UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Educação Física Luís Antônio Baffile Leoni Influência do uso prolongado da sildenafila no comportamento e desempenho físico de ratos treinados São Paulo 2016 I UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Educação Física Luís Antônio Baffile Leoni Influência do uso prolongado da sildenafila no comportamento e desempenho físico de ratos treinados Tese apresentada ao Programa de PósGraduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Doutor em Educação Física. Área de concentração: "Escola, Atividade Física e Saúde". Esporte, Linha de pesquisa: Atividade Física e Disfunções Orgânicas Orientadora: Profa. Dra. Laura Beatriz Mesiano Maifrino SÃO PAULO 2016 II III DEDICATÓRIA Aos que tornaram meu sonho possível! ANTONIO LEONI CONSTANCE BAFFILE LEONI ANGELA TERESA BAFFILE LEONI TERRA DALMO MACEDO TERRA LUÍSA LEONI TERRA PEDRO LEONI TERRA ANGELO LIMA JACON CAROLINA BAFFILE BAPTISTA ALCINDO JOÃO BAPTISTA NEUZA JACOB VERONESE ADELINO VERONESE ELISA LEONI VERONESE FERNANDO LEONI VERONESE MARTA LÚCIA DE CARVALHO CHEIDA PAULO MENEZES DE CARVALHO LUÍS EDUARDO CHEIDA MÁRCIA CRISTINA IANELA ELISA YOKO HIROOKA LÚCIA MARIA VALENTE SOARES Aos que sonharam e caminharam comigo! DÉBORA CRISTINA DE OLIVEIRA HAMILTON ROBERTO FORTES BAVUTTI ELIZABETH MIEKO EGASHIRA LÉLIA KIMIKO ASAKAWA MARIA LUIZA CRUZ FRANCISCO BENEDITO KUCHINSKI MARIO NATAL RICARDO D’AGOSTINO RODRIGUES RIVÂNIA PEREIRA DE MATOS REGINA CÉLIA DE FRANÇA ANDRÉ RINALDI FUKUSHIMA VALQUÍRIA FERRARINI LOUSANO ANDRÉ HAHNE MARIA RAQUEL MANHANI CÉSAR DIÓRIO CARLOS ROBERTO DIOGO LUIZ CARLOS RIZZATO GILSON VILARINS MARQUES MARIA DE LOURDES LEITE DE MORAES RITA DE CÁSSIA BAFFILE DE OLIVEIRA LEONIR APARECIDA PEREIRA MARCELO SOARES VIÇOSO DA SILVA WAGNER SOARES VIÇOSO DA SILVA ANTONIO GALVÃO ROBERTO RILLO BÍSCARO RUBENEI NOVAES JAIME MONTEIRO JUNIOR SÍLVIO CESAR SANTOS ORFÃO ANTONIO CARLOS CASTILHO ALVES SADAKO TAKESHITA LUZINETE DE FÁTIMA RODRIGUES CARLOS ALBERTO CANHAMEIRO WALTER FERNANDES DA CUNHA JR WALTER FERNANDES DA CUNHA LEONILDA CUNHA WANDRÉIA FERNANDES DA CUNHA WALDELIZA FERNANDES DA CUNHA HEITOR CARVALHO LAURA FERNANDES MARIA SAITO IANELA ELPÍDIO RALEU IANELA SUZANA DE FÁTIMA PACCOLA MESQUITA CLÁUDIO MULLER ELENI IRIS TOZATI ASSI SEDERLI RANIERI MARCIA FÁTIMA KERKOFF MARISA MOTOMURA JOSÉ CARLOS BARBIERI MARCELO SWENSON EDUARDO VICENTE MARIA TERESA PEDROSA DA SILVA CLERICI TANIA DA SILVEIRA AGOSTINHO TERESA CORTELAZZI REGINA PRADO ZANES FURLANI MELQUÍADES MACHADO PORTELA RUTH YAMADA ANTONIO MARCOLINO DO NASCIMENTO JULIO FERNANDES MARISE APARECIDA RODRIGUES POLONIO TANIA AKIKO ANAZAWA MICHELE POLLI PARISE MARIA HELENA DE CARVALHO MAGDA CARDOSO NEMETH NAGY CLAUDIA MAURO ALICE DA MATTA CHASIN CRISTIANE ROCHA DE FARIAS MIRIAM IWAHASHI DURVAL LUIZ DA SILVA ROSÁRIO ANTONIO D’AGOSTINO ADELAIDE JOSÉ VAZ FERNANDO HERREN FERNANDES AGUILLAR JOSÉ REINALDO ALTENFELDER SILVA MESQUITA MARIA CLAUDIA MESQUITA POÇAS ANTONIO JOSÉ DA SILVA MONICA MIRANDA DA SILVA CLAUDIA SANCHES JOSÉ CARLOS JADON ROGÉRIO BRANDÃO VICHI BRUNO RODRIGUES DEISE CRISTINA MOREIRA DA SILVA NÍVEA RUIZ WANDERLEI DE ANDRADE LUCIA MACHADO DE ANDRADE MARISA SEVERINO SILVA KELLI DE PAULA SQUITINO LAURA BEATRIZ MESSIANO MAIFRINO RODRIGO CESAR SEVERINO NEIVA GABRIELA MANFREDI SALOMONE IV AGRADECIMENTOS A Doutora Laura Beatriz Mesiano Maifrino, pela orientação final desse trabalho e pelo apoio e dedicação. Ao professor Bruno Rodrigues pela orientação de grande parte deste trabalho e pelo auxílio e dedicação no desenvolvimento do projeto. Aos alunos de iniciação científica Nicole Caroline de Almeida Furlan, Larissa Miranda Gnandt e Mabilli Nadim Ribeiro de Oliveira, pelo apoio e nas diversas etapas do projeto. Aos colegas do Programa de Pós-graduação Stricto-Sensu em Educação Física, Juliana Valente Francica Griletti, Jurema Carmona Satin Cury e Maurício José Cagno, pelo companheirismo e estímulo durante a jornada. Aos colegas do Laboratório do Movimento Humano, Leandro Yanase Rocha, Marcos Elias Vergilino Abssamra, Daniele Jardim Feriane e Catarina Andrade Barboza, pelos ensinamentos e auxílio constante. A Doutora Maria Claudia Irigoyen pela autorização de uso do Laboratório do INCOR durante parte do experimento. A Doutora Maria Martha Bernardi pelo auxílio nas fases iniciais do delineamento do projeto e pela valiosa contribuição no seminário de apresentação do projeto. A Doutora Helenice de Souza Spinosa, pelo auxílio nas fases iniciais do delineamento do projeto e pela valiosa contribuição no Exame de Qualificação. Ao Supervisor dos Laboratórios da Área de Saúde, André Hahne, pela dedicação e auxílio constante. V Aos colegas do Laboratório de Farmácia, Regina Célia A. S. França e Rafael Francisco Pereira, pela dedicação e auxílio constante. A amiga Deise Cristina Moreira da Silva pelo auxílio na tabulação dos dados de comportamento animal. Ao amigo André Rinaldi Fukushima pelo apoio constante e pelos incontáveis momentos de reflexão e companheirismo. Aos meus amigos da Universidade São Judas Tadeu que sempre torceram por mim. Muito Obrigado! VI “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” Caetano Veloso “Ei dor...eu não te escuto mais. Você, não me leva a nada. Ei medo...eu não te escuto mais. Você, não me leva a nada”. Jota Quest “Você não sabe o quanto eu caminhei para chegar até aqui” Cidade Negra VII SUMÁRIO DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS Lista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Quadros RESUMO ABSTRACT Sumário INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 1.1 Mecanismo de Ação ................................................................................................. 2 1.2 Usos .......................................................................................................................... 4 1.2.1 Na disfunção erétil ................................................................................................ 4 1.2.2 Na hipertensão pulmonar ...................................................................................... 4 1.2.3 Extra-bula ............................................................................................................. 5 1.3 Riscos versus Benefícios .......................................................................................... 5 1.3.1 Eficácia do uso de sildenafila ............................................................................... 6 1.3.2 Eventos Adversos decorrentes do uso de sildenafila .......................................... 11 1.4 Disfunções endotelial e erétil, atividade física e sildenafila .................................. 13 1.4.1 Atividade Física e Saúde Cardiovascular ........................................................... 14 1.4.2 Atividade Física e Disfunção Erétil .................................................................... 17 1.4.3 Atividade Física e Sildenafila ............................................................................. 20 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 22 VIII OBJETIVOS ..................................................................................................................... 23 3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 23 3.1 Objetivos Específicos ................................................................................................ 23 Capítulo I: Desenvolvimento e Validação de Método Analítico para determinação de sildenafila em plasma de ratos .................................................................................................. 25 4.1 Objetivos Específicos ................................................................................................ 25 4.2 Revisão da Literatura ................................................................................................. 25 4.2.1 Método Analítico para Análise de sildenafila .................................................... 25 4.2.2 Quantificação da sildenafila ............................................................................... 27 4.3 Material e Métodos .................................................................................................... 31 4.3.1 Animais............................................................................................................... 31 4.3.2 Fármacos e Reagentes ........................................................................................ 31 4.3.3 Delineamento Experimental ............................................................................... 31 4.3.4 Validação do método analítico ........................................................................... 35 4.3.5 Aplicação do Método em Amostra Real ............................................................ 37 4.4 Resultados e Discussão .............................................................................................. 38 4.4.1 Quantificação e preparação das curvas de calibração ........................................ 38 4.4.2 Validação da metodologia analítica .................................................................... 41 4.4.3 Aplicação do Método em Amostra Real: ........................................................... 49 4.5 Conclusão................................................................................................................... 51 Capítulo II: Estudo Farmacocinético da sildenafila em ratos ........................................... 52 5.1 Objetivo Específico .................................................................................................... 52 5.2 Revisão da Literatura ................................................................................................. 53 IX 5.2.1 5.3 Parâmetros Farmacocinéticos ............................................................................. 53 Material e Métodos .................................................................................................... 55 5.3.1 Animais............................................................................................................... 55 5.3.2 Reagentes e Fármacos ........................................................................................ 56 5.3.3 Delineamento Experimental ............................................................................... 57 5.4 Resultados e Discussão .............................................................................................. 58 5.4.1 Verificação do teor de sildenafila no plasma...................................................... 58 5.4.2 Determinação dos parâmetros farmacocinéticos: ............................................... 59 5.5 Conclusão................................................................................................................... 62 Capítulo III: Influência da sildenafila no comportamento de ratos avaliados no campo aberto e no labirinto em cruz elevado ....................................................................................... 63 6.1 Revisão da Literatura ................................................................................................. 64 6.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 67 6.3 Material e Métodos .................................................................................................... 67 6.3.1 Animais............................................................................................................... 67 6.3.2 Reagentes e Fármacos ........................................................................................ 68 6.3.3 Administração da sildenafila aos animais .......................................................... 68 6.3.4 Delineamento Experimental ............................................................................... 68 6.3.5 Avaliação da Atividade Geral em Campo Aberto .............................................. 69 6.3.6 Avaliação do Comportamento no Labirinto em Cruz Elevado .......................... 71 6.3.7 Análise Estatística .............................................................................................. 74 6.4 Resultados e Discussão .............................................................................................. 74 X 6.4.1 Avaliação da Atividade Geral em Campo Aberto .............................................. 74 6.4.2 Avaliação do Comportamento no Labirinto em Cruz Elevado .......................... 82 6.5 Conclusão................................................................................................................... 87 Capítulo IV: Influência da sildenafila sobre o desempenho físico de ratos ..................... 89 7.1 Introdução .................................................................................................................. 89 7.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 90 7.3 Revisão da Literatura ................................................................................................. 90 7.3.1 Sildenafila e capacidade física em hipóxia ......................................................... 91 7.3.2 Sildenafila e capacidade física em normóxia ..................................................... 91 7.4 Material e Métodos .................................................................................................... 92 7.4.1 Animais............................................................................................................... 92 7.4.2 Reagentes e Fármacos ........................................................................................ 93 7.4.3 Delineamento Experimental ............................................................................... 94 7.4.4 Peso corporal ...................................................................................................... 94 7.4.5 Teste de Esforço Máximo e Treinamento Físico ................................................ 95 7.4.6 Avaliações Hemodinâmicas e da Sensibilidade Baroreflexa ............................. 96 7.4.7 Avaliação da Modulação Autonômica ............................................................... 98 7.4.8 Análise Estatística .............................................................................................. 98 7.5 Resultados e Discussão .............................................................................................. 99 7.5.1 Peso Corporal ..................................................................................................... 99 7.5.2 Capacidade Física ............................................................................................. 100 7.5.3 Variáveis Hemodinâmicas - Resultados ........................................................... 105 XI 7.5.4 Modulação Autonômica - Resultados............................................................... 109 7.5.5 Variáveis Hemodinâmicas e Modulação Autonômica - Discussão .................. 113 7.6 Conclusão................................................................................................................. 118 Considerações Finais ...................................................................................................... 119 Referências Bibliográficas .............................................................................................. 120 ANEXOS ............................................................................................................................... 137 Anexo 1 .................................................................................................................................. 137 Anexo 2 .................................................................................................................................. 138 Anexo 3 .................................................................................................................................. 139 Anexo 4 .................................................................................................................................. 140 Anexo 5 .................................................................................................................................. 141 XII Lista de Figuras Figura 1: Estrutura química da sildenafila (CAS Number 171599083-0)............ 2 Figura 2: Mecanismo de Ação da sildenafila (modificado de LEONI et al., 2013).................................................................................................................... 3 Figura 3: Causas da Disfunção Erétil (modificado de LEONI et al., 2013)......... 6 Figura 4: Estrutura química do propilparabeno (CAS Number 94-13-3)............. 29 Figura 5: Representação gráfica das 5 replicatas da curva de calibração da sildenafila............................................................................................................. 38 Figura 6: Curvas de Calibração A, B, C, D provenientes de animais em jejum.... 39 Figura 7: Curva de Calibração H proveniente de animais em jejum com plasma hemolisado........................................................................................................... 40 Figura 8: Curva de Calibração L.......................................................................... 41 Figura 9: Cromatograma da Amostra Branco – matriz processada sem adição do analito e padrão interno.................................................................................... 43 Figura 10: Cromatograma da Amostra Zero – matriz processada com adição do padrão interno.................................................................................................. 44 Figura 11: Cromatograma de Amostra de Controle de Qualidade – matriz processada com adição do analito e padrão interno............................................... 44 Figura 12: Cromatograma de mistura de padrão interno – Propilparabeno e Sildenafila............................................................................................................ 45 Figura 13: Cromatograma do padrão de Sildenafila............................................ 45 Figura 14: Curva de Calibração da Recuperação................................................. 49 Figura 15: Curva de Concentração (µg/mL) versus Tempo de Exposição ao Fármaco (minutos)............................................................................................... 59 Figura 16: Campo aberto .................................................................................... 70 Figura 17: Labirinto em cruz elevado ................................................................. 73 Figura 18: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) na frequência de locomoção, na frequência de levantar e na frequência de autolimpeza de ratos, avaliada em campo aberto. ......................................................................... 77 XIII Figura 19: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) no tempo de locomoção, tempo de levantar, tempo de autolimpeza e tempo de imobilidade de ratos, avaliada em campo aberto. (*p<0,05)..................................................... 78 Figura 20: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) e de placebo na avaliação do comportamento de ratos treinados e sedentários no labirinto em cruz elevado.......................................................................................................... 84 Figura 21: Número de Cruzamentos nos braços abertos do LCE em ratos sedentários e treinados mediante a administração de dose de 1,5 mg/Kg de sildenafila ou placebo........................................................................................... 85 Figura 22: Treinamento físico dos ratos em esteira ergométrica. Fonte: Bruno Rodrigues............................................................................................................. 96 Figura 23: Peso Corporal dos ratos treinados e sedentários expostos à sildenafila e ao placebo......................................................................................... 100 Figura 24: Capacidade física de ratos sedentários (S) e treinados (T) nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (S SIL, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (T SIL, n=12)................................. 103 XIV Lista de Tabelas Tabela 1: Pontos da Curva de Calibração................................................................... 34 Tabela 2: Precisão avaliada por meio do coeficiente de variação (CV%) do Limite Inferior de Quantificação (LIQ)..................................................................... 42 Tabela 3: Resposta de Picos Interferentes no tempo de retenção da sildenafila.......... 42 Tabela 4: Equação da Reta e Coeficiente de Correlação Linear das Curvas de Calibração................................................................................................................... 46 Tabela 5: Desvio Padrão Relativo dos Pontos das Curvas de Calibração................... 47 Tabela 6: Erro Padrão Relativo................................................................................. 48 Tabela 7: Porcentagem de Recuperação do Método.................................................. 49 Tabela 8: Concentração da Sildenafila em Amostras de Plasma de Ratos que receberam 1,5 mg/Kg de sildenafila............................................................................ 50 Tabela 9: Concentração Plasmática de sildenafila em ratos....................................... 58 Tabela 10: Parâmetros Farmacocinéticos.................................................................. 61 Tabela 11 : Efeitos da administração de a sildenafila (1,5 mg/Kg) na atividade geral de ratos, avaliada em campo aberto. Os valores são representados como média ± desvio padrão (n=10 para ambos os grupos)............................................................... 75 Tabela 12 : Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) na atividade geral de ratos, avaliada em campo aberto. O teste estatístico empregado é o Anova de duas vias (n=10 para ambos os grupos)....................................................................... 76 Tabela 13: Número de Defecações nos testes de campo aberto mediante a administração de dose de 1,5 mg/Kg de sildenafila. (n=10)................................... 78 Tabela 14: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) na avaliação do comportamento de ratos sedentários no labirinto em cruz elevado. Os valores são representados como média ± desvio padrão (n=8 para ambos os grupos)................... 82 Tabela 15: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) na avaliação do comportamento de ratos treinados no labirinto em cruz elevado. Os valores são representados como média ± desvio padrão (n=8 para ambos os grupos)................... 82 Tabela 16: Resultado do teste ANOVA de duas vias entre ratos treinados e sedentários placebo e sildenafil.................................................................................. 83 Tabela 17 : Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) na avaliação do comportamento de ratos treinados no labirinto em cruz elevado. O teste estatístico empregado é o Anova de duas vias (n=8 para ambos os grupos)................................. 83 XV Tabela 18: Número de Cruzamentos e % de Entradas nos braços abertos do LCE em ratos sedentários e treinados mediante a administração de dose de 1,5 mg/Kg de sildenafila. Os valores são representados como média ± desvio padrão (n=8 para ambos os grupos)........................................................................................................ 84 Tabela 19: Resultado do teste ANOVA de duas vias entre ratos treinados e sedentários placebo e sildenafil na avaliação do comportamento de ratos treinados e sedentários no labirinto em cruz elevado.................................................................. 85 Tabela 20: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) e ao placebo na avaliação do comportamento de ratos treinados no labirinto em cruz elevado. O teste estatístico empregado é o Anova de duas vias (n=8 para ambos os grupos)........ 85 Tabela 21: Peso corporal e ganho de peso de ratos nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (S Sil, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (T Sil, n=12)........................................................................... 99 Tabela 22: Capacidade física de ratos sedentários (S) e treinados (T) nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (S Sil, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (T Sil, n=12)........................................... 101 Tabela 23: Variáveis hemodinâmicas avaliadas SEM o uso de Sildenafila ou Placebo nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (SS, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (TS, n=12)................... 105 Tabela 24: Variáveis hemodinâmicas avaliadas COM o uso de Sildenafila ou Placebo nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (SS, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (TS, n=12)................... 108 Tabela 25: Modulação autonômica cardiovascular SEM o uso de Sildenafila ou Placebo nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (S Sil, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (T Sil, n=12)................ 110 Tabela 26: Modulação autonômica cardiovascular COM o uso de Sildenafila ou Placebo nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (SS, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (TS, n=12)................... 112 XVI Lista de Quadros Quadro 1: Eventos Adversos decorrentes do uso de sildenafila.................................. 12 Quadro 2: Principais métodos empregados na análise de sildenafila (SIL), seu metabólito e de outros inibidores da 5-PDE em plasma............................................... 26-27 XVII RESUMO Influência do uso prolongado da sildenafila no comportamento e desempenho físico de ratos treinados Autor: Luís Antônio Baffile Leoni A sildenafila é um inibidor da 5-fosfodiesterase utilizado no tratamento da disfunção erétil. Promove a ereção por ação periférica não exercendo efeito relaxante diretamente sobre os corpos cavernosos isolados de humanos, mas aumentando potencialmente o efeito relaxante do óxido nítrico sobre esse tecido. É empregada como adjuvante no tratamento de hipertensão pulmonar e também em situação de hipóxia no manejo da hipertensão pulmonar. Tem sido utilizada por atletas em competição em situação de hipóxia originada por grandes altitudes. O objetivo do trabalho é verificar a influência do uso prolongado de sildenafila no comportamento motor e no desempenho físico de ratos treinados e sedentários, bem como desenvolver e validar um método analítico por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência para conhecer a farmacocinética do fármaco em ratos Wistar. O método desenvolvido e validado foi considerado um método simples, rápido, específico, linear, preciso e exato para identificar e quantificar sildenafila em plasma de ratos. A sildenafila administrada pela via oral (dose de 1,5 mg/Kg) a ratos machos saudáveis apresentou uma rápida absorção, atingindo a Concentração Máxima – Cmax de 6,4121 m µg/mL em um tmax de 40 min. O volume de distribuição foi de 1,93 mL, indicando uma alta ligação às proteínas plasmáticas. O clearance ou depuração calculado foi de 1,36 horas e a Área Sob a Curva foi de 801,21, em consequência, o tempo de meia-vida calculado foi de 88,8 min (1,48 h). Quanto ao comportamento de ratos foi possível concluir que a sildenafila promoveu aumento da atividade motora e impediu a habituação dos animais, além de promover ansiedade e ter ação estimulante motora sugerida por efeitos motores e não efeitos emocionais. Quanto à capacidade física, foi possível concluir que a sildenafila não interfere no peso corpóreo dos animais, mas o uso prolongado durante 60 dias em doses orais diárias de 1,5 mg/Kg em animais sedentários não apresenta nenhuma influência significante. No entanto, em animais treinados, a sildenafila melhora significantemente a capacidade física, além de contribuir para o aumento da capacidade aeróbica. A administração prolongada do fármaco conduziu a um aumento da pressão arterial de repouso, possivelmente associada à elevação da modulação simpática vascular. Assim, ao extrapolar para as competições esportivas, nossos resultados possibilitam inferir que o uso prolongado de sildenafila por atletas pode melhorar a capacidade aeróbica dos mesmos, possibilitando um melhor rendimento na competição, ficando a ressalva de que tal XVIII comportamento pode promover elevação dos níveis pressóricos em atletas, tornando-os suscetíveis a eventos cardiovasculares indesejáveis durante uma prova ou competição. Palavras-Chave: Sildenafila; Método Analítico; Farmacocinética; Comportamento Motor; Desempenho Físico; Capacidade Física; XIX ABSTRACT Influence of prolonged use of sildenafil in the behavior and physical performance of trained rats Author: Luís Antônio Baffile Leoni Sildenafil is a 5-fosfodiesterase inhibitor employed in the treatment of erectile dysfunction. It promotes the erection through peripheral action not by producing direct relaxing effect on isolated human corpus cavernosum, but potentially increasing the relaxing effect of nitric oxide upon this tissue. It has been employed as adjuvant in the treatment of lung hypertension and in hypoxia in the handling of lung hypertension. It has been employed by competing athletes in situation of hypoxia originated from high altitude. The purpose of the thesis is to verify the influence of the extended use of sildenafil in the motor activity and in the physical performance of both trained and sedentary rats. An additional objective of the work is to develop and validate an analytical method employing High Performance Liquid Chromatography in order to acknowledge the drug’s pharmacokinetics in Wistar rats. The method developed and validated was considered a simple, quick, specific, linear, accurate and exact method to identify and quantify sildenafil in rat’s plasma. Sildenafil orally administered (dosis of 1,5 mg/Kg) to male healthy rats presented a rapid absorption, reaching the Maximum Concentration – Cmax of 6,4121 µg/mL in a tmax of 40 min. The volume of distribution was 1,93 mL, indicating a high plasma protein binding. The calculated clearance or depuration was 1,36 hours and the Area Under the Curve was 801,21. As a consequence, the half-life was calculated in 88,8 min (1,48 h). With regard to the rats’ motor activity, it was possible to conclude that sildenafil promoted the increase of motor activity and prevented the habituation of the animals, besides causing anxiety and stimulation to the motion action suggested rather by motion effects and not by emotional effects. As to the physical capacity it was possible to conclude that sildenafil does not interfere with the bodily weight of the animals, and the extended use in daily oral dosis of 1,5 mg/Kg, during 60 days, in sedentary animals does not present any significant influence. However, in trained subjects sildenafil improves significantly the physical capacity of the animals. It also contributes significantly in the increase of aerobic capacity. However, the extended exposure to the drug has led to an increase in the blood pressure at rest, possibly associated to the elevation of the vascular sympathetic modulation. Thus, extrapolating the analysis to the sportive competitions, our results allow the inference that the extended use of sildenafil by athletes can improve their aerobic capacity, providing a better performance in the XX competition. It is remarked that this behavior may promote the elevation of blood pressure levels in athletes, subjecting them to undesirable cardiovascular events during a test or competition. Key-Words: Sildenafil; Analytical Method; Pharmacokinetics; Motor Activity; Physical performance; Physical capacity; XXI INTRODUÇÃO O fármaco sildenafila é o primeiro agente inibidor da 5-fosfodiesterase (PDE-5), uma enzima responsável pela conversão do AMPc (adenosina monofosfato cíclico) e do GMPc (guanosina monofosfato cíclico) em AMP (adenosina monofosfato) e GMP (guanosina monofosfato), respectivamente, utilizado no tratamento da disfunção erétil humana. Em 1989, pesquisadores do laboratório farmacêutico Pfizer, com vistas ao tratamento de pacientes com angina, sintetizaram uma molécula denominada sildenafila. Em 1991, iniciaramse testes clínicos com o fármaco em indivíduos saudáveis e em pacientes com distúrbios cardiovasculares. Os resultados clínicos de eficácia em pacientes com angina foram claramente fracos. No entanto, uma aumentada tendência a ter ereções foi manifestada pelos pacientes como um evento adverso. Assim, os estudos foram direcionados para a aplicação da molécula no manejo da disfunção erétil. Em 1998 o FDA (Food and Drug Administration) aprovou a sildenafila para o tratamento da disfunção erétil (KATZENSTEIN, 2001) . A sildenafila é utilizada na forma de citrato de sildenafila e como medicamento de referência é comercializado sob o nome comercial Viagra®. Como similar tem-se Dejavú®, Revatio®, Suvvia®, Tandrix®, dentre outros. Sua descoberta foi um marco para a indústria farmacêutica e, desde seu lançamento, outras novas substâncias têm sido incorporadas à terapêutica e apresentam o mesmo mecanismo de ação. Entre estas tem-se a tadalafila e a vardenafila (BOOLELL et al., 1996; KLOTZ et al., 2001; PADMA-NATHAN et al., 2001) . A sildenafila, cujo nome químico é (5-[2-etoxi-5-(4-metilpiperazina-1-sulfonil)fenil]-1metil-3-propil-1,6-diidro-7H-pirazol[4,3-d]pirimidin-7-ona) é um composto orgânico de origem sintética que apresenta a fórmula molecular C22H30N6O4S e massa molecular de 474,59. Sua estrutura pode ser visualizada na Figura 1. 1 O O N N N N O S O N N Figura 1: Estrutura química da sildenafila (CAS Number 171599083-0) 1.1 Mecanismo de Ação A sildenafila atua como inibidor da enzima 5-fosfodiesterase (PDE-5). A PDE5 é uma hidrolase que faz parte da família das fosfodiesterases. As fosfodiesterases estão amplamente distribuídas no organismo principalmente nos seguintes locais: olhos, fígado, cérebro, rins, musculatura esquelética e lisa, pênis, testículos e pâncreas (SODERLING; BEAVO, 2000). São isoenzimas responsáveis pela conversão do AMPc (adenosina monofosfato cíclico) em AMP (adenosina monofosfato) e do GMPc (guanosina monofosfato cíclico) em GMP (guanosina monofosfato). AMPc e GMPc são conhecidos como segundos mensageiros (CAMPBELL, S F, 2000; GLICK; BEAVO, 2003). Estudos demonstram que a seletividade da sildenafila à PDE-5 é de 10 a 10.000 vezes superior àquela apresentada para outras fosfodiesterases (PDE 1, 2, 3, 4 e 6). Em particular, a sildenafila tem afinidade pela PDE-5, 4.000 vezes superior à PDE-3, a fosfodiesterase isomórfica específica do AMPc envolvida no controle da contratilidade cardíaca. A sildenafila também tem afinidade 10 vezes menor à PDE-6, envolvida na cascata de fototransdução da retina (GLICK; BEAVO, 2003). O mecanismo fisiológico responsável pela ereção do pênis envolve a liberação de óxido nítrico nos corpos cavernosos durante a estimulação sexual. O óxido nítrico ativa a enzima guanilato ciclase, que, por sua vez induz o aumento dos níveis de GMPc, produzindo um relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos, permitindo o influxo de sangue (LAU; ADAIKAN, 2006). A Figura 2 ilustra esse efeito. A ereção peniana prescinde de uma estimulação sexual que desencadeia a liberação de óxido nítrico nos corpos cavernosos do pênis. O óxido nítrico liberado, por sua vez, ativa a enzima adenilato ciclase, que induz o aumento dos níveis de GMPc. O GMPc produz 2 relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos, permitindo o influxo de sangue no pênis, mantendo-o ereto. Uma vez cessado o estímulo ou, após a ejaculação, ocorrerá a liberação da PDE-5 responsável pela redução dos níveis de GMPc e, consequentemente, ocorre o efluxo de sangue dos corpos cavernosos (KATZENSTEIN, 2001). A sildenafila promove a ereção por ação periférica. A substância não exerce efeito relaxante diretamente sobre os corpos cavernosos isolados de seres humanos, mas aumenta potencialmente o efeito relaxante do óxido nítrico sobre esse tecido. Quando a via óxido nítrico/GMPc é ativada, como ocorre com a estimulação sexual, a inibição da PDE-5 pela sildenafila resulta em um aumento dos níveis de GMPc nos corpos cavernosos. Portanto, a estimulação sexual é necessária para que a sildenafila possa produzir seus efeitos farmacológicos benéficos (CAMPBELL, HELEN ELOISE, 2005). Figura 2: Mecanismo de Ação da sildenafila (modificado de LEONI et al., 2013) Além da sildenafila, outros inibidores das fosfodiesterases tem aplicação clínica como, por exemplo, a milrinona utilizada em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, o cilostazol em pacientes com claudicação intermitente e o roflumilaste utilizado no manejo da asma (GLICK; BEAVO, 2003). A cafeína, conhecido agente termogênico também é um inibidor da enzima fosfodiesterase. 3 1.2 Usos 1.2.1 Na disfunção erétil A principal utilização terapêutica da sildenafila é no tratamento da disfunção erétil. A substância age restaurando a função erétil resultante de uma resposta natural à estimulação sexual. O tratamento da disfunção erétil com medicamentos, por via oral, é relativamente recente e os tratamentos disponíveis até então incluíam dispositivos de constrição à vácuo, injeções no corpo cavernoso peniano, aplicação transuretral de prostaglandina E1, implantação de próteses no pênis ou a realização de cirurgias venosas ou arteriais (LINET; OGRINC, 1996). Inúmeros estudos e ensaios clínicos têm sido conduzidos para a avaliar a eficácia do fármaco na disfunção erétil e sua segurança em relação a ausência ou presença de comorbidades específicas. Numa revisão detalhada realizada por Leoni et al. (2013), concluiu-se que a sildenafila é um tratamento eficaz no manejo da disfunção erétil, na ausência ou presença de co-morbidades, e os benefícios do fármaco superam os riscos, além de representar uma melhoria significativa na vida de homens com disfunção erétil. 1.2.2 Na hipertensão pulmonar A hipertensão pulmonar, doença de alta morbimortalidade na infância, tem etiologia multifatorial e ocorre em aproximadamente 1,9 nascidos vivos a cada 1.000. Caracteriza-se por aumento da resistência vascular pulmonar, resultando em shunt da câmara cardíaca direita para a esquerda, com passagem de sangue não-oxigenado pelo ducto arterioso ou forame oval (BENTLIN et al., 2005). A sildenafila é um inibidor potente e seletivo da PDE-5 na musculatura vascular pulmonar, no qual a enzima é responsável pela degradação do GMPc. O fármaco aumenta o GMPc dentro das células do músculo liso vascular pulmonar, resultando em relaxamento. Em pacientes com hipertensão arterial pulmonar, isto pode levar à vasodilatação do leito vascular pulmonar e, em menor grau, à vasodilatação da circulação sistêmica. O fármaco tem sido empregado como adjuvante no tratamento de hipertensão pulmonar primária ou secundária. É utilizado geralmente associado ao óxido nítrico inalável, injeções de epoprostenol intravenoso ou iloprosta inalável (ZHAO et al., 2001). 4 No Brasil é comercializado na forma de comprimidos revestidos de 20 mg de citrato de sildenafila pela indústria farmacêutica Pfizer sob o nome comercial de Revatio®, enquanto que para uso na disfunção erétil, os comprimidos são de 25, 50 e 100 mg. 1.2.3 Extra-bula A sildenafila tem sido utilizada por atletas, principalmente ciclistas, triatletas, corredores e jogadores de futebol, em competição, em situação de hipóxia originada por grandes altitudes (GHOFRANI et al., 2002, 2004). Particularmente sobre o sistema respiratório, a sildenafila promove vasodilatação pulmonar; por isso em situação de hipóxia o medicamento tem se mostrado eficaz no manejo da hipertensão pulmonar desencadeada pela diminuição de oxigênio disponível. Por essa razão, a sildenafila parece emergir como uma potente ajuda ergogênica durante o exercício executado em situação de hipóxia (HSU et al., 2006). Desde 2007, a American Medical Association (AMA) oficializou a realização de projetos de pesquisa que investigam o uso da sildenafila em situações adversas ao recomendado pelo fabricante e pelo FDA, órgão que decide pelo uso de medicamentos nos Estados Unidos. Os seguintes projetos foram anunciados: Can sildenafil improve exercise performance at moderate altitude?; Decreased pulmonary artery pressure by oral sildenafil ingestion at mild altitude during exercise in air pollution increases exercise performance; Effect of sildenafil on athletic performance in athletes with spin al cord injury: a prospective, placebo controlled, blinded, crossover study (JACOBS; FRIEDLANDER, 2015; RUNDELL et al., 2015; WILLICK et al., 2015). 1.3 Riscos versus Benefícios A disfunção erétil pode ser definida como uma persistente inabilidade de conseguir ou manter uma ereção peniana suficiente para um desempenho sexual satisfatório e frequentemente está associada à idade ou à presença de co-morbidades como o diabetes mellitus, hipertensão, dislipidemia e outros fatores de risco cardiovascular, tais como o uso de tabaco e o excesso de peso (NIH CONSENSUS CONFERENCE, 1993) – Figura 3. 5 Figura 3: Causas da Disfunção Erétil (modificado de LEONI et al., 2013). Diante das inúmeras informações disponíveis sobre o uso terapêutico da sildenafila, a seguir é apresentada uma análise crítica dos dados disponíveis na literatura internacional sobre a eficácia e a segurança da sildenafila na presença ou não de co-morbidades associadas. 1.3.1 Eficácia do uso de sildenafila Nos estudos desenvolvidos na ausência de co-morbidades à disfunção erétil, podese verificar que em homens com disfunção erétil de diferentes etiologias a sildenafila oral foi eficaz e bem tolerada, com taxas de sucesso expressivas (BOOLELL et al., 1996; EARDLEY et al., 2001; GOLDSTEIN et al., 1998; MEULEMAN et al., 2001; MONTORSI et al., 1999; PALUMBO et al., 2001). O uso de sildenafila oral provou ser eficaz e bem tolerado tanto no início do tratamento como no tratamento a longo prazo e, para a maioria dos pacientes, o tratamento medicamentoso deve ser continuado para que a melhora da função erétil possa ser mantida (CHRISTIANSEN et al., 2000). Em um estudo com escalonamento de dose (25, 50 ou 100 mg) realizado em homens com mais de 18 anos, a sildenafila apontou ser bem segura e ter efeitos benéficos sobre todos os índices de função erétil e qualidade de vida (BENCHEKROUN et al., 2003). Já em idosos a sildenafila demonstrou ser eficaz e bem tolerada mesmo entre aqueles com idade superior a 70 anos. Entretanto, a taxa de melhoria na função erétil em homens mais jovens é maior do que em homens mais velhos (FUJISAWA; SAWADA, 2004). 6 Ensaios clínicos variados em diferentes regiões geográficas indicam que a sildenafila é um tratamento eficaz e bem tolerado para homens com disfunção erétil no Egito e África do Sul (LEVINSON et al., 2003), na Colômbia, Equador e Venezuela (GÓMEZ et al., 2002), na Argentina (BECHER et al., 2002), em Cingapura (LIM et al., 2002; TAN et al., 2000), na Malásia e nas Filipinas (TAN et al., 2000) e em Taiwan (CHEN et al., 2001) . Resultados semelhantes foram verificados em negros e hispânicos americanos (YOUNG et al., 2002), brasileiros, mexicanos (GLINA et al., 2002) e coreanos (CHOI et al., 2003), indicando não haver diferença no perfil de eficácia da sildenafila entre povos ocidentais e orientais. A sildenafila também pode desencadear melhorias significativas na autoestima, na confiança, na satisfação e no relacionamento de homens com disfunção erétil (ZONANA FARCA et al., 2008). O grau de satisfação dos parceiros também foi avaliado, em estudos placebo-controlados e confrontada com a avaliação dos pacientes e verificou-se que o grau de satisfação dos parceiros e pacientes é superior àquele relatado com o uso do placebo (LEWIS et al., 2001; MONTORSI et al., 1999). Nos estudos desenvolvidos na presença de co-morbidades à disfunção erétil a eficácia da sildenafila foi avaliada e, a seguir sua performance é apresentada de acordo com a(s) doença(s) concomitante(s). Doenças do Sistema Cardiovascular Em um estudo com homens com disfunção erétil associado a fatores de risco cardiovascular como diabetes, hipertensão arterial e/ou hiperlipidemia, tanto a sildenafila como a vardenafila apresentaram-se eficazes e bem toleradas no tratamento da disfunção erétil (RUBIO-AURIOLES et al., 2006) . Um levantamento realizado na Espanha com pacientes hipertensos apontou que a sildenafila possui uma excelente resposta e um perfil seguro no tratamento da disfunção erétil (ARANDA, 2004). A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma doença cardiovascular cada vez mais comum e a disfunção erétil ocorre na maioria dos pacientes (75%) (KATZ et al., 2005). A sildenafila é eficaz e bem tolerada no manejo da disfunção erétil em homens que têm ICC de leve a moderada (AMIN et al., 2013). Também em pacientes com doença arterial coronária estável, a sildenafila apresentou-se como um tratamento eficaz e bem tolerado para a disfunção 7 erétil. O uso do medicamento não foi associado a riscos adicionais de segurança nesta população. Entre os homens que tomam anti-hipertensivos para o controle da pressão arterial a disfunção erétil costuma ser frequente e a sildenafila mostrou ser eficaz e segura no manejo desse distúrbio sem causar alterações significativas nas medições da pressão arterial (ALBUQUERQUE et al., 2005; PARK et al., 2008; PICKERING et al., 2004). Diabetes Mellitus O diabetes mellitus é um importante fator de risco para a disfunção erétil, pois, geralmente, homens diabéticos desenvolvem prematuramente tal distúrbio (ESCOBARJIMÉNEZ, 2002; LEWIS et al., 2001). Diversos autores têm evidenciado a eficácia da sildenafila no manejo da disfunção erétil em estudos placebo-controlados, no entanto, SAFARINEJAD e MOHAMMAD (2004) evidenciaram que a eficácia da sildenafila em pacientes diabéticos foi menor e os eventos cardiovasculares foram maiores que aqueles previamente relatados em pacientes não diabéticos (PRICE et al., 1998; RENDELL, 1999; SAFARINEJAD, MOHAMMAD R, 2004) Em pacientes diabéticos exclusivamente do tipo 2, o tratamento com sildenafila também demonstrou ser eficaz e seguro e os eventos adversos leves e transitórios (ESCOBARJIMÉNEZ, 2002). Lesão da Medula Espinhal A sildenafila é bem tolerada e de forma segura e eficaz melhora a função erétil em pacientes com disfunção erétil atribuíveis à lesão traumática da medula espinhal, especialmente naqueles com lesão incompleta (DERRY et al., 1998; ERGIN et al., 2008; GIULIANO et al., 1999; MAYTOM et al., 1999), independentemente da causa e do tempo da lesão (SÁNCHEZ RAMOS et al., 2001). A aceitação e satisfação dos pacientes com o uso da sildenafila é elevada (SCHMID; SCHURCH; HAURI, 2000) além de apresentarem uma melhora significativa no orgasmo e na ejaculação (CHICHARRO et al., 2008). Em um estudo comparando o uso da sildenafila oral, à administração de injeção intracavernosa e ao uso de dispositivos de constrição à vácuo, verificou-se que 90% dos 8 pacientes relataram melhora da ereção ao utilizar a sildenafila e este tratamento foi considerado o mais eficaz e amplamente aceito pela população em estudo (MOEMEN et al., 2008). Tanto a sildenafila quanto a vardenafila e a tadalafila são eficazes e bem toleradas no tratamento da disfunção erétil em pacientes com lesão da medula espinhal. Cabe ressaltar que o sucesso terapêutico é ausente se houver um distúrbio completo da transmissão dos impulsos neurogênicos (SCHMID; SCHURCH; HAURI, 2000). Apneia Obstrutiva do Sono Uma das prováveis consequências da apneia obstrutiva do sono, uma desordem que causa a cessação ou redução da respiração durante o sono, com consequente dessaturação de oxigênio no sangue, é a disfunção erétil (PERIMENIS; KARKOULIAS; et al., 2007) e a sildenafila tem sido eficiente no manejo dessa disfunção. No entanto, verificou-se que a eficiência da sildenafila é aumentada quando a apneia é controlada com técnicas específicas, tal como a aplicação de Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas - CPAP. Ambos tratamentos quando utilizados isoladamente têm impacto positivo sobre a doença, mas o uso de sildenafila foi superior. Embora ambas modalidades sejam seguras e bem toleradas, cabe ressaltar que as taxas de insatisfação com o manejo da disfunção erétil nesses casos variam de 33 a 50%, indicando a necessidade de novos agentes terapêuticos ou de um manejo mais eficaz da doença (PERIMENIS; KONSTANTINOPOULOS; et al., 2007). Esclerose Múltipla Pacientes com esclerose múltipla, uma doença autoimune que pode acometer jovens e adultos de meia-idade, têm grande probabilidade de apresentarem disfunção erétil. A alteração na função erétil pode ser decorrente da disfunção neurológica da doença de base, de fatores psicológicos ou evento adverso dos medicamentos empregados no tratamento da doença autoimune. Um estudo placebo-controlado verificou que a sildenafila tem pouco efeito sobre a disfunção erétil em pacientes com esclerose múltipla, e não deve ser recomendado como tratamento de escolha para a disfunção erétil nestes pacientes (SAFARINEJAD, MOHAMMAD REZA, 2009), contrastando com os resultados apresentados por Fowler et al. (2005) que demonstraram que a sildenafila foi um tratamento eficaz e bem tolerado em homens com esclerose múltipla e resultou em melhorias significativas na qualidade da ereção e na qualidade de vida dos pacientes. Estudos adicionais são necessários para esclarecer a eficácia 9 do uso de sildenafila oral na disfunção erétil em pacientes com esclerose múltipla (FOWLER, 2005; SAFARINEJAD, M R; KOLAHI; GHAEDI, 2009). Câncer de Próstata A incidência de disfunção erétil em pacientes que realizaram cirurgia de remoção radical da próstata ou que foram submetidos a radioterapia tridimensional em função da presença de câncer de próstata é alta (EL-BAHNASAWY et al., 2008)(WEBER et al., 1999). A sildenafila demonstrou ser um tratamento seguro e satisfatório para a disfunção erétil em ambas situações, sendo que os pacientes com tumescência parcial póscistoprostatectomia foram os que tiveram melhor resposta. O efeito foi dose-dependente e os eventos adversos aumentaram com o aumento da dose (EL-BAHNASAWY et al., 2008; WEBER et al., 1999) . Depressão O uso de inibidores seletivos da recaptura de serotonina para o tratamento da depressão, tal como a fluoxetina, pode desencadear disfunção erétil no paciente durante o período de uso do medicamento. Diante de tal constatação, FAVA et al. (2006) avaliaram a eficácia da sildenafila em tais pacientes e evidenciou-se uma melhora significativa na função erétil e na satisfação sexual em homens com disfunção erétil associada ao uso de inibidores da recaptura de serotonina. Doença de Parkinson Estimativas da prevalência de disfunção erétil em pacientes com Doença de Parkinson indicam que a incapacidade de atingir ou manter a ereção é um problema que acomete esses pacientes. O uso de sildenafila, via oral é eficaz e melhora significativamente a função erétil e a qualidade da vida sexual desses pacientes (HUSSAIN, 2001; RAFFAELE, 2002). Num estudo desenvolvido por RAFFAELE (2002), em 25 de 33 pacientes com a Doença de Parkinson, ou seja, 75% apresentaram uma clara melhoria nos sintomas depressivos em decorrência do manejo da disfunção erétil. Disfunção Renal A disfunção erétil é comum em homens com insuficiência renal, mas nem sempre é aliviado após o transplante de rim (MAHON et al., 2005). 10 A sildenafila provocou melhora significativa da função erétil em pacientes em diálise peritoneal, com taxa de sucesso, pelo menos, tão elevada como a relatada em outros grupos de pacientes (MAHON et al., 2005). Não foi relatada interação entre os medicamentos imunossupressores e não houve efeitos adversos significativos de sildenafila sobre a função do transplante (BARROU et al., 2003) A sildenafila pareceu ser um tratamento eficaz e seguro para a disfunção erétil em pacientes com insuficiência renal crônica que realizam hemodiálise (SEIBEL, 2002). Estresse Traumático Pós-Combate O estresse traumático relacionado ao combate pode desencadear disfunção erétil de origem psicogênica nos pacientes. Num estudo placebo controlado, com veteranos de guerra, excluindo-se aqueles com co-morbidades e fumantes, verificou-se que a sildenafila não demonstrou ser melhor que o placebo no tratamento do distúrbio erétil. Ensaios clínicos randomizados adicionais são necessários para melhor elucidar o papel do fármaco no tratamento dessa desordem (SAFARINEJAD, MOHAMMAD REZA, 2009). 1.3.2 Eventos Adversos decorrentes do uso de sildenafila Os eventos adversos mais frequentemente relatados nos ensaios clínicos, em homens, independente da etiologia da disfunção erétil são: cefaleia, rubor, dispepsia, tontura, perturbação visual, alterações na visão de cores, insônia, mialgia, dor nas costas e dor musculoesquelética pélvica, geralmente de natureza leve e transitórias (BECHER et al., 2002; BOOLELL et al., 1996; CHEN et al., 2001; CHOI et al., 2003; CHRISTIANSEN et al., 2000; FOWLER, 2005; GLINA et al., 2002; GOLDSTEIN et al., 1998; LEVINSON et al., 2003; LIM et al., 2002; YOUNG et al., 2002). Em pacientes idosos os eventos adversos mais comumente relatados foram rubor e dispepsia (FUJISAWA; SAWADA, 2004). No quadro 1 é possível observar os eventos adversos mais comumente relatados nos ensaios clínicos em homens com disfunção erétil na presença ou ausência de co-morbidades ou mediante o uso de categorias de fármacos específicos. 11 Quadro 1: Eventos Adversos decorrentes do uso de sildenafila. PACIENTES Fazendo uso de antihipertensivos: EVENTO ADVERSO cefaleia, rubor, dispepsia, tontura, perturbação visual, alterações na visão de cores, insônia, mialgia, dor nas costas e dor musculoesquelética pélvica; rubor facial, cefaleia, dispepsia, taquicardia, rinite, tonturas, dispneia e náuseas Com Insuficiência Cardíaca Congestiva cefaleia transitória, rubor, infecção do trato respiratório e astenia; ALBUQUERQUE et al., 2005; DEBUSK, 2004; KATZ et al., 2005; PARK et al., 2008; Com doença arterial coronária estável Fazendo uso de inibidores da recaptura de serotonina Com disfunção erétil decorrente de lesão da medula Submetidos a prostatectomia cefaléia transitória, hipertensão, rubor e dispepsia; ALBUQUERQUE et al., 2005; DEBUSK, 2004; KATZ et al., 2005; PARK et al., 2008; cefaleia, dispepsia, ansiedade e visão anormal; FAVA et al., 2006; tontura; SCHMID; SCHURCH; HAURI, 2000; cefaleia transitória, rubor facial e dispepsia; WEBER et al., 1999; Com distúrbios renais rubor e dispepsia; BARROU et al., 2003; SEIBEL, 2002; Diabéticos em maior grau, rubor e dispepsia e em menor grau, dispneia, rinite, congestão nasal, dores musculares e efeitos cardiovasculares; PRICE et al., 1998; RENDELL, 1999; SAFARINEJAD, MOHAMMAD R, 1998; SAFARINEJAD, MOHAMMAD REZA, 2009; Homens com disfunção erétil FONTE BECHER et al., 2002; BOOLELL et al., 1996; CHEN et al., 2001; CHOI et al., 2003; CHRISTIANSEN et al., 2000; FOWLER, 2005; GLINA et al., 2002; GOLDSTEIN et al., 1998; LEVINSON et al., 2003; LIM et al., 2002; YOUNG et al., 2002; ALBUQUERQUE et al., 2005; DEBUSK, 2004; KATZ et al., 2005; PARK et al., 2008; 12 De uma maneira geral a sildenafila é um tratamento eficaz e bem controlado para a disfunção erétil em pacientes tanto na ausência quanto na presença de co-morbidades e os eventos adversos mais comumente relatados nos ensaios clínicos são cefaleia, rubor e dispepsia (LEONI et al., 2013). 1.4 Disfunções endotelial e erétil, atividade física e sildenafila O endotélio é um órgão endócrino que desempenha um importante papel na manutenção da homeostase vascular. Seu papel não se restringe a manutenção do tônus vascular, mas também à regulação da inflamação, ativação plaquetária e trombose. As substâncias produzidas pelo endotélio podem ter ação vasodilatadora, tais como óxido nítrico (NO), prostaciclina (PGI2), fator hiperpolarizante derivado do endotélio (EDHF) e cininas, ou ação vasoconstritora, como endotelina, prostaglandinas, angiotensina II e espécies reativas de oxigênio (BEHRENDT; GANZ, 2002; FÉLÉTOU; VANHOUTTE, 2006; SUDANO et al., 2006). Quando a função do endotélio é normal, há um equilíbrio entre a produção destas substâncias com uma tendência à vasodilatação. Mas quando tais substâncias são liberadas em desequilíbrio, desencadeiam a disfunção endotelial (FÉLÉTOU; VANHOUTTE, 2006). A hipertensão, o diabetes, a dislipidemia, o tabagismo e o excesso de peso são situações que podem desencadear estresse oxidativo que pode promover disfunção endotelial. A disfunção endotelial tem sido relacionada a alguns processos fisiopatológicos, tais como infarto do miocárdio, doença vascular periférica, doença renal e disfunção erétil, ou seja, o estresse oxidativo parece ser um denominador comum básico na disfunção endotelial nas doenças cardiovasculares (GUAY, 2007). A disfunção erétil (DE) é a incapacidade persistente de alcançar ou manter ereção suficiente para uma performance sexual satisfatória (NIH CONSENSUS CONFERENCE, 1993). A DE é altamente prevalente e sua causa pode ser neurológica, endócrina, psicogênica, farmacogênica ou vascular. A etiologia vascular é a mais comum. A incidência da DE aumenta com o número de co-morbidades tais como hipertensão, diabetes, dislipidemia, tabagismo e aterosclerose, tal como nas doenças cardiovasculares. Uma das primeiras manifestações de 13 dano endotelial em homens com fatores de risco vascular é a manifestação da DE, ou seja, a DE pode ser a primeira manifestação clínica dessas co-morbidades (KENDIRCI et al., 2005). Um estudo realizado em ratos evidenciou que a DE está relacionada ao aumento do estresse oxidativo e à diminuição da biodisponibilidade de NO. O mesmo estudo também revelou que o treinamento físico reverte o aumento do estresse oxidativo, melhorando a DE (CLAUDINO et al., 2010). A atividade física tem sido considerada um fator de proteção contra as doenças cardiovasculares desde os anos de 1950 (MORRIS et al., 1953) e, como há uma estreita relação entre doenças cardiovasculares, disfunção endotelial e disfunção erétil, é razoável inferir que este efeito protetor se estendesse às outras condições. 1.4.1 Atividade Física e Saúde Cardiovascular Diversos estudos epidemiológicos visando investigar a associação entre atividade física e doenças cardiovasculares são realizados desde meados do século XX. Ao longo das últimas décadas é possível verificar um aumento expressivo no número de publicações científicas que buscam demonstrar existir correlação positiva entre atividade física e saúde cardiovascular. A seguir são apresentadas, numa sequência cronológica, algumas evidências científicas dessa correlação. A primeira evidência da correlação que se tem registro foi realizada em 1953, em trabalhadores londrinos. No referido estudo inglês verificou-se que homens fisicamente ativos no trabalho tinham a metade das taxas de mortalidade por doenças coronarianas daquelas apresentadas por homens sedentários (MORRIS et al., 1953). Já nos anos de 1960, nos Estados Unidos, um estudo demonstrou que os homens que morriam de doenças cardíacas eram 40 a 50% menos ativos que aqueles homens que permaneciam vivos (PAFFENBARGER et al., 1966). Ainda com a população masculina em geral, um estudo buscou correlacionar o nível de atividade física realizada no período de lazer ao risco de doença coronariana e morte. Os resultados indicaram existir uma modesta relação inversa entre nível de atividade física realizada no período de lazer e risco de doença coronariana e mortalidade global em homens de meia-idade (LEON et al., 1987). Como os estudos anteriores envolviam populações masculinas mistas, com variados fatores de risco para doenças cardiovasculares e, na sua grande maioria, de meia-idade, em 14 1999, um estudo realizado com homens jovens e saudáveis buscou minimizar os efeitos da idade e dos fatores de risco para avaliar a influência da prática de atividade física na saúde cardiovascular. O estudo revelou que a prática regular de atividade física pode contribuir beneficamente na prevenção de doenças cardiovasculares em homens jovens e saudáveis, pois o exercício melhorou a função vascular, por meio da melhora da vasodilatação endotéliodependente (CLARKSON et al., 1999). À mesma conclusão chegou um estudo realizado em homens normotensos, pois HIGASHI et al. (1999) observaram que a prática de atividade física durante um período de doze semanas melhorou a vasodilatação endotélio dependente por meio do aumento da liberação de óxido nítrico em pacientes normotensos (HIGASHI et al., 1999). São inúmeras as evidências sugerindo que o exercício físico regular não somente melhora a capacidade funcional, expressa pelo aumento do VO2 max, como também reduz a morbidade e, possivelmente, a mortalidade, justificando assim a sua indicação (BELARDINELLI et al., 1999). Em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, a prática de atividade física corrigiu a disfunção endotelial existente e melhorou a capacidade frente a exercícios, pois o exercício melhorou a formação de óxido nítrico endotelial e a vasodilatação endotéliodependente na musculatura esquelética dos pacientes (HAMBRECHT et al., 1998). A suplementação com L-arginina em pacientes com ICC, quando somada à pratica de atividade física pareceu ter efeito aditivo sobre o endotélio, pois houve melhora na vasodilatação endotélio-dependente dos pacientes que sofreram as duas intervenções (HAMBRECHT et al., 2000). A participação de pacientes com síndrome metabólica, durante três meses, em um programa de atividade física, resultou em uma melhora na dilatação fluxo-mediada resultando em aumento na capacidade máxima de realização de exercícios dos pacientes (LAVRENCIC; SALOBIR; KEBER, 2000). A combinação de exercício resistido e exercício aeróbico colaborou para a melhora dos índices glicêmicos e melhora da função endotelial de pacientes com diabetes tipo 2, indicando que a prática de atividade física pode ser um componente importante no manejo da doença em pacientes que possam realizar exercícios (MAIORANA et al., 2001). Com o objetivo de verificar a influência do exercício aeróbico moderado sobre a função endotelial de pacientes pós-infarto do miocárdio, um estudo revelou que a prática de 15 atividade física colaborou para o aumento da vasodilatação endotélio-dependente nos pacientes recém-infartados, além de aumentar a tolerância ao exercício; observou-se também que com o destreinamento, os benefícios surgidos desaparecem (VONA et al., 2004). Ainda, buscando verificar a influência da prática de atividade física sobre enfermidades ou situações clínicas específicas, foram conduzidos diversos estudos envolvendo pacientes com hipertensão (HIGASHI et al., 1999), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) (HAMBRECHT et al., 1998)(HAMBRECHT et al., 2000), síndrome metabólica (SM) (LAVRENCIC; SALOBIR; KEBER, 2000), diabetes (MAIORANA et al., 2001), infarto do miocárdio (VONA et al., 2004) e doença coronariana (STEINER et al., 2005). Em um estudo realizado em pacientes com doença coronariana e com múltiplos fatores de risco cardiovascular, verificou-se que a prática regular de atividade física aumenta o número de células progenitoras endoteliais circulantes além de melhorar a função vascular e a síntese de NO (STEINER et al., 2005). Em 2008, em um estudo transversal envolvendo voluntários saudáveis, foi observado o número de células progenitoras endoteliais, quando os mesmos foram submetidos a três níveis distintos de intensidade de corrida: intensivo (30 minutos a 100% da velocidade do limiar anaeróbico individual- correspondente a 82% do Volume de Oxigênio Máximo VO2 max), moderado (30 minutos a 80% da velocidade do limiar anaeróbico individual- correspondente a 68% do VO2 max) e moderado com curto tempo de corrida (10 minutos a 80% da velocidade do limiar anaeróbico individual- correspondente a 68% do VO2 max). LAUFS et al. (2005) verificaram que nos níveis intensivo e moderado com 30 minutos ocorreu um aumento no número de células progenitoras endoteliais circulantes, o que representa um importante benefício da atividade física; a quantificação das células progenitoras endoteliais circulantes mostrou ser um importante parâmetro na avaliação dos efeitos vasculares do exercício Outro estudo similar concluiu que o aumento no número de células progenitoras endoteliais parece ser maior nos indivíduos com um perfil lipídico menos favorável (VAN CRAENENBROECK et al., 2008). De uma maneira geral é possível constatar que a disfunção endotelial pode ser revertida por meio de medidas terapêuticas que sabidamente são capazes de reduzir a evolução dessa doença, tais como exercício físico, melhora da hiperglicemia no diabetes melittus, cessação do fumo, entre outras. Nesse sentido, pode-se afirmar que a prática regular de atividade física melhora consistentemente a biodisponibilidade de NO e aumenta o número de 16 células progenitoras endoteliais (ADAMS et al., 2008; MÖBIUS-WINKLER et al., 2009; NAVASIOLAVA et al., 2010; STEINER et al., 2005) e também diminuem o nível dos marcadores inflamatórios - citocinas pró-inflamatórias e proteína C reativa (RIBEIRO, FERNANDO et al., 2010). Diante das constatações científicas, ao longo das últimas décadas foram surgindo recomendações que estimulassem a prática de atividade física. Em 1996, o National Institutes of Health Consensus Development Panel on Physical Activity and cardiovascular Health recomendou que todos americanos deveriam engajar-se em atividades físicas regulares (NIH CONSENSUS CONFERENCE, 1996). Em 2002 o American Hearth Association recomendou, para a prevenção primária de doenças cardiovasculares, a realização de 30 minutos ou mais de atividade física moderada na maioria dos dias da semana (PEARSON et al., 2002), pois a atividade física é reconhecida por ser crucial na prevenção de doenças cardiovasculares e, por isso, deve ser considerada como fator protetor contra tais doenças (LEON et al., 1987; SISSON et al., 2009). 1.4.2 Atividade Física e Disfunção Erétil A prática de atividade física, em diferentes estudos experimentais e clínicos, tem proporcionado uma melhora significativa na função erétil (AGOSTINI et al., 2011; BACON et al., 2006; CHENG et al., 2007; DERBY et al., 2000; ESPOSITO et al., 2004, 2009; GIUGLIANO et al., 2010; HSIAO et al., 2012; JANISZEWSKI; JANSSEN; ROSS, 2009; KRATZIK et al., 2009; LA VIGNERA et al., 2011; MAIO; SARAEB; MARCHIORI, 2010; POHJANTÄHTI-MAAROOS; PALOMÄKI; HARTIKAINEN, 2011). Dados do Massachusetts Male Aging Study, incluindo uma amostra de 1.156 homens entre 40-70 anos acompanhados por 8,8 anos, mostrou que o menor risco para DE foi entre homens fisicamente ativos quando comparados a homens sedentários (<200 Kcal/dia de atividade física) (DERBY et al., 2000). No Health Professionals Folow-up Study, um estudo de corte com 22.086 homens, a atividade física foi associada com o baixo risco de DE. O risco relativo multivariado foi de 0,7 para >32,6 equivalentes metabólicos de exercícios por semana. Interessantemente, todos tipos de exercícios incluídos no protocolo demonstraram significantes benefícios (BACON et al., 2006). 17 Um estudo desenvolvido em Hong Kong demonstrou que a idade, o nível de atividade física e o grau de angústia psicológica foram independentemente associados à DE. A relação entre IMC e DE foi somente observada em homens inativos fisicamente (< 1 vez por semana), enquanto em homens fisicamente ativos (≥ 1000 Kcal/semana) o risco de DE reduziu somente nos homens obesos (CHENG et al., 2007). Uma orientação detalhada sobre como perder 10% ou mais do peso corporal pela redução da ingestão calórica e aumento nos níveis de atividade física em homens obesos na Itália, após dois anos da intervenção inicial, resultou em aumento do nível de atividade física, redução do IMC (índice de massa corpórea) e aumento na função erétil avaliada por meio do preenchimento de um questionário padronizado com geração de um índice denominado Índice Internacional de Função Erétil (IIEF). ESPOSITO et al. (2004) verificaram que o IMC teve maior influência na DE em pacientes com baixo nível de atividade física. Em contrapartida o nível de atividade física exerceu maior influência quando o IMC era mais alto Num estudo muito semelhante envolvendo o fornecimento de orientações detalhadas frente a orientações gerais, os pesquisadores concluíram também que é possível atingir uma melhora na função erétil sem o uso de intervenção farmacológica, desde que haja uma perda de peso e aumento na atividade física (ESPOSITO et al., 2009). Num estudo que dividiu os sujeitos de pesquisa em ativos (≥150 min/semana), moderadamente ativos (30-149 min/semana) e inativos (<30 min/semana), observou-se que homens inativos ou moderadamente ativos tiveram uma probabilidade de 40-60% maior de DE do que os homens ativos. (JANISZEWSKI; JANSSEN; ROSS, 2009) concluíram que homens com circunferência da cintura maior e baixo nível de atividade física (inativos e moderadamente ativos) foram associados a maior probabilidade de apresentar DE, no entanto, quanto ao IMC, não houve uma correlação significativa. Concluiu-se que a manutenção da circunferência da cintura abaixo de 102 cm e a realização de atividade física de intensidade moderada (≥150 min/semana) são condições que estão associadas a uma adequada função erétil, independentemente do IMC. KRATZIK et al., (2009) em um estudo transversal com 674 homens, idade entre 45-60 anos, nos seus locais de trabalho, apresentaram correlação positiva entre o Índice Internacional de Função Erétil e a atividade física de 1.000 a 4.000 Kcal/semana. O risco de DE severa foi diminuído para 82,9% com um mínimo de 3.000 Kcal/semana de gasto de 18 energia. Foi possível concluir que um aumento do nível de atividade física semanal de 1.000 para 4.000 Kcal pode reduzir o risco de DE. Em homens diabéticos entre 35-70 anos verificou-se também que a prática de atividade física é um fator protetor da função erétil (GIUGLIANO et al., 2010). Pacientes de meia-idade (48-62 anos) com DE, de origem vascular, foram submetidos a um protocolo de atividade aeróbica de moderada a intensa (150 minutos/semana) e, após 3 meses, verificou-se que a atividade física melhora a qualidade da função erétil, provavelmente por reduzir a apoptose endotelial (LA VIGNERA et al., 2011). Com o intuito de verificar se o aparecimento de marcadores subclínicos da aterosclerose estão associados à DE, pacientes com síndrome metabólica e indivíduos saudáveis tiveram seus dados confrontados e verificou-se existir a associação que se mostrou mais evidente nos indivíduos com síndrome metabólica e DE, ou seja, pacientes com síndrome metabólica e disfunção erétil devem ser considerados de alto risco para eventos cardiovasculares futuros e, mais uma vez, evidenciou-se que a atividade física parece ter um efeito protetor da função erétil (POHJANTÄHTI-MAAROOS; PALOMÄKI; HARTIKAINEN, 2011). Reforçando o efeito de que hábitos saudáveis têm um efeito direto sobre a função erétil, um estudo buscou associar a atividade física e o nível de aptidão física com a DE em homens entre 40 e 75 anos. Os resultados evidenciaram que homens mais jovens com maior nível de atividade física e melhor condicionamento são menos propensos à DE (AGOSTINI et al., 2011). Os estudos experimentais para avaliar a influência da atividade física na função sexual, até então, eram realizados em adultos, na maioria das vezes já apresentando certo grau de DE, ou seja, ainda era desconhecida a influência do exercício em jovens saudáveis. HSIAO et al. (2012) concluíram que o aumento na atividade física está associado a uma melhor função sexual em jovens saudáveis (idade inferior a 40 anos); assim, não só indivíduos idosos ou na meia-idade têm uma melhora na função erétil. 19 1.4.3 Atividade Física e Sildenafila Desde 2004, a sildenafila tem sido alvo de pesquisas que avaliam a influência do fármaco na capacidade de realizar exercícios, tanto em nível do mar, quanto em grandes altitudes, (GHOFRANI et al., 2004)(RICHALET et al., 2005)(HSU et al., 2006). Em 2004, GHOFRANI et al., desenvolveram um estudo placebo-controlado que avaliou a influência da sildenafila na capacidade de 14 alpinistas jovens saudáveis realizarem exercícios físicos, em cicloergômetro, sob condições de hipóxia tanto ao nível do mar quanto em grandes altitudes (5245m). A dose utilizada de sildenafila foi de 50 mg. Os resultados apontaram um aumento na capacidade de realização de exercício em hipóxia nos indivíduos que fizeram uso da sildenafila tanto ao nível do mar quanto em grande altitude (GHOFRANI et al., 2004). Em 2005, RICHALET et al., também num estudo placebo-controlado, avaliaram em 12 homens moderadamente treinados a influência do uso da sildenafila em situação de altitude (4350 m) na capacidade de realização de exercícios em cicloergômetro. A sildenafila foi utilizada durante seis dias, em três doses diárias de 40 mg. Os resultados apontaram que a sildenafila, devido ao seu efeito vasodilatador sobre a circulação pulmonar: suprimiu a hipertensão pulmonar induzida pela altitude; melhorou a hemodinâmica pulmonar e troca gasosa, limitando a hipoxemia induzida pela altitude e favoreceu a adaptação cardiovascular ao exercício; não alterou o processo fisiológico de aclimatação (RICHALET et al., 2005). Em 2006, HSU et al., em um outro estudo placebo-controlado, compararam a influência da sildenafila na capacidade de 10 homens treinados (ciclistas e triatletas) realizarem exercícios em cicloergômetro em situação de hipóxia (simulação de 3874 m) e de normóxia (nível do mar). A sildenafila foi empregada durante três dias em doses de 50 ou 100mg. Os resultados apontaram que a sildenafila melhorou o débito cardíaco, a saturação arterial de oxigênio e o desempenho durante o exercício em situação de normóxia, mas não apresentou efeitos significativos sobre o desempenho no exercício em normóxia, embora tenha ocorrido uma tendência de aumento na frequência cardíaca e diminuição da pressão arterial sistólica durante o exercício (HSU et al., 2006). Os experimentos citados nos parágrafos anteriores foram realizados em homens saudáveis, treinados ou moderadamente treinados e envolveram a administração aguda de sildenafila de, no máximo, três dias de administração do fármaco, não refletindo a influência da substância em indivíduos sedentários ou por um período prolongado de tempo, ou seja, na 20 literatura disponível há uma lacuna acerca da influência, aguda ou prolongada, da sildenafila sobre a performance física em indivíduos sedentários ou treinados. Nos últimos anos, no Laboratório do Movimento Humano da Universidade São Judas Tadeu, vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Educação Física vem sendo desenvolvidos protocolos para avaliação física em modelos experimentais envolvendo ratos Wistar. Sendo assim, decidiu-se aplicar os protocolos desenvolvidos para aprofundar os estudos da influência do uso prolongado da sildenafila sobre o comportamento e desempenho físico de ratos treinados e em ratos sedentários. 21 JUSTIFICATIVA São justificativas para a realização deste estudo: A necessidade do entendimento da influência da administração oral prolongada de sildenafila na capacidade física de ratos treinados e da administração oral aguda sobre o comportamento motor de ratos Wistar machos. Para tal, se fez necessário desenvolver um método analítico fácil, rápido e de baixo custo para a identificação e quantificação de sildenafila em plasma de ratos por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. O método desenvolvido foi validado utilizando os parâmetros da legislação específica e aplicado na estimativa dos parâmetros farmacocinéticos da sildenafila em ratos Wistar machos. Uma vez conhecida a farmacocinética da sildenafila nos animais foi possível investigar os efeitos do fármaco sobre o comportamento motor dos animais. Os parâmetros farmacocinéticos também foram importantes para determinar a concentração máxima do fármaco no sangue dos animais e determinar o melhor momento para realizar os testes de esforço físico nos animais treinados e sedentários e verificar a influência do fármaco sobre o sistema cardiovascular e sobre a modulação autonômica dos ratos treinados e sedentários. A fim de facilitar a compreensão e organizar a apresentação dos resultados o presente estudo foi dividido em quatro capítulos, nos quais são distribuídas as diferentes atividades de investigação propostas, a seguir apresentadas: Capítulo I: Desenvolvimento e Validação de Método Analítico para determinação de sildenafila em plasma de ratos. Capítulo II: Estudo Farmacocinético da sildenafila em ratos. Capítulo III: Influência da sildenafila no comportamento de ratos avaliados no campo aberto e no labirinto em cruz elevado. Capítulo IV: Influência da sildenafila sobre o desempenho físico de ratos. 22 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Verificação da influência do uso prolongado de sildenafila no comportamento motor de ratos e no desempenho físico de ratos treinados e sedentários, bem como desenvolver e validar um método analítico para conhecer a farmacocinética do fármaco em ratos. 3.1 Objetivos Específicos A fim de facilitar a compreensão e organizar a apresentação dos resultados o presente estudo foi dividido em quatro capítulos com seus objetivos específicos: Capítulo I - Desenvolvimento e Validação de Método Analítico para determinação de sildenafila em plasma de ratos: a) Desenvolver um método analítico para a identificação e quantificação de sildenafila em plasma de ratos por cromatografia líquida de alta eficiência empregando detecção por UV- ultravioleta; b) Validar o método analítico desenvolvido de acordo com a legislação em vigor; c) Aplicar o método em amostras reais. Capítulo II - Estudo Farmacocinético da sildenafila em ratos: a) Conhecer os parâmetros farmacocinéticos da sildenafila em ratos machos utilizando dose única de sildenafila. Capítulo III - Influência da sildenafila no comportamento de ratos avaliados no campo aberto e no labirinto em cruz elevado: a) Investigar os efeitos da administração de dose única de sildenafila sobre a atividade geral de ratos observados em campo aberto; b) Investigar os efeitos da sildenafila sobre o comportamento de ratos sedentários e treinados observados no labirinto em cruz elevado após a administração de sildenafila por 60 dias; 23 Capítulo IV- Influência da sildenafila sobre o desempenho físico de ratos: a) Verificar a influência da administração oral prolongada, por 60 dias, de sildenafila, em conjunto com o treinamento físico aeróbico, sobre o ganho de peso de ratos; b) Verificar a influência da administração oral prolongada, por 60 dias, de sildenafila, em conjunto com o treinamento físico aeróbico, sobre a capacidade física de ratos; c) Verificar a influência da administração oral prolongada, por 60 dias, de sildenafila, em conjunto com o treinamento físico aeróbico, sobre parâmetros hemodinâmicos e autonômicos de ratos; 24 Capítulo I: Desenvolvimento e Validação de Método Analítico para determinação de sildenafila em plasma de ratos Foi desenvolvido e validado um método analítico para identificação e quantificação de sildenafila em plasma de ratos empregando cromatografia líquida de alta eficiência. Empregou-se a Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de número 27, de 17 de maio de 2012, para validação do método (BRASIL, 2012). 4.1 Objetivos Específicos a) Desenvolver um método analítico para a identificação e quantificação de sildenafila em plasma de ratos por cromatografia líquida de alta eficiência; b) Validar o método analítico desenvolvido de acordo com a legislação em vigor; c) Aplicar o método em amostras reais. 4.2 Revisão da Literatura 4.2.1 Método Analítico para Análise de sildenafila Diferentes métodos analíticos têm sido empregados na identificação e quantificação de sildenafila. A maioria dos métodos desenvolvidos emprega a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) ou a Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência (CLUE). Em menor frequência, alguns métodos desenvolvidos empregam a Cromatografia Gasosa e a Cromatografia de Camada Delgada associadas à espectrometria de massa na análise de sildenafila (AL-GHAZAWI; TUTUNJI; ABURUZ, 2007; LIEW et al., 2015; ORIYASU et al., 2001; SAISHO et al., 2001; SIMIELE et al., 2015; STRACH et al., 2015; WITJES et al., 2009) Alguns métodos objetivam a determinação simultânea de diferentes inibidores da PDE-5, tais como a tadalafila e a vardenafila, enquanto outros se destinaram à análise isolada de somente um deles. Alguns métodos incluem a determinação simultânea da sildenafila e seu principal metabólito, o N-desmetil sildenafila (AL-GHAZAWI; TUTUNJI; ABURUZ, 2007; BARTOŠOVÁ; JIROVSKÝ; HORNA, 2011; EL-BAGARY et al., 2014; KIM et al., 2003; LIEW et al., 2015; MARCELÍN-JIMÉNEZ et al., 2012; QUINTERO et al., 2010; RUST et al., 25 2012; SIMIELE et al., 2015; TANG et al., 2005; TRIPATHI, A. et al., 2013; WITJES et al., 2009; YOKOYAMA et al., 2014). Os métodos analíticos existentes foram desenvolvidos para a análise da sildenafila em diferentes matrizes, quer seja em formulações farmacêuticas ou amostras biológicas. Dentre as amostras biológicas utilizadas destacam-se o plasma, a urina e o cabelo (LIEW et al., 2015; SAISHO et al., 2001; UNCETA et al., 2012) No quadro 2 são apresentados os principais métodos utilizados na análise de sildenafila e de outros inibidores da PDE-5 e metabólitos em amostras. Quadro 2: Principais métodos empregados na análise de sildenafila (SIL), seu metabólito e de outros inibidores da 5-PDE em plasma. Analito Analisado SIL NDMSIL SIL NDMSIL SIL SIL Nicorandil Arginina SIL NDMSIL Plasma Método Extração Padrão Interno Autor Humano CLUE dietil éter Loperamida Humano CLUE acetonitrila Quinoxalina De rato CLAE acetato de etila:hexano (30:70 v:v) ácido trifluor acético (LIEW et al., 2015) (SIMIELE et al., 2015) (STRACH et al., 2015) Humano CLUE Humano CLAE SIL De rato Glimepirida CLAE Paroxetina Pregapalina (EL-BAGARY et al., 2014) 2% de ácido fórmico e metanol 30 µL de acetonitrila e 5 mL de dietil éter Etil éter Sildenafila deuterado (YOKOYAMA et al., 2014) Não usou (TRIPATHI al., 2013) Tadalafil (MARCELÍNJIMÉNEZ et al., 2012) (RUST et al., 2012) SIL Humano CLUE SIL VARD TADA metabólitos SIL VARD NDMSIL NDEVAR Humano CLAE Dietil éter: etil acetato (1:1) Trimipramina deuterada Humano CLAE t-butil metil éter Floretin et (BARTOŠOVÁ; JIROVSKÝ; HORNA, 2011) (continua) 26 (continuação) Analito Analisado SIL NDMSIL Plasma Método Extração Humano CLUE SIL Humano CLAE SIL NDMSIL Humano CLAE Acetato de etila em meio básico 200 µL de bicarbonato de sódio e 5 mL de dietil éter: diclorometano (1:1) Tert-butil metil éter SIL De rato CLAE Padrão Interno Sildenafila deuterado Autor (WITJES et al., 2009) Diazepam (QUINTERO et al., 2010) Roxitromicina (ALGHAZAWI; TUTUNJI; ABURUZ, 2007) (TANG et al., 2005) Acetato de Paroxetina Etila : hexano (30:70) SIL Humano CLAE Diclorometano Udenafil (KIM et al., NDMSIL em meio 2003) básico CLUE: Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência; CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; NDMSIL: n-desmetil sildenafila; VARD: Vardenafila; TADA:Tadalafila; NDEVAR: n-desetil vardenafila Os métodos desenvolvidos envolveram o uso de diferentes solventes na etapa de extração e limpeza das amostras biológicas, destacando-se o acetonitrila, o dietil éter, o etil éter, o diclorometano, o t-butil-metil éter, entre outros. 4.2.2 Quantificação da sildenafila A quantificação de um dado analito por cromatografia pode ser feita por superposição de matriz, adição de padrão, padronização externa e padronização interna (RIBANI et al., 2004). A superposição de matriz é utilizada quando há a possibilidade de obter uma matriz isenta do analito, alvo da pesquisa; para tanto, é realizada a adição do padrão do analito em diversas concentrações. Como segundo passo é realizada a construção da curva de calibração, estabelecendo uma correlação entre as áreas obtidas após os procedimentos adotados, com as concentrações dos padrões que foram adicionados (CUADROS-RODRÍGUEZ et al., 2003). 27 Tanto a padronização interna quanto a externa podem ser utilizadas junto à superposição de matriz. Essas são formas eficientes que tem a finalidade de avaliar o efeito que a composição da matriz, eventualmente poderia gerar no método analítico. Para avaliar a superposição de matriz é recomendando medir parâmetros como a recuperação de extração e a seletividade ou a detecção da substância de interesse, as quais fornecem melhor correspondência em relação à composição da amostra, uma vez que se mimetiza uma situação real de análise da mesma (CUADROS-RODRÍGUEZ et al., 2003). Outro desafio para o analista durante o processo de validação ocorre quando é impossível obter matriz isenta do analito de interesse; nessa situação é possível optar pela adição de padrão em concentrações conhecidas do analito de interesse em quantidades conhecidas na matriz antes do seu preparo. Estas são utilizadas para a obtenção da resposta do método, por meio da construção de uma curva de calibração relacionando as quantidades da substância adicionada à amostra com as respectivas áreas obtidas (CUADROS-RODRÍGUEZ et al., 2003). A padronização externa consiste em comparar a área do analito com as áreas obtidas, com soluções de concentrações conhecidas, preparadas a partir de um padrão. A partir de uma equação gerada na curva de calibração, calcula-se a concentração do analito em questão. Tal método é sensível aos erros de preparo e de injeção, tanto da amostra como dos padrões (RIBANI et al., 2004). A padronização interna consiste em preparar soluções padrão de concentrações conhecidas do analito às quais se adiciona uma mesma quantidade de um composto denominado padrão interno. A razão entre as áreas obtidas do analito e do padrão interno é utilizada como sinal analítico. Na escolha do padrão interno, é importante selecionar uma substância similar ao analito, sendo que a mesma não deve interagir com os elementos da matriz e não poderá ser um elemento comumente encontrado na matriz em questão. No processo cromatográfico é importante que o tempo de retenção do padrão interno seja distinto do tempo de retenção do analito e que não aumente o tempo da corrida cromatográfica (RIBANI et al., 2004). O propilparabeno (figura 4), um éster do ácido p-hidroxibenzóico empregado como conservante em alimentos e formulações farmacêuticas ou cosméticas, tem sido utilizado como padrão interno em CLAE em metodologias para a análise de fármacos em diversas matrizes. Assim, o uso do propilparabeno tem sido feito para a análise de metil-prometazina, um antihistamínico e anticolinérgico, em preparações farmacêuticas (SMET et al., 2000) de 28 ofloxacina, cloridrato de tetra-hidrozolina e acetado de prednisolona em suspensões oftálmicas (ALI; GHORI; SAEED, 2002) e de terbinafina em formulações farmacêuticas (MATYSOVÁ et al., 2006). Na análise de amostras biológicas, o emprego do propilparabeno foi relatado para análise de indapamida, um diurético com finalidade anti-hipertensiva, em sangue (TANG et al., 2005), de carbamazepina, um anticonvulsivante, em plasma de coelho (MOWAFY; ALANAZI; EL MAGHRABY, 2012) e de paclitaxel, um antineoplásico, em plasma (KUMAR; SRINATH; SAHA, 2012). CH3 O HO O Figura 4: Estrutura química do propilparabeno (CAS Number 94-13-3) 4.2.2.1 Validação A validação, segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) número 27, de 17 de maio de 2012, é a confirmação por ensaio e fornecimento de evidência objetiva de que os requisitos específicos para um determinado uso pretendido são atendidos. Uma validação parcial compreende a realização de parte dos ensaios da validação total em decorrência de modificação no método bioanalítico validado. A validação total envolve a realização de todos os ensaios de validação de um método bioanalíticos (BRASIL, 2012). A busca incessante pela qualidade nas análises químicas por meio de comparabilidade, rastreabilidade e confiabilidade determina a necessidade de se averiguar se a performance do método analítico é adequada para as condições nas quais será aplicado. Tal verificação tida como validação prescinde de parâmetros conhecidos como figuras de mérito (RIBEIRO, FABIANA ALVES DE LIMA et al., 2008; VALDERRAMA; BRAGA; POPPI, 2009). 29 Os ensaios de validação compreendem as seguintes figuras de mérito: linearidade, precisão, exatidão, seletividade, efeito matriz, limite de detecção, limite de quantificação, homogeneidade, estabilidade, robustez e incerteza de medição. Os principais órgãos reguladores internacionais de métodos analíticos são a United States Pharmacopeia (USP), a International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC), a American Society for Testing and Materials (ASTM)(RIBEIRO, FABIANA ALVES DE LIMA et al., 2008; VALDERRAMA; BRAGA; POPPI, 2009). No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desempenham esse papel. Para a validação de métodos bioanalíticos, a ANVISA publicou em 2003 a Resolução n° 899 que continha o Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos. Nessa publicação as figuras de mérito a serem avaliadas foram as seguintes: especificidade e seletividade, linearidade, precisão, limite de detecção, limite de quantificação, exatidão e robustez (ANVISA, 2003). Posteriormente, em 2012, foi publicada a Resolução da Diretoria Colegiada n° 27 pela ANVISA que substituiu a anterior. A publicação definiu como obrigatórias as seguintes figuras de mérito: linearidade, precisão, exatidão, seletividade, efeito matriz, homogeneidade e estabilidade. Essa resolução substitui a Resolução 899, em relação aos ensaios bioanalíticos (BRASIL, 2012). No presente estudo optou-se pela adoção dessa normativa para a validação do método para quantificação da sildenafila em plasma de ratos. 30 4.3 Material e Métodos 4.3.1 Animais Para a realização dos estudos foram utilizados ratos Wistar (Rattus norgevicus, var. albinus) machos, saudáveis, provenientes do Biotério da Universidade São Judas Tadeu. O manejo dos animais obedeceu às normas estabelecidas e os princípios éticos da experimentação animal do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal - COBEA e esteve de acordo como o ARRIVE guidelines for reporting animal research (KILKENNY et al., 2010). Os animais foram mantidos em gaiolas coletivas de polipropileno (43 x 23 x 16 cm), forradas com maravalha, contendo, no máximo, 4 animais em cada uma, em ambiente com temperatura controlada de 22 – 24º C, sob ciclo claro/escuro de 12 horas (luz acesa às 6 h) e com livre acesso à água e alimento normoproteico. Os protocolos experimentais realizados neste trabalho foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade São Judas Tadeu – CEUA/USJT em três projetos: Projeto 003/2013 – Influência do uso agudo e crônico de um inibidor da enzima fosfodiesterase-5 sobre o desempenho físico de ratos treinados, aprovado em 15 de maio de 2013; Projeto 010/2013 – Influência do uso agudo de um inibidor da fosfodiesterase-5 sobre o comportamento motor de ratos, aprovado em 09 de outubro de 2013; Projeto 012/2014 – Avaliação da Biodisponibilidade e Verificação da Velocidade de Absorção de um inibidor da enzima fosfodiesterase-5 administrado por via oral a ratos Wistar machos, aprovado em 13 de maio de 2014. 4.3.2 Fármacos e Reagentes A sildenafila empregada no desenvolvimento e validação do método analítico foi o citrato de sildenafila (Sigma-Aldrich). Como padrão interno foi empregado o propilparabeno (Pharma Special). No procedimento de extração foi utilizado bicarbonato de sódio (Vetec) e acetonitrila grau cromatográfico (CRQ). 4.3.3 Delineamento Experimental Para o desenvolvimento do método analítico foram empregados 6 ratos, sendo cinco animais em jejum de 6 horas e um animal alimentado (amostra lipêmica). Dos animais em 31 jejum, um deles teve o plasma hemolisado mediante o uso de uma fração de água destilada (amostra hemolisada). Para o procedimento da aplicação do método em amostras reais foram empregados seis ratos que receberam uma dose fixa de sildenafila de 1,5 mg/Kg. Os animais foram eutanasiados por decapitação nos seguintes tempos: 0, 10, 20, 30, 60 e 120 min após a administração da sildenafila. As amostras de sangue foram coletadas em tubos previamente preparados com heparina sódica e as respectivas amostras foram analisadas quanto ao teor de sildenafila. Administração da sildenafila aos animais: A administração aos animais foi realizada por meio de um tubo orogástrico – um tubo de aço inox curvo específico para gavagem em ratos - composta por uma cânula com diâmetro de 1,2 mm que apresenta uma esfera de 2,25 mm na ponta. O comprimento total do dispositivo é de 38 mm. A dose utilizada foi de 1,5 mg/Kg e o veículo utilizado foi o óleo de milho. A referida dose foi escolhida tendo como base o uso da sildenafila em humanos. A dose de 1,5 mg/Kg corresponde ao uso de comprimidos de 100 mg de sildenafila para um homem de 70 Kg. 4.3.3.1 Equipamentos e Condições Cromatográficas Para análise cromatográfica foi utilizado o seguinte sistema: Cromatógrafo Líquido (CLAE) da marca Shimadzu, modelo LC10 AD VP acoplado a um detector UV-Visível (Shimadzu) modelo SPD-10A VP, no comprimento de onda de 292 nm; coluna cromatográfica C18 Kromasil 100 nas dimensões de 250 x 4,6 mm e tamanho de partícula de 5,0 μm da marca Sigma-Aldrich; fase móvel composta por 20 mM de KH2PO4 : acetonitrila (50:50, v/v); fluxo de fase móvel foi de 1,0 mL/min. a temperatura ambiente; volume de injeção foi de 20 μL. A fase móvel empregada foi previamente filtrada a vácuo em um conjunto para filtração da marca Milipore, empregando filtro LCR em PTFE modificado com poro de diâmetro de 0,45 μm e bomba a vácuo compressor e aspirador da marca Fanem Diapump. A fase móvel foi degaseificada em banho de ultrassom (Unique) modelo Ultrassônico Cleaner USC-2850. O KH2PO4 foi da marca Vetec e a solução foi preparada em água ultra purificada em sistema de ultra purificação de água no sistema Millipore Simplicity. 32 4.3.3.2 Preparação da amostra e padrão interno. O preparo e limpeza da amostra foi realizado empregando a técnica QuEChERS (Quick, Easy, Cheap, Effective, Rugged, Safe) usualmente utilizada em métodos de análise de pesticidas, por tratar-se de uma técnica rápida, fácil, barata, efetiva, robusta e segura (ANASTASSIADES et al., 2003). A preparação da amostra foi realizada adicionando em um tubo de micro centrífuga da marca Ependorff, 200 μL de plasma de rato Wistar, 50 μL do padrão interno propilparabeno na concentração de 200 μg/mL, 50 μL de solução de bicarbonato de sódio 1N (pH=9,1) e 300 µL de acetonitrila. Em seguida, o conteúdo foi homogeneizado com o auxílio de um agitador tipo vortex (Quimis modelo Q220B2) por 30 segundos. Os tubos foram mantidos a temperatura de -20ºC durante 5 minutos para, em seguida, serem centrifugados em microcentrífuga (Sanyo modelo Micro Centaur MSE) a 13000 rpm durante 5 minutos. O sobrenadante foi coletado e filtrado em filtros Milex LCR com membrana PTFE modificada para filtração de solventes orgânicos e aquosos de 0,45μm, 13 mm não estéril da marca Millipore 4.3.3.3 Quantificação e preparação das curvas de calibração A quantificação foi realizada por meio da construção de sete curvas de calibração. Inicialmente foi construída a curva P – utilizando 7 (sete) pontos com concentrações progressivas de padrão de sildenafila (0,350 μg/mL; 0,437 μg/mL; 0,875 μg/mL; 1,750 μg/mL; 3,500 μg/mL, 7,000 μg/mL e 17,500 μg/mL) juntamente com o padrão interno propilparabeno em concentração fixa (16,700 μg/mL). Posteriormente foram construídas 06 (seis) curvas em plasma fortificado com padrão interno e concentrações progressivas de sildenafila (0,350 μg/mL; 0,875 μg/mL; 1,750 μg/mL; 3,500 μg/mL, 7,000 μg/mL e 17,500 μg/mL). As concentrações de sildenafila foram escolhidas com o objetivo de incluir no procedimento amostras de controle de qualidade específicas e os limites inferiores e superiores de quantificação. O Limite Inferior de Quantificação (LIQ) é considerado como a menor concentração do analito na curva de calibração preparada na matriz. Nas curvas em questão a concentração de sildenafila empregada no LIQ foi de 0,350 µg/mL. 33 O Limite Superior de Quantificação (LSQ) é considerado como a maior concentração do analito na curva de calibração preparada na matriz. Nas curvas em questão a concentração de sildenafila empregada no LSQ foi de 17,500 µg/mL. A amostra de controle de qualidade de alta concentração (CQA) é a amostra de matriz adicionada do analito em concentrações entre 75 e 85% da maior concentração da curva de calibração. Nas curvas em questão não foram incluídas as amostras de CQA de sildenafila a 15,000 µg/mL. A amostra de controle de qualidade de baixa concentração (CQB) é a amostra de matriz adicionada do analito em concentrações até três vezes o LIQ. Nas curvas em questão a concentração de sildenafila empregada no CQB foi de 0,8750 µg/mL. A amostra de controle de qualidade de média concentração (CQM) é a amostra de matriz adicionada do analito em concentração próxima à média entre o LIQ e o LSQ. Nas curvas em questão a concentração de sildenafila empregada no CQM foi de 7,000 µg/mL. Nas curvas de calibração foram introduzidas concentrações intermediárias (CI) denominadas CI 1 e CI 2. A tabela 1 mostra os pontos considerados da curva de calibração. Tabela 1: Pontos da Curva de Calibração. Ponto 1 2 3 4 5 6 Denominação LIQ – Limite Inferior de Quantificação CQB – Controle de Qualidade de Baixa Concentração CI 1 - Controle de Qualidade Intermediário 1 CI 2 - Controle de Qualidade Intermediário 2 CQM - Controle de Qualidade de Média Concentração LSQ – Limite Superior de Quantificação Concentração (µg/mL) 0,350 0,875 1,750 3,500 7,000 17,500 Para construção das curvas foram utilizadas amostras de plasma coletados de 01(um) animal alimentado (amostra lipêmica) - curva L e 04 (quatro) animais em jejum – curvas A, B, C e D. Adicionalmente, mais um animal em jejum teve seu plasma hemolisado – curva H. Foram utilizadas medidas de áreas relativas (sildenafila/propilparabeno) e por meio dessas foram construídas as curvas de calibração utilizando a técnica de regressão linear dos mínimos quadrados. As equações das retas calculadas foram utilizadas posteriormente para o cálculo das 34 concentrações de sildenafila no plasma dos animais. As equações das retas foram obtidas pelo software Excel professional 2013. 4.3.4 Validação do método analítico A RDC da ANVISA de número 27, de 17 de maio de 2012, a qual dispõe sobre os requisitos mínimos para a validação de métodos bioanalíticos empregados em estudos com fins de registro e pós-registro de medicamentos foi utilizada para validar o método desenvolvido (BRASIL, 2012). A validação do método analítico foi conduzida considerando as figuras de mérito descritas a seguir: Limite Inferior de Quantificação (LIQ) A menor quantidade de sildenafila na amostra que pode ser determinada quantitativamente com precisão e exatidão aceitáveis foi estabelecida como a menor concentração da curva de calibração. Especificidade: A habilidade do método de medir e diferenciar a sildenafila dos componentes que possam estar presentes na amostra foi avaliada por meio da análise de amostras de plasma obtidas de seis indivíduos, sendo quatro normais, uma lipêmica e uma hemolisada, sob condições controladas referentes ao tempo, alimentação e outros fatores importantes para o estudo. Cada amostra branca (matriz processada sem adição de analito e padrão interno) foi testada utilizando o procedimento e as condições cromatográficas propostas. Os resultados foram comparados com aqueles obtidos com solução aquosa de sildenafila, em concentração próxima ao LIQ. A resposta de picos interferentes no tempo de retenção do fármaco foi verificada e deveria ser inferior a 20% da resposta do LIQ. As respostas de picos interferentes no tempo de retenção do fármaco e do padrão interno devem ser inferiores, respectivamente, a 20% e 5% da resposta na concentração utilizada para o método ser considerada a especificidade do método. Foram utilizados nesse procedimento as seguintes substâncias: cafeína, testosterona e hidroclortiazida, a fim de verificar a possível coeluição dessas substâncias com a sildenafila. As três substâncias em questão poderão potencialmente estar presentes em indivíduos que 35 façam uso de substâncias ergogênicas, anabolizantes ou diuréticos. Os referidos compostos não estavam presentes nas amostras de plasma utilizadas no experimento, uma vez que os animais não foram expostos a essas substâncias. Linearidade: A capacidade do método de fornecer resultados diretamente proporcionais à concentração do analito foi avaliada. Foram analisadas a amostra branco (matriz biológica isenta de padrão do fármaco e de padrão interno), a amostra zero (matriz biológica adicionada de padrão interno) e sete amostras contendo padrão do fármaco nas seguintes concentrações: 0,350 μg/mL; 0,440 μg/mL; 0,875 μg/mL; 1,750 μg/mL; 3,500 μg/mL, 7,000 μg/mL e 17,500 μg/mL. A cada uma das amostras foram adicionados 200 μg/mL do padrão interno propilparabeno. Para cada uma das curvas, foram calculados o coeficiente de correlação linear (R2), o coeficiente angular (alfa) e o intercepto da reta. Foram considerados os seguintes critérios para aceitação de cada curva de calibração: desvio menor ou igual a 20% para o LIQ em relação a concentração nominal; desvio menor ou igual a 15% para os demais pontos em relação a concentração nominal; no mínimo quatro de seis concentrações da curva de calibração devem cumprir com os critérios anteriores; na legislação de 2003 o coeficiente de correlação linear deve ser igual ou superior a 0,98, no entanto na legislação atual, tal limite não é apresentado, o mesmo é apresentado na legislação anterior, ou seja na RE 899 de 2003 (ANVISA, 2003) Precisão: O grau de repetibilidade entre os resultados de análises individuais, quando o procedimento foi aplicado diversas vezes numa mesma amostra homogênea, em idênticas condições de ensaio foi avaliado. Foi verificada a concordância entre os resultados obtidos, respectivamente, em uma mesma corrida (intra dia) e em corridas diferentes (inter dia). Para isso, foram utilizados no mínimo nove medições (CQB, CQM e CQA em triplicatas) contemplando o intervalo linear do método (corridas intra dia e inter dia). O desvio padrão admitido não poderia ser superior a 15%, exceto para o LIQ, para o qual serão admitidos DPR inferior a 20%. O Desvio Padrão Relativo foi calculado pela fórmula: 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑅𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜/𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑥 100. 36 Exatidão O grau de concordância entre os resultados individuais encontrados e um valor aceito como referência foi avaliado empregando amostras em três concentrações (baixa, média e alta), contemplando a faixa de variação do procedimento. As concentrações foram preparadas em quintuplicata. A exatidão foi determinada em uma mesma corrida e também em corridas diferentes, podendo ser expressa pela relação entre a concentração média determinada experimentalmente e a concentração teórica correspondente. A exatidão foi calculada pela fórmula: 𝐸𝑥𝑎𝑡𝑖𝑑ã𝑜 = 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙/𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑥 100. Recuperação Utilizada para medir a eficiência do procedimento de extração dentro de um limite de variação. Foi realizada comparando-se os resultados analíticos de amostras extraídas a partir de três concentrações (baixa, média e alta), contemplando a faixa de linearidade do método, com os resultados obtidos com soluções padrão não extraídas que representam 100% de recuperação. O cálculo da recuperação foi feito em função da relação de área do padrão extraído e não extraído, tanto para o analito quanto para o padrão interno, separadamente. 4.3.4.1 Análises Estatísticas Para a realização das análises estatísticas propostas pela RDC nº 27 de 2012 da ANVISA (BRASIL, 2012) foi empregado o software Excel Professional 2013. 4.3.5 Aplicação do Método em Amostra Real Foram analisadas quanto ao teor de sildenafila empregando o método desenvolvido seis amostras de plasma de rato provenientes de animais que receberam uma dose oral de sildenafila de 1,5 mg/Kg. Os seis animais foram eutanasiados por decapitação em tempos distintos após a administração da sildenafila (0, 10, 20, 30, 60 e 120 min). Sendo assim, os seis valores obtidos representarão a concentração plasmática de sildenafila existente nos tempos 0, 10, 20, 30, 60 e 120 minutos após a administração do fármaco. 37 4.4 Resultados e Discussão 4.4.1 Quantificação e preparação das curvas de calibração A curva de calibração (figura 5) construída a partir de sete pontos de concentrações progressivas de padrão apresentou a seguinte equação da reta: 𝑦 = 0,7025 𝑥 + 0,192 Os resultados indicam que quando a concentração de sildenafila for zero, o valor de y será de 0,192 e o intercepto cruza o eixo y acima de zero. O coeficiente de determinação (r2) obtido foi de 0,9997 indicando ser o modelo proposto adequado para descrever o fenômeno, pois quanto mais próximo de um, maior será a adequação do modelo proposto. RELAÇÃO ENTRE AS ÁREAS (MÉDIA) CURVA DE CALIBRAÇÃO P (PADRÃO) 14 12 10 8 6 4 2 0 0,0000 2,0000 4,0000 6,0000 8,0000 10,0000 12,0000 14,0000 16,0000 18,0000 20,0000 CONCENTRAÇÃO (µg/mL) Figura 5: Representação gráfica das 5 replicatas da curva de calibração da sildenafila. As curvas de calibração A, B, C e D construídas a partir de plasma de quatro animais (A,B,C e D) em jejum fortificados com concentrações progressivas de padrão de sildenafila juntamente com uma concentração fixa do padrão interna apresentaram as seguinte equações da reta: Curva A: 𝑦 = 0,8796 𝑥 − 0,0183, Curva B: 𝑦 = 1,0402 𝑥 – 0,3269 38 Curva C: 𝑦 = 0,8842 𝑥 + 0,0425 Curva D: 𝑦 = 0,828 𝑥 + 0,1542 Os coeficientes de determinação (r2) obtidos para as Curvas A, B, C e D foram 0,9993; 0,9975; 0,9981 e 0,9985, respectivamente, indicando ser o modelo proposto adequado para descrever o fenômeno. As quatro amostras eram oriundas de quatro animais distintos, no entanto, os valores apresentados são muito aproximados, indicando um perfil muito semelhante. Na figura 6 é possível verificar as Curvas de Calibração A, B, C e D. CURVAS DE CALIBRAÇÃO RELAÇÃO ENTRE AS ÁREAS (MÉDIA) Curva A Curva B Curva C Curva D 20 15 10 5 0 0,0000 2,0000 4,0000 6,0000 8,0000 10,0000 12,0000 14,0000 16,0000 18,0000 20,0000 CONCENTRAÇÃO (µg/mL) Figura 6: Curvas de Calibração A, B, C, D provenientes de animais em jejum. A curva de calibração H construída a partir de plasma hemolisado de um rato em jejum fortificado com concentrações progressivas de padrão de sildenafila juntamente com uma concentração fixa do padrão interna apresentou a seguinte equação da reta: 𝑦 = 1,0183 𝑥 − 0,0574 O coeficiente de determinação (r2) obtido foi de 0,9976 indicando ser o modelo proposto adequado para descrever o fenômeno, pois quanto mais próximo de um maior será a adequação do modelo proposto. O resultado apresentado, embora proveniente de uma amostra hemolisada não diferiu do coeficiente de determinação das curvas anteriores. 39 Na figura 7 é possível verificar a Curva de Calibração H construída a partir de plasma hemolisado de um animal em jejum fortificado com concentrações progressivas de padrão de sildenafila juntamente com uma concentração fixa do padrão interna. CURVA DE CALIBRAÇÃO H 20 RELAÇÃO ENTRE AS ÁREAS (MÉDIA) 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0,0000 2,0000 4,0000 6,0000 8,0000 10,0000 12,0000 14,0000 16,0000 18,0000 20,0000 CONCENTRAÇÃO µg/mL Figura 7: Curva de Calibração H proveniente de animais em jejum com plasma hemolisado. A curva de calibração L construída a partir de plasma de um animal alimentado (lipêmico) fortificado com concentrações progressivas de padrão de sildenafila juntamente com uma concentração fixa do padrão interna apresentou a seguinte equação da reta: 𝑦 = 1,0557 𝑥 − 0,3043 O coeficiente de determinação (r2) obtido foi de 0,9951 indicando ser o modelo proposto adequado para descrever o fenômeno, pois quanto mais próximo de um maior será a adequação do modelo proposto. O r2 obtido foi o menor entre todas as curvas realizadas o que pode ser justificado por ser amostra lipêmica contendo potencialmente mais interferentes. Na figura 8 é possível verificar a Curva de Calibração L construída a partir de plasma de um animal alimentado (amostra lipêmica) fortificado com concentrações progressivas de padrão de sildenafila juntamente com uma concentração fixa do padrão interna. 40 CURVA DE CALIBRAÇÃO L RELAÇÃO ENTRE AS ÁREAS (MÉDIA) 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0,0000 2,0000 4,0000 6,0000 8,0000 10,0000 12,0000 14,0000 16,0000 18,0000 20,0000 CONCENTRAÇÃO (µg/mL) Figura 8: Curva de Calibração L. Considerando as equações da reta obtidas das Curvas de Calibração A, B, C, D, H e L percebeu-se que todas as curvas atendem ao proposto na legislação, ou seja r2 acima de 0,99, mesmo aquelas provenientes de plasma hemolisado e lipêmico, portanto atendem a legislação específica. 4.4.2 Validação da metodologia analítica Limite Inferior de Quantificação (LIQ) O Limite Inferior de Quantificação definido para o método foi de 0,350 μg/mL. A concentração de fármaco no LIQ pôde ser determinada quantitativamente com precisão, ou seja, com Desvio Padrão Relativo (DPR) de 18,71%. A concentração de fármaco no LIQ pôde ser determinada quantitativamente com exatidão, ou seja, com Erro Padrão Relativo (EPR) de 3,14%. 41 Tabela 2: Precisão avaliada por meio do coeficiente de variação (CV%) do Limite Inferior de Quantificação (LIQ). Ponto Curvas de Calibração Média das da Curva LIQ A B C H L 0,297 0,288 0,425 0,318 0,411 Relações 0,348 EPR CONC 0,361 3,149% CONC- Concentração Experimental; EPR – Erro Padrão Relativo; DPR – Desvio Padrão Relativo; DP DPR 0,065 18,71 DP- Desvio Padrão; A quantificação no LIQ pôde ser realizada com precisão e exatidão, cumprindo com a legislação específica. Especificidade: Comparando os resultados obtidos àqueles decorrentes da injeção de solução aquosa de sildenafila em concentração de 0,350 μg/mL, observou-se que o tempo de retenção da cafeína foi de 3,568 min, da testosterona foi de 2,814 min e da hidroclortiazida foi de 2,800 min, ou seja, todos inferiores a 20% da resposta do LIQ. Os resultados indicam que tais possíveis interferentes, caso presentes nas amostras de plasma, não interfeririam na identificação e quantificação da sildenafila por apresentarem tempos de retenção distintos da sildenafila e do padrão interno. Tabela 3: Resposta de Picos Interferentes no tempo de retenção da sildenafila. Substância Tempo de Retenção (min) Sildenafila 8,058 Padrão Interno 6,709 Cafeína 3,568 Testosterona 2,814 Hidroclortiazida 2,800 42 As figuras de 9 a 13 representam os cromatogramas das amostras branco (matriz biológica extraída isenta de padrões), zero (amostra branco adicionado de padrão interno), real (amostra de controle de qualidade proveniente de um animal que foi exposto a sildenafila), mistura de padrão interno e sildenafila (soluções de padrões misturados - 50:50 v:v) e padrão de sildenafila. Os presentes resultados indicam que o método possui especificidade para sildenafila. Figura 9: Cromatograma da Amostra Branco – matriz processada sem adição do analito e padrão interno. 43 Figura 10: Cromatograma da Amostra Zero – matriz processada com adição do padrão interno. Figura 11: Cromatograma de Amostra de Controle de Qualidade – matriz processada com adição do analito e padrão interno. 44 Figura 12: Cromatograma de mistura de padrão interno – Propilparabeno e Sildenafila. Figura 13: Cromatograma do padrão de Sildenafila. 45 Linearidade: A linearidade pôde ser verificada a partir das equações das retas e dos coeficientes de correlação linear obtidos. Na tabela 4 estão apresentadas as equações das retas e o coeficiente de correlação linear (r2). Tabela 4: Equação da Reta e Coeficiente de Correlação Linear das Curvas de Calibração. Curvas Equação da reta r2* P y=0,7025x + 0,192 0,9997 A y=0,8796x - 0,0183 0,9993 B y=1,0402x – 0,3269 0,9975 C y=0,8842x + 0,0425 0,9981 D y=0,828x + 0,1542 0,9985 H y=1,0183x - 0,0574 0,9976 L y=1,0557x - 0,3043 0,9951 * Coeficiente de Correlação Linear O coeficiente de correlação (r2) estabelece o grau de relação linear entre duas variáveis quantitativas. Quanto mais próximo de 1, maior a indicação de uma relação linear perfeita e quanto mais o valor se distancia de 1, maior será a indicação da inexistência de uma relação linear. Os valores obtidos respeitam a legislação em vigor e se assemelham aos resultados encontrados na literatura. Valores de r2 de 0,9976; 0,9966; 0,9999 e 0,9966 foram obtidos nos ensaios de validação dos métodos desenvolvidos por LIEW et al.,(2015), YOKOYAMA et al., (2014), EL-BAGARY et al., (2014) e TRIPATHI et al., (2013), respectivamente. Por meio da equação da reta é possível inferir o quanto a variação da concentração de sildenafila na amostra de plasma pode interferir na relação entre as áreas da sildenafila e do padrão interno apresentadas no cromatograma. O coeficiente linear (α) expressa o valor que a relação entre as áreas da sildenafila e do padrão interno (y) assume quando a concentração de sildenafila na amostra for zero. A curva P, devido à ausência de interferentes possui uma relação linear mais próxima da perfeição. 46 A curva L, construída a partir de uma matriz proveniente com maior teor de lipídeos, apresentou um coeficiente de correlação menor, o qual pode ser explicado devido a uma maior probabilidade de interferentes na amostra empregada. A Curva H, construída a partir de uma matriz proveniente de sangue hemolisado não apresentou um coeficiente de correlação menor, embora a probabilidade de interferentes na amostra fosse maior. O método desenvolvido demonstrou possuir linearidade uma vez que o método apresentou a capacidade de fornecer dados diretamente proporcionais à concentração do analito. Precisão: A precisão pôde ser verificada a partir do desvio padrão relativo obtido a partir das curvas de calibração. Na Tabela 5 estão apresentados os Desvios Padrões Relativos dos Pontos das Curvas de Calibração. Tabela 5: Desvio Padrão Relativo dos Pontos das Curvas de Calibração. Pontos Média das Áreas Relativas Desvio Padrão Desvio Padrão Relativo LIQ 0,34835 0,065207 18,71872 CQB 0,728091 0,084238 11,56968 CQM 3,264033 0,41836 12,81727 CQA 6,329979 0,187799 2,966824 CQD 17,08314 1,54584 9,048924 O método em questão pode ser considerado preciso uma vez que o Desvio Padrão Relativo do LIQ de 18,72% foi inferior a 20% e os DPRs dos demais pontos foram inferiores a 15%. 47 Exatidão: A exatidão pôde ser verificada a partir do Erro Padrão Relativo. Na tabela 6 estão apresentadas os referidos EPR. Tabela 6: Erro Padrão Relativo. Pontos Concentração Relação entre Concentração EPR Nominal Áreas Experimental LIQ 0,35 0,34835 0,361022 3,149241 CQB 0,875 0,728091 0,754576 13,7627 CQM 3,5 3,264033 3,382768 3,34948 CQA 7 6,329979 6,560244 6,28224 CQD 17,5 17,08314 17,70457 1,16895 O método demonstrou possuir exatidão. Houve concordância entre o resultado do ensaio com o valor de referência, uma vez que o EPR no LIQ foi de 3,14%, ou seja, inferior a 20%, e os EPR dos demais pontos foram inferiores a 15%. Recuperação A eficiência do procedimento de extração pôde ser verificada em função da relação de área do padrão extraído e não extraído tanto para o analito quanto para o padrão interno separadamente. Primeiramente foi calculada a concentração experimental dos pontos na curva R e, em seguida, a mesma foi comparada àquela obtida no procedimento de exatidão. Na tabela 7 estão apresentadas as porcentagens de recuperação obtidas. A recuperação média do método foi de 84,3% indicando que o método possui um eficiente procedimento de extração. Na literatura são encontrados valores de 83,2%; 80,5%; 83,4-88,12% e 88,5-89,4% nos ensaios de validação realizados por SIMIELE et al., (2015); EL-BAGARY et al., (2014); YOKOYAMA et al., (2014) e TRIPATHI et al.,(2013), respectivamente. O procedimento de extração e limpeza da amostra de plasma baseado na precipitação de proteínas pelo uso do acetonitrila se mostrou eficiente, além de ser prático e rápido. O método desenvolvido é de baixo custo pois emprega reagentes comuns e não envolve 48 etapas complexas ou o uso colunas de extração em fase sólida de alto custo (YOKOYAMA et al., 2014). CURVA DE CALIBRAÇÃO DA RECUPERAÇÃO RELAÇÃO ENTRE AS ÁREAS ( MÉDIA) 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0,0000 2,0000 4,0000 6,0000 8,0000 10,0000 12,0000 14,0000 16,0000 18,0000 20,0000 CONCENTRAÇÃO (µg/mL) Figura 14: Curva de Calibração da Recuperação Tabela 7: Porcentagem de Recuperação do Método. CONCENTRAÇÃO PONTOS EXPERIMENTAL DA EXATIDÃO CONCENTRAÇÃO PORCENTAGEM EXPERIMENTAL DE DA RECUPERAÇÃO RECUPERAÇÃO (%) LIQ 0,361022 0,474037 76,2 CQB 0,754576 1,13693 66,4 CQM 3,382768 3,767399 89,8 CQA 6,560244 7,60503 86,3 CQD 17,70457 17,18898 102,9 Recuperação Média 84,3 4.4.3 Aplicação do Método em Amostra Real: As análises das seis amostras de plasma de rato provenientes de animais que receberam uma dose oral de sildenafila de 1,5 mg/Kg ou placebo foram analisadas quanto ao 49 teor de sildenafila empregando a metodologia desenvolvida. Os resultados obtidos estão apresentados na tabela 8. Tabela 8: Concentração Média de Sildenafila em Amostras de Plasma de Ratos que receberam 1,5 mg/Kg de sildenafila. Tempo Concentração de Sildenafila (min) µg/mL* 0 0 10 0,357±0,4532 20 0,279±2,9721 30 0,533±0,5345 40 1,265±0,2194 60 3,515±0,1087 *valores médios (desvio padrão) A amostra número 1 é referente a um rato que recebeu dose oral de sildenafila e foi eutanasiado imediatamente. A ausência de picos no tempo de retenção da sildenafila confirma a ausência do analito na amostra em questão. As amostras de 2 a 6 referem-se a amostras de animais que receberam sildenafila em concentrações de 1,5 mg/Kg. As amostras são oriundas de cinco animais distintos e foram coletados em diferentes tempos de exposição ao fármaco (10, 20, 30, 40 e 60 min) indicando uma concentração crescente de fármaco no plasma dos animais. Os resultados indicam que a concentração de sildenafila nas amostras variou de 0,279 a 3,515 µg/mL, indicando que o método se mostrou eficiente para identificar e quantificar o analito em questão e as concentrações do analito encontram-se dentro do intervalo linear nos animais quando administrada a dose equivalente a terapêutica. 50 4.5 Conclusão No presente estudo utilizando Cromatografia Líquida de Alta Eficiência foi desenvolvido e validado, de acordo com a legislação em vigor, um método simples, rápido, específico para sildenafila, linear, preciso e exato para identificar e quantificar sildenafila em plasma de ratos. O procedimento de extração e limpeza baseado na precipitação proteica demonstrou ser simples, rápido e de baixo custo. A recuperação média foi de 84,3%. A metodologia proposta demonstrou ser capaz de identificar e quantificar amostras reais de animais expostos a sildenafila, podendo ser facilmente empregado em estudos de farmacocinética da sildenafila, em estudos de bioequivalência, de biodisponibilidade, de interação entre fármacos, e em procedimentos clínicos de rotina para a identificação e quantificação do fármaco em amostras de plasma. 51 Capítulo II: Estudo Farmacocinético da sildenafila em ratos A sildenafila tem sido amplamente investigada em estudos farmacológicos e toxicológicos, tanto em ensaios em animais quanto in vitro e os resultados obtidos apresentam um histórico comprovado de segurança. Na literatura não existem registros de efeitos indesejáveis da sildenafila sobre a fertilidade ou efeitos teratogênicos bem como foi comprovado que a molécula não apresenta genotoxicidade ou potencial carcinogênico (ABBOTT et al., 2004). A via usual de administração de sildenafila é oral. Deste modo é importante conhecer o comportamento do fármaco no organismo definindo a biodisponibilidade oral do fármaco, sua concentração plasmática máxima, seu tempo para atingir a concentração máxima e o tempo de meia-vida da substância em questão. De uma maneira geral, a sildenafila, após administração oral, é rapidamente e quase completamente absorvida pelo trato gastrointestinal. O metabolismo pré-sistêmico resulta em alta biodisponibilidade oral no homem (41%) e cão (54%) e menor taxa em ratos machos (15%) e camundongos (17%). O metabolismo da sildenafila ocorre principalmente no fígado e é mediado por duas isoformas da citocromo P450 (CYP2C9 e CYP3A4). A sildenafila é altamente ligada às proteínas plasmáticas em ratos (95%), cachorro (86%) e em seres humanos (96%) sendo predominantemente excretada nas fezes (ABBOTT et al., 2004). Com o objetivo de otimizar o estudo da influência da sildenafila no comportamento de ratos avaliados no campo aberto e no labirinto em cruz elevado e o estudo da influência da sildenafila sobre o desempenho físico de ratos, tornou-se necessário conhecer o perfil farmacocinético da sildenafila nessa espécie. Assim, foi desenvolvido o presente protocolo para determinação dos parâmetros farmacocinéticos de sildenafila em ratos machos. 5.1 Objetivo Específico Conhecer os parâmetros farmacocinéticos da sildenafila em ratos machos utilizando dose única de sildenafila. 52 5.2 Revisão da Literatura A biodisponibilidade de um fármaco é o termo usado em farmacocinética para descrever a quantidade e a velocidade com que um fármaco fica disponível em seu lugar de ação após ter sido administrado em dose única (ANVISA, 2002). Os protocolos de obtenção de dados de biodisponibilidade de um fármaco envolvem a administração de uma única dose do fármaco (D), e a tomada sequencial de amostras de sangue em tempos específicos (t0, t1, t2...tk). As amostras coletadas são investigadas quanto ao teor do fármaco e são obtidas as concentrações medidas no sangue (C0, C1, C2...Ck). De posse dos dados referentes à concentração de fármacos no sangue e dos tempos nos quais foram tomadas as amostras, constrói-se a Curva de Concentração do Fármaco em função do tempo. A partir da curva construída é possível obter os principais parâmetros farmacocinéticos. 5.2.1 Parâmetros Farmacocinéticos Os principais parâmetros farmacocinéticos obtidos a partir da curva são a Concentração Máxima (Cmax), o Tempo que o fármaco demora em atingir a concentração máxima (Tmax) e a Área Sob a Curva (ASC). Concentração Máxima (Cmax) É o pico da concentração que um fármaco atinge um lugar especificado do organismo depois da administração e antes da administração de uma segunda dose (ANVISA, 2002). Tempo que o fármaco demora em atingir a Cmax (Tmax) É a abscissa do ponto que corresponde à Cmax. Volume Aparente de Distribuição (Vd) É uma medida que correlaciona a quantidade de fármaco no organismo com a sua concentração (C) no sangue ou plasma. Expressa o volume de líquido que seria necessário para 53 conter todo o fármaco no organismo na mesma concentração presente no sangue ou plasma (ANVISA, 2002). É calculado a partir da seguinte equação: 𝑉𝑑 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑓á𝑟𝑚𝑎𝑐𝑜 𝑛𝑜 𝑜𝑟𝑔𝑎𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜/𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑓á𝑟𝑚𝑎𝑐𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒 Tempo de Meia-vida (t ½ ) É o tempo gasto para que a concentração plasmática do fármaco diminua em 50% e é definido pela seguinte equação: 𝑡1/2 = log 2/𝐾𝑒 Onde: Ke é a constante de eliminação. Depuração ou clearance É a medida da capacidade do organismo em eliminar um fármaco e é dada pelo produto do volume aparente de distribuição e da constante de eliminação (ANVISA, 2002). 𝐷 = 𝑉𝑑 . 𝐾𝑒 Área sob a curva (ASC) A área sob a curva da concentração plasmática ou sérica versus tempo é um dos principais parâmetros farmacocinéticos. O método dos trapézios é o método mais simples para obter a ASC. Para obter a ASC do tempo zero até o tempo da última coleta é empregado o método dos trapézios, ou seja, traçam-se retas paralelas à ordenada partindo da curva e atingindo a abscissa, criando-se assim diversos trapézios, nos quais as áreas são calculadas. A soma das áreas dos diferentes trapézios é a ASC ANVISA, 2002). Para obter a ASC utiliza-se a seguinte equação: 𝐴𝑆𝐶 = 𝐹𝐷 𝑉𝑑 . 𝐾𝑒 Onde: FD é o fármaco efetivamente absorvido e disponível para ser distribuído no organismo; 54 KeVd expressa o clearance total do fármaco (depuração) ou seja, sua velocidade de eliminação a partir do volume de distribuição, sendo que Ke corresponde à constante de velocidade de eliminação total do fármaco no organismo (ANVISA, 2002). A ASC do tempo zero até o tempo da última coleta ASCtk é obtido a partir da seguinte equação: 𝑘 𝐴𝑆𝐶 𝑡𝑘 = ∑(𝑐𝑖 1 + 𝐶𝑖/2) . (𝑡1 − 𝑡 𝑖 1) − − 𝑖=1 A ASC pode também ser extrapolada e calculada do tempo zero até o tempo relativo à completa eliminação do fármaco. Essa medida é citada na literatura como a área sob a curva do tempo zero a infinito. A porção adicional é expressa por uma relação entre a última concentração medida Ck e a constante de velocidade de eliminação do fármaco Ke (ANVISA, 2002). A área sob a curva de zero a infinito é obtido a partir da seguinte equação: 𝐴𝑆𝐶∞ = 𝐴𝑆𝐶𝑡𝑘 + 𝐶𝑘/𝐾𝑒 5.3 Material e Métodos 5.3.1 Animais Para a realização dos estudos foram utilizados ratos Wistar (Rattus norgevicus, var. albinus) machos, jovens, saudáveis, pesando de 300 a 330 g, provenientes do Biotério da Universidade São Judas Tadeu. O manejo dos animais obedeceu às normas estabelecidas e os princípios éticos da experimentação animal do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal - COBEA e esteve de acordo como o ARRIVE guidelines for reporting animal research (KILKENNY et al., 2010). Os animais foram mantidos em gaiolas coletivas de polipropileno (43 x 23 x 16 cm), forradas com maravalha, contendo, no máximo, 4 animais em cada uma, em ambiente com 55 temperatura controlada de 22 – 24º C, sob ciclo claro/escuro de 12 horas (luz acesa às 6 h) e, com livre acesso à água e alimento normoproteico. Os protocolos experimentais realizados neste trabalho foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade São Judas Tadeu – CEUA/USJT em três projetos: Projeto 003/2013 – Influência do uso agudo e crônico de um inibidor da enzima fosfodiesterase-5 sobre o desempenho físico de ratos treinados, aprovado em 15 de maio de 2013; Projeto 010/2013 – Influência do uso agudo de um inibidor da fosfodiesterase-5 sobre o comportamento motor de ratos, aprovado em 09 de outubro de 2013; Projeto 012/2014 – Avaliação da Biodisponibilidade e Verificação da Velocidade de Absorção de um inibidor da enzima fosfodiesterase-5 administrado por via oral a ratos Wistar machos, aprovado em 13 de maio de 2014. 5.3.2 Reagentes e Fármacos Neste protocolo as doses de sildenafila foram preparadas a partir de citrato de sildenafila da marca Pharmanostra® com teor de pureza de 99,51% e diluídos em óleo de milho comercial. Administração da sildenafila aos animais: A administração aos animais foi realizada por meio de um tubo orogástrico – um tubo de aço inox curvo específico para gavagem em ratos - composta por uma cânula com diâmetro de 1,2 mm que apresenta uma esfera de 2,25 mm na ponta. O comprimento total do dispositivo é de 38 mm. A dose utilizada foi de 1,5 mg/Kg e o veículo utilizado foi o óleo de milho. A referida dose foi escolhida tendo como base o uso da sildenafila em humanos. A dose de 1,5 mg/Kg corresponde ao uso de comprimidos de 100 mg de sildenafila para um homem de 70 Kg. Verificação do teor de sildenafila no plasma: Após a coleta do sangue com heparina sódica, este foi centrifugado e submetido à quantificação de sildenafila de acordo com o método de CLAE desenvolvido e validado. 56 Cada uma das amostras de plasma coletadas dos animais pertencentes ao presente estudo foi submetida ao procedimento de extração e quantificação por três vezes, sendo assim, a concentração plasmática do fármaco e o desvio-padrão entre as três análises realizadas da mesma amostra foram utilizados para a obtenção dos dados analíticos. Determinação dos parâmetros farmacocinéticos: A concentração plasmática máxima, a duração da ação e o tempo de meia-vida foram calculados por métodos não compartimentais e obtidos diretamente da curva de concentração versus tempo. A correspondente área sob a curva foi obtida a partir da análise do tempo zero até a última concentração atingida. 5.3.3 Delineamento Experimental Foram empregados 36 ratos divididos em 12 grupos de três animais cada: T0, T1, T2, T3, T4, T5, T6, T7, T8, T9, T10 e T11. Todos os animais receberam 1,5 mg/Kg de sildenafila, sendo submetidos a eutanásia por decapitação para a retirada do sangue nos seguintes tempos – 0, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 100, 120, 240 e 480 minutos, respectivamente. O protocolo de determinação da biodisponibilidade é importante para elucidar a absorção, a duração da ação, a concentração plasmática máxima e o tempo de meia-vida do fármaco na espécie em questão. 5.3.3.1 Análise Estatística: Todos os resultados foram apresentados como média ± desvio padrão. Para análise dos dados foi utilizado o software Excel Professional 2013. 57 5.4 Resultados e Discussão 5.4.1 Verificação do teor de sildenafila no plasma Após a administração oral, a sildenafila foi rapidamente absorvida no trato gastrointestinal. Em 10 minutos o fármaco atingiu a concentração plasmática de 0,4687 µg/mL representando 3% da concentração plasmática máxima alcançada. Em 20 minutos o fármaco atingiu 44.4% e em 30 minutos, 68,3%, representando quase dois terços da concentração máxima alcançada. A concentração plasmática máxima de sildenafila de 6,4121 µg/mL foi alcançada aos 40 minutos (0,66 h) e a partir desse tempo houve um decaimento dos teores de sildenafila no plasma dos animais. Na tabela 9 é possível verificar os dados referentes às concentrações plasmáticas atingidas nos respectivos tempos de exposição ao fármaco. Tabela 9: Concentração Plasmática em ratos após administração de sildenafila por via oral de 1,5 mg/Kg Tempo de Exposição ao Fármaco (min) Concentração Plasmática (µg/mL) 0 0 10 0,4687 20 2,8486 30 4,3816 40 6,4121* 50 4,4047 60 3,6258 70 2,7942 100 1,5276 120 1,1062 240 1,1411 480 0,4066 * Pico de Concentração Plasmática 58 5.4.2 Determinação dos parâmetros farmacocinéticos: A partir da curva de concentração da sildenafila versus tempo foi possível calcular a concentração plasmática máxima (Cmax), o tempo em que a mesma foi atingida (tmax), o volume de distribuição (Vd), o tempo de meia-vida (t1/2) e a depuração (D). A concentração plasmática máxima (Cmax) atingida após a administração de 1,5 mg/Kg aos ratos machos foi de 6,4121 µg/mL em 40 min (tmax) como demonstrado na figura 15. O Vd calculado foi de 1,93 mL, t1/2 foi 1,48 h e a depuração 4,32 h, conforme apresentado na tabela 10. Concentração de Sildenafila (µg/mL) Concentração de Sildenafila versus Tempo 7 6 5 4 3 2 1 0 0 100 200 300 400 500 600 Tempo (minutos) Figura 15: Curva de Concentração (µg/mL) versus Tempo de Exposição ao Fármaco (minutos). No presente estudo a sildenafila apresentou rápida absorção oral, visto que atingiu a Cmax de 6,4121 µg/mL em 40 minutos após a administração do fármaco (tmax), Esta observação é consistente com os dados encontrados por e TRIPATHI et al., (2013) que relataram rápida e completa absorção da sildenafila no trato gastrointestinal com tmax médias de 38,1 min (0,64 h) e 60 minutos, respectivamente. Comparando os valores obtidos no presente estudo em ratos com os ensaios realizados em humanos a mesma consistência é observada. O tmax encontrado para ratos também 59 se encontra dentro da faixa de 39,6 minutos a 1 hora relatados nos ensaios de farmacocinética realizados em humanos (AL-GHAZAWI; TUTUNJI; ABURUZ, 2007; KIM et al., 2003; LEE; MIN, 2001; MARCELÍN-JIMÉNEZ et al., 2012; NICHOLS; MUIRHEAD; HARNESS, 2002). Uma modesta, embora, estatisticamente significante redução na taxa de absorção e nenhuma mudança na extensão da absorção, em homens saudáveis, foram observadas quando a sildenafila foi administrada em conjunto com uma refeição rica em gorduras quando comparadas com as dosagens nos indivíduos em jejum (NICHOLS; MUIRHEAD; HARNESS, 2002). Esses achados estão em concordância com aqueles encontrados em um estudo cruzado randomizado no qual foram administrados a um grupo de voluntários em estado de jejum ou não (MUIRHEAD et al., 2002). O referido retardo na absorção é mais provável devido ao retardo no esvaziamento gástrico que ocorre na presença de alimentos, visto que os padrões de esvaziamento gástrico são dependentes de diversas características dos materiais ingeridos, incluindo propriedades físicas e nutritivas, tais como sólidos, líquidos nutritivos e líquidos não nutritivos, que possuem diferentes taxas de esvaziamento, pois o esvaziamento líquido ocorre com uma relativa facilidade mecânica enquanto os sólidos dependem de um processo inicial de trituração das partículas no antro antes do processo de esvaziamento (CALABRESI, 2013). Corroborando com a informação de que o esvaziamento líquido ocorre com uma relativa facilidade mecânica, num estudo farmacocinético em idoso envolvendo a administração de comprimidos de 100 mg de sildenafila com a ingestão simultânea com água ou com suco de grapefruit, observou-se valores de tmax de 1,0 h com dose oral acompanhada de água e tmax de 0,66 h com dose oral acompanhada de suco de grapefruit. Não se conhece os motivos pelos quais a administração dos comprimidos acompanhada de suco de grapefruit acelera a absorção da sildenafila, no entanto também podemos complementar que a administração do fármaco dissolvido em óleo de milho pode ter colaborado para acelerar a absorção do fármaco. Estudos adicionais necessitam ser realizados para elucidar essa questão. O t1/2 1,48 h ( 88,8 min) obtido no presente estudo está pouco abaixo do t 1/2 de 95,6 min relatado por um estudo também realizado em ratos (SHIN; BAE; LEE, 2006), embora esteja muito mais distante do t ½ de 6,93 h reportado por TRIPATHI et al., (2013). O tempo de meia-vida da sildenafila varia significantemente entre as diferentes espécies e também de acordo com o gênero do animal. Na literatura, tem sido relatado um 60 tempo de meia-vida em cachorros de 6,1±5,8 h, em contrapartida em coelhos o t ½ relatado é de 1,8 h (MUIRHEAD et al., 2002). Tabela 10: Parâmetros Farmacocinéticos. Parâmetro Farmacocinético Concentração Máxima (Cmax) Valores 6,4121 µg/mL Tempo em que é atingida a Cmax (T max) 40 min Área Sob a Curva (Asc) 801,21 Volume de Distribuição (Vd) 1,93 mL Tempo de Meia-vida (t 1/2) 1,48 horas Depuração (D) 1,36 horas O tempo de meia-vida da sildenafila em ratos machos difere do t ½ nas ratas fêmeas, pois a metabolização do fármaco em ratos ocorre via CYP3A2, que é sexo-específica e é expressa somente em ratos machos (CZERNIAK, 2001). Em humanos o t ½ da sildenafila nos ensaios de farmacocinética têm variado de 3,23 a 5,3 h (AL-GHAZAWI; TUTUNJI; ABURUZ, 2007; KIM et al., 2003; LEE; MIN, 2001; MARCELÍN-JIMÉNEZ et al., 2012; NICHOLS; MUIRHEAD; HARNESS, 2002). O tempo de meia-vida da sildenafila, ao ser administrada em conjunto com suco de grapefruit, foi aumentado para 5,3 h quando comparado ao t ½ de 4,6 h apresentado quando a administração do fármaco foi acompanhada de água (LEE; MIN, 2001). O volume de distribuição obtido no presente ensaio de 1,93 mL, está condizente com os valores encontrados num ensaio realizado em diferentes espécies, cujos volumes de distribuição da sildenafila foram similarares em roedores e seres humanos (entre 1,1 e 2,0 L/ kg), mas foi maior em cães (5,2 l L/kg), devido à baixa ligação às proteínas plasmáticas (84 versus 94± 96% respectivamente) (WALKER et al., 1999). Em humanos a sildenafila apresentou um volume aparente de distribuição de 1,5 L/Kg indicando que o fármaco fica extensivamente (96%) ligado às proteínas plasmáticas (CHEITLIN et al., 1999). A depuração obtida no presente estudo foi de 1, 36 h A depuração alta foi o principal determinante da curta meia-vida de eliminação da sildenafila em roedores (0.4± 1,3 h), enquanto que, em cães e homens, a depuração moderada 61 resultou em tempos de meia-vida maiores (6,1 e 3,7 h, respectivamente). Os dados de depuração estão consistentes com as taxas de metabolismo in vitro pelos microssomas hepáticos de várias espécies (WALKER et al., 1999). 5.5 Conclusão A sildenafila administrada pela via oral a ratos machos saudáveis apresentou uma rápida absorção, atingindo a Concentração Máxima – Cmax de 6,4121 m µg/mL em um tmax de 40 min (0,66 h). O volume de distribuição foi de 1,93 mL, indicando uma alta ligação às proteínas plasmáticas. O clearance ou depuração calculado foi de 1,36 horas e a Área Sob a Curva foi de 801,21, em consequência, o tempo de meia-vida calculado foi de 88,8 min (1,48 h). 62 Capítulo III: Influência da sildenafila no comportamento de ratos avaliados no campo aberto e no labirinto em cruz elevado A sildenafila tem sido amplamente utilizada no manejo da disfunção erétil e também é empregada como adjuvante no tratamento da hipertensão pulmonar. Além desses efeitos, nos últimos anos, tem-se descoberto efeitos da sildenafila sobre outros sistemas, tais como o Sistema Cardiovascular e o Sistema Nervoso Central (HSU et al., 2006; VOLKE; WEGENER; VASAR, 2003). Alguns estudos experimentais e observações clínicas indicam que a sildenafila tem efeitos sobre o SNC, mas seu mecanismo de ação não é precisamente conhecido. Tem sido relatado que a sildenafila possui um efeito ansiogênico em ratos resultantes da promoção da via Óxido Nítrico/cGMP após a inibição da hidrólise do GMPc em GMP (VOLKE; WEGENER; VASAR, 2003). Relatos do uso de sildenafila por atletas, durante competições, têm sido divulgados na imprensa. No entanto o fármaco não faz parte da relação de substâncias proibidas pelas autoridades antidoping, mas é importante que se aprofundem os estudos sobre a possível influência da sildenafila sobre a performance física. Como o Laboratório do Movimento Humano da Universidade São Judas Tadeu (LMH) tem, ao longo dos anos, desenvolvido pesquisas avaliando a capacidade física de ratos frente a estímulos externos, decidiu-se avaliar a influência da sildenafila no desempenho físico de ratos, que será tratado no próximo capítulo. No entanto, os protocolos usuais do LMH não envolviam a avaliação do comportamento dos animais. Sendo assim, foi escolhida a medida da atividade geral de ratos adultos no campo aberto e a avaliação do comportamento de ratos no labirinto em cruz para fornecer informações adicionais sobre o comportamento dos animais. A medida da atividade geral de ratos adultos no campo aberto pode ser empregada como índice para medir emocionalidade ou alterações motoras produzidas por uma substância e a avaliação do comportamento de ratos no labirinto em cruz avalia o potencial ansiogênico ou ansiolítico de uma referida substância, empregá-los no presente estudo serviriam para contribuir para o conhecimento da influência da sildenafila na performance de atletas, visto 63 que, alterações na atividade locomotora e na ansiedade poderiam ter um impacto no desempenho esportivo. 6.1 Revisão da Literatura Medida de Atividade Geral de Ratos Adultos no Campo Aberto O teste de campo aberto, originalmente descrito por HALL, (1941) consiste em uma arena circular para testar os efeitos de ambientes não familiares sobre a emocionalidade dos ratos. É considerado um método simples, não invasivo, rápido, de fácil execução e quantificação. Uma das mais amplas utilizações do teste de campo aberto é a avaliação do potencial ansiolítico de fármacos. O antagonismo entre a tendência instintiva de explorar e a tendência de esquivar-se deste novo ambiente é avaliado principalmente com base nos parâmetros avaliados no teste tais como frequência de locomoção e de levantar, bem como a duração de limpeza ou imobilidade. O número de defecações também tem sido um parâmetro avaliado neste teste (WALSH; CUMMINS, 1976). O parâmetro frequência de locomoção pode ser expresso pelo número de secções do ambiente transpassado pelo corpo inteiro do animal. A resposta exploratória de levantar-se nas patas traseiras, também conhecida como rearing é muito comum em roedores e tem sido utilizada como medida do nível de excitabilidade. A autolimpeza corporal, denominada grooming consiste em momentos nos quais os animais lambem-se e sua medição pode ser feita pelo número de vezes que a ação ocorre e pelo tempo dedicado a essa ação. Tal comportamento tem sido utilizado para medir a ansiedade do animal ou indicativo não invasivo para estresse. A taxa de defecação é obtida por meio da contagem do número de bolos fecais que o animal elimina em uma sessão de teste. Tal comportamento é um indicador de aumento ou diminuição da resposta autonômica do animal (FLORINDO, 2015; WALSH; CUMMINS, 1976). O princípio que sustenta o teste é que um local não conhecido pelo animal (ambiente não familiar) e que possui características diferentes de seu ambiente comum normalmente é uma situação ansiogênica e assustadora para o animal. O medo gera no animal dois comportamentos típicos, que são a defecação e imobilidade, muito embora a função ligada 64 a emocionalidade interpretadas pelas taxas de defecação e pela deambulação ainda não estão bem elucidadas(BRUHWYLER et al., 1991) (WALSH; CUMMINS, 1976). Na literatura são encontrados dois relatos do uso do teste de campo aberto para avaliação de sildenafila. O primeiro estudo desenvolvido em 2003 por VOLKE, WEGENER e VASAR, revelou que a sildenafila (0,05-10 mg/kg) não afetou o comportamento dos animais nos testes de campo aberto. A associação de sildenafila e L-arginina também não influenciou a atividade locomotora dos animais (VOLKE; WEGENER; VASAR, 2003). O outro estudo, de 2014, retornou resultados mais significativos, comparando a influência da sildenafila entre camundongos jovens e idosos. Os resultados indicaram que a sildenafila (3 e 10 mg/kg) aumentou significativamente a frequência de locomoção de camundongos jovens mas não nos idosos (DEMIRCI et al., 2014). Avaliação do Comportamento de Ratos no Labirinto em Cruz Elevado O teste do Labirinto em Cruz Elevado (LCE), originalmente proposto FILE, S.; HYDE, (1979) é um dos mais populares testes animais para pesquisa sobre ansiedade. Baseiase na aversão natural dos roedores para espaços abertos. O dispositivo possui dois braços abertos e dois braços fechados posicionados numa plataforma elevada. É um teste rápido, não invasivo e sensível aos efeitos de substâncias ansiolíticas e ansiogênicas (HARDLEY; MITHANI, 1984; MONTGOMERY, 1958). Para avaliação da ansiedade frente a uma determinada substância, o LCE depende somente da tendência natural dos roedores para procurar espaços fechados. Outros ensaios comportamentais dependem da apresentação de estímulos nocivos, tais como choques elétricos, privação de comida e/ou água, ruídos, exposição ao predador, odores, entre outros, que geralmente produzem uma resposta condicionada (WALF; FRYE, 2007). A avaliação do comportamento de ansiedade em roedores tem sido realizada usando a razão entre o tempo gasto pelo animal nos braços abertos do aparato e o tempo gasto nos braços fechados (MONTGOMERY, 1958). Na literatura são encontrados quatro relatos do uso do LCE para avaliação de sildenafila. O primeiro estudo, de 2003, revelou que doses de 0.05 e 10 mg/kg não afetaram o comportamento dos camundongos no LCE mas a associação entre sildenafila e L-arginina significantemente diminuiu a porcentagem de entrada nos braços abertos e o tempo gasto nos 65 braços abertos concluindo que o aumento da cascata da via NO-cGMP induz efeitos ansiogênicos nos camundongos (VOLKE, V; WEGENER; VASAR, 2003) O segundo estudo que empregou o LCE para avaliação de sildenafila revelou que a sildenafila na dose de 0,5 mg/kg não surtiu nenhum efeito significativo no comportamento dos camundongos, mas em doses de 1 e 3 mg/kg induziu um efeito ansiogênico, evidenciado pela diminuição do número de entradas nos braços abertos e pela diminuição da porcentagem de tempo gasto nos braços abertos. A combinação de sildenafila (1 mg/kg) e azul de metileno (1mg/kg) aboliu o efeito ansiogênico do fármaco. A combinação de sildenafila (1 mg/kg) e de L-arginina (50 mg/kg) diminuiu a porcentagem de tempo gasto nos braços abertos em relação ao grupo controle. Tais resultados sugeriram via do óxido nítrico-cGMP parece desempenhar um papel importante na indução do efeito ansiogênico (KURT et al., 2004). O terceiro estudo, também realizado em camundongos, contrariando os resultados dos estudos anteriores, revelou resultados bastante controversos. Doses de 1,2 e 10 mg/Kg de sildenafila aumentaram significantemente o tempo de permanência dos animais nos braços abertos mas não aumentaram significantemente o número de entradas nos mesmos. Tais resultados indicaram que a sildenafila poderia ter efeitos ansiolíticos, em contraponto à conclusão dos dois estudos anteriores (SHAHIDI et al., 2011). Mais recentemente, no quarto estudo, DEMIRCI et al., (2014) investigaram os efeitos da sildenafila (3 e 10 mg/kg) na ansiedade em ratos jovens e idosos. Os resultados indicaram que a sildenafila (3 e 10 mg/kg) diminuiu significantemente a porcentagem de tempo gasto nos braços abertos em relação ao grupo controle em animais jovens, no teste do LCE, mas apenas a dose de 10 mg/kg, diminuiu significantemente a porcentagem do número total de entradas para os braços abertos em animais jovens. Nos animais idosos a sildenafila (3 e 10 mg/kg) diminuiu significantemente somente a porcentagem do número total de entradas para os braços abertos. Assim, foi demonstrado que a sildenafila apresenta efeito ansiogênico tanto em ratos jovens quanto em ratos idosos. Tanto os estudos que fizeram uso do teste do campo aberto quanto aqueles que fizeram uso do LCE revelaram que a sildenafila, em doses que variaram de 0,5 a 10 mg/Kg, produz um potencial efeito ansiogênico nos camundongos analisados. A única exceção é o estudo de Shahidi e colaboradores que indicaram um efeito ansiolítico. Todos os ensaios foram realizados em camundongos e a via de administração da sildenafila foi a intraperitoneal e 66 envolveram animais jovens e idosos. Nenhum ensaio foi realizado em ratos, treinados ou não, e não envolveram o uso da via oral para a administração da sildenafila. Estudos adicionais são necessários para avaliar a influência da sildenafila em ratos treinados empregando a via oral, a mais usual via de administração do fármaco, para avaliar o potencial ansiogênico da substância mediante o uso do teste de campo aberto e do teste do LCE. Tais estudos contribuirão para o entendimento da influência da sildenafila na performance de atletas, visto que, alterações na atividade locomotora e na ansiedade poderiam ter um impacto no desempenho esportivo. 6.2 Objetivos Específicos c) Investigar os efeitos da administração de dose única de sildenafila sobre a atividade geral de ratos observados em campo aberto; d) Investigar os efeitos da sildenafila sobre o comportamento de ratos sedentários e treinados observados no labirinto em cruz elevado após a administração de sildenafila por 60 dias; 6.3 Material e Métodos 6.3.1 Animais Para a realização dos estudos foram utilizados ratos Wistar (Rattus norgevicus, var. albinus) machos, jovens, saudáveis, pesando de 300 a 330 g, provenientes do Biotério da Universidade São Judas Tadeu. O manejo dos animais obedeceu às normas estabelecidas e os princípios éticos da experimentação animal do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal - COBEA e esteve de acordo como o ARRIVE guidelines for reporting animal research (KILKENNY et al., 2010). Os animais foram mantidos em gaiolas coletivas de polipropileno (43 x 23 x 16 cm), forradas com maravalha, contendo, no máximo, 4 animais em cada uma, em ambiente com temperatura controlada de 22 – 24º C, sob ciclo claro/escuro de 12 horas (luz acesa às 6 h) e, com livre acesso à água e alimento normoproteico. 67 Os protocolos experimentais realizados neste trabalho foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade São Judas Tadeu – CEUA/USJT em três projetos: Projeto 003/2013 – Influência do uso agudo e crônico de um inibidor da enzima fosfodiesterase-5 sobre o desempenho físico de ratos treinados, aprovado em 15 de maio de 2013; Projeto 010/2013 – Influência do uso agudo de um inibidor da fosfodiesterase-5 sobre o comportamento motor de ratos, aprovado em 09 de outubro de 2013; Projeto 012/2014 – Avaliação da Biodisponibilidade e Verificação da Velocidade de Absorção de um inibidor da enzima fosfodiesterase-5 administrado por via oral a ratos Wistar machos, aprovado em 13 de maio de 2014. 6.3.2 Reagentes e Fármacos Neste protocolo as concentrações de sildenafila foram preparadas a partir de citrato de sildenafila da marca Pharmanostra® com teor de pureza de 99,51% e diluídos em óleo de milho comercial. 6.3.3 Administração da sildenafila aos animais A administração aos animais foi realizada por meio de um tubo orogástrico – um tubo de aço inox curvo específico para gavagem em ratos - composta por uma cânula com diâmetro de 1,2 mm que apresenta uma esfera de 2,25 mm na ponta. O comprimento total do dispositivo é de 38 mm. A dose utilizada foi de 1,5 mg/Kg e o veículo utilizado foi o óleo de milho. A referida dose foi escolhida tendo como base o uso da sildenafila em humanos. A dose de 1,5 mg/Kg corresponde ao uso de comprimidos de 100 mg de sildenafila para um homem de 70 Kg. 6.3.4 Delineamento Experimental Protocolo do Campo Aberto em ratos Os animais foram divididos em dois grupos de dez animais cada, totalizando 20 animais no ensaio: Grupo 1: Pla - Grupo de animais com administração de uma única dose de placebo; 68 Grupo 2: Sil - Grupo de animais com administração de uma única dose de sildenafila de 1,5 mg/Kg; Protocolo do Labirinto em cruz elevado em ratos sedentários e treinados Os animais foram divididos em quatro grupos de dez animais cada, totalizando 40 animais no ensaio: Grupo S: Grupo de animais sedentários observados durante sessenta dias e com uso diário de placebo; Grupo SS: Grupo de animais sedentários observados durante sessenta dias com administração diária de sildenafila de 1,5 mg/Kg; Grupo T: Grupo de animais treinados em esteira durante sessenta dias com administração diária de placebo; Grupo TS: Grupo de animais treinados em esteira durante sessenta dias com administração diária de sildenafila de 1,5 mg/Kg; 6.3.5 Avaliação da Atividade Geral em Campo Aberto Esse modelo é utilizado para observação de atividade geral, no qual pode-se avaliar vários parâmetros como a frequência de locomoção e de levantar, a duração de limpeza, a duração de imobilidade e o número de defecações. A atividade geral observada no campo aberto pode ser empregada como índice para medir emocionalidade ou alterações motoras provocadas por diferentes agentes (SANT ’ ANNA. MARCELA GONÇALVES ; SÁ; ALVES, [S.d.]). A atividade geral foi avaliada em campo aberto, da marca Insight. O equipamento consistiu em uma arena circular, construída em acrílico de alta resistência, nas medidas de 90 cm de diâmetro por 28 cm de altura, conforme ilustrado pela figura 16. O assoalho da arena é dividido em 12 regiões com áreas aproximadamente iguais, delimitadas por duas circunferências concêntricas de raios diferentes e segmentos de retas radiais demarcados em preto em sua superfície. O equipamento foi instalado em uma sala isolada, com luz difusa e isenta de ruídos, com a finalidade de evitar quaisquer estímulos sonoros ou luminosos externos 69 ao ambiente do Campo Aberto. A observação foi registrada por uma câmera filmadora da marca Sony, modelo HDR-CX520VE posicionada a 180 cm acima da arena. Antes e após cada observação a arena foi limpa com um pano umedecido em solução de álcool a 5%. O procedimento de medida de atividade geral de ratos adultos no campo aberto foi realizado conforme o Procedimento Operacional Padrão nº 2 da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo elaborado por Marcela Gonçalves Sant’Anna, Patrícia de Sá e Benevides Rodrigues Alves (SANT ’ ANNA. MARCELA GONÇALVES ; SÁ; ALVES, [S.d.]). O procedimento consiste em, inicialmente ligar a câmera filmadora para, em seguida, retirar o animal de sua gaiola moradia e colocá-lo no círculo central da arena. Ao final dos cinco minutos de observação, ou seja, após cinco minutos da colocação do animal na arena, a gravação do vídeo é finalizada e o rato é devolvido à sua gaiola moradia. As observações dos ratos foram feitas sempre no mesmo período do dia para evitar variações circadianos do comportamento. Figura 16: Campo aberto. Cada animal foi observado por 5 minutos nos tempos 10, 20, 30, 60, 120 e 240 minutos (6 sessões) após a administração da sildenafila ou do placebo. 70 Posteriormente os vídeos gravados referentes às seis observações de cada animal foram analisados e os seguintes parâmetros foram tabulados e/ou cronometrados: a) Frequência e tempo de locomoção: é o número de vezes e o tempo em que o animal entra com as quatro patas em uma divisão contígua do chão da arena, durante o período de observação. Esse parâmetro é registrado com o auxílio de um contador manual. b) Frequência de levantar: é o número de vezes que o animal adquire a postura de permanecer apoiado nas patas posteriores com o tronco perpendicular ao chão, tendo a cabeça dirigida para cima, podendo ou não tocar com as patas anteriores a parede do campo aberto. Esse parâmetro é registrado com o auxílio de um contador manual. c) Duração de Limpeza: é o tempo, em segundos, que o animal lambe as patas e/ou os pelos, fazendo sua higiene (grooming). Esse tempo é medido com o auxílio de um cronômetro. d) Duração de Imobilidade: é o tempo, em segundos, que o animal não tem qualquer movimento espontâneo. Esse tempo é medido com o auxílio de um cronômetro. e) Número de defecações: após o término do tempo de observação, conta-se o número de bolos fecais na arena. 6.3.6 Avaliação do Comportamento no Labirinto em Cruz Elevado O comportamento no labirinto em cruz elevado (LCE) foi proposto como modelo para avaliação de fármacos ansiolíticos do grupo dos benzodiazepínicos em ratos. O racional desse modelo leva em conta o comportamento do rato que procura locomover-se em ambientes fechados (túneis) para evitar predadores. Assim, quando o rato pode escolher entre um ambiente aberto e um fechado, ele prefere este último. O comportamento animal neste aparelho é considerado um modelo experimental de ansiedade (BERNARDI, MARIA MARTHA, [S.d.]; VOLKE; WEGENER; VASAR, 2003). O procedimento de avaliação do comportamento de ratos no labirinto em cruz elevado foi realizado conforme o Procedimento Operacional Padrão nº 9 da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo elaborado por Maria Martha Bernardi (BERNARDI, MARIA MARTHA, [S.d.]). 71 O LCE é constituído de dois braços abertos, opostos, medindo 50 x 10 cm e dois braços fechados medindo 50 x 10 X 40 cm com o teto aberto, colocados de tal forma que os braços fechados e abertos fiquem dispostos em um ângulo de 90 graus (figura 17). O piso do labirinto é de madeira pintada de branco e a sala é iluminada artificialmente. O LCE fica suspenso a uma altura de 50 cm do assoalho da sala por meio de um suporte de madeira. O equipamento foi instalado em uma sala isolada, com luz difusa e isenta de ruídos, com a finalidade de evitar quaisquer estímulos sonoros ou luminosos externos ao ambiente do labirinto em cruz. A observação foi registrada por uma câmera filmadora da marca Sony, modelo HDR-CX520VE posicionada a 180 cm acima da arena. O procedimento consiste em ligar a câmera filmadora, retirar o animal de sua gaiola moradia e colocá-lo na plataforma central do LCE. Ao final dos cinco minutos de observação, ou seja, após cinco minutos da colocação do animal na arena, a gravação do vídeo é finalizada e o rato é devolvido à sua gaiola moradia. Antes e após de cada observação a arena foi limpa com um pano umedecido em solução de álcool a 5%. As observações dos ratos foram feitas sempre no mesmo período do dia para evitar variações circadianos do comportamento. Posteriormente os vídeos gravados referentes às observações de cada animal foram analisados e os seguintes parâmetros foram tabulados e/ou cronometrados: a) Número de entradas nos braços abertos: é considerada uma entrada quando o animal coloca as quatro patas dentro nestes compartimentos. b) Número de entradas nos braços fechados: é considerada uma entrada quando o animal coloca as quatro patas dentro nestes compartimentos. c) Tempo de permanência nos braços abertos: com o auxílio de um cronômetro é registrado o tempo, em segundos, em que o animal permanece nesses compartimentos. d) Tempo de permanência nos braços fechados: com o auxílio de um cronômetro é registrado o tempo, em segundos, em que o animal permanece nesses compartimentos. 72 e) Tempo de permanência na plataforma central: com o auxílio de um cronômetro é registrado o tempo, em segundos, em que o animal permanece nesse compartimento. Figura 17: Labirinto em cruz elevado. A partir dos dados obtidos é possível calcular, para cada animal, o número total de cruzamentos (soma do número de entradas nos braços abertos e fechados) e a porcentagem de entradas e de tempo dispendido nos braços abertos conforme mostrado a seguir: 73 6.3.7 Análise Estatística Para as análises estatísticas foi empregado o programa GraphPad Prism 6,01® (GraphPad software Inc., San Diego, Ca, USA). Depois de confirmar que todas as variáveis contínuas foram normalmente distribuídas pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, o teste de análise de variância (ANOVA) de duas vias e para medidas repetidas foi devidamente aplicado para a análise dos dados, seguidos do post-hoc de Bonferroni. Para os testes que consideravam apenas uma variável, a análise foi conduzida pelo teste T de studant. Em todas as análises as diferenças foram consideradas significantes quando p<0,05. Os dados foram expressos como média ± desvio padrão, média ± erro padrão ou como mediana e respectivos limites mínimo e máximo. 6.4 Resultados e Discussão 6.4.1 Avaliação da Atividade Geral em Campo Aberto Os resultados provenientes dos efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) na atividade geral de ratos, avaliada em campo aberto estão apresentados nas tabelas 11 e 12 e ilustrados nas figuras 18 e 19. 74 Tabela 11 : Efeitos da administração oral de sildenafila (1,5 mg/Kg) e de placebo na atividade geral de ratos, avaliada em campo aberto. Os valores são representados como média ± desvio padrão (n=10 para ambos os grupos). Parâmetros Frequência de locomoção (nº) Frequência de Levantar (nº) Duração de Limpeza (s) Duração de Imobilidade (s) 10 min 20 min 30 min 60 min 120 min 240 min 10 min 20 min 30 min 60 min 120 min 240 min 10 min 20 min 30 min 60 min 120 min 240 min 10 min 20 min 30 min 60 min 120 min 240 min Placebo 5,0 ±5,1 4,7 ±7,5 0,90 ±1,4 4,7 ±6,5 1,6 ±2,3 2,1 ±3,5 3,1 ±3,5 1,7 ±2,5 0,4 ±0,9 2,0 ±2,7 1,6 ±3,7 1,1 ±1,9 46±25 27±26 6,7±7,9 19±23 14±17 25±24 203±45 219±66 279±24 244±57 263±47 256±43 Sildenafil 16,0 ±14 6,7 ±6,5 11 ±11 13 ±12 5,3 ±5,6 8,0 ±6,2 8,9 ±9,1 2,7 ±2,2 5,4 ±6,1 7,3 ±7,9 3,8 ±6,0 6,1 ±4,9 29±22 32±23 28±32 38±41 31±40 32±41 149±98 208±41 178±78 158±93 209±71 172±83 75 Tabela 12 : Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) na atividade geral de ratos, avaliada em campo aberto. O teste estatístico empregado é o Anova de duas vias (n=10 para ambos os grupos). Parâmetros Frequência de locomoção (nº) Frequência de Levantar (nº) Frequência de Limpeza (s) Duração de Locomoção (s) Duração de Levantar (s) Duração de Autolimpeza (s) Duração de Imobilidade (s) ANOVA SS DF MS F (DFn, DFd) Interação Fator Tempo Fator Tratamento 244,3 471,8 5 5 48,85 94,36 F (5, 108) = 0,9867 F (5, 108) = 1,906 1216 1 1216 F (1, 108) = 24,56 Interação Fator Tempo Fator coluna Interação Fator Tempo Fator Tratamento Interação Fator Tempo Fator Tratamento Interação Fator Tempo Fator Tratamento Interação 95,78 201,8 5 5 19,16 40,36 F (5, 108) = 0,7834 F (5, 108) = 1,650 492,1 23,57 49,27 1 5 5 492,1 4,713 9,853 F (1, 108) = 20,13 F (5, 108) = 0,5297 F (5, 108) = 1,107 28,03 11331 16848 1 5 5 28,03 2266 3370 F (1, 108) = 3,150 F (5, 108) = 1,053 F (5, 108) = 1,566 70374 993,6 874,0 1 5 5 70374 198,7 174,8 F (1, 108) = 32,71 F (5, 108) = 1,332 F (5, 108) = 1,171 1665 5174 1 5 1665 1035 F (1, 108) = 11,16 F (5, 108) = 1,278 4683 5 936,6 F (5, 108) = 1,157 2193 23916 45782 1 5 5 2193 4783 9156 F (1, 108) = 2,708 F (5, 108) = 1,095 F (5, 108) = 2,096 129955 1 129955 F (1, 108) = 29,75 Fator Tempo Fator Tratamento Interação Fator Tempo Fator Tratamento F= razão de duas estimativas; SS= soma dos quadrados; DF= graus de liberdade; MS= média dos quadrados; 76 Figura 18: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) na frequência de locomoção, na frequência de levantar e na frequência de autolimpeza de ratos, avaliada em campo aberto. (*p<0,05) 77 Figura 19: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) no tempo de locomoção, tempo de levantar, tempo de autolimpeza e tempo de imobilidade de ratos, avaliada em campo aberto. (*p<0,05) Na tabela 13 é possível observar o número de defecações dos ratos expostos a sildenafila e ao placebo. Aos 10, 20, 60 e 240 min é possível verificar que a sildenafila influenciou significantemente o número de defecações dos animais no campo aberto. Tabela 13: Número de Defecações nos testes de campo aberto mediante a administração de dose de 1,5 mg/Kg de sildenafila. (n=10) Tempo (min) 10 20 30 60 120 240 Sildenafila Placebo 0,30±0,48 0,10±0,32 0 0,10±0,32 0,10±0,32 0,30±0,67 2,0±1,6 2,1±2,4 0,40±0,70 2,3±2,4 1,9±3,2 3,2±2,6 Estatística (t-student) *p=0,0038 *p=0,0160 *p=0,0104 *p=0,0029 78 Na análise dos efeitos da sildenafila no campo aberto é importante compreender o que ocorre quando um rato, em condições normais, é colocado repetidamente no campo aberto. Originalmente o teste de campo aberto foi utilizado para avaliar a emocionalidade em condições de alta luminosidade e som. Quando são reduzidos os estímulos ambientais, como foi o caso deste trabalho, outros comportamentos como o exploratório e o motor são expressos. Inicialmente o parâmetro proposto para avaliar a emocionalidade foi a frequência de defecação. Notou-se, a seguir, que em situações de alta emocionalidade havia correlação inversa entre a defecação e a locomoção. A locomoção em campo aberto é um padrão complexo de comportamento influenciado não só pelo componente exploratório como também pelo “ emocional “(BARON, 1964; MONTGOMERY; MONKMAN, 1955; WALSH; CUMMINS, 1976). Assim, na primeira sessão de observação, ocorre competição entre os comportamentos de evitação ou fuga com o aspecto de novidade que leva à exploração do ambiente. Nas demais sessões de observação predomina o aspecto de investigação do ambiente, ou seja, de exploração (WHIMBEY; DENENBERG, 1967). Portanto, a locomoção apresenta características, ora de emocionalidade, ora de exploração. Além disso, em função do tempo, a locomoção apresenta, inicialmente, um decréscimo na sua frequência seguida de um platô. Exposições repetidas ao campo aberto levam à habituação às condições do teste e a locomoção é reduzida gradativamente (TAMASY et al., 1973). Por outro lado, quando as condições ambientais são de baixa de luminosidade, a locomoção e a imobilidade podem refletir o comportamento motor dos animais (BERNARDI, M. M.; DE SOUZA; NETO, 1981; BERNARDI, M. M.; NETO, 1979). Os presentes resultados mostram que a sildenafila aumentou a frequência e o tempo de locomoção aos 10 min de observação, comparados aos animais do grupo placebo. Associando os dados obtidos no estudo da farmacocinética da sildenafila discutido no capítulo anterior é possível notar que aos 10 minutos a concentração média plasmática de sildenafila é de 0,4687 µg/mL, ou seja, neste momento da observação o fármaco já está presente na circulação sanguínea do animal e, portanto, pode estar envolvido com o aumento da frequência deste parâmetro. Além disto verifica-se que não só aos 10 minutos, mas aos 30, 60 e 240 minutos houve maior tempo de locomoção dos animais do grupo experimental. Paralelamente, nota-se que nestes momentos que o tempo de imobilidade foi reduzido nos ratos tratados com sildenafila. Estes dados sugerem que o fármaco interferiu aumentando a atividade motora dos animais. 79 No entanto, nota-se que aos 20 minutos após a administração do fármaco não foram evidenciadas alterações significantes na frequência de locomoção e nos tempos de locomoção e imobilidade dos animais do grupo experimental, embora os níveis plasmáticos do fármaco apresentados no estudo da farmacocinética estivessem aumentados quando comparados ao existente aos 10 minutos. Dos 30 minutos em diante verifica-se aumento nos tempos de locomoção e redução do tempo de imobilidade dos animais tratados com o fármaco com relação àqueles do grupo placebo, embora se observem diferenças significantes apenas em alguns tempos (frequência de locomoção aos 30 minutos; tempo de locomoção e de imobilidade aos 30, 60 e 240 minutos). Pode-se então sugerir que a sildenafila apresente um efeito bifásico com um pico aos 10 minutos e voltando a ter efeitos estimulantes após 30 minutos de observação. Tomando-se em conta a relação inversa entre os dados da locomoção e imobilidade pode-se sugerir que a sildenafila promoveu aumento da atividade motora dos animais em campo aberto. Nota-se ainda que este efeito perdurou até o final das observações. Desde que a exposição repetida ao campo aberto levou à habituação dos animais do grupo placebo, pode-se sugerir que a sildenafila impede a habituação dos animais. Segundo ADES, (1975) o levantar no campo aberto pode ser tido como manifestação de um processo exploratório de aproximação por parte do animal de regiões modificadas do ambiente, ou, de modo alternativo, como um estado de ativação generalizada da qual faltaria o componente exploratório. Assim, a locomoção teria características exploratórias e de emocionalidade e o levantar , embora falho em alguns aspectos, teria também conotações exploratórias (CARNEVALE; VITULLO; SADILE, 1990). Embora não se tenha observado diferenças significantes no levantar dos ratos tratados com a sildenafila com relação ao grupo placebo, o perfil deste comportamento sugere também aumento deste parâmetro similar àquele da locomoção. É fato conhecido que a expressão do levantar no campo aberto é reduzida quando ocorre ativação motora havendo competição com a expressão da locomoção (BERNARDI, M. M.; PALERMO-NETO, 1984). Desta forma, a ausência de diferenças significantes entre os grupos placebo e experimental no levantar pode ter sido consequência da competição entre locomoção e levantar devido à estimulação da locomoção. 80 Embora menos evidente, o perfil do parâmetro autolimpeza é também similar ao do levantar e locomoção embora nos momentos iniciais de observação sua expressão seja menor que do grupo placebo. É importante notar que no campo aberto dois tipos de comportamento ocorrem: aqueles voltados ao meio ambiente e os voltados ao próprio animal. A locomoção e levantar são expressos em relação ao meio ambiente e o limpar ao próprio animal. E nos casos de ativação motora, a limpeza também aumenta paralelamente aos demais parâmetros, mas inicialmente o componente exploratório é mais relevante reduzindo a expressão do levantar. No presente trabalho o perfil dos resultados da autolimpeza também são compatíveis com o aumento da atividade motora. Finalmente, os presentes resultados mostraram aumento da locomoção em paralelo à redução na imobilidade dos animais tratados com a sildenafila, os quais são compatíveis com um efeito estimulante motor do fármaco. Neste sentido, os sistemas dopaminérgicos do núcleo accumbens modulam a atividade locomotora (PULVIRENTI; SWERDLOW; KOOB, 1989). Além dos efeitos em áreas ligadas ao comportamento sexual, a sildenafila também age nos sistema dopaminérgicos do núcleo accumbens (KYRATSAS et al., 2013), o que pode justificar seu efeito estimulante motor presentemente observado. A exposição repetida ao campo aberto leva à habituação à situação de novidade e o rato branco gradativamente reduz a exploração do ambiente e, suas atividades voltam-se ao próprio animal, sendo este fenômeno denominado habituação (BOLIVAR et al., 2000). No presente experimento, nota-se que os ratos do grupo placebo na medida que as exposições ao campo aberto decorrem, observa-se redução gradativa dos parâmetros voltados ao meio ambiente e aumento naqueles voltados ao próprio animal quando comparados à primeira exposição ao aparelho. Por outro lado, os ratos tratados com sildenafila não mostram habituação às várias exposições ao campo aberto. Neste sentido, fármacos que aumentam a atividade motora como as anfetaminas também impedem a habituação a diferentes exposições ao campo aberto (FURLAN; BRANDÃO, 2001). Altas doses de cafeína, um outro inibidor da fosfodiesterase, também aumentam a atividade motora de ratos (CAMPOS et al., 2005). No campo aberto a defecação é tida como um índice de reatividade emocional (ORTET; IBÁÑEZ, 1999). Neste trabalho observa-se redução persistente na frequência de defecação dos ratos tratados com sildenafila em comparação aos ratos do grupo placebo, o que 81 reforça a sugestão de que o fármaco teria efeitos motores e não emocionais no campo aberto. 6.4.2 Avaliação do Comportamento no Labirinto em Cruz Elevado Os resultados provenientes das avaliações do comportamento de ratos, sedentários e treinados, no labirinto em cruz elevado mediante administração prolongada à sildenafila (1,5 mg/Kg/dia durante 60 dias) estão apresentados nas tabelas 14 a 20 e ilustrados nas figuras 20 e 21. Tabela 14: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) na avaliação do comportamento de ratos sedentários no labirinto em cruz elevado. Os valores são representados como média ± desvio padrão (n=8 para ambos os grupos). Substância NBA NBF TBA TBF 0 3,25±1,49 0 291,63±7,84 0,63±0,74 6,88±1,79 8±13,60 177,88±70,81 Sildenafil (1,5 mg/Kg) Placebo NBA- Nº de Entradas nos Braços Abertos; NBF- Nº de Entradas nos Braços Fechados; TBATempo nos Braços Abertos; TBF- Tempo nos Braços Fechados; Tabela 15: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) na avaliação do comportamento de ratos treinados no labirinto em cruz elevado. Os valores são representados como média ± desvio padrão (n=8 para ambos os grupos). Substância NBA NBF TBA TBF Sildenafil 0,25±0,46 3,13±2,85 5,88±12,01 265,75±36,73 0,63±0,92 3,75±2,60 17,75±26,58 198,63±103,26 (1,5 mg/Kg) Placebo NBA- Nº de Entradas nos Braços Abertos; NBF- Nº de Entradas nos Braços Fechados; TBATempo nos Braços Abertos; TBF- Tempo nos Braços Fechados; 82 Tabela 16: Resultado do teste ANOVA de duas vias entre ratos treinados e sedentários placebo e sildenafil. Variação do recurso % de variação total Valor de P Índice de P Significante? Interação 12,28 0,0006 *** Sim Fator Tempo 44,66 < 0,0001 **** Sim Fator Tratamento 0,5455 0,6975 ns Não Tabela 17: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) durante 60 dias na avaliação do comportamento de ratos treinados no labirinto em cruz elevado. O teste estatístico empregado é o Anova de duas vias (n=8 para ambos os grupos). Tabela do ANOVA SS DF MS F (DFn, DFd) Interação 2523 9 280,4 F (9, 112) = 3,594 Fator Linha 9176 3 3059 F (3, 112) = 39,21 Fator Tratamento 112,1 3 37,37 F (3, 112) = 0,4790 83 40 Sedentário Placebo Sedentário Sildenafila Treinado Placebo Treinado Sildenafila ** ** 30 20 10 e (B e A e N N B B A F( A F( TB D ) C ) C ) D (B A TB ) 0 e Número de entradas nos braços Sedentário x Treinados e Sildenafila x Placebo Grupos Figura 20: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) e de placebo na avaliação do comportamento de ratos treinados e sedentários no labirinto em cruz elevado. Tabela 18: Número de Cruzamentos e % de Entradas nos braços abertos do LCE em ratos sedentários e treinados mediante a administração de dose de 1,5 mg/Kg de sildenafila. Os valores são representados como média ± desvio padrão (n=8 para ambos os grupos). Sedentários Treinados Nº Cruzamentos % Entrada nos Braços Abertos Nº Cruzamentos % Entrada nos Braços Abertos Sildenafil 2,8±1,8 15±22 3,4±2,8 4,5±8,5 Placebo 7,5±4,5 0 5,1±3,4 14±16 NBA- Nº de Entradas nos Braços Abertos; NBF- Nº de Entradas nos Braços Fechados; TBATempo nos Braços Abertos; TBF- Tempo nos Braços Fechados; 84 Tabela 19: Resultado do teste ANOVA de duas vias entre ratos treinados e sedentários placebo e sildenafil na avaliação do comportamento de ratos treinados e sedentários no labirinto em cruz elevado. Variação do recurso % de variação total Valor de P Índice de P Significante? Interação 2,913 0,2515 ns Não Fator Tempo 17,89 0,0065 ** Sim Fator Tratamento 1,988 0,3421 ns Não Tabela 20: Efeitos da administração de sildenafila (1,5 mg/Kg) e de placebo na avaliação do comportamento de ratos treinados no labirinto em cruz elevado. O teste estatístico empregado é o Anova de duas vias (n=8 para ambos os grupos). Tabela ANOVA SS DF MS F (DFn, DFd) Valor de P Interação 13,23 1 13,23 F (1, 36) = 1.358 P = 0.2515 Fator Tempo 81,23 1 81,23 F (1, 36) = 8.343 P = 0.0065 Fator Tratamento 9,025 1 9,025 F (1, 36) = 0.9270 P = 0.3421 Interação 350,5 36 9,736 - - Número de Crizamentos Numero de Cruzamentos 8 Treinado Sedentário 6 4 2 Si ld en af ila Pl ac eb o 0 Figura 21: Número de Cruzamentos nos braços abertos do LCE em ratos sedentários e treinados mediante a administração de dose de 1,5 mg/Kg de sildenafila ou placebo. 85 No labirinto em cruz elevada nota-se que a sildenafila, em ratos sedentários, aumenta o tempo no braço fechado e o número de cruzamentos com relação ao seu grupo placebo. Pode-se então sugerir que a sildenafila promove ansiedade neste modelo comportamental e aumento de sua atividade motora. Este último dado está de acordo com aqueles observados em campo aberto em que notou-se aumento da atividade motora induzido pela sildenafila. Os dados sobre os efeitos da sildenafila na ansiedade no labirinto em cruz elevada são controversos. Assim, KURT et al.(2004) mostram que em camundongos a administração aguda de sildenafila em doses que variaram entre 1 e 3 mg/kg promove ansiedade no teste do labirinto em cruz elevada e que este efeito seria independente daqueles observados na atividade motora espontânea observada em caixa de motilidade. Assim, os autores verificaram que a atividade motora dos ratos não era modificada pela menor dose do fármaco e prejudicada na maior dose empregada. No entanto, nos dois tratamentos, a sildenafila reduziu a porcentagem de tempo no braço aberto. DEMIRCI et al., (2014) relataram também que a sildenafila aumenta a atividade motora em ratos jovens e promove ansiedade em animais adultos e jovens em doses que variaram entre 3 e 10 mg/kg, i. ., 30 minutos antes dos testes, momento este que coincide com os observados no campo aberto. Por outro lado, em outro estudo, foi relatado que a administração de sildenafila (0.05-10 mg/kg i.p.) não afetou o comportamento de camundogos no labirinto em cruz elevada e no campo aberto(VOLKE; WEGENER; VASAR, 2003). Somente quando se associou a sildenafila com o precursor de NO, a L-arginina (200 mg/kg, i.p.) é que observou-se aumento da ansiedade e redução da atividade geral em campo aberto. Os autores concluíram que este fármaco apresenta efeito ansiogênico em ratos resultante da promoção da via do NO-GMPc seguido da inibição da hidrólise do GMPc a GMP (VOLKE; WEGENER; VASAR, 2003). Neste sentido, a via do GMPc-NO deve estar envolvida na regulação de certas funções do Sistema Nervoso Central - SNC, incluindo a atividade locomotora e ansiedade. Muitos estudos experimentais e observações clínicas indicam que a sildenafila tem algum efeito sobre o SNC, no entanto o mecanismo de ação não é precisamente conhecido (KURT et al., 2004; SHAHIDI et al., 2011). É importante lembrar que as diferenças entre os presentes resultados e aqueles da literatura podem ser consequência de diferenças nas doses empregadas, via de administração e, finalmente, da espécie empregada. 86 É fato conhecido que o exercício moderado tem efeitos ansiolíticos por reduzir o estresse oxidativo em várias áreas cerebrais implicadas nas respostas de ansiedade (PIETRELLI et al., 2012; SALIM et al., 2010; VOLLERT et al., 2011). Os presentes resultados nos ratos treinados do grupo placebo mostram que os mesmos permanecem maior tempo no braço aberto que os demais grupos e mostram redução no número cruzamentos quando comparados aos animais do grupo sildenafila não treinados. Pode-se então sugerir que o treinamento reduza tanto a ansiedade destes ratos como sua ativação motora em relação a ratos não treinados concordando com dados da literatura. Por outro lado, nota-se que ratos treinados e tratados com sildenafila mostram redução do tempo no braço aberto em relação ao grupo placebo porém o número de cruzamentos é reduzido. Desta forma pode-se sugerir que a sildenafila promove ansiedade mesmo em ratos treinados e que, de acordo com KURT et al., ( 2004) é independente da ativação motora. A comparação dos resultados obtidos no estudo da farmacocinética, um estudo invasivo, com os resultados obtidos no teste do campo aberto, um estudo não invasivo, nos permitem sugerir que as alterações do comportamento motor e da emocionalidade acontecem nos tempos próximos ao tmax (40 min), ou seja, um método não invasivo forneceu informações de que nos momentos onde houve uma maior manifestação do aumento da atividade motora e aumento da emocionalidade, coincidem com os momentos nos quais a concentração plasmática de sildenafila estão aumentados. 6.5 Conclusão O presente estudo é o primeiro a ser realizado em ratos, treinados ou não, que envolveu o uso da via oral para a administração da sildenafila, a via mais usual desse fármaco em humanos. A sildenafila promove um aumento da atividade motora em campo aberto e também impediu a habituação dos animais. Os resultados no campo aberto permitem concluir que a sildenafila tem ação estimulante motora sugerida por efeitos motores e não efeitos emocionais. 87 No labirinto em cruz elevada a sildenafila promove ansiedade e aumento da atividade motora. Este último dado está de acordo com aqueles observados em campo aberto em que notou-se aumento da atividade motora induzido pela sildenafila. A sildenafila, tanto no campo aberto quanto no labirinto em cruz elevada, induz um aumento da atividade motora dos animais. A sildenafila também promove ansiedade nos animais experimentais. O treinamento reduz tanto a ansiedade quanto a ativação motora em relação a ratos não treinados, mas o uso de sildenafila promove a ansiedade mesmo em ratos treinados. 88 Capítulo IV: Influência desempenho físico de ratos da sildenafila sobre o 7.1 Introdução A sildenafila, por promover vasodilatação sobre o sistema respiratório, em situação de hipóxia tem se mostrado eficaz no manejo da hipertensão pulmonar desencadeada pela diminuição de oxigênio disponível, principalmente em altitude. Justamente por essa razão a sildenafila parece emergir como uma potente ajuda ergogênica durante o exercício executado em situação de hipóxia (HSU et al., 2006). Nesse sentido, a sildenafila tem sido utilizado por atletas, principalmente ciclistas, triatletas, corredores e jogadores de futebol, em competição em situação de hipóxia originada por grandes altitudes (GHOFRANI et al., 2004, 2002). Alguns ensaios clínicos realizados em humanos, na maioria das vezes, atletas, indicaram que, em situação de hipóxia, a capacidade média de realização de exercícios diminui significativamente nos voluntários que fizeram uso de placebo; porém, naqueles que fizeram uso da sildenafila houve restauração parcial da tolerância ao exercício (HSU et al., 2006; RICHALET et al., 2005). A própria inibição da PDE-5 pode ter um efeito vasodilatador sobre a circulação pulmonar , provavelmente pelo aumento da disponibilidade de GPMc dentro da vasculatura pulmonar (RICHALET et al., 2005). Em normóxia, a administração aguda à sildenafila não desencadeou nenhuma mudança significativa na capacidade física e no débito cardíaco dos indivíduos (HSU et al., 2006). A maioria dos estudos encontrados na literatura investigou somente os efeitos da administração aguda da sildenafila sobre o desempenho físico de atletas, no entanto, poucos trabalhos estudaram os efeitos da administração prolongada ao fármaco, bem como seus possíveis efeitos em indivíduos não treinados. Nesse sentido, as perguntas que norteiam este capítulo são: a) O uso prolongado da sildenafila poderia influenciar no desempenho físico em situação de normóxia? b) Indivíduos treinados responderiam diferentemente de indivíduos sedentários à administração prolongada do medicamento em situação de normóxia? 89 Como o Laboratório do Movimento Humano da Universidade São Judas Tadeu vem, ao longo dos últimos anos, desenvolvendo protocolos para avaliação física em modelos experimentais envolvendo ratos, decidiu-se buscar respostas às perguntas norteadoras por meio do uso de protocolos experimentais envolvendo ratos machos saudáveis. 7.2 Objetivos Específicos a) Verificar a influência da administração oral prolongada, por 60 dias, de sildenafila, em conjunto com o treinamento físico aeróbico, sobre o ganho de peso de ratos; b) Verificar a influência da administração oral prolongada, por 60 dias, de sildenafila, em conjunto com o treinamento físico aeróbico, sobre a capacidade física de ratos; c) Verificar a influência da administração oral prolongada, por 60 dias, de sildenafila, em conjunto com o treinamento físico aeróbico, sobre parâmetros hemodinâmicos e autonômicos de ratos; 7.3 Revisão da Literatura 7.3.1. Treinamento físico e modulação autonômica cardiovascular O exercício físico regular promove alterações estruturais e funcionais nos mecanismos centrais e periféricos do sistema cardiovascular (MARTINS-PINGE, 2011; MICHELINI; STERN, 2009). A bradicardia de repouso observada em atletas é um marcador do efeito do exercício físico (DIXON et al., 1992) que está relacionada com as adaptações autonômicas cardiovasculares, bem como da frequência cardíaca intrínseca (AUBERT; SEPS; BECKERS, 2003). Nesse sentido, tem se observado que o balanço autonômico de atletas é caracterizado pela predominância da atividade parassimpática em relação à simpática (DE ABREU et al., 2009). O controle autonômico cardíaco pode ser avaliado através do monitoramento da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), uma técnica não invasiva utilizada para avaliar a 90 variação instantânea dos intervalos entre ondas R (intervalo RR) do eletrocardiograma (BERNTSON et al., 1997; TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY; NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY, 1996; VANDERLEI et al., 2009) ou através da variação dos intervalos de pulsos pressóricos (intervalo de pulso – IP). As mudanças nos índices da VFC indicam a capacidade do sistema nervoso autônomo em responder a vários estímulos fisiológicos e ambientais, tais como a respiração, exercício físico, estresse mental, alterações hemodinâmicas e metabólicas, do sono e postura, bem como compensar desordens resultantes de doenças (THAYER; STERNBERG, 2006; THAYER et al., 2012). Fatores como nível de condicionamento físico, a experiência, a intensidade, programação de treinamento e rotina diária do atleta podem influenciar aspectos fisiológicos e emocionais relacionados a mudanças nas respostas autonômicas durante o treino, e consequentemente os índices de VFC. 7.3.1 Sildenafila e capacidade física em hipóxia Alguns estudos têm investigado os efeitos da sildenafila sobre a performance física em altitude. GHOFRANI et al., (2004) encontraram que a administração aguda de sildenafila a indivíduos saudáveis levou a uma diminuição da pressão pulmonar arterial e aumento do débito cardíaco. Houve também aumento da capacidade de exercício durante exposição à hipóxia aguda (10% de oxigênio) e em 5245 m de altitude (GHOFRANI et al., 2004). RICHALET et al., (2005) também observaram perda do decréscimo na performance no exercício máximo em sujeitos tratados com sildenafila comparado ao uso de placebo a 4350 m de altitude, apesar do débito cardíaco não ter sido diferente entre os grupos de indivíduos que usaram sildenafila e os que utilizaram placebo (RICHALET et al., 2005). Em contraste, o estudo de RICART et al., (2005) mostrou uma supressão na pressão pulmonar arterial com sildenafila durante o exercício em altitude simulada de 5000 m, mas verificou alteração na saturação de oxigênio ou medidas ventilatórias e indicou que os efeitos da sildenafila sobre o exercício eram inconclusivos (RICART et al., 2005). 7.3.2 Sildenafila e capacidade física em normóxia HSU et al. (2006) com o propósito de examinar o efeito de duas doses de sildenafila sobre a função cardiovascular em normóxia durante um ensaio em submáxima realizado em 91 ciclo ergômetro com tempo definido, verificou que não houve melhoria do débito cardíaco e da performance no exercício em situação de normóxia. No entanto houve uma tendência de aumento na frequência cardíaca e diminuição da pressão arterial sistólica durante o exercício. O experimento foi realizado em ciclistas e triatletas e a sildenafila foi administrada durante três dias seguidos. Os resultados apontam que, de onze sujeitos inicialmente incluídos no protocolo, um teve uma intolerável dor de cabeça após a administração do medicamento e não cumpriu o protocolo, ou seja, dez sujeitos concluíram o experimento. Desses dez indivíduos, seis foram enquadrados como não respondedores ao medicamento e quatro como respondedores, portanto as considerações sobre o efeito do medicamento sobre a performance dos indivíduos foram centradas somente em quatro sujeitos (HSU et al., 2006). 7.4 Material e Métodos 7.4.1 Animais Para a realização dos estudos foram utilizados ratos Wistar (Rattus norgevicus, var. albinus) machos, jovens, saudáveis, pesando de 300 a 330 g, provenientes do Biotério da Universidade São Judas Tadeu. O manejo dos animais obedeceu às normas estabelecidas e os princípios éticos da experimentação animal do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal - COBEA e esteve de acordo como o ARRIVE guidelines for reporting animal research (KILKENNY et al., 2010). Os animais foram mantidos em gaiolas coletivas de polipropileno (43 x 23 x 16 cm) forradas com maravalha, contendo, no máximo, 4 animais em cada uma, em ambiente com temperatura controlada de 22 – 24º C, sob ciclo claro/escuro de 12 horas (luz acesa às 6 h) e, com livre acesso à água e alimento normoproteico. Os protocolos experimentais realizados neste trabalho foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade São Judas Tadeu – CEUA/USJT em três projetos: Projeto 003/2013 – Influência do uso agudo e crônico de um inibidor da enzima fosfodiesterase-5 sobre o desempenho físico de ratos treinados, aprovado em 15 de maio de 2013; Projeto 010/2013 – Influência do uso agudo de um inibidor da fosfodiesterase-5 sobre o comportamento motor de ratos, aprovado em 09 de outubro de 2013; Projeto 012/2014 – Avaliação da Biodisponibilidade e Verificação da Velocidade de Absorção de um inibidor da 92 enzima fosfodiesterase-5 administrado por via oral a ratos Wistar machos, aprovado em 13 de maio de 2014. 7.4.2 Reagentes e Fármacos Neste protocolo as doses de sildenafila foram preparadas a partir de citrato de sildenafila da marca Pharmanostra® com teor de pureza de 99,51% e diluídos em óleo de milho comercial. Administração da sildenafila e do placebo aos animais: A administração aos animais foi realizada por meio de um tubo orogástrico – um tubo de aço inox curvo específico para gavagem em ratos - composta por uma cânula com diâmetro de 1,2 mm que apresenta uma esfera de 2,25 mm na ponta. O comprimento total do dispositivo é de 38 mm. A dose utilizada foi de 1,5 mg/Kg e o veículo utilizado foi o óleo de milho. A alíquota administrada foi de 0,5 mL. Para ajuste da dose à alíquota de 0,5 mL os animais foram pesados a cada semana e, de acordo com o peso dos animais, as soluções de sildenafila foram preparadas para que a dose de 1,5 mg/Kg seja obedecida. A dose de 1,5 mg/Kg foi escolhida tendo como base o uso da sildenafila em humanos. A dose de 1,5 mg/Kg corresponde ao uso de comprimidos de 100 mg de sildenafila para um homem de 70 Kg. A administração de placebo (0,5 mL de óleo de milho comercial) foi realizada durante 60 dias em razão do protocolo de treinamento físico. Verificação do teor de sildenafila no plasma: Após a eutanásia dos animais por decapitação, foi realizada a coleta do sangue com heparina sódica, este foi centrifugado e submetido à quantificação de sildenafila de acordo com o método de CLAE desenvolvido e validado. Cada uma das amostras de plasma coletada dos animais pertencentes ao presente estudo foi submetida ao procedimento de extração e quantificação por três vezes, sendo assim, 93 a concentração plasmática do fármaco e o desvio-padrão entre as três análises realizadas da mesma amostra foram utilizados para a obtenção dos dados analíticos. 7.4.3 Delineamento Experimental A administração de sildenafila ou placebo nos grupos treinados foi realizada sempre uma hora antes do início do treinamento físico. Para manter o padrão de treinamento os grupos sedentários foram tratados com sildenafila ou placebo nos mesmos horários. Os animais foram divididos em quatro grupos e, de acordo com o cálculo amostral, contaram com 8 animais por grupo a seguir relacionados: S – Grupo de animais sedentários. No 1º dia foi realizado o teste de esforço inicial. No 61º dia foram submetidos a uma dose de placebo e, em seguida, submetidos ao teste de esforço final. S Sil– Grupo de animais sedentários. No 1º dia foi realizado o teste de esforço inicial. Todos os dias os animais receberam uma dose média de sildenafila de 1,5 mg/Kg. No 61º dia foram submetidos a uma dose de sildenafila e, em seguida, submetidos ao teste de esforço final. T– Grupo de animais treinados por sessenta dias. No 1º dia foi realizado o teste de esforço inicial. No 61º dia foram submetidos a uma dose de placebo e, em seguida, submetidos ao teste de esforço final. T Sil – Grupo de animais treinados por sessenta dias. No 1º dia foi realizado o teste de esforço inicial. Todos os dias os animais receberam uma dose média de sildenafila de 1,5 mg/Kg. No 61º dia foram submetidos a uma dose de sildenafila e, em seguida, submetidos ao teste de esforço final. 7.4.4 Peso corporal Os animais constantes do presente protocolo foram pesados, uma vez por semana, em balança digital, com a finalidade de obter o peso corporal de cada rato. O referido peso corporal de cada animal foi empregado para o ajuste da dose de fármaco administrada aos animais. 94 7.4.5 Teste de Esforço Máximo e Treinamento Físico Antes da realização do teste de esforço inicial, os animais foram adaptados em esteira ergométrica (figura 22) durante 10 minutos a 0,3 Km/h por três dias. Inicialmente todos os animais (treinados e sedentários) foram submetidos a um primeiro teste de esforço, a fim de estabelecer a velocidade máxima de cada animal. O teste de esforço consistiu em colocar o animal correndo na esteira a 0,3 Km/hora por 3 minutos, sendo que esta carga foi incrementada em 0,3 Km/h a cada três minutos até que o animal atingisse a exaustão (MOSTARDA, CRISTIANO; ROGOW; et al., 2009). O critério utilizado para a determinação da exaustão do animal e interrupção do teste foi o momento em que o rato não foi mais capaz de correr mediante o incremento de velocidade da esteira (BROOKS; WHITE, 1978). Os grupos treinados realizaram um teste de esforço intermediário (com trinta dias de protocolo) para reajuste da intensidade do treinamento. Ao final do estudo, após sessenta dias de treinamento/tratamento, todos os grupos experimentais realizaram o teste de esforço máximo na presença de seus respectivos tratamentos, ou seja, placebo e sildenafila. Este teste apresenta correlação positiva com a medida do consumo direto de oxigênio em ratos machos, conforme evidenciado por Rodrigues et al., (2007), o que permitiu fidedignidade para a prescrição e controle do treinamento físico (RODRIGUES et al., 2007). Os animais pertencentes aos grupos T e T Sil foram submetidos a um protocolo de treinamento físico em esteira ergométrica com velocidade e carga progressiva, em uma intensidade de 60 a 75% da velocidade máxima atingida no teste de esforço cinco dias por semana, durante 60 dias. 95 Figura 22: Treinamento físico dos ratos em esteira ergométrica. Fonte: Bruno Rodrigues. 7.4.6 Avaliações Hemodinâmicas e da Sensibilidade Baroreflexa Após o período de treinamento, no 61º dia os animais foram anestesiados (i.p.) com uma solução de cloridrato de cetamina (50mg/Kg, Ketalar, Parke-Davis©) e cloridrato de xilazina (12mg/Kg, Rompum, Bayer), e colocados em decúbito dorsal para que se realizasse uma pequena incisão na região inguinal por onde foram implantados cateteres de polietileno (cânulas; tygon P50) preenchidos com soro fisiológico. Essas cânulas foram posicionadas no interior da artéria carótida e veia jugular para registro da pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC) e administração de fármacos. Após a correta e firme implantação das cânulas, estas foram exteriorizadas no dorso do animal na região cervical e fixadas com fio de algodão na pele (IRIGOYEN et al., 2005; MOSTARDA, CRISTIANO; ROGOW; et al., 2009) Para o registro da pressão arterial e frequência cardíaca de repouso os animais foram mantidos em caixas individuais (Plexiglas, 25x15x10cm). As avaliações hemodinâmicas sistêmicas ocorrem após 24 horas da canulação, com o animal acordado. A cânula arterial foi conectada a uma extensão de 20 cm (P50), permitindo livre movimentação do animal pela caixa, durante todo o período do experimento. Esta extensão esteve conectada a um transdutor eletromagnético, (Blood Pressure XDCR, Kent Scientific, Litchfield, CT, EUA) que, por sua 96 vez, estava conectada a um pré-amplificador (STEMTECH BPMT-2, Quintron Instrument Inc, Milwaukee, EUA). Os sinais de PA foram gravados durante um período de 30 minutos em um microcomputador equipado com um sistema de aquisição de dados (CODAS, DATAQ Instruments©, Akron, OH, EUA), permitindo análise dos pulsos de pressão, batimento-abatimento, com uma frequência de amostragem de 2000 Hz por canal. A análise foi feita utilizando-se programa comercial associado ao sistema de aquisição. Este programa permitirá a detecção de máximos e mínimos da curva de pressão batimento a batimento, fornecendo os valores de pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM), pela integral da área sob a curva no tempo. A FC foi determinada a partir do intervalo entre dois picos sistólicos. Após o registro da PA, com os animais em condições de repouso, a sensibilidade dos pressorreceptores foi testada por meio de doses crescentes da infusão de fenilefrina (0,25 µg, 0,5 µg, 1,0 µg, 2,0 µg, 4,0 µg e 8,0 µg) e de nitroprussiato de sódio (0,25 µg, 0,5 µg, 1,0 µg, 2,0 µg, 4,0 µg e 8,0 µg). A sensibilidade barorreflexa foi avaliada pelo índice calculado por meio da divisão da variação da FC pela variação PAM. Esses fármacos foram injetados randomicamente entre os animais, iniciando-se a sessão com um ou outro fármaco. Para a análise da sensibilidade dos pressorreceptores, o pico máximo ou mínimo da PAM foi comparado aos valores de PAM do período controle. Da mesma forma, a variação máxima da FC foi comparada com os valores de FC do período controle, imediatamente antes da injeção dos fármacos, para posterior quantificação das respostas. A sensibilidade barorreflexa foi avaliada pelo índice calculado por meio da divisão da variação da FC pela variação PAM (IRIGOYEN et al., 2005; MOSTARDA, C et al., 2012; MOSTARDA, CRISTIANO; ROGOW; et al., 2009). Vale salientar que as avaliações hemodinâmicas foram realizadas em dois momentos: no momento 1, os registros hemodinâmicos foram realizados sem a adição de sildenafila ou placebo; no momento 2, ou seja, no dia seguinte, com os animais canulados, os registros hemodinâmicos e da sensibilidade barorreflexa foram realizados após uma hora da administração da sildenafila ou placebo, mimetizando as condições que os animais eram treinados. 97 7.4.7 Avaliação da Modulação Autonômica A variabilidade da FC e da PAS foi avaliada no domínio do tempo (variância) e no domínio da frequência usando o modelo auto regressivo. Em resumo, neste método, séries temporais do intervalo de pulso e da PAS foram divididas em segmentos de 350 batimentos com sobreposição de 50%. Um espectro foi obtido para cada um dos segmentos via o recurso de Levinson-Durbin, com a ordem modelo escolhido de acordo com critério do Akaike, variando entre 10 e 14. Os componentes oscilatórios dos espectros foram quantificados em 2 faixas de frequência: baixa frequência (LF: 0,20-0,75 Hz) e alta frequência (HF: 0,75-4,0 Hz). A potência do espectro foi calculada para cada componente reconhecível nas faixas de LF e HF integrando-se os espectros dos componentes. A potência foi expressa como a intensidade de LF e HF. Os segmentos que apresentaram oscilações muito lentas (<0,1 Hz), que contribuem para mais de 70% da variabilidade total, foram considerados não estacionários e descartados do estudo (MOSTARDA, CRISTIANO; WICHI; et al., 2009; RODRIGUES et al., 2012). Como os registros hemodinâmicos foram realizados em 2 momentos, conforme explicado acima, as análises da variabilidade da frequência cardíaca e da pressão arterial sistólica foram também assim realizadas. 7.4.8 Análise Estatística Todos os resultados foram apresentados como média ± desvio padrão. Para análise dos dados foi utilizado o software STATISTICS® 6.0 (Statsoft©). Depois de confirmar que todas as variáveis contínuas foram normalmente distribuídas pelo teste de KolmogorovSmirnov, o teste de análise de variância (ANOVA) de duas vias e para medidas repetidas foi devidamente aplicado para a análise dos dados, seguidos do post-hoc de Bonferroni. Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significantes. 98 7.5 Resultados e Discussão 7.5.1 Peso Corporal A Tabela 21 mostra e a Figura 23 ilustra os resultados provenientes da aferição do peso corporal dos animais. Analisando os resultados foi possível observar que todos os animais ganharam peso ao longo dos sessenta dias do protocolo. Tabela 21: Peso corporal e ganho de peso de ratos nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (S Sil, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (T Sil, n=12). S S Sil T T Sil (N=8) (N=8) (N=10) (N=12) Inicial (g) 315±12 325±4 306±4 330±6 Final (g) 357±11 366±6 318±5*† 337±5† Ganho de peso (g) 40,5±3,1 43,6±4,2 10,5±1,3*† 8,2±2,0*† PESO Os dados representam média ± EPM. * P<0,05 vs. S; † P<0,05 vs. SS. O ganho de peso foi significantemente menor nos animais treinados tratados com placebo quando comparados aos animais sedentários que utilizaram placebo, ou seja, o treinamento contribuiu significantemente com um menor ganho de peso corporal. Nos animais treinados tratados com sildenafila o ganho de peso foi ainda mais atenuado. Nos animais sedentários, o uso de sildenafila não influenciou significantemente no ganho de peso dos ratos, quando comparados aos animais que foram tratados com placebo. Os resultados obtidos demonstram que o protocolo de treinamento físico em esteira ergométrica com velocidade e carga progressiva, em uma intensidade de 60 a 75% da velocidade máxima atingida no teste de esforço cinco dias por semana, durante 60 dias, levou a menor ganho de peso nos animais, comprovando, mais uma vez, o benefício da prática de 99 exercício físico regular sobre o peso corpóreo (JANSSEN; KATZMARZYK; ROSS, 2004; OSCAI; HOLLOSZY, 1969; PARIZKOVAF, 1963). Também foi possível constatar que a sildenafila não influencia no ganho de peso nem de animais treinados e nem de animais sedentários, ou seja, o uso prolongado da sildenafila (60 dias) não interfere no peso corpóreo dos animais. * * Peso Corporal (g) 400 † † 300 200 100 0 Pi Pf G Pi Pf G Pi Pf G S S Sil T Pi Pf G T Sil Grupos Pi = peso corporal inicial; Pf= peso corporal final; G= Ganho de peso corporal; S = sedentários; T= treinados; Sil= sildenafila; P=placebo; * e # p<0,05; Figura 23: Peso Corporal dos ratos treinados e sedentários expostos à sildenafila e ao placebo. 7.5.2 Capacidade Física A capacidade física dos animais foi verificada mediante a avaliação da velocidade atingida nos testes de esforço inicial e final, da distância percorrida nos referidos testes e pelo tempo necessário para atingir a exaustão nos testes de esforço inicial e final. A Tabela 22 mostra e a Figura 24 ilustra os resultados relativos à capacidade física dos ratos sedentários e treinados tratados com sildenafila ou placebo. A velocidade atingida pelos animais nos teste de esforço inicial nos quatro grupos do estudo variaram de 1,46 a 1,58 Km/h e não foram significantemente diferentes, confirmando a homogeneidade entre os grupos experimentais. As mesmas afirmações são válidas para a 100 distância percorrida pelos animais no teste de esforço inicial e para o tempo necessário para atingir a exaustão. Quanto à velocidade máxima atingida no teste de esforço final, é possível constatar que entre os animais sedentários, a sildenafila não interferiu significantemente na velocidade atingida no teste. Em relação aos efeitos do treinamento físico, os animais treinados atingiram uma velocidade máxima no teste de esforço final maior que os animais sedentários. Nos grupos dos animais treinados, os animais tratados com sildenafila atingiram uma maior velocidade quando comparados aos animais tratados com placebo. Assim, os dados relativos à velocidade máxima atingida pelos animais nos testes de esforço final revelam que a sildenafila aumenta significantemente a velocidade somente nos animais submetidos ao treinamento físico aeróbico. Quanto à distância percorrida pelos animais no teste de esforço final é possível constatar que entre os animais sedentários, a sildenafila não interferiu significantemente na distância percorrida. Tabela 22: Capacidade física de ratos sedentários (S) e treinados (T) nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (S Sil, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (T Sil, n=12). PARÂMETROS S S Sil T T Sil Vel. TE Inicial (Km/h) 1,58±0,08 1,46±0,11 1,56±0,04 1,58±0,05 Vel. TE Final (Km/h) 1,65±0,08 1,67±0,06 2,65±0,09*† 2,97±0,08*†‡ Dist Perc. TE Inicial (Km) 0,25±0,02 0,19±0,02 0,21±0,01 0,23±0,01 Dist Perc. TE Final (Km) 0,23±0,01 0,24±0,01 0,61±0,03*† 0,71±0,03*†‡ Tempo TE Inicial (min) 16,42±1,01 12,51±2,35 13,52±1,34 14,59±1,55 Tempo TE Final (min) 14,32±0,84 15,2±0,78 24,25±1,9*† 29,1±0,69*†‡ Os dados representam média ± EPM. PC – peso corporal; Vel. – velocidade; TE – teste de esforço; Dist. Perc. – distância percorrida. * P<0,05 vs. S; † P<0,05 vs. SS; ‡ P<0,05 vs. T. 101 Conforme esperado, os animais treinados percorreram uma distância significantemente maior que os animais sedentários. Nos grupos dos animais treinados (tratados ou não), os animais tratados com sildenafila percorreram uma maior distância se comparados aos animais tratados com placebo e, quando comparados ao grupo dos animais sedentários (tratados ou não). Quanto ao tempo gasto pelos animais para atingir a exaustão no teste de esforço final é possível constatar que entre os animais sedentários, a sildenafila não interferiu significantemente no tempo gasto durante o teste. Os animais treinados resisitiram significantemente mais tempo que os animais sedentários. Nos grupos dos animais treinados, os animais tratados com sildenafila resistiram mais tempo quando comparados aos animais tratados com placebo e, quando comparados ao grupo dos animais sedentários os tempos gastos são significantemente maiores que nos animais sedentários expostos à sildenafila e ao placebo. 102 Velocidade no TE Final Velocidade (Km/h) 4 *** 3 ** ** 2 *** 1 SI L T S S SI L T 0 Grupos Distância Percorrida no TE Final Distância (Km) 0.8 *** *** 0.6 0.4 ** ** 0.2 L T SI T SI L S S 0.0 Grupos Tempo Gasto no TE Final 40 *** Tempo (s) 30 20 *** ** ** 10 T SI L T SI L S S 0 Grupos Figura 24: Capacidade física de ratos sedentários (S) e treinados (T) nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (S SIL, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (T SIL, n=12). 103 Diante dos resultados apresentados, é possível afirmar que o treinamento aumenta a velocidade atingida, a distância percorrida e o tempo gasto para atingir a exaustão no teste de esforço fínal, ou seja, a capacidade física dos animais é aumentada quando são submetidos a sessões frequentes de treinamento físico. Particularmente, quanto à influência da administração oral de 1,5 mg/Kg de sildenafila sobre a capacidade física dos animais é possível afirmar que a sildenafila, em animais sedentários, não apresenta nenhuma influência significante, no entanto em animais treinados a sildenafila melhora significantemente a capacidade física dos animais. No capítulo anterior, foi sugerido que a sildenafila pode promover uma ativação do núcleo accumbens, mediado por uma via dopaminérgica, gerando um aumento da atividade motora nos animais. Esse aumento da atividade motora não possui relação com a emocionalidade. Quando o animal foi exposto à sildenafila, verificou-se que, caso o mesmo tenha sido treinado, seu desempenho geral (distância percorrida, velocidade alcançada e tempo gasto) foi superior aos animais expostos ao placebo, ou seja, tais dados sugerem que a sildenafila promove uma melhora na capacidade física de animais treinados, pois a ativação do núcleo accumbens gera um aumento da atividade motora (PULVIRENTI; SWERDLOW; KOOB, 1989), mas somente animais com condicionamento físico adequado conseguiram obter melhor desempenho. Os ratos treinados apresentaram uma capacidade física aumentada quando comparados com os animais sedentários. O VO2 max em ratos apresenta correlação positiva (r=0,83) com a velocidade máxima atingida no teste de esforço máximo em esteira, ou seja, os dados de velocidade média obtidos no presente ensaio demonstram que o treinamento dos animais contribuiu significantemente para o aumento da velocidade média obtida, assim, é possível interpretar que o VO2 max também aumentou com o treinamento físico (RODRIGUES et al., 2007). Adicionalmente foi verificado que, entre os animais treinados, a velocidade média atingida foi superior no grupo de animais expostos à sildenafila, ou seja, a sildenafila, contribuiu significantemente no aumento da VO2 max nos ratos. O referido aumento foi superior ao aumento causado pelo treinamento, assim é possível interpretar que a sildenafila aumenta os níveis de VO2 max de indivíduos treinados, alavancando uma melhora na capacidade física dos animais. 104 Extrapolando para as competições esportivas, nossos resultados possibilitam inferir que o uso prolongado de sildenafila por atletas, pode melhorar a VO2 max dos mesmos, possibilitando um melhor rendimento na competição. A sildenafila, por ser um inibidor da PDE-5 promove aumento nos níveis celulares de GMPc, um agente que promove diminuição da concentração de cálcio intracelular, desencadeando o relaxamento da musculatura lisa, ou seja, a sildenafila desencadeia efeito vasodilatador em órgãos ou sistemas onde a PDE-5 esteja presente (CAMPBELL, HELEN ELOISE, 2005; KATZENSTEIN, 2001; ZHAO et al., 2001). A PDE-5 é encontrada em altas concentrações nas células do músculo liso vascular dos corpos cavernosos do pênis, nas células musculares lisas dos vasos, na circulação coronária, nos pulmões e nas plaquetas (WALLIS et al., 1999), assim podem reduzir o tônus vascular na circulação coronariana, pulmonar ou periférica. Em voluntários saudáveis, a administração oral de sildenafila resultou na redução da pressão sistólica e pressão arterial diastólica por 7 – 10 mmHg (ZUSMAN et al., 1999). Foi demonstrado o efeito vasodilatador da sildenafila e o acúmulo de GMPc em um experimento realizado com anéis de aorta com a finalidade de comprovar a ação da sildenafila na circulação periférica e coronária (WALLIS et al., 1999), num outro experimento, foi demonstrado em pacientes com severa doença arterial coronariana que a sildenafila desencadeou pequenas modificações nas pressões arteriais sistêmica e pulmonar, não apresentando efeitos significantes sobre a pressão capilar pulmonar, pressão atrial direita, batimento cardíaco ou débito cardíaco. 7.5.3 Variáveis Hemodinâmicas - Resultados 7.5.3.1 Sem o uso de placebo ou sildenafila Os dados relativos às variáveis hemodinâmicas estão apresentados na tabela 23. Os resultados apontam que a pressão arterial sistólica (PAS) dos animais sedentários expostos à sildenafila foi significantemente maior quando comparados aos animais tratados com placebo. Nos animais treinados a sildenafila contribuiu significantemente para aumentar a PAS quando comparados com os animais tratados com placebo. Os animais treinados tratados com placebo apresentaram significantemente uma PAS menor que os animais sedentários tratados com 105 sildenafila, ou seja, ser sedentário ou ser treinado não afetou a PAS mas o uso de sildenafila, tanto nos animais sedentários quanto nos treinados, contribuiu para aumentar a PAS dos ratos. Tabela 23: Variáveis hemodinâmicas avaliadas SEM o uso de Sildenafila ou Placebo nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (SS, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (TS, n=12). S SS T TS PAS (mmHg) 128±4 153±5* 116±3† 148±1*‡ PAD (mmHg) 95±5 100±5 87±4 102±1‡ PAM (mmHg) 109±6 126±4 104±5† 123±1‡ FC (bpm) 340±7 312±6 310±9* 318±5 RT (bpm/mmHg) 2,10±0,09 2,05±0,08 2,52±0,08*† 2,71±0,07*† RB (bpm/mmHg) -1,43±0,12 -1,62±0,31 -2,07±0,14*† -2,08±0,30*† Os valores representam média ± EPM. PAS – pressão arterial sistólica; PAD – pressão arterial diastólica; PAM – pressão arterial média; FC – frequência cardíaca; RT – resposta taquicárdica; RB – resposta bradicárdica . * P<0,05 vs. S; † P<0,05 vs. SS; ‡ P<0,05 vs. T. Diferentemente da PAS, a pressão arterial diastólica (PAD) não foi alterada significantemente em animais sedentários, independente de terem sido tratados com placebo ou sildenafila. Nos animais treinados a PAD foi significantemente maior nos animais tratados com sildenafila. Ao analisar a pressão arterial média (PAM) verificou-se que entre os animais sedentários, o uso do placebo ou da sildenafila não altera significantemente a PAM dos animais, no entanto, entre os animais treinados a sildenafila contribui significantemente para o aumento da PAM quando comparados ao placebo. 106 A frequência cardíaca (FC) não foi alterada nos animais sedentários tanto pelo uso do placebo quanto pelo uso da sildenafila, entretanto nos animais treinados expostos ao placebo a FC foi significantemente menor que a FC dos animais sedentários expostos ao placebo. A administração de sildenafila não influenciou na FC dos animais. Tanto na resposta taquicárdica (RT) quanto na resposta bradicárdica (RB), o uso da sildenafila não apresentou interferência significante, no entanto o treinamento contribuiu para um aumento significante nas respostas. 7.5.3.2 Com o uso de placebo ou sildenafila Os dados relativos às variáveis hemodinâmicas estão apresentados na tabela 24. Os resultados apontam que a pressão arterial sistólica (PAS) dos animais sedentários expostos à sildenafila foi significantemente maior quando comparados aos animais tratados com placebo. Nos animais treinados, a sildenafila contribuiu significantemente para aumentar a PAS quando comparados aos animais tratados com placebo. Os animais treinados tratados com placebo apresentaram significantemente uma PAS menor que os animais sedentários tratados com sildenafila, ou seja, ser sedentário ou ser treinado não afetou a PAS mas o uso de sildenafila, tanto nos animais sedentários quanto nos treinados, contribuiu para aumentar a PAS dos ratos. Nos animais sedentários a pressão arterial diastólica (PAD) aumentou significantemente em animais tratados com sildenafila quando comparada aos animais expostos ao placebo. Nos animais treinados a PAD foi significantemente maior nos animais tratados com sildenafila. Os animais treinados expostos à sildenafila PAD significantemente maior que os animais sedentários expostos ao placebo. Ao analisar a pressão arterial média (PAM) verificou-se que, entre os animais sedentários, o uso da sildenafila aumentou significantemente a PAM quando comparado aos animais expostos ao placebo. Entre os animais treinados a sildenafila contribui significantemente para o aumento da PAM quando comparados ao placebo. A PAM dos animais treinados expostos a sildenafila é significantemente maior que a PAM dos animais sedentários expostos ao placebo. 107 Tabela 24: Variáveis hemodinâmicas avaliadas COM o uso de Sildenafila ( 1,5 mg/Kg) ou Placebo nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (SS, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (TS, n=12). S SS T TS PAS (mmHg) 125±6 148±5* 119±4† 152±2*‡ PAD (mmHg) 89±4 108±3* 85±6† 109±2*‡ PAM (mmHg) 107±7 127±3* 102±4† 128±2*‡ FC (bpm) 348±6 349±8 317±5*† 351±7‡ RT (bpm/mmHg) 2,23±0,09 2,11±0,06 2,64±0,07*† 2,42±0,08† RB (bpm/mmHg) -1,52±0,13 -1,62±0,20 -2,15±0,12* -1,94±0,16 Os valores representam média ± EPM. PAS – pressão arterial sistólica; PAD – pressão arterial diastólica; PAM – pressão arterial média; FC – frequência cardíaca; RT – resposta taquicárdica; RB – resposta bradicárdica . * P<0,05 vs. S; † P<0,05 vs. SS; ‡ P<0,05 vs. T. A frequência cardíaca (FC) não foi alterada nos animais sedentários tanto pelo uso do placebo quanto pelo uso da sildenafila. Entretanto, nos animais treinados expostos a sildenafila, a FC foi significantemente maior que a FC dos animais expostos ao placebo. A FC dos animais treinados expostos ao placebo foi significantemente menor que a FC dos animais sedentários expostos ao placebo. A resposta taquicárdica (RT) nos animais treinados foi aumentada significativamente com o uso da sildenafila quando comparado ao uso do placebo. A resposta bradicárdica (RB) não foi influenciada pelo uso da sildenafila tanto em animais sedentários quanto em animais treinados, no entanto o uso do placebo nos animais treinados contribuiu para um aumento da RB quando comparados aos animais sedentários expostos ao placebo. Com a administração da sildenafila a RT e a RB apresentaram resultados diferentes. 108 7.5.4 Modulação Autonômica - Resultados 7.5.4.1 Sem o uso de placebo ou sildenafila Os resultados da avaliação da modulação autonômica cardiovascular sem o uso de placebo ou sildenafila estão apresentados na Tabela 25. Quanto à variabilidade do intervalo de pulso (IP), a variância do intervalo de pulso (Var IP) nos animais treinados aumentou significantemente quando comparados aos animais sedentários, independentemente de terem sido expostos ao placebo ou fármaco. Quanto à raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre os intervalos RR normais adjacentes (RMSSD), pode-se afirmar que somente nos animais sedentários expostos ao placebo a RMSSD apresentou valores significantemente menores que em todos os outros grupos de animais. Na banda de baixa frequência (BF) não foi verificada diferença significante nos grupos testados, mas quando os valores foram convertidos em porcentagem, o grupo de animais treinados expostos à sildenafila apresentou valores significantemente menores que os grupos dos animais sedentários expostos ao fármaco. Na banda de alta frequência (AF), o grupo de animais treinados expostos à sildenafila apresentou valores significantemente maiores que os grupo dos animais sedentários expostos ao placebo, mas quando os valores foram convertidos em porcentagem, a diferença deixou de ser evidenciada. Ao processarmos a relação entre BF e AF (BF/AF) não se verifica diferenças significantes entre os grupos. 109 Tabela 25: Modulação autonômica cardiovascular SEM o uso de Sildenafila ou Placebo nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (S Sil, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (T Sil, n=12). S S Sil T T Sil 80±5 78±6 112±5*† 115±10*† RMSSD (ms2) 5,5±0,2 8,1±0,6* 7,8±0,8* 7,9±0,3* BF (ms2) 5,3±1,1 9,2±1,6 5,9±0,9 7,9±1,1 BF (%) 19,8±2,8 29,7±3,1 20,5±3,3 15,3±2,2† AF (ms2) 12,3±1,1 21,4±3,3 17,2±2,1 21,8±2,2* AF (%) 75,9±3,9 70,2±3,1 65,9±4,1 69,5±3,9 BF/AF 0,46±0,02 0,44±0,07 0,37±0,03 0,38±0,08 29±4 35±4 33±3 37±4 4,0±0,9 10,4±1,1* 3,8±0,7† 8,1±0,8*‡ 0,92±0,05 0,93±0,04 1,15±0,07 1,02±0,07 Variabilidade do IP Var IP (ms) Variabilidade da PAS Var PAS (mmHg2) BF (mmHg2) Índice α (ms/mmHg) Os valores representam média ± EPM. IP – intervalo de pulso; Var IP – variância do intervalo de pulso; RMSSD - raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre os intervalos RR normais adjacentes; BF – banda de baixa frequência; AF – banda de alta frequência; PAS – pressão arterial sistólica; Var PAS – variância da pressão arterial sistólica; Índice α – representativo do barorreflexo espontâneo. * P<0,05 vs. S; † P<0,05 vs. SS; ‡ P<0,05 vs. T. Quanto à Variabilidade da Pressão Arterial Sistólica, a variância da pressão arterial sistólica (Var PAS) e o Índice α – representativo do barorreflexo espontâneo (Índice α) não apresentaram diferenças significativas entre os grupos testados. No entanto, a BF dos animais sedentários foi significantemente maior nos animais expostos à sildenafila. Nos animais treinados expostos ao placebo, a BF foi significantemente menor que os animais sedentários 110 expostos ao placebo e nos animais treinados expostos à sildenafila BF foi significantemente maior que a BF dos animais sedentários e treinados expostos ao placebo. 7.5.4.2 Com o uso de placebo ou sildenafila Os resultados da avaliação da modulação autonômica cardiovascular com o uso de sildenafila ou placebo estão apresentados na tabela 26. Quanto à variabilidade do intervalo de pulso, a variância do intervalo de pulso Var IP nos animais treinados aumentou significantemente quando comparados aos animais sedentários, independentemente de terem sido expostos ao placebo ou fármaco. Quanto à raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre os intervalos RR normais adjacentes (RMSSD), não foram evidenciadas diferenças significativas entre os grupos testados. Na banda de baixa frequência (BF) nos animais sedentários expostos à sildenafila a BF foi significantemente maior nos animais sedentários expostos ao placebo. Nos animais treinados a sildenafila não interferiu na resposta, no entanto é evidenciado uma grande redução na resposta quando comparados os animais treinados expostos ao placebo aos animais sedentários expostos à sildenafila. Quando os valores foram convertidos em porcentagem, o grupo de animais treinados expostos ao placebo apresentou valores significantemente menores que os grupos dos animais sedentários expostos ao placebo e ao fármaco. Na banda de alta frequência (AF), o grupo de animais treinados expostos à sildenafila apresentou valores significantemente maiores que os grupo dos animais sedentários expostos ao placebo e ao fármaco. Quando os valores foram convertidos em porcentagem, o grupo de animais treinados expostos ao placebo apresentou valores significantemente maiores que os grupo dos animais sedentários expostos ao placebo e ao fármaco. Ao processarmos a relação entre BF e AF (BF/AF) nos animais sedentários a administração de sildenafila contribuiu para o aumento na relação BF/AF e, os grupos de 111 animais treinados expostos ao placebo e ao fármaco apresentaram uma relação BF/AF significantemente menor que os animais do grupo sedentários expostos à sildenafila e ao placebo. Tabela 26: Modulação autonômica cardiovascular COM o uso de Sildenafila ou Placebo nos grupos Sedentário + Placebo (S, n=8), Sedentário + Sildenafila (SS, n=8), Treinado + Placebo (T, n=10) e Treinado + Sildenafila (TS, n=12). S SS T TS 77±6 57±6 110±4*† 115±10*† RMSSD (ms2) 5,3±0,5 5,7±0,3 7,3±0,6 7,6±0,9 BF (ms2) 5,9±2,2 16,7±3,0* 6,5±1,3† 13,2±2,2 BF (%) 47±5 50±4 27±4*† 40±5 AF (ms2) 10,1±0,9 11,9±1,6 18,5±2,1 25,8±5,0*† AF (%) 48±6 49±4 68±3*† 57±4 BF/AF 0,61±0,06 1,44±0,11* 0,34±0,07† 0,53±0,08† 33±5 55±8 30±2† 37±7 5,1±0,5 44,2±5,1* 4,4±0,3† 13,5±2,0†‡ 0,81±0,02 0,48±0,07* 0,92±0,04† 0,88±0,08† Variabilidade do IP Var IP (ms) Variabilidade da PAS Var PAS (mmHg2) BF (mmHg2) Índice α (ms/mmHg) Os valores representam média ± EPM. IP – intervalo de pulso; Var IP – variância do intervalo de pulso; RMSSD - raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre os intervalos RR normais adjacentes; BF – banda de baixa frequência; AF – banda de alta frequência; PAS – pressão arterial sistólica; Var PAS – variância da pressão arterial sistólica; Índice α – representativo do barorreflexo espontâneo. * P<0,05 vs. S; † P<0,05 vs. SS; ‡ P<0,05 vs. T. Quanto à Variabilidade da Pressão Arterial Sistólica, a variância da pressão arterial sistólica (Var PAS) dos animais treinados expostos ao placebo foi significantemente menor que nos animais sedentários expostos ao fármaco. 112 A BF dos animais sedentários foi significantemente maior nos animais expostos à sildenafila e nos animais treinados expostos ao placebo, a BF foi significantemente menor que os animais sedentários expostos à sildenafila. Nos animais treinados expostos à sildenafila a BF foi significantemente maior que a BF dos animais sedentários e treinados expostos ao placebo. O Índice α dos animais sedentários expostos ao fármaco foi significantemente menor que nos animais expostos ao placebo e, nos animais treinados expostos ao placebo e ao fármaco o Índice α foi significantemente maior que nos animais sedentários expostos à sildenafila. 7.5.5 Variáveis Hemodinâmicas e Modulação Autonômica - Discussão O exercício físico promove benefícios tanto na redução da pressão arterial quanto na modulação autonômica cardiovascular, pois promove redução da pressão arterial pósexercício em relação aos níveis pré-exercício (HALLIWILL, 2001; PESCATELLO et al., 2004). Cabe ressaltar que o efeito protetor do exercício físico também está associado à redução dos fatores de risco cardiovasculares e à menor morbimortalidade, quando comparadas pessoas ativas com indivíduos de menor aptidão física, o que explica a recomendação deste na prevenção primária e no tratamento da hipertensão (FAGARD, 2006; MYERS et al., 2002; NOGUEIRA et al., 2010). O sistema nervoso autônomo é um importante neuromodulador dos sistemas cardiovascular e metabólico em humanos, permitindo que o sistema nervoso central mantenha a homeostase diante das alterações, tanto agudas quanto crônicas, em estados fisiológicos e patológicos. O sistema nervoso autonômico influencia tônica e reflexamente o sistema cardiovascular, uma vez que tanto a noradrenalina quanto a acetilcolina liberadas no coração modificam o débito cardíaco, por alterar a força de contração das fibras miocárdicas, bem como a FC. Nos vasos de resistência da circulação sistêmica, a liberação de noradrenalina modifica o estado contrátil do músculo liso vascular e, assim, a resistência vascular periférica (DAVID ROBERTSON, 2004; MOSTARDA, C; et al., 2009). A FC é controlada primariamente pela atividade direta do Sistema Nervoso Autônomo, por meio dos seus ramos simpático e parassimpático sobre a auto-ritmicidade do nódulo sinusal, com predominância vagal (parassimpática) em repouso, que é progressivamente 113 inibida com o exercício e simpática quando do posterior incremento da intensidade do esforço (ALMEIDA; ARAÚJO, 2003; EKBLOM; HERMANSEN, 1968). Nos primeiros quatro segundos do exercício físico, ocorre um aumento da FC quase que exclusivamente mediado pela inibição vagal sem participação vagal expressiva, em parte decorrente dos diferentes tempos de latência do simpático e do parassimpático a esse estresse fisiológico, o exercício físico (ALMEIDA; ARAÚJO, 2003)(EKBLOM; HERMANSEN, 1968). O treinamento aeróbio tende a proporcionar melhoras no consumo máximo de oxigênio (ALMEIDA; ARAÚJO, 2003; BLOMQVIST; SALTIN, 1983; SEALS; CHASE, 1989) provocadas, pelo menos em parte, por um aumento do débito cardíaco, principalmente à custa de um aumento do volume sistólico. Já a FC máxima não tende a se alterar, enquanto valores menores podem ser vistos em repouso e, principalmente, durante um exercício submáximo (FOX et al., 1975), provavelmente relacionados a mecanismos como aumento do retorno venoso e da contratilidade miocárdica (YOSHIGA; HIGUCHI, 2002). As adaptações no comportamento da FC advindas do treinamento físico, especialmente o aeróbico, podem ser decorrentes de modificações no balanço simpático-vagal ou mesmo de adaptações intrínsecas como melhora no sistema de condução atrioventricular (STEIN et al., 2000). Uma única sessão de exercício físico provoca diminuição na pressão arterial no período pós-exercício e essa queda perdura por 24 horas, tendo, portanto, importância clínica. Essa diminuição da pressão arterial está diretamente relacionada à duração do exercício físico, mas não à sua intensidade (NEGRÃO; URBANA; RONDON, 2001). O treinamento físico de baixa intensidade (~50% a 55% do consumo de oxigênio de pico) provoca atenuação na hipertensão arterial, tanto em ratos espontaneamente hipertensos como em pacientes hipertensos. No rato espontaneamente hipertenso, o treinamento físico melhora o controle barorreflexo (KRIEGER; BRUM; NEGRÃO, 1999), o que é decorrente de uma maior sensibilidade do nervo depressor aórtico. Essa melhora no controle barorreflexo pode estar associada à atenuação do tônus simpático no coração que determina a diminuição da frequência cardíaca de repouso. Essa alteração no cronotropismo cardíaco de repouso tem grande importância, porque reduz o débito cardíaco e, em consequência, a pressão arterial, em ratos espontaneamente hipertensos (NEGRÃO; URBANA; RONDON, 2001). 114 Vários são os métodos invasivos e não invasivos utilizados para avaliar a função autonômica, tanto em seres humanos quanto em animais de experimentação. Entre eles, a medida das catecolaminas, a microneurografia, a sensibilidade barorreflexa, a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e da pressão arterial (VPA) nos domínios do tempo e da frequência (análise espectral) podem ser considerados os mais utilizados. O estudo no domínio da frequência ou a análise espectral têm alcançado considerável interesse por ser método não invasivo que estima atividade neural e não neural por meio de oscilações a curto e longo prazos da PA e da FC. Por intermédio da análise espectral é possível “separar” um sinal em seus componentes frequenciais e quantificar a potência desses componentes (MOSTARDA, CRISTIANO; WICHI; et al., 2009) Estudos clínicos e experimentais têm demonstrado que o componente espectral de alta frequência (AF) da VFC reflete a modulação parassimpática, enquanto o componente de baixa frequência (BF) corresponde, principalmente, à modulação simpática, embora com a presença de um componente parassimpático (MALLIANI et al., 1991). Além disso, o componente de BF da VPA reflete também a modulação simpática, dessa vez para o vaso. Adicionalmente, o controle da PA, por meio do barorreflexo, modulando a atividade do sistema nervoso simpático e parassimpático para o coração e vasos, parece estar envolvido na gênese dos diversos componentes da VPA e da FC (MOSTARDA, CRISTIANO; WICHI; et al., 2009). Comparando os resultados apresentados nas avaliações hemodinâmicas no primeiro momento (sem a adição de placebo ou sildenafila) com o segundo momento (com a adição de placebo ou sildenafila 1 hora antes da avaliação), é possível verificar que o aumento da PAS nos animais treinados ou sedentários que foram expostos por um tempo prolongado ao fármaco independe da presença do fármaco na corrente sanguínea, ou seja, a sildenafila, possivelmente promoveu uma alteração no organismo dos ratos, capaz de aumentar a pressão arterial sistólica dos animais, independentemente da presença do fármaco no momento da avaliação hemodinâmica. O mesmo padrão foi percebido na PAD dos animais treinados, no entanto, nos animais sedentários, a sildenafila aumentou a PAD somente no segundo momento. A PAM, no primeiro momento, não foi afetada nos animais sedentários, mas no segundo momento, a sildenafila contribuiu para o aumento da PAM. Entretanto, nos dois momentos, em animais treinados a sildenafila aumentou a PAM. 115 De uma maneira geral, era de se esperar que durante a ação da sildenafila no organismo ocorresse uma diminuição pressão arterial dos animais, visto que a sildenafila promove vasodilatação. A FC, no primeiro momento, não foi alterada nos animais sedentários tanto pelo uso do placebo quanto pelo uso da sildenafila. Todavia, nos animais treinados expostos ao placebo, a FC foi significantemente menor que a FC dos animais sedentários expostos ao placebo. No segundo momento, a FC nos animais treinados expostos à sildenafila foi maior que a FC dos animais expostos ao placebo, ou seja, a presença da sildenafila aumenta a FC somente em animais treinados. A relação entre a sildenafila e o sistema cardiovascular tem sido investigada em diversos estudos. Alguns dados disponíveis na literatura existem acerca dos efeitos hemodinâmicos da sildenafila e indicam uma ligeira diminuição da pressão arterial e nenhuma alteração na frequência cardíaca. Entretanto, estudos mais detalhados dos efeitos circulatórios neurais da sildenafila eram escassos, ainda mais sobre o sistema nervoso simpático. PHILLIPS et al., (2000), num ensaio randomizado duplo-cego cruzado, avaliaram o efeito da sildenafila na hemodinâmica e tráfego do simpático em repouso e durante condições estressantes e encontraram que a sildenafila provocou um aumento na atividade simpática. O referido aumento foi constatado pelos registros da atividade nervosa simpática muscular e pelos níveis de catecolamina no plasma. Foi relatado que a ativação simpática foi seletiva para a unidade simpática vascular, pois a frequência cardíaca não se alterou e as ligeiras alterações na pressão arterial, frequência cardíaca ou pressão venosa central sugeriram que as respostas barorreflexas arteriais e cardiopulmonares isoladas não explicavam a excitação simpática. Assim, ficou reforçada a possibilidade de que existia uma interação entre a modulação do óxido nítrico e a ativação do simpático. Esta hipótese de que a ativação simpática central é induzida pela PDE-5 pode ser reforçada pelo fato de que a sidenafila atravessa a barreira hemato-encefálica e a PDE-5 é encontrada no cérebro, ou seja, a inibição da PDE-5 pela sildenafila é possível de acontecer no SNC (VOBIG, 2016). Um outro estudo, mais recente, desenvolvido por DOPP et al., (2013) revelou que a sildenafila aumenta significativamente as concentrações plasmáticas de norepinefrina, confirmando as afirmações de PHILLIPS et al., (2000). Uma correlação positiva observada entre as concentrações plasmáticas de norepinefrina e a vasodilatação promovida pela infusão de fentolamina forneceu suporte 116 adicional para essa ideia e sugeriu que a ativação simpática induzida pela PDE-5 foi direcionada para o sistema vascular. O aumento do tônus vascular simpático após a inibição da PDE-5 não pode ser explicado pelas diferenças na sensibilidade dos alfa-receptores porque respostas à NE intra-arterial foram similares após a administração da sildenafila e do placebo (DOPP et al., 2013). Nesse estudo ficou notória a ativação simpática após a administração aguda de um inibidor da PDE-5, mas levantou uma dúvida se a inibição da PDE-5 manteria a ativação simpática caso o uso da sildenafila fosse crônico. O nosso experimento avaliou o efeito do uso prolongado da sildenafila e, os efeitos hemodinâmicos e autonômicos encontrados reforçaram a ideia de que a inibição da PDE-5 leva a uma ativação simpática central e, associando com os resultados do experimento discutido no capítulo anterior, que sugeriu que o aumento da atividade motora estivesse relacionada à ativação do núcleo accumbens, fica reforçada a afirmativa de que a sildenafila de fato desempenha sua ação em nível central. Analisando os resultados apresentados no presente estudo, podemos sugerir que os grupos de animais treinados que foram expostos à sildenafila durante os 60 dias do treinamento físico, foram expostos à ação vasodilatadora do fármaco e, consequentemente, essa vasodilatação constante levou a um aumento na frequência cardíaca e nos níveis de norepinefrina e dopamina circulantes. Os níveis elevados desses neurotransmissores podem ter induzido as células a expressarem mais receptores para essas substâncias como resultado de uma tolerância dinâmica. Como os ensaios de esforço físico aconteceram após um período de wash out , é possível que o período sem o fármaco no organismo tenha desencadeado no animal um aumento na pressão arterial e aumento na frequência cardíaca, tanto no primeiro momento (sem sildenafila) quanto no segundo momento (com sildenafila) em função do aumento da modulação simpática para a periferia. Ao extrapolarmos esses dados para atletas, podemos sugerir que, caso a sildenafila seja utilizada durante um período prolongado de tempo pelos atletas, poderá ocorrer um aumento na capacidade física dos indivíduos, porém à custa de um aumento da modulação simpática para a periferia e, provavelmente por uma resposta pressórica exacerbada, ficando a ressalva de que tal comportamento pode promover picos hipertensivos em atletas tornando-os suscetíveis à eventos cardiovasculares indesejáveis durante uma prova ou competição. 117 7.6 Conclusão O presente trabalho descreve pela primeira vez a influência da administração oral prolongada de sildenafila sobre a capacidade física, sobre o sistema cardiovascular e sobre a modulação autonômica de ratos treinados. Os principais achados do presente estudo foram: 1) A administração oral prolongada de sildenafila (1,5 mg/Kg) por 60 dias não influencia no ganho de peso nem de animais treinados e nem de animais sedentários, ou seja, o uso prolongado da sildenafila (60 dias) não interfere no peso corpóreo dos animais; 2) Quanto à influência da administração oral de 1,5 mg/Kg de sildenafila sobre a capacidade física dos animais é possível afirmar que a sildenafila, em animais sedentários, não apresenta nenhuma influência significante. Entretanto, em animais treinados, a sildenafila melhora significantemente a capacidade física dos animais; 3) A sildenafila contribui significantemente para o aumento da capacidade aeróbica nos ratos. O referido aumento foi superior ao aumento causado pelo treinamento per se. No entanto, a administração prolongada ao fármaco conduziu a um aumento da pressão arterial de repouso, possivelmente associada à elevação da modulação simpática vascular. Extrapolando para as competições esportivas, nossos resultados possibilitam inferir que o uso prolongado de sildenafila por atletas, pode melhorar a capacidade aeróbica dos mesmos, possibilitando um melhor rendimento na competição, ficando a ressalva de que tal comportamento pode promover elevação dos níveis pressóricos em atletas, tornando-os suscetíveis a eventos cardiovasculares indesejáveis durante uma prova ou competição. 118 Considerações Finais As contribuições do presente trabalho, de uma maneira geral foram: Desenvolver e validar um método por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, simples, rápido, específico, linear, preciso e exato para identificar e quantificar sildenafila em plasma de ratos. Conhecer os parâmetros farmacocinéticos da sildenafila administrada pela via oral a ratos machos saudáveis. O fármaco apresentou uma rápida absorção, atingindo a Concentração Máxima – Cmax de 6,4121 m µg/mL em um tmax de 40 min. O volume de distribuição foi de 1,93 mL, indicando uma alta ligação às proteínas plasmáticas. O clearance ou depuração calculado foi de 1,36 horas e a Área Sob a Curva foi de 801,21, em consequência ao tempo de meia-vida calculado foi de 88,8 min (1,48 h). Concluir que a dose de 1,5 mg/Kg de sildenafila, no comportamento de ratos, promoveu aumento da atividade motora e impediu a habituação dos animais além de promover efeito ansiogênico e estimulante motor sugerida por efeitos motores e não efeitos emocionais. Concluir que a sildenafila não interfere no peso corpóreo dos animais, mas o uso prolongado em doses orais diárias de 1,5 mg/Kg em animais sedentários não apresenta nenhuma influência significante. Todavia, em animais treinados, a sildenafila melhora significantemente a capacidade física dos animais. O fármaco também contribui significantemente no aumento da capacidade aeróbica nos ratos, no entanto, a administração prolongada do fármaco conduziu a um aumento da pressão arterial de repouso, possivelmente associada à elevação da modulação simpática vascular. Assim, ao extrapolar para as competições esportivas, nossos resultados possibilitam inferir que o uso prolongado de sildenafila por atletas, pode melhorar a capacidade aeróbica dos mesmos, possibilitando um melhor rendimento na competição, ficando a ressalva de que tal comportamento pode promover elevação dos níveis pressóricos em atletas, tornandoos suscetíveis a eventos cardiovasculares indesejáveis durante uma prova ou competição. 119 Referências Bibliográficas ABBOTT, D et al. Preclinical safety profile of sildenafil. International journal of impotence research, v. 16, n. 6, p. 498–504, dez. 2004. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15057260>. Acesso em: 24 abr. 2013. ADAMS, Volker et al. 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