1 ECONOMIA I Prof. Antonio Carlos Datte _____________________________________________________ Por que entender de Economia? Todos os dias tomamos conhecimento através jornais, rádio ou televisão de aumentos de preços nos alimentos, do transporte, da gasolina; ou seja, sobre a inflação, sobre juros, crescimento econômico; política fiscal, política cambial, desemprego, etc. em um linguajar “economes”, ou seja, em palavras técnicas utilizadas pelos economistas. Na atualidade, todo indivíduo ou empresário tem que ter conhecimentos e poder interpretar os termos utilizados sobre a economia para melhor se posicionar tanto na sua vida pessoal ou mesmo nas empresa. Por exemplo, se chover de forma a prejudicar as lavouras, se ocorrer uma catástrofe como aconteceu com o rompimento de uma barragem no Rio de Janeiro, o que acontecerá com os preços dos alimentos? Com certeza irão aumentar devido a sua escassez. Isso fará com que o poder de compra da população reduza, mesmo por um período curto de tempo. Devido as mudanças ocorridas, o mundo globalizado exige respostas e decisões rápidas para poder competir ou continuar no mercado. E para que essas decisões sejam corretas ou eficazes demandam de conhecimento na área da economia nacional e mundial, isso porque, qualquer decisão política nos Estados Unidos, por exemplo, poderá afetar os rumos de muitos países. São as seguintes as grandes preocupações das sociedades em geral: Desemprego Meio ambiente, o aquecimento global A violência Corrupção Cultura A distribuição da Renda Transporte Infra-estrutura 2 A saída para reduzir substancialmente estas inquietações é com crescimento econômico, ou seja, o crescimento do PIB – Produto Interno Bruto. Com o crescimento, o aumento das quantidades de bens e serviços, irá aumentar o nível de emprego, gerando mais renda para a população, aumentando as possibilidades das famílias estudarem e, com certeza a violência irá reduzir. Como as famílias passarão a consumir mais, o governo aumentará sua receita por conta da arrecadação com impostos, os quais serão alocados na infra-estrutura, como transporte, saúde, educação, etc. Um dos itens preocupantes na atualidade diz respeito ao meio ambiente o qual somente será melhorado com o desenvolvimento econômico, isto é, a fase seguinte ou a complementação do crescimento. E por conta disso, é que o governo Lula está criando o PAC – Programa para Acelerar o Crescimento. Economia Conceito: É a ciência Social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem de forma racional como empregar os fatores de produção com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas na produção de bens e serviços. As necessidades-humanas Elementos-chave da Atividade Econômica Os Recursos ou Fatores de produção: terra, trabalho, Capital, tecnologia e capacidade empresarial. A cada um dos fatores de produção corresponde a uma remuneração: Trabalho...........................salário Capital .............................juro Terra ................................aluguel Tecnologia .......................royalty Capacidade empresarial....lucro 3 Classificação dos Bens e serviços Bens – Conceito – é tudo que satisfaz as nossas necessidades. Por exemplo, um lanche, um refrigerante, uma roupa, um sapato,um automóvel, uma casa, etc. Os Bens podem ser assim classificados: Bens Econômicos: que possuem valor. Ex. automóvel. Bens não-econômicos: não possuem valor. Ex. ar que respiramos. Bens consumo Bens de consumo duráveis: geladeira, automóvel, etc. Bens de consumo imediato ou não durável. Por exemplo: alimentos, produtos de limpeza, etc. Bens intermediários – os bens intermediários são as matérias-primas (madeira, aço, etc.) destinadas à produção de bens. Bens de capital – os bens de capital são aqueles que se destinam à produção de outros bens. Exemplo, máquinas, ferramentas, etc. Deve-se mencionar que uma parcela de bens de capital é destinada à novas empresas que estão surgindo no mercado. Quando isso ocorre denominamos de investimentos. Outra parcela de bens de capital é destinada à reposição do capital que se tornou obsoleto. Quando isso ocorre denominamos de depreciação. Depreciação é uma provisão financeira feita pelas empresas para a substituição de bens de capital que sofreram desgaste pelo tempo de uso ou que se tornou obsoleto em função de novas técnicas de produção. Serviços – Assim como os bens, os serviços satisfazem as nossas necessidades. Por exemplo, os serviços do cabeleireiro, do costureiro, do dentista, do advogado, etc. Portanto, os bens satisfazem as nossas necessidades de forma tangível os serviços satisfazem as nossas necessidades de forma intangível. Produzir – Produzir é criar riqueza seja ela em forma de bens ou serviços. Para a produção de bens ou serviços, há necessidade da combinação dos fatores ou recursos econômicos, como o trabalho, o capital e a capacidade empresarial 4 Relação da Ciência Econômica com as demais Ciências Quantidade e relações: Recursos Naturais: Meio social: Contato humano: Análise e Evolução: Matemática Geografia Sociologia Psicologia História Sistemas Econômicos Podemos definir um Sistema Econômico como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. É um sistema de organização de produção, distribuição e consumo de bens e serviços que as pessoas utilizam para satisfazerem suas necessidades. O conceito de Produção Econômica - A vida social exige dos seres humanos uma atividade cotidiana, repetida, mediante a qual surjam os meios necessários à satisfação daquelas necessidades ditadas pelas suas próprias existências. Se, por um lado, a sobrevivência da espécie exige a satisfação de certas necessidades biológicas, individuais na sua maior parte, por outro lado, o caráter social gregário, do ser humano, impõe determinadas necessidades de ordem coletiva. A satisfação de certas necessidades do tipo biológico, respiração, por exemplo, independe de qualquer associação entre os seres humanos.É um ato estritamente individual que liga determinado ser humano e a natureza que o cerca. Em outros tipos de necessidades biológicas, como a alimentação, por exemplo o contato individual entre o homem e a natureza ( a coleta de frutos, a caça e a pesca individuais) pode coexistir com outras formas de satisfação que impliquem em associação entre seres humanos ( a cultura agrícola, a fabricação de gêneros alimentícios, o transporte de alimentos, etc. ). De outra parte, as necessidades coletivas, as de garantir proteção e segurança aos membros da sociedade, por exemplo, são decorrentes da vida em comum dos seres humanos e implicam, necessariamente, em ação conjunta da sociedade. 5 A evolução histórica das sociedades humanas, mantendo a exigência da satisfação de necessidades biológicas e coletivas, modifica, no entanto, o caráter da maior parte desses requerimentos, na própria medida em que se aprimora o conhecimento das leis da natureza e se modifica, na aprendizagem, a maneira de agir sobre ela. Em outras palavras, a evolução das sociedades altera o tipo de exigência dos seus membros, uma vez que o desenvolvimento cultural propõe e requer formas distintas de satisfação de necessidades. Cabe observar então que, não obstante todas as necessidades humanas decorram originalmente daquelas de cunho biológico, em seu conjunto elas se modificam e se adaptam ao desenvolvimento das próprias sociedades. Ainda, à proporção em que se desenvolve historicamente a vida social, verifica-se que um maior número de necessidades biológicas passa a exigir cada vez mais um esforço em conjunto da sociedade. A satisfação das necessidades humanas depende da obtenção de certos bens ou objetos materiais, pão, água, roupas, moradia, livros, calçados, etc. e de determinados serviços, transporte, saúde, educação, etc. Portanto, a atividade humana, que consiste em adaptar os fatores de produção (terra, trabalho e capital), com fim de criar bens e serviços, é denominada pelo termo produção. A produção econômica é, portanto, um ato social lavado a cabo pelos seres humanos constituídos em sociedade. Os Sistemas Econômicos podem ser: a) Capitalista ou Sistema de Mercado que é regido pela propriedade privados dos fatores de produção. b) Socialismo ou Economia Centralizada ou ainda Economia Planificada - onde a economia é regida pelo Estado. A maior parte dos fatores de produção pertencem ao Estado. Antes de mais nada é preciso deixar claro que todo o nosso estudo se refere a Economia de Mercado, ou seja, a economia, assim com a brasileira, em que a maior parte da produção é dividida em unidades especializadas, fazendas, fábricas, usinas, lojas, companhias de transporte, etc. que vendem o que produzem sob a forma de Mercadorias. Uma mercadoria é, portanto, um produto que se destina ao consumo do próprio para a venda. 6 Jabuticabas colhidas no quintal para serem consumidos pela família proprietária do pé e, eventualmente, para serem dadas aos vizinhos não são consideradas como Mercadorias. Entretanto, se estas forem levadas `a feira para serem vendidas passam a ser mercadorias. Outra característica de Economia de Mercado é que cada unidade de produção, cada empresa tem a liberdade de decidir as seguintes questões: O que produzir? Como Produzir? Como distribuir? Ao mesmo tempo os consumidores têm a liberdade de para decidir quanto desejam comprar de cada mercadoria. Quando o Governo fixa os preços ou estabelece quotas de produção ou de consumo, as regras básicas de funcionamento de uma economia de mercado não estão sendo seguidas, podemos concluir que é uma Economia Centralizada ou Socialista. O Governo – O governo tem um papel muito importante tanto na economia quanto na parte política e social. È de responsabilidade do governo o direcionamento da economia através de políticas econômicas. Ele exerce um papel importante nas áreas de saúde, educação, transporte e justiça. O Setor externo ou o comércio internacional se dá em função das necessidades do país de abastecer de produtos ou de serviços dos quais não dispõe ou não tem a quantidade suficiente ou mesmo que são mais baratos em relação ao mercado local. 7 Elementos Constitutivos do Sistema Econômico Os elementos constitutivos do sistema econômico como um todo pode ser assim subdividido: Estoque de Fatores De Produção * Recursos Naturais * Recursos humanos * Capital * Capacidade empresarial * Tecnologia Agentes Econômicos * Unidades familiares * Empresas * Governo Complexo de * Jurídicas * Políticas * Sociais Instituições 8 Setores da Atividade Econômica Setor Primário = agricultura, agropecuária e mineração. Setor Secundário = Indústria de transformação Setor Terciário = Serviços. Transporte, bancos, saúde, etc. Teoria do Valor Antes de prosseguirmos, vamos comentar sobre um conflito básico que divide a economia em duas escolas opostas sobre a Teoria do Valor. A economia é uma ciência social que difere das demais ciências sociais, pois a economia possui a possibilidade de quantificação que as demais ciências sócias não têm. Por exemplo: em sociologia, quando falamos de relações sociais, estas poder ser distinguidas, analisadas, classificadas, etc. Mas não podemos quantificá-las. Na ciência econômica moderna, duas são as maneiras completamente diferentes de definir o valor: A Teoria do Valor Trabalho e a Teoria do Valor Utilidade. A teoria do valor trabalho é o valor das relações que se criam entre os homens na atividade econômica. Neste caso, o valor dos bens e serviços são medidos em função do tempo de trabalho produtivo que os homens gastam na atividade econômica. Por exemplo, todos nós temos a idéia de valor das coisas; o preço de um par de sapatos, de uma camisa, de um vestido ,etc. Quando entramos em uma loja para comprar um objeto, temos a idéia dos preços do produto ali comercializados, de modo tal que podemos dizer se está caro ou barato. A teoria do valor-utilidade parte da relação entre uma necessidade humana de um objeto ou serviço que a satisfaça. Eu tenho fome, o alimento pode satisfazer a fome é objeto de uma atividade econômica que eu valorizo na medida em que o alimento satisfaz minha necessidade. Para mim, esta necessidade é subjetiva. Ela depende que quanta fome eu sinta, de minha preferência por este ou aquele alimento . Portanto, a teoria do valorutilidade parte de um comportamento subjetivo. 9 Exemplo: Vamos supor que um indivíduo tome, ao longo de dia, algumas xícaras de café, e ele atribui a cada uma delas um determinado valorutilidade ou satisfação. Em uma escala de valor utilidade de 0 – 10 , vamos colocar a seguinte hipótese: Funcionamento de uma Economia de Mercado Fluxo Real e Fluxo Monetário Podemos dividir o sistema econômico em duas partes: 1) Parte Real e 2) Parte Monetária Parte Real Parte Monetária * Mercado de bens e serviços * Mercado de trabalho * Mercado monetário * Mercado de títulos * Mercado de divisas Fluxo Real da Economia No fluxo real vamos observar apenas os movimentos dos fatores de produção (terra, trabalho, capital e capacidade empresarial) das famílias para as empresas. Em contra partida, vamos observar que as famílias adquirem os bens e serviços produzidos pelas empresas. Bens e Serviços Famílias Empresas Fatores de Produção Podemos observar dois agentes econômicos: as unidades familiares e as empresas. As famílias levam (e formam) às empresas seus fatores de produção: terra, trabalho, capital e capacidade empresarial. Em troca ou em pagamentos pelo fatores, as famílias recebem: da terra = aluguel do trabalho = salário 10 do capital = juro da cap. empresarial = lucro da tecnologia = royalty Pagamentos pelos Bens e Serviços Despesa Nacional (DN) Famílias Empresas Renda Nacional (RN) Produto Nacional (PN) Remuneração dos fatores de produção Com esses fatores de produção, as unidades famílias produzem nas empresas bens e serviços. O total da produção desses bens e serviços, podemos denominar de Produto Nacional – PN. E os recebimentos pelos fatores de produção, onde podemos denominar de Renda Nacional – R.N. E os pagamentos aos fatores de produção podemos denominar de Despesa Nacional – D.N PIB - Produto Interno Bruto - Conceito: É a somatória de todos os bens e serviços finais produzidos em um determinado território, multiplicado pelos preços de mercado. PIB em uma economia fechada. Diz-se que uma economia e fechada quando não tem relacionamento comercial com outros países. Y = Produto C = Consumo PIB em uma economia aberta. Diz-se que uma economia e aberta quanto esta tem relacionamento comercial com o resto do mundo. Divisão do Estudo da Economia 11 O estudo da Economia está dividido em duas grandes partes ou áreas: Divisão da Economia Microeconomia Macroeconomia A Microeconomia estuda o comportamento dos consumidores em relação aos seus gostos, preferência e poder aquisitivo. Estuda ainda, o comportamento das empresas, como: produção, custos e formação de preço no diferentes tipos de mercado. A Macroeconomia estuda os grandes agregados econômicos, tais como: a inflação, crescimento econômico, política monetária, taxa de juros, balanço de pagamentos, nível de emprego, etc. De outra forma, podemos explicar que se olharmos de cima de uma floresta, ao estudarmos as árvores estamos falando em Microeconomia. E, quando olharmos e estudarmos o comportamento da floresta estaremos em Macroeconomia. Evolução do Pensamento Econômico ____________________________________________________________ 12 Mercantilismo - a partir do século XVI observa-se o surgimento do mercantilismo que tinha por princípios de fomentar o comércio exterior com o objetivo de acumulação de riqueza. Os Clássicos - Adam Smith, David Ricardo e outros tinham como teoria que a presença do Estado na economia deveria ser apenas para as áreas da segurança, educação e saúde. A economia deveria ser conduzida pela presença dos agentes econômicos empresas e as famílias. Em sua visão harmônica do mundo real acreditavam que o mercado deveria atuar na livre concorrência, onde uma “ mão-invisível” levaria a sociedade à perfeição. A era Keynesiana (John Maynard KEYNES (1883-1946) – A Grande Depressão 1929 ocorrida nos Estados Unidos provocou um queda no produto em cerca de 30%. O Neoliberalismo Econômico - Antecedentes – desde a década de 1950 os Balanços de Pagamentos do Estados Unidos vinha apresentando déficits.Um dos motivos desses déficits foi a Guerra do Vietnã. Crise de 1971 - em 1970 as taxas de juros na Europa eram superiores à do mercado norte-americano. Isso provocou uma migração de capitais dos Estados Unidos para a Europa. O Milagre Econômico Brasileiro – 1968-1973 – O produto registrou um crescimento no período em cerca de 12% em média nos três setores da economia. Esse crescimento foi contido pela crises do petróleo e financeira. Crise do petróleo de 1973 – para complicar a economia mundial em outubro de 1973 a guerra da Síria contra Israel provocou um elevação no preço do petróleo. Para se ter uma idéia, vejamos a cotação do petróleo : Preços por barril Jan. 1973 = US$ 2,20 Jan. 1974 = US$ 8,65 ( aumento de 393%) Crise do petróleo de 1979 – O preço do barril do petróleo chega ao preço médio de US$ 32,00 o barril. Taxas de juros – Para combater as altas taxas de inflação por conta do aumento do preço do petróleo, as taxas de juros internacionais aumentaram. No Brasil, a inflação subiu de 76% a.a em 1978, para 86% a.a em 1980. No início dos anos 80, com o Governo de Ronald Reagan, assistiu-se à ascensão dos economistas liberais, associados em grande parte à Universidade de Chicago, que viam o problema da economia norteamericana com um excesso de intervenção do Governo por conta das altas taxas de impostos cobrados pelo governo necessários para financiar os gastos do governo. As altas taxas de impostos vinham desestimulando os investimento privados e elevando os custos dos produtos. Os economistas acreditavam que os Estados Unidos estavam na fase descendente da chamada Curva de Lafer, que relaciona a alíquota de impostos e 13 arrecadação, onde existe uma alíquota ótima que maximiza a arrecadação; a partir deste ponto, o aumento de impostos começa a reduzir a arrecadação. Efeitos no Brasil – Década de 1980 – A chamada Década Perdida – Para dar continuidade ao “milagre econômico brasileiro o governo brasileiro lanço o II PND – Plano de Desenvolvimento Econômico. Para a sustentação do plano o Brasil pediu empréstimos aos bancos estrangeiros. O que ocorreu foi que em função da segunda crise do petróleo, em 1979, a inflação começou a ser uma forte preocupação dos países desenvolvidos, que passaram a aumentar as taxas de juros. Com isso, a nossa dívida aumentou. Assim, o Brasil acumulou dois grandes problemas: com os aumentos do preço do petróleo gerou forte impacto no Balanço de Pagamentos; e com o aumento das taxas de juros nossa dívida externa aumento, que do mesmo modo, gerou impacto no Balanço de Pagamentos. Não havendo assim como gerar investimentos internos, o Brasil passa a adotar aquilo que já estava acontecendo na América Latina, a abertura comercial. Curva de Demanda 14 Podemos definir uma curva de demanda como sendo as diversas quantidades compradas pelos consumidores, de um determinado produto, a preços alternativos. Como podemos observar, a curva de demanda é decrescente da esquerda para a direita, uma vez que preços menores as quantidades compradas são maiores. Preço (px) D Função demanda: 0 QD = ƒ (px) Quantidade (QD) Exemplos: 1) Dada a função demanda QD = 200 – 15.Px, onde, QD é igual a quantidade demanda e px o preço do produto. Vamos calcular: a) calcular as quantidades demandas em função dos preços da tabela;e b) demonstrar graficamente. Px 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 QD 2) Seja a seguinte função: y=4–x x ϵ ( 0, 4) NOTA: A notação x ϵ significa que x pode assumir qualquer dos valores entre 0 até 4. Deslocamentos da Curva de Demanda 15 Preço a) deslocamento ao longo da curva P A B P1 0 Quantidade Preço D D1 b) deslocamento da curva D2 D1 D D2 0 Oferta Quantidade 16 Podemos definir a curva de oferta como as várias quantidades ofertadas pelos vendedores, de um determinado produto, a preços alternativos. Preço oferta Função oferta: QS = ƒ (px) Quantidade 0 Nota: S = em muitos livros e textos econômicos deparamos com S, do inglês supply que quer dizer oferta. Exemplo 1: Dada a função oferta QS = 40.Px , ode QS é igual a quantidade oferta e px o preço do produto, pede-se: a) Calcule as quantidade ofertas em função dos preços da tabela; b) Demonstre graficamente. Px 1 – 2- 3- 4- 5- 6 - 7 QS Exemplo 2: Seja a função: y = 2x x ϵ (0, 3) Demonstrar graficamente a curva de oferta. Lembrando que os valores são colocados nos seguintes: Onde: Y representa os preços X representa as quantidades Y 17 0 X Determinação do Preço de Mercado Preço oferta D excedente P1 P2 D 0 Q1 Q2 Q’ 1 Quantidade No gráfico, vamos colocar como hipótese, que os vendedores esperando que o preço P1 seja aceito pelos consumidores, ofertam a quantidade Q’1 de produtos no mercado, ou seja, a quantidade que vai de 0 a Q’1. Entretanto, o mercado reage de forma negativa à oferta, onde os compradores adquirem a apenas a quantidade Q1, ou seja, que vai de 0 a Q1. Com isso gera um excedente de produção Q’1 a Q1. Todos nos sabemos que um excedente ou um estoque de produtos acabados gera prejuízos à empresa quando não são vendidos, principalmente se for produto perecível ou de moda. Para resolver esta situação os vendedores vão reduzindo seu preço de venda e quantidades ofertadas ajustando-os às condições de mercado. Desse modo, o preço de equilíbrio é P2 e a quantidade demanda é Q2. Economia Prof. Antonio Carlos Dattte ______________________________________________________ 18 Exercício: O Mercado de Trigo nos Estados Unidos O trigo é uma mercadoria muito importante e seu mercado tem sido amplamente estudado por economistas especializados em agricultura. Durante a década de 1980, as modificações no mercado do trigo tiveram importantes conseqüências para os fazendeiros norte-americanos e para a política agrícola dos EUA. Para compreender melhor o ocorrido, examinaremos o comportamento da oferta e demanda do trigo neste país, a partir de levantamentos estatísticos, temos conhecimento de que em 1980, a oferta para o trigo tinha as seguintes funções: a) Função oferta: QS = 1.800 + 240.Pt b) Função Demanda: QD = 3.550 – 266.Pt Onde: Pt = preço do trigo em bushel Pede-se: a) calcular o preço de equilíbrio do trigo em 1980; b) calcular as quantidades demandadas e ofertadas; e c) Demonstrar graficamente o preço e quantidades de equilíbrio. A demanda do trigo tem dois componentes, a demanda doméstica e a demanda externa. Em 1980, o preço do trigo tinha aumentado ligeiramente nos EUA., no entanto, a demanda das exportações havia apresentado uma forte queda, por várias razões. Em primeiro lugar, e como a principal causa, estava o sucesso da Revolução Verde da agricultura. Países em desenvolvimento como a Índia, que havia sido grande importador de trigo dos EUA., tornava-se cada vez mais auto-suficiente. Além disso, o aumento do valor do dólar em relação a outras moedas tornou o preço do trigo norte-americano mais caro no exterior. Por fim, países europeus passaram a adotar políticas protecionistas, subsidiando suas próprias produções e impondo barreiras por meio de impostos sobre a importação de trigo. Em 1985, por exemplo, a demanda pelo trigo no mercado norte-americano era a seguinte: QD = 2.580 – 194.Pt Pede-se Calcular o novo preço e quantidades de equilíbrio do trigo. Notas: 1) Bushel: medida americana que equivale a 27,2155kg. 2) S = oferta em inglês (Supply). 19 Elasticidade- Preço da Demanda Conceito. Elasticidade é um importante instrumento utilizado pelos economistas e administradores para medir a sensibilidade dos compradores quando ocorrem variações nos preços dos produtos. Por exemplo. Se o preço do pão francês reduzir seu preço em 50%, qual vai ser a reação dos consumidores mediante esta redução do preço? Será que o consumo irá aumentar na mesma proporção, ou seja, em 50%? Ou maior ou menor que 50%? A elasticidade pode ser classificada em três tipos ou três graus: 1) Elástica – quando o resultado for maior do que 1 2) Unitária - quando o resultado for igual a 1 3) Inelástica quando o resultado for menor do 1 Cálculo da Elasticidade Medimos o grau de elasticidade da procura através da seguinte fórmula: Ep = ∆q/q / ∆p/p Onde : Ep = Elasticidade-preço da procura. ∆q = variação da quantidade q= quantidade inicial ∆p = variação no preço p = preço inicial preço A 10 B 8 0 100 150 Quantidade 20 Conforme gráfico, temos: ao preço de R$ 10,00 a quantidade comprada é de 100 unidades. Com uma redução no preço para R$ 8,00, a quantidade passa para 150 unidades. Assim temos: ∆ q = 50 unidades ∆p = R$ 2,00 Calculando a elasticidade-preço da procura: Utilizando a fórmula temos: Ep = 50/100 / 2/10 = 0,50/0,20 = 2,5 Como obtivemos o resultado de 2,5, a elasticidade é ELÁSTICA, pois é maior que 1. Um dos principais motivos dos vendedores estar reduzindo o preço de seu produto é aumentar seu faturamento ou receita. Vamos então verificar o que aconteceu com esta empresa. Análise da Receita Ponto A B Preço 10,00 8,00 Quantidade Receita Total 100 unid. R$ 1000,00 150 unid. R$ 1200,00 Variação de: R$ 200,00 Ou seja, com a redução no preço a empresa aumentou seu faturamento em R$ 200,00 ou 20%. (200/100). 21 Estruturas de Mercado As estruturas de mercado são modelos de como os mercados estão organizados. Cada estrutura de mercado baseia-se em hipóteses e características observadas da interação da oferta e da demanda. Primeiramente vamos dar o conceito de Mercado. Podemos dizer que mercado é o ponto de encontro entre vendedores e compradores. Mercado é o local onde são comercializados os produtos. Podemos ter ainda, Mercados Específicos, ou seja, locais onde vamos encontrar produtos específicos, como por exemplo: se desejarmos comprar aparelhos de som ou eletrônico, vamos a Rua Santa Ifigênia; ferramentas na Rua Florêncio de Abreu; vestidos de noiva, na Rua São Caetano; móveis na Rua Teodoro Sampaio, etc. PpProdução tota Produção total de bens e serviços de uma economia de mercado Os bens e serviços são distribuídos nos seguintes mercados: 1) Concorrência Perfeita 2) Monopólio 3) Oligopólio 4) Concorrência Monopolista Vamos agora abordar cada um desses tipos de mercados. 1) Concorrência Perfeita Características ou condições para a existência da concorrência perfeita: a) A existência de um grande número de vendedores e de compradores de tal modo que a ação individual não terá influência sobre o mercado global, ou seja, se um produtor individual decide aumentar ou reduzir a quantidade produzida, esta decisão não irá influir sobre o preço do produto que produz. b) Os preços são determinados pela Lei da Oferta e da Demanda; c) Não há tabelamento de preços por qualquer entidade; d) Os produtos são substitutos perfeitos. Exemplo produtos agrícolas: arroz, feijão, batatas, etc. e) Saída ou a entrada de vendedores ou de compradores não irá alterar o preço determinado pela Lei da Oferta e da Procura. 22 Ilustração gráfica Preço D O D Rmag. Pm D 0 qm Quant Como podemos observar no gráfico, como a quantidade de vendedores e de compradores é muito grande, ou seja, tanto as quantidades ofertadas por cada vendedor e as quantidades demandas por cada comprador são pequenas, não influenciará no preço. 23 2) Monopólio - è uma situação de mercado onde existe apenas um produtor de um determinado produto para o qual não tem substituto perfeito. Exemplo Petrobrás. Portanto, a determinação do preço do produto fica por conta do monopolista. Para caracterizarmos a existência monopolista é examinar a região de atuação do monopolista. Assim por exemplo, na cidade São Paulo, o único fornecedor de água é a Sabesp e de luz a Eletropaulo, portanto, são empresas tidas como monopolistas. 3) Oligopólio – è uma situação de mercado no qual existe poucos vendedores para produtos que são substitutos perfeitos. Por exemplo, a indústria automobilística, os fabricantes de aço, de cimento, de alumínio, etc. Sendo os produtos bons substitutos entre si, a ação de uma empresa oligopolista, em relação a produção ou ao preço irá influenciar as demais empresas deste tipo de mercado. Por exemplo, se uma empresa reduzir o preço do automóvel irá influenciar em outras empresas do setor. 4) Desse modo, as empresas oligopolistas poderão estabelecer um Cartel, isto é, as empresas poderão unir-se para defender seus interesses, estabelecendo preços e as quantidades ofertadas, na finalidade de maximizar o seus lucros. 5) Concorrência Monopolista – A concorrência monopolista é uma situação de mercado similar ao da concorrência perfeita, onde existem muitos vendedores e compradores. A diferença é que na concorrência monopolista existe por parte dos compradores uma preferência por algum tipo de produto ou de serviço. Por exemplo, o cabeleireiro, o alfaiate, marcas de roupas, etc. 24 TEORIA DA PRODUÇÃO Podemos expressar uma função produção,assim: q= ƒ (T, K, N) Onde q = quantidade produzida T = Trabalho K = Capital N = Outros fatores Produzir – É criar riqueza. É criar utilidade. É a combinação dos fatores de produção, terra, trabalho e capital na finalidade de criar bens ou serviços. De acordo com a função produção, podemos observar que a quantidade produzida está condicionada as quantidades disponibilizadas dos fatores de produção. Assim, teoricamente, quanto mais trabalho, mais capital e mais de outros fatores, maior será a quantidade produzida. Entretanto, precisamos examinar se estes fatores estão sendo bem utilizados. Se estão sendo utilizados de maneira eficiente na combinação dos mesmos. Substituição dos fatores – Podemos substituir trabalho por capital (máquina) ou vice-versa. Entretanto existem limitações para substituí-los. A função produção q = f (T,K,N), está implícito os fatores fixos e fatores variáveis. Fatores fixos são os seguintes: O edifício, depreciação, as máquinas e os equipamentos necessários para a produção. Temos também como fator fixo, os salários da alta administração. Fatores Variáveis são os seguintes: Matérias-primas, energia elétrica e a mão-de-obra direta. 25 Lei dos Rendimentos Decrescentes A Lei do Rendimentos Decrescentes tem o seguinte enunciado: Aumentando-se a quantidade de um fator variável de produção (mão-de-obra), permanecendo a quantidade dos demais fatores fixa, a produção, inicialmente crescerá a taxas crescentes, a seguir, depois de certa quantidade utilizada do fator variável, passará a crescer a taxas decrescentes, continuando incremento do fator variável a produção decrescerá. Quadro Demonstrativo da Lei dos Rendimento Decrescentes Fator Fixo Fator Variável Produto Total (Terra) (Mão-de-obra Produto Médio Produto Marginal _____________________________________________________________ 10 10 10 10 10 10 10 10 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 6 14 24 32 38 42 44 44 42 6 7 8 8 7,6 7 6,2 5,4 4,6 6 8 10 8 6 4 2 0 -2 Curvas de Isoproduto ISO = quer dizer igual. Conceito: Uma Curva de Isoproduto demonstra uma determinada quantidade de produto que pode ser produzida na combinação de dois fatores A e B ao longo de sua curva. Ou seja, podemos aumentar a quantidade do fator A reduzindo a quantidade do fator B, ou vice-versa, tendo a mesma quantidade produzida. 26 Exemplo: Sejam os seguintes os fatores de produção: A = mão-de-obra B = Máquina Desse modo, o empresário irá determinar a quantidade de cada um dos fatores de produção (A e B) em função de seus custos. Assim, o empresário irá escolher a combinação ou o isocusto que permitira o menor custo possível para a produção daquela quantidade. 27 CUSTOS DE PRODUÇÃO Uma grande preocupação dos empresários é saber qual é o seu lucro ou a margem de contribuição de sua empresa. Entretanto, para que o empresário tenha a certa de quanto está ganhando em seu negócios, ele deve ter um controle sobre seus custos de produção. Sabemos que a cada 100 empresas que nascem, poucas conseguem sobreviver depois de cinco anos, isso principalmente por causa do controle de suas finanças e um desconhecimento do mercado. Fábrica de Calçados Pé Grande Ltda. Uma fábrica de calçados, por exemplo, necessitará para a sua produção, um local, ou seja, uma área onde serão instaladas as máquinas, equipamentos, locais para armazenar as matériasprimas, estoque dos produtos semi-acabados e acabados, escritórios onde trabalhará os executivos e pessoal da administração, etc . A tudo isso entende-se como custos fixo. É ainda considerados como custo fixo os salários da alta administração da empresa, ou seja, a estrutura composta por seus executivos (presidente,diretores, gerentes e chefia). Desse modo, podemos definir os custos fixos como aqueles que independem do volume de produção. 28 A partir que a empresa começa a funcionar ou a produzir, onde são introduzidos na produção, os custos variáveis, como: a mão-deobra, as matérias-primas, energia elétrica (força motriz),etc. Desse modo, podemos definir os custos variáveis como aqueles que dependem do volume de produção. Os custos totais é a somatória dos custos fixos mais os custos variáveis. Então, podemos classificar os custos em: i. Custos Fixos ii. Custos Variáveis iii. Custos Totais Exemplo: CUSTO DE PRODUÇÃO Produção Custo Fixo Total 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 Custo Variável Total 5,00 8,00 10,00 11,00 13,00 16,00 20,00 25,00 31,00 38,00 46,00 Custo Total 10,00 15,00 18,00 20,00 21,00 23,00 26,00 30,00 35,00 41,00 48,00 56,00 29 Demonstração gráfica dos custos totais Cu 30 Introdução à Macroeconomia Política econômica não é atividade-fim, mas um instrumento a serviço do desenvolvimento social. Assim, todas as decisões na área econômica, visam em última análise, à melhoria do bem-estar material da população, através do aumento da renda per-capita e da sua distribuição mais eqüitativa entre os vários grupos da sociedade. O que a análise econômica nos ensina é que certas propostas bem intencionadas para o desenvolvimento social pecam pela falta de consistência global, e que no campo das possibilidades costuma ser muito mais estreito que o horizonte das aspirações. E que certas fórmulas capazes de realmente promover o bem-estar social a curto prazo se mostram insustentáveis a longo prazo, só podendo ser encampadas por aqueles que nutrem o mais absoluto desprezo pelo futuro. Prof. Mário Henrique Simonsen _________________________________________________ Macroeconomia Podemos definir Macroeconomia como o estudos dos grandes agregados econômicos, tais como: o produto interno bruto – PIB, nível de preços, balança d pagamentos, nível de emprego,etc. Para que serve o estudo da Macroeconomia? As informações fornecidas pelos agregados Macroeconômicos servem para que o governo possa melhor direcionar as atividades econômicas com o atingir sua estabilização, promovendo o crescimento e desenvolvimento econômico, gerando com isso, o bem-estar da população como um todo. Quais são as Metas de Governo? As metas de governo são as seguintes: 1° Promover o crescimento econômico do país com estabilidade de preço, ou seja, com baixo índice de inflação; 2° Promover uma distribuição de renda de seja justa; 3° Promover o crescimento econômico; 4° Promover o desenvolvimento econômico. Quais são os instrumentos do governo para atingir suas Metas? 31 Para atingir suas metas, o governo utiliza os seguintes instrumentos de Política Econômica: a) b) c) d) e) Política Fiscal Política Monetária; Política Cambial; Política Comercial; e Política de Renda A política econômica expansionista quem como objetivo melhor as condições do sistema econômico no que diz respeito ao volume de moeda em circulação. Para isso, o Governo reduz a taxa de juros, compra títulos do governo e procura estimular o crédito. Entretanto, se por um lado, uma política monetária expansionista promove o crescimento da economia e do emprego, ela poderá influenciar diretamente sobre os preços dos produtos e serviços, ou seja, alimentará as taxas de inflação. Taxa de juros: Podemos definir como taxa de juros o pagamento por um determinado valor tomado emprestado por um determinado período de tempo. È a remuneração do valor emprestado. A taxa de juros deve cobrir a inflação do período mais uma taxa que representa o rendimento do capital principal tomado com empréstimo. Taxa de juro nominal: Taxa de juro real: M = ( 1 + i )n Onde: M = montante I = taxa de juros N = número de meses do empréstimo BIBLIOGRAFIA VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval.Fundamentos de Economia. Editora Saraiva, edição de 2002. 32