DINÂMICA

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DINÂMICA
UM MUNDO A SER DESVENDADO
Quando pensamos em dinâmicas, vem logo em nossa cabeça a imagem de uma brincadeira para
um momento de descontração, ou coisa parecida. Mas, embora toda brincadeira seja uma forma de
dinâmica, nem toda dinâmica é brincadeira. Temos que enxergar as dinâmicas como parte integrante da
metodologia usada em diferentes áreas de trabalho, entre essas contamos a grande importância da
dinâmica na metodologia usada nas pastorais, e em seus trabalhos de formação de lideranças e de base.
Tendo isso em mente, podemos tentar definir com mais clareza e especificidade o assunto em questão.

Denotativamente falando, dinâmica significa:
DINÂMICA
ATIVO
DECIDIDO
DILIGENTE
DINÂMICO
|
VIVO
EFICAZ
ENERGETICO
ESFORÇADO
 Metodologicamente: As dinâmicas são instrumentos, ferramentas que estão dentro de um processo de
formação e organização, que possibilitam a criação e recriação do conhecimento.
Entendendo o sentido denotativo e o sentido metodológico da dinâmica, uma pergunta fica
pendente:
— Dinâmica, pra que serve?
Bom, dinâmica serve para:
 Levantar a prática: o que pensam as pessoas, o que sentem, o que vivem e sofrem.
 Desenvolver um caminho de teorização sobre esta prática como processo sistemático, ordenado e
progressivo.
 Retornar à prática, transformá-la, redimensioná-la.
 Incluir novos elementos que permitem explicar e entender os processos vividos.
As técnicas participativas geram um processo de aprendizagem libertador porque permitem:
1. Desenvolver um processo coletivo de discussão e reflexão.
2. Ampliar o conhecimento individual, coletivo, enriquecendo seu potencial e conhecimento.
3. Possibilita criação, formação, transformação e conhecimento, onde os participantes são sujeitos
de sua elaboração e execução.
Uma técnica por si mesma não é formativa, nem tem um caráter pedagógico. Para que uma técnica
sirva como ferramenta educativa libertadora deve ser utilizada em função de temas específicos, com
objetivos concretos e aplicados de acordo com os participantes com os quais esteja trabalhando.
OS ELEMENTOS DE UMA DINÂMICA
Quem vai aplicar a dinâmica deve ter claro o que se quer alcançar. Por esse motivo, para
trabalharmos com dinâmicas, temos também que entender que elas se formam a partir de pequenos
elementos que são de grande importância para a eficácia do trabalho.
São elementos das dinâmicas:
Realidade local: A realidade não se encaixa como um elemento material, mas se encaixa como um
elemento psicológico, que vai determinar as formas de trabalho diante da necessidade dos ouvintes locais.
Materiais-recursos: Estes materiais e cursos são itens que ajudam na execução e na aplicação da
dinâmica (TV, vídeo, som, papel, tinta, mapas...). Outros recursos que podem ser utilizados em grupos
grandes são o retroprojetor, exposições dialogadas, além de técnicas de teatro, tarjetas e cartazes.
Ambiente-clima: Levamos em conta aqui, o local para a execução da dinâmica. Este local deve ser
preparado de acordo, para que possibilite a aplicação da dinâmica (amplo, fechado, aberto, escuro, claro,
forrado, coberto...), onde as pessoas consigam entrar no que está sendo proposto.
Tempo determinado: O tempo vai variar, porem, deve-se ter um tempo aproximado, com início, meio e fim.
Passos: Os passos deve-se ter clareza dos momentos necessários, para o seu desenvolvimento, que
permitam chegar ao final de maneira gradual e clara.
Número de participantes: O número de participantes ajudará a ter uma previsão do material e do tempo
para o desenvolvimento da dinâmica.
Perguntas e conclusões: Devem permitir resgatar a experiência, avaliando: o que foi visto; os sentimentos;
o que aprendeu; o momento da síntese final, dos encaminhamentos, permitem atitudes avaliativas e de
encaminhamentos.
AS FACES DAS DINÂMICAS
Para facilitar a escolha de uma dinâmica para um trabalho, temos que saber também que, assim
como as dinâmicas tem vários elementos para ajudar na preparação e no desenvolvimento de diferentes
trabalhos, tem também várias faces. Cada uma delas dita a forma de se trabalhar em momentos
específicos.
Vemos abaixo quais são as faces da dinâmica e uma breve descrição das mesmas.
Dinâmicas de quebra-gelo(Descontração)
- Ajuda a tirar as tensões do grupo, desinibindo as pessoas para o encontro.
- Pode ser uma brincadeira onde as pessoas se movimentam e se descontraem.
- Resgata e trabalha as experiências de criança.
- São recursos que quebram a seriedade do grupo e aproximam as pessoas.
- Devem ser usadas quando necessitam romper o ambiente frio e impessoal ou quando se está cansado e
necessita retomar uma atividade. Não para preencher algum vazio no encontro ou tempo que sobra.
Dinâmica de apresentação
- Ajuda a apresentarem-se uns aos outros. Possibilitando descobrir: quem sou, de onde venho, o que faço,
como e onde vivo, o que gosto, sonho, sinto e penso... Sem máscaras e subterfúgios, mas com
autenticidade e sem violentar a vontade das pessoas.
Exige diálogo verdadeiro, onde partilho o que posso e quero ao novo grupo.
- São as primeiras informações da minha pessoa.
- Precisa ser desenvolvida num clima de confiança e descontração.
- O momento para a apresentação, motivação e integração. É aconselhável que sejam utilizadas dinâmicas
rápidas, de curta duração.
Dinâmica de integração
- Permite analisar o comportamento pessoal e grupal. A partir de exercícios bem específicos, que
possibilitam partilhar aspectos mais profundos das relações interpessoais do grupo.
- Trabalha a interação, comunicação, encontros e desencontros do grupo.
- Ajuda a sermos vistos pelos outros na interação grupal e como nos vemos a nós mesmos. O diálogo
profundo no lugar da indiferença, discriminação, desprezo, vividos pelos participantes em suas relações.
- Os exercícios interpelam as pessoas a pensar suas atitudes e seu ser em relação.
- Estas dinâmicas facilitam um encontro entre pessoas que se conhecem pouco e quando o clima grupal é
muito frio e impessoal.
Dinâmicas de relaxamento
- Tem como objetivo eliminar as tensões, soltar o corpo, voltar-se para si e dar-se conta da situação em que
se encontra, focalizando cansaço, ansiedade, fadigas etc. Elaborando tudo isso para um encontro mais
ativo e produtivo.
- Usa-se muito para introduzir momentos de interiorização, ou como o próprio momento.
Dinâmica de capacitação
- Deve ser usada para trabalhar com pessoas que já possuem alguma prática de animação grupal.
- Possibilita a revisão, a comunicação e a percepção do que fazem os destinatários, a realidade que os
rodeia.
- Amplia a capacidade de escutar e observar.
- Facilita e clareia as atitudes dos animadores para que orientem melhor seu trabalho grupal, de forma mais
clara e livre com os grupos.
- Quando é proposto o tema/conteúdo principal da atividade, devem ser utilizadas dinâmicas que facilitem a
reflexão e o aprofundamento; são, geralmente, mais demoradas.
Dinâmicas Litúrgicas e dinâmicas bíblico catequéticas
- Possibilitam aos participantes uma vivência e uma experiência da mística, do sagrado.
- Facilitam o diálogo com as leituras bíblias, com os participantes e com Deus.
- Ajudam a entrar no clima da verdadeira experiência e não somente a racionalização.
Dinâmicas discursivas
- Facilitam um momento de confronto de idéias sobre um determinado tema.
- Ajudam a trabalhar assuntos polêmicos, mantendo a discursão em uma linha de trabalho.
- Proporciona um melhor entendimento do assunto a ser discutido.
CLASSIFICANDO
Conhecendo um pouco desse mundo das dinâmicas, vamos classificar as dinâmicas a seguir. De
modo que vamos criar um quadro para cada face das dinâmicas e colocar o número da pagina dentro desse
quadro. Lembrando que é possível uma dinâmica pertencer a mais de uma face.
ESCLARECENDO...
Dinâmicas são meios, técnicas:
Como vimos nas paginas acima, as dinâmicas são cartas coringa que usamos para
desenvolvermos vários tipos de trabalhos. E sendo assim, não podemos pensar as dinâmicas como
algo que tem fim em si mesma, mas sim como algo que está a serviço da mensagem do encontro a
ser realizado. Estamos num mundo, onde a maneira de passar o conteúdo se torna tão importante
quanto o próprio conteúdo. Devemos portanto, acostumar-nos com isso e começarmos a usar as
dinâmicas da maneira correta e não como fim em si mesma.
Cuidados ao escolher dinâmicas:
Na hora de escolher e programar a dinâmica é importante deixar-se guiar por um profundo
senso da realidade, evitando assim que a elaboração fique muito distante da vida, e realidade local.
Ex: Um grupo de jovens escolheu fazer uma sessão de cinema para recepcionar a visita de outro
grupo. A idéia foi boa, o filme escolhido era ótimo, se prepararam, prepararam uma sala ampla,
cumprida, e locaram a fita. Acontece que aquele filme escolhido só tinha em versão legendada, o
que não seria um problema, se não fosse por um pequeno descuido, a sala era cumprida e estreita, o
que fez com que a metade dos participantes (os que estavam no fundo da sala), não enxergassem as
legendas. Isso poderia ter sido evitado, se tivessem tomado o devido cuidado de analisar todo o
momento antes. Portanto, tomar cuido com espaço, ambiente, materiais, e outros, é muito
importante.
Outro cuidado a ser tomado é quanto a atenção de que tipo de dinâmica o assunto ou o
momento exige, e quanto as pistas que essas dinâmicas apresentam. Tem algumas dinâmicas que
devem ser realizadas sem que os participantes conheçam o seu objetivo, para não influenciar o
processo de descoberta. Isso tornaria a dinâmica ineficaz, assim a explicação será feita somente no
final. Contudo, existem outras dinâmicas que exigem que o objetivo seja explicado desde o começo.
Formar-se em dinâmica:
A Formação em dinâmica é como a formação em medicina, não é uma coisa que termina
com o fim do curso, ou com a entrega do diploma. Assim como um médico deve ficar sempre se
atualizando quanto a novas descobertas da medicina e da tecnologia hospitalar, também um assessor
ou outra pessoa que se proponha a trabalhar com dinâmica deve se atualizar quanto as mudanças de
pensamentos do meio em que vive, isso é essencial para formação constante que deve acontecer.
Aprender a trabalhar com dinâmicas significa começar a partir de propostas presentes num
texto como este, mas aos poucos adquirir certa liberdade e capacidade de modificar as dinâmicas, e
gradualmente você vai se familiarizar com as propostas, a perceber como funcionam e a inventar
algo de novas dinâmicas a partir da realidade do grupo em que você vive.
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