INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO E ESTUDOS DE GOVERNO

Propaganda
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO E ESTUDOS DE GOVERNO
PREPARAÇÃO CONTÍNUA
HISTÓRIA DO MUNDIAL
PROF. RODRIGO GOYENA SOARES
Apresentação do curso

10 aulas
o Séculos XVIII e XIX: 5 listas.
 O Antigo Regime e a Revolução Francesa
 A formação dos Estados-Nação e o processo de nacionalização das massas
 A Primeira Revolução Industrial
 Os protagonistas da nova época (I): burguesia e capital
 Os protagonistas da nova época (II): classe operária e socialismos
 A Segunda Revolução Industrial e a Belle Époque
 O imperialismo e seus desdobramentos
 O mundo não europeu durante a expansão europeia: lutas, trocas e interações no
século XIX
o
Século XX: 5 aulas: 5 listas.
 O século XX: apogeu e crise da modernidade
 A Primeira Guerra Mundial
 A Revolução Russa: origens e desdobramentos
 O capitalismo no período entre guerras
 Os projetos alternativos às democracias liberais: fascismo e comunismo
 As vanguardas artísticas modernas entre os séculos XIX e XX
 A Segunda Guerra Mundial
 A Guerra Fria (I): a Cortina de Ferro
 A Guerra Fria (II): o coexistência pacífica
 A Guerra Fria (III): o fim da bipolaridade
 O mundo não europeu durante a Guerra Fria
 A América latina na segunda metade do século XX
 Processos de paz no Oriente Médio após a Segunda Guerra Mundial
Av.Nilo Peçanha, 50 - sala 304 - Centro, Rio de Janeiro
Rua da Consolação, 1667 - Consolação - São Paulo
Fone: (21) 2524-8235 / (11) 4327-8474 ideg.com.br
skype: secretaria.ideg
Questão 1
“O mundo em 1789 era essencialmente rural e é impossível entende-lo sem assimilar este fato fundamental.
Em países como a Rússia, a Escandinávia ou os Bálcãs, onde a cidade jamais se desenvolvera de forma
acentuada, cerca de 90% a 97% da população era rural. Mesmo em áreas com uma forte tradição urbana,
ainda que decadente, a porcentagem rural ou agrícola era extraordinariamente alta: 85% na Lombardia, 80%
na Venécia, mais de 90% na Calábria. [...] E até mesmo na própria Inglaterra, a população urbana só veio a
ultrapassar a população rural pela primeira vez em 1851.”
A Era das Revoluções, Eric Hobsbawm
Sobre as origens e o desenrolar da Revolução Francesa de 1789, julgue C ou E:
1. Uma vez iniciado o processo de mudanças políticas, a burguesia aceitou a contagem unitária dos
votos nos Estados Gerais. Revoltados coma leniência dos burgueses, as massas populares
proclamaram a Assembleia Nacional Constituinte, em 9 de julho de 1789. Neste momento, Luís XVI
já estava isolado, embora tivesse respaldo da nobreza e da burguesia. A queda do absolutismo
monárquico era questão de dias.
2. Em outubro de 1789, nova onda de revolta popular contra a fome foi desencadeada pelos sansculotte, obrigando a realeza a deixar Versalhes e estabelecer-se no Palácio das Tulherias, em Paris.
Os bens do clero, da coroa e da nobreza – que havia fugido da França – foram nacionalizados. A
Igreja tornou-se a instituição mais investida pelo novo Estado com a perda de quase todos os bens, a
supressão de suas ordens e a constituição civil do clero. Separava-se, portanto, o Estado francês da
Igreja católica.
3. Na mesma medida em que aumentava a participação popular num clima de festa pela crença na
construção de uma nova sociedade, aumentava também a pressão popular para a efetiva
transformação de estruturas sociais antigas. Os sans-culotte, que eram a linha de frente do processo
de luta revolucionária nas ruas, apoiavam na Assembleia o grupo político representado pelos
jacobinos, a pequena burguesia radical cujo nome se devia ao Convento dos Jacobinos onde o clube
instalou-se em 1789. Os jacobinos, mesmo minoritários na Assembleia, tinham o apoio das massas
exaltadas em contraste ao grupo majoritário ligado aos girondinos, apoiados pelos grandes
proprietários que não queriam a radicalização das demandas populares. A alta burguesia ainda
sustentava politicamente o rei e via na Monarquia Parlamentar o meio de permanecer no poder.
4. Paralelamente a essa luta política dos protagonistas da Revolução também ocorria uma luta
contrarrevolucionária, a da nobreza destituída de sua situação anterior com focos de reação
conservadora até dentro da França, principalmente no campo. O próprio rei Luís XVI tentou fugir,
disfarçado em junho de 1791, sendo capturado e reconduzido sob tutela a Paris. A nobreza francesa
que conseguiu fugir buscou abrigo no estrangeiro, articulando-se com outras monarquias que se
sentiam ameaçadas, como a da Áustria que apoiou a invasão da França por tropas leais ao rei.
GABARITO
1-E
2-E
3-C
4-C
2
Questão 2
“O período da revolução radical de 1792 a 1794, e especialmente o período da República jacobina, também
conhecido como ‘O Terror’ de 1793-1794, constituem una ruptura reconhecida universalmente. Como
também o é o final de ‘O Terror’, o famoso Nove Termidor, data da prisão e da execução do líder
Robespierre.”
Ecos da Marselhesa, Eric Hobsbawm
Acerca da República jacobina durante a Revolução Francesa, julgue C ou E:
1. Em janeiro de 1793, foi votada a decapitação do rei na guilhotina. Em que pese a ausência do
movimento contrarrevolucionária qualquer, a Convenção institui, dando assim face radical ao
processo revolucionária, um tribunal para julgar os crimes contra as causas da Revolução. Em abril,
foi instalado o Comitê de Saúde Pública, com o propósito de salvar a nação. Apoiados por uma
insurreição popular, nos primeiros dias de junho de 1793, os jacobinos prenderam os representantes
girondinos, assumindo o controle político da Convenção. Sufrágio universal masculino, abolição da
escravidão nas colônias e um plano de educação pública e gratuita foram novidades trazidas pela
nova Constituição jacobina.
2. Com a República jacobina, foi sendo construída a ideia de que a nação era de um corpo político, o
corpo do povo, o que significava expressão da vontade geral. Portanto, aqueles cidadãos contrários
aos rumos da revolução não seriam movidos pelo espírito público e sim por mesquinhos interesses
pessoais, tornando-se, assim, não cidadãos, mas homens contrários ao bem público. Dessa maneira,
salvar a nação era salvar a cidadania, manter o corpo político saudável, o que justifica a analogia
médica no nome.
3. Em cinco de outubro de 1793, foi adotado o novo calendário que tinha como ano zero o ano do
início da República. Mais do que somente um efeito simbólico, o calendário revolucionário era a
expressão de uma nova razão anticlerical e emancipadora dos espíritos humanos. Germinal, Floreal
e Brumário foram alguns dos novos nomes dado aos meses, nomes usados com o claro objetivo de
apagar da memória o antigo passado de submissão à nobreza e à Igreja Católica.
4. O governo exercido pelos jacobinos na Convenção foi sustentado pelos grupos mais populares que
exigiam o controle do preço dos alimentos no inverno de 1793, quando se abatia uma profunda
escassez. Em junho de 1793, da tribuna da Convenção, Jacques Roux, o líder dos enragés proclamou
que a liberdade é vã fantasma, quando uma classe social pode fazer sofrer impunemente a fome à
outra. Milícias organizadas de sans-culotte auxiliavam a Guarda Nacional nessa tarefa em que os
hébertistas mais radicais cumpriam seu papel de denunciar, continuamente, conspiradores e
contrarrevolucionários.
GABARITO
1-E
2-C
3-C
4-C
3
Questão 3
Acerca dos resultados do Congresso de Viena (1815), julgue C ou E:
1. Oriunda do Congresso de Viena, sob a forma de uma hegemonia coletiva, a organização dos Estado
europeus do século XIX ficou conhecida como Concerto Europeu. Os cinco grandes (Grã-Bretanha,
Rússia, Áustria, Prússia, aos quais logo se incorporou a França) haveriam de implantar a diplomacia
de conferências e entender-se sobre as grandes questões de política internacional. Ao longo do
século XIX, a ordem de Viena flutuou pouco: a forma imperial dos Estados manteve-se inalterada até
a eclosão da Primeira Guerra Mundial, e os choques entre impérios foram resolvidos, conforme se
esperava em 1815, mediante conferências diplomáticas internacionais.
2. O exercício da hegemonia coletiva era móvel, flexível, visto que cada Estado tinha interesses
próprios. A Grã-Bretanha agregou à política internacional os interesses macroeconômicos de sua
expansão capitalista e o das classes sociais: liberalismo, comércio e constitucionalismo. A França
acompanhava-a nessa via. As monarquias absolutistas, por outro lado, esforçavam-se para esmagar
as liberdades e as aspirações por representação política, quando elas afloravam nas vizinhanças
como movimentos populares. O ponto de entendimento entre democracia e absolutismo era um
desafio do concerto.
3. Até meados do século XIX, a expansão dos europeus para fora não apresentou um ritmo acelerado.
O imperialismo contentava-se em estabelecer bases para operações futuras e em desfechar golpes
localizados. À medida que o século avançava, as pressões tendiam a crescer sobre a China, o Japão,
o continente asiático e o africana, não havendo, contudo, pressões a esse respeito na América latina.
Os Estados Unidos ancoravam-se na Doutrina Monroe, cujo legado era o da América para o
Americanos: assim, transformavam-se no bastião de proteção do continente americano contra
eventuais pressões europeias.
4. A partir de 1840, um novo elã revolucionário colocou a Europa em crise, elã que se animou e se
generalizou em 1848. Os princípios básicos da ordem de Viena, no entanto, ainda sobreviveram, e o
movimento revolucionário foi controlado, senão mesmo esmagado.
GABARITO
1-E
2-C
3-E
4-C
4
Questão 4
Sobre as ondas revolucionárias que varreram o continente europeu na primeira metade do século XIX, julgue
C ou E:
1. Do ciclo de revoluções europeias de 1820 (Espanha, Portugal, Reino das Duas Sicílias, Reino de
Piemonte-Sardenha, Grécia) somente o levante grego contra o Império Otomano contou com
participação popular: juntaram-se as instâncias da classe media mercantil e da classe dos
camponeses e pastores. Havia ali, contrariamente aos outros casos, cimento identitário religioso: o
cristianismo ortodoxo contra o islamismo dos turcos.
2. O estopim da onda revolucionária de 1848 foi a França, que abriu caminho à instauração da Segunda
República, após aquela de 1792. Na esteira do exemplo francês, e com o pano de fundo de uma
grave crise econômica, o ano de 1848 registrou o despertar de uma série de outras revoluções, desta
vez também na Europa centro-oriental, proporcionando a chamada ”Primavera dos Povos”, isto é,
um conjunto de levantes de caráter liberal, democrático e nacionalista que queriam libertar seus
povos da dominação estrangeira imposta pelas decisões tomadas em 1815.
3. As revoltas de 1848 abriram caminho para a progressiva criação do Estado italiano, por meio da
independência em relação àÁustria, obtida em 1861. A emancipação deu-se, sobretudo, graças aos
Estados papais, que atuaram como Estados-guia, e ao um movimento nacionalista orientado pelo
Reino de Piemonte-Sardenha, emblematicamente chamado de Risorgimento(Ressurgimento).Era
uma referência às raízesromanas, supostamente nacionais.
4. A onda revolucionária de 1848 contribuiu decisivamente para a constituição do Estado da Alemanha
(1871), que se deu com a unificação de 35 dos 39 Estados de língua alemã que faziam parte da
Confederação do Reno, presidida pela Prússia. Depois da vitória militar contra a Áustria (1866), que
também faziam parte da Confederação, a Prússia orquestrou o movimento de independência. O
último movimento, nesse processo, foi a conquista das regiões da Alsácia e da Lorena em
detrimento da França, principal rival da Prússia.
GABARITO
1-E
2-C
3-E
4-E
5
Questão 5
Julgue C ou E a respeito das interpretações historiográficas sobre a formação dos Estados-nacionais
europeus:
1. Com a afirmação dos fascismos na primeira parte do século XX, os historiadores questionaram-se
sobre o surgimento dos movimentos nacionalistas. Entre os pioneiros do gênero, o tcheco de origem
judia Hans Kohn teorizou sobre a existência de duas diferentes tipologias de nacionalismo: um
nacionalismo ”ocidental”, que teve seu berço e seu desenvolvimento na França e na Inglaterra, cuja
ênfase era colocada no fato de os membros da coletividade nacional compartilharem os mesmos
valores civis e políticos (liberdade, leis, interesse comum contra os interesses particulares); e um
nacionalismo ”oriental”, característico da Alemanha e da Europa do Leste, caracterizado pela
presença, entre os membros da sociedade, dos mesmos elementos étnico-culturais (mesma língua,
etnia, história etc.). A diferença de composição matricial desses nacionalismos explicaria o
desenvolvimento de um tipo de nacionalismo virtuoso e positivo no Ocidente, e de um nacionalismo
intolerante e autoritário no Oriente.
2. Em 1986, o historiador Anthony D. Smith elaborou uma teoria interpretativa, definida como
etnicista, porque pautada na convicção de que as nações do Oitocentos não se constituíram do
nada, mas sim de etnias preexistentes. Conforme esta visão, existiria, antes, uma etnia
(caracterizada por cultura, descendência, história comuns) e, depois, uma consciência de
pertencimento àquela etnia. Para Smith, em síntese, a nação é dada a priori: existe já antes de sua
constituição como Estado-nação, sendo que o que acontece quando da formação do Estado nacional
é pura e simplesmente a tomada de consciência deste fato por parte das massas, do povo que
participa da vida nacional.
3. Diferente da visão etnicista, o historiador marxista Miroslaw Hroch apontou a carência
socioeconômica de alguns grupos sociais marginalizados do poder como a causa principal das
reivindicações nacionais. Através desta interpretação, Hroch frisa que o estopim para o levante da
questão nacional no século XIX foi a classe dos intelectuais (jornalistas, advogados, letrados),
inclinada a subverter a ordem constituída, por causa da insatisfação com a posição social e
econômica por ela ocupada. Uma situação, por sua vez, devida à crise econômica europeia gerada
pelas guerras napoleônicas, que se resolveu em políticas públicas de redução dos gastos que
afetaram os intelectuais que trabalhavam para o Estado, assim como os que trabalhavam para as
grandes famílias aristocráticas, estas também em forte crise de recursos.
4. Para Eric Hobsbawm, Ernest Gellner e Benedict Anderson a nação, que não existira a priori, como
dado natural, seria o resultado de uma construção cultural levada adiante pelas elites dos vários
países, através da incessante invenção de símbolos, memórias, tradições.
GABARITO
1-C
2-C
3-C
4-C
6
Download