NASA: 1284 novos planetas, 9 podem ter vida

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NASA: 1284 novos planetas, 9 podem ter vida
NASA: 1284 novos planetas, 9 podem ter vida
2016-05-10 19:29:49
Surpreendentemente a NASA acaba de anunciar que 1.284 dos corpos de potencial interesse
encontrados pela sonda Kepler foram validados como planetas.
Nunca antes tinham sido identificados tantos novos exoplanetas de uma vez por uma agência espacial.
De acordo com o estudo já publicado no Jornal de Astrofísica, nove destes planetas estão nas zonas de
habitabilidade das estrelas que orbitam, significando isto que podem ter condições para ter vida.
A agência especial descobriu ainda 428 corpos que foram rotulados de “falsos positivos” porque, embora
não tenha sido possível estudá-los convenientemente até à época, têm maior probabilidade de não serem
planetas do que de serem. Esses corpos são chamados “impostores”. Essa informação só pode ser
confirmada estudando-os durante a sua passagem entre a sonda e a estrela que orbitam, o que ainda
não foi possível. Sabe-se também que os exoplanetas são comuns e que a esmagadora maioria das
estrelas têm planetas a elas associados.
O anúncio oficial ao mundo está a ser realizado em teleconferência esta terça-feira por Paul Hert (diretor
da Divisão de Astrofísica da sede da NASA em Washington), Timothy Morton (investigador associado na
Universidade de Princeton em Nova Jérsia), Natalie Batalha (cientista da missão Kepler no Centro de
Investigação de Ames da NASA em Moffett Field) e Charlie Sobeck (gestor das missão Kepler e K2 em
Ames). Uma equipa de astrofísicos da agência espacial norte-americana está a responder às dúvidas dos
internautas no Twitter, através da hashtag #askNASA.
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Missão Kepler lançada para responder a muitos enigmas
Há séculos que o ser humano se interroga sobre a existência de outros mundos semelhantes ao
terrestre. A missão Kepler, décimo programa de exploração deste género da agência espacial
norte-americana, tenta responder a esta (e outras) perguntas. “Kepler” é uma sonda espacial que
funciona como observatório para outras regiões da Via Láctea. O objetivo da sonda, lançada para o
espaço em março de 2009, é encontrar e estudar outros planetas, com o tamanho próximo ao da Terra,
que não orbitem o Sol. O método é simples: a sonda Kepler deteta os milhões e milhões de estrelas da
nossa galáxia que possam ter sistemas de planetas em seu redor. E vai em busca deles.
O que precisa de saber sobre a sonda Kepler
Desde que a sonda Kepler deixou a Terra para viajar pela galáxia fora já nos mostrou mundos
verdadeiramente extraordinários. Graças ao projeto da NASA sabemos, por exemplo, que há três tipos de
exoplanetas mais comuns no Universo próximo: são os gigantes gasosos; os planetas semelhantes à
Terra, mas extremamente quentes e com órbitas muito curtas; e os gigantes de gelo. Posto isto, a missão
agora é outra: encontrar mais planetas telúricos (planetas semelhantes à Terra em tamanho e solidez)
nas zonas habitáveis das estrelas que orbitam, onde pode existir água líquida à superfície.
Qual é o comportamento dos planetas gigantes? Sonda Kepler vai dar-nos resposta
Com isto, a sonda Kepler vai dar-nos resposta a seis dúvidas: qual é a percentagem de planetas telúricos
ou maiores que existem nas zonas habitáveis das estrelas? Como são as suas órbitas: curtas ou longas,
próximas ou distantes, regulares ou irregulares? Quantos planetas existem a orbitar sistemas com mais
do que uma estrela? Qual é o comportamento dos planetas gigantes: que massas e densidades têm,
quanto tempo demoram a girar sobre eles próprios? Como são essas estrelas que os planetas orbitam?
Que outras técnicas podemos usar para descobrir e explorar sistemas planetários?
Aos poucos e poucos, a NASA vai recebendo respostas. E por isso é que, em dezembro do ano
passado, publicou um vídeo no YouTube onde ilustra como são as órbitas dos sistemas planetários
múltiplos nos arredores do Sistema Solar. As órbitas foram colocadas em escala, mas o tamanho dos
planetas não, para que vejamos com maior nitidez como, mesmo preenchido por tanto espaço vazio, o
nosso universo está cheio de novidades para nos dar. Veja aqui o vídeo com a ilustração dos 1.705
planetas e 685 sistemas planetários que tinham sido encontrados até 24 de novembro de 2015.
Ora, os últimos dias foram marcados pela passagem de Mercúrio entre o Sol e a Terra, um evento que só
voltaremos a ver daqui a três anos. Na verdade, este evento tem mais ligação com a missão Kepler do
que parece à primeira vista. É que é precisamente a passagem dos planetas entre a Terra e a estrela que
eles orbitam que permite à sonda estudar os corpos extrassolares. Confuso? Nós explicamos.
#ICYMI: Here's the full #MercuryTransit. For 7.5 hrs today, Mercury was visible as a tiny black dot crossing
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the sunhttps://t.co/sYXWe5NufG
— NASA (@NASA) 9 de maio de 2016
Os cientistas chamam de trânsito astronómico ao fenómeno em que um corpo celeste passa em frente de
outro maior, bloqueando parte da sua visão. É por causa dos trânsitos astronómicos que existem eclipses
ou vemos pequenos pontos negros no Sol quando Mercúrio ou Vénus passam entre o nosso planeta e a
nossa estrela. Esse efeito é a ferramenta de busca da sonda Kepler, que funciona como um soldado de
guarda no meio de uma guerra: ela procura por pequenos pontos negros que atenuem o brilho natural
das estrelas e vai ao encontro deles, para confirmar se são planetas.
Se forem, o passo seguinte da sonda Kepler é descobrir as características dos corpos celestes,
principalmente a duração da translação do planeta e a massa do Sol, algo que se consegue tendo em
conta quanto é que o brilho da estrela diminui à passagem do planeta. Outras características, como o
tamanho do planeta e a sua temperatura, obtêm-se através do perfil da órbita dos corpos celestes. Com
um registo de todas estas informações (algo que tem de durar poucas horas, aproveitando o trânsito
astronómico), a NASA fica mais perto de saber se o planeta pode ou não estar na zona habitável da
estrela.
Este projeto da NASA foi de tal modo bem sucedido que a agência norte-americana decidiu dar
continuidade através da missão K2 ou “Second Light”. Essa missão, nascida a 18 de novembro de 2013,
é a que nos trouxe novidades para a Terra, as mesmas que hoje foram anunciadas, depois de quase três
anos a olhar para estrelas novas, supernovas e fenómenos cósmicos impressionantes.
Ambas as missões foram batizadas em homenagem a Johannes Kepler, um astrónomo e matemático
alemão que descobriu as três leis fundamentais da mecânica planetária. Em palavras simples: Kepler foi o
homem, discípulo de um dos maiores astrónomos do século XVII, que explicou ao mundo como é que os
planetas se movem. Os seus estudos serviram de base para Isaac Newton.
Via
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