PRINCIPAIS ZOONOSES VIRAIS E ARBOVIROSES: REVISÃO DE LITERATURA MACKOSKI, Fernando1; NUNES, Fernanda¹; PETROCHI,Denise ; MARTINS; Danieli Palavras-Chave: Vírus. Zoonose. Arbovirose. Introdução Os agentes das doenças dos animais prejudicam a população humana de diversas formas, provocando doenças que são as chamadas zoonoses, ou seja, as doenças que se transmitem dos animais vertebrados ao homem. (PITUCO, 2003). As zoonoses classificam-se em direta ou indiretamente (através de vetores). Quando um inseto vetor está envolvido, a doença também é conhecida como uma “arbovirose”. Um exemplo disso ocorre quando o ciclo de transmissão se desenvolve entre o vetor e os humanos como no caso da dengue e febre amarela urbana. Mas nem todas as arboviroses são zoonoses (UFRGS, 2009). Os vírus são organismos extremamente simples, diferindo dos demais seres vivos por não possuírem organização celular, metabolismo próprio e por não serem capazes de se multiplicar sem auxílio de uma célula hospedeira. São parasitas intracelulares obrigatórios. Os vírus são exclusivamente patógenos (BRITO, 2012). O objetivo desta revisão de bibliografia é apresentar e abordar a etiologia, patogenia, epidemiologia, sinais clínicos, diagnóstico, controle e prevenção das zoonoses causadas por vírus. 1 Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta/RS. [email protected]; [email protected]; [email protected] ² Professora da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS. [email protected] Revisão de literatura A raiva é uma enfermidade infecto-contagiosa aguda, quase sempre fatal, caracterizada principalmente por sinais nervosos ora representado por agressividade, ora por paresia ou paralisia. Todos os mamíferos são sensíveis ao vírus da raiva, ainda que a sensibilidade seja variável com a espécie. (CORRÊA, 1992). Os morcegos hematófagos, como o Desmodus rotundus podem carrear o vírus da raiva, podendo transmiti-lo a animais domésticos e, ocasionalmente aos humanos (FLORES, 2007) O vírus da raiva progride do ponto de infecção atingindo o sistema nervoso central, se espalha centrifugamente aos nervos periféricos, infectando e possivelmente se multiplicando nas glândulas salivares (GUERREIRO, 1981). A raiva possui duas formas nos caninos segundo FLORES (2007), a forma furiosa apresenta alterações comportamentais como inquietação, fotofobia, salivação, insônia e ocasionalmente febre. Na forma silenciosa (forma paralítica), acomete mais os bovinos, onde começam a apresentar dificuldade de deglutição e salivação excessiva (devido a paralisia do maxilar inferior), podendo o tom de voz ser modificado. Paralelamente ao exame clínico, é fundamental a análise da situação epidemiológica, a história da infecção na região, a presença de possíveis vetores contaminados e a possibilidade da introdução de animais oriundos de áreas endêmicas, mas o diagnóstico final deve ser sempre feito em laboratório (FLORES, 2007). A melhor profilaxia para o animal é a vacinação dos hospedeiros e o controle dos reservatórios. (BEER, 1999). A febre amarela também é uma zoonose transmitida pela picada de mosquitos, ela é causada por um RNA vírus do gênero Flavivirus da família flaviviridae (UFPR, 2009). Os sinais clínicos da febre amarela são febre aguda, de curta duração (no máximo de 12 horas) e de gravidade variável. A forma grave caracterização clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que pode levar à morte. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). Há varias maneiras de se realizar o diagnóstico da febre amarela. Pode-se fazer os seguintes exames como PCR, inoculação de soro sanguíneo em culturas celulares ou pela sorologia. (UFPR, 2009). . Diagnóstico laboratorial pode realizado por isolamento do vírus amarílico e detecção de antígeno em amostras de sangue ou tecido e por sorologia. Também podem ser realizados exames de histopatologia em tecidos pós-morten (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). As formas de prevenção e controle eficaz é a vigilância epidemiológica da doença, A epizootia (morte de macacos) causadas por febre amarela antecede a ocorrência de casos humanos. Essa enfermidade possui uma vacina segura e eficaz que tem duração de dez anos. (MINISTÉRIO DA SAÙDE, 2011). A encefalomielite ou encefalite eqüina também é uma doença causada por um vírus (Alphavírus), transmitida por um mosquito, e que provoca quadro neurológico causando transtornos diversos em diversas espécies animais entre eles eqüinos e humanos. (GARCIA, 2009). De uma forma geral, a doença começa com uma elevação da temperatura até 41ºC ou mais. Na forma aguda há presença de transtornos cardíacos e respiratórios de caráter grave, assim como estados de excitação. Na fase subaguda, podem ser observadas hiperestesias dos sentidos da audição e do tato, além de hiperemia e coloração ictérica das mucosas; posteriormente, é apresenta, cansaço, bocejos, ranger dos dentes, manifestação de dor, falta de apetite, peristaltismo reduzido, obstipação e espamos musculares fibrilares. (BEER, 1999). O controle das encefalomielites dos eqüinos se baseia fundamentalmente no uso de vacinas inativadas pelo formol, preparadas com vírus cultivados em embrião de pinto (GUERREIRO, 1981). Deve ser adotadas medidas sanitárias como isolamento dos animais doentes ou suspeitos, proibir o transporte ou venda de eqüinos entre as zonas afetadas e livres da doença (BEER, 1999). Controle de vetores como mosquitos. A prevenção da infecção humana pode ser obtida evitando-se a exposição aos mosquitos (CORRÊA, 1992). Dengue é causada por um arbovírus da família Flaviviridae, gênero Flavivírus, O mosquito Aedes aegypti é a principal espécie responsável pela transmissão do dengue., com atividade hematofágica diurna e utiliza-se preferencialmente de depósitos artificiais de água limpa para colocar os seus ovos. (SERUFO, 2000). Os sintomas característicos da dengue são febre de início súbito, dor de cabeça (normalmente localizada atrás dos olhos), dores musculares e articulares e erupção cutânea. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996). O diagnóstico é feito clinicamente e por meio de exames laboratoriais. O diagnóstico normalmente é feito por isolamento viral através de inoculação de soro sanguíneo (IVIS) em culturas celulares ou por sorologia (COSTA, 1995). Conclusão Portanto conclui – se que as zoonoses virais e arboviroses são enfermidades de grande importância, às quais levam a um problema de saúde pública. Vacinação, higiene e limpeza são medidas relevantes para se evitar as zoonoses. Referências BEER, J. Doenças infecciosas em animais domésticos: doenças causadas por vírus, infecções por clamídias, rickettsiose, micoplasmose; doenças produzidas por bactérias e fungos e intoxicações. São Paulo, Editora Roca, 1999. BRITO, A. M; Doenças transmitidas por carrapatos. 2012. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/veterinaria/artigos/14880/doencas-transmitidas-porcarrapatos#ixzz2bzWeOkHr > Acesso em 15 de agosto de 2013. CORRÊA, W. M; Enfermidades infecciosas dos mamíferos domésticos. 2° Ed. Editora Medsi, 1992. COSTA; AIP. Identificação de unidades ambientais urbanas como condicionantes da ocorrência de Aedes aegypti (Diptera Culicidae) e de dengue na cidade de São José do Rio Preto, S.P., em 1995. São Paulo, {Dissertação de Mestrado - Faculdade de Saúde Pública da USP}, 1995. FLORES, E. F; Virologia veterinária. Editora UFSM, 2007 GARCIA, M; Zoonoses. 2009. 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