Cinquenta anos do Programa Nacional de Vacinação em Portugal

Propaganda
3. CINQUENTA ANOS DO PROGRAMA
NACIONAL DE VACINAÇÃO EM
PORTUGAL (1965-2015)
Dezembro 2015 – Março de 2016
1
FICHA TÉCNICA
Título: Ciclo de Exposições: Temas de Saúde, Farmácia e Sociedade. Catálogo
Sub-título: 3. Cinquenta anos do Programa Nacional de Vacinação em Portugal (19652015)
Autores: Célia Cabral e João Rui Pita
Local: Coimbra
Edição: Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS 20) – Grupo de
História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia
Ano de edição: 2015
Impressão: Pantone4
ISBN: 978-972-8627-59-1
Depósito Legal:
2
Introdução
Até final do século XVIII os medicamentos que existiam eram medicamentos
curativos. A terapêutica medicamentosa era vocacionada para a cura. Em 1798,
Edward Jenner descobriu um medicamento que não tinha por objetivo curar, mas
sim prevenir — foi a vacina contra a varíola. Abriu-se uma nova etapa na história
dos medicamentos e na salvação de muitas pessoas que estariam condenadas à
morte por doença. Depois da descoberta de Jenner a terapêutica medicamentosa
ficou a ser também preventiva.
As vacinas são substâncias como, por exemplo, proteínas, toxóides (toxinas
inactivadas), bactérias ou vírus (partes, inteiros, atenuados ou mortos), que ao
serem introduzidos no organismo do homem, ou de outro animal, proporcionam
uma reação do organismo semelhante à que existiria no caso de uma infeção real
provocada por uma agente infecioso. Assim, começam a ser produzidos anticorpos
contra esse agente infecioso ficando o organismo resistente à doença que esse
microorganismo provoca. As vacinas constituem um meio eficaz e seguro para
prevenir determinadas doenças. Se a imunidade não é total, o organismo consegue
melhor resistência se estiver vacinado. Em geral é necessário ser vacinado
periodicamente contra determinadas doenças ou então receber doses de reforço ao
longo da vida para se manter a imunidade. O que está em causa é a proteção
individual eficaz e também a proteção da comunidade.
Há campanhas de vacinação a nível global e programas locais nos diferentes
países. Em 1965, entrou em vigor em Portugal o Programa Nacional de Vacinação
– PNV.
Esta exposição pretende mostrar de uma forma sintética e pedagógica, a história da
descoberta das vacinas, a importância do Programa de Vacinação em Portugal e
dar a conhecer vários aspectos das vacinas nele incluídas em 2015.
Esperamos que a exposição seja do vosso agrado.
3
4
ROTEIRO DA EXPOSIÇÃO
5
A primeira vacina (1796)
Até ao final do século XVIII não havia um método
eficaz de prevenir doenças de fácil contágio. A 1ª
vacina foi concebida pelo médico britânico Edward
Jenner (1749-1823) em 1796.
A varíola era na época um grave problema de
saúde pública. As epidemias de varíola dizimavam
as populações e ao longo da história ficaram
conhecidas várias epidemias em diferentes
continentes e em diferentes períodos da história.
Tudo parece indicar que houve varíola no Império
Romano, na China antiga e no continente
Americano após a chegada de Cristóvão
Colombo. Na Europa ficaram conhecidas muitas
epidemias e surtos de varíola com grande impacto
na diminuição da população.
Edward Jenner (1749-1823)
No século XVIII, na Europa, foi difundida uma
prática, designação de “variolação” que consistia
em inocular com pús das pústulas de portadores
de varíola indivíduos sãos com o objectivo de os
proteger da doença. A inoculação por esta via
causava menor mortalidade do que a transmitida
por contágio e prevenia contra epidemias de
varíola. No final do século XVIII, depois de vários
anos de observação, o médico Edward Jenner
verificou que quando havia surtos de varíola havia
um estrato profissional que, sistematicamente,
não ficava doente — eram os que ordenhavam as
vacas — as leiteiras e os leiteiros. Verificou que
em contrapartida essas pessoas haviam sido
portadoras de uma doença que não era grave
como a varíola — a varíola das vacas. Jenner
equaciona a hipótese de ser pelo facto de terem
sido portadores de varíola das vacas que aquelas
pessoas não ficavam contaminadas com a varíola
humana. A varíola das vacas era designada por
cowpox. Propositadamente Jenner pensou em
começar a contaminar com varíola das vacas
algumas pessoas para confirmar os seus
resultados.
Edward Jenner a vacinar o menino James Phipps
Foi no dia 14 de Maio de 1796 que Jenner fez a
primeira experiência numa criança de 8 anos —
James Phipps. Depois realizou noutras pessoas a
mesma experiência e igualmente com êxito.
Estava descoberta a primeira vacina.
6
Os resultados benéficos da primeira vacinação
Depois de ter concluído que estava perante uma
descoberta com enormes benefícios para a
humanidade, Jenner publicou em 1798 os
resultados da sua investigação e das conclusões
a que havia chegado. Ainda sem conhecer
imunologia e sem haver conhecimento de vírus e
de bactérias, Jenner propôs uma vacina.
Publicou os resultados no estudo An inquiry into
the causes and effects of the Variolae Vaccinae, a
disease discovered in some of the western
counties of England, particularly Gloucestershire,
and known by the name of the cow-pox (1798).
A descoberta da vacina contra a varíola não teve
demasiada polémica quando comparada com
outras descobertas científicas.
Contudo, foram difundidas algumas caricaturas e
divulgados alguns escritos que contestavam os
resultados de Jenner. Mas os resultados finais
eram evidentes e facilmente compreensíveis pelos
cientistas e pela população em geral. Toda a
população beneficiava. A população europeia
aumentou, em parte, graças à vacinação
antivariólica que teve grande expansão.
Obra pioneira de Edward Jenner (1798)
No início do século XIX, houve campanhas muito
ponderosas para a difusão da vacinação e
fundaram-se instituições para a difusão da
vacinação.
O termo vacina provém de vaccinae, que significa
proveniente da vaca. Como a sua origem é,
justamente, na vaca o termo passou a ser
difundido.
Ilustração da obra de
Edward Jenner
7
A receção da vacina contra a varíola em Portugal no séc. XIX
Em 1801, Manuel Joaquim Henriques de Paiva
(1752-1829) publicou a obra “Preservativo das
Bexigas e dos Terriveis estragos ou Historia da
Origem e Descobrimento da Vaccina, dos seus
Effeitos ou Symptomas, e do Methodo de Fazer a
Vaccinação & c.” que teve uma segunda edição
em 1803. Esta obra, escrita com rigor científico e
simultaneamente muito pedagógica, foi pioneira
na expansão da vacina de Jenner em Portugal.
Em 1803, foi publicada a obra “Indagaçaõ sobre
as causas, e effeitos das bexigas de vacca
molestia descoberta em alguns condados
occidentaes de Inglaterra, particularmente na
comarca de Gloucester, e conhecida pelo nome
de vaccina” que foi uma tradução da obra “An
inquiry into the causes and effects of the Variolae
Vaccinae, a disease discovered in some of the
western counties of England, particularly
Gloucestershire, and known by the name of the
cow-pox” (1798).
À esquerda: obra de M.J. Henriques de Paiva (1801);
à direita: tradução da obra de Edward Jenner (1803)
Em 1812, foi fundada em Portugal na Academia
Real das Ciências de Lisboa, com grande
estímulo de Bernardino António Gomes (17681823),
a
Instituição
Vacínica.
Este
estabelecimento tinha por objectivo divulgar a
vacina de Jenner e aplicar a vacinação contra a
varíola.
À esquerda: M. J. Henriques de Paiva; à direita: B. A.
Gomes
Em 1817, o número de vacinados em Portugal era
de cerca de 20000 começando a haver declínio a
partir dos anos 20 do século XIX.
Entre politicos, médicos, cirurgiões e outros
grupos sociais e profissionais da sociedade
portuguesa havia a consciência de que era
relevante incentivar a vacinação, que a vacinação
preservava contra a doença e que reduzia a taxa
de mortalidade aumentando a esperança de vida
e que o processo deveria ser universal e gratuito.
Imagem de vacinação na obra de M. J. Henriques de
Paiva: Preservativo das bexigas (1801)
8
A mortalidade da varíola e os efeitos benéficos da vacina
A varíola é uma doença infeto-contagiosa,
provocada por um orthopoxvírus. Este é
considerado um dos vírus de maiores dimensões
que contamina seres humanos.
O período de incubação é de aproximadamente
12 dias com uma sintomatologia inicial de febre e
mal-estar geral, dores musculares, dores gástricas
e vómitos. O vírus afeta o trato respiratório,
difunde-se pela via linfática e pelo sangue
manifestando-se na pele com o aparecimento de
pústulas que se vão espalhando por todo o corpo.
O vírus é muito resistente, por exemplo às
variações de temperaturas. A propagação é feita
por contágio directo de pessoa a pessoa, através
do contacto com objetos ou roupas de pessoas
contaminadas ou através de gotículas de saliva.
Aspeto de doentes com varíola
A varíola não tinha cura sendo prevenida através
da vacinação. A vacina utilizada tem por base
vírus vivos que provocam uma doença no gado
bovino, a varíola bovina — e que é muito menos
grave para os seres humanos, mas que os
protege da varíola humana.
Vírus da varíola
A varíola é considerada como uma das doenças
que maior mortalidade provocou ao longo da
história. Foi considerada erradicada pela
Organização Mundial de Saúde em 1980. Os
últimos casos declarados foram no Sudão, em
1977, e num acidente de laboratório, em 1978. A
última epidemia surgiu na Jugoslávia, em 1972. A
varíola é considerada a primeira doença
erradicada pelo Homem através da vacinação e
uma das razões que terá contribuído para isso é o
fato do único hospedeiro do vírus ser o ser
humano.
Em Atlanta (Estados Unidos da América) e no
Koltsovo
(Rússia)
estão
devidamente
armazenadas amostras de vírus. Vários cientistas
defendem esta medida e a Organização Mundial
de Saúde sugere a sua destruição.
9
As vacinas de Pasteur
Foi o cientista francês Louis Pasteur (1822-1895)
o 1º a conceber uma vacina de acordo com um
processo científico. Entre os seus múltiplos
trabalhos científicos, Pasteur propôs uma teoria
microbiológica de doença, isto é: havia doenças
que eram propagadas por microorganismos, na
época vulgarmente designados por micróbios e
propôs meios terapêuticos de prevenção dessas
doenças.
Inventou uma vacina e ficou para a história o seu
processo laboratorial inovador de preparação de
uma vacina. A raiva é uma doença infeciosa,
também conhecida por hidrofobia, que se propaga
nos mamíferos. É causada por um vírus do género
Lyssavirus que se instala e se multiplica no
sistema nervoso, expandindo-se para as
glândulas salivares. Desta forma os cães raivosos
ao morderem os humanos propagavam a doença
aos homens e mulheres. Em 1885, Pasteur
aplicou pela 1ª vez a vacina antirrábica tratando
uma criança de 9 anos, Joseph Meister, que havia
sido mordido por um cão raivoso. O processo
consistiu em fazer inoculações diárias em 13 dias
seguidos de uma preparação com vírus cada vez
menos atenuados.
À esquerda: Louis Pasteur no laboratório; à direita:
Pasteur representado em selo
Em 1887, foi fundado em Paris por Louis Pasteur
um instituto ao qual foi colocado o nome de
Instituto Pasteur. Trata-se de uma instituição de
investigação
de
estudos
biológicos
e
microbiológicos e, também, estudos profundos
sobre vacinas. Inaugurado em 1888, o Instituto
Pasteur tornou-se rapidamente numa referência
nacional e internacional e Pasteur foi o seu
primeiro diretor.
Caricatura de Pasteur
O Instituto Pasteur continua a ser uma referência
internacional e a ter um trabalho inovador e
intenso na investigação microbiológica e dele
resultaram resultados muito importantes e com
grande utilidade no controlo de algumas doenças
infeciosas como a difteria, o tétano, a tuberculose,
a poliomielite, a gripe, a febre amarela e a peste.
O vírus da sida (VIH) foi isolado pela 1ª vez nos
laboratórios do Instituto Pasteur em 1983.
Instituto Pasteur em Paris, hoje Museu Pasteur
10
A receção da vacinação de Pasteur em Portugal
A euforia das descobertas microbianas fez-se
sentir em todo o mundo. Portugal não foi exceção
apesar de algumas posições divergentes que
foram rapidamente ultrapassadas no que respeita
à vacinação.
Em 1882, foi fundado na Faculdade de Medicina
da Universidade de Coimbra, embora sem
instalações próprias, um Gabinete de
Microbiologia. O seu impulsionador foi o professor
da Faculdade de Medicina, Augusto Rocha (18491901). O seu objectivo era realizar análises de
interesse privado e público. O gabinete assumiase como pólo de difusão e de prática da ciência
pasteuriana.
À esquerda: parte do gabinete de Microbiologia da
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra;
à direita: reprodução do 1º trabalho de investigação
nele realizado
Em 1892, foi fundado em Portugal o Instituto
Bacteriológico de Lisboa que adotou a designação
de Real Instituto Bacteriológico de Lisboa em
1895 quando se autonomizou do Hospital de S.
José. Em 1899, o Instituto passou a ter
instalações próprias tendo depois adotado o nome
de Real Instituto Bacteriológico de Câmara
Pestana. Em 1911, com a fundação da
Universidade de Lisboa, o Instituto Bacteriológico
Câmara Pestana ficou a estar anexo à recémfundada Faculdade de Medicina de Lisboa.
Câmara Pestana em selo português
Câmara Pestana (1863-1899) foi o principal
impulsionador do Instituto. Faleceu em 1899 por
ocasião da epidemia de peste do Porto de 1899, e
em sua homenagem o Instituto passou a ter o seu
nome. Sucedeu-lhe Aníbal Bettencourt (18681930) que havia sido colaborador muito próximo
de Câmara Pestana.
Os objectivos iniciais do Instituto eram a
vacinação anti-rábica, a preparação de soros
antitóxicos para tratamento da difteria e do tétano,
além de outros assuntos e pesquisas de interesse
geral de microbiologia. Também estava nos seus
objectivos, preparar vacinas de modo que se
reduzissem os encargos com a sua importação.
Estavam assim abertas as portas à receção da
ciência microbiológica em Portugal.
Fachada do edifício principal do Instituto
Bacteriológico Câmara Pestana, Lisboa
11
Sucessores de Pasteur
Louis Pasteur (1822-1895) havia introduzido
cientificamente a vacina. A sua inovação consistia
em reduzir a virulência microbiana sem que ela
perdesse a sua capacidade para estimular a
produção de anticorpos no organismo, ou seja as
defesas do organismo contra esses mesmos
microorganismos. Com Pasteur havia-se
descoberto um processo de atenuação, o que
proporcionava pela 1ª vez ter um medicamento
preventivo. Com ele ficaram a saber-se as razões
da utilização do medicamento preventivo e o
porquê da sua eficácia no organismo.
Depois de Pasteur, também se ficou a saber como
atuar preventivamente contra várias doenças
infecciosas: sabendo-se porque é que aquele
medicamento é preventivo, as suas razões de
atuação e a entidade microbiana que previne.
Em homenagem a Jenner, que concebeu pela 1ª
vez um medicamento preventivo ao qual deu o
nome de vacina, Pasteur não alterou o nome do
processo de inoculação que havia descoberto e
manteve o nome vacina.
A 2ª metade do século XIX foi muito rica em
descobertas microbiológicas. Deve referir-se que
existiu também a escola alemã que teve como
figura maior Robert Koch (1843-1910) que
descobriu o bacilo da tuberculose e o vibrião
colérico tendo sido galardoado com o Prémio
Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1905. Entre
algumas das principais descobertas microbianas
que marcaram o século XIX, algumas das quais
suscitaram a investigação em vacinas refiram-se:
Bacilo da lepra (Hansen, 1871), Vibrião séptico do
edema maligno (Pasteur, 1878), Gonococo
(Neisser, 1879), Bacilo tífico (Eberth, Gaffky,
1880), Estafilococo piógeno (Rosenbach, 1882),
Estreptococo piógeno (Fehleisen, 1882), Bacilo
piociânico (Gessard, 1882), Bacilo da tuberculose
(Koch, 1882), Bacilo pneumónico (Friedlander,
1883), Vibrião colérico (Koch, 1883), Bacilo
diftérico (Loffler, Klebs, 1884), Bacilo tetânico
(Nicolaier, 1885), Bacterium coli (Escherich, 1885),
Pneumococo (Frankel, 1886), Meningococo
(Weichselbaum, 1887), Bacilo da peste (Yersin,
Kitasato, 1894), Bacilo do botulismo (Van
Ermengen, 1895), Trypanosoma brucei (Bruce,
1899), Bacilo influenza (Pfeiffer, 1891).
Louis Pasteur no laboratório
Robert Koch: à esquerda uma fotografia; à direita um
selo de 2005
Moeda da Alemanha Oriental com Robert Koch
(1968)
12
A vacinação em programas
A metodologia laboratorial que aplicou nos seus
primeiros trabalhos e o sucesso que obteve na
vacina contra a raiva, levou o cientista francês e
outros cientistas a utilizarem processos afins na
prevenção de outras doenças. Abriam-se as
portas à medicação preventiva em moldes
modernos.
Processos semelhantes foram usados na
obtenção da vacina contra a tuberculose (BCG),
na vacina contra a febre amarela, sarampo,
rubéola, etc.
A investigação em vacinas tem-se desenvolvido
de forma muito significativa. Até meados do
século XX foram desenvolvidas outras vacinas
com base em agentes microbianos ou nas suas
toxinas que eram inativadas por processos tirando
partido de aquecimento, do fenol, do formol,
embora os efeitos secundários fossem, por vezes,
significativos. A partir de meados do século XX,
iniciou-se uma nova etapa com as culturas
microbianas, nomeadamente de vírus, em
laboratório para serem sujeitas a posteriores
processos de atenuação ou inativação no qual se
devem distinguir os trabalhos de John Franklin
Enders (1897-1985), Thomas Huckle Weller
(1915-2008) e Frederick Chapman Robins (19162003), aos quais foi atribuído o Prémio Nobel de
Fisiologia ou Medicina em 1954 pela cultura do
vírus da poliomielite em tecidos.
J. F. Enders, T. H. Weller e F. C. Robins
Existem hoje mais de 50 vacinas para diferentes
doenças. Nos últimos 50 anos as diferentes
vacinações têm sido organizadas em campanhas
e programas, tanto a nível nacional como
internacional. A campanha de erradicação da
varíola foi um dos grandes triunfos da vacinação e
da sua organização em campanhas considerada
erradicada em 1978. Há a consciência por parte
dos profissionais de saúde e das autoridades
sanitárias que este trabalho tem que ser
constante. Há doenças novas que necessitam de
vacinas e há doenças antigas para as quais ainda
não se descobriram vacinas. O incentivo à
vacinação é permanente e a sua organização em
programas organizados é uma realidade.
13
O que é uma vacina?
Os medicamentos curativos têm milhares de anos.
Os medicamentos preventivos — vacinas — têm
pouco mais de 200 anos. Contudo, a ideia de
provocar a doença de modo menos agressivo de
modo a tentar evitar a agressividade da doença é
uma ideia ancestral. Povos antigos de África e da
Ásia empregaram estes processos a doenças
como a varíola antes da vacinação de Jenner.
O processo estendeu-se depois por outras zonas
geográficas. A primeira vacina surgiu em 1796. A
conceção científica de uma vacina é de finais do
século XIX.
As vacinas são medicamentos que previnem
doenças infeciosas provocadas por vírus ou
bactérias. Uma vacina é um medicamento
composto por uma substância quimicamente
semelhante ou derivada de um agente infecioso
causador de uma doença específica. Isto é, as
vacinas são responsáveis por preparar o
organismo para lutar contra doenças infeciosas
estimulando o sistema imunitário depois de
reconhecer o agente invasor, a produzir
anticorpos proporcionando a eliminação do agente
patogénico.
Varíola entre povos antigos
As doenças infeciosas são doenças habitualmente
transmissíveis e que são causadas por um agente
externo como um vírus, uma bactéria e também
um parasita.
As vacinas podem ser, por exemplo, proteínas,
toxóides (toxinas inactivadas), bactérias ou vírus
(partes, inteiros, atenuados ou mortos), que ao
serem introduzidos no organismo são
reconhecidas pelo sistema imunitário e ocasionam
uma resposta do organismo semelhante à que
existiria no caso de uma infeção verdadeira.
Começam a ser produzidos anticorpos contra
esse agente infecioso e o organismo fica
resistente
à
doença
provocada
pelo
microorganismo.
Anticorpos são glicoproteínas produzidas e
excretadas por células plasmáticas, que existem
no soro sanguíneo e que surgem como resposta
do organismo a uma substância estranha
invasora.
Datas de introdução de algumas vacinas humanas na
medicina
14
A vacina e o sistema imunitário
A vacina faz com que o sistema imunitário reaja
como se tivesse sido infetado pelo agente
causador da doença. A vacina suscita imunidade
no organismo. Imunidade significa proteção contra
a doença, em particular contra as doenças
infeciosas.
O sistema imunitário também pode ser designado
por sistema imunológico. A sua função no
organismo é protegê-lo contra as doenças. O
sistema imunitário é constituído por estruturas e
processos biológicos dinâmicos que exercem
essas funções de proteção. Trata-se de uma
estrutura complexa de órgãos e de células. O
sistema imunitário saudável consegue detetar no
organismo humano vários agentes microbianos
que podem provocar eventuais doenças e
diferencia-os das células normais do organismo. O
organismo humano dispõe de uma “couraça” de
proteção que é dada pelo sistema imunitário.
Imunidade inata e imunidade adaptativa
A resposta inicial do sistema imunitário é
habitualmente lenta e inespecífica tal como é em
relação ao agente infecioso. O sistema imunitário
vai ficando preparado para memorizar a resposta
que dará no caso de uma infeção real. Isto é,
quando há infecção verdadeira o sistema
imunitário, que já memorizou a resposta, atuará
rapidamente e de modo eficaz para proteger o
organismo da doença que se iria instalar.
A resposta individual a uma vacina não é sempre
igual em todos os vacinados. Ela depende de
vários factores: de ordem genética do sistema
imunitário, do estado geral de saúde do vacinado,
de estímulos anteriores do sistema imunitário do
indivíduo vacinado, etc.
Há também alimentos que favorecem o sistema
imunitário e a imunidade do organismo. O
exercício físico também contribui para aumentar
as defesas do organismo.
Esquema da ação das vacinas no sistema imunitário
15
A vacina em campanhas e programas
Foi no mês de Novembro de 1965 que se iniciou
em Portugal um Programa Nacional de Vacinação
(PNV). Este programa consistiu na distribuição à
totalidade da população portuguesa, de modo
organizado e de acordo com um calendário
adequado, de um conjunto de vacinas. O objectivo
era proporcionar a cobertura vacinal de acordo
com critérios estabelecidos. Foi a vacina contra a
poliomielite a que iniciou este processo de modo
organizado e foi com ela que se confirmou a
importância e o interesse dessa cobertura da
população portuguesa.
Selos de França e dos Estados Unidos da América
alusivos à vacina contra a poliomielite
Em 1966, o leque de vacinas foi alargado e além
da vacina da poliomielite foram incluídas as
vacinas da tosse convulsa, da difteria, do tétano e
da varíola. A legislação já havia estabelecido a
obrigatoriedade de algumas vacinas: em 1894 a
vacina antivariólica; em 1962 a vacina antitetânica
e antidiftérica, que tinha que ser confirmada na
entrada na escola primária, no ensino secundário
ou noutro estabelecimento de ensino. A vacinação
contra a tuberculose (BCG) foi incluída em passos
sucessivos no programa de vacinação.
Algumas das vacinas já eram administradas em
Portugal antes de 1965. Contudo, não obedecia a
um plano, com uma cobertura da população
portuguesa e, por isso, tinha taxas de sucesso
inferiores. Em 1965, foi instituído o Boletim
Individual de Saúde onde se registavam as
vacinas.
À esquerda: J. Salk (1914-1995) e à direita: E. Sabin
(1906-1993), cada um desenvolveu um tipo de vacina
contra a poliomielite
Em 1973/74, surgiu a campanha de vacina antisarampo (VAS). Em 1977, a vacina anti-variólica
deixou de ser obrigatória dada a erradicação da
doença. Em 1987, foram introduzidas no PNV as
vacinas contra a parotidite e a rubéola e que
passaram a ser administradas conjuntamente com
a do sarampo (VASPR). A partir de 1999, o PNV
passou a contar com as vacinas da hepatite B e
do Haemophilus influenzae tipo b, em 2006 contra
o meningococo C, em 2008. contra o vírus do
papiloma humano (HPV), em 2015, a vacina
conjugada de 13 valências contra infeções por
Streptococcus pneumoniae (Pn13).
À esquerda: etiquetas dos CTT comemorativas dos
50 anos do PNV; à direita: imagem da Direção Geral
de Saúde alusiva aos 50 anos do PNV
16
Programa naconal de vacinação (PNV) em Portugal em 2015
17
Vacina contra Tuberculose (BCG)
A tuberculose é uma doença infecciosa
causada
pela
bactéria
patogénica,
Mycobacterium tuberculosis ou “bacilo de
Koch”, descoberta em 1882 por Robert Koch.
A tuberculose é uma doença contagiosa e a
transmissão do micróbio da tuberculose
processa-se pelo ar, através da respiração,
que o faz penetrar no nosso organismo.
Quando um doente com tuberculose tosse,
fala ou espirra, espalha no ar pequenas
gotas que contêm o bacilo de Koch. Uma
pessoa saudável que respire o ar de
determinado ambiente onde permaneceu um
tuberculoso pode infectar-se.
Bactéria Mycobacterium tuberculosis ou “bacilo de
Koch”
A doença atinge sobretudo os pulmões, pode
também atingir outros órgãos e outras partes
do nosso corpo, como os gânglios, os rins, os
ossos, os intestinos e as meninges.
Em 1909, Albert Calmette e Camille Guerin,
do Instituto Pasteur, comunicavam à
Academia de Ciências Francesa o
desenvolvimento de um bacilo de virulência
atenuada, com capacidade imunizante contra
a tuberculose.
Era a vacina BCG (Bacilo de Calmette e
Guérin).
RX de um pulmão com tuberculose
A vacina BCG é uma vacina constituída por
bacilos vivos atenuados de Mycobacterium
bovis. É administrada a recém-nascidos com
peso maior ou igual a 2kg. Após dois meses,
se o resultado for negativo na prova da
tuberculina, a vacina é novamente
administrada.
Estátua de Robert Koch em Berlim, Alemanha
18
Vacina contra Hepatite B (VHB)
A hepatite B é uma doença infecciosa
inflamatória do fígado causada pelo vírus da
hepatite B, descoberto em 1965, e é a mais
perigosa das hepatites. Os portadores podem
desenvolver doenças hepáticas graves, como
a cirrose e o cancro no fígado, contudo é
possível fazer prevenção através da vacina
da hepatite B, com uma eficácia de 95%.
O vírus transmite-se através de contacto com
o sangue e fluidos do corpo de uma pessoa
infetada, mas existe ainda a possibilidade de
transmissão de mãe para filho, no momento
do nascimento e através da partilha de
seringas entre os utilizadores de drogas
injetáveis ou objetos de uso pessoal: escovas
de dentes, lâminas de barbear ou outros que
possam estar contaminados com sangue.
Virus Hepatite B
A vacina contra a hepatite B começou a ser
testada em 1975, em França e foi
comercializada a partir de 1981. As primeiras
vacinas eram constituídas pelo antigénio
HBs, retirado do plasma de doentes infetados
e que, ao chegar ao organismo da pessoa
vacinada, desencadeava a produção de
anticorpos anti-HBs, servindo assim de
proteção. Atualmente, existem vacinas
chamadas "recombinantes" obtidas a partir
de engenharia genética, usando células de
hamsters ou de leveduras.
Aspeto de um fígado normal e de uma cirrose
hepática
A vacina contra a hepatite B (VHB) é uma
vacina de antigénios recombinantes da
superfície do vírus da hepatite B e é
administrada em três doses: 0, 2 e 6 meses.
Vacina contra hepatite B (VHB)
19
Vacina contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
A Haemophilus influenzae é uma bactéria
inicialmente designada por bacilo de Pfeiffer,
foi descrita pela primeira vez em 1892 por
Richard Pfeiffer durante uma pandemia de
influenza. Apesar do seu nome, nada tem a
ver com o vírus da influenza que causa a
gripe. Foi confundida como a causa da gripe
comum, atualmente definida como causada
pelo vírus influenza, até 1933.
Os tipos de H. influenzae vão de A a F,
predominando o tipo B, abreviado como Hib.
As estirpes de Haemophilus influenzae tipo b
são o grupo mais virulento e provocam
doenças graves, geralmente em crianças
pequenas ou imunodeprimidos. Pode
provocar meningites, infeções no ouvido
médio (otite média) e infecções respiratórias
(faringite, bronquite ou pneumonia).
Bactéria Haemophilus influenzae tipo b
No entanto, devido ao uso amplamente
difundido da vacina contra o Haemophilus
influenzae tipo b, a doença grave causada
por este microrganismo está a tornar-se
menos frequente. A pneumonia é mais
comum entre as pessoas que apresentam
imunodeficiências. Na maioria destes casos o
organismo responsável pelo desenvolvimento
de doença não pertence ao grupo dos
microrganismos que se utilizam para a
produção da vacina contra o Haemophilus
influenzae tipo b.
Esquema representativo das meninges: dura-máter,
aracnóide e pia-mater
A vacina contra Haemophilus influenzae do
tipo b, trata-se de uma vacina de
oligossacárido ou polissacárido capsular da
referida bactéria, conjugada com uma
proteína bacteriana. A administração é
efectuada aos 2, 4, 6 e 18 meses.
Exemplo de vacina contra Haemophilus influenzae
tipo b (Hib)
20
Vacina contra Difteria, Tétano e Tosse convulsa (DTPa)
A difteria é uma doença infecciosa que
afecta a garganta e pode provocar a
obstrução das vias respiratórias e a morte. A
difteria é uma infecção contagiosa originada
pela bactéria Corynebacterium diphtheriae e
que se caracteriza pelo aparecimento de
falsas membranas aderentes às mucosas da
faringe e laringe podendo provocar a
obstrução das vias respiratórias e a morte.
Há alguns anos, a difteria era uma das
principais causas de morte infantil.
Actualmente, a difteria é pouco frequente nos
países desenvolvidos, principalmente graças
à vacinação maciça contra a doença. O
tétano é uma doença causada por uma
toxina produzida pela bactéria Clostridium
tetani, uma bactéria produtora de esporos
que podem persistir no solo e nas fezes dos
animais durante anos. A doença é adquirida
quando a bactéria Clostridium tetani entra no
organismo através de lesões da pele - como
cortes, arranhão, mordidas ou picadas de
animais, etc. -, drogas injectáveis ou mesmo
após realização de procedimentos cirúrgicos
sem condições de higiene adequadas. A sua
principal característica é causar espasmos
dolorosos, rigidez dos músculos e distúrbios
neurológicos. A tosse convulsa é uma
infecção respiratória causada pela bactéria
Bordetella pertussis que também produz uma
vasta gama de factores de virulência.
Bactéria Clostridium tetani
Espasmos musculares de um paciente que sofre de
tétano
A vacina contra difteria, tétano e tosse
convulsa, é combinada trivalente de toxóides:
diftérico adsorvido (D), tetânico (T), e
subunidades de Bordetella pertussis (Pa), dai
a designação de vacina DTPa. A vacina é
administrada aos 2, 4, 6, 18 meses, aos 5-6
anos e posteriormente reforços da vacina
antitetânica cada 10 anos.
Exemplo de vacina contra difteria, tétano e tosse
convulsa (DTPa)
21
Vacina contra Poliomielite (VIP)
A poliomielite é provocada por um vírus
conhecido como poliovírus, que se transmite ao
engolir substâncias, como água, contaminadas
por fezes infectadas. A infecção estende-se do
intestino a todo o corpo, mas o cérebro e a
espinal medula são os mais gravemente
afectados. No início do século XX, grande parte
dos recursos sanitários eram destinados às
pessoas infectadas pela poliomielite. Hoje em
dia, nos países industrializados os surtos de
poliomielite desapareceram quase por completo
graças aos programas maciços de vacinação.
Virus da poliomielite
Os sintomas de poliomielite incluem febre, dor
de cabeça intensa, rigidez do pescoço e das
costas e dor muscular profunda. A doença pode
estacionar ou progredir e desenvolver-se
debilidade ou paralisia em certos músculos,
dependendo de que partes do cérebro e da
espinal medula forem afectadas. A complicação
mais grave da poliomielite é a paralisia
permanente. Por vezes, a parte do cérebro
responsável pela respiração pode ser afectada
e provocar debilidade ou paralisia nos músculos
do peito. Durante as epidemias dos anos 1940
e 1950, esta complicação fez com que se
generalizasse o uso do pulmão de aço, um
incómodo dispositivo mecânico que facilitava a
respiração.
Criança com paralisia causada por poliomielite
Existem
dois
tipos
de
vacinas
antipoliomielíticas. A 1ª a ser utilizada foi a
vacina Salk, composta por vírus mortos e
aplicada através de uma injecção subcutânea.
A outra, que à excepção de raras ocasiões é a
que se utiliza actualmente, corresponde à
vacina Sabin ou antipoliomielítica oral trivalente,
elaborada com os três subtipos de vírus da
poliomielite atenuados e administrada por via
oral sob a forma de gotas, na maioria dos casos
dissolvidas num torrão de açúcar. A vacina é
administrada aos 2, 4, 6 meses e aos 5-6 anos.
Exemplo de vacina contra a poliomielite (VIP)
22
Vacina contra Streptococcus pneumoniae (Pn13)
O Streptococcus pneumoniae (pneumococo)
é a causa bacteriana mais frequente de
pneumonia. Uma pessoa infectada com um
dos 80 tipos conhecidos do pneumococo
desenvolve imunidade parcial a uma nova
infeção com este tipo de bactéria em
particular, mas não aos outros.
A doença pneumocócica pode levar a
infecções graves nos pulmões (pneumonia),
no sangue (bacteremia - disseminação da
bactéria pelo sangue/sepsis - infeção
generalizada) e na membrana que reveste o
cérebro (meningite). Bacteremia e meningite
são infecções pneumocócicas invasivas,
normalmente muito graves, que levam à
hospitalização, ou, até mesmo, à morte.
Bactéria Streptococcus pneumoniae
As vacinas comercializadas em Portugal
contra
infecções
por
Streptococcus
pneumoniae são: Vacina pneumocócica
polissacárida conjugada de 10 valências
(Pn10); Vacina pneumocócica polissacárida
conjugada de 13 valências (Pn13) e Vacina
pneumocócica polissacárida de 23 valências
(Pn23). A vacina polissacárida conjugada
recomendada é a Prevenar 13® (Pn13),
devido à maior abrangência de serotipos e à
concordância de cerca de 80% entre os
serotipos actualmente causadores de doença
invasiva pneumocócica (DIP) em Portugal e
os serotipos existentes nesta vacina. A
vacina é administrada aos 2, 4 e 12 meses.
Recomenda-se a vacinação aos indivíduos
com um alto risco de contrair a pneumonia
pneumocócica, como os que têm doenças
cardíacas ou pulmonares, os indivíduos com
deficiência do sistema imune ou com
diabetes e os maiores de 65 anos.
Comparação entre de bronquíolo e álveolo
pulmonares saudáveis e afectados por pneumonia
Vacina Prevenar 13® (Pn13)
23
Vacina contra Neisseria meningitidis C (MenC)
A Neisseria meningitidis C é uma bactéria
que provoca inflamação das meninges, a
chamada meningite bacteriana. Mais de 80 %
de todos os casos de meningite são
provocados por três espécies de bactérias:
Neisseria
meningitidis,
Haemophilus
influenzae e Streptococcus pneumoniae.
As três encontram-se normalmente no
ambiente que nos rodeia e podem inclusive
viver, sem provocar qualquer dano, no nariz
ou no aparelho respiratório de uma pessoa.
De maneira ocasional, estes organismos
infectam o cérebro sem que se possa
identificar a razão disso. Noutros casos, a
infecção deve-se a uma ferida na cabeça ou
é provocada por uma anomalia do sistema
imunitáro. As pessoas com maior risco de ter
meningite devido a uma destas bactérias são
as que abusam do álcool, as que foram
submetidas a uma esplenectomia (extirpação
do baço) ou as que têm uma infecção crónica
do ouvido e do nariz, uma pneumonia
pneumocócica ou uma drepanocitose.
Bactéria Neisseria meningitidis C
A meningite é mais frequente em crianças de
1 mês a 2 anos de idade. É muito menos
frequente nos adultos, a menos que tenham
determinados factores de risco; no entanto,
podem surgir pequenas epidemias em
ambientes como campos de treino militar,
residências de estudantes ou outros sítios
onde as pessoas se encontram em contacto
estreito.
Teste do copo ou teste de Tumbler que permite
identificar erupções cutâneas típicas da meningite
meningocócica
A vacina contra a doença invasiva por
Neisseria meningitidis do serotipo C, trata-se
de uma vacina de oligossacárido ou
polissacárido capsular da referida bactéria,
conjugada com uma proteína bacteriana.
Esta vacina é actualmente administrada aos
12 meses.
Vacina contra Neisseria meningitidis C (MenC)
24
Vacina contra Sarampo, Parotidite epidémica e Rubéola (VASPR)
O sarampo é uma doença altamente contagiosa
causada por um vírus do género Morbillivirus que
produz diversos sintomas e uma erupção
característica, especialmente as manchas de
Koplik (manchas brancas na mucosa interna da
bochecha). Transmite-se ao respirar microgotas
que contêm o vírus e que pairam no ar,
procedente dos espirros e da tosse, ou então pelo
contacto directo com objectos contaminados por
saliva infectada. Nas crianças sãs e bem nutridas,
o sarampo raramente é grave. No entanto, o
processo pode complicar-se com infecções
bacterianas como uma pneumonia (sobretudo nos
bebés) ou com uma infecção no ouvido médio. A
parotidite epidémica (papeira) é uma infecção
viral contagiosa, provocada por um paramixovírus,
parente do vírus do sarampo, que provoca uma
dilatação dolorosa das glândulas salivares. A
transmissão efectuada de modo semelhante ao do
sarampo. As complicações podem afectar outros
órgãos em vez das glândulas salivares, sobretudo
em pessoas que são infectadas depois da
puberdade. Aproximadamente 20 % dos homens
infectados depois da puberdade desenvolvem
uma dolorosa inflamação num ou em ambos os
testículos que pode provocar esterilidade. A
rubéola é uma infecção viral contagiosa que
provoca sintomas ligeiros, como dor nas
articulações e erupções. O contágio e efectuado
de modo semelhante ao do sarampo. A rubéola é
menos contagiosa do que o sarampo e muitas
crianças nunca chegam a ser contagiadas. Não
obstante, a rubéola é grave, sobretudo para as
mulheres grávidas. Uma mulher infectada durante
as primeiras 16 semanas (particularmente as
primeiras 8 ou 10 semanas) de gravidez pode
abortar, dar à luz um bebé morto ou ter um bebé
com deficiências congénitas.
Virus do sarampo
Aspecto de ums criança com sarampo
A vacina contra o sarampo, parotidite epidémica e
rubéola (VASPR), é uma vacina combinada
trivalente constituída por vírus atenuados das 3
doenças. É administrada aos 12 meses e aos 5-6
anos.
Vacina contra sarampo, parotidite epidémica e
rubéola (VASPR)
25
Vacina contra o vírus do Papiloma humano (HPV)
O vírus do papiloma humano (HPV) é
sexualmente transmissível e é responsável por
um elevado número de infeções, que, na
maioria das vezes, são assintomáticas e de
regressão espontânea. Porém, pode originar
lesões benignas, como as verrugas
anogenitais/condilomas acuminados e as
lesões benignas da orofaringe, e, em situações
relativamente raras, pode evoluir para cancro,
com destaque especial para o cancro do colo
do útero. As infeções pelo HPV são muito
comuns e a maioria não provoca doença,
desaparecendo espontaneamente. Existem
diferenças ao nível das infeções por HPV,
sendo que a presença de papilomas ou de
verrugas genitais sugere infeção por HPV não
oncogénicos (baixo risco), enquanto que no
caso de lesões do colo do útero, os mais
frequentes são os oncogénicos (alto risco).
Virus do papiloma humano
Até à data foram identificados mais de 200 tipos
de HPV, dos quais cerca de 40 infetam
preferencialmente o trato anogenital: vulva,
vagina, colo do útero, pénis e áreas perianais.
De acordo com o seu potencial oncogénico, os
HPV podem ser classificados em vírus de
“baixo risco” e de “alto risco”. Dos cerca de 15
HPV de alto risco que podem infetar o trato
anogenital, os genótipos 16 e 18 são
responsáveis por 70-75% dos casos de cancro
do colo do útero, estando também associados a
alguns casos de cancro vulvar, vaginal, peniano
e anal. Os HPV de baixo risco estão associados
ao desenvolvimento de verrugas genitais, em
90% destas situações estão identificados os
genótipos 6 e 11.
Várias lesões do cólo do útero provocadas pelo HPV
A idade ideal para vacinação é entre os 10 e 13
anos, sendo que, actualmente, estão
recomendadas duas doses, administradas com
intervalo de seis meses. Trata-se de uma
vacina recombinante, com adjuvante, e existem
as vacinas: bivalente - contempla os serotipos
16 e 18; e a tetravalente - contempla os
serotipos 16, 18, 6 e 11.
Vacina contra o vírus do pailoma humano (HPV)
26
Vacinas extra-PNV mais frequentes na criança em 2015
27
As vacinas e o farmacêutico
Através da Portaria 1429/2007, de 2 de
Novembro, entre os serviços farmacêuticos a
executar nas farmácias de oficina ou comunitárias
está a administração de medicamentos e de
vacinas não incluídas no Programa Nacional de
Vacinação, estas a administrar nos centros de
saúde.
Promoção das vacinas nas farmácias portuguesas
O INFARMED I.P., instituição que tutela
oficialmente a farmácia, os medicamentos e os
produtos de saúde em Portugal, deliberou que a
administração de vacinas nas farmácias de oficina
é da responsabilidade do farmacêutico diretor
técnico dessas farmácias, devendo ser executada
por farmacêuticos.
Na Deliberação (Deliberação n.º 139/CD/2010)
inscreve-se:
“1. A actividade de vacinação nas farmácias de
oficina depende da observância do disposto nos
números seguintes.
2. A administração de vacinas nas farmácias de
oficina deve ser executada por farmacêuticos, que
devem estar habilitados com formação
complementar específica, reconhecida pela
Ordem dos Farmacêuticos, sobre administração
de vacinas e suporte básico de vida,
nomeadamente no tratamento de reacção
anafilática”.
Manual para farmacêuticos de administração de
vacinas
O farmacêutico pela formação científica que
adquire nas Faculdades de Farmácia pode
desempenhar funções na investigação sobre
vacinas, produção, armazenamento e distribuição
de vacinas. Em Portugal recorre-se à importação
de vacinas.
Nas farmácias de oficina, onde o público recorre
sem necessidade de marcação, o farmacêutico
está numa situação privilegiada para sensibilizar a
população para a importância da vacinação, tanto
das vacinas incluídas no Programa Nacional de
Vacinação como noutras vacinas relevantes para
a saúde individual, bem como para a saúde
coletiva.
Incentivo à vacinação nas farmácias
28
Cuidados a ter ao viajar para fora da Europa
Sempre que for viajar para fora da Europa
devem adotar-se medidas preventivas e ter
em atenção alguns cuidados para evitar
doenças. O risco de adoecer durante uma
viagem depende de fatores como a
susceptibilidade do indivíduo - influenciada
por antecedentes vacinais e de doenças,
doenças concomitantes e utilização de
medicamentos - e as características da
viagem programada - roteiro, época do ano,
duração, tipo de actividade, condições de
alojamento, disponibilidade de assistência
médica.
e os alimentos que se ingerem em
determinados países, a utilização de
repelentes, etc.
No que diz respeito à vacinação dos
viajantes,
o
Regulamento
Sanitário
Internacional em vigor estipula que a única
vacina que poderá ser exigida aos viajantes
na travessia das fronteiras é a vacina contra
a febre-amarela.
Os países que exigem a vacinação contra a
febre-amarela são 18 e situam-se no
continente africano:
Benim, Burkina Faso, Camarões, Congo,
Costa do Marfim, Gabão, Gana, Guiana
Francesa, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger,
Ruanda, República Centro Africana,
República Democrática do Congo, República
de Angola, São Tomé e Príncipe e Togo.
A melhor forma de conhecer os riscos, bem
como as medidas profilácticas obrigatórias do
local para onde viaja é procurar uma das
muitas consultas do viajante e/ou centros
de vacinação internacional existentes em
todo o país. Deve procurar orientação médica
especializada com antecedência de pelo
menos 30 dias. Após o regresso dos
viajantes, estes centros prestam ainda
assistência médica e fazem o diagnóstico de
problemas possivelmente contraídos durante
a viagem.
A vacina contra a febre-amarela tem o prazo
de dez anos e não é recomendada para
crianças com idade inferior a 9 meses.
No entanto, alguns países não autorizam a
entrada no seu território sem o comprovativo
de vacinação contra outras doenças, como é
o caso das vacinas contra a meningite
meningocócica e da febre tifóide, impostas
pela Arábia Saudita e exigidas a todos os
que passem a fronteira entre o Sudão e o
Egipto. Também a vacina contra a cólera é
exigida em determinados países.
Assim, as consultas de saúde do viajante são
efectuadas por médicos especialistas em
doenças infecciosas e em medicina tropical
(componente viagens) e, durante a consulta
são avaliados os riscos associados à viagem
de acordo com as características individuais
de cada viajante, o meio de transporte, a
actividade programada e o roteiro detalhado
da viagem.
Quanto a outro tipo de vacinação, está
depende do país para o qual se viajar, sendo
que as vacinas mais indicadas são as que
protegem contra a cólera, difteria,
encefalite japonesa, hepatite A, hepatite B,
gripe, poliomielite, raiva, tétano e febre
tifóide.
Servem igualmente para administrar as
vacinas necessárias (obrigatória) e outros
medicamentos profilácticos (por exemplo,
para a malária) e também para a importância
de possuir alguma informação acerca da
higiene individual, cuidados a ter com a água
29
Centros de vacinação da consulta do viajante em Portugal
Região de Saúde do Norte
N.º 1 - Centro de Vacinação Internacional do Porto Batalha/Guindais
Centro de Saúde da Batalha, Unidade de Saúde dos
Guindais
Rua Arnaldo Gama, n.º 64 - 4000-094 Porto
Telefone: 222 002 540 / Fax: 222 001
N.º 2 - Centro de Vacinação Internacional 998
de Braga
Centro de Saúde de Braga
Largo 12 de Dezembro, n.º 5 - Ponte Pedrinha/Lomar 4705-259 Braga
Telefone: 253 208 260 / Fax: 253 208 261
N.º 3 - Centro de Vacinação Internacional do
Hospital Joaquim Urbano
Hospital Joaquim Urbano
Rua Câmara Pestana, n.º 348 - 4369-004 Porto
Telefone: 225899550 – Ext: 340 / Fax: 225194460
N.º 4 - Centro de Vacinação Internacional de Viana
do Castelo
Centro de Saúde de Viana do Castelo
Rua S. José, n.º 317 - 4900-308 Viana do Castelo
Telefone: 258 801 900 / Fax: 258 801 909
N.º 5 - Centro de Vacinação Internacional do
Hospital São João
Consulta de Medicina de Viagem e Centro de Vacinação
Internacional
Alameda Professor Hernâni Monteiro - (Piso 2 do Pav.
Radioterapia)
4200-319 Porto
Telefone: 225 512 243 / Fax (Geral): 225 025 766
N.º 6 - Centro de Vacinação Internacional de
Bragança
Centro de Saúde de Macedo de Cavaleiros
Avenida Dr. Urze Pires - 5340-263 Macedo de
Cavaleiros
Telefone: 278 420 140
N.º 7 - Centro de Vacinação Internacional do Porto
de Leixões
Porto de Leixões, Doca 2 Sul - 4450-000 Matosinhos
Telefone: 229372497 e 918174606 / Fax: 229386144 e
912882385
Região de Saúde do Centro
N.º 1 - Coimbra - Serviço de Sanidade Internacional
ACES Baixo Mondego I - Unidade de Saúde Pública
Rua Capitão Salgueiro Maia - Topo Norte
Edifício Centro de Saúde Santa Clara - 3040-006
Coimbra
Telefone: 239 802 111
N.º 2 - Leiria - Serviço de Sanidade Internacional
Centro de Saúde Dr. Arnaldo Sampaio
Rua Egas Moniz, n.º 7 - 2414-005 Leiria
Telefone: 244 859 140 / Fax: 244 849 001
N.º 3 - Aveiro - Serviço de Sanidade Internacional
Centro de Saúde de Aveiro
Praça Rainha D. Leonor - R/C do Laboratório
- 3810-042 Aveiro
Telefone: 234 891 191
N.º 4 - Castelo Branco - Serviço de Sanidade
Internacional
Centro de Saúde Castelo Branco
Avenida António Sérgio, n.º 10 - Apartado 72 - 6000-152
Castelo Branco
Telefone: 272 340 290 / Fax: 272 341 658
Região de Lisboa e Vale do Tejo
N.º 1 - Centro de Saúde de Sete Rios
Largo Prof. Arnaldo Sampaio - 1549-010 Lisboa
Telefone: 217 211 836 / Fax: 217 211 802
N.º 2 - Centro de Saúde de Almada
Unidade de Saúde Pública
Rua Luís António Verney, n.º 35 - 1805-169 Cova da
Piedade
Telefone: 212 721 635/6 / Fax: 212 721 631
N.º 3 - Hospital Dona Estefânia
Rua Jacinta Marto - 1169-045 Lisboa
Telefone: 213 126 600 / Fax: 213 126 823/779
N.º 4 - Hospital São Bernardo
Serviço de Infecciologia, Rua Camilo Castelo Branco 2910-446 Setúbal
Telefone: 265 549 558 / Fax: 265 231 124
N.º 5 - Hospital Curry Cabral
Rua da Beneficência, 8 - 1069-166 Lisboa
Telefone: 217 924 322
N.º 6 – Hospital Santa Maria (Centro Hospitalar
Lisboa Norte)
Avenida Professor Egas Moniz - 1649-035 Lisboa
Telefone: 217 805 000 / Fax: 217 805 610
N.º 7 - Hospital Garcia de Orta
Avenida Professor Torrado da Silva - 2801-951 Almada
e-mail: [email protected];
Telefone 212 727 239
N.º 8 - Instituto de Higiene e Medicina Tropical
Rua da Junqueira, n.º 96 - 1349-008 Lisboa
Telefone: 213 652 600
Região de Saúde do Alentejo
N.º 1 - Consulta do Viajante do Hospital do Litoral
Alentejano
Monte do Gilbardinho EN 261 - 7540-230 Santiago do
Cacém
Telefone: 269 818 100/269 818 125 / Fax: 269 818 127
N.º 2 - Centro de Saúde de Sines
Rua Júlio Gomes da Silva, n.º 1-A - 7520-219 Sines
Telefone: 269 870 440 / Fax: 269 636 012
N.º3 - Centro de Saúde de Évora - Unidade de Saúde
Portas de Avis
Rua Ferragial do Poço Novo - 7000-747 Évora
Telefone: 266 760 010 / Fax: 266 743 383
Região de Saúde do Algarve
N.º 1 - Centro de Saúde de Faro
Urbanização Graça Mira, Lejana de Cima - 8009-003
Faro
Telefone: 289 830 300 / Fax: 289 830 372
N.º 2 - Unidade de Saúde Pública de Portimão
Rua Poeta António Aleixo - 8501-856 Portimão
Telefone: 282 405 300
Região Autónoma da Madeira
N.º 1 - Funchal - Serviço de Sanidade Internacional
Centro Saúde do Bom Jesus (Módulo da Sé), Unidade
Operativa de Saúde Pública
Rua das Hortas, n.º 67, 3.º Piso - 9050-526 Funchal
Telefone: 291 208 738 / Fax: 291 208 888
Região Autónoma dos Açores
N.º 1 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha de
São Miguel
Delegação Saúde P. Delgada, R. Agostinho Pacheco
30
nº14, 9500-015 Ponta Delgada
Telefone: 296 201 760
N.º 2 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha de
Santa Maria
Delegação de Saúde de Vila do Porto, Avenida de Sta
Maria - 9580-501 Vila do Porto
Telefone: 296 820 100
N.º 3 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha
Terceira
Delegação de Saúde de Angra do Heroísmo
Canada dos Melancólicos - 9701-869 Angra do
Heroísmo
Telefone: 295 402 950
N.º 4 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha da
Graciosa
Delegação de Saúde de Santa Cruz da Graciosa
Rua Mouzinho de Albuquerque - 9880-320 Santa Cruz
da Graciosa
Telefone: 295 730 070
N.º 5 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha do
Faial
Delegação de Saúde da Horta, Bairro Vista Alegre 9901-853 Horta
Telefone: 292 207 200
N.º 6 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha de
São Jorge
Delegação de Saúde das Velas, Rua do Corpo Santo 9800-541 Velas
Telefone: 295 412 122
N.º 7 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha do
Pico
Delegação de Saúde da Madalena do Pico
Praceta Dr. Caetano Luís Mendonça - 9959-361
Madalena – Pico
Telefone: 292 628 800
N.º 8 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha das
Flores
Delegação de Saúde de Santa Cruz das Flores, Rua do
Hospital - 9970-303 Flores
Telefone: 292 590 2
N.º 9 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha do
Corvo
Delegação de Saúde do Corvo, Avenida do Corvo 9980-039 Corvo
Telefone: 292 596 153
Referências
DENO, Richard A.; ROWE, Thomas D.; BRODIE, Donald C. — The profession of pharmacy. An introductory
textbook. Philadelphia-Montreal: J.B.Lippincontt Company, 1959.
FELICIANO, João — “A vacinação e a sua história”. Caderno da Direcção Geral de Saúde. 2(2002) 3-7.
FREITAS, Maria da Graça — “Programa Nacional de Vacinação e reforma dos cuidados de saúde”. Revista
Portuguesa de Clínica Geral. 23(2007) 409-415.
GRACIA GUILLÉN, Diego et al. — Historia del medicamento. Barcelona: Ediciones Doyma, 1986
MARGOTTA, Roberto – História ilustrada da medicina. Lisboa: Publicações e Artes Gráficas, Lda, 1996.
PINTO, S.M.; SANTOS, I.G.; RODRIGUEZ SANCHEZ, J.A.; PITA, J.R.; PEREIRA, A.L. — “De las campañas de
vacunación al calendario vacunal: el programa nacional de vacinação portugués y las campañas nacionales de
vacunación antipoliomielítica en España (1963-1976)”. In: CAMPOS MARÍN, R. et al. — Medicina y poder
politico. XVI Congreso de la Sociedad Española de Historia de la Medicina.. Madrid: SEHM y FMUCM, 2014, pp.
203-209.
PITA, João Rui — História da Farmácia. 3ª ed. Coimbra: MinervaCoimbra, 2007.
PITA, João Rui — “Manuel Joaquim Henriques de Paiva: um luso-brasileiro divulgador de ciência. O caso
particular da vacinação contra a varíola”. Mneme. Revista de Humanidades. 10:26(2009) 91-102
PLOTKIN, Stanley A.; ORENSTEIN, Walter A. — Vaccines. 3ª ed. Philadelphia: W.B. Saunders Company, 1999.
PORTER, Roy (Ed.) — Medicina. A história da cura. Das antigas tradições às práticas modernas. Lisboa: Livros
& Livros, 2002
SOURNIA, Jean-Charles — Histoire de la médecine et des médecins. Paris: Larousse, 1991.
SUBTIL, Carlos Lousada; VIEIRA, Margarida — “Os primordios da organização do Programa Nacional de
Vacinação em Portugal”. Revista de Enfermagem Referência. 4(2011) 167-174
Sites consultados
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22607
http://www.tuasaude.com/alimentos-que-aumentam-a-imunidade/
http://saude.umcomo.com.br/articulo/como-funcionam-as-vacinas-10927.html
https://www.dgs.pt/
http://www.saudemedicina.com/
http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/historia-das-vacinas
http://www.roche.pt/hepatites/hepatiteb/virus.cfm
http://escola.britannica.com.br/assembly/134472/A-foto-mostra-uma-imagem-ampliada-do-virus-da-hepatite
http://www.manualmerck.net/?id=67&cn=745
http://www.huffingtonpost.com/2014/01/13/deadly-viruses-beautiful-photos_n_4545309.html
https://www.oist.jp/groups/molecular-cryo-electron-microscopy-unit-matthias-wolf
http://bioquell.asia/technology/microbiology/neisseria-meningitidis/
http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/vacinacao/virus+vacina.htm
https://hmsportugal.wordpress.com/2011/10/10/pneumonia/
http://www.centrocienciajunior.com/miudos_graudos/vamosfalar01.asp?id=2113
31
Ficha técnica da exposição
Coordenação
Célia Cabral e João Rui Pita
Apoios
Agradecimentos
Enfermeira Susana Sanches e Enfermeira Sandra Godinho
Unidade de Saúde Familiar CelaSaúde, Coimbra
32
Download