]
o balão isoladamente alivia os sintomas em cerca
de 90% dos pacientes tratados”. Os mesmos autores complementam que atualmente a “Angioplastia
Transluminal Percutânea por balão é realizada iso-
ladamente em apenas 15% dos casos, para tratar lesões de pequeno calibre”. Desse modo, os achados
evidenciam a baixa utilização deste procedimento
pelos profissionais, que aderem mais a algum tipo
de stent totalizando 30,3% de implantes.
As atuais recomendações, segundo diretrizes
da Sociedade Brasileira de Cardiologia (ICP 2003)
indicam que a ICP Primária como tratamento de
escolha do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento da onda ST é que possa ser realizada em até 90 minutos após a chegada do paciente ao
hospital ou em até duas horas, em situações em que
é necessário transferir o paciente de hospital para
realizar o procedimento.
Segundo Matte et al. (2011) por meio do registro Cenic, afirma que “a região Sul é a que mais
realizou ICPs primárias (79,4%), seguida das regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Norte”. Os
mesmos autores concluem também que “quanto ao
tipo de stent utilizado, evidenciou-o uso de stents
convencionais em 96,3% e de stents farmacológicos
em 3,7% das ICPs no contexto do IAM no Brasil”,
no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2010.
Estudo realizado por Matte et al. (2011) destaca
que no ano de 2010, na Região Sul, foram realizadas 93,6% de ICP Primárias, o stent convencional
foi utilizado em 96,3% dos procedimentos, enquanto o farmacológico em apenas 3,7% ainda o stent
convencional foi o mais utilizado nos procedimentos, totalizando 22,4%, ressaltando que neste serviço a maior demanda de indivíduos foi pelo SUS e
atualmente o SUS disponibiliza aos usuários apenas
stents não farmacológicos.
Segundo Diretriz de Indicações e Utilizações das
Intervenções Percutâneas e Stent Intracoronariano
na Prática Clínica (Sociedade..., 2003), “os stents
coronarianos tornaram-se o método percutâneo de
escolha preferencial, tanto pela maior segurança do
procedimento quanto pela diminuição das taxas de
reestenose em relação aos demais dispositivos anteriormente testados”. Com isso os resultados da
ICP com stent são mais efetivos oferecendo melhor
conforto e prognóstico ao paciente.
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Ohana Toigo Kuhn – Jonatan Fernando Beschaira Bueno – Marli Maria Loro – Adriane Cristina Bernat Kolankiewicz – Cleci L. S. Piovesan Rosanelli – Eliane Roseli Winkelmann
Conforme estudos descritos anteriormente, todos os pacientes são submetidos ao cateterismo
cardíaco diagnóstico por ser o procedimento que
averigua as condições das artérias coronárias. A angioplastia com stent é o modo mais utilizado para
o tratamento da artéria acometida com baixo índice de reestenose, já o stents farmacológicos são
utilizados em poucos procedimentos, pois apenas
convênios particulares os disponibilizam. A angioplastia com balão ainda é utilizada, porém está presente em poucos procedimentos devido à utilização
de stent para manter a artéria desobstruída por mais
tempo.
Tabela 5 – Procedimento realizado pelos pacientes
submetidos a cateterismo cardíaco e angioplastia
com stent em um Hospital Geral porte IV – 2011
Procedimento
N
%
1.757
68,2
489
19
176
6,8
89
3,5
31
1,2
20
0,8
4
0,2
3
0,1
3
0,1
3
0,1
3
0,1
2.578
100
Tipo de Cirurgia*
Cateterismo cardíaco diagnóstico
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Implante de Stent
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Implante de 2 Stents
Cateterismo e Angioplastia Coronariana
Primária c/ Implante de Stent
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Balão
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Implante de Stent Farmacológico
Cateterismo e Angioplastia Coronariana
sem sucesso
Cateterismo e Angioplastia Coronariana
Primária c/ Implante de 2 Stents
Cateterismo e Angioplastia Coronariana
Primária sem sucesso
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Implante de 3 Stent
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Balão + Implante de Stent c/ Implante de 2
Stents Farmacológicos e com stent
Total
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same).
Conforme a Tabela 6, dos pacientes que realizaram apenas o Cateterismo Cardíaco Diagnóstico há o predomínio do sexo masculino, com 1.004
(38,9%) do total de 1.757 (68,2%) procedimentos
realizados.
Posteriormente o procedimento de Cateterismo
e Angioplastia Coronariana com Implante de 1, 2
ou 3 Stents há predomínio do sexo masculino, com
229 do total de 668 procedimentos realizados. Para
o Cateterismo e Angioplastia Coronariana Primária com Implante de 1 ou mais Stents com ou sem
sucesso a predominância é do sexo masculino com
60 (2,3%) e feminino com 35 (1,4%), perfazendo
um total entre homens e mulheres submetidos a este
procedimento de 95 (3,7%). No Cateterismo e Angioplastia Coronariana com balão o sexo masculino
é o de maior número, com 19 (0,7%) seguido do
sexo feminino, com 13 (0,5%) de um total de 32
(1,2%).
O Cateterismo e Angioplastia Coronariana com
Implante de um ou mais Stent Farmacológico tem
como predominância o sexo masculino, com 16
(0,6%), seguido do sexo feminino com 6 (0,2%),
de um total de 22 (0,8%) destes procedimentos realizados entre homens e mulheres. Entre os pacientes
que se submeteram a procedimentos na Hemodinâmica de um Hospital Geral de Porte IV, os homens
estão em maior número.
Segundo estudo realizado por Feijó et al. (2009)
em uma unidade de hemodinâmica de um hospital
público e universitário de Porto Alegre, Rio Grande
do Sul , no período de agosto a outubro de 2007, no
qual realizou-se cateterismo cardíaco ou Angioplastia Coronariana Transluminal Percutânea (ACTP)
foi constatada a predominância do sexo masculino.
Outro estudo realizado por Campos et al. (2010)
em pacientes que foram submetidos à intervenção
coronária percutânea no Instituto de Cardiologia/
Fundação Universitária de Cardiologia do Rio
Grande do Sul (IC-FUC) entre dezembro de 2007
e março de 2008, constatou-se a predominância do
sexo masculino.
A partir de estudo realizado por Paula et al.
(2010) no período de março a dezembro de 2009,
foram incluídos sucessivamente indivíduos tratados
com intervenção coronária percutânea, com ou sem
sucesso, por qualquer técnica intervencionista, nos
oito centros de referência da rede de monitoramento, que inclui Hospitais de Porto Alegre, São Paulo, Minas Gerais, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e
Recife e foi constatado que o sexo predominante de
pacientes submetidos aos procedimentos descritos
anteriormente foi o masculino.
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PERFIL DE PACIENTES SUBMETIDOS A CATETERISMO CARDÍACO E ANGIOPLASTIA EM UM HOSPITAL GERAL
Tabela 6 – Procedimento realizado segundo o sexo
dos pacientes submetidos a cateterismo cardíaco e
angioplastia com stent em um Hospital Geral porte
IV – 2011
Procedimento
Cateterismo cardíaco
diagnóstico
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Implante de Stent
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Implante de 2 Stents
Cateterismo e Angioplastia Coronariana
Primária c/ Implante de
Stent
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Balão
Cateterismo e Angioplastia Coronariana
c/ Implante de Stent
Farmacológico
Cateterismo e Angioplastia Coronariana sem
sucesso
Cateterismo e Angioplastia Coronariana
Primária c/ Implante de
2 Stents
Cateterismo e Angioplastia Coronariana
Primária sem sucesso
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Implante de 3 Stents
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Balão + Implante de
Stent
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Implante de 2 Stents
Farmacológicos
Cateterismo e Angioplastia Coronariana c/
Implante de 2 Stents
Farmacológicos e 1
Stent
Total
Sexo
Feminino
N(%)
Masculino
N(%)
753(29,2)
1.004(38,9) 1.757(68,2)
177(6,9)
312(12,1)
489(19,0)
52(2,0)
124(4,8)
176(6,8)
33(1,3)
56(2,2)
89(3,5)
13(0,5)
18(0,7)
31(1,2)
5(0,2)
15(0,6)
20(0,8)
2(0,1)
2(0,1)
4(0,2)
0(0,0)
3(0,1)
3(0,1)
2(0,1)
1(0,04)
3(0,1)
0(0,0)
3(0,1)
3(0,1)
0(0,0)
1(0,04)
1(0,04)
0(0,0)
1(0,04)
1(0,04)
1(0,04)
0(0,0)
1(0,04)
Total
N(%)
1.038(40,3) 1.540(59,7) 2.578(100)
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same).
A Tabela 7, evidencia que o tipo de anestesia comumente utilizada é a local, tendo como a principal
escolha a via de acesso da artéria radial com 1.819
(70,6%) punções, seguida pela artéria femoral,
com 648 (25,1%) punções, perfazendo um total de
2.467 (95,7%) pacientes submetidos a estas técni-
cas. Segue-se a anestesia local com sedação, por via
de acesso de escolha com maior número a artéria
femoral com 43 (1,7%) das punções, seguida pela
artéria radial com 23 (0,9%) punções, totalizando
66 (2,6%) pacientes submetidos a tais técnicas. Outros tipos de anestesia totalizam 45 (1,8%) de todos
os procedimentos, tendo como preferência a artéria
femoral como via de acesso preferida, seguida da
artéria radial para punções.
A utilização da artéria radial para os procedimentos de cateterismo cardíaco e angioplastia,
segundo Teixeirense et al. (2006, p. 380), ocorreu
também pela “miniaturização de cateteres e introdução da técnica de punção arterial forneceu simplicidade e segurança na sua utilização, difundindo
rapidamente a sua aplicação na realização de exames diagnósticos e terapêuticos.” Ademais a dupla
irrigação arterial da mão por meio das artérias radial
e ulnar evita possíveis complicações ocasionadas
pela isquemia relacionadas a uma possível perda de
pulso, devido à dissecção da artéria braquial.
Para Salles et al. (2009) a maior vantagem de
punção pela via radial é o pequeno risco de problemas vasculares importantes, mesmo em pacientes
considerados de alto risco, como pessoas obesas, hipertensas, mulheres e aqueles em uso de trombolíticos e inibidores da glicoproteína IIb/IIIa. Dall’Orto
et al. (2010) argumenta também que a utilização da
artéria radial oferece melhor comodidade para o paciente no pós-procedimento imediato, menor tempo
de internação com consequente redução dos custos
hospitalares, retorno antecipado a sua rotina diária
e baixo índice de complicação do lugar de punção,
diminuindo a taxa de sangramento.
Godinho et al. (2011) inferem que para os hemodinamicistas a punção da artéria radial é geralmente
realizada no membro superior direito, aproximadamente a 1 cm proximal ao processo estiloide do
rádio, após a administração local de 2 ml a 3 ml de
lidocaína. Dall’Orto et al. (2009) destacam que “a
punção na via femoral é realizada após anestesia local com 15 ml a 20 ml de lidocaína 2%, pela técnica de Seldinger, com agulha de punção 18 gauge”.
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Ohana Toigo Kuhn – Jonatan Fernando Beschaira Bueno – Marli Maria Loro – Adriane Cristina Bernat Kolankiewicz – Cleci L. S. Piovesan Rosanelli – Eliane Roseli Winkelmann
Godinho et al. (2011) constataram que, em 2008,
no Brasil, segundo Registro Cenic, apenas 12,6%
dos procedimentos foram realizados por punção na
via radial. Estes dados representam um aumento
significativo, comparando com a Tabela 7, em que
a principal via de acesso foi a radial.
Ainda dentre essa população estudada a técnica
mais utilizada é a da punção da artéria radial 72,3%
com uso de anestesia local 95,7%, a modernização
dos cateteres e do procedimento facilitou o tratamento para os pacientes e para o médico especialista. Esta escolha do acesso é feita pela avaliação
do hemodinamicista, que também opta pela artéria
femoral, menos utilizada por apresentar mais complicações que a utilização da artéria radial.
Tabela 7 – Tipo de anestesia segundo a via de acesso realizado pelos pacientes submetidos a cateterismo cardíaco e angioplastia com stent em um Hospital Geral porte IV – 2011
Tipos de
Anestesia
Vias de Acesso
1.819(70,6)
2.467(95,7)
23(0,9)
43(1,7)
66 (2,6)
17(0,7)
21(0,8)
38(1,5)
3(0,1)
1(0,0)
4(0,2)
2(0,1)
1(0,0)
3(0,1)
1.862(72,3)
714(27,7)
2.578(100)
Radial N(%)
Local
Local + sedação
Local assistida
Raquidiana
Geral
Total
Total N(%)
Femoral
N(%)
648(25,1)
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa foi constituída da análise de 2.578
prontuários, que responde ao objetivo deste estudo
mostrando os resultados identificados em relação
ao perfil dos pacientes quanto a sexo, idade, procedência, convênio, procedimento, procedimento
segundo sexo, via de acesso e anestesia. Com isso,
é confirmado que a população submetida ao cateterismo cardíaco diagnóstico e angioplastia é maior
no sexo masculino, 59,7%, a faixa etária predominante entre homens e mulheres é de 50 a 70 anos,
60,4%, com idade média de 61,86 anos. Entre as
faixas etárias estudadas, a descrita anteriormente
possui uma representatividade importante na população rio-grandense, porém com predominância do
sexo feminino.
A 17ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS)
é a que concentra o maior número de usuários que
utilizam a unidade de hemodinâmica do Hospital,
36,7%. O Hospital Geral Porte IV é pertencente a
esta CRS, fato que possibilita a maior procedência
dos pacientes. Este hospital é conveniado com o
Sistema Único de Saúde e é o meio mais utilizado
para a realização dos procedimentos, 84,7%.
Quanto aos procedimentos realizados pelos pacientes 68,2% deles submeteram-se apenas ao cateterismo cardíaco diagnóstico sem angioplastia; a
angioplastia coronariana com implante de um ou
dois stents perfaz 25,8%; angioplastia coronariana
primária com implante de um ou 2 stents com ou
sem sucesso totaliza 3,7%; angioplastia coronariana
com balão soma 1,2% dos procedimentos. Por fim,
a angioplastia coronariana com implante de stent
farmacológico perfaz 0,8% dos procedimentos realizados. Conforme os estudos demonstram, o SUS
não fornece implante de stent farmacológico, apenas convênios particulares, consequentemente há
reduzido número de implante deste tipo de stent,
pois a maior parte dos usuários utiliza o SUS.
Em relação ao sexo foi possível constatar que
os homens perfazem o maior número dos procedimentos, com 59,7%, o que confere com a população
estudada. Em relação ao tipo de anestesia e vias de
acesso, a mais comumente utilizada é a local, tendo
como a principal escolha a via de acesso da artéria
radial, com 70,6% punções, seguida pela artéria femoral com 25,1%. A referida pesquisa beneficiará
os trabalhadores que atuam na área da Cardiologia
e abrange as outras áreas da saúde que entendam
quais são os sujeitos que estão acessando este serviço no referido hospital e que auxilie no entendimento técnico que foca os procedimentos.
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PERFIL DE PACIENTES SUBMETIDOS A CATETERISMO CARDÍACO E ANGIOPLASTIA EM UM HOSPITAL GERAL
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Recebido em: 23/12/2014
Aceito em: 18/2/2015
Revista Contexto & Saúde, Ijuí • v. 15 • n. 29 • Jul./Dez. 2015
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