1 PERSPECTIVAS DA ESTIMULAÇÃO DA RESPOSTA

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Como citar este capítulo:
BASCUÑÁN, C.C. Perspectivas da estimulação da resposta imune da glândula mamária bovina.
In: DURR, J.W., CARVALHO, M.P., SANTOS, M.V. O Compromisso com a Qualidade do Leite. Passo Fundo: Editora UPF, 2004, v.1, p. 105-129.
PERSPECTIVAS DA ESTIMULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE DA GLÂNDULA
MAMÁRIA BOVINA1
C. Concha Bascuñán*
* Med.Vet, MSc & PhD.Faculdade de Ciências Veterinárias e Pecuárias. Universidade do
Chile.Av Santa Rosa 11735. La Pintana Santiago de Chile
[email protected]
Resumo
No presente trabalho foram analisados o sistema imunológico natural e o adquirido
do bovino em relação à glândula mamária. Observou-se que existiu um incremento nas
informações em relação ao sistema imune da glândula mamária, principalmente nos últimos
15 anos. Isto permite planejar novas estratégias para o controle de mastite baseada em
estimulação de sistemas de defesa relacionadas ao sistema imune. Os imunomoduladores,
intimamente relacionados ao sistema imunológico, oferecem possibilidades de serem
utilizados, desenvolvendo-se imunomoduladores por microorganismos, produtos microbianos
e plantas medicinais. Porém uma completa avaliação cientifica é necessária para incrementar
o uso destas informações a campo. Os adjuvantes, como uma etapa superior dos moduladores,
oferecem uma importante participação em novas vacinas capazes de estimular também a
imunidade mediada por células, como é o caso do ISCOM’s e micro-esferas. A característica
de possuir a capacidade de estimular a imunidade mediada por células parece ser um grande
limitante de todas as vacinas atualmente conhecidas contra mastite.
Introdução
A mastite bovina é uma enfermidade altamente prevalente na vaca leiteira,
especialmente quando os animais sofrem estresse como acontece no período peri-parto
(Kehrli, 2002). Esta enfermidade reduz a produção e qualidade do leite com imensas perdas
econômicas estimadas em $200 USD por vaca/ano nos USA (Smith e Hogan, 2001).
A mastite continua sendo a enfermidade mais cara para a industria leiteira mundial
segundo resultados de uma intensiva investigação em rebanhos leiteiros durante as últimas
décadas, onde os tratamentos com antibióticos a todas as vacas no momento da secagem e
todas as mastites clínicas observadas, tem tido resultados modestamente satisfatórios contra
microorganismos contagiosos (Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae). Porém, a
rotina de tratamento de todas as vacas tem sido criticada, recomendando-se uma terapia
seletiva (com identificação de bactérias), reduzindo-se assim os custos de tratamento e a
eliminação indiscriminada de patógenos menores que estariam tornando as vacas mais
susceptíveis a patógenos ambientais como coliformes, geralmente resistentes a todos os
antimicrobianos (Erskine, 2000).
Pesquisadores concordam que o controle da mastite depende mais da prevenção do
que de tratamentos, e o desenvolvimento de novas estratégias para prevenir a enfermidade é
imprescindível para a produção leiteira do futuro (Peorala, 2002; Sordillo e Scott, 1995).
1
Tradução: Adriana Aquino e Ygor Vinícius Real de Lima, Pós-graduação – Nutrição Animal, Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia – USP.
Disponível em: http://www.cbql.com.br/biblioteca.php
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O sistema imunológico mamário compreende mecanismos de imunidade inespecífica
ou natural e da imunidade adquirida ou específica do úbere, que podem ser imunologicamente
estimulados ou imunopotenciados para melhorar a resistência deste importante órgão contra a
mastite.
Em termos gerais, hoje em dia utiliza-se a denominação “imunomodulação” como
sinônimo de imunoestimulação ou imunopotenciação, onde o termo imunomodulação poderia
compreender também efeitos negativos, tais como imunodepressão ou imunossupressão.
Desta maneira, a imunoestimulação pode ser específica contra um antígeno, e neste caso se
referirá a uma “vacinação”. Porém referindo-se a uma estimulação do sistema imune inato ou
natural, pode-se denominar sempre como “imunomodulação”.
No presente trabalho foram analisados componentes de defesa da glândula mamária,
capazes de estimular a resposta imune do órgão contra a mastite. Deve-se tomar cuidado para
que esta resposta imune continue sendo um conjunto de mecanismos de proteção que se
ativam mediante estímulos fisiológicos naturais que não comprometam a qualidade do
produto para o consumo humano, nem que sejam manipulações profundas dos sistemas
orgânicos. Desta maneira, os seguintes aspectos serão analisados:
I)
II)
III)
I)
Sistema imune da glândula mamária bovina
Imunomoduladores e adjuvantes
Vacinas contra mastite
Defesas da glândula mamária bovina
Barreiras físicas: Kehrli e Harp (2001), analisaram o papel do teto e do canal,
concluindo que eles constituem a “primeira linha de defesa” da glândula mamária. A
queratina presente contem fatores bacteriostáticos e a Roseta de Furstenberg - na entrada do
canal- tem una população de leucócitos protetores e proteínas catiônicas bactericidas.
Sistema imunológico inato ou natural: Tizard (2002) define como “segunda linha
de defesa” os mecanismos químicos e celulares conhecidos de maneira coletiva como
imunidade inata ou natural. Uma capacidade chave da imunidade inata é a resposta defensiva
centralizada do órgão afetado desencadeando uma inflamação. A inflamação, em resposta as
lesões tissulares microbianas induz aumento de fluxo sanguíneo e acúmulo de células capazes
de destruir invasores. Estas células são neutrófilos e monócitos (macrófagos na glândula
mamária) capazes de fixar, ingerir e destruir substâncias entranhas mediante o processo de
fagocitose. Os fagócitos estimulados expressam proteínas aderentes chamadas seletinas e
integrinas, podendo migrar desde os tecidos em um mecanismo chamado quimiotaxia. A
união do fagócito com a bactéria requer um recobrimento protéico para promover a ingestão,
estas moléculas são as opsoninas, que no caso da imunidade inata correspondem a um tipo de
complemento.
No sistema imunológico inespecífico existe a participação ativa de neutrófilos,
monócitos, macrófagos e também de um tipo de linfócito chamado de célula assassina natural
(NK). Estas células NK atuam mediante mecanismos citotóxicos ativados por interleucinas
sobre células tumorais e também, por exemplo, sobre S. aureus obtidas do tecido mamário e
ativadas in vitro por interleucinas-2 (Sordillo et al. 1991).
Na inflamação produzida por mecanismos imunológicos inatos, os neutrófilos e
monócitos/macrófagos se acumulam para destruir a bactéria invasora (Persson et al. 1992). As
células epiteliais presentes nos tecidos e secreções da glândula mamária participam também
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da defesa do úbere, prevenindo a adesão bacteriana através de fagocitósis (Collins, et al.
1986; Nickerson, 1989).
As células das secreções mamárias são representativas das células encontradas nos
correspondentes tecidos mamários (Eagamuchi et al. 1999), nos ruminantes existem também
células dendríticas (DC) que são potentes apresentadoras de antígenos (Coughlan et al. 1996).
Paape et al. (2000) descreve as células presentes nas secreções mamárias e suas características
da seguinte maneira:
1. As células que compõem o leite normal consistem em linfócitos, neutrófilos e
macrófagos, assim como células epiteliais. Pela presença destas últimas, foi criado o
termo geral de células somáticas (CCS).
2. Nos quartos mamários livres de infecções, os macrófagos são o tipo de célula
predominante (35-79%), seguido pelos neutrófilos (3-26%), linfócitos (10-24%) e células
epiteliais (2 -15%).
3. Durante os períodos médio e final da lactação, a porcentagem de neutrófilos tende a
aumentar, com diminuição de linfócitos.
4. Em úberes infectados a porcentagem de neutrófilos pode aproximar-se de 100%.
5. A contagem de células somáticas (CCS) de úberes não infectados é normalmente abaixo
de 50.000/ml; porém as vacas com infecções intramamárias (IMI), do tipo subclínica
tendem a contagens maiores.
Junto à imunidade inata operam também na glândula mamária, proteínas bactericidas
como complementos do tipo: lisozima, sistema lactoperoxidase-tiocicanato e lactoferrina. O
complemento é um complexo de proteínas presentes no soro sanguíneo e leite, capaz de
incrementar a fagocitose. Sua concentração é alta no colostro e leite proveniente de vacas com
mastite, porém baixa em leite normal (Oliver e Sordillo, 1989). A lisozima é uma proteína
bactericida do leite capaz de destruir os peptideoglicanos dos microorganismos grampositivos e a membrana externa dos gram-negativos (Nickerson, 1990). A lactoferrina é uma
glicoproteína ativa contra coliformes durante o período seco do úbere e poderia ser uma
interessante sustância na prevenção e terapia da mastite (Kutila et al. 2001). A
lactoperoxidase, junto com o tiocianeto e o peróxido de hidrogênio são bacteriostáticos contra
bactérias gram-positivas e gram-negativas, porém pela baixa concentração de oxigênio no
úbere, não são considerados mecanismos muito eficientes (Sordillo et al. 1997).
Sistema imunológico adquirido o específico: De acordo com Tizard (2002), a
imunidade adquirida ou específica constitui um sistema de defesa que não somente reconhece
e destrói os antígenos invasores, mas também retém “memória” do episódio. Se o mesmo
microorganismo invadir pela segunda vez o sistema imunológico, a reação ocorre com maior
prontidão e eficácia. O sistema imunológico adquirido consiste em duas porções principais
que proporcionam resistência aos invasores; uma se dirige contra os invasores extracelulares,
os quais são destruídos pelas proteínas chamadas anticorpos - denominando-se imunidade
mediada por anticorpos ou imunidade humoral - e a outra como imunidade mediada por
células ou imunidade celular.
Imunidade mediada por anticorpos ou humoral: Os anticorpos ou
imunoglobulinas (Ig) secretados pelas células plasmáticas são originados desde os linfócitos
B. Os linfócitos B no leite normal representam menos de 20% do total (Concha et al. 1978).
Existem quatro classes de Ig no bovino IgG, IgM, IgA e IgE. Além disso, com três subclasses,
IgG1, IgG2a e IgG2b (Tizard, 2002). IgG é o isotipo do sangue e tem o papel principal na
defesa mediada por anticorpos, além disso é a menor classe, o que o permite passar facilmente
desde o sangue periférico. Assim, no bovino, o IgG1 predomina sobre o IgA nas secreções da
glândula mamária (Roth e Desmech, 1998). As Ig são componentes do sistema imune
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adquirido e podem penetrar no úbere durante o processo de inflamação (IgG1 e IgG2), mas
também são secretadas nas células plasmáticas dos tecidos locais do úbere (IgA e IgM). As Ig
são agentes opsonizadores (IgG1-IgG2), prevenindo a colonização bacteriana e a IgA também
apresenta a capacidade de neutralizar as toxinas (Kehrli e Harp, 2001). Na glândula mamária
da vaca, a migração dos linfócitos, que é uma parte da imunidade adquirida, está mais
relacionada com o sistema imunológico periférico do que com o sistema imunológico das
mucosas, como acontece em monogástricos (Sheldrake et al.1988).
Imunidade mediada por células: As células do sistema imune secretam uma grande
variedade de proteínas em resposta a sinais antigênicos que regulam as imunoreações,
enviando sinais entre células, chamadas genericamente citoquinas (Tizard, 2002). Estas
podem ser: interleucinas, IL1 – IL2, etc.; interferons, resposta e inibição de vírus, IFN –α,
IFN, etc. e fatores de necrose tumoral, regulação imunológica, inflamação, TNF-α, etc.
A imunidade mediada por células está representada basicamente pelos linfócitos T.
Pode-se dividi-los por seus receptores em αβ e γδ. Os linfócitos Tαβ incluem CD4+ (T
linfócitos) e CD8+ (linfócitos T citotóxicos ou supressores). Todos os linfócitos T representam
aproximadamente 47% no leite normal (Concha et al. 1978). As diferentes populações de
linfócitos Tαβ no úbere tem sido estudados por Kimura et al. (1999).
Basicamente, os linfócitos Tγδ tem sido considerados como protetores das
superfícies epiteliais dos órgãos em ruminantes e dependentes principalmente do sistema
inato (Weatt et al. 1996).
Os linfócitos CD4+ podem dividir-se em linfócitos Th-1, que produzem interleucinas
(IL) reguladoras e efetoras tais como IL-2 e IFN-γ (interferon) induzindo assim uma resposta
inflamatória. Os linfócitos de Th-2 produzem IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13, estimulando a
proliferação de linfócitos B e a secreção de imunoglobulinas (Mallard et al., 1998). As células
CD8+ podem destruir células infecciosas ou células que contém bactérias intracelulares; estas
exercem uma supressão específica na resposta imune do bovino (Kimura et al. 1999). Ambas
populações de linfócitos T e B manifestam no bovino uma memória imunológica em resposta
aos antígenos (Tizard, 2002). Na glândula mamária da vaca a memória dos linfócitos T tem
sido estudada por Taelor et al. (1994).
Na secreção mamária, a relação é sempre mais baixa que no sangue e com mais altas
proporções de linfócitos T CD8+ supressores (Park et al. 1992; Mallard et al. 1998). A
predominância das células CD8+ na glândula mamária e suas secreções sugerem uma grande
quantidade de funções destas células, que além de uma função supressora no úbere -sendo isto
uma desvantagem- também inclui efeitos defensivos como citotoxicidade e remoção de
células danificadas (Eamaguchi et al., 1999).
Durante o periparto, as vacas de alta produção são especialmente susceptíveis a
mastite, indicando a existência de um compromisso do sistema imune, causado
principalmente por um stress fisiológico originado na repentina alta produção de leite. O
stress se manifesta a través de uma diminuição dos neutrófilos circulantes, uma resposta
inflamatória retardada e uma baixa capacidade destrutiva dos neutrófilos (Burvenich et al.
2000). Durante o peri-parto, a relação CD4+:CD8+ é menor que 1.0 e quando a glândula
mamária está infectada com S. aureus a relação é mais baixa, com supressão da blastogênese
linfocitária (Park et al. 1993).
Está claro que na mastite bovina, as variações dos leucócitos observadas em
diferentes etapas da lactação sugerem que os mecanismos defensivos dependem em grande
parte das respostas da imunidade mediada pelos linfócitos T; assim, estudos recentes indicam
que vacas que apresentam relações CD4+:CD8+ menores de 1.0 em ambos os sistemas, sangue
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periférico e secreções mamárias, são animais significativamente mas susceptíveis à mastite
(Park et al. 2004).
II)
Imunomoduladores e adjuvantes
a) Imunomoduladores
As respostas imunes inatas e adquiridas são as medidas mais significativas pelas
quais os animais combatem as enfermidades, deste modo, a modulação ou regulação de uma
resposta imune, é uma capacidade intrínseca e necessária do sistema imune (Blecha, 2001).
A imunomodulação em relação às defesas do organismo animal, permite-nos
diferenciar elementos não induzíveis, como as barreiras físicas (pele, mucosa, substâncias
químicas como muco, microflora colonizadora) e os elementos induzíveis, onde participam,
em primeiro lugar, mecanismos de imunidade inata ou natural, ordenados na Tabela 1, assim
como as adquiridas ou específicas:
Tabela 1. Elementos induzíveis da resposta imune*
Células
Citoquinas (interleucinas,
interferon, citoxinas)
Complemento
Proteínas bactericidas
Imunidade inata
macrófagos
dendríticas
neutrófilos
células NK
linfócitos Tγδ
IL-1, IL-6, TNF-α, IFN α,
IFN β, IL-8, IL-12
via alternativa
Lisozima
lactoperoxidase
lactoferrina
Imunidade adquirida
linfócitos T CD4+/CD8+
linfócitos B
células dendríticas
IL-2, INF-γ (Τh1)
IL-4, IL-5 (Th2)
via clássica
* modificado de Bowden (2003).
Atualmente se reconhece que as células e moléculas próprias da imunidade inata
colaboram com a imunidade adquirida, a última ajudando a primeira, orientando sua ação de
maneira mais específica, gerando memória (linfócitos T e B de memória) e aumentando assim
sua eficácia. Os conceitos de imunoestimulante e adjuvante podem ser associados: um
adjuvante é um imunoestimulante incorporado a um antígeno capaz de orientar e potencializar
a resposta imunológica especificada por este antígeno. Existe um interesse crescente por
imunoestimulação, principalmente porque se espera que mediante o uso de substâncias
imunomoduladoras se possa reduzir o uso dos antibióticos que causam problemas pelo
surgimento de microorganismos resistentes e pela presença residual nos alimentos de origem
animal (Bowden, 2003).
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Tabela 2. Moléculas e microorganismos com capacidade imunomoduladora.*
Grupo
Citoquinas
Fármacos
Microorganismos
Produtos microbianos
Nutracéuticos
Plantas medicinais
Molécula /organismo
IL-1, IL-2, IL-6, IFNα, IFNγ, TNFα, rIL-1 y rIL-2, IL-2 +
antibióticos, r INF-γ
Levamisol, Tiabendazol, etc.
Mycobacterium bovis-BCG, Propionibacterium acnes,
Paraproxvirus ovis, etc.
Beta glucanos, Mananos, Muramil dipéptido, Extractos de pared
celular de Mecobacterium spp., Lipopolisacáridos, etc.
Arginina, Betacaroteno, Acido Lindeico, Isoflavonas, Acidos
graxos poliinsaturados, minerales, vitaminas, etc.
Panax ginseng, Aloe vera, Echinacea spp., Quillaja saponaria
(preferentemente evaluado como adeudante).
* baseado em: Bowden (2003) e Blecha (2001)
Na Tabela 2 observam-se grupos de moléculas e organismos considerados, em geral,
imunomoduladores em medicina veterinária. Estes constituem uma área farmacológica muito
ativa em muitos países. Deve-se lembrar que qualquer microorganismo é mais ou menos
imunomodulador, tendo como pré-requisito uma capacidade de provocar resposta imune pela
iniciação da estimulação do sistema imune inato ou natural. Alguns produtos autorizados na
lista de fármacos veterinários nos USA são: Eqstim, Propionibacterium acnes inativado;
Equimune, partes celulares de Mecobacterium; Staphage Lesate, lisado de cultivos de S.
aureus. Na América Latina, se conhece Inmodulen, células inativadas de Propionibacterium
granulosum + liposacáridos provenientes de células de E. coli. Muitos destes produtos não
tem sido investigados com todo o rigor que seria necessário e suas apresentações comerciais
correspondem a ensaios que, podendo ser positivos, não tem significância estatística. São
produtos de empresas farmacêuticas que recomendam seu uso como parte de terapias
associadas com antimicrobianos. Desta maneira, serão aqui analisados alguns resultados de
imunomoduladores em relação à glândula mamária bovina e publicados na literatura
científica.
-
Modulação por citoquinas:
Ao invés de usar substâncias indutoras, as mesmas citoquinas podem ser usadas para
produzir imuno-estimulação. No início dos anos 90 foram numerosas as experiências com
resultados positivos usando citoquinas, porem deve-se lembrar que todas as citoquinas tem
uma toxicidade dependente de sua dosagem (Singh e O’Hagan, 2002). Alguns exemplos são:
- Nickerson et al. (1993), com infusão local de IL-1 em vacas obtive aumento de
temperaturas corporais e com IL-2 elevadas reações celulares. Os neutrófilos
predominam com IL-1 e os macrófagos + linfócitos com IL-2. O número de células
plasmáticas produtoras de IgA e IgM foram também elevadas com a infusão de IL-2.
Os tratamentos com IL-2 foram superiores a IL-1 na estimulação de populações de
células mononucleares.
- A capacidade de destruir S. aureus intracelularmente foi obtida com rTNF-α e TNF
como sobrenadante de macrófagos suspensos em combinação com antibióticos
(Sánchez et al. 1994).
- Em experimento a campo, Erskine et al. (1998) obtiveram uma taxa de cura de 33%
para quartos tratando com antibióticos (cephapirin) e 54% para quartos tratados com
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antibiótico + IL-2. Em um segundo experimento, com maior quantidade de animais, a
incidência de infecção intramamária (IMI) não foi significativamente melhorada pela
infusão de IL-2 e pelo contrário, 7.9% das vacas abortaram dentro de 49 dias,
comparado com 1.7% do grupo controle. Este trabalho mostrou certas limitações
quanto ao uso de citoquinas.
-
Modulação por microorganismos
Dinsmore et al. (1995) avaliando um produto imunomodulador registrado nos USA
para o tratamento de mastites crônicas por S. aureus, em condições de campo determinaram
que depois de uma inoculação intravenosa (i.v) de una preparação morta de
Propionibacterium acnes (P. acnes) foi obtida uma cura altamente significativa. Em outro
experimento, Hogan et al. (1994) avaliando o mesmo produto durante o período seco, depois
de um mês de inoculação i.v de: 1) P. acnes somente 2) Tratamento na secagem com
antibiótico + P. acnes e 3) Controle, determinou que a incidência de mastite clínica ao parto
foi significativamente maior nos controles do que nos outros grupos.
-
Modulação por produtos microbianos
Carboidratos complexos derivados de leveduras como: glucano (poliglicose derivada
de Saccharomices cerevisiae) podem aumentar a capacidade fagocítica por ativação dos
macrófagos. Assim Inchaisri et al. (2000), testo na Suécia as reações imunológicas em vacas
após a infusão local de β-1, 3-glucano durante o inicio do período seco e a fase de involução.
A infusão produz inflamação e resposta imune: incremento das células somáticas, quantidade
de monócitos/macrófagos e aumento das células CD14+. Também foi determinado um leve
aumento da proporção de linfócitos T CD4+ .
Além dos níveis de IgG1 e IgG2 nas secreções do período seco, o glucano acelera a
involução, com aumento das células somáticas, especialmente de macrófagos nas secreções
do úbere. Em uma segunda infusão de glucano produz-se uma prolongação desta resposta
como uma maneira efetiva de aumentar as defesas próximo ao parto.
A ação preventiva ou terapêutica contra as infecções não haviam sido demonstradas
em bovinos usando a infusão de glucano. Persson Waller et al. (2003) investigaram a infusão
de β−1,3-glucano no início do período seco, podendo tornar o úbere mais resistente as
infecções por S. aureus e além disso um possível efeito curativo nos quartos cronicamente
infectados. O glucano mostrou somente leves aspectos positivos em ambos os casos.
Zeconni et al. (1999) trabalharon com cepas atenuadas de Parapoxvirus ovis,
caracterizadas como ativas sobre a imunidade inata. Inocularam por via sistêmica um produto
conhecido como Baepamun ® (proveniente de cultivos inativados de Parapoxvirus ovis) em
vacas durante o período seco; observando-se uma diminuição significativa na prevalência de
S. aureus intra-mamário quando este foi administrado antes do parto.
- Modulação por nutracêuticos
Recentemente Meglia (2004) estudou as complexas trocas e interações existentes
entre nutrição e sistema imune de vacas leiteiras durante o período peri-parto. O resumo dos
resultados obtidos foi:
1) Com alimentação considerada normal, calculada para vacas no período seco ao parto,
se constatou una proporção de neutrófilos com baixa proporção de moléculas de
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adesão, imprescindíveis para a migração dos neutrófilos desde o sangue periférico
para defender a glândula mamária. Além do mais, determinou-se uma concentração
reduzida de Vitaminas A e E, assim como também de zinco, o qual afeta o sistema
imune significativamente.
2) A vitamina E estimula a imunidade celular e humoral. A suplementação oral de vacas
diariamente com α-tocoferil acetato (natural, Nature-R ®) no período periparto é mais
efetiva durante o termino do incremento plasmático da vitamina E, em comparação
com α-tocoferil acetato (sintético, Rovimix ®) ou com α–tocoferol (natural, Natur
Emicelle ®) ou sem suplementação (controles).
-
Modulação por plantas medicinais
Sandberg e Bohlin (1993) descrevem a planta medicinal Panax ginseng, como
produto que é obtido a partir das raízes de um arbusto originário do norte de China e Coréia.
O Ginseng, é um extrato da raiz da planta conhecida por suas propriedades terapêuticas há
mais de 3.000 anos na China, Tibet e Coréia. É usada em muitos países de diferentes formas
para a prevenção da fadiga e muitas enfermidades dos homens e animais. Os mesmos autores
informam que os princípios ativos – saponinas - (neste caso chamados de ginsenosides) são
derivadas da triterpene ou estruturas esteróides. Mais de 20 saponinas já foram extraídas
principalmente das raízes das plantas de Ginseng.
Na glândula mamária, pesquisas têm demonstrado (Hu et al. 1995, Concha et al.
1996) que as saponinas do Ginseng podem estimular significativamente a atividade de
neutrófilos e linfócitos do sangue periférico e do leite in vitro. Hu et al. (2001) estudaram
também in vivo vacas com mastite subclínica por S. aureus. As vacas foram injetadas
subcutaneamente com extratos de ginseng (8 mg/kg) durante seis dias, com os controles
respectivos. Ao término do tratamento, o número de quartos infectados por S. aureus e as
células somáticas do leite diminuíam no grupo tratado com saponinas de Ginseng. A
fagocitose e a capacidade de destruir foi significativamente aumentada uma semana após o
tratamento com saponinas de ginseng nos neutrófilos, porém a proliferação linfocitária não foi
melhorada. Constatou-se também que o número de linfócitos e monócitos aumentou
significativamente após o tratamento.
As saponinas de Ginseng têm um importante potencial como moduladores do sistema
imune da glândula mamária da vaca.
b) Adjuvantes ou Coadjuvantes
Junto à função dos imunomoduladores deve-se considerar a função dos adjuvantes ou
coadjuvantes, que muitas vezes possuem ambas capacidades: imunomodulação e apresentação
dos antígenos.
Tizard (2002) descreve os adjuvantes ou coadjuvantes como compostos necessários
para acompanhar os antígenos mortos e torná-los eficazes intensificando a imuno-reação.
Estes favorecem a imunogenicidade quando capturam antígenos em lugares onde estes
permanecem accessíveis aos linfócitos reativos e induzem as células apresentadoras de
antígenos a expressar moléculas co-estimuladoras como CD80 (glicoproteína de linfócitos B
apresentadores de antígeno).
Singh e O’Hagan (2002) sustentam que os adjuvantes podem ser usados para
aumentar a resposta imune a antígenos por diferentes caminhos: 1) aumentando a
imunogenicidade dos antígenos enfraquecidos, 2) aumentando a rapidez e duração da resposta
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imune, 3) modulando a avidez dos anticorpos, especificidade, isotipo, ou subclasses de
distribuição, 4) estimulando linfócitos citotóxicos, 5) promovendo a indução de imunidade de
mucosas, 6) aumentando respostas em indivíduos imaturos, 7) diminuindo a necessidade de
antígenos em uma vacina, reduzindo assim os custos.
Tabela 3 Alguns adjuvantes comuns em vacinas veterinárias*
Tipo
Fosfato de alumínio
Hidróxido de alumínio
Alumbre
Coadjuvante incompleto de
Freund (IFA)
Corinebacterias anaerobias
Bacilo de Calmette-Guérin
(BCG)
Muramildipéptido
Bordetella pertussis
Lipopolisacárido
Saponina
Sais de alumínio
Emulsões de água-óleo
Frações bacterianas
Agentes com atividade de
superfície
Carboidratos complexos
Coadjuvante misto
Depósito de liberação lenta
do antígeno
Depósito de liberação lenta
do antígeno
Estimulador de macrófagos
Estimulador de macrófagos
Estimulador de macrófagos
Estimulador de linfócitos
Estimulador de macrófagos
Estimula o processamento
do antígeno
Lisolecitina
Estimula o processamento
do antígeno
Detergentes plurónicos
Estimula o processamento
do antígeno
Acemanano
Estimulador de macrófagos
Glucanos
Estimulador de macrófagos
Sulfato de dextrán
Estimulador de macrófagos
Coadjuvate completo de Emulsão de água-azeite
Freund (FCA)
mais Mecobacterium
* tomado de Tizard (2002)
Na Tabela 3 se apresenta uma lista de adjuvantes utilizados em vacinas veterinárias.
Levando em conta as vacinas selecionadas contra S. aureus e consideradas na Tabela 4,
analisado as características dos adjuvantes usados da seguinte maneira:
Hidróxido de alumínio: injetado com um antígeno forma um depósito de sais de
alumínio que nos tecidos do animal geram um granuloma rico em macrófagos. O antígeno
dentro deste granuloma é liberado de forma lenta proporcionando um estímulo antigênico
prolongado. Estes adjuvantes a base de alumínio promovem boas respostas em forma de
anticorpos, porém com pouco efeito sobre as respostas mediadas por células. Em
experimentos com saponinas de ginseng conseguiu-se una melhor resposta celular quando se
associa hidróxido de alumínio com saponinas (Rivera et al. 2003, Hu et al. 2003).
Adjuvante completo de Freund (Freund’s complete adjuvant, FCA): Incorporando
o antígeno a uma emulsão de água-óleo conhecida como adjuvante incompleto de Freund
(FIA), o óleo mineral estimula uma reação inflamatória crônica de tipo local, formando-se um
granuloma. O antígeno é liberado lentamente da fase aquosa da emulsão e gotas desta são
levadas a outros sítios através do sistema linfático. Quando se incorporam bacilos mortos de
tuberculose à emulsão de água- óleo, a mistura passa a chamar-se adjuvante completo de
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Freund (FCA), que é um adjuvante extremamente potente, não somente formando depósito,
visto que o bacilo inativado contém muramildipéptido (MDP). Ao ativar os macrófagos, o
MDP estimula a produção de citoquinas que, por sua vez, estimulam linfócitos T. Este FCA
promove também a produção de IgG e um pouco de IgM.
Adjuvantes com saponinas: As saponinas (glicosídios de triterpeno) são
considerados adjuvantes e imunomoduladores, derivadas da Quillaja saponaria Molina,
Quillae do Chile. As saponinas atuam principalmente mediante a indução de citoquinas
(Singh e O’Hagan, 2002).
A fração purificada da saponina obtida de Quillaja saponaria, porém contando com
toda a atividade presente na saponina bruta se denomina Quil A, utilizando-se também como
adjuvante e além disso é a base da tecnologia ISCOM. O complexo imunoestimulador
(immune stimulating complex, ISCOM) compreende adjuvantes muito eficazes com poucos
efeitos secundários, com capacidade de estimulação por ambas as vias: parenteral e mucosas.
ISCOM alcança os linfócitos T, e logo os linfócitos B, nos gânglios linfáticos e baço (Morein
et al. 2004).
Em uma linha de trabalho desenvolvida no Instituto Nacional de Medicina
Veterinária da Suécia entre 1993 e 2003, estudou-se a capacidade das saponinas como
imunomoduladores.
Considerando que as saponinas de Quillae (Quillaja saponaria) tem sido usadas
como potentes adjuvantes há muito tempo com diferentes antígenos (Dalsgaard et al. 1990),
um tipo purificado de saponinas, neste caso, Ginseng tipo Rb1, foi utilizado com parte de uma
bacterina de S. aureus + hidróxido de alumínio (Lesigin ®). A saponina purificada Rb1 + a
bacterina originou um aumento significativo em ambos tipos de resposta: produção de
anticorpos e proliferação linfocitária. Estes resultados positivos estão esperando uma
avaliação com provas de desafio para confirmar sua verdadeira efetividade (Hu et al. 2003).
Também ligado ao Instituto Nacional de Medicina Veterinária e a Faculdade de
Medicina Veterinária de Uppsala, no Centro de Biotecnologia, se encontra a Empresa de
Biotecnologia ISCONOVA, assessorada pelo grupo que iniciou os trabalhos com ISCOM
apresentados na revista NATURE (Morein et al. 1984). Durante 2003 e 2004 ISCONOVA
continua avaliando a possibilidade de uma vacina, usando como antígeno fundamentalmente
as proteínas de adesão, “fibrinogen binding protein” (FnBP), de S. aureus com ISCOM como
adjuvante, partindo dos resultados publicados por Nelson et al. (1991, Tabela 4).
III)
Vacinas
Os programas de vacinação são usados para aumentar a defesa imune contra um
antígeno específico. O desenvolvimento de vacinas contra a mastite está rodeado de alguns
problemas, e as vacinas não são usadas amplamente hoje dia. Não existem vacinas comerciais
bem avaliadas disponíveis na Escandinávia, tampouco no Chile nem Uruguai. Na Argentina
ainda não está disponível Redumast, que representa uma nova idéia para estimular o sistema
imune da glândula mamária.
Na América do Norte, se conhecem dois nomes comerciais: Lysigin ® anti S. aureus
e J5 anti Escherichia coli, só recentemente se desenvolveu em Israel: Mastivac I ®, anti S.
aureus. Uma vacina eficiente deve ser capaz de eliminar infecções crônicas, prevenir novas
infecções e reduzir a gravidade e a freqüência dos casos clínicos. Uma vacina desta categoria
ainda não foi desenvolvida, porém ainda é alvo de pesquisas visando seu desenvolvimento.
É compreensível que a maioria dos esforços para se desenvolver uma vacina eficaz
estão concentrados em S. aureus e coliformes. S. aureus continua sendo o principal patógeno
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em todos os países produtores de leite e mastites clínicas por coliformes constituem um
grande problema em grande parte dos rebanhos leiteiros. Basicamente analisaremos as
vacinas contra S. aureus e contra coliformes.
Na Tabela 4 foi feito um resumo de vacinas contra S. aureus que têm sido usadas em
diferentes países nos últimos anos:
Tabela 4. Antígenos, adjuvantes e eficácia de algumas vacinas contra S. aureus.
Estudo
Pankee et
al. 1985
Pankee et
al. 1985
Watson,
1992, 1996
Nickerson
et al. 1993
Giraudo et
al. 1997
Calzolari et
al. 1997
Antígeno
Adjuvante
5 fagotipos de S.aureus
AL (OH)3 gel
inativados
Proteína A de S. aureus
FCA
Efeitos
Aumenta cura natural, reduz SSC
Eleva cura natural, reduz SSC
S. aureus com Pseudocápsula Óleo mineral / Induz IgG2 contra S. aureus, reduz S.
dextran sulfato aureus IMI.
e β− Toxina
S. aureus inativado,
AL (OH) 3
encapsulados e não
encapsulados.
Estrato bruto de
exopolisacáridos
Nelson et Proteína de adesão do S. ISCOM
al. 1991
aureus.
Nickerson
Cultivos lisados de S. aureus AL (OH) 3
et al. 2000
de 5 fagotipos. Lesigin ®.
O’ Brien et S. aureus inativados com sub Microesferas
al. 2001
estruturas
celulares
+
antígenos capsulares.
Leitner et 3 S. aureus inativados de IFA
al. 2003. a casos clínicos e subclínicos
eb
vacinas avaliados em modelo
experimental de ratas
Redução IMI 6.0-6.7% vs. 18.8%.
Redução SCC
Significativo aumento em resistência
al desafio com S. aureus
Novilhas 6 meses, redução IMI na
prenhes 41.3%.
Novas IMI reduzidas em 44.8%.
Uma dose larga produção de
anticorpos contra aderência, contra
cápsula e incremento fagocitose.
70% de proteção al desafio vs. 10%
controles (9 animais com 10
controles) A campo sem diferencias
significativas em quantidade de vacas
infectadas. Melhor SCC e produção
leiteira de vacas vacinadas.
Atualmente, não bastam vacinas que geram anticorpos neutralizadores de patógenos,
toxinas e promoção da fagocitose. As vacinas modernas devem ser produzidas contra
patógenos mais difíceis que são capazes de estabelecer infecções crônicas e intracelulares;
uma possibilidade é a obtenção de vacinas mediante potentes adjuvantes que sejam capazes de
induzir imunidade mediada por células, particularmente do tipo linfócitos T, Th1 (linfócitos
de ajuda) produtores de IL-2 e IFN-γ(Singh e O’Hagan, 2002).
Estando completamente de acordo com estes autores acima citados, se considera que
a possível deficiência de todas as informações citadas na Tabela 4, estejam na qualidade dos
adjuvantes usados para estimular significativamente a imunidade mediada por células. Uma
exceção são os resultados das pesquisas que utilizam microesferas e ISCOM (saponinas) que,
apesar dos prometedores resultados dos primeiros ensaios, devido a quantidade pequena de
animais testados, não são suficientes para expressar resultados definitivos.
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Tomita et al. (2000), descreveu uma vacina contra Escherichia coli em que o núcleo
dos lipídios A dos lipopolisacásaridos (LPS) possuem homologia antigênica entre todos os
coliformes patógenos. Uma cepa mutante de Escherichia coli 0111:B4 (J5) tem a
característica única pela qual o núcleo e os antígenos A dos LPS estão expostos e à
imunização com E. coli J5 produz anticorpos que reagem cruzado com outros coliformes.
Resultados de desafio e ensaios a campo têm demonstrado que a imunização com a bacterina
E. coli J5 está associada com uma diminuição do risco de desenvolver mastite clínica por
coliformes; reduz a severidade e diminui as taxas de mastite clinicas por coliformes. A
imunização com J5 bacterina produz uma elevada presença de IgG1 e IgG2 que servem de
opsoninas para a fagocitose e neutralização das toxinas respectivamente. Um marcado
aumento no soro para os títulos IgG, IgG1 e IgG2, observado após a primeira dose no período
seco, ao parto e com títulos altos posteriormente à terceira dose após o parto.
As bases imunológicas da resposta imune com esta vacina não estão bem
esclarecidas, pois apesar de se ter um bom conhecimento do rol das imunoglobulinas, há um
total desconhecimento da imunidade mediada por células.
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