Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 CAPÍTULO 9 ANÁLISE DIMESIONAL E SEMELHANÇA DINÂMICA Dimesões e Unidades As dimensões fundamentais são massa, comprimento, , tempo e as vezes força. Estas são relacionadas pela segunda lei de Newton Força = massa aceleração ou F = m . a na forma dimesional é F MLT 2 a V LT LT 2 t T F é a dimesão de força, M a massa, L a de comprimento e T a de tempo. Tabela 1 Dimensões das grandezas físicas usadas em mecânica dos fluidos Grandeza Símbolo Sistema (FLT) Dimensões (MLT) Massa, Kg m FL1T 2 M Comprimento, m l L L Tempo, s t T T Força ou Peso, Kgf F ou W F MLT 2 Velocidade, m/s V LT 1 LT 1 Aceleração, m/s2 a ou g LT 2 LT 2 Área, m2 A L2 L2 Vazão volumétrica, m3/s Q L3T 1 L3T 1 Pressão ou queda de Pressão, Kgf/m2 P ou P FL2 ML1T 2 FL4T 2 ML3 Massa específica, Kg/m3 FL3 FL2T ML2T 2 ML1T 1 Viscosidade cinematica, v m2/s L2T 1 L2T 1 Peso específico, N/m3 Viscosidade dinâmica, Ns/m2 Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 Tensão de cisalhamento, N/m2 FL2 ML1T 2 Tensão superficial, N/m FL1 MT 2 Módulo de elasticidade Volumétrica, N/m2 kv FL2 ML1T 2 Velocidade do som, m/s C LT 1 LT 1 Temperatura absoluta, k ou t ou t Vazão em massa, Kg/s m FL1T Trabalho, Nm W FL T FL 2 ML T MT 1 2 Torque, Kgfm ML2T 2 Análise dos Parâmetros adimensionais 1. Número de Reynolds (Re) É a relação entre a força de inércia e a força de viscosidade (atrito) VD VL VL V L2 V2 L Definição: Re V L2 V L2 ML L T L 3 2 2 V L1 L RE MLT 2 MLT 2 M.a Fi .L2 .A Fv V 1 3 L L L Fi Fv 2. Número de Freude (Fr) É a relação entre a força de inércia (Fi) e a força de gravidade (Fg) Fi M.a L3. L T 2 L4 V 2 L2 L2 V 2 V 2 Fg M.g L3.g L3.g L3.g Lg ou F V2 Fr i Dg Fg Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 3. Número de Weber (We) É a relação ente a força de inérecia (Fi) e a força de tensão superficial (FTS) Fi M.a L3 . L T 2 L4 V 2 L2 L2 V 2 LV 2 FTS .L .L .L .L We LV 2 Fi F NOTA: = Tensão superficial V 2 L Força MLT 2 MT 2 compriment o L 4. Número de Euler (Eu) É a relação entre a força de pressão (Fp) e a força de inércia (Fi) Fp Fi P.A PL2 PL2 PL2 P 3 2 4 2 2 2 2 M.a L . L T L V L L V V 2 Eu F P p 2 V Fi 5. Número de Mach (Ma) É a relação entre a força de inércia (Fi) e a força de elasticidade (Fel) Fi M.a L3 . L T L4 V 2 L2 L2 V 2 V 2 Fel K v .A K v .L2 K v .L2 K v .L2 Kv onde kv = módulo de Bulk ou módulo de elasticidade volumétrica A raiz quadrada desta relação, V 2 Kv V2 Kv V e conhecida como o Kv número de Mach. A velocidade do som num líquido ou gás é dado por, C K v KRT Então, o número de Mach, Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá Ma EME-35 V V F i K v C Fel Semelhança – Estudos em modelos Modelos reas ou verdadeiros possuem todas as características importantes do protótipo, reduzidas à escala (geométricamente semelhante) e satisfazer as restrições do projeto (semelhança cinemática e dinâmica) Semelhança geométrica As relações podem ser escritas: L mod elo L razão L protótipo Ar ou Lm Lr Lp A mod elo L2 mod elo 2 L2 razão L2 r A protótipo L protótipo (1) (2) Semelhança cinemática Algumas relações úteis são: Velocidade: Aceleração: Vazão: Vm L m Tm L m Tm L r Vp L p Tp L p Tp Tr (3) a m Lm T 2 m Lm T 2 m L 2 2r 2 ap Lp T p Lp T p T r (4) Vr ar Qr Qm L3m Tm L3m Tm L3r 3 3 Qp L p Tp L p Tp Tr (5) Semelhança dinâmica A semelhança dinâmica existe entre sistemas geométrica e cinemáticamente semelhantes, se as relações entre todas as forças homólogas no modelo e protótipo forem as mesmas. As condições necessárias para uma completa semelhança foram desenvolvidas a partir da 2º lei de Newton, F x M .ax Desenvolve-se a seguinte relação entre as forças atuantes no modelo e no protótipo: Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 Forças(vis cos idade gravidade Pr essão tensão sup erficial elasticida de) Forças(vis cos idade gravidade Pr essão tensão sup erficial elasticida de) m p M m .a m M p .a p A relação de forças de inércia é expressa pela seguinte fórmula: M L 3 .L 3 a Fm força modelo M .a Fr m m m m 3 m3 m Fp força protótipo M p .a p M p L p L p a p m L m 3 L r L 3 T2 p p r a equação (4), semelhança cinemática L 2 L r L r .L r r2 r L r r Tr Tr 2 2 Fr r L r Vr r A r Vr 2 2 a equação (3) 2 (6) A lei geral de semelhança dinâmica a equação (2), semelhança geométrica Esta equação expressa a lei geral de semelhança dinâmica entre modelo e protótipo e é conhecida como a equação de Newton Para haver semelhança dinâmica completa, os números de REYNOLDS, MACH, FROUDE, WEBER e EULER devem assumir os mesmos valores tanto no modelo como no protótipo. Problemas Resolvidos Problema 1 Desenvolver a lei de Reynolds para modelos e protótipos com fluidos incompressíveis e reais Solução Para um escoamento governado pelas forças de inércia e viscosidade (outros efeitos são desprezados), devem ser determinadas estas forças para modelo e protótipo. Para inercia: Fm L 3 r L r r2 Fp Tr Luis David González Cáceres (1) a lei geral 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 L 1 2 .L m m m Tm L m Fm m A m m dV dy m .A m r L2 r Para viscosidade: Fp p A p p dV dy p .A p r L2 r Lp 1 2 p .L T L p p p (2) Igualando-se as duas relações de forças (pois todas as razões das forças são iguais entre modelo e protótipo), tem-se: A eq. (1) = eq. (2) r L3 r Lr r L2 r Tr T2r r r r Mas ou Tr r L2 r r (3) Substituindo na equação (3) tem-se Tr L2 r r (4) ou L r r Tr L r Mas a relação de velocidades: Vr L r r Tr L r (5) Vm m p m Lp Vp Lm Lp p Lm ou Vm Lm Vp Lp m p ou seja Re m Re p c.q.d. Problema 2 Água escoa a 32º F através de um tubo liso horizontal de 3 polegadas de diâmetro com uma velocidade média de 10 pés/s. A queda de pressão em 30 pés deste tubo é 2,0 lbf/po2. A que velocidade deve escoar Benzina (68 º F) em um tubo (geometricamente similar) de 1 pol. de diâmetro para que o escoamento seja dinâmicamente similar e qual será a queda de pressão em 10 pés deste tubo de 1 pol. de diâmetro. Dados: H20 a 32 º F = 3,746×10-5 lgf.s/pé2; H20 a 32 º F = 1,939 slug / pé3 ; Benzina a 68 º F = 1,37×10-5 lbf.s/pé2 ; Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 Densidade de Benzina a 68 º F = 0,88 Solução: Sabemos que em um escoamento interno as forças de inércia, de pressão e de viscosidade são mais importantes. Portanto, para o modelo e o protótipo: Rem = Rep Vm Vagua 10 pés/s, VD VD ou m p D m 3/12 pé , m H20 a 32 º F (dado) m H20 a 32 º F (dado) 3 1 10 1,939 Vp 1,939 0,88 12 12 3,746 105 1,37 105 ou seja Vp 12,468 pés/s 1 pé , 12 p Benzina a 68 º F (dado) Vp VBenzina ? , D p A velocidad e da benzina, VBenzina 12,468 pés/s Resp. Fp teremos, Fi Da igualdade do Número de EULER P P 2 EU m EU p 2 V m V p ou Pp 2 2 1,939 10 1,939 0,88 12,4682 Pp 2,74 lbf/pol 2 Resp. Problema 3 Um modelo 1:10 de um avião é testado num túnel aerodinâmico (túnel de vento) que tem a pressão de 20 atm. O avião vai voar a velocidade de 500 Km/h. A que velocidade o túnel de vento (modelo) deve ser operado para dar a similitude dinâmica entre modelo e protótipo. Arrasto (força de arrasto) medido sobre o modelo é 337,5 N. Qual a potência será necessária a propulsar o avião à velocidade de 500 Km/h ? Solução: Mas Sabemos que FA V 2l2f Re Re m Re p (1) F F A2 2 A2 2 V l m V l p Luis David González Cáceres Semelhança dinâmica (2) 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá De (1) EME-35 m Vmlm p Vplp m p p m l p Vp m p l m Vm (3) dV de um fluido é apenas uma função de dy temperatura. Além disso se considerarmos a condição isotérmica, então p m 1 ou A viscosidade diâmica seja m p Da equação de estado, P RT (T cte. considerad o) ou P . CTE. pois RT CTE. ou P a pressão diminui com a redução da massa específica. Dado, Pm = 20 atm. É claro que Pp = 1 atm. Pode-se escrever, então, Pm = 20 . Pp Devido à compressibilidade do ar, m 20 . p Substituindo esses valores em (3), tem-se, Vm p 20m ou Vm 1 500 Km/h 2 Vm 250 Km/s lm 1 lp 10 Resp. FA F 2 2 A2 2 V l m V l p Da equação (2), ou 1 10 Vp o modelo 1 : 10, ou seja, FA p 337,5 N 2 2 2 20p 250 lp 10 p 500 l2 p FA p 6750 N A potência, P ou P 500 103 Energia m Velocidade Força . N W tempo s m h Nm . 6750 N 937500 937500 W h 3600 s s A potência necessária será, P 937,5 KW Luis David González Cáceres 10276 Resp. E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 Problema 4 Um navio cujo comprimento de casco é de 138 m deve navegar a 7,5 m/s (a) Determinar o número de FROUDE. (b) Para que haja semelhança dinâmica qual será a velocidade de um modelo 1:30, arrastado através d’água ? Dado: g = 9,81 m/s2 Solução 2 V2 7,5 (a ) Frp 0,042 Lg p 138 9,81 Frp 0,042 Resp. (b) Quando dois escoamentos com contornos geometricamente semelhantes, são influenciados pelas forças de inércia e da gravidade, o número de FREUDE é a relação marcante no estudo de modelos. Portanto, Frp = Frm V2 gL ou V2 gL p m Uma vez que gm = gp, practicamente em todos os casos, pode-se escrever, V2p V2m L 1 L 1 2 ou V 2 m m . V 2 p 7,5 m Lp Lm Lp 30 Lp 30 Vm 1,36 m/s Resp. Problemas Propostos Problema 1 Ar a 20 º C (68 º F) escoa através de um tubo de 610 mm (24”) a uma velocidade média de 1,8 m/s (6 pés/s). Para que haja semelhança dinâmica, qual é o diâmetro de tubo que carrega água a 16º C (60 º F) e 1,1 m/s (3,65 pés/s) poderia ser usado ? Dados: AR(20ºC) = 16×10-5 pés2/s , AR(16ºC) = 1,217×10-5 pés2/s Resposta: d 0,076 m (3”) Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 Problema 2 Um modelo de 1:15 de um sbmarino deve ser testado em um tanque de provas contendo água salgada. Se o submarino se move a 12 mph (milhas por hora), a que velocidade deverá o modelo ser testado para haver semelhança dinâmica ? Resposta: V = 180 mph Problema 3 Água a 16 º C escoa a 3,6 m/s (12 pés/s) em um tubo de 152 mm (6”). A que velocidade deverá escoar um óleo médio a 32 º C en um tuvo de 76 mm (3”) para que os escoamentos sejam dinâmicamente semelhantes ? Dados: AR(16ºC) = 1,217×10-5 pés2/s, óleo(32ºC) = 3,9×10-5 pés2/s Resposta: V = 63 pés/s = 19,0 m/s Problema 4 Uma bomba centrífuga bombeia um óleo lubricante médio a 16 º C e a 1200 rpm. Um modelo de bomba; usando ar a 20 º C deve ser testado. Se o diâmetro do modelo é 3 vezes maior que o diâmetro do protótipo, a que velocidade deverá o modelo operar ? Dados: óleo(16ºC) = 188×10-5 pés2/s, AR(20ºC) = 16,0×10-5 pés2/s, 1 pé/s = 0,093 m2/s Velocidade periférica = o raio × a velocidade angular em rad/s Resposta: m 11,3 rpm Problema 5 Uma asa de avião de 0,9m de corda deverá deslocar-se a 145 Km/h no ar. Um modelo de 76 mm de corda deve ser testado em um túnel de vento com a velocidade do ar a 173,5 Km/h. Para a temperatura de 20 º C em cada caso, qual deverá ser a pressão no túnel aerodinâmico (de vento) ? Dado: AR(20ºC) = 16×10-5 pés2/s, pé/s = 0,093 m2/s Resposta: Ptúnel = 10 atm Problema 6 Um modelo 1:80 de um avião é testado a 20 º C no ar, o qual tem a velocidade de 45 m/s. (a) A que velocidade seria o modelo impelido quando completamente submerso em água a 27 º C ? (b) Qual seria a força resistente de um protótipo no ar, cujo modelo na água representa uma resistência de 0,57 Kgf ? Dados: AR(20ºC) = 16×10-5 pés2/s, H2O(27ºC) = 0,93×10-5 pés2/s Resposta: Luis David González Cáceres (a) V 2,62 m/s na água (b) Fp 200 gf 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 Problema 7 Um modelo de um torpedo é testado em um tanque de provas a uma velocidade de 24 m/s. Espera-se que o protótipo atinja a velocidade de 6m/s em água a 16 º C. (a) Quál a escala a ser utilizada para o modelo ? (b) Quál deverá ser a velocidade do modelo se for testado em um túnel aerodinâmico (túnel de vento) à pressão de 20 atm é temperatura constante de 27 º C ? Dados: H20(16ºC) = 1,217×10-5 pés2/s, AR(27ºC) = 3,85×4,88×10-7 Kgf.s/m2 RAR = 29,3 Kgf.m/Kg.K , 1 atm 1Kgf/cm2 = 104 Kgf/m2 Resposta: Vm 17,1 m/s A escala do modelo é 1:14 Problema 8 É admitido que o Arrasto (a força de arrasto) de um barco em água depende somente do número de Rynolds e do número de Froude de maneira que CA VD V 2 f , 1 gD 2 V A 2 FA É necessário que o modelo 1:10 do barco protótipo seja testado em água e os resultados sejam utilizados a fim de prever o desempenho do barco protótipo. Será que é possível ? Resposta:a semelhança dinâmica entre o modelo e protótipo não será possível Problema 9 Em escoamentos de superfície livre, a semelhança dinâmica completa depende das forças de atrito e de gravidade. Mostre que: L r r 23 Problema 10 A equação adimensional de Newton (força de inércia) é Fr r L2 r V 2 r . Esta equação vale para haver a semelhança dinâmica entre modelos e protótipos. A semelhança dinâmica é determinada pela igualdade dos números de Reynolds. Mostre que: Luis David González Cáceres Pr Fr F 2r 2r A r L r r L2 r 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 O teorema de Buckinghum Sob aspecto matemático: Se existirem n grandezas físicas q (tais como velocidade, massa específica, viscosidade, pressão, área, etc.) e k unidades fundamentais (tais como força ou massa, comprimento, tempo), podemos escrever: f q1, q 2 , q3 ,.........., q n 0 (1) Esta equação pode ser substituída pela equação 1 , 2 , 3 ,.........., n - k 0 (2) onde qualquer termo depende não mais do que (k-1) grandezas físicas q, e cada um dos termos é independente, adimesional e função monômia das grandezas q. Relações úteis 1) Se uma grandeza é adimensional, ela já é um termo sem seguir o processo matemático. 2) Se duas grandezas físicas quaisquer tiverem as mesmas dimensões, sua relação será um dos termos . Por exemplo: L/L é adimesional e é um termo 3) Qualquer termo pode ser substituído por qualquer potência deste termo, incluindo -1. Por exemplo: 3 pode ser substituído por -23 ou 2 por 1/2 4) Qualquer termo pode ser multiplicado por uma constante numérica. Por exemplo, 1 pode ser substituído por 31 5) Qualquer termo pode ser expresso como uma função de outros termos . Por exemplo, se existirem 2 termos , 1 = (2) PROBLEMAS RESOLVIDOS Ex1. Um certo escoamento depende da velocidade V, da massa específica , das várias dimensões lineares l, l1, l2, da queda de pressão P, da aceleração da gravidade g, da viscosidade , da tensão superficial , e do módulo de elasticidade volumétrica kv. Aplicar a análise dimesional para determinar uma equação de escoamento. Solução: Matemáticamente, f V, , l, l1 , l2 , P, g, , , k v 0 Dimensões: (1) n 10 V LT 1 , ML-3 , l L, l1 L, l2 L, P ML-1T-2 , g LT -2 , ML-1T-1, MT -2 , k v ML1T 2 k 3 s n - k (10 3) 7 a determinar Escolhendo V,, l como base: 1 V x1 y1 lz1 P; 2 V x 2 y 2 l z 2 g; 3 V x 3 y 3 lz 3 ; Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 4 V x 4 y 4 l z 4 ; 5 V x 5 y 5 l z 5 k v ; 6 l l ; 7 l1 l2 1 M0 L0T0 LT 1 ML3 Lz1 .ML1T 2 x1 y1 0 y1 1 x1 2 0 x1 - 3y1 z1 - 1 y1 1 donde 0 -x1 - 2 z1 0 p/2 M0 L0T0 LT 1 ML x2 3 y 2 Lz 2 .LT 2 0 y2 x 2 2 0 x 2 - 3y 2 z 2 1 y2 0 donde 0 -x2 - 2 p/3 M0 L0T0 LT 1 z2 1 ML x3 3 y 3 Lz 3 .ML1T 2 0 y3 1 x 3 1 0 x 3 - 3y3 z 3 1 y 3 1 donde 0 -x3 - 1 p/4 M0 L0T0 LT 1 z 3 1 ML x4 3 y 4 Lz 4 .MT 2 0 y4 1 x 4 2 0 x 4 - 3y 4 z 4 y 4 1 donde 0 -x4 - 2 p/5 M0 L0T0 LT 1 z 4 1 ML x5 3 y 5 Lz 5 .ML1T 2 0 y5 1 x 5 2 0 x 5 - 3y 5 z 5 1 donde 0 -x5 - 2 Finalmente, 1 V 21l0 P Luis David González Cáceres y5 1 z5 0 P V 2 ou 1 10276 P EULER V 2 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá 2 V 20l1g gl V2 3 V 1 1l 1 EME-35 2 ou Vl ou V2 FROUDE gl 3 Vl REYNOLDS 4 V l 2 V l ou V 2 l 4 WEBER kv V 2 ou 5 2 1 1 5 V 2 1l 0 k v V MACH kv Então , f1 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7 0 P V 2 Vl V 2 l V l l , , , , , , 0 2 V gl k v l1 l 2 ou f1 l l f1 EU, FR, RE, WE, MA, , l1 l 2 por tanto EU f 2 FR, RE, WE, MA, 0 l l , 0 (2) l1 l 2 onde f2 deve ser determinado experimentalmente Existem casos onde os parâmetros FR, WE, MA são desprezados por não terem influência sobre o fenômeno escoamento (fluido incompressível em escoamento interno, por exemplo), l é o diâmetro do conduto D, l1 é o comprimento do conduto L e l2 é uma dimensão que caracteriza a altura efetiva da rugosidade superficial da parede interna do conduto, sendo representada por Então, EU P L f 3 RE, , 2 V D D (3) Sabemos que a queda de pressão ao longo de um conduto varia linearmente com seu comprimento, EU P L f 4 RE, D 2 V D Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá ou EME-35 P f 4 RE, D V L D (4) 2 O diagrama de MOODY O primeiro membro geralmente é representado por f (fator de atrito). Quando RE 2000, f é independente de /D. Portanto: f f5 RE p / LAMINAR (5) Problema 2 Faça análise dimensional da bomba centrífuga. f H, Q, N, D, g, , k v ,, 0 (1) Dado: onde H = carga (altura) desenvolvida pela bomba, L Q = vazão volumétrica, L3T-1 N = rotação da bomba, T-1 D = diâmetro do rotor, L g = aceleração da gravidade, LT-2 = viscosidade de fluido, ML-1T-1 = massa específica de fluido, ML-3 kv= módulo de elasticidade volumétrica, ML-1T-2 = rugosidade absoluta, L = rendimento de bomba, adimensional Solução: Existem 10 variáveis (n) e 3 dimesões (k) independentes, de modo que devemos ter n – k = 10 – 3 = 7 termos . Esolhendo a massa específica, , o diâmetro, D, e a rotação da bomba, N, como as 3 variáveis repetitivas com expoentes desonhecidos, podemos estabelecer os temos . Então, 1 a Db Nc Para (2) M0 L0T0 ML-3 (L)b (T 1 )c .ML1T 1 M : 0 a 1 a L : 0 3a b 1 T : 0 c 1 donde tiramos a 1 b 2 c 1 Substituindo em (2) vem que, Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá 1 1D 2 N 1 2 a D b N c k v Para EME-35 ND2 1 ou ND2 RE (3) M 0 L0 T 0 ML-3 (L) b (T 1 ) c .ML1T 2 a M : 0 a 1 L : 0 3a b 1 donde tiramos T : 0 c 2 a 1 b 2 c 2 Substituindo em (3) vem que, 2 1D 2 N 2 k v 3 a D b N c Q Para kv N 2 D 2 ou 2 N2D2 ND MA kv / kv / (4) M 0 L0 T 0 ML-3 (L) b (T 1 ) c .L3 T 1 a M:0 a L : 0 3a b 3 donde tiramos T : 0 c 1 a0 b 3 c 1 Substituindo em (4) vem que, 3 0 D 3 N 1Q 3 Luis David González Cáceres Q ND3 Q Coeficient e de capacidade , C Q ND3 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá 4 a D b N c H Para EME-35 (5) M 0 L0 T 0 ML-3 (L) b (T 1 ) c .L a M:0 a L : 0 3a b 1 donde tiramos T : 0 c a0 b 1 c0 Substituindo em (5) tem-se, 4 0 D 1 N 0 H ou 5 a D b N c g (6) Para 4 H D M 0 L0 T 0 ML-3 (L) b (T 1 ) c .LT 2 a M:0 a L : 0 3a b 1 donde tiramos T : 0 c 2 a0 b 1 c 2 Substituindo em (6) tem-se, 5 g N2D ou Luis David González Cáceres 5 N2D N2D2 FR g Dg 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá 6 a D b N c Para EME-35 (7) M 0 L0 T 0 ML-3 (L) b (T 1 ) c .L a M:0 a L : 0 3a b 1 donde tiramos T : 0 c a0 b 1 c0 Substituindo em (7) tem-se, 6 0 D 1 N 0 e evidentemente, 7 6 rugosidade relativa D pois já é um parâmetro adimensional f 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7 0 ND2 N 2 D 2 Q H N 2 D ou f , , , , , , 0 kv ND3 D g d Resolvendo para H D , tem-se, ND2 N 2 D 2 Q N 2 D H f1 , , , , , D k v ND3 g D N 2 D ND2 N 2 D 2 Q f1 , , , , 3 g k D ND v ND2 N 2 D 2 Q Hg f , , , , a resposta parcial ! 1 k v ND3 D N2D2 NOTA: É claro que a eficiência hidráulica de uma bomba, , é uma função de , D, N, Q, ou seja f2 , D, N, Q, Portanto, um termo pode se formar como Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 ND2 Q 8 f3 , 3 ND Evidentemente, da equação da resposta parcial pode-se escrever, ND2 N 2 D2 Q Hg f1 , , , N 2D2 k v ND3 D A resposta final e é a equação completa de bomba centrífuga Hg f1 RE, MA, CQ , 2 2 ND D ou Parâmetro de uma bomba tipo FR Problema 3 Faça análise dimesional en transferência de calor com convecção forçada. D Escoamento Entrada Saida v h Propriedades de fluido , , Cp, K qcalor Dado: f v, D, , , Cp , K, h 0 onde : (1) v = velocidade do fluido, LT-1 D = diâmetro do tubo, L = massa específica do fluido, ML-3 = viscosidade do fluido, ML-1T-1 Cp = calor específico à pressão cte., L2T-2t-1 K = condutibilidade térmica, MLT-3t-1 h = coeficiente de transferência de calor, MT-3t-1 Solução: São quatro dimensõers fundamentais tomadas neste caso. Massa M, Comprimento L, Tempo T, Temperatura t. k = 4 e n = 7 (2) os termos = 3 f 1 , 2 , 3 0 Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 Escolhendo D, , , K como base teremos, 1 Dabc Kd v (3) Dimensionalmente, M0 L0T0 t 0 La ML3 ML1T 1 MLT 3t 1 .LT 1 b Para c d M:0 bcd L : 0 a 3b c d 1 T : 0 c 3d 1 t : 0 d donde tira-se, a 1 b 1 c 1 d0 Substituindo em (3) tem-se, 1 D11 1K 0 v 1 Dv DV RE 2 Da b c K d Cp (4) (5) Dimensionalmente, M 0 L0 T 0 t 0 La ML3 ML1T 1 MLT 3 t 1 .L2 T 2 t 1 b Para c M:0 bcd L : 0 a 3b c d 2 T : 0 c 3d 2 t : 0 d 1 d donde tira-se, a0 b0 c 1 d 1 Substituindo em (5) tem-se, 2 D 0 0 1 K 1C p ou 2 Luis David González Cáceres C p K PRANDTL (PR ) 10276 (6) E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá 3 D a b c K d h EME-35 (7) Dimensionalmente, M 0 L0 T 0 t 0 La ML3 ML1T 1 MLT 3 t 1 .MT 3 t 1 b Para c d M : 0 b c d 1 L : 0 a 3b c d T : 0 c 3d 3 t : 0 d 1 donde tira-se, a 1 b0 c0 d 1 Substituindo em (7) tem-se, 3 D1 0 0 K 1 h ou seja 3 hD NUSSELT ( NU) K (8) Da equação (2) f 1 , 2 , 3 0 ou 3 f1 1 , 2 ou Dv C p hD f1 , K K ou NU f1 RE, PR NU C RE PR n n' onde C, n e n’ são coeficientes (ctes.) devem ser determinados experimentalmente. Problema 4 Análise dimensional (o método de RAYLEIGH) Supondo-se que a força resistente ao deslocamento (Força de Arrasto ou Força de sustentação) é uma função de massa específica, de viscosidade, de elasticidade, de velocidade do fluido, e de uma área característica, mostre que a força resistente é uma função dos números de MACH e de REYNOLDS Solução: FA f1 , , k v , V, A ou FA k' ab k v Vd Ae k' ab k v Vd L2e c Luis David González Cáceres c (1) 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 onde k’ = constante (coeficiente) adimensional determinada experimentalmente. Dimensinoalmente (sistema F,L,T), F1L0T0 FL 4T 2 FL 2T FL 2 LT 1 L2 a Para b c d e F : 1 a b c (2) L : 0 -4a - 2b - 2c - d 2e (3) T : 0 2a b - d (4) De (2) a 1 b c De (4) d 2a b e substituin do (2a), d 2 1 - b - c b 2 2b 2c b 2 - 2c - b d (2a) (3a) De (3) 2e 4a 2b 2c d e substituin do as equações (2a) e (3a) em (3) 2e 4 4b 4c 2b 2c 2 2c b 2 b e 1- b 2 (4a) Substituindo os valores em (1) tem-se, c FA k ' 1 b c b k v V 2 b 2 L2 b c 2 b .- b 1 c V .V k' c . b .k v . .L2 .L b 2c V c 1 k k' . - b. b . c v 2 c .V 2 .V b .L2 .L b V VL k' b kv 2 .L2 V 2 V VL k' b V 2 .L2 V 2 k v c c FA A V2 f1 RE, MA (5) A equação de RAYLEIGH Esta equação indica que o coeficiente de arrasto, CA FA de objetos dependerá AV 2 únicamente de seus números de REYNOLDS e de MACH Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 Para fluidos incompressíveis o número de REYNOLDS é predominante e o efeito do número de MACH é muito pequeno e desprezível. Portanto para o fluído incompressível, FA AV2 f 2 RE ou FA AV 2 V2 .2 f 2 RE A .CA 2 2 onde CA = coeficiente de arrasto que depende do nº de RE 2 f 2 RE FA A V 2 2 Analogamente, pode-se mostrar que FS A onde V2 .CS 2 FS = Força de sustentação CS = Coeficiente de sustentação Se for M1, FA f3 MA somente AV 2 PROBLEMAS PROPOSTOS Problema 1 O conjugado T disponível no eixo de uma turbna hidráulica depende da vazão volmétrica Q, da carga manométrica H, do peso específico , da velocidade angular e do rendimento . Determinar a forma da equação do conjugado utilizando o teorema Resposta: H3 T H 4 f1 , Q onde f1 deve ser determinado experimentalmente Problema 2 Considerando-se que a força de arrasto exercida por um fluido em escoamento sobre um objeto é uma função da massa específica, da viscosidade, da velocidade do fluido e de um comprimento característico do corpo, desenvolver uma equação geral para a força utilizando o teorema do Buckinghum. Resposta: LV L2 V 2 F L2 V 2 1 2KRE 2 onde K = cte. Adimensional determinada experimentalmente. Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá EME-35 Problema 3 Considerando-se que o fluxo Q sobre uma barragem retangular varia diretamente com o comprimento L e é uma função da altura H e da aceleração da gravidade g, estabelecer a fórmula para o fluxo de barragem, utilizando o teorema Resposta: Q K.L.H3 / 2 .g1 / 2 onde K= uma cte. Determinada experimentalmente. Problema 4 Um vertedor triangular é uma placa vertical com um entalhe de ângulo de abertura na sua parte superior, colocada transversalmente num canal. O líquido no canal é retido e obrigado a escoar pelo entalhe. A vazão Q é uma certa função da cota H, da superfície livre a montante do vertedor, medida a partir do fundo do entalhe. Além disso a vazão depende da aceleração da gravidade e da velocidade V0 de aproximação ao vertedor. Determinar a forma da equação que fornece a vazão pelo teorema Resposta: V Q g.H 5 / 2 f1 0 , gh Há necessidade de resultados experimentais ou de uma análise teórica para se obter informações adicionais sobre a função f1 Escolhendo H e V0 como base tem-se a resposta diferente. Resposta: V Q V0 H 2 f 2 0 , gh A função incógnita f2 contém os mesmos parâmetros que f1, mas não pode ser a mesma função matemática. A última resposta obtida não é, em geral, muito útil porque freqüentemente V0 pode ser desprezado em vertedores triangulares. Isto mostra que uma variável pouco importante não deve ser escolhida como grandeza da base. Problema 5 A perda de carga por unidade de comprimento H L no escoameto em regime turbulento num conduto liso depende da velocidade V, do diâmetro D, da aceleração da gravidade g, da viscosidade dinâmica e da massa específica . Determinar, com o auxílio da análise dimesional, a forma geral da equação que rege o fenômeno de transporte. Resposta: H f1 RE, V 2 gD L onde f1 é uma função determinada experimentalmente. Nota: a fórmula usualmente empregada é Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá H f 2 RE EME-35 L V2 D 2g onde f2 RE f o fator de atrito Problema 6 O número de REYNOLDS é uma função da massa específica, da viscosidade absoluta, da velocidade média de um fluido e de um comprimeto característico. Estabeleça o número de REYNOLDS pela análise dimensional de RAYLEIGH. Resposta: VL RE K y2 Os valores de K e y2 devem ser determinados pela análise física e/ou experimentalmente. Mas pela definição do número de RE VL , Sabe-se que aqui K = 1 e y2 = -1 Problema 7 Estabelecer a expressão do número de WEBER, se ele é uma função da velocidade V, da massa específica , do comprimento L e da tensão superficial . Use o método de RAYLEIGH. Resposta: V2L WE k b d onde k e b são ctes. Determinadas experimentalmente. Sabe-se que k = 1 = b = -d Problema 8 Estabelecer um número adimensional, sabendo-se que ele é uma função da aceleração da gravidade g, da tensão superficial , da viscosidade absoluta e da massa específica . Use o método de RAYLEIGH. Resposta: 3 NUMERO K 4 g d onde K e d são ctes. Devem ser determinadas experimentalmente. Problema 9 Desenvolva uma expressão da vazão volumétrica em um tubo horizontal para escoamento totalmente desenvolvido e em regime laminar pelo método de RAYLEIGH Dado: Q f D, L, , P Resposta: D Q K L b D3P onde K e b são ctes. determinadas experimentalmente Luis David González Cáceres 10276 E.C.A. Escola Federal de Engenharia de Itajubá Notas: Se for –b = 1, Q K Sabe-se que K EME-35 D 4 P L D4P de modo que Q 128 128L Esta é a equação de HAGEN-POISEULLE. Luis David González Cáceres 10276 E.C.A.