Câncer de mama: entenda o que é a mastectomia feita

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Câncer de mama: entenda o que é a
mastectomia feita por Angelina Jolie
Com histórico familiar da doença e 87% de chances de desenvolver o câncer
de mama, a atriz optou por fazer a retirada preventiva dos seios
Roberta Figueira
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Angelina Jolie disse, em artigo no jornal The
New York Times desta terça (14), que passou
recentemente por uma cirurgia de retirada dos
seios para se prevenir do câncer de mama.
Segundo a atriz, os médicos estimaram em
87% o risco de ela desenvolver a doença e,
por isso, Angelina decidiu encarar a
mastectomia. “Esse teste genético é indicado
apenas para casos de alto risco, quando a
Segundo a atriz, a decisão de fazer a mastectomia
mulher possui histórico familiar de câncer de
não é fácil, mas ela está feliz por ter feito suas
chances de desenvolver câncer de mama caíram de
mama. Nesses casos existe entre 40 e 80%
87%para menos de 5%
de risco de a mulher desenvolver a doença ao Foto: Getty Images
longo da vida. Com o exame é possível
precisar o risco e quando necessário realizar
a cirurgia preventiva de retirada de tecido mamário”, explica a diretora da Sociedade Brasileira
de Mastologia, Mônica Travassos.
No caso da atriz foi detectado um gene "falho" BRCA1, que está ligado ao desenvolvimento de
câncer de mama e ovário, e representa um risco cumulativo. "[A mastectomia] Parece um
procedimento radical. Mas é preciso deixar claro que esse procedimento é recomendado
apenas para um grupo selecionadíssimo", ressalta Maria do Socorro Maciel, de mastologia do
A. C. Camargo (hospital do câncer). Esse grupo seriam as pessoas com alto risco de
desenvolver a doença, que são aquelas que apresentam histórico familiar de pelo menos duas
pessoas e o gene BRCA1, ou em caso de câncer de mama em homens, o que é muito raro.
Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as
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mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano, de acordo com o Instituto
Nacional do Câncer (INCA).
O fator genético aparece entre 5% e 10% dos casos de câncer de mama. Porém, 80% das
vezes ele é esporádico e questões como obesidade e tabagismo podem aumentar os riscos.
Já a protese de silicone não está ligada a um aumento de risco, porém pode mascarar tumor.
saiba mais
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mulher após mastectomia
Para Angelina o risco veio de seu histórico
familiar, já que a mãe da atriz morreu de
câncer aos 56 anos. No Brasil, dados do INCA
apontam que mais de 52 mil novos casos de
câncer de mama foram registrados em 2012.
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Câncer de mama ainda é o mais frequente
no mundo; saiba detectá-lo
Ter uma mãe que teve câncer de mama não é
suficiente para fazer o rastreamento genético
com um oncogeneticista. "Caso a paciente
tenha mãe ou irmã que teve câncer e esteja
viva, o exame deve ser feito primeiramente nela, para depois ser realizado na parente que
ainda não teve a doença", explica Maria do Socorro. Segundo o oncologista Ricardo Caponero,
da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), o
exame é indicado para pacientes com mais de um parente com câncer ou com um caso de
câncer de mama na família. O rastreamento é caro, custando entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, e
ainda não é feito pelo SUS. Muitas seguradoras também não fazem cobertura do
procedimento.
Mastectomia
A mastectomia é uma cirurgia de retirada total
ou parcial da mama, associada ou não à
retirada dos glânglios linfáticos da axila. O
procedimento reduz em 95% o risco de
câncer, ou seja, não o exclui totalmente. “Ser
uma paciente de alto risco é ter uma arma
'Não é qualquer mulher que pode tirar mamas por
apontada para a cabeça. Mesmo depois da
prevenção', diz médica
cirurgia o câncer pode aparecer, por isso é
essencial continuar a fazer os exames e
acompanhamento médico. Assim, você consegue levar uma vida normal, sem medo”, afirmou
Mônica.
Em seu artigo, Angelina explicou que seu
procedimento começou em 2 de fevereiro,
Mesmo depois da cirurgia
com um procedimento que exclui doenças
o câncer pode aparecer,
nos dutos mamários, atrás dos mamilos, e
por isso é essencial
atrai um fluxo maior de sangue para a região.
continuar a fazer os
Duas semanas depois teve início a cirurgia
exames
principal, que é a remoção do tecido do seio,
Monica Travassos
com o preenchimento temporário da mama.
diretora da Sociedade Brasileira de
Mastologia
Passadas nove semanas, a operação foi
completada com a reconstrução dos seios
com um implante. Segundo Maria do Socorro, o procedimento em mulheres que ainda não
tiveram a doença costuma ser mesmo lento e pausado para evitar problemas estéticos. A
melhor faixa etária para esse tipo de procedimento é dos 40 aos 45 anos.
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Após a mastectomia, qualquer alteração na temperatura ou na coloração da pele e o
aparecimento de caroços devem ser comunicados ao médico imediatamente. Quando a
mulher passou pela cirurgia, o tratamento de reposição hormonal requer ainda mais cuidados.
“O hormônio não promove o aparecimento do tumor, mas colabora com seu crescimento.
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Porém, há alguns tipos de câncer que não têm relação com os hormônios”, indica Mônica.
Para Ricardo, a reposição hormonal é segura em casos de indicação e acompanhamento
médico, porém, deve ser realizada com cuidado.
Outros métodos
O autoexame e o exame clínico não são a forma mais eficiente de prevenção, mas não deve
ser descartado e, assim como os demais exames preventivos, devem ser realizado
periodicamente após os 40 anos. A mamografia e o ultrassom devem ser realizados
anualmente, e a ressonância a cada dois anos.
O autoexame não é a forma mais
eficiente de prevenção, mas não
deve ser descartado
Segundo Ricardo, em casos de alto risco
devido a histórico familiar e quando não há
mutação genética ainda há a alternativa da
quimioprevenção. "Esse tipo de tratamento,
assim como a cirurgia preventiva, é muito
delicado pois envolve questões colaterais. Há grande impacto psicológico, por isso, é
importante que o médico e a paciente tenham certeza de que realmente querem fazer isso",
defende o oncologista.
Em casos de histórico familiar a recomendação é de que a paciente passe a fazer os exames
preventivos pelo menos 10 anos antes da idade em que a parente desenvolveu a doença,
mesmo que seja antes dos 40 anos. "Mesmo que não exista casos na família é importante
procurar um médico caso encontre algum carocinho", ressalta Maria do Socorro.
Porém, o que mais preocupa é a alta taxa de mortalidade, que está vinculada ao diagnóstico
tardio. Mais de 70% dos casos no País são diagnosticados tardiamente, quando o tumor atingiu
mais de cinco centímetros. Nesse estágio apenas 30% das mulheres são curadas.
“Infelizmente ainda não conseguimos atingir a todos. É uma questão de informação e
educação. Quando o câncer é detectado no início as chances são bem maiores”, afirma
Mônica.
O site da Sociedade Brasileira de Mastologia
oferece um espaço para esclarecimento de
dúvidas com especialista, assessoria jurídica
e outros serviços para ajudar a mulher a se
proteger e lidar com a doença. "O caso de
Angelina serviu como exemplo de que a
mulher deve ir atrás de cuidar de sua saúde.
Câncer em uma mama não significa retirada dos
Há muita gente que ainda deixa de fazer a
dois seios, diz médica
mamografia com medo de achar a doença.
Ela, que é uma mulher de grande
representatividade, teve coragem de fazer um procedimento como esse e falar sobre isso",
disse Maria do Socorro.
Câncer de ovário
A mutação genética de Angelina também aumenta o risco de câncer de ovário. Por isso, a atriz
também deve passar em breve por uma cirurgia de retirada dos ovários e trompas. "No caso
do câncer do ovário é mais complicado, pois não temos tantas opções de prevenção. Mesmo
com o ultrassom a cada seis meses o tumor pode não ser diagnosticado no início", explica
Maria do Socorro.
Participação da família
Em seu artigo, a atriz falou da participação da família em sua escolha. O sofrimento da mãe foi
um dos motivos que incentivaram a decisão. “Eu posso dizer aos meus filhos que eles não
precisam ter medo de me perder por causa do câncer de mama”, escreveu. Ela ressaltou
ainda a importância do suporte que recebeu do marido, Brad Pitt. "O apoio do parceiro e da
família é muito importante no momento de uma decisão como essa. É muito comum as
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pacientes que já tiveram um ente querido nessa situação dizendo 'não quero passar o que
minha ela passou'", relatou Maria do Socorro.
Confira o mapa do câncer no Brasil e os tipos mais
incidentes
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4 comentários
todos
Fernando
Requena
mais votados
O pos operario de mastectomia pode levar a sintomas de calores e transpirações ,
estaria indicado o medicamento Tibolona ?
15/05/2013, 13h18
responder
Sarina
Occhipinti
reportar abuso
1
0
Eu também tenho BRCA1 positivo e fiz mastectomia e retirei os ovários há 6 anos,
nunca tive nenhuma doença e me sinto muito bem.
14/05/2013, 13h51
01 resposta
Marcelo
Ribeiro
Basilio
14/05/2013, 12h25
responder
reportar abuso
2
0
Nossa coitada.
responder
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