REB Volume 2 (3): 1-18 , 2009 ISSN 1983-7682 . Revista Eletrônica de Biologia _______________________________________________________________ Conhecimento popular de plantas medicinais no bairro Aparecidinha na cidade de Sorocaba/SP Popular knowledge on medicinal plants in the district of Aparecinha, Sorocaba/SP Fabricia Rosa Madia e Vanessa Rodrigues Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP, Campus Sorocaba, SP E-mail: [email protected] _______________________________________________________________ Resumo O presente trabalho tem como objetivo realizar o levantamento etnobotânico de plantas com propriedades terapêuticas (fitoterápicos), utilizados no bairro Aparecidinha, na cidade de Sorocaba (SP). Foram entrevistados 56 residentes, de ambos os sexos, de diferentes níveis de escolaridade, usuários ou não de plantas medicinais. As amostras vegetais foram coletadas para devida identificação e descrição de suas possíveis utilizações terapêuticas. Logo após verificou a predominância das famílias Myrtaceae ( 4 espécies ), Laminaceae (4 espécies), Asteraceae (4 espécies) e Rutaceae (2 espécies), sendo as mais citadas o hortelã, erva-cidreira, babosa e o guaco. As plantas mais utilizadas foram as de maior popularidade e cujo conhecimento passa através de gerações. Foi observado também, que a maioria dos tratamentos consistiam em chás e infusão em álcool, e que as partes das plantas frequentemente mais usadas são as folhas. A maioria dos nomes citados pelos moradores, correspondiam aos nomes já conhecidos na literatura. Um estudo bibliográfico feito das propriedades medicinais das plantas mais citadas, comprova que muito do conhecimento popular já foi comprovado cientificamente. Palavras – chave: plantas medicinais, conhecimento popular, fitoterapia Abstract This article has the purpose of accomplishing an etnobothanical study of therapeutic plants used by people from Aparecidinha, Sorocaba (SP). Fifty-six people from the area were interviewed and this group of people included men and women with different school levels. Some of them used the plants and some did not. Sample of those plants were collected, identified and their possible medicinal uses were described. The major specimens found were the following - Myrtaceae ( 4 species), Laminaceae (4 species), Asteraceae (4 species) and Rutaceae (2 species) –the most commom ones mentioned by the study group were menta, babosa, cymbopogon and mikania. The plants more frequently used were also the most popular ones and that knowledge kept going on from one generation to another. The study also indicates that most treatments included teas and infusions with alcohol, and that leaves were the parts more often used. Most of the plant names mentioned by the study group were related to the ones found in the books. A bibliographical study was performed in order to verify the possible medicinal effects of those treatments using the plants mentioned in this article showing that most of the popular knowledge has been scientifically proved. Keywords: medicinal plants, popular knowledge, phytotherapy 1. Introdução A utilização de plantas medicinais é uma prática milenar (MARODIN et al., 2002; ATTENBOROUG et al., 2001; CASTRO, 1995; BALBACK, 1983), sendo seu conhecimento obtido através de gerações por meio de benzedores, xamãs e curandeiros, herdados de magos e feiticeiros e que, após experimentos científicos, tiveram sua veracidade comprovada (STASI, 1995; MING & SILVA, 2006 ). Supõe-se que mais de 70% dos medicamentos derivados de plantas medicinais foram desenvolvidos baseados nestes conhecimentos folclóricos (BARBOSA, 2003). A expansão do comércio destas plantas se deve à falta de acesso de grande parte da população aos medicamentos, associados com a precária estrutura e qualidade do atendimento médico e dos serviços de saúde pública; além da facilidade de aquisição e compatibilidade cultural (ADALBERTO et al., 2003; MATOS, 1994; ARNOUS et a.l, 2005; YUNES, 2001). Dada a importância das plantas medicinais, a Organização Mundial da Saúde tem incentivado desde 1977 (LOGUERCIO et al., 2005) estudos referentes à suas propriedades terapêuticas e em 15/12/2005 foi aprovado pelo Conselho Nacional da Saúde a “Política Nacional de Medicina Natural e 2 Práticas Complementares”, que visa a introdução destes no Sistema Único de Saúde (IBPM, 2006). Ainda segundo este órgão, 80% da população mundial utiliza alguma planta em busca do alívio de algumas dores; sendo que deste total apenas 30% ocorre por indicação médica (PEREIRA et al., 2005). De acordo com pesquisas realizadas pela EMBRAPA, a maioria das plantas medicinais utilizadas no Brasil são nativas, estimando-se que 50% destas possuem alguma propriedade terapêutica útil à população. Entretanto não chega a1% o número de espécies estudadas, devido a falta de pesquisas nessas área (CARVALHO, 2006). A inacessibilidade ao conhecimento cientifico existente, acaba por provocar uma má utilização de fitoterápicos por parte da população, a qual confunde seus nomes populares (devido a existência de várias espécies com o mesmo nome popular) ou mesmo por consumo excessivo (OMS, 2003; ALBUQUERQUE, 1998; BOMBARDELLI, 2005). As formas de obtenção das plantas medicinais consistem em comercialização por feiras livres, mercados populares e encontradas em quintais residenciais (WILKINSON, 1998). Podem ser utilizados em forma de chás, pós ou até mesmo na forma de extrato (OLIVEIRA & AKISUE, 1998). 2. Objetivo Este projeto tem como objetivo identificar, através de exsicatas, as diferentes espécies de plantas empregadas na medicina popular; analisar as partes das plantas empregadas e seus eventuais tratamentos; verificar se os nomes populares dados pela população correspondem aos nomes já empregados na literatura. 3. Metodologia: A área em estudo corresponde ao bairro Aparecidinha, situado no Município de Sorocaba, interior de São Paulo (23°26 ’36.9’’S e 47°22’). Este apresenta-se a 14 Km distante do centro da cidade, sendo caracterizada como uma área rural. A maior parte da população ali residente apresenta baixo nível sócio- econômico e de escolaridade. 3 Fonte: Google Earth – Imagem digital do globo. Europa, 2006. Figura 1: Mapa indicando a localização do bairro Aparecidinha. Nesta figura é possível observar a grande quantidade de áreas rurais, representadas em verde, e a área mais urbanizada, de coloração mais cinza. O ponto vermelho indica a localização da cidade de Sorocaba. Já o ponto verde indica a localização onde foram retiradas as informações espaciais no bairro de Aparecinha.. Para a realização deste projeto foram feitas entrevistas livres com 56 moradores, independente de serem usuários ou não de plantas medicinais, os quais apresentavam diferentes faixas etárias e níveis de escolaridade. Entre as diferentes faixas etárias analisadas, os entrevistados foram divididos da seguinte forma: os que apresentavam até vinte anos, outros de vinte a quarenta anos e acima de quarenta anos de idade. As plantas indicadas por estes foram coletadas e posteriormente herborizadas seguindo técnicas usuais. Em seguida, foram feitas as devidas identificações através de referências bibliográficas e com a ajuda da professora Dra. Vilma Palazetti de Almeida, o material foi registrado e incluído na coleção do Herbário da Pontifícia Universidade de São Paulo - Campus Sorocaba. 4 As entrevistas realizadas foram de caráter informal, buscando saber quais as plantas mais utilizadas, a parte empregada, o tratamento e as finalidades terapêuticas. As informações coletadas foram registradas em um caderno de campo para posterior análise e discussão dos dados. 3. Resultados e Discussão: Embora o bairro de Aparecidinha esteja afastado do centro da cidade de Sorocaba e ser considerado rural, os moradores usuários de plantas medicinais não apresentaram grande diversidade de conhecimento. Dos 56 entrevistados, 28,57% não utilizam plantas medicinais, enquanto que a maioria (71,43%) conheciam e utilizavam-se destas no cotidiano, mesmo que raramente e muitas vezes associadas à medicamentos, como mostra o figura 2 Usuários de plantas medicinais 28,57% 71,43% utilizam não utilizam Figura 2: Relação entre usuários e não usuários de plantas medicinais, no Bairro Aparecidinha. A base do conhecimento consiste, principalmente, em informações passadas através de gerações, sendo aprimorada através dos meios de comunicação (como televisores e livros) e pelo compartilhamento de diferentes sabedorias e culturas, o qual pode ser observado na figura 3. Houve relatos de pessoas que aprenderam com seus vizinhos as propriedades de certas plantas medicinais. Outro morador chegou a contar que seu conhecimento fora adquirido pela convivência com um pajé com o qual morou por alguns anos e quando questionado, o entrevistado não soube informar de qual tribo era proveniente. 5 Números de usuários Fontes de conhecimento sobre fitoterápicos 23 25 20 15 10 5 2 3 0 1 1 3 1 1 3 0 1 Fontes televisão livros antepassados amigos televisão,antepassados e amigos televisão e amigos amigos e antepassados livros, amigos e antepassados televisão e antepassados outros Figura 3: Principais fontes de conhecimentos adquiridos sobre plantas medicinais. Pode-se perceber que os moradores de maior conhecimento apresentavam faixa etária acima de quarenta anos, correspondendo a 55% dos entrevistados. Dos mais jovens (até vinte anos), apenas 15% e na faixa intermediária (vinte à quarenta) 30%. Outro parâmetro analisado na entrevista informal com os moradores fora o grau de escolaridade destes, representado pela figura 4 Observamos que dos 71,43% que utilizam-se de plantas medicinais em seu cotidiano, 15% são analfabetos, e dos 85% alfabetizados apenas 5% possuem ensino médio completo, 12,5% apresentam ensino médio incompleto, 10% possuem ensino fundamental completo e a maioria (57,5%) apresenta ensino fundamental incompleto. Nenhum dos entrevistados cursaram ensino superior. 6 Níveis de escolaridade das pessoas que utilizam fitoterápicos Número de pessoas 30 57.5% 25 20 15 10 15% 12.5% 10% 5% 5 0% Analfabetos Superior Ensino Médio Incompleto Ensino Médio Completo Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental Completo 0 Níveis de ensino Figura 4: Níveis de escolaridade dos usuários de fitoterápicos. Foram coletadas 28 espécies as quais estão distribuídas em 16 famílias distintas, representadas no gráfico abaixo (Figura 5). Relação do número de famílias (% ) Asteraceae 3,57% 3,57% 3,57% 3,57% Davalliaceae 14,29% Lamiaceae Leguminosaceae 3,57% 3,57% Liliaceae Musaceae 3,57% Myrtaceae 14,29% Pantasinaceae Poaceae 10,71% Rutaceae Sapindaceae 3,57% 7,14% 3,57% 3,57% 3,57% Celastraceae Labiatae Verminaceae Lauraceae 14,29% Umbelliferae Figura 5: Representação da diversidade de famílias espécies coletadas, em porcentagem. 7 Com relação às espécies de plantas mais utilizadas, foi possível verificar que o hortelã (Mentha sp) foi a que apresentou maior freqüência de citações, correspondente a vinte usuários. Em seguida encontramos a erva cidreira (Cymbopogon citratus), com quatorze usuários; a babosa (Aloe vera) com dez; o guaco (Mikania sp) e o poejo (Mentha pulegum) com sete usuários; a arruda (Ruta graveolens), a erva doce (Pimpinella sp) e o boldo (Plecthrontus barbatus) com cinco usuários. A figura 6 mostra as espécies citadas pelos moradores. Espécies utilizadas Número de pessoas que utilizam 20 15 10 5 0 1 Espécie Hortelã Caninha brava Erva de São João Samambaia Boldo Poejo Rubim Pata de vaca Babosa Jambolão Pitangueira T ansagem Erva cidreira Melissa Arco de balaio Novalgina Alecrim Espinheira Santa Folha de laranja Guaco Erva doce Arruda Folha de limão Folha de abacate Folha de jabuticaba Capim gordura Figura 6: Número de citações das diferentes espécies de plantas medicinais. A variedade das espécies de plantas, a forma em que são consumidas e suas possíveis propriedades terapêuticas estão representadas na tabela 1. Nesta também é possível comparar suas denominações. Muitas plantas citadas pelos moradores, como mastruz e camomila, não estão representadas nesta tabela devido a falta de material para a sua devida identificação. 8 Tabela 1: Uso pela comunidade do bairro Aparecidinha de plantas medicinais. Família Vernáculo Nome científico Vernonia polyanthes Parte utilizada Planta inteira Tratamento Autores Lorenzi, 2000 Anti depressivo Lorenzi, 2000 Lorenzi, 2000 Asteraceae Arnica Asteraceae Davalliaceae Erva São João Samambaia Vernonia scorpióides Nephrolepis pectinata Planta inteira Folha Lamiaceae Boldo Folha Maceração Lamiaceae Lamiaceae Hortelã Poejo Folha Folha Chá Chá Contra vermes Contra vermes Lorenzi, 2003 Lorenzi, 2000 Lamiaceae Rubim Folha Pata de vaca Babosa Infusão em álcool. Chá Folha Sumo da folha Heliconia sp Folha Chá Myrtaceae Caninha do brejo Jambolão Para dor e cicatrizante. Controle de diabetes. Hidratação de cabelo e queimaduras. Hemorragia Lorenzi, 2000 Fabaceae Plectranthus barbatus Mentha sp Mentha pulegum Leonurus sibiricus Bauhinia variegata Aloe vera Expectorante, cicatrizante (usado para tuberculose) Dor de estômago Syzyguim cumini Folha, semente Diabetes Lorenzi, 2003 Myrtaceae Pitangueira Folha Expectorante Lorenzi, 2000 Plantaginaceae Tansagem Folha Chá capim santo ou capim limão. Arruda Folha Chá Cicatrizante e antiinflamatório Calmante Lorenzi, 2000 Poaceae Eugenia uniflora Plantago tomentosa Cymbopogon citratus Chá, Infusão em álcool. Chá Ruta graveolens Folha Abortivo. Dor de cabeça. Lorenzi, 2000 Diatonopteryx sorbifolia Achillea milefolium Maytenus ilicifolia Martius Mikania sp Citrus sp Citrus sp Rosmarinus oficcinalis Psidium guayava Lippia alba Folha Chá, Extrato (compressa) Infusão em álcool Chá da folha Usado em fraturas, nervo atrofiado Febre Lorenzi, 2000 Liliaceae Musaceae Rutaceae Sapindaceae Asteraceae Arco de balaio Novalgina Celastraceae Espinheira santa Asteraceae Rutaceae Rutaceae Labiatae Guaco Laranjeira Limoeiro Alecrim Myrtaceae Goiabeira Verbenaceae Umbelliferae erva cidreira Erva doce Lauraceae Myrtaceae Poaceae Folha Folha Chá e infusão em álcool Chá Uso pela comunidade Tosse e dor Chá Lorenzi, 2000 Lorenzi, 2003 Lorenzi, 2000 Lorenzi, 2003 Lorenzi, 2000 Lorenzi, 2000 Folha Chás e banhos Alergia e Gastrite Lorenzi, 2000 Folha Folha Folha Folha Chá Chá Chá Chá Gripe Gripe Gripe Gripe e calmante Lorenzi, 2003 Lorenzi, 2000 Lorenzi, 2000 Lorenzi, 2000 Folha Chá Diarréia Lorenzi, 2000 Chá Tosse Lorenzi, 2000 Pimpinella sp Folha e flor Folha Chá Lorenzi, 2000 Abacateiro Persea sp Folha Chá Jabuticabei ra Capim gordura Myrciaria sp Folha Chá Cólica e calmante Hipertensão, pedra na bexiga Diabete Melinis minutiflora Folha Chá Expectorante 9 Lorenzi, 2000 Lorenzi, 2000 Lorenzi, 2000 Do total de espécies coletadas, quatro são representantes da mesma família: Lamiaceae, a qual compreende200 gêneros, com 3.200 espécies (JOLY,1991; LORENZI, 2000). São plantas geralmente Herbácea ou arbustivas. Uma espécie citada que é representante desta família é a Mentha sp usada na medicina popular para minimizar dores abdominais, como calmante ou vermífugo. Esta é utilizada desde a antiguidade por hebreus, romanos e egípcios (YWATA et al., 2005). Apesar de todas as propriedades descritas acima, a única comprovada cientificamente (BARATA, 2006) é justamente a que mais fora citada pelos residentes do bairro de Aparecidinha, que é a de ser um excelente medicamento contra amebíase, giardíase e tricomoníase. Outra espécie citada pelos moradores, e que pertence à família das lamiáceas é o popularmente conhecido como “poejo” (sete citações). Esta herbácea de cheiro marcante é proveniente da Europa, Ásia Ocidental e África Setentrional, sendo utilizada como amebicida (como citado pelos moradores) porém, encontra-se na bibliografia algumas outras indicações de seu uso, como: antigripal, contra dispepsias estomacais, insônia, debilidade do sistema nervoso e irregularidades na menstruação. Apresenta príncipios ativos como a pulegona (óleo essencial) e taninos que podem ser um dos responsáveis pelos efeitos terapêuticos citados A família Asteraceae, também conhecida por Compositae ou compostas apresenta cerca de 1.535 gêneros e aproximadamente 2.300 espécies (NAKAJIMA & SEMIR, 2001) e é uma das mais bem sucedidas entre as espécies de Angiospermas, apresentando lactonas sesquiterpênicas, substância esta que entre outras propriedades pode apresentar atividades antitumorais (CASTELLUCCI et al., 2000) Apresentam hábitos variados (ervas, árvores, subarbustos). A maior parte dessas espécies, cerca de 98%, são constituídas por plantas de pequeno porte (JOLY, 1991). O guaco (conhecido vulgarmente por guaco-trepador, erva-de-cobra, cipó-catinga e coração-de-jesus) pertence a família das compostas, e seu gênero (Mikania) tem cerca de 415 espécies distribuídas principalmente nas Américas do Sul e América Central (RITTER et al., 1992). No Brasil, o gênero, 10 com 171 espécies, ocorre de norte a sul, tendo sua principal área de dispersão nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (BARROSO, 1958; Oliveira, 1983). Este foi citado pelos moradores com um bom “remédio” contra gripe, por sua ação expectorante. Esta erva já era recomendada a muito tempo para uso como expectorante, isto graças a sua riqueza em cumarina, óleos essenciais (cineol, borneol e eugenol), taninos, guacosídeos, flavonóides e compostos sesquiterpênicos e diterpênicos. Estudos atuais coordenados por Vera Lúcia Garcia Rehder, no Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), comprovam as propriedades do guaco contra o câncer, úlcera e afecção por microorganismos, além de prevenção contra cárie e placa bacteriana. Alguns trabalhos científicos relatam o uso da planta contra picadas de serpentes e insetos venenosos, devido a atividade antiofídica da cumarina (OSÓRIO et al., 2004). A família Liliaceae, representado neste estudo pela babosa, é composta por cerca de 220 gêneros e aproximadamente 3.500 espécies de monocotiledôneas. São geralmente herbáceas, apresentando muitas vezes caule subterrâneo bulboso, bulboso superficial, rizomatoso ou escandente. Folhas de disposição alternas ou radiais, em geral lanceoladas ou lanceoladas largas, às vezes reduzidas às escamas e bulbos somente ou suprimidas e neste caso substituídas por filocládios, às vezes suculentos nas margens lisas ou espiniformes; inflorescência básica um racemo (JOLY, 1991). A Aloe vera é de uso freqüente na fitoterapia, sendo empregada na cura de diversas doenças. Embora muitas de sua eficácia popular não seja comprovada cientificamente, como a utilização da mesma na cura de câncer, sabe-se que esta planta é rica em minerais, vitaminas e saponinas (possuem efeitos antimicrobiano (ESCO et al., 2005). Um estudo realizado por Rajasekaran em 2004, mostra que a Aloe vera apresenta uma propriedade que controla a enzima produtora de carboidrato, mantendo um equilíbrio na quantidade de glicose presente no sangue. atividades antimicrobianas cicatrizantes A babosa também possui segundo descrito em estudos realizados por CORRÊA (1984) e ALBUQUERQUE et al., (2004). 11 Entre as oito plantas mais citadas, encontramos também a erva cidreira (Cybopogon citratus), pertencente a família Poaceae. A erva possui uma substância chamada citral, que lhe confere propriedades sedativas, como fora citado pela população, que a utilizam como calmante (porém não deve ser confundido com a erva cidreira verdadeira - Melissa officinallis) (ANÍBAL et al., 2004). Outra planta citada pelos moradores foi a arruda, sendo caracterizada por eles como uma planta usada para fins abortivos e para dor de cabeça. A arruda é uma planta exótica, proveniente da Europa; segundo estudos feitos relativos às sua propriedades, comprovou-se seu efeito abortivo. Neste estudo foram ministradas doses orais (250 mg/kg) de extrato da planta para dois grupos de ratos fêmeas, além do grupo controle, sendo que o primeiro grupo recebeu a dose durante quatro semanas e o segundo grupo durante doze semanas. No primeiro grupo (que ficou exposto a quatro semanas), não observou-se grandes mudanças relativas a fertilidade. Já no segundo grupo, o qual ficou exposto a mais tempo, neste sim observou-se uma redução na porcentagem de fêmeas grávidas, no número de implantação e um decréscimo no número de fetos viáveis, o que indica que períodos longos utilizando-se arruda podem causar diversos efeitos no sistema reprodutivo e na fertilidade (DARADKA & BATIHA, 2006). Outro estudo feito com ratos albinos machos, os quais receberam dosagens via oral de 500mg/kg durante sessenta dias mostraram que o extrato da planta causa uma perda na mobilidade e densidade dos espermatozóides nos ductos testiculares. Há a perda na atividade espermatogênica nos túbulos seminíferos, decréscimo no número de espermatócitos e espermátides, e queda na produção de hormônios (testosterona e folículo estimulante); observou-se com este estudo que houve um decréscimo no número de fêmeas grávidas o que os autores relacionaram ao tratamento com arruda (KHOURI & EL-AKAWI, 2005). Uma das plantas, também muito utilizadas na medicina popular é a ervadoce (Pimpinella sp), pertencente à família Umbelliferaea. Estudos realizados em ratos, submetidos à dietas ricas em gorduras essenciais e a um chá de especiarias (mostarda, erva doce e canela), comprovaram a atividade antioxidante sobre os tecidos, exercida pelos compostos fenólicos (catecol, salicilico e cafeico) presentes nessas plantas. (MOREIRA & MANCINI- FILHO, 12 2004). Há também estudos que comprovem seu efeito lactógeno e sua eficiência no combate as cólicas estomacais e intestinais e flatulências. (ANNICHINO et al., 1986; NÓBREGA, 1983). Já em relação ao boldo (Plectranthus barbatus), este fora citado como sendo utilizado para dores estomacais Estudos feitos com extrato da planta mostram a presença de um diterpenóide chamado forskolin. Esta substância, no organismo, ativa a enzima adenil ciclase (que é importante para propagar as respostas biológicas das células aos hormônios e outros sinais extracelulares) que estimula a produção de secreções gástricas, explicando assim a utilização de extratos da planta para o tratamento de problemas digestivos (MUKHERJEE et al., 2000). Com relação ao tratamento utilizado, a maior parte dos residentes que fazem uso de chá ou infusão. A palavra infusão deriva-se de “infusio” que significa verter líquido dentro de um vaso sobre alguma matéria. Assim, vertese água fervendo sobre a planta fresca, mantendo-a encerrada em um recipiente fechado por trinta minutos, homogeneizando com freqüência. Filtrase a mistura, lavando-se o resíduo e completando o volume desejado (OLIVEIRA, 1998). Em outros casos verificou-se o processo de maceração, no qual deixase a planta (geralmente pulverizada) em contato com um líquido extrator em frasco bem fechado à temperatura ambiente durante dez a vinte e quatro horas (ALMEIDA, 1993). 5. Conclusão: Apesar do grande avanço da farmacologia e expansão das indústrias farmacêuticas, a utilização de plantas medicinais como uma forma natural e eficaz no combate e prevenção de diferentes doenças ainda se faz presente, principalmente em regiões mais carentes. Grande parte desse conhecimento resiste à modernização persistindo através de gerações, as quais são cada vez mais enriquecidas pelas diferentes culturas. 13 Neste trabalho, pode-se perceber a variação entre os conhecimentos. Muitos dos moradores entrevistados, não usuários de fototerápicos, não sabiam sequer o que eram plantas medicinais; outros alegaram que não as utilizavam pois acham os medicamentos sintéticos mais eficientes e práticos. Entre os usuários, muitos conheciam e utilizavam apenas as plantas mais comuns, como hortelã e erva doce, cujo conhecimento é provindo apenas de antepassados e conhecidos; no entanto, houve uma gama de diversidade entre os moradores os quais tinham como fonte de conhecimento, não apenas os antepassados e conhecidos, mas também outras culturas (indígena) e meios de comunicação. Os moradores que tinham um conhecimento ancestral mais vasto eram de maior faixa etária. Imagina-se que o tipo de fonte predominante além de estar associada a uma questão cultural, pode também estar correlacionada aos níveis de ensino dos entrevistados, o que impede que está fonte seja mais abrangente. No entanto, não podemos descartar a grande sabedoria desse povo, independente de sua escolaridade. Em relação as propriedades das plantas citadas pela população, muitas delas já foram confirmadas cientificamente. No entanto, há a necessidade de se conhecer as plantas utilizadas, pois muitas delas apresentam um mesmo nome popular, causando confusões e muitas vezes colocando em risco a saúde do usuário. Agradecimentos: Os autores agradecem a colaboração de todos os moradores do bairro Aparecidinha e aos professores: Dra. Vilma Palazetti, Dr. Tiago Breier, Dr. Walter Barrella e Dr. Luciano Castanho pelo incentivo e apoio. Revisão de Inglês: Milena B. Meiken Referências Bibliográficas: ADALBERTO, H. S. Produção de biomassa na parte aérea de erva cidreira (Melissa ssp) em função de doses de esterco de bovino, húmus de minhoca, composto orgânico e NPK em casa de vegetação. Revista de Biologia e Ciências da Terra. Paraíba, v. 3, n. 2, 2003. Disponível em: <http://www.ihendrix.br/biologia/revista/biomassa.pdf>. Acesso em: 2 de ago. 2006. 14 ALBUQUERQUE, J. M. Plantas medicinais de uso popular. Brasília, DF: FCAP, 1998. ALBUQUERQUE, H. N.; ALBUQUERQUE, I. S. L.; ALVES, J. Uso de plantas medicinais no tratamento de répteis em cativeiro: um estudo preliminar. Revista de Biologia e Ciência da terra. Paraíba, 2004. Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/500/50040104.pdf>. Acesso em: 6 nov. 2006. ALMEIDA, E. R. Plantas medicinais brasileiras: conhecimentos populares e científicos. São Paulo, SP: Hemus, 1993. ANNICHINO, G. P.; IMAMURA, C. R. A; MAUAD, M. A Medicina caseira em sete localidades da região de Bauru. SP Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, 1986. Disponível em: <http://www.scielosporg/scielo.php?pid=S0102311X1986000200004&script=sci_arttext&tlng=em>. Acesso em: 10 nov. 2006. ANIBAL, F. F.; VIZONA-CARDOSO, F; CARDOSO, J. I.; MOREIRA, W. Alterações imunológicas em camundongos estressados e a atuação de fitoterapia no estresse induzido. 2004. Disponível em: <http://www.fafibe.br/revistaonline/arquivos/012-fernanda_anibal_alunosalter_%20imun_camu_.pdf>. Acesso em: 1 nov. 2006. ARNOUS, A. H.; SANTOS, A. S.; BEINNER, R. C. Plantas medicinais de uso caseiro - conhecimento popular e interesse por cultivo comunitário. Espaço Saúde, Londrina, v.6, n.2, p.1-6, 2005. ATTENBOROUGH, A, et al. Dicionário de Medicina Natural. 5. ed. Rio de Janeiro: Reader’s Digest Brasil, 2001. BALBACH, A. A flora nacional na medicina doméstica.15. ed. São Paulo: Edel, 1983. v. 2, p. 405-407. BARATA, Germana. Medicina popular obtém reconhecimento científico. Cienc. Cult., São Paulo, v. 55, n. 1, Jan. 2003 . Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000967252003000100010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 1 nov. 2006. BARBOSA, S. Ervas milagrosas que enriquecem o capital estrangeiro. Rota Brasil Oeste, 2003. Disponível em: <http://www.brasiloeste.com.br/noticia/625/ >. Acesso em: 23 mar. 2006. BARROSO, G. M. Mikaniae do Brasil. Revista do Arquivo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v. 16, p. 239-333, 1958. BOMBARDELLI, E.; BOMBARDELLI, V. Twenty years experience in the botanical healt food market. Miscellaneous, Milão, n. 76, p. 495-507, 2005. CARVALHO, L. M. de. Potencial de Manejo de Plantas Medicinais e Aromáticas na Agricultura. Aracajú, SE: EMBRAPA, 2006. Disponível em: 15 <http://www.cpatec.embrapa.br/index.php?idpagina=artigoseartigos=1090>. Acesso em: 23 mar. 2006. CASTELLUCI, S. Plantas medicinais relatadas pela comunidade residente na Estação Ecológica de Jataí, Município de Luís Antônio/ SP: uma abordagem etnobotânica. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v. 3, n. 1, p 51-60, 2000. CASTRO, L. O.; CHEMALE, V. M. Plantas medicinais, condimentares e aromáticas. Guaíba, RS: Agropecuária LTDA., 1995. p. 9. CORREA, M. Dicionário de plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. São Paulo: Ministério da Agricultura, 1984. v. 5, p. 9. DARADKA, K.; BATIHA, M. Antiandrogenic activity of Ruta graveolens L in female albino rates. India, Asian Journal of Chemistry, v. 18, n. 3, 2006. Disponível em: <http://portal.isiknowledge.com/portal.cgi?DestApp=WOS&Func=Frame>. Acesso em: 8 out. 2006. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Directrices de las OMS buenas práticas agrícolas y de recolección (BPAR) de plantas medicinales. Genebra: Organização Mundial de Saúde (OMS), 2003. ESCO, R.; VALENCIA, J.; POLO, S. Toxicidad de piel: prevencion y tratamiento. Oncologia. Barcelona, v. 28, n. 2, p.20-23, 2005. JOLY, A. B. Botânica: Introdução à taxonomia vegetal. 10. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1991. p. 504-505. KHOURI, N. A.; EL-AKAWI, Z. Antiandrogenic activity of Ruta graveolens L in male albino rats with emphasis on sexual and aggressive behavior. Neuroendocrinology letters, v. 26, n. 6, 2005. Disponível em:.<http://portal.isiknowledge.com/portal.cgi?DestApp=WOS&Func=Frame>. Acesso em: 7 out. 2006. LOGUERCIO, A. P. Atividade antibacteriana de extrato hidro-alcoólico de folhas de jambolão (Syzygium cumini (L.) Skells). Ciência Rural, v. 35, n. 3, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010384782005000200 019>. Acesso em: 5 ago. 2006. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo e plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA, 2000. v. 1, p. 317. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo e plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA, 2000. v. 2, p. 251. LORENZI, H. et al. Árvores exóticas do Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA, 2003. p. 297. 16 LORENZI, H. et al. Plantas daninhas do Brasil. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA, 2000. p. 509. MARODIN, S. M.; BATISTA, L. R. M. Plantas medicinas do município de Dom Pedro de Alcântara, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 5, n. 1, p.1-9, 2000. MATOS, F. J. A. Farmácia Viva. 2. ed. Fortaleza, CE: UFC, 1994. MING, L. C. et al. Espécies brasileiras com potencial alimentar: uso atual e desafios. In.: CAVALCANTI, T. B. (Org.). Tópicos atuais em botânica: Palestras convidadas do 51º Congresso Nacional de Botânica: Embrapa, p.268-273, 2000. MOREIRA, Ana Vládia Bandeira; MANCINI-FILHO, Jorge. Influência dos compostos fenólicos de especiarias sobre a lipoperoxidação e o perfil lipídico de tecidos de ratos. Rev. Nutr., Campinas, v. 17, n. 4, dez. 2004 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141552732004000400002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 nov. 2006. MUKHERJEE, S.; GHOSH, B.; SUMITA, J.Establishment of forskolin yielding transformed cell suspension cultures of Coleus forskohlii as controlled by different factors. Journal of Biotechnology, p. 73-81, 2000. NAKAJIMA; J. N.; SEMIR, J. Asteraceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais – Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 22, n. 4, 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbb/v24n4/8754.pdf>. Acesso em 16 de agosto de 2006. NOBREGA, S.; NEIVA, F. A erva-doce e seu efeito galactógeno (um estudo experimental) / The anise and its effects on lactation (an experimental study). Revista Brasileira de Enfermagem. v. 2, 1983. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&ba se=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=83754&indexSearch=ID>. Acesso em: 10 nov. 2006. OLIVEIRA, F. Biofarmacognosia das espécies brasileiras da secção Globosae Robinson do gênero Mikania Willdenow. São Paulo, 1983. Tese (Livre docência). Faculdade de Ciências Farmacêuticas, USP, 1983. OLIVEIRA, F.; AKISUE, G. Fundamentos de fármaco botânica. 2. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 1998. p. 157-159. OSORIO, A. C.; MARTINS, J. L. S. Determination of coumarin in fluid extract and tinture of "guaco" by first derivative spectrophotometry. Revista Brasileira de Ciência Farmacológica, São Paulo, v. 40, n. 4, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516933220040004000 05&lng=en&nrm=iso Acesso em: 7 nov. 2006. Plantas Medicinais e Fitoterapia no SUS: a Política do Ministério da Saúde, Informativo eletrônico do Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM), Rio 17 de Janeiro, ano 1, v. 2, 2006. Disponível em: <http://[email protected]>. Acesso em: 23 de mar. de 2006. POSEY, D. A. Ethonoentomology of the Kayapó Indians of Central Brasil. Journal of Ethnobiology, v. 1, n. 1, p. 257-266, 1962. RAJASEKARAN, S. Hypoglycemic effect of Aloe vera gel on streptozotocininduced diabetes in experimental rats. J. Med. Food, v. 7, n.1, p.61-66, 2004. RITTER, M. R.; BAPTISTA, L. R. M.; MATZENBACHER, N. I. Asteraceae. Gênero Mikania Willd. Secções Globosae e Thyrsigerae. Flora Ilustrada do Rio Grande do Sul, n. 21. Boletim do Instituto de Biociências, Porto Alegre, n. 50, p. 1-90, 1992. STASI, L. C. Plantas Medicinais: arte e ciência, um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: Unesp, 1995. p. 19. WILKISON, J. A. The potencial of herbal products for nutraceutical and pharmaceutical development. Palestra. Funcional Foods 1998. Fifth Annual Conference. Londres, set. 1998. YUNES, A. R.; PEDROSA, R. C.; CECHINEL FILHO, V. Fármacos e fitoterápicos: a necessidade do desenvolvimento da indústria de fitoterápicos e fitofármacos no Brasil. Química Nova, v. 24, n. 1, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010040422001000100025&lng=pt&nrm=isso>. Acesso em: 18 jul. 2006. YWATA, C.; ANTÔNIO, J.; CORDEIRO, R. Medicina Natural: a cura está na natureza. Cajamar, SP: Três, 2005. In: LUKHOBA, C. W.; SIMMONDS, M. S. J.; PATON A. J. Plectranthus: A review of ethnobotanical uses. Rev Journal of Ethnopharmacology. v.103, n.1, 2006. Disponível em: http://portal.isiknowledge.com/portal.cgi?DestApp=WOS&Func=Frame. Acesso em: 15 out. 2006. 18