infecção por rhodococcus equi

A RTI GO
JUNHO | 2016
INFECÇÃO POR
RHODOCOCCUS EQUI
Rhodococcus equi, antigamente conhecido como
Corynebacterium equi, é um patógeno veterinário que
acomete principalmente os herbívoros e
ocasionalmente, causa doenças em humanos,
principalmente, doenças ocupacionais em
fazendeiros e veterinários.
Atualmente, possui grande relevância em indivíduos
com graus avançados de imunodeficiência. Cerca de
��% dos casos ocorrem em pacientes com a
síndrome da imunodeficiência adquirida,
principalmente, nos que apresentam contagens de
linfócitos CD� entre �� e ��� células/mm�.
O pulmão é o principal local de infecção em
humanos. A infecção por Rodhococcus equi em
imunossuprimidos pode causar doença pulmonar
invasiva, com nódulos pulmonares, abcessos e
disseminação hematogênica para locais distantes
como linfonodos, meninges, pericárdio e pele.
Ocasionalmente, pode provocar infecções cutâneas
pós-traumáticas, peritonites em pacientes sob diálise
e endoftalmite traumática.
O gênero Rhodococcus consiste em bactérias
Gram-positivas, fracamente ácido-resistentes,
aeróbias, que inicialmente possuem a forma de
bastonetes e depois assumem formas cocóides,
podendo ser observadas ramificações. Na cultura
aeróbia a ��graus, é possível visualizar em �� horas,
colônias
esféricas
irregulares,
lisas,
semitransparentes e mucóides. Em torno de quatro a
seis dias apresentam cor salmão em meio não
seletivo. O agente etiológico é facilmente isolado a
partir dos locais de infecção. A apresentação
radiológica mais comum nos quadros de infecção
pulmonar é uma consolidação com escavação, com
ou sem níveis líquidos, acometendo mais comumente
os lobos superiores.
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Foto de cultura positiva identificada no Laboratório Humberto Abrão
O diagnóstico diferencial da infecção pulmonar pelo
Rhodococcus equi no paciente com síndrome da
imunodeficiência adquirida envolve as infecções por
tuberculose, nocardiose, doenças fúngicas, abscesso
pulmonar, neoplasias pulmonares e raramente,
pneumonia por Pneumocisti carinii.
O tratamento das infecções por Rhodococcus equi
geralmente, é difícil. Embora, testes in vitro e em
modelos animais tenham se mostrado eficazes, o
tratamento em humanos possui um sucesso limitado
com mortalidade em imunossuprimidos em torno de
��% e em imunocompetentes em torno de ��%. Os
antibióticos de escolha são eritromicina, rifampicina e
continua
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Infecção por Rhodococcus equi
ciprofloxacina. Já as infecções disseminadas podem
ser tratadas com combinações de antibióticos por via
intravenosa como, vancomicina, imipenem,
aminoglicosídeos, ciprofloxacina e eritromicina. As
penicilinas e cefalosporinas não devem ser usadas, já
que a resistência a estes agentes é comum. Além da
antibioticoterapia, é indicada a ressecção cirúrgica do
tecido necrótico e a drenagem das lesões
supurativas.
A identificação deste agente pode ser feita através
da pesquisa e da cultura que podem ser realizadas
em amostras como escarro, lavado broncoalveolar,
aspirado pulmonar, mini-bal, ou outras amostras
conforme solicitação médica; técnicas que já estão
disponíveis em nossa rotina laboratorial. Para mais
informações, favor contatar-nos.
Atenciosamente
Drª Cynthia Medeiros S. Eufrásio
Biomédica
Departamento de Microbiologia
Referências:
MARCHIORI, Edson et al. Infecção pulmonar pelo Rhodococcus equi na
síndrome da imunodeficiência adquirida: Aspectos na tomografia
computadorizada. J. bras. pneumol. ����, vol.��, n.�, pp.���-���.
MURRAY, Patrick. Rosenthal, Ken. Michael, Pfaler. Microbiologia médica.
Riode Janeiro: Elsevier,����.���p.
SEVERO, Luiz Carlos et al. Infecção pulmonar por "Rhodococcus equi": relato
dos dois primeiros casos brasileiros. J. Pneumologia [online]. ����, vol.��,
n.�, pp.���-���. Disponível em:
<http://dx.doi.org/��.����/S����-�����������������>. Acesso em �� de
maio ����.
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