Motor CC CFP “Eliezer Vitorino Costa” Introdução Um motor CC não deveria ser um mistério para ninguém, pois quase todos, conscientemente ou não, manipulavam um brinquedo quando crianças, cuja força motora era exemplo desses motores. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Introdução Obviamente, os motores CC são alimentados por corrente contínua. Essa tensão tem por finalidade energizar os enrolamentos do motor, produzindo polos eletromagnéticos que forma a força magneto motriz. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Aplicação A principal aplicação do motor CC está ligada ao controle de velocidade com necessidade crítica de torque, isto é, motores de corrente contínua são excelentes escolhas quando necessitamos de manter um torque considerável, mesmo variando a velocidade. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Aplicação Podemos encontrar motores CC ao abrir e fechar de vidros, partir um automóvel, no metrô, robôs, braços mecânicos, sistemas de abertura e fechamento de portas, enfim, em uma infinidade de aplicações. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Princípio de Funcionamento Para demostrar o princípio de funcionamento do motor CC, vamos reduzilo a três componentes básicos, que são bobina, campo magnético fixo e comutador. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Princípio de funcionamento Podemos apontar quatro estágios fundamentais para analisar o funcionamento do motor CC. Além disso, vamos utilizar uma variante da regra da mão direita para motores para determinar o sentido de rotação. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Princípio de Funcionamento 1º Estágio No primeiro estágio temos a bobina de uma espira posicionada paralelamente ao campo, totalmente atingida pelo campo magnético criado pelo ímã fixo. A bobina está sendo alimentada pelo comutador. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Princípio de Funcionamento 1º Estágio Sabemos que essa espira percorrida por uma corrente elétrica produz outro campo magnético em torno da espira que causa uma reação da bobina dentro das linhas de força do campo fixo, determinada pela regra da mão direita para motores. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Princípio de Funcionamento 2º Estágio No segundo estágio a bobina girou no sentido determinado e está em uma posição em que é pouco atingida pelas linhas de força, portando não há reação entre o campo fixo e o da bobina, mas esta continua a girar por ação da força anterior, até atingir o próximo estágio. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Princípio de Funcionamento 3º Estágio No terceiro estágio há uma inversão da posição da bobina, mas neste caso é que entrou o comutador. Sua função é manter a corrente circulando sempre em um mesmo sentido. Com isso temos uma repetição do estágio 1, produzindo o mesmo sentido de rotação. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Princípio de Funcionamento 4º Estágio No quarto estágio temos uma posição intermediária em que a bobina está inclinada com relação ao campo em um ângulo de aproximadamente 30º. Esse estágio serve para comentarmos a ação contínua sofrida pela bobina com a interação dos campos. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Princípio de Funcionamento 4º Estágio Essa ação tem seu máximo no estágio 1 ou 3, e até que atinja o estágio 2, tem sua força reduzida conforme o aumento do ângulo, sendo 0 no estágio 2. O motor passa do estágio 2 ao 3, ou do 2 ao 1, pois a força produzida no estágio 1 ou 3 é suficiente para que ele tenha um deslocamento maior que 90º. Este é o funcionamento, descrito de forma simples, para os motores de corrente contínua de um modo genérico. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Aspectos Construtivos Os motores CC, em termos de manutenção e peças, são bastante complexos. Eles exigem conhecimento, habilidade e um programa de manutenção eficiente. A melhor maneira de conhecer as partes de uma máquina CC é visualizando-as. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Aspectos Construtivos Uma descrição mínima das partes envolvidas completa de forma sucinta a apresentação do motor: 1)Estator: este é o nome dado à parte fixa do motor, que pode conter um ou mais enrolamentos de polo, todos prontos para receber corrente contínua e produzir o campo magnético fixo. O enrolamento pode ser chamado de enrolamento de campo. 2)Armadura: é um rotor bobinado cujas bobinas também recebem corrente contínua e produzem campo magnético. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Aspectos Construtivos 3)Comutador: garante que o sentido da corrente que circula nas bobinas da armadura seja sempre o mesmo, garantindo a repulsão contínua entre os campos do estator e do rotor, o que mantém o motor girando no mesmo sentido. 4)Escovas: geralmente feitas de liga de carbono, estão em constante atrito com o comutador, sendo responsável pelo contato elétrico da parte fixa do motor com a parte girante. Pode-se deduzir que as escovas sofrem desgaste natural com o tempo, necessitando de inspeções regulares e trocas periódicas. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC Ligar um motor de corrente contínua envolve bom conhecimento da aplicação que ele vai acionar e do próprio motor. Até agora temos os enrolamentos de campo no estator (Shunt e série), que podem ser excitados com uma tensão externa, e o enrolamento da armadura. A questão é como conecta-los e com qual o objetivo? CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC As bobinas de campo de estator alimentadas produzem campo magnético no estator cujas linhas cortaram a armadura. Se houver uma força eletromotriz (FEM) na armadura, ela gira e suas bobinas atravessam constantemente as linhas de campo do estator, criando na armadura uma força contraeletromotriz (FCEM). Para que o motor gire, devemos fazer com que o enrolamento da armadura seja atravessado por uma corrente. Com a máquina em funcionamento podemos calcular a esta corrente com a seguinte equação: I = (FEM – FCEM)/R R = resistência ôhmica do enrolamento da armadura CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC Se aplicar mais FEM, a corrente e a velocidade aumentaram. Se diminuirmos a FCEM, a velocidade do motor também aumenta, podendo disparar. Conclusão: A velocidade em um motor CC está relacionada com a FEM aplicada à armadura e com a FCEM gerada na armadura pelo campo magnético do estator cortando a armadura. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC Tenha em mente: • FEM: força relacionada com a tensão aplicada à armadura responsável pela corrente que circula por ela e que resulta em força motriz. • FCEM: tensão induzida na armadura quando esta corta o campo gerado no estator que se opõe à FEM. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC Para evitar acidentes e prejuízos desnecessários, vamos estudar as formas de ligação do motor CC e suas aplicações. São três os modos de ligação: 1) Motor paralelo (shunt) 2) Motor série 3) Motor combinado (compound) CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC 1) Motor Paralelo Nesse tipo de ligação, tanto a armadura quanto o enrolamento shunt do estator são ligados com a alimentação. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC 1) Motor Paralelo Como normalmente a armadura é constituída com fio mais grosso e menos espiras que o enrolamento shunt do estator, a armadura consome mais corrente que o estator. O movimento de rotação e o *torque são resultados da interação do campo magnético no estator com o campo magnético na armadura criado pela corrente de armadura. *Torque = É o produto da força aplicada pela distancia que resulta em um momento que faz com que um objeto gire em torno de seu eixo (sair da inércia). CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC 1) Motor Paralelo Como a armadura e o enrolamento shunt estão em paralelo com a alimentação, se a tensão de alimentação não variar, podemos esperar uma rotação constante na ponta do eixo do motor, sem carga. Ao aplicarmos carga a esse motor, há uma pequena queda na velocidade. Mantendo o campo shunt, a FCEM induzida na armadura impede que o motor atinja velocidades perigosas sem carga e este é o grande atrativo desse tipo de ligação. Se reduzirmos, através de um reostato, a tensão no enrolamento shunt, temos o aumento da velocidade de velocidade. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC 1) Motor Paralelo Deve-se tomar o cuidado de nunca abrir o shunt, sob o risco de o motor atingir velocidade muito alta, danificando o motor e impondo riscos desnecessários às pessoas. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC 2) Motor Série a Nessa ligação temos o enrolamento da armadura e o enrolamento série do estator conectados em série e ligados à alimentação. Estando os dois enrolamentos em série, é certo deduzir que o campo magnético criado no estator depende da mesma corrente aplicada ao enrolamento da armadura. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC 2) Motor Série Se o motor é ligado sem carga, temos um campo magnético no estator que depende da corrente absorvida. Se essa corrente é baixa, o campo magnético induz uma baixa FCEM na armadura e existe uma velocidade considerável por conta da corrente e da FEM na armadura. Se aumentarmos a carga, aumentaremos a corrente de armadura e também o campo do estator, sofrendo um queda considerável na velocidade. Em comparação com o motor shunt, o motor série tem um excelente torque de partida, mas uma regulação de velocidade ruim. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC 2) Motor Série Conclusão: Quanto maior a corrente, menor a velocidade, pois tem uma FCEM mais atuante. Se um motor série parte sem carga, corrente e FCEM baixas, a velocidade pode ser tão alta que ele se autodestruirá, podendo causar danos sérios às pessoas. O motor série é excelente em aplicações em que há alta carga de inércia, como trens e aplicações com forte tração, tomando-se o cuidado de operá-lo sempre com carga acoplada. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC 3) Motor composto (Compound) Com o intuito de combinar o melhor da ligação shunt com o melhor da ligação série, existe a ligação compound. Conseguimos a excelente regulação de velocidade do motor shunt com o excelente torque de partida do motor série. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC 3) Motor composto (Compound) Motor Composto cumulativo: O motor é inicialmente conectado como série, mas com o enrolamento shunt em paralelo com o conjunto “armadura e enrolamento série”. O enrolamento shunt deve produzir campo magnético com a mesma direção e sentido ao campo produzido no enrolamento série. Temos agora um motor com torque alto na partida, mas com velocidade limitada, e conseguimos que ele tenha baixa variação de velocidade, mesmo variando a carga. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC 3) Motor composto (Compound) Motor composto diferencial: Algumas aplicações requerem motores que aceitem queda significativa na velocidade com o aumento da carga. Podemos adaptar o motor composto para atender a essa necessidade, ligando o enrolamento shunt de modo a produzir um campo magnético contrário ao campo magnético do enrolamento série, reduzindo o campo magnético resultante, aumentando assim a velocidade, mas sofrendo a queda na velocidade com o aumento da carga, característica do motor série. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC Motor composto diferencial: Os motores compostos diferenciais têm aplicação pelo risco de instabilidade. O motor pode disparar sob certas condições, pois quando a corrente de armadura aumenta com o aumento da carga, o campo no enrolamento série também aumenta. Como o campo nesse enrolamento está em oposição ao campo shunt, o fluxo total é reduzido, consequentemente temos aumento na velocidade e o motor pode disparar. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Tipos de ligação e características de funcionamento de motores CC Exemplo de aplicação do motor compostos: Um elevador de carga que utiliza o motor CC opera com ligação série para subir carga, torque elevado necessário. Para descer, não havendo necessidade de torque, mas controle de velocidade, opera com ligação shunt. Quando sem carga ou carga reduzida, opera com ligação composto. CFP “Eliezer Vitorino Costa” Nome da Unidade SENAI Endereço: Telefone: E-mail: CFP “Eliezer Vitorino Costa”