carvalho, flávia lunardelli negreiros de. análise do perfil clínico

Propaganda
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
FACULDADE DE MEDICINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FLÁVIA LUNARDELLI NEGREIROS DE CARVALHO
ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO, EPIDEMIOLÓGICO E
HISTOPATOLÓGICO DO CÂNCER GÁSTRICO NA POPULAÇÃO DE
RORAIMA.
BOA VISTA – RR
2016
FLÁVIA LUNARDELLI NEGREIROS DE CARVALHO
ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO, EPIDEMIOLÓGICO E
HISTOPATOLÓGICO DO CÂNCER GÁSTRICO NA POPULAÇÃO DE
RORAIMA.
Monografia apresentada à Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de
Roraima como pré-requisito para
conclusão do Curso de Medicina.
Orientador: Prof. Dr. Allex Jardim da
Fonseca.
BOA VISTA – RR
2016
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais e a UFRR, os quais permitiram que meu
sonho de ser médica se tornasse uma realidade.
AGRADECIMENTOS
À DEUS pela minha vida, pelas oportunidades, pelas pessoas maravilhosas
que colocou em meu caminho e por sempre me proteger.
À minha mãe, por ser meu maior exemplo de dedicação, força, persistência,
honestidade e humildade. Pela confiança, apoio e principalmente por nunca me
deixar desistir. Agradeço, essa e todas as minhas conquistas, a esta mulher,
de tanta garra, que me deu a vida e me ensinou a viver.
Ao meu pai, por ser um exemplo de persistência e humildade e por mostrar que
as pedras do caminho servem principalmente para nos fortalecer.
Ao meu noivo, Carlos Alberto, por sempre estar ao meu lado me apoiando e
confortando-me nos momentos difíceis, por compartilhar minhas ansiedades,
por compreender minhas loucuras e ter me amado com todos os meus defeitos.
Às irmãs e melhores amigas, Sarah e Patrícia, agradeço pelo carinho, pelos
conselhos, conversas, experiências, pela amizade e amor com que me
abraçam sempre.
Aos professores da UFRR, pelos ensinamentos e conhecimentos repassado,
sem os quais não seria possível concluir esta fase do meu longo sonho.
Aos funcionários de Setor de Arquivo Médico e Estatística, em especial ao Sr.
Rafael, por tão solicitamente dispor de seu tempo na busca dos prontuários,
ação sem a qual este trabalho não poderia ter sido realizado.
Ao meu colega Hiago, por sua colaboração nesta pesquisa.
Ao Professor Allex Jardim da Fonseca e à Dra. Cibelli Navarro Rodrigues Alves,
pelas oportunidades, pelos ensinamentos e pela orientação.
“L’essentiel est invisible pour les yeux”
(Pequeno Príncipe)
RESUMO
O câncer gástrico (CG) é a segunda maior causa de morte por câncer no
mundo, afetando principalmente aqueles com nível socioeconômico baixo. Apesar de
ser o segundo câncer mais prevalente entre os homens e o quarto entre as mulheres
na Região Norte do Brasil, poucos são os estudos epidemiológicos sobre esta
patologia nos estados que compõem esta região do pais. A população de Roraima
está frequentemente exposta a fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento
do CG, tornando interessante a realização de um levantamento epidemiológico mais
completo sobre a patologia no estado. O objetivo deste estudo foi avaliar melhor o
perfil clínico, epidemiológico e histopatológico dos pacientes com CG no estado de
Roraima. Metodologia: Realizou-se um estudo descritivo, transversal, quantitativo
através da análise retrospectiva de 60 prontuários de pacientes com CG
acompanhados pelo serviço de oncologia do Hospital Geral de Roraima no período
de 2010 a 2014. Foram coletadas as principais variáveis epidemiológicas e clínicas
(gênero, idade, etnia, estado civil, escolaridade, ocupação, tipo sanguíneo, hábitos de
vida (etilismo, tabagismo), idade no momento do diagnóstico, tipo histológico,
estadiamento, sublocalização, abordagem terapêutica realizada, metástase, situação
atual do paciente. Resultados: O genero mais acometido foi o sexo masculino (70%),
a média de idade de 58,2 anos, para os homens, e de 50,3 para as mulheres.
Aproximadamente 69% possuía baixo nível educacional. A sublocalização mais
frequente foi o antro (56,2%). As neoplasias epiteliais representaram 100% dos casos
informados, sendo 96,1% adenocarcinomas. Utilizando a classificação da SBP de
2005, o padrão gástrico foi o mais frequente, seguido pelo padrão intestinal. Nas
neoplasias com estadiamento informado, a grande maioria (91,7%) estava em estágio
avançado (III ou IV), o que corrobora com os dados de elevada mortalidade e baixa
sobrevida encontrados no estudo. Conclui-se que ainda há um grande trabalho a ser
realizado em relação ao diagnóstico precoce da doença, bem como a importância de
novos estudos para acompanhar as tendências de incidência e mortalidade,
verificando as mudanças em relação ao peso dessa neoplasia, em nosso estado.
Palavras-chave: Câncer Gástrico, Epidemiologia, Perfil de saúde.
ABSTRACT
Gastric cancer (GC) is the second leading cause of cancer death worldwide,
affecting mainly those with low socioeconomic status. Despite being the second most
prevalent cancer among men and the fourth among women in the North Region of
Brazil, there are few epidemiological studies on this disease in the states that make up
this region of the country. The population of Roraima is often exposed to known risk
factors for the development of CG, making it interesting to conduct a more thorough
epidemiological survey on the pathology in the state. The objective of this study was
to further evaluate the clinical, epidemiological and histopathological profile of patients
with CG in the state of Roraima. Methods: We conducted a descriptive, cross-sectional,
quantitative through the retrospective analysis of medical records of 60 patients with
CG accompanied by the oncology service of Roraima General Hospital from 2010 to
2014 were collected the main epidemiological and clinical variables (gender , age,
ethnicity, marital status, education, occupation, blood type, lifestyle habits (alcohol
consumption, smoking), age at diagnosis, histological type, staging, sublocation,
therapeutic approach performed metastasis, the patient's current situation results.: The
most affected gender was male (70%), the average age of 58.2 years for men and 50.3
for women. About 69% had low educational level. The most frequent was the
sublocation antrum (56.2%). The epithelial neoplasms accounted for 100% of the
reported cases, with 96.1% adenocarcinomas. Using the 2005 SBP classification,
gastric pattern was the most frequent, followed by bowel pattern. In tumors with staging
informed, the vast majority (91.7%) were at an advanced stage (III or IV), which
corroborates data from high mortality and low survival rate found in the study. We
conclude that there is still much work to be done in relation to the early diagnosis of
disease and the importance of further studies to monitor the incidence and death trends
by checking the changes in the weight of this neoplasm in our state.
Keywords: Gastric Cancer, Epidemiology, Health profile.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -
Estimativas para o biênio 2014-2015 das taxas brutas de
incidência por 100 mil habitantes na Região Norte, de acordo
com o INCA, 2014.....................................................................21
Figura 2 -
Números absolutos de casos novos de câncer gástrico
diagnosticados em cada ano do período estudado...................30
Figura 3 -
Frequência de casos novos em relação ao gênero, no período
de 2010 a 2014.........................................................................31
Figura 4 -
Idade
média,
em
cada
ano
estudado,
dos
pacientes
diagnosticados com câncer gástrico.........................................31
Figura 5 -
Frequência de cada uma das etnias declaradas.......................32
Figura 6 -
Frequência das sublocalizações encontradas nos prontuários
que continham esta informação................................................34
Figura 7 -
Incidência, por ano, dos tipos histológicos encontrados............35
Figura 8 -
Frequência dos tipos de cirurgias realizadas no período
estudado...................................................................................37
Figura 9 -
Porcentagem
de
cada
“condição
atual“
dos
pacientes,
considerando apenas os prontuários que relatavam esta
informação................................................................................38
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Classificação
histológica
dos
adenocarcinomas
gástricos
proposta pela SBP 2005...........................................................16
Tabela 2 -
Classificação TNM no câncer gástrico......................................17
Tabela 3 -
Estadiamento final TNM e componentes individuais.................18
Tabela 4 -
Porcentagem de casos novos distribuídos pela faixa etária......32
Tabela 5 -
Nível educacional dos pacientes com câncer gástrico..............33
Tabela 6 -
Frequência em números absolutos e porcentagem de acordo
com o tipo histológico pela Classificação da SBP, 2005............35
Tabela 7 -
Frequência
dos
estadiamentos
relatados
no
período
estudado...................................................................................36
Tabela 8 -
Número de pacientes que apresentaram metástase e sua
frequência, em números absolutos, em cada um dos tecidos...36
Tabela 9-
Tipo e frequência das quimioterapias realizadas no período
estudado...................................................................................37
Tabela 10 - Sobrevida em meses dos pacientes que foram a óbito............38
LISTA DE SÍMBOLOS
CG – Câncer Gástrico
AG – Adenocarcinoma Gástrico
INCA – Instituto Nacional do Câncer
SBP – Sociedade Brasileira de Patologia
OMS – Organização Mundial de Saúde
HGR – Hospital Geral de Roraima
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12
1.1 Fatores de risco..................................................................................................12
1.2 Tipos Histológicos..............................................................................................15
1.3 Estadiamento......................................................................................................17
1.4 Tratamento..........................................................................................................18
1.5 O câncer gástrico no mundo.............................................................................19
1.6 O câncer gástrico no Brasil................................................................................20
1.7 Mudanças no perfil do câncer gástrico............................................................21
2 OBJETIVO...............................................................................................................23
3 JUSTIFICATIVA......................................................................................................25
4 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................27
5 RESULTADOS........................................................................................................29
5.1 Incidência............................................................................................................30
5.2 Fatores de risco..................................................................................................30
5.3 Região Anatômica...............................................................................................33
5.4 Tipo Histológico..................................................................................................34
5.5 Estadiamento......................................................................................................36
5.6 Metástase............................................................................................................36
5.7 Tratamento..........................................................................................................36
5.8 Evolução dos pacientes.....................................................................................37
6 DISCUSSÃO...........................................................................................................40
7 CONCLUSÃO.........................................................................................................46
REFERÊNCIAS..........................................................................................................48
ANEXOS....................................................................................................................53
12
1. INTRODUÇÃO
A maioria das neoplasias gástricas é maligna e em alguns países é o câncer
mais frequente e a principal causa de morte por câncer. Apesar de a etiologia não ser
completamente conhecida, a carcinogênese gástrica surge como consequência de
uma complexa interação entre o organismo e os fatores ambientais e
comportamentais (ANG, 2014), como a infecção pelo Helicobacter pylori (H. pylori),
dieta pobre em produtos de origem vegetal e rica em consumo de defumados, carnes
curadas, peixes secos e outros alimentos conservados em sal, tabagismo, gastrite
atrófica crônica, metaplasia intestinal da mucosa gástrica, anemia perniciosa, pólipo
adenomatoso do estômago, gastrite hipertrófica gigante, entre outros (BRASIL, 2013;
LATORRE, 1997).
1.1 FATORES DE RISCO
1.1.1. A Dieta
De acordo com Wang (2009 apud ANG, 2014), sal e alimentos conservados
com sal são um importante fator de risco para câncer gástrico, por:
- potencializar a colonização e virulência do H. pylori;
- alterar a viscosidade do muco protetor do estômago, levando a uma maior
exposição aos agentes carcinogênicos;
- causar respostas inflamatórias no epitélio gástrico, o que pode aumentar a
proliferação de células epiteliais como parte do processo de reparação e assim
aumentar a probabilidade de mutações.
Em relação aos conservantes adicionados aos embutidos, quando estes
chegam ao estômago transformam-se em nitrosaminas, substâncias cancerígenas
responsáveis por alterações celulares que podem levar ao desenvolvimento de
câncer. Já os defumados, contêm hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e alcatrão
(o mesmo encontrado na fumaça do cigarro) que tem ação carcinogênica conhecida
(BAU, 2011; BRASIL, 2014).
13
Por outro lado, segundo Bertuccio (2013 apud ANG, 2014) pessoas com uma
dieta saudável, rica em frutas e legumes tem risco duas vezes menor de desenvolver
o câncer gástrico (CG) quando comparadas com indivíduos que possuem uma dieta
pouco saudável, com alimentos ricos em amido, carne e gorduras.
Exemplos são o ácido ascórbico o e betacaroteno, encontrados em frutas e
verduras frescas que agem como protetores, porque evitam que os nitritos
(conservantes encontrados em alimentos industrializados) se transformem em
nitrosaminas (BRASIL, 2011, 2014).
Assim, uma dieta balanceada, desde a infância, composta de vegetais crus,
frutas cítricas e alimentos ricos em fibras é fundamental para a prevenção do câncer
gástrico na vida adulta. (BRASIL, 2011, 2014).
1.1.2 Helicobacter pylori
O H. pylori é uma bactéria que está presente nos alimentos e também na água
potável e acomete cerca de 50% da população mundial. É considerada a segunda
infecção mais frequente nas camadas mais pobres da sociedade, perdendo somente
para as bactérias causadoras de cáries. A prevalência do H. pylori é de
aproximadamente 35% e 85% em países desenvolvidos e em desenvolvimento,
respectivamente (BRASIL, 2013; ANG, 2014; BRASIL 2011).
Segundo estudo realizado pelo “Helicobacter and Cancer Collaborative Group”
(2001 apud ANG, 2014), a infecção pelo H. pilory é o fator de risco mais importante
para o desenvolvimento do adenocarcinoma gástrico não-cárdia. Estima-se que ele
seja o responsável por 65% a 80% dos cânceres gástricos não-cárdia potencialmente
evitáveis.
Uma longa exposição da mucosa gástrica ao processo inflamatório, causado
pelo H. pylori adquirido na infância, pode levar à atrofia, metaplasia e, posteriormente,
ao câncer por volta da 5ª década de vida (BRASIL, 2013).
O tratamento por meio de antimicrobianos contra esta bactéria é efetivo em
95% dos casos (BRASIL, 2011).
14
Uemura et al. (2001 apud ANG, 2014) demonstrou em seu estudo que a
erradicação do H. pylori tem um impacto direto na ocorrência de câncer gástrico. No
entanto, deve ser reconhecido que, antes da erradicação, lesões pré-cancerosas
irreversíveis já podem ter surgido.
1.1.3 Hábitos de vida
Segundo alguns estudos, o tabaco e o álcool são dois fatores do estilo de vida
importantes no desenvolvimento do CG (ANG, 2014; BAU, 2011).
No entanto, pesquisas relatam que não existe uma associação epidemiológica
significativa entre álcool e câncer gástrico (SHIMAZU et al., 2008 apud ANG, 2014).
Em contrapartida, o hábito de fumar, inequivocamente, está associado com o
aumento do risco tanto para o câncer gástrico cárdia como para o não-cárdia (ANG,
2014).
1.1.4 Obesidade
De acordo com os estudos realizado por Kuriyama et al (2005) e por Sjodahl et
al (2008), a obesidade é um importante fator de risco para o adenocarcinoma da
cárdia. No entanto, nenhum aumento do risco foi encontrado para o câncer gástrico
não-cárdia.
O exato mecanismo patológico que relaciona a obesidade ao aumento do risco
de CG ainda não é claro, mas existem hipóteses de que o risco aumentado de refluxo
gastresofágico, a resistência à insulina, os níveis elevados de adiponectina e leptina,
a presença de fatores de crescimento semelhantes à insulina, taxas elevadas de
esteroides sexuais, glicocorticoides, marcadores inflamatórios e o estresse oxidativo
relacionados à obesidade favoreçam a transformação neoplásica das células
gástricas. (KURIYAMA et al., 2005; SJODAHL et al., 2008).
1.1.5 Associações Familiares
Na carcinomatose gástrica as associações familiares podem ser secundárias a
qualquer exposição ambiental compartilhada, como a infecção por H. pylori, a dieta,
entre outros, ou a fatores genéticos (BRASIL, 2011).
15
Observações epidemiológicas notaram a presença de um padrão autossômico
dominante em certos grupos com câncer gástrico, bem como a presença de mutações
germinativas no gene da caderina-E em famílias com adenocarcinomas do estômago
tipo difuso, o que permitiu a caracterização de uma síndrome familiar de predisposição
às lesões malignas, denominada de câncer gástrico difuso hereditário (BRASIL, 2011;
CUTAIT, 2001).
Um exemplo clássico dessa síndrome é a família do imperador francês,
Napoleão Bonaparte, onde ele, seu pai, seu avô paterno, suas quatro irmãs e um
irmão faleceram da doença, muitos em idade jovem (CUTAIT, 2001).
1.2 TIPOS HISTOLÓGICOS
Os tumores do estômago se apresentam, predominantemente, na forma de três
tipos histológicos: adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma
(diagnosticado em cerca de 3% dos casos) e leiomiossarcoma (BRASIL 2011).
Existem várias classificações para o adenocarcinoma gástrico (AG), cada qual
baseada em determinada característica: histogênese, grau de diferenciação e tipo de
crescimento.
Uma das classificações mais utilizadas é a proposta por Lauren em 1965, que
subdivide o AG em dois tipos: difuso e intestinal, que se diferenciam quanto à
epidemiologia, etiologia, patogenia e comportamento (BRASIL, 2012; CHAN, 2015).
O tipo difuso apresenta-se com padrão infiltrativo, com extensão submucosa e
metástases precoces, acomete igualmente ambos os sexos, é mais comum em
grupos etários mais jovens e indivíduos de tipo sanguíneo A+ e está associado a um
pior prognóstico do que o tipo intestinal (ARREGI et al., 2009; BRASIL, 2012; CHAN,
2015).
O tipo intestinal apresenta-se como um tumor mais diferenciado, acomete mais
homens, em especial idosos. É mais prevalente em áreas de alto risco, evolui
principalmente de lesões pré-malignas (gastrite crônica, atrofia gástrica, metaplasia
16
intestinal e displasia) e está, provavelmente, ligado a fatores ambientais, como a
infecção pelo H. pylori (BRASIL, 2012; CHAN, 2015).
Em 2000, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs uma classificação
histológica em quatro tipos básicos: Papilífero, Tubular, de Células em Anel de Sinete
e Mucinoso (Carneiro et al., 2000 apud ALMEIDA, 2009).
Na tentativa de se estabelecer um paralelo entre as classificações OMS com a
de Lauren, em 2002, Iriya, a convite da Sociedade Brasileira de Patologia – SBP,
propôs uma classificação histológica com base na morfologia da célula neoplásica, a
qual foi reformulada em 2005, resultando na distribuição dos AG, conforme Tabela 1
(apud ALMEIDA, 2009).
Tabela 1: Classificação histológica dos adenocarcinomas gástricos proposta pela SBP 2005 *.
Adenocarcinoma
tubular/túbulo-papilífero
diferenciado padrão intestinal
bem
Padrão Intestinal
Adenocarcinoma tubular moderadamente diferenciado
padrão intestinal
Adenocarcinoma tubular - foveolar
Adenocarcinoma túbulo-papilífero - foveolar
Padrão Gástrico
Adenocarcinoma microtubular
Adenocarcinoma mucinoso mucocelular (carcinoma de
células em anel de sinete)
Adenocarcinoma mucinoso muconodular (lagos mucosos)
Padrão Pouco
Diferenciado
Formas especiais
Adenocarcinoma pouco diferenciado
Carcinoma indiferenciado
Carcinoma neuroendócrino,
adenoescamoso, entre outros.
. *Fonte: Tese de ALMEIDA, 2009.
carcinoma
hepatóide,
17
1.3 ESTADIAMENTO
Os componentes do sistema de estadiamento do câncer gástrico são
representados pelas letras TNM. Onde T representa a penetração do tumor primário
na parede gástrica, a letra N representa a extensão de linfonodos na cadeia ganglionar
e M a presença ou ausência de metástases à distância (Tabela 2) (SOBIN, 2010 apud
EIFLER, 2012).
Tabela 2: Classificação TNM no câncer gástrico.
ESTÁGIO
DESCRIÇÃO
TX
Tumor primário não pode ser avaliado
T0
Sem evidencia de tumor primário
Tis
Carcinoma in situ. Intra-epitelial sem invasão da lâmina própria
T1a
Invasão da muscular da mucosa
T1b
Invasão da submucosa
T1
Invasão da muscular própria
T2
Penetração da subserosa sem invasão de peritônio visceral ou órgão
T3
adjacentes
T4a
Invasão da serosa
T4b
Invasão de órgãos adjacentes
T4
NX
Linfonodos regionais não podem ser avaliados
N0
Sem envolvimento linfonodal
N1
1-2 linfonodos invadidos
N2
3-6 linfonodos invadidos
N3a
7 a 15 linfonodos invadidos.
N3b
> 15 linfonodos invadidos.
N3
M0
Sem metástases à distância
M1
Com metástases à distância
Fonte: Classificação TNM no câncer gástrico 7ª ed., 2010 (apud EIFLER, 2012).
18
Quando agrupadas as categorias T, N e M em combinações pré- estabelecidas,
o estadiamento final será obtido (Tabela 3). Pode ser dividido em estadiamento clínico
e patológico. O estadiamento clínico é determinado com dados de exame físico e
exames complementares. O estadiamento patológico baseia-se nos achados
cirúrgicos e no exame anatomopatológico da peça operatória, determinando a
extensão da doença com maior precisão (WASHINGTON, 2010 apud EIFLER, 2012).
O estadiamento implica em prognóstico e resposta terapêutica semelhante nos
tumores com a mesma classificação histopatológica e extensão da doença (EIFLER,
2012).
Tabela 3: Estadiamento final TNM e componentes individuais.
N0
N1
N2
N3
T1a (mucosa), T1b (submucosa)
IA
IB
IIA
IIB
T2 Muscular própria
IB
IIA
IIB
IIIA
T3 Subserosa
IIA
IIB
IIIA
IIIB
T4a Invasão Serosa
IIIB
IIIA
IIIB
IIIC
T4b Invasão órgãos adjacentes
IIIB
IIIB
IIIC
IIIC
M1 Metástase à distância (QqT, QqN)
IV
Fonte: Traduzido e adaptado do AJCC Cancer Staging Manual (WASHINGTON, 2010 apud EIFLER,
2012).
1.4 TRATAMENTO
De acordo com as Diretrizes Brasileiras Diagnósticas e Terapêuticas do
Adenocarcinoma de Estômago de 2013 (BRASIL, 2013), o CG tem seu tratamento
definido pela localização, estadiamento do tumor e pelo número de linfonodos
ressecados e acometidos. Na tentativa de modificar a história natural da doença, o
tratamento
é
multidisciplinar
e
pode
envolver,
procedimentos
cirúrgicos,
radioterápicos e quimioterápicos (BRASIL, 2013).
O momento em que cada uma das opções terapêuticas deve ser instituída,
combinadas ou não, e a sequência dos tratamentos, são alvo de estudos há décadas.
As diferentes características populacionais tornam difícil a escolha entre as técnicas
19
cirúrgicas e radioterápicas, agentes quimioterápicos e a combinações desses
agentes. O tratamento mais efetivo ainda não foi estabelecido e a decisão de como
tratar deve ser definida levando-se em consideração a experiência e os recursos
humanos e tecnológicos da instituição ou a preferência do paciente e de seu médico
(EARLE, 2013).
1.5 CÂNCER GÁSTRICO NO MUNDO
O Câncer Gástrico apresenta grande relevância epidemiológica por ser,
atualmente, a quarta neoplasia maligna mais comum no mundo (ANG, 2014; CREW,
2006).
A primeira grande análise estatística de incidência e mortalidade por câncer foi
realizada em Verona (Itália) entre 1760-1839, e mostrou que o CG foi o câncer mais
comum e letal conhecido naquela época (CHAN, 2015).
Até os anos 1980, excluindo o câncer de pele não melanoma, o CG era a
principal causa de morte por câncer no mundo, quando foi ultrapassado pelo câncer
de pulmão (BRASIL 2010; BRASIL, 2013; CHAN, 2015).
Sua alta mortalidade se deve principalmente por ser um câncer indolente, que
não apresenta sintomas específicos, o que acarreta geralmente, em um diagnóstico
tardio, com prognóstico reservado e em uma baixa sobrevida (BRASIL, 2011; CHAN,
2015; ZILBERSTEIN et al., 2013).
Mais de 70% dos cânceres gástricos ocorrem nos países em desenvolvimento.
As taxas são mais elevadas na Ásia Oriental, Europa Oriental e América do Sul,
enquanto as taxas mais baixas estão em América do Norte e partes da África (ANG,
2014; CHAN, 2015; CREW, 2006).
O CG é mais frequente em homens do que em mulheres, apresentando uma
razão de aproximadamente 1:2 em ambos os países desenvolvidos e em
desenvolvimento (ANG, 2014; CHAN, 2015; CREW, 2006; ZILBERSTEIN, 2013).
20
O pico de incidência se dá, em sua maioria, por volta dos 70 anos de idade e
cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com CG têm mais de 50 anos de idade
(BRASIL, 2011, ARREGI et al., 2009).
1.6 O CÂNCER GÁSTRICO NO BRASIL
De acordo com Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para o Brasil,
de casos novos de câncer de gástrico em 2016 é de 12.920 entre homens e de 7.600
nas mulheres. Desconsiderando os tumores de pele não melanoma, o câncer gástrico
em homens é o segundo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste, o quarto nas
regiões Sul e Centro-Oeste e o quinto na região Sudeste. Para as mulheres é o quarto
mais frequente na região Norte, o quinto nas regiões Sul e Nordeste e o sexto nas
regiões Sudeste e Centro-Oeste (BRASIL, 2015).
Um
estudo
recente
realizado
pelo
INCA
revelou
que
a
relação
Mortalidade/Incidência do CG no Brasil é cerca de 0,70 e a mortalidade apresenta
números que variam de 19,57 mortes por 100.000 homens no Amapá a 9,02 por
100.000 mulheres em Roraima (BRASIL, 2014).
Independentemente da região do país, homens, idosos e indivíduos de classes
sociais menos privilegiadas, são os mais frequentemente afetados (BRASIL, 2014;
ZILBERSTEIN et al., 2013).
Em uma pesquisa realizada sobre mortalidade por câncer gástrico no Brasil, no
período entre 1977 a 1989, observou-se que, apesar de alguns estados terem
apresentado claramente um declínio na incidência deste câncer, em outros, como
Roraima, a tendência não pôde ser definida por falta de estudos (BRASIL, 2013).
De acordo com dados do INCA, o estado de Roraima apresentou em 20142015 a quinta maior taxa bruta de incidência de câncer gástrico por 100 mil habitantes
na população masculina e a sexta posição na população feminina, quando analisados
os Estados da Região Norte (Figura 1) (BRASIL, 2014).
21
ESTIMATIVAS PARA O BIÊNIO 2014/2015 DAS TAXAS BRUTAS DE
INCIDÊNCIA POR 100 MIL HABITANTES
AMAPÁ
PARÁ
RONDONIA RORAIMA TOCANTINS
5,91
11,1
4,08
4,52
AMAZONAS
5,1
6,9
9,91
10,64
11,37
3,5
ACRE
Mulheres
6,16
5,15
6,72
7,11
11,74
13,19
Homens
REGIÃO
NORTE
Figura 1: Estimativas para o biênio 2014-2015 das taxas brutas de incidência por 100 mil
habitantes na Região Norte, de acordo com o INCA, 2014.
Apesar de ser um dos cânceres mais prevalentes e de elevada mortalidade na
Região Norte do Brasil (BRASIL, 2014), poucos são os estudos epidemiológicos sobre
esta patologia nos estados que compõem essa região do país.
1.7 MUDANÇAS NO PERFIL DO CÂNCER GÁSTRICO
Nas últimas décadas, a incidência mundial de CG vem apresentando uma
rápida queda, principalmente as custas do tipo intestinal em comparação com o tipo
difuso. Os motivos deste declínio ainda não são completamente compreendidos,
porém, acredita-se que ele deva-se a melhor compreensão dos fatores de risco
relacionados ao desenvolvimento desta neoplasia, tais como riscos alimentares,
ambientais e a infecção pelo o H. pylori (BARBOSA, 2011; CHAN, 2015; CREW,
2006).
Uma das hipóteses é que a popularização das geladeiras marca um ponto
crucial para este declínio, assim como os frigoríficos, que melhoraram o
armazenamento, reduzindo o uso do sal como base da preservação de alimentos e
prevenção da contaminação bacteriana e fúngica (BRASIL, 2010, 2012; CHAN, 2015).
22
A refrigeração também permitiu que os alimentos frescos e os legumes se
tornassem mais acessíveis para o consumo, servindo como uma rica fonte de
antioxidantes importantes para a prevenção deste câncer (CHAN, 2015).
Apesar desta queda, o CG ainda apresenta-se como uma das doenças
malignas mais importantes, com significativas diferenças geográficas, étnicas e um
número
absoluto
de
casos
novos
crescente,
principalmente,
devido
ao
envelhecimento mundial da população (ANG, 2014; CHAN, 2015).
Além disso, novos estudos mostram que nos últimos anos, por razões ainda
pouco claras, a tendência de declínio da incidência foi interrompida e substituída por
uma tendência ascendente na incidência de tumores proximais, principalmente na
cárdia (ARREGI et al., 2009; CREW, 2006). Este aumento é observado
predominantemente nos países de baixo risco para CG, nos homens e em pacientes
jovens (ARREGI et al., 2009; CHAN, 2015).
Portanto, o CG continuará a representar uma importante causa de câncer de
alta mortalidade para o futuro (CHAN, 2015).
Pela sua alta prevalência na região Norte e pela pequena quantidade de
informações sobre esta patologia na população de Roraima, torna-se importante a
realização de pesquisas que evidenciem o perfil clínico e epidemiológico deste câncer,
para que com o melhor conhecimento das peculiaridades desta população, seja
possível uma melhor vigilância e controle desta doença.
24
2 OBJETIVO
O presente trabalho teve como objetivo:

Conhecer o perfil clínico, epidemiológico e histopatológico do câncer gástrico
dos pacientes atendidos no Serviço de Oncologia do Hospital Geral de Roraima
(HGR) no período de 2010 a 2014.
26
3 JUSTIFICATIVA
A população de Roraima está frequentemente exposta a fatores de risco
conhecidos para o desenvolvimento do CG (infecção por H. pylori, consumo de carne
de sol, carne seca, alimentos ricos em amido e outros), e apresenta alta incidência e
elevada mortalidade, o que torna importante a realização de um levantamento
epidemiológico mais completo que permita compreender as peculiaridades desta
patologia na população deste estado.
28
4 MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa trata-se de um estudo descritivo, transversal, quantitativo e de
caráter retrospectivo realizado através da revisão dos prontuários físicos dos
pacientes com câncer gástrico, diagnosticados e acompanhados no Serviço de
Oncologia do HGR, no período de 2010-2014.
Os números de protocolo dos prontuários foram obtidos por meio da pesquisa
retrospectiva nos livros de registro de quimioterapia e de cirurgias oncológicas
realizadas no período selecionado para o estudo.
Posteriormente, a lista com o número dos protocolos de 86 prontuários
selecionados foi entregue ao Serviço de Arquivo Médico e Estatística, porém 26
prontuários não foram encontrados, dentre os encontrados alguns apresentavam-se
incompletos.
No total foram analisados 60 prontuários (dos 86 solicitados), dos quais foram
extraídas informações para preenchimento de uma ficha impressa (anexo II) que
continha as principais variáveis a serem coletadas: gênero, idade, etnia, estado civil,
escolaridade, ocupação, tipo sanguíneo, renda salarial, história prévia de câncer ou
de outra patologia (infecção por H. pylori, gastrite), história familiar de câncer, hábitos
de vida (etilismo, tabagismo), idade no momento do diagnóstico, queixa principal no
momento do diagnóstico, tipo histológico, estadiamento, sublocalização, abordagem
terapêutica realizada, presença ou ausência de neutropenia durante o tratamento,
presença ou ausência de metástase, situação atual do paciente.
Os dados obtidos foram analisados em forma de porcentagem e pelo Teste
Qui-Quadrado e ANOVA.
O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE:
46038815.4.0000.5302, Número do Parecer: 1.401.095, conforme a Resolução
CNS/196/96.
30
5 RESULTADOS
Os dados obtidos após a análise criteriosa das informações contidas nos 60
prontuários são expostos nesta seção.
5.1 INCIDÊNCIA
Ao longo do período estudado neste trabalho, notou-se que o número de casos
novos de CG manteve-se estável, sem queda ou aumento significativo, exceto pelo
ano de 2012 que apresentou uma incidência de, aproximadamente, 50% menor que
a observada nos outros anos (Figura 2).
14
13
12
Incidência
11
7
2010
2011
2012
2013
2014
Ano
Figura 2: Números absolutos de casos novos de câncer gástrico diagnosticados em cada
ano do período estudado.
5.2 FATORES DE RISCO
Gênero
Em relação ao gênero, 70% dos casos novos de CG acometeram o sexo
masculino (Figura 3).
31
Figura 3: Frequência de casos novos em relação ao gênero, no período de 2010 a 2014.
Idade
Quando foi analisada a faixa etária média de cada ano estudado, verificou-se
que em 2013 houve uma queda na idade média dos casos novos de câncer gástrico
de, aproximadamente, 10 anos quando comparado com os 3 anos anterior, voltando
a subir em 2014 (Figura 4).
2014
2013
2012
2011
2010
57,25
ANO
50,4
61,28
59
61,6
0
10
20
30
40
50
60
70
Média da Faixa etária
Figura 4: Idade média, em cada ano estudado, dos pacientes diagnosticados com câncer
gástrico.
Aproximadamente 57% dos casos concentram-se na faixa etária entre 51 e 70
anos (Tabela 4).
32
Tabela 4: Porcentagem de casos novos distribuídos pela faixa etária.
Faixa etária
Até 40 anos
41 a 50
51 a 60
61 a 70
71 a 80
80 ou +
%
5,5
22,2
24,1
33,3
13
1,8
A média de idade no momento do diagnóstico foi de 58,2 anos, para os
homens, e de 50,3 anos, para as mulheres.
Etnia
Aproximadamente 57% dos pacientes se autodeclarou pardo na ficha de
internação. Somente três pacientes eram indígenas, 9 eram brancos, 4 negros e em
10 prontuários não constava a etnia do paciente (Figura 5).
16%
15%
Branco
5%
0%
7%
Pardo
Negro
Amarelo
Indigena
57%
Não constava
Figura 5: Frequência de cada uma das etnias declaradas.
Estado Civil
Casado foi o estado civil de cerca de 48 % dos pacientes, 20% eram solteiros,
11,6% divorciados, 6,7% viúvos e em 13% dos prontuários não constava o estado civil
dos pacientes.
33
Nível Socioeconômico e Cultural
Dos 45 prontuários que continham informação sobre a escolaridade do
paciente, foi constatado que maioria apresentava baixo nível educacional, com 68,9%
dos pacientes sendo analfabetos ou com ensino fundamental incompleto (Tabela 5).
Tabela 5: Nível educacional dos pacientes com câncer gástrico.
Grau de Escolaridade
Analfabeto
Ensino Fundamental Incompleto
Ensino Fundamental Completo
Ensino Médio Incompleto
Ensino Médio Completo
Ensino Superior
Frequência
5
26
4
3
5
2
%
11,1
57,8
8,9
6,7
8,3
4,4
A ocupação mais citada foi a de agricultor (34,8%), seguida de profissional
autônomo (19,6%), apenas um paciente declarou ser garimpeiro e 14 prontuários não
apresentavam a ocupação dos pacientes.
Hábitos de Vida
Apenas 61,7% e 66,7% dos prontuários constavam se o paciente tinham ou
não histórico de consumo de álcool e tabaco, respectivamente. Destes prontuários foi
verificado que 67,5% dos pacientes consumiram regularmente álcool em algum
momento das suas vidas, e 72,5% fizeram uso de tabaco, confirmando ser um hábito
prevalente nesta população de doentes.
Tipo Sanguíneo
O tipo sanguíneo do paciente estava documentado em 58,3% dos prontuários,
sendo que 48,5% dos pacientes eram tipo O+ e 31,4% eram tipo A+
5.3 REGIÃO ANATÔMICA
Cerca de 28,3% dos prontuários não teve a sublocalização informada; e em
25,6% dos casos, a neoplasia acometia simultaneamente dois ou mais locais e o local
de origem não pôde ser determinado. Considerando somente as neoplasias cujo local
de origem pôde ser definido, a sublocalização mais frequente foi o antro, com 56,2%,
seguida pelo corpo, com 28,1% (Figura 6).
34
Frequência
56,20%
28,10%
Antro
Corpo
6,25%
6,25%
3%
Cardia
Piloro
Fundo
Sublocalização
Figura 6: Frequência das sublocalizações encontradas nos prontuários que continham esta
informação.
5.4 TIPO HISTOLÓGICO
O tipo histológico não foi informado em 9 prontuários e nos demais prontuários
revisados verificou-se que 100% eram classificados como adenocarcinoma gástrico,
não havendo linfomas ou outros tipos. Em 14 prontuários constava apenas a
informação “Adenocarcinoma”, sem especificar o tipo do mesmo.
Considerando apenas os 37 prontuários que especificavam o tipo de adenocarcinoma
e utilizando a Classificação da SBP (2005), o Padrão Gástrico foi o mais frequente
(51,3%) (Tabela 6).
A idade média dos pacientes com Padrão Intestinal foi de 62,33 anos e a do
Padrão Gástrico de 55,3 anos, no entanto, em análise com o ANOVA (p> 0,05), a
diferença entre as idades médias dos dois tipos histológicos não foi considerada
estatisticamente significativa.
35
Tabela 6: Frequência em números absolutos e porcentagem de acordo com o tipo
histológico pela Classificação da SBP, 2005.
Avaliando a incidência do tipo histológico para cada ano do período estudado,
foi verificado que o Padrão Intestinal apresentou uma queda significativa na
incidência, mostrando um declínio de aproximadamente 83% entre 2010 e 2014. Em
contrapartida, o Padrão Gástrico apresentou um aumento na frequência de 200%, no
mesmo período (Figura 7).
Padrão Intestinal
Padrão Gástrico
Padrão pouco diferenciado
Formas especiais
7
6
5
4
3
2
1
0
2010
2011
2012
2013
2014
Figura 7: Incidência, por ano, dos tipos histológicos encontrados.
Quando comparado o tipo histológico e o gênero, evidenciou-se, que não há
diferença estatisticamente significativa, entre os gêneros no padrão gástrico, porém,
em relação ao padrão intestinal há diferença estatística significativa entre o sexo
feminino e masculino, sendo este último o mais acometido.
36
5.5 ESTADIAMENTO
Entre os prontuários revisados, 20% não teve o estágio informado. Quando
considerados os casos com estadiamento informado, metade apresentou estágio IV e
41,7% o estágio III (Tabela 7).
Tabela 7: Frequência dos estadiamento relatados, no período estudado.
Estadiamento
I
II
III
IV
Não informado
Total
Frequência
1
3
20
24
12
60
%
1,7
5
33,3
40
20
100
5.6 METÁSTASE
Vinte prontuários não informavam se os pacientes apresentaram ou não
metástases. Dos que traziam esta informação, 75% relatavam metástase em algum
tecido ou órgão. Destes pacientes, 30% apresentou metástase em mais de um local.
Os locais mais acometidos pelas metástases foram: peritônio e fígado (Tabela 8).
Tabela 8: Número de pacientes que apresentaram metástase e sua frequência, em números
absolutos, em cada um dos tecidos.
Metástase
Peritoneal
Hepática
Pancreática
Pulmonar
Intestinal
Ovariana
Retro peritoneal
Óssea
Número de pacientes
16
10
3
3
3
2
2
1
5.7 TRATAMENTO
Este trabalho verificou que em relação ao tratamento, apenas um paciente
realizou radioterapia associada à quimioterapia e cirurgia (gastrectomia parcial), 56
prontuários relatavam que quimioterapia tinha sido realizada em algum momento do
37
tratamento (Tabela 9) e quatro prontuários não traziam informações sobre a realização
ou não da quimioterapia.
Tabela 9: Tipo e frequência das quimioterapias realizadas no período estudado.
Quimioterapia
Neoadjuvante
Paliativa
Neoadjuvante + Paliativa
Frequência
18
16
%
32,1
28,6
14
25
Neoadjuvante + Adjuvante
Não Informado
5
3
8,9
5,3
Total
56
100
Exatamente 55% dos pacientes passaram por algum procedimento cirúrgico,
seja diagnóstico ou terapêutico (Figura 8) e 29 pacientes (48,3%) passaram por
procedimento cirúrgico associado à quimioterapia.
6%
12%
17%
Gastrectomia Total
Gastrectomia Parcial
Laparotomia Exploradora
65%
Não especificada
Figura 8: Frequência dos tipos de cirurgias realizadas no período estudado.
5.8 EVOLUÇÃO DOS PACIENTES
Um número significativo de prontuários (38,3%) não relatava a condição atual
dos pacientes, dos que informavam esta condição (37 prontuários) um referia que o
paciente mudou seu tratamento para outro serviço, 14 tinham na sua última evolução
médica que o paciente havia recebido “Alta Melhorado” e 22 pacientes (59%) foram a
óbito (Figura 9).
38
3%
"Alta Melhorado"
38%
59%
Óbito
Mudou de Serviço
Figura 9: Porcentagem de cada “condição atual“ dos pacientes, levando em conta apenas
os prontuários que relatavam esta informação.
A idade média dos pacientes que faleceram foi de 63 anos e o período de tempo
entre o diagnóstico e a data do óbito variou de 2 meses até 3 anos e 5 meses.
A sobrevida média dos pacientes que foram a óbito foi de, aproximadamente,
10 meses, e 76,5% teve uma sobrevida menor ou igual a 12 meses (Tabela 10).
Tabela 10: Sobrevida em meses dos pacientes que foram a óbito.
Sobrevida
< 4 meses
> 4 e ≤ 8 meses
> 8 e ≤ 12 meses
> 12 meses
Não Informado
Frequência
6
3
4
4
5
%
27,3
13,6
18,2
18,2
22,7
Dos 14 prontuários (37,8%) que relatavam na sua última evolução que o
paciente havia recebido “Alta Melhorado”, apenas três tinham sido diagnosticados em
2010, logo, pode-se considerar que apenas 8,1% pode ter apresentado uma sobrevida
relativa de cinco anos. No entanto, esse valor pode ser ainda menor, visto que várias
destas evoluções, apesar de serem as últimas realizadas nos prontuários, são antigas
e impossibilitam o cálculo com exatidão da sobrevida dos mesmos.
41
6 DISCUSSÃO
Apesar da literatura mundial e nacional relatar um declínio na prevalência e
incidência do câncer gástrico ao longo das últimas décadas (ARREGI et al., 2009;
BRASIL, 2011, 2012; CHAN, 2015), este trabalho não evidenciou queda no número
de casos novos, no período estudado. Este fato pode ser decorrente da frequente
exposição a alguns fatores de risco a que população estudada está submetida, como
infecção pelo H. pylori, baixo nível socioeconômico e educacional, consumo frequente
de alimentos ricos em amido, carne de sol e seca, entre outros.
Em relação ao gênero, diversos estudos mostram que os homens têm um risco
maior de desenvolver o câncer gástrico quando comparado às mulheres, com uma
razão de aproximadamente 1:2. Porém, em populações de alto risco essa razão pode
ser maior (ARREGI et al., 2009; BRASIL, 2012, 2015), como foi evidenciado neste
estudo com a população de Roraima, que encontrou uma prevalência de 70% dos
casos no sexo masculino. Resultado deste estudo é similar com o relatado no estudo
de Arregi et al. (2009), no qual 63,3% dos CG do Ceará acometeram o sexo masculino
e no estudo de Campelo e Lima (2012) que também evidenciou um predomínio de
59% neste gênero.
Segundo Crew e Neugut (apud ARREGI et al., 2009), assim como em outras
doenças, a incidência aumenta marcadamente com a idade, com pico mundial, entre
50 e 70 anos. Esta pesquisa constatou dados similares aos da literatura, havendo um
predomínio de 57,4% dos casos na faixa etária entre 51 e 70 anos. Em Teresina, no
período de 2004 a 2009, a idade variou entre 31 e 81 anos com a média de 59,7 anos
de idade (CAMPELO, 2012).
Assim
como
em
outros
trabalhos,
as
mulheres
afetadas
eram,
significativamente, mais jovens do que os homens (ARREGI et al., 2009; BRASIL,
2012; CHAN, 2015). Na presente pesquisa, a média de idade no momento do
diagnóstico foi de 58,2 anos, para os homens, e de 50,3 anos, para as mulheres.
Pesquisas baseadas em censos educacionais, de renda familiar e de ocupação
mostram que o câncer gástrico é uma doença associada ao baixo nível
socioeconômico e cultural, pois geralmente esta população, menos favorecida, está
42
mais exposta a vários fatores de risco, como o consumo exagerado de sal e a infecção
por H. Pylori e pode apresentar uma incidência de CG duas a três vezes maior do que
em classes mais abastadas (BRASIL, 2014; LATORRE, 1997; ANG, 2014; ARREGI,
2009). Como o número de prontuários que possuíam informações sobre a renda
familiar foi muito pequeno, foram utilizados o nível de instrução e a ocupação como
indicadores de renda. Foi notado que a população mais acometida, assim como na
literatura, apresentava baixo nível educacional (cerca de 70 % eram analfabetos ou
com ensino fundamental incompleto), e as profissões mais citadas eram as de baixo
retorno financeiro, como agricultor, doméstica, pedreiro, entre outras.
Hábitos de Vida
O uso de tabaco e de álcool, de modo contínuo, pode levar à morte e ao dano
celular, com hiperproliferação de células anormais de forma acelerada, podendo
resultar na mutação de oncogênes ou de gene supressor de tumor, como o p53,
levando a perda da sua função e consequentemente à carcinogênese (BAU, 2011).
Aproximadamente 67% e 72% dos pacientes deste estudo fizeram uso de
álcool e tabaco, respectivamente, o que deve ser um dos fatores responsáveis pelo
elevado número de casos de CG existentes no estado de Roraima.
Estudos demonstram um aumento no risco de câncer gástrico de 1,5 a 1,6
vezes para fumantes quando comparados a não fumantes. Estima-se que 11% dos
casos de câncer gástrico por ano podem ser atribuídos ao consumo de cigarros
(MEINE et al., 2004).
Já em relação a influência do consumo do álcool na patogênese do câncer
gástrico permanece inconclusiva na literatura, no entanto, não se pode descarta-lo
como um dos fatores de risco (BAU, 2011; MEINE et al., 2004).
Tipo Sanguíneo
Os tipos sanguíneos mais encontrados neste estudo foram o grupo O+ (cerca
de 48%) e A+ (com 31%). Este achado pode ser comparado com alguns estudos que
correlacionam o desenvolvimento do câncer gástrico e o grupo sanguíneo A (BAU,
2011; BARBOSA, 2011; DANTAS, 2009).
43
Algumas pesquisas relatam um aumento na frequência de câncer gástrico em
pacientes do grupo sanguíneo A e uma maior associação entre o grupo O e a úlcera
péptica (BARBOSA, 2011).
Boren et al. (1993 apud BARBOSA, 2011), mostrou que indivíduos do grupo
“O” apresentavam mais receptores para a H. Pylori, sendo portanto, mais susceptíveis
a infecção por essa bactéria.
Sublocalização
As diferenças na sublocalização anatômica da neoplasia gástrica são
observadas em populações com localização geográfica, características raciais e
socioeconômicas distintas (ARREGI et al, 2009).
Em Roraima, foi encontrado um predomínio na sublocalização do antro
(56,2%), seguida pelo corpo (28,1%).
Resultado semelhante foi encontrado no estudo realizado por Campelo e Lima
(2012) com a população de Teresina, onde a região anatômica mais acometida
também foi o antro (54,5%), seguida do corpo (31,9%).
No entanto, estes resultados diferem em parte de outros estudos como o
realizado por Arregi et al. (2009) que evidenciou, na população do Ceará, a
sublocalização mais frequente no corpo (43,2%), seguida pelo antro (25,6%) e cárdia
(22,2%).
A região anatômica mais acometida no estado de Roraima mostra não ser
compatível com a situação geral descrita nos últimos 30 anos, que revela aumento na
incidência de tumores proximais, especialmente a cárdia (BRASIL, 2012), mantendo
ainda, com a maior frequência, a sublocalização no terço inferior ou médio.
Tipo histológico
De acordo com vários estudos, os adenocarcinomas constituem cerca de 95%
de todas as neoplasias de estômago, e dos outros 5%, mais da metade é de linfomas
44
(CHAN, 2015; LATORRE, 1997; ANG, 2014; ARREGI et al., 2009). Nesta pesquisa,
dentre os prontuários que informavam o tipo histológico, as neoplasias epiteliais foram
as únicas encontradas, sendo 100% adenocarcinomas.
Dos adenocarcinomas, o tipo intestinal é o mais frequente e predomina em
áreas de incidência elevada sendo, atualmente, considerado o responsável pela
variação internacional e queda na incidência das neoplasias de estômago (CHAN,
2015; ARREGI et al., 2009).
De forma coerente com estes dados foi encontrado neste trabalho um declínio
significativo na incidência do padrão intestinal, embora não tenha sido notada uma
queda na incidência global do CG na população estudada, possivelmente, por ter
ocorrido um aumento simultâneo na incidência do padrão gástrico.
Estadiamento
O estadiamento é o fator prognóstico mais importante (BRASIL, 2011, 2013b;
ZILBERSTEIN et al., 2013; ARREGI et al., 2009), visto que quanto mais precoce é o
diagnóstico maior é a sobrevida. No entanto, por ser um câncer indolente mais de 50%
dos doentes são diagnosticados nos estágios III e IV. Nesses estágios, a sobrevida
após cinco anos é de 33,4% e de 2%, respectivamente (MANDORWSKI, 2002 apud
ARREGI et al., 2009).
Neste trabalho, foi encontrado um elevado número de óbitos e a porcentagem
dos prontuários (8,1%) que relatou uma sobrevida relativa de cinco anos, ficou muito
aquém da observada na população da literatura mundial, a qual relata que a sobrevida
relativa de cinco anos é em torno de 30% nos países desenvolvidos e 20% nos países
em desenvolvimento (CHAN, 2015; ZILBERSTEIN et al., 2013).
Esta baixa sobrevida, pode ser atribuída ao fato de 70% dos casos terem sido
diagnosticados já com estágio III ou IV, evidenciando que ainda há um grande trabalho
a ser realizado em relação ao diagnóstico precoce da doença no Estado de Roraima.
Metástase
45
Por serem frequentemente diagnosticado tardiamente, os casos de metástase
do CG não são incomuns. O padrão difuso de Lauren apresenta maior potencial
metastático, principalmente para peritônio, pulmão e ovário (tumores de Krukenberg).
Já no tipo intestinal é recorrente e extensa a invasão do fígado (ZHENG et al., 2007).
Verificou-se, neste trabalho, que os locais mais acometidos pelas
metástases foram o peritônio (40%), seguido pelo fígado (25%), considerando apenas
os prontuários que traziam esta informação, sem ser possível, no entanto, discriminar
quais eram do tipo difuso ou intestinal.
47
7 CONCLUSÕES
Apesar de todas as barreiras encontradas para o desenvolvimento deste
trabalho, foi possível concluir que a população do Estado de Roraima não apresentou
variação significativa no número de casos novos, no período de 2010 a 2014. Embora
a tendência mundial tenha sido a redução na incidência do CG, assim como no
aumento no número de casos na região anatômica da cardia, na população do Estado
de Roraima não foi observado nem o declínio na incidência, nem a alteração na
localização anatômica, reforçando a ideia de que o CG apresenta diferenças conforme
diferentes regiões geográficas e suas condições socioeconômicas e culturais.
No entanto, o perfil descrito é similar ao observado em outros países em
desenvolvimento, quando se refere a localização ser predominante no antro e no
corpo (1ª e 2ª localizações anatômicas).
O sexo masculino é o mais acometido pelo CG assim como nas demais regiões
do país e do mundo.
A grande maioria dos diagnósticos foi tardio, acarretando em uma baixa
sobrevida dos pacientes, mostrando que ainda há um grande trabalho a ser realizado
em relação ao diagnóstico precoce da doença, bem como a importância de
acompanhar as tendências de incidência e mortalidade para verificar mudanças em
relação ao peso dessa neoplasia no Estado de Roraima.
A falta de um setor organizado para o armazenamento dos prontuários foi
uma importante limitação neste trabalho. A utilização de prontuários físicos e não
digitalizados pelo Hospital Geral de Roraima dificultou as pesquisas, tendo em vista
que muitas informações não puderam ser encontradas devido a vários fatores, como
duplicidade de prontuários de um mesmo pacientes; prontuários incompletos, com
exames e evoluções médicas incompletas ou ausentes; a inexistência de várias
informações pertinentes, cujo conhecimento seria interessante para melhor definir as
características etiológicas do câncer gástrico na população avaliada (renda salarial,
história prévia e familiar de câncer ou de outras patologias associadas, queixa
principal no momento do diagnóstico, presença ou ausência de neutropenia durante o
tratamento entre outras variáveis).
48
A impossibilidade de analisar todos os prontuários solicitados (visto que muitos
não foram sequer encontrados) e a falta de informação, ou a inespecificidade das
mesmas, impossibilitaram conclusões mais firmes e podem ter comprometido as
associações estatísticas observadas.
49
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, R. C. Adenocarcinoma do estômago: análise de aspectos
morfológicos e do perfil imuno-histoquímico de mucinas dos tipos histológicos
propostos na classificação da Sociedade Brasileira de Patologia, 2005. 2009. 134
p. Tese de Doutorado. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. p. 1721. 2009.
ANG, T. L.; FOCK, K. M. Clinical epidemiology of gastric cancer. Singapore Med J,
v.12,
n.
55,
p.
621-628,
2014.
Disponível
em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4291998/ . Acesso em: 10 dez. 2015.
ARREGI, M. M. U. et al. Perfil clínico-epidemiológico das neoplasias de estômago
atendidas no Hospital do Câncer do Ceará, no período 2000-2004. Revista Brasileira
de
Cancerologia,
v.
55,
n.
2,
p.121-128,
2009.
Disponível
em:
http://www.inca.gov.br/rbc/n_55/v02/pdf/05_artigo2.pdf . Acesso em: 01 abr. 2015.
BARBOSA, L. F. Distribuição dos fenótipos de Grupos Sanguíneos ABH e Lewis
na infecção pela Helicobacter Pylori. 2011. 35p. Trabalho de Conclusão de Curso.
Univ.
Fed.
Do
Pará,
Belém,
p.8.
2011.
Disponível
em:
http://fbm.ufpa.br/pdf/TCC2008/TCC10.pdf . Acesso em: 04 jan. 2016.
BAU, F. C.; HUTH, A. Fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento do
câncer gástrico e de esôfago. Revista Contexto & Saúde Ijuí, v. 21 n. 11, Jul./Dez,
p.
16-24,
2011.
Disponível
em:
https://revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/article/viewFile/382/1022 . Acesso
em: 11 maio 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. ABC do câncer :
abordagens básicas para o controle do câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2ª. Ed. p.
31, 65,110. 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Câncer no Brasil: dados
dos registros de base populacional.Rio de Janeiro: INCA, p. 487. 2010.
50
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa
2014/2015. Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, p.38-39, 68. 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes
Diagnósticas e Terapêuticas Adenocarcinoma de Estômago. Ato Portaria Nº 505,
de
6
de
Maio
de
2013.
2013.
http://conitec.gov.br/images/Protocolos/DDT/Adenocarcinoma_Estomago.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2016/2017.
Incidência
de
Câncer
no
Brasil.
Rio
de
Janeiro:
INCA.
2015.
http://www.inca.gov.br/wcm/dncc/2015/estimativa-2016.asp
CAMPELO, J. C. L; LIMA, L. C. Perfil Clinicoepidemiológico do Câncer Gástrico
Precoce em um Hospital de Referência em Teresina, Piauí.Revista Brasileira de
Cancerologia, v.58, n 1, p. 15-20, 2012.
CHAN, A. O. O.; WONG, B. Epidemiology of gastric cancer. Artigo Up to date,
Disponível
em
<http://www.uptodate.com/contents/epidemiologyofgastriccancer?source=search_res
ult&search=carncer+gastrico&selectedTitle=29%7E150>. Acesso em: 27 nov 2015.
CREW, K. D.; NEUGUT. A. I. Epidemiology of gastric cancer. World J Gastroenterol,
v.3,
n.12,
p.354-62,
Jan.
2006.
Disponível
em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4066052/. Acesso em: 23 jul 2015.
CUTAIT, R.; GARICOCHEA, B.; COTTI, G. C. C. Diagnóstico e manejo do câncer
gástrico familiar. Rev. Col. Bras. Cir., Rio de Janeiro, v.28 n.4, p. 288-92,
Jul/Aug.
2001.
Disponível
em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69912001000400010.
Acesso em: 20 jan 2016.
DANTAS, E. L. R. Genética do Câncer Hereditário. Revista Brasileira de
Cancerologia,
v.55,
n.
3,
p.263-269.
2009.
Disponível
em:
http://www.inca.gov.br/rbc/n_55/v03/pdf/67_revisao_literatura1.pdf . Acesso em: 30 abr
2015.
51
EARLE, C.; MAMON, H. Adjuvant and neoadjuvant treatment of gastric cancer. Artigo
Up
To
Date.
Disponível
em:
http://www.uptodate.com/contents/adjuvant-and-
neoadjuvant-treatment-of-gastriccancer?source=search_result&search=Adjuvant+and+neoadjuvant+treatment+of+gastric
+cancer&selectedTitle=1~150. Acesso em: 03 agosto 2015.
KURIYAMA, S., et al. Obesity and risk of cancer in Japan. Int J Cancer, v.113, p.148–
57,
jan.
2005.
Disponível
em:
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ijc.20529/abstract. Acesso em: 18 jan 2016.
LATORRE, M. R. D. O. A mortalidade por câncer de estômago no Brasil: análise do
período de 1977 a 1989. Cad Saude Pública, v. 13 (supl 1), p.67-78. 1997. Disponivel
em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X1997000500007&lng=en. Acesso em: 24 set 2015.
MEINE, G. C., et al. Câncer gástrico: experiência de um hospital geral. Revista
AMRIGS, Porto Alegre, v. 48, n. 2, p. 86-89, abr.- jun. 2004. Disponível em:
http://www.amrigs.com.br/revista/48-02/ao%2003.pdf. Acesso em 30 nov 2015.
SJODAHL, K., et al. Body mass and physical activity and risk of gastric cancer in a
population-based cohort study in Norway. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev., v.17,
p.135–40. 2008. Disponível em: http://cebp.aacrjournals.org/content/17/1/135.long.
Acesso em: 16 jan 2016.
WEI, X. L. et al. Hepatitis B virus infection is associated with gastric cancer in China:
an endemic area of both diseases. British Journal of Cancer, v.112, p.1283-90,
March.
2015.
Disponível
em:
http://www.nature.com/bjc/journal/v112/n7/full/bjc2014406a.html. Acesso em: 04 dez
2015.
ZHENG, H., et al. Pathobiological characteristics of intestinal and diffuse-type gastric
carcinoma in Japan: an immunostaining study on the tissue microarray. J Clin Pathol,
v.60,
n.
3,
p.
273-7,
Mar.
2007.
Disponível
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1860577/. Acesso em: 21 dez 2015.
em:
52
ZILBERSTEIN, B. et al. Consenso Brasileiro Sobre Câncer Gástrico: Diretrizes Para
O Câncer Gástrico no Brasil. Arq Bras Cir Dig., v.26, n.1, p. 2-6. 2013. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/abcd/v26n1/02.pdf. Acesso em: 02 abr 2015.
Anexo
Download