UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA MATERIAL DIDÁTICO PARA A DISCIPLINA DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA PROF: PAULO S. DE J. GAMA 1 2 BIBLIOGRAFIA BÁSICA; 1-Electric Power Distribution System Engineering,2nd Ed, Turan Gönen, (CRC Press) CRCPressTandF·140 vídeos Inscrever-seInscritoCancelar inscrição 2: 3: 2 3 UNIDADE 1 : CARGA E DEMANDA O abastecimento energético recebido pelos consumidoresa das concessionárias é a última etapa de um processo que se inicia com a produção de energia pelas usinas geradoras, passa pelos sistemas de transmissão e de distribuição e chega ao seu destino final que são os consumidores . Nas figuras de 1.1 a a 1.1 d mostramos aspectos técnicos e estruturais destes sistemas. Figura 1.1 a1 - Estrutura básica de um sistema elétrico. 3 4 Figura 1.1 a2 - Estrutura básica de um sistema elétrico 4 5 Figura 1.1 b - Estrutura tradicional de uma rede de energia elétrica. [Fonte: Aneel]. Classificação: Acima de 765 kV (UAT) 230kV<V≤765kV (EAT) 35 kV <V≤ 230kV (AT) 1 kV<V≤ 35 kV (MT) 5 6 V ≤ 1000 V (BT) Figura 1.1.c Faixas de tensão de sistemas elétricos Distribuição (13,8 kV) (132 ou 230 kV) G Geração (13,8 kV) Transmissão Distribuição Fig. 1.1- d- Diagrama unifilar de um sistema elétrico De uma forma geral podemos representar o sistema por DIAGRAMA DE BLOCOS . como mostramos abaixo: ENERGIA PRIMÁRIA ► Hidráulica ► Térmica ► Nuclear ► Etc. Geração ENERGIA ELÉTRICA ► Tensão de Geração ► Transformação. Tensão de Transmissão para ► Transmissão Consumidores em tensão de transmissão ENERGIA ELÉTRICA Transformação da tensão de transmissão para a tensão de sub-transmissão. Distribuição Consumidores em tensão de subtransmissão Consumidores em tensão primária Consumidores em tensão baixa tensão 6 7 CONSIDERAÇÕES GERAIS : Os consumidores solicitam o sistema de potencia através de sua carga, que pode ser associada à potencia ativa, reativa ou aparente, ou mesmo à corrente de cada usuário de sistema. Constituindo o objetivo final de todo sistema de potencia, a carga exige uma caracterização suficientemente detalhada para fornecer subsídios a todo dimensionamento do sistema quer no aspecto operacional de uma rede existente, quer no planejamento de um sistema futuro. As cargas são classificadas conforme vários critérios (localização geográfica, finalidade, continuidade de atendimento exigido, etc.) além de serem caracterizadas por fatores que quantificam propriedades que influem na concepção e geração de sistema elétrico que as suprem. O conhecimento da grandeza e característica da carga está sempre voltada para o futuro, pois tanto a geração, como o planejamento do sistema pressupõe o quanto a rede será solicitada, definindo apenas no período de antecipação: Na operação: semanas, dias, horas ou minutos No planejamento: meses ou anos Em ambos os casos são aplicados técnicas estatísticas de previsão que conjugados com resultados de medições fazem com que se atinja o objetivo almejado. Como em qualquer tratamento estatístico a previsão de carga em termos de cidades apresenta um índice de certeza muito maior que a nível de ruas ou mesmo de bairros. Este fator influi nas tolerâncias presentes no sistema elétrico resultando uma reserva diferente nos diversos estágios da rede. É interessante notar que este fator corresponde de maneira inversa à confiabilidade exigida, por exemplo; uma linha de transmissão exige uma alta confiabilidade, mas por outro lado a previsão de seu carregamento é preciso quando comparado com uma rede secundaria de distribuição cuja previsão de carga é bem menos rigorosa. 7 8 Tipos de carga: Usualmente as cargas são classificadas segundo quatro critérios: a) Localização geográfica b) Finalidade para o qual se destina c) Sensibilidade d) Efeito sobre o sistema A) LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA De acordo com a zona de atendimento, tensão Central – Urbana – Suburbana – Rural – Etc. B) FINALIDADE PARA A QUAL SE DESTINA Residencial – comercial – industrial – poderes públicos -serviços públicos – iluminação pública – próprio de concessionária – rural. C) SENSIBILIDADE A interrupção no fornecimento de energia causa: a) Para a concessionária Perda de receita Imagem da empresa é afetada de modo negativo b) Para o consumidor Prejuízo direto devido à suspensão temporária das atividades que necessitam de luz e força para sua realização. Danos indiretos advinhos da interrupção de um processo que se encontrava em um adiantado estágio de evolução no momento de falta de energia, ocasionando-se com isso perda de produção, matéria prima, etc. ex: fábrica de cimento, processamento de dados, etc. As conseqüências para as concessionárias e os prejuízos diretos são comuns a todas interrupções enquanto os danos indiretos podem existir em vários graus, 8 9 quando a classificação das cargas por critérios de sensibilidade que define três grupos de cargas: Normais – quando ocorrem apenas os prejuízos na imagem e na receita da empresa e danos diretos. Semi-sensíveis – quando existem danos indiretos além daqueles relativos a cargas normais. Sensível – quando os prejuízos indiretos são bastante elevados. c) Efeitos sobre o sistema: As cargas podem causar perturbações ao sistema, conforme sejam sua conexão e seu comportamento no ciclo de trabalho. Assim, quanto à conexão elas podem ser: Monofásicas Trifásicas Bifásicas Monofásicas a três fios E quanto ao ciclo de trabalho elas agrupam-se em: Transitórios cíclicas Transitórios acíclicas Alguns autores designam por cargas especiais aquelas que causam perturbações no sistema. Um exemplo típico é constituído por um forno monofásico de grande porte conectado a um sistema trifásico. Curvas de carga diária típica para as diferentes categorias. Carga Residencial Típica 9 10 Carga Comercial : Carga de iluminação pública Carga T (h) 3 6 9 12 15 18 21 24 10 11 Um sistema de distribuição é composto pela associação dos diversos tipos de categorias ,consequentemente a curva de carga para o sistema distribuidor será a composição ponto a ponto das curvas de cargas constituintes do sistema. Carga ou Potência Instalada; Carga ou potência instalada é a soma das potencias nominais de todos os aparelhos elétricos ligados em uma instalação ou sistema. Entende-se por potencia nominal aquela escrita na placa do aparelho ou máquina. Demanda: As máquinas e aparelhos nem sempre absorvem a sua potencia nominal, por exemplo uma lâmpada incandescente absorve menor potencia se o valor da tensão for menor, que a tensão nominal que alimenta e , inversamente, se a tensão for maior que a nominal,com isso o valor da carga solicitado poderá ser diferente que o valor nominal . Performances diferentes são apresentados para os diversos tipos de equipamentos elétricos, logo um sistema que alimenta um conjunto de cargas “enxerga” uma potencia alimentada que não é a potencia instalada dos sistema, e esta potencia chamamos de demanda ou “potencia demandada”. A demanda representa a carga realmente absorvida por um aparelho ou sistema de uma dada potencia nominal em um determinado tempo. A demanda é, portanto, uma carga média, apresentando a solicitação exigida em um dado aparelho ou máquina elétrica durante certo tempo, a este intervalo de tempo denominamos intervalo de demanda. Demanda de um consumidor, sistema ou instalação: é a carga média absorvida durante um intervalo de tempo especificado. O intervalo de tempo padronizado no Brasil é de 15 minutos. 11 12 demanda inst. 15 min Unidade de demanda; W, VA, Amp. . tempo Curva de demanda (D=D (t)): é a curva que associa as demandas com os tempos correspondentes, num período especificado. Quando o período é um dia, obtêm-se a curva diária de carga. carga Demanda Inst. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 t(h) A energia é calculada pela soma de todos os degraus de demanda pela expressão : 12 13 Demanda máxima: é a maior demanda ocorrida num período especificado. Nota-se que a demanda máxima além de ser função do período especificado, também o é do “intervalo de demanda” adotado. Demanda instantânea: é o valor da demanda quando o intervalo de demanda tende a zero. Demanda média: é a média aritmética das demandas em um intervalo de tempo especificado. Como em qualquer ocasião que se considera “demanda” devese sempre ter estabelecido o intervalo de demanda para se definir uma “demanda média”. A demanda media Dm é calculada em um dado período dividindo-se a energia total consumida pelo período considerado. Portanto para um intervalo Tn,temos: Dm= E / TN,onde: Demanda diversificada e demanda máxima não coincidente de um conjunto de cargas – considerando um conjunto de cargas com diferentes “curvas de cargas” nota-se que as demandas máximas das curvas não ocorrem, em geral no mesmo instante.A figura a seguir caracteriza esta situação onde temos três cargas A, B e C respectivamente. 13 14 Portanto a demanda máxima do conjunto normalmente não é a soma das demandas máximas individuais. Isto leva a de definir: Demanda máxima diversificada - do conjunto como sendo a relação entre a soma das demandas de cada carga, no instante que ocorre a demanda máxima do conjunto, e o número de cargas. Quando se consideram outros instantes, que não do momento da máxima do conjunto essa relação denomina- se simplesmente de demanda diversificada. (vide figura abaixo:). FATORES QUE CARACTERIZAM A CARGA: Fator de carga (fc) demanda máxima DM, logo fc – é a relação entre a demanda média Dm e a ≤ 1. fc = Dm / DM 14 15 Fator de diversidade (fdiv) de um conjunto de cargas é a relação entre a soma das demandas máximas individuais e a demanda máxima do conjunto. Com isso: fdiv = ∑Dmaxind ∕ Dmax conj temos portanto que: fdiv ≥ 1 TM1 – instante em que ocorre a demanda máxima da carga 1 D1 (tm) D1 (t) TM TM 1 15 16 TM2 – Instante em que ocorre a demanda máxima de carga 2 DZ (t) TMZ TM Tm3 – instante em que ocorre a demanda máxima da carga 3 D3 (t) TM3 TM TM – instante em que ocorre a demanda máxima do conjunto (DM = D (TM)) do sistema. DM TM 16 17 Demanda Diversificada: Demanda máxima diversificada ( D Max div); DMax div = D ( TM ) / 3 Onde D ( TM ) = D1 ( TM ) + D2 ( TM ) + D3 ( TM ) Demanda máxima não coincidente; Dnc) = { D1 ( TM1 ) + D2 ( TM2 ) + D3 ( TM 3) } ∕ 3 Diversidade de carga ( LD) = ∑ Dmax ind. – Dmax conj. LD = (Dmax nc – Dmax div.) x N onde N é o numero de cargas Fator de coincidência (fcoi) de um conjunto de cargas: É o inverso do fator de diversidade. Fator de contribuição (fcon) de uma carga integrante de um conjunto: É a relação entre a sua demanda no instante de ocorrência de demanda máxima do conjunto e, a demanda máxima do conjunto. Este fator expressa a contribuição de cada carga na composição da demanda máxima. Fator de demanda de um sistema: é a relação entre a demanda máxima (Dm) e a capacidade instalada (Ci) ou potencia instalada, ambas nas mesmas unidades. Curva de perdas e fator de perdas: Definido um sistema e um intervalo de demanda a ele está associada uma curva de demanda. De modo análogo neste intervalo temos a curva de perdas para o sistema.A energia perdida será determinada pela área sob a referida curva.O fator de perdas fp é definido por: fp = perda media / perda máxima. 17 18 Horas equivalente para perdas: Define-se como “número de horas equivalentes” (Heq) o tempo (em horas) que o sistema deveria operar com perda máxima para produzir o mesmo valor de perda despendido durante o período (em horas), ou seja: Ep = Pm x TN Ep = PM x Heq Pm x TN = PM x Heq Como Pm = fp x PM fp x PM x TN = PM x Heq então: Heq = fp x TN UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA PROFESSOR: PAULO SÉRGIO DE JESUS GAMA Exercícios de Distribuição de Energia 18 19 1)Conceitue: fator de carga, fator de demanda e fator de diversidade. Explique a importância desses fatores para o planejamento, projeto e operação de um sistema elétrico. 2) Três consumidores residenciais, tem instalados os seguintes aparelhos: APARELHO CONS. N° 1 CONS. N° 2 CONS. N° 3 Lâmpada 100w 9 7 6 Lâmpada 60w 5 4 2* Ferro elétrico 1.000w 1* 1 1* Radio 30w 2 1* 1* Geladeira 450w 1* 1* 1* Lavadora de roupa 700w 1* 1* - Condicionador de ar 2.300w 1* 1 - Outros aparelhos 1.500w 1 1* ½ A demanda máxima do conjunto ocorre às 16 horas , e estão ligados os aparelhos marcados com *. (supondo que as máximas individuais ocorram às 16 horas). Pedem-se: a) Potencia instalada de cada consumidor b) Demanda de cada consumidor as 16 horas c) Fator de demanda de cada consumidor d) Demanda diversificada as 16 horas 3) Para o problema abaixo são dados: 19 20 Dem. média Dem. Max. Dem. (20h) 1kw 5kw 5kw 2kw (21h) 1,6kw 2kw (12h) 1kw 10kw (17h) 5kw Cons. N° 1 Cons. N° 2 Cons. N° 3 0,5kw Cons. N° 4 Fator de carga 0,15 0,25 Considerando –se que a demanda máxima do conjunto ocorre às 20 horas pedemse: a) O fator de diversidade b) O fator de carga individual e do conjunto c) A diversidade de carga d) A demanda máxima diversificada e) A demanda máxima não coincidente f) Os fatores de contribuição UNIDADE 2 :CONSTITUIÇÃO DOS SISTEMAS . DE DISTRIBUIÇÂO 2-1- Introdução Apresentamos na figura abaixo o sistema elétrico interligado que abastece o Brasil em quase a sua totalidade. 20 21 Fig 2-11 O sistema de distribuição está localizado nas proximidades dos centros de consumo,temos a sua configuração básica mostrada nos esboços a seguir : 21 22 . Fig. 2.1.2 Fig. 2.1.3 22 23 2-2-Partes componentes do Sistema de Distribuição; Como se observa o Sistema de Disteribuição é constituído estruturalmente por: 2.2.1-Subestações. 2.2.2-Redes de subtransmissão. 2.2.3-Redes de distribuiçao primária. 2.2.4-Redes de distribuiçao secundária. 2.2.1-Subestações( SE): Considerações Gerais: A finalidade principal de uma subestação, (SE), é interligar e/ou chavear linhas que operam sob tensões iguais ou diferentes, contando no segundo caso, com equipamentos que se ocupam em transformar a tensão a níveis convenientes. Em ultimo analise, a subestação promove a irradiação do fluxo de potência, de maneira conveniente para operação do sistema. Do ponto de pista de análise de sistema elétrico de potência uma SE pode ser representada por um diagrama que contém: As linhas que convergem para a SE As linhas que emergem da SE Os transformadores Os barramentos Os disjuntores As seccionadoras Os equipamentos de medição, e controle Este diagrama é denominado unifilar e a disposição dos diversos equipamentos nele apresentados, define o arranjo da SE. 23 24 O estabelecimento do diagrama do diagrama unifilar mais conveniente prende-se a uma otimização de fatores: Confiabilidade: capacidade de manter a continuidade de serviço durante operações onde haja componentes com defeito. Flexibilidade operativa: definida como sendo a possiblidade de adaptação à topologia exigida pelo sistema mediante operações simples e rápidas. Facilidade de manutenção: contar com reserva e instalações suficientes para que possa haver manutenções preventivas e corretivas com segurança, mantendo a continuidade de serviço através da operação das áreas não afetadas. Possiblidade de ampliação: em alguns casos a demanda crescente exige que haja ampliações nas SE’S, de modo que a fase final da obra deve ser realizada em plena operação da primeira. Em outros casos uma SE a plena carga deve ter sua capacidade aumentada em vista de expansões não previstas da carga. Em ambas ocasiões a SE deve contar com uma reserva para expansão tanto em termos de espaço como modulação ao esquema adotado. Isto define este fator. Custo – constituído de parcelas relativas ao custo de: Equipamentos Eletricos de alta tensão Estruturas Fundações e obras civis Movimento de terra Mão de obra para construção e montagem Equipamentos de medição, controle e proteção Rede aérea e malha de terra Cabalagem de força e controle E outros de menor relevância 24 25 Vale notar que todos os aspectos apresentados podem de maneira objetiva ou subjetiva serem expressos em termos de custo. Assim, por exemplo, a confiabilidade pode ser quantizada através do prejuízo cansado por interrupção e mediante índices de falhas pode-se associar período de interrupção a um arranjo de SE e consequentemente o seu custo. Mostramos em sequencia abaixo diversas imagens de transformadores e de subestações de distribuição: Fig 2.2.1.1 25 26 Fig 2.2.1.2 26 27 Fig 2.2.1.3 Fig 2.2.1.4 27 28 Fig 2.2.1.5 Fig 2.2.1.6 28 29 Fig 2.2.1.7 Fig 2.2.1.8 29 30 Arranjos de subestação: Normalmente os arranjos dos SE’S são classificados conforme a forma que os barramentos da SE se apresentam. Assinam os principais tipos são: Barramento simples Barramentos simples seccionado Barramento duplo Barramento principal e transferência Barramento principal e transferência e reserva Barramento em anel Barramento duplo com disjuntor e meio. Os quais passam a ser apresentados a seguir: A ordem em que foram expostos, traduzem de certa forma, uma crescente eficiência, ora com aumento da confiabilidade, ora da flexibilidade, sendo acompanhado naturalmente por acréscimos de custos. Essa tonricidade não deve ser tomada com muito rigor, pois a quantização dos aspectos envolvidos pode situar a adequabilidade de um arranjo em limites de conveniência dependendo da ponderação dos fatores em cada caso. Fig 2.2.1.9; SE com barramento simples 30 31 . A figura acima representa o primeiro tipo de arranjo que a par da sua simplicidade e economia apresenta o grande inconveniente de colocar toda a SE fora de serviço, em caso de defeito em barramento. A manutenção de qualquer dispositivo também surge como uma limitação, pois impõe que o elemento a ele associado (LT ou transformador) saia de serviço durante a manutenção. Esse esquema pode ser melhorado com o seccionamento do barramento com um seccionador ou um disjuntor, possibilitando a operação de metade de casos que no primeiro esquema se perdia toda SE, nos SE. Figura abaixo. Fig 2.2.1.10; SE com barramento simples seccionado 31 32 A duplicação do arranjo anterior constitui o tipo barramento duplo que aumenta substancialmente e flexibilidade de manobras, confiabilidade e facilidade de manutenção, conforme se pode observar na figura abaixo. Fig 2.2.1.11; SE com barramento duplo Nesse arranjo (que pode ser seccionado ou não) pode-se operar com quaisquer conjuntos de LT’s ou transformadores no barramento auxiliar, permitindo manutenção em disjuntores ou mesmo no barramento. Evidentemente o custo é muito maior que o anterior, porém consegue-se uma grande redução nesse índice em se abrindo mão de algumas facilidades desse esquema, para adotar o arranjo “barramento principal e transferência” mostrado na figura a seguir. 32 33 Fig 2.2.1.12 ; SE com barramento principal e transferencia Também nesse caso é possível a manutenção de todos disjuntores, pois o disjuntor entre os barramentos pode substituir qualquer um dos demais. O defeito em barramento implica na perda de SE, podendo ser minimizado com seccionamento (por chaves ou disjuntores) no barramento principal. ver figura a seguir; Fig 2.2.1.13 ; SE com barramento principal seccionado e transferencia A introdução no esquema anterior de um barramento de reserva, que se pode conectar através de uma seccionadora a todos os disjuntores dos bays, constitui uma facilidade de grande valia, fazendo com que o defeito em barramento seja 33 34 contornado e o seccionamento dispensado. Esse arranjo assim constituído chamase barramento principal, transferência e reserva e está apresentado na figura: Reserva Transf. Principal Fig 2.2.1.14 ; SE com barramento principal ,reserva e transferencia O barramento de reserva pode ser incorporada no de transferência, através de sua supressão e conecção das secionadoras a ele associados, com o barramento principal, como na figura. Abaixo: Fig 2.2.1.15 ; SE com barramento duplo a cinco seccionadoras 34 35 O arranjo seguinte “em anel”, reúne várias vantagens pois além de permitir manutenção em disjuntores ou até em seções de barramento com facilidade, exige apenas um disjuntor por LT ou transformador e ele conectado, traduzindo-se em um custo relativamente baixo diante de outros com mesmas facilidades. Também são permitidas várias configurações de operação, possibilitando a interconecção de LT’s ou transformadores adjacentes. O defeito em barramento é facilmente isolado neste caso, prejudicando, no entanto a linha ou transformador que estava conectado no trecho atingido. A figura a seguir apresenta esse arranjo. Fig 2.2.1.16 ; SE com barramento em anel Finalizando esta descrição dos tipos fundamentais de arranjos de SE’s vem o “barramento duplo com disjuntor e meio” que reúne quase todas as vantagens de barramento duplo a um custo inferior. Essa esquema é conseguido através de conexão dos dois barramentos com 3 disjuntores em série, de modo tal que das duas conexões centrais emergem 2 LT’s ou 1 LT e um transformador a seguir;. 35 36 Fig 2.2.1.17 ; SE com barramento duplo disjuntor e meio Observa-se que qualquer disjuntor ou barramento pode ser colocado em manutenção preventiva ou corretiva sem que haja para isso qualquer interrupção mesmo transitória, pois os elementos restantes se ocupam em constituir um caminho paralelo que substitui o elemento em falta. Subestação de subtransmissão, de distribuição e estações transformadoras 36 37 Embora a função essencial seja transferir energia através da conexão de redes elétricas de tensões diferentes, as subestações de subtransmissão, distribuição e estações transformadoras, diferem substancialmente pelo porte e complexidades presentes em cada uma. As SE’s de subtransmissão são responsáveis pela transmissão de blocos de carga da ordem de 100 MVA, operando na tensão superior com tensões de 138 kV, 230 kV ou 500 kV e na tensão inferior com tensões de 34.5 kV,69 kV ou 138 kV . Delas emergem várias linhas de subtransmissão, que geralmente operando em anel aberto, atendem as SE’s de distribuição. Pelo grau de confiabilidade que tais unidades devem oferecer, é freqüente adotar-se critérios de projeto que permitam a continuidade de serviço durante situações onde alguns tipos de equipamentos (inclusive transformadores) se encontram defeituosos, e arranjos elaborados que permitam facilidades na operação. Assim a capacidade transformadora de tais SE’s é usualmente dimensionada de tal forma que a saída de operação de um dos transformadores, por razoes de manutenção preventiva ou mesmo falha, não implique em perda de carga, exigindo apenas um redespacho da carga através das unidades restantes que poderão operar inclusive com níveis de sobre carga toleráveis. Por outro lado as subestações de distribuição apresentam arranjos mais simples e capacidades de transformação de menor vulto que as de subtransmissão. Também os níveis de tensão envolvidos são menores, sendo freqüentes 138 kV, 69 kV e 34,5 kV na tensão superior AT e 13,8 kV na tensão inferior. Estas SE’s são responsáveis pelo suprimento da rede primaria que se espalha por todos centros consumidores. Embora uma SE de distribuição típica tenha duas ou três unidades transformadoras de 15 a 30 MVA, existem SE’s que atendem a pequenas localidades com um transformador de 2,5 a 7,5 MVA. Devido à pequena área de influência dessas SE’s e aos freqüentes recursos de transferência de blocos de carga, em tensão primaria, entre SE’s de distribuição adjancentes, os critérios de continuidade de serviço são mais brandos, tolerando-se SE’s com barramento simples, seccionado e classificando-se como de grande mérito um arranjo de barra simples e transferência. Não obstante sempre que possível, persegue-se o mesmo critério de operação, em condição de contingência mencionado acima, onde não se deve perder carga quando um transformador se encontra fora de serviço. Neste 37 38 caso isto pode ser conseguido com a redistribuição de cargas nos transformadores restantes e remanejamento na rede primária. Finalmente, as estações transformadoras (ET) constituem o ultimo estágio de transformação de tensão da energia elétrica, antes de entregá-lo ao consumidor de BT, que é a classe mais numerosa, representando, geralmente, a maior parcela do consumo. Tais estações são montadas em postes, ou câmara subterrâneas conforme a rede seja aérea ou subterrânea. Existem caso onde as ET’s são abrigadas em compartimentos especiais de edifícios ou mesmo em construções especialmente destinadas a esse fim, constituídas de cabinas de alvenaria localizadas em jardins ou demais logradouros públicos. As ET’s transformam a tensão primária, em geral 13,8 kV, em baixa tensão 220V/127V ou 380/220V conforme a região ,suprindo a rede secundária no atendimento aos consumidores. Em geral seu arranjo é bastante simples: Na rede aérea é composta por chve seccionadora com fusíveis que conecta o transformador à rede primária, e este por sua vez se liga a rede secundária. Na rede subterrânea, seccionadores (com ou sem fusíveis) conectam o transformador à rede primária; o qual se liga à secundária diretamente ou por chaves protetoras em redes em malha, a simplicidade é compatível com o nível de carga que distribuem: 10 a 100 kVA na rede aérea e algumas centenas de kVAs na network subterrânea, porém neste ultimo uso admite-se contingência de transformador. De modo geral uma ET de rede aérea é composta por um único transformador monofásico ou trifásico conforme seja a conveniência do sistema e da carga.. A Norma NTD-02 da CELPA apresenta os detalhes construtivos das estações consumidoras ( Estações transformadoras) ,que os profissionais devem seguir quando na elaboração dos seus projetos ou trabalhos relativos ao assunto. 38 39 2.2.2-Redes de Subtransmissão O transporte de energia entre SE’s de substransmissão/distribuição é realizado por redes de subtransmissão, constituídas geralmente por circuitos aéreos, operando sob tensão de 34,5 kV, 69 kV ou 138kV, percorrendo distancias de dezenas de quilômetros. Restrições presentes em grandes centros urbanos exigem, por vezes, a adoção de circuitos subterrâneos de subtransmissão. A topologia dos circuitos é radial ou em anel, porém a operação se faz predominantemente em esquema radial, justificado pela facilidade do despacho , da proteção . Assim, as áreas que apresentam redes em anel, geralmente integradas por cargas de maior importância, operam em anel aberto, contando, portanto com outras opções de atendimento em situações de contingência. Os cabos são dispostos em torres metálicas ou de concreto, quase sempre do tipo ACSR formando circuito duplo. A escolha da bitola a ser utilizada obedece a critérios econômicos e deve respeitar a critérios pré-estabelecidos de corrente e tensão. O projeto mecânico da linha define o espaçamento entre as torres de acordo com as condições climáticas vigentes, cabo escolhido, etc. a altura do condutor ao solo é especificada por norma e, é geralmente o elemento limitante do fluxo de potencia que a linha pode transmitir. Com efeito, o compromisso que o projeto estabelece, tem de um lado o número de torres que determina os tamanhos dos vãos e consequentemente o aumento de flexa com o aumento da carga e, de outro a capacidade transmissível das linhas que respeitados os critérios de tensão e corrente máxima admissível pelo cabo, fica dependendo apenas da folga que a flexa apresenta, diminuindo a distancia condutor solo. 39 40 2.2.3-Redes de distribuiçao primária. As redes primarias são constituídas por circuitos trifásicos ou monofásicos desgnados por alimentadores que, emergem das SE’ s de distribuição através de bays de saída constituídos por disjuntor, seccionadoras, e instalações para proteção e medição. Além disso outros equipamentos, como chaves seccionadoras, reguladores de tensão, bancos de capacitores, seccionalizadores e religadores também podem integrar os sistemas de distribuição primária. Os circuitos primários operar usualmente 13,8 kV carregando blocos de potência de alguns MVA a distâncias da ordem de quilômetros. Ao longo do percurso do alimentador são atendidos consumidores dessa tensão e estações transformadoras de distribuição secundária. Principais terminologias usadas em distribuição primaria. Rede aérea / alimentador aérea Rede subterrânea/alimentador subterrâneo Subestações. Disjuntor Chave basculante Chave seccionadora Chave corta-circuito Chave normalmente fechada Chave normalmente aberta Postes/estruturas Religador Seccionalizadora Etc. 40 41 Redes aéreas e subterrâneas Radial Radial com socorro É o tipo mais simples de rede radial. Que evolui em forma de arvore, cujo tronco é chamado alimentador principal ou tronco e aos demais “ramos”, de ramais ou laterais. Evidentemente a confiabilidade desse arranjo é baixa, pois apesar de haver seccionadores com fusíveis nas derivações dos ramais, um defeito na rede por tirar todo o alimentador de serviço, e se tal falha for de caráter permanente o suprimento de toda rede a jusante à primeira seccionadora imediatamente a montante do defeito, será interrompido. Radial com Socorro ou Recurso NF2 NF3 AL1 NA NA 5 NF1 NA 6 NA 7 NF 8 NF 10 AL2 9 NF NF Para minimizar os inconvenientes dos alimentadores radiai, usa-se o esquema acima, pois ao terem áreas de suprimento interrompidas, que dependendo do defeito serão bem pequenas. 41 42 Alimentadores de uso exclusivo em sistemas subterrâneos. 1) primário em anel. O sistema primário em anel é apresentado na figura acima, este tipo de sistema encerra o compromisso entre o elevado custo (disjuntores e proteção) e a alta confiabilidade ele só é praticamente utilizado em áreas de cidades que apresentam elevada densidade de carga. 2-Primário NF seletivo NA NA NF 42 43 O primário seletivo caracteriza-se por oferecer uma opção de atendimento à carga , quando falha um dos alimentadores, pois o alimentador sã, assume a carga. 3-Spot – network É o tipo de sistema que apresenta o maior grande confiabilidade e de custo mais elevado, contam ainda com dois alimentadores que são fechados em paralelo pelo secundário dos transformadores. 1 A 2 K B Network protector (protetor de redes 5 6 Quando ocorre uma falha no ponto K, teremos um desligamento de A, 6, 1 e 3. A rede de distribuição urbana é constituída pelas linhas de distribuição primária e secundária e se inicia nas subestações abaixadoras, onde a tensão da linha de subtransmissão é abaixada para valores padronizados da rede primária (13,8kV; 34,5kV) 43 44 As linhas de distribuição primária alimentam diretamente as indústrias e os prédios de grande porte (comerciais, institucionais e residenciais), que possuem subestação abaixadora própria e as subestações que abastecem a rede secundaria publica.. As figuras abaixo representam o sistema básico de distribuição aérea. 44 45 45 46 Estrutura urbana com circuito primário,secundário e iluminação pública. 2.2.4-Redes de distribuiçao secundária. Os consumidores em baixa tensão são atendidos por redes que podem ser aéreas ou subterrâneas. No sistema CELPA o limite de atendimento é de 75 KW de carga instalada ..As alimentações destes consumidores é feita por circuitos que passaremos a descrever a seguir: CIRCUITOS MONOFÁSICOS, BIFÁSICOS E TRIFÁSICOS Circuitos monofásicos são aqueles que são alimentados por fase e neutro , por exemplo: circuitos para iluminação e tomadas comuns. Circuitos bifásicos: são aqueles em que a alimentação é feita utilizando-se duas fases e neutro Circuitos trifásicos: são aqueles que recebem como alimentação três fasese neutro. Apresentamos na figura abaixo varias EXPRESSÕES PARA CALCULO DE CORRENTE EM CIRCUITOS MONOFÁSICOS, BIFÁSICOS E TRIFÁSICOS As expressões gerais da potência aparente para os circuitos monofásicos, bifásicos e trifásicos são dadas por: Circuitos monofásicos: S = Vf . I Circuitos bifásicos: S = V . I 46 47 Circuitos trifásicos: S = 3 V . I Onde; Vf Tensão entre fase e neutro( tensão de fase). V Tensão entrer fase e fase ( tensão de linha) S Potencia aparente do equipamento em VA ,sempre lembrando que esta é a potencia aparente que o equipamento retira da rede. I Corrente de carga do equipamento. Lembrando que ; S = P / cós θ Onde ;P e a potencia ativa em Watt e cós θ é o fator de potencia da carga Para o cálculo da corrente deve ser feito o estudo do fator de potencia para cada carga. Uma boa aproximação é usar os seguintes: Circuito de iluminação usando apenas lâmpadas incandescente; cós θ =1 Circuito de iluminação em geral; cós θ =0,92 Circuito de ar condicionado; cós θ =0,85 Circuito de chuveiro elétrico; cós θ =1 -LIMITES PARA ALIMENTAÇÃO MONOFÁSICA, BIFÁSICA E TRIFÁSICA DE CONSUMIDORES A alimentação de um consumidor é determinada de acordo com o tipo de carga que o mesmo possui e pela sua carga total instalada , que é a soma de todas as potências nominais dos equipamentos (lâmpadas, motores), incluindo as tomadas e para ligações trifásicas pelo calculo da demanda. Os consumidores podem, então, ser classificados segundo o seguinte critério: 47 48 Consumidores monofásicos (F-N): carga total instalada de até 10 kW. Consumidores bifásicos (F-F-N): carga total instalada de até 15kW. Consumidores trifásicos (F-F-F-N): carga total instalada de até 75kW. Consumidores com carga total instalada superior a 75kW devem ser alimentados pela rede de média tensão e possuir subestação abaixadora própria. Quanto a configurações as redes podem ser: Radial aérea Radial subterrânea Rede secundaria reticulada Radial aérea; São as redes publicas que estamos acostumados a ver em nossas cidades.O diagrama abaixo mostra uma rede secundaria aérea; 48 49 Radial subterrânea; São redes projetadas com cabos isolados protegidos por dutos e normalmente os transformadores estão em camaras subterrâneas. A figura abaixo mostra um sistema muito usado nos EUA, designado por undergroud residential distribuition ( URD). URD. Trafo 1 Ø montados na superfície da terra 49 50 A figura abaixo mostra uma parte de rede sendo construída. Secundário Reticulado 1. 50 51 As redes secundarias subterrâneas em malhas (network) são constituída por um reticulado de cabos atendidos por varias câmaras transformadoras cujos secundários se conectam através de chaves protetoras. UNIDADE 3 : PLANEJAMENTO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO-FLUXO DE POTÊNCIA Para estudarmos as características operacionais de um sistema ,tais como corrente ,tensões e potencia em cada parte temos que fazer a representação adequada do sistema.Com isso lembraremos alguns modelos que representam partes importantes do sistema: CIRCUITOS EQUIVALENTES PARA LINHAS Representação das linhas Considerações: As cargas que elas alimentam são equilibradas. Mesmo não apresentando espaçamento eqüilateral ou que não estejam transpostas, a assimetria é pequena e as fases são consideradas em equilíbrio. a)Linha de transmissão curta. 1. Características: 1.1 Susceptância capacitiva total é tão pequena que pode ser omitida. 51 52 1.2 São linhas aéreas de 60hz com menos de 80km de extensão (valor apenas para se ter uma idéia do comprimento, pois o que realmente caracteriza a linha curta é a característica n° 1) 2. Circuito equivalente ZL=(r + jx). ℓ Is Fonte Ic Vc Vs Vs Carga ZIs Vc As linhas e redes de distribuição são consideradas bem representadas por este modelo. a) Linhas de comprimento médio O comprimento l está em geral no intervalo ; 80 ≤ ℓ ≤ 240 km Admitancia em paralelo, geralmente capacitiva pura é incluída. Temos duas representações: 1. Representação T nominal.: quando toda a admitancia Y da linha é considerada concentrada no meio da linha. Is Vs ZL/z ZL/z Ic Vc 52 53 2. Representação nominal: é o circuito de uso mais frequente para se representar linhas médias, e consiste em concentrarmos metade da admitancia paralela, na extremidade da carga e a outra metade na extremidade do ponto gerador. Circuito equivalente nominal: ZL IS VSs Y/2 IR Y/2 VR As equações de tensão e corrente para o circuito são: Os circuitos T e não representam, rigorosamente a linha real, razão porque em caso de dúvida sobre o comprimento da linha, deve-se usar o circuito equivalente de linhas longas que é o exato. Os circuitos T e não são equivalentes entre si, como pode ser verificado pela aplicação em ambos das equações de transformação Y-Δ. Eles se aproximam mais entre si e ao circuito equivalente da linha, quando esta é dividida em duas partes ou mais, cada qual, representada por seu circuito nominal T ou , porém, nesse caso, o trabalho torna-se maior, devido aos cálculos numéricos envolvidos. 53 54 b) Linhas longas O comprimento l geral é maior ou igual a 240 km Os parâmetros da linha não estão concentrados e sim uniformemente distribuído ao longo da linha. Circuito π equivalente: Z’ IS VS IR Y’/2 Y’/2 VR x Para uma posição x da rede, com origem na carga as equações para V e I são: . 54 55 Circuito Equivalente para Transformadores. Em estudos de sistemas em regime permanente, despreza-se a corrente a vazio dos transformadores uma vez que quando o mesmo já está energizado Io<<IN’ (a corrente a vazio do trafo é muito menor que a de sua operação nominal, logo podemos desprezar o ramo paralelo, e com isso temos a conhecida representação do trafo de dois enrolamentos na relação nominal Z V1 aV22 Onde Z é a impedância dada por; Z = j x onde x é a reatância em pu ,com as resistências dos bobinamentos desprezadas e a é a relação de transformação.. DIMENSIONAMENTO DE ALIMENTADORES 1) Critérios Básicos Queda de tensão não superior ao valor prefixado Corrente máxima de cada trecho do alimentador não superior a admissível. Custo operacional anual mínimo, entendendo-se por custo operacional a soma do custo anual de amortização da rede com o custo anual das perdas. 2) Definições Tensão máxima - é o maior valor eficaz da tensão num ponto ao sistema. Tensão mínima – é o menor valor eficaz da tensão num ponto do sistema. 55 56 Tensão nominal – é o valor atribuido à tensão de um circuito ou sistema, dentro de uma determinada classe de tensão com o propósito de designá-lo convenientemente. Queda de tensão – é a diferença entre os valores eficazes máximo e mínimo ao longo da linha. Queda de tensão percentual – é o valor da queda de tensão da linha expressa como uma porcentagem da tensão nominal. ΔV% =( (VM – Vm) / VN ) x 100 Onde: VN= Tensão Nominal VM = Tensão Máxima Vm = Tensão Mínima Alimentador radial com carga concentrada na extremidade. .L é o comprimento do alimentador S = P+j Q é a carga na extremidade Z = r + j x Ω /km → impedancia especifica da linha S C ℓ I Vsf S Vcf Vsf = Tensão na fonte entre fase e neutro Vcf = tensa na carga entre fase e neutro CÁLCULO DA QUEDA DE TENSÃO: 56 57 Vsf = Vcf + I . L. ( r + j x )l Vsf ϴ Vcf I x LI r LI Lembrar que dentro da raiz o termo é (Pr + Qx) / 3 Vnf e não é (Pr + Qa) / 3 Vnf Como no limite temos que a queda máxima de tensão é 5% temos: Vsf – Vcf = 0,05 Vnf pode-se conclui que o termo .((Px – Qr ) . l/ 3 Vnf) ² é desprezível, Com isso: 57 58 Expressão geral da queda de tensão de alimentadores radiais com carga concentrada. Como: P = S cos Ø e Q = S sen Ø Designando-se K como queda de tensão especifica temos ΔV % = K S L onde K = 100 . ( r cos Ø + x sen Ø ) / Vnom² Com r e x em ohms / km S em MVA , Vnom em kV eL em km. A constante K é tabelada para diversos fatores de potencia e condutores e tensão nominal. A queda de tesão recomendada para os alimentadores é 5%. Ou seja ΔV % = 5%. CÁLCULO DA CORRENTE; A corrente no alimentador é calculada pela expressão dos circuitos trifásicos; 58 59 I= S / 3 Vnom Com o valor da corrente calculada se escolhe a bitola do cabo que tenha capacidade de corrente igual ou maior que a corrente de carga. Perdas no alimentador: A perda de demanda P e de energia E no alimentador são dadas por: P = 3R I (t)2 Como o faturamento é pela demanda máxima teremos: P = 3R Imax 2 E = pm x T E = fp x Perda máxima x T E = fp x 3R Imax2 x T Onde ; T é o período de tempo de estudo.Se T for um ano serão consideradas 8760 horas. No calculo do custo das perdas é usual em estudos de distribuição desprezarse a ´perda reativa com isso: 59 60 Cper = Custo da perda de energia + Custo da perda de demanda Para o perfeito dimensionamento do alimentador deve ser atendido os três critérios ; Queda de tensão dentro do recomendado Corrente de carga em compatibilidade com a capacidade do cabo Menor custo das perdas do cabo dentro do horizonte de planejamento. ALIMENTADOR RADIAL COM CARGAS CONCENTRADAS AO LONGO DO TRECHO; ℓ6 P’6 + jQ’6 ℓ5 (6) P’5 + jQ’5 P6 + jQ6 (5) ℓ4 P’4 + jQ’4 P5 + jQ5 ℓ3 (4) (3) P’3 + jQ’3 P4 + jQ4 (2) ℓ2 P’2 + jQ’2 P3 + jQ3 P2 + jQ2 (1) ℓ1 P’1 + jQ’1 P1 + jQ1 ℓi I +1 P’i +jQi’ Qja’1 i Cargas trifásicas equilibradas e constantes no tempo. A queda de tensão nº ramo i+1, i que liga os nos i+1 a i será: ΔVi+1,i = 100 . ( P’i ri + Q’i xi ) . li / V²nom A queda de tensão total ΔV1% do nó n ao nó 1 será: No caso particular que a bitola do condutor seja constante, tem-se: 60 61 r1 = r2 = ...ri = .... rn = r x1 = x2 = ....xi = ... xn = x e com isso: Cálculo da Corrente: Ic= S’n-1 / 3 Vnom Ic= ( P’²n-1 + Q’²n-1 ) ½ / 3 Vnom Pois a maior corrente que circula no alimentador é a do trecho n, n – 1. IC < I admissível do caso. Calculo de perda no alimentador Em um trecho genérico i + 1 , i temos; i+1 i 61 62 E a perda de demada máxima total no alimentador Será: A perda de energia será calculada pelo mesmo procedimento,isto é calculando-se a energia perdida em cada trecho e fazendo~se a soma dos mesmos. Alimentadores com carga uniformemente distribuída. x dx ℓ ℓ em kw Carga distribuída: Pdis + Qdis MVA/Km Para um alimentador com carga uniformemente distribuída ao longo de sua trajetória temos as seguintes considerações: 1-È substituido por um alimentador com carga concentrada na sua extremidade com o valor da carga reduzido á metade para efeito de calculo de queda de tensão . Logo temos que o seu circuito equivalente será: 62 63 ℓ 2- È substituido por um alimentador com carga concentrada na sua extremidade com a valor da carga reduzido 1/ 3 do para efeito de calculo das perdas . Logo o modelo equivalente p/ efeito de perdas será ℓ Tabela para cálculo de queda de tensão em rede primária trifásica. A planilha abaixo é muito utilizada o para cálculo de queda de tensão. TRECHO CONDUTORES CARGA Designação Comprimento Distribuída Acumulada no fim do trecho Total C/2+D A B C D E KM MVA MVA MVA F AWG,M CM CONSTANTE K G QUEDA DE TENSÃO No trecho Total (BxExK) zh H I % % 63 64 Cálculo de queda de tensão em redes secundarias. ΔV % = k S L COM k em % V / kVA. hm È usada a mesma planilha acima porém as distancias são medidas em hm e as cargas medidas em kVA. EXEMPLO:’ Aplicação: faça o calculo da queda de tensão para a rede secundaria mostrada na figura abaixo: g 0,8 f 1,4 .... - 1# 4 CA (4) ---- 2 # 4 CA (4) ___ 3# 4 (4) 1,2 e Cargas em KVA FATOR DE POT. = 0,80 TENSÃO 220 v 1,8 1,4 T a d c 0,2 1,8 b 2,4 2,4 TRECHO QUEDA DE TENSÃO AC. Designação Comprimento Dist. Fim do trecho Total (c/2+D)*B CONDUTORES Cont. No k trecho Total eng 64 65 A B C D E F G H I 100 m KVA KVA KVAX100 N° AW (TON M % % % T-a 0,30 - 13,4 4,02 3 # 4 (4) 0,31 1,25 1,25 a-b 0,80 2,4 4,4 4,49 3 # 4 (4) 0,31 1,39 2,64 b-c 0,30 - 2 0,6 2 # 4 (4) 0,95 0,57 3,21 c-d 0,30 - 0,2 0,06 2 # 4 (4) 0,95 0,057 3,27 a-e 0,90 1,8 3,4 3,87 3 # 4 (4) 0,31 1,19 2,44 e-f 0,30 - 2,2 0,66 1 # 4 (4) 1,9 1,25 3,69 - 0,40 - 0,8 0,32 1 # 4 (4) 1,9 0,61 4,30 TABELAS E DADOS DE CABOS USADOS EM REDES ELETRICAS; 1- CABOS USADOS EM REDES AÉREAS NUAS TABELA 1 CONDUTORES DE COBRE SEÇÃO DO RESISTÊNCIA REATÂNCIA (ohms/km) CONDUTOR (50°C) x AWG OHMS/KM BAIXA- r TENSÃO mm2 ALTA-TENSÃO Até 7,5 KV 50 60 50 ciclos ciclos ciclos Até 15 KV 60 ciclos 50 ciclos 60 ciclos 6 (F) 13,30 1,50 0,33 0,40 0,38 0,46 0,42 0,50 4 (7) 21,15 0,96 0,31 0,37 0,37 0,44 0,40 0,48 2 (7) 33,63 0,60 0,30 0,36 0,36 0,43 0,38 0,46 1/0 (7) 53,46 0,38 0,28 0,34 0,34 0,41 0,37 0,44 2/0 (7) 67,43 0,30 0,27 0,33 0,33 0,40 0,36 0,43 3/0 (7) 85,03 0,24 0,26 0,32 0,32 0,39 0,35 0,42 65 66 4/0 107,20 0,19 0,26 0,31 0,32 0,38 0,34 0,41 126,67 0,16 0,25 0,30 0,31 0,37 0,33 0,40 253,35 0,08 0,23 0,28 0,29 0,35 0,32 0,38 (19) 250 (19) 500 (19) FONTE: Catálogo n° 5 – Pirelli – “fios e cabos de cobre nu” 66 67 TABELA 2 CONDUTORES DE ALUMÍNIO COM ALMA DE AÇO (ACSR) – USADO NAS LINHAS PRIMÁRIAS SEÇÃO DO CORRENTES RESISTÊNCIA REATÂNCIA (ohms/km) CORRENTES CONDUTOR MÁXIMAS (50° C) x MÁXIMAS ADMISSÍVEIS Ohms/Km AWG Formação ou (AL X (EMERGÊNCIA) MCM AÇO) (A) (X) r ADMISSÍVEIS ATÉ 7,5 KV ATÉ 15 KV (NORMAIS) (A) (XX) Equi 50 60 50 60 Z ciclos ciclos ciclos ciclos em60 ciclos 4 6X1 140 1,39 0,38 0,46 0,41 0,49 1, 110 4738 2 6X1 180 0,88 0,36 0,43 0,39 0,47 0, 145 998 1/0 6X1 235 0,55 0,35 0,42 0,38 0,46 0, 195 767 2/0 6X1 270 0,44 0,34 0,41 0,37 0,44 0, 220 6222 3/0 6X1 310 0,35 0,34 0,41 0,36 0,43 0, 255 5544 4/0 6X1 350 0,27 0,33 0,40 0,36 0,43 0, 285 5077 266,8 26 X 1 450 0,22 0,30 0,36 0,33 0,40 0, 360 4565 366,4 26 X 1 525 0,17 0,29 0,35 0,32 0,38 0, 420 4163 Fonte: Eletrical Characteristics of ACSR – Alcoa (X) – ambiente: 40° C – Elevação: 50/ C sobre o ambiente – emergência (Xx) – jornal + ambiente 40° C – elevação: 30/ C sobre o ambiente 67 68 TABELA 3 CONDUTORES DE ALUMÍNIO PURO (A.A) USADO NAS LINHAS SECUNDARIAS (B.T) SEÇÃO DO CONDUTOR REATÂNCIA (ohms/km) CORRENTES RESISTÊNCIA x AWG Formação MÁXIMAS (70° C) 50 60 ou (n° de fios) ADMISSÍVEIS (OHMS/KM) ciclos ciclos (A) (X) r MCM Z (60) Equip. 4 7 105 1,64 0,32 0,38 1,68 2 7 140 1,02 0,30 0,36 1,08 1/0 7 190 0,65 0,28 0,34 0,73 2/0 7 220 0,53 0,27 0,33 0,62 3/0 7 255 0,39 0,27 0,32 0,50 4/0 19 300 0,33 0,26 0,31 0,45 266,8 19 345 0,26 0,25 0,30 336,4 19 405 0,20 0,24 0,29 Fonte: Kayser Aluminum Bus Conductor Technical Manual. (X) ambiente: 40/ C – elevação: 30/ C sobre o ambiente 68 69 CONDUTORES DE COBRE EXTRAÍDA DA TABELA 6 (CAT. N° 5 DA PIRELLI, PAG. 17) CORRENTES ADMISSÍVEIS PARA DIFERENTES ELEVAÇÕES DE TEMPERATURA NO CONDUTOR CORRENTE EM ÁMPERES CONDUTOR AUMENTO DE TEMPERATURA NO CONDUTOR 10° C 20° C 30° C 40° C 50° C 1 57 80 97 110 121 21,15 7 78 109 133 152 167 2 33,63 7 106 147 179 205 226 1/0 53,46 7 143 199 242 275 305 2/0 67,43 7 166 230 281 320 354 3/0 85,03 7 192 267 326 370 412 4/0 107,20 19 223 310 378 430 479 250 126,67 19 245 347 423 482 534 500 253,35 19 388 540 659 750 834 Número Seção Número de mm2 fios 6 13,30 4 NOTAS: 1) Os valores acima foram calculados para condutores com a superfície externa oxidada, estendidos ao ar livre e expostos a um vento transversal com a velocidade de cerca de 2 km/hora. 2) O aumento de temperatura refere-se à elevação da temperatura do condutor acima do ambiente. 3) Temperatura máxima admissível no condutor: 80° C 69 70 2- CABOS USADOS EM REDES AÉREAS ISOLADAS REDES PRIMARIAS ISOLADAS( SPACER) CABO (mm2) CAPACIDADE DE CORRENTE( A) K ( ΔV%/ MVA.KM) 35 172 0,54 50 217 0,39 95 310 0,25 150 415 0,19 r Ω/km x Ω/km 35 1,0561 0,3220 50 0,7394 0,3048 95 0,3894 0,2786 150 0,2469 0,2610 CABO (mm2) REDES SECUNDARIAS ISOLADAS( multiplex) CABO (mm2) CAPACIDADE DE CORRENTE( A) K ( ΔV%/ KVA.hm) 3x 35+35 100 0,223 3x 70+70 157 0,119 70 71 3x120 +70 229 0,073 CABO (mm2) r Ω/km x Ω/km 3x 35+35 1,113 0,117 3x 70+70 0,568 0,109 3x120 +70 0,324 0,103 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO: 1 - Dimensione o alimentador trifásico de uma localidade situada a 8 km da subestação de distribuição ,sabendo que a demanda máxima a ser atendida já com reserva técnica é de 2MVA ,com fator de potencia de 85% e a tensão nominal na localidade é de 13.8kV.É admitida uma queda máxima de tensão de 5%.Faça o calculo para rede com cabo de alumínio ACSR e também para rede isolada tipo SPACER.procure fazer uma pesquisa de preços para as quantidades de cabos usadas. C ℓ I Vsf S Vcf RESOLUÇÃO: S = 2 MVA cosØ = 0,85 Vn = 13.8 kV ΔVmax%= 5% Cálculo da corrente: 71 72 Ic = 2000 / 3 . 13.8 Ic = 83,67A Cálculos para rede com cabo ACSR: Pela tabela 2de cabos Acsr teremos que a menor bitola compatível é 4 AWG com Iad = 110 A Cálculo da queda cde Tensão; ΔV % = K S L onde K = 100 . ( r cos Ø + x sen Ø ) / Vnom² Com r e x em ohms / km S em MVA , Vnom em kV eL em km. cosØ = 0,85 senØ = 0,53 K = 100 . ( r cos Ø + x sen Ø ) / Vnom² K = 100 . ( r . 0,85 + x . 0,53 ) / 13.8 ² K = 0,5251 . ( r . 0,85 + x . 0,53 ) Para o cabo 4 AWG : r = 1,39 ohms / km e x = 0,49 ohms / km Com isso K = 0,5251 . ( 1.39 . 0,85 + 0,49 . 0,53 ) K = 0,7568 %V / MVA.kM Logo . ΔV % = 0,7569 . 2 . 8 ΔV % = 12,12% Portanto o # 4 tem queda de tensão muita acima do permitido. A perda será: 72 73 De demanda; com Pp em kW Pp = 3R Imax2 /1000 Pp = 3 r L Imax2 /1000 De energia: Ep = pm . T Ep = fp x Perda máxima . T E p= fp . 3R Imax2 . T Onde ; T é o período de tempo de estudo.Se T for um ano serão consideradas 8760 horas. Ep = 3 r L Imax2 . x fp . 8760 kWh Considerando-se Cen o custo da energia em R$ / kWh e Cdem o custo da demanda em R$ /kW/ano temos que o custo das perdas será; Cper= Cen . Ep + Cdem .Pp. Portanto verificamos que devemos obter o fator de perdas para o sistema ou uma estatística de sistema semelhante. De posse do fator de perdas e os valores dos custos de demanda e de energia e os dados de cada cabo é fácil se obter o custo anual das perdas. Repetindo-se os cálculos das quedas de tensão encontramos: Cabo #2; ΔV % = 8,38% Cabo # 1/ 0; ΔV % = 5,98% 73 74 Cabo # 2/0 ΔV % = 5,1% Cabo # 3/0; ΔV % = 4,41% Portanto sem considerar o custo das perdas e utilizando só os critérios da corrente e queda de tensão chega-se que a bitola pode ser 2/0 AWG ou 3/0 AWG. Cálculos para rede com cabo SPACER: S = 2 MVA cosØ = 0,85 Vn = 13.8 kV ΔVmax%= 5% Cálculo da corrente: Ic = 2000 / 3 . 13.8 Ic = 83,67A L =8km Começando-se pelo cabo 35mm2; Iad = 172 A K = 0,54 ΔV= 0,54 x 2 x 8 = 8,64 % Portanto este cabo não serve Cabo 50mm2 Iad = 217 A K = 0,39 ΔV= 0,39 x 2 x 8 = 6,24 % 74 75 Portanto este cabo não serve Cabo 95 mm2 Iad = 310 A K = 0,25 ΔV= 0,25 x 2 x 8 = 4 % Portanto este cabo serve Logo a bitola da rede primaria com cabo isolado será 95 mm2. Com a resistência por fase deste cabo 0,3894 (OHMS/KM determinamos as perdas de demanda e de energia. A perda será: De demanda; com Pp em kW Pp = 3R Imax2 /1000 Pp = 3 r L Imax2 /1000 De energia: Ep = pm . T Ep = fp x Perda máxima . T E p= fp . 3R Imax2 . T Onde ; T é o período de tempo de estudo.Se T for um ano serão consideradas 8760 horas. Ep = 3 r L Imax2 . x fp . 8760 kWh Considerando-se Cen o custo da energia em R$ / kWh e Cdem o custo da demanda em R$ /kW/ano temos que o custo das perdas será; 75 76 Cper= Cen . Ep + Cdem .Pp. Portanto verificamos que devemos obter o fator de perdas para o sistema ou uma estatística de sistema semelhante. De posse do fator de perdas e os valores dos custos de demanda e de energia e os dados de cada cabo é fácil se obter o custo anual das perdas. 2-Dado o sistema abaixo: 1 L 2 Vn = 13.8 kV # 1/0 AWG 3Ø r = 0,3 Ω/km x = 0,4 Ω/km L =0,5 km Custo de energia = Cr$9085,00/MWh Custo da demanda = Cr$2525,00/kW/mes Definição de :em MVA 2 1,6 1,2 1 0,5 Horas 6 12 14 18 22 24 fat. de pot. 1,0 0,95 0,9 Horas 6 12 18 24 76 77 Calcular: a) Fator de carga da potência ativa b) Fator de perdas c) Energia perdida em um ano d) Queda de tensão máxima. e) Custo anual das perdas f) Considerando que a medição está situada no ponto 1, qual o valor a ser pago mensalmente pelo consumidor. Dmed= E / 24 E= 0,5 6 1 + 1,2 6 0,9 +1 2 0,95 +4 0,95 +2 1,6 1 + 0,5 2 1 E= 23,18 MWh Dmed= 23,18 / 24 Dmed= 0,9658 MW Dmax= 2 x 0,95 Dmax= 1,90 MW Fc = 0,9658 / 1,90 Fc=0,51 Calculo da perda máxima: 77 78 Calculo da perda média: Energia perdida em um período Calculo da corrente em cada período I =S / Vnx 3 Vn I x I² I ² 21A 2646 6-12 50A 15000 12-14 42A 3528 14-18 84A 28224 18-22 67A 17956 22-24 21A 882 0-6 500/13,8x1,732 Energia perdida total será = 3 . 0,3 . 0,5 . 68236 Cálculo da perda média: Cálculo do fator de perdas: 78 79 Cálculo da energia perdida em um ano: Ou Cálculo da queda de tensão máxima: e) cálculo do custo anual das perdas: 79 80 Energia a ser faturada = energia de carga + energia de perda no mês. E Fazendo-se fc = 0,51 e Dmax = 2000 x 0,95 E = 697680 +921,18 E = 698,601 kWh Fat = 1903,175 x 2025 + 698,601 x 9085 Fat = Cr$ 10.200.719,46 80 81 UNIDADE 4 : CAPACITORES EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO Considerações gerais: Os capacitores são aplicados nos sistemas elétricos de duas formas; ligados em série, que denominamos compensação série e ligado em paralelo, denominada compensação Shunt. Em ambas as aplicações os objetivos são; melhora do nível de tensão, redução das perdas e folga da capacidade do sistema( Corrente e pote ncia). Compensação série: Neste caso a sua principal importância é reduzir a impedância total do circuito, com isso é reduzida a queda de tensão e consequentemente melhorado o nível de tensão na carga. O grande inconveniente da utilização dos capacitores em série é a elevada corrente de curto circuito em conseqüência da redução da impedância do trafego fonte- carga. Esta elevada corrente provoca também o aparecimento de sobretensões indesejáveis no sistema. Portanto os sistemas devem ser dotados de equipamentos de elevada capacidade de ruptura e NBI compatível com as sobretensões. Com isso sobem os custos da instalação. Sabemos que um alimentador possui uma impedância dada por: Z =( r + j x) L S C ℓ I Vsf S r ex em Ω /km Vcf L é o comprimento do alimentador em km S = P+j Q é a carga na extremidade Vsf = Tensão na fonte entre fase e neutro 81 82 Vcf = tensa na carga entre fase e neutro TENSÃO NA CARGA ANTES DA INSTALAÇÃO DO CAPACITOR SERIE NO ALIMENTADOR: Vcf = Vsf - I . L. ( r + j x ) Muitas vezes a tensão na carga se apresenta com um valor bastante baixo devido a elevada queda de tensão ,caso que ocorre com frequência nas cargas rurais devido a grande distancia das mesmas para a subestação. Uma das soluções é reduzir a queda de tensão reduzindo impedancia do trajeto fonte carga, uma das formas é colocar capacitores em serie no alimentador,ação que chamamos de compensação serie. TENSÃO NA CARGA COM A INSTALAÇÃO DO CAPACITOR SERIE NO ALIMENTADOR: Vcf = Vsf - I { . L. ( r + j x ) – Zc} Onde Zc é a impedancia do capacitor desprezando-se a resistência interna dos mesmos: Zc = j Xc e Xc = 1 / 2 π f C Onde C é o valor da capacitância em Farad. Com isso : Vcf = Vsf - I { L. r + j( Lx –Xc)} A tensão na carga será aumentada até o limite máximo quando a parcela reativa seja nula, ou seja , quando L .x = Xc.Isto nos chamamos de compensação plena. A compensação série não é muito utilizada nos sistemas distribuição por causa dos problemas de sobretensões que surgem quando ocorren faltas nos mesmos, como exemplo vamos analisar o seguinte problema: Alimentador: 3 km ACSR 4/0 AWG r = 0,27 Ω/km e x = 0,43 Ω/km Zℓ = 3 (0,27 + j 0,43) = 0,81 + j 1,29 Ω 82 83 Se fizermos a compensação total( reatância do capacitor igual a reatancia da linha), teremos que instalar um capacitor que tenha: Zc = - j 1,29Ω E a impedância equivalente do alimentador agora será: Zt = Zl + Zc = 0,81 Ω No momento de um curto circuito trifásico no fim da linha teremos: Icc = (13.8 / 3 ) /0,81 Icc = 9,84 kA 00 Neste momento a tensão sobre o capacitor será : Vc= Icc x Zc Vc = 9,84 x 1,29 Vc = 12,69 kV. Observamos que a tensão nominal do capacitor é 7968 V ,e o capacitor está suportando uma tensão de 12690 V na fase .Isto leva a necessidade que todos os componentes da rede embora sejam classe 15 kV ,devam ser especificados para suportar tensões de classes mais elevadas com isso o custo da rede será mais elevado. Compensação em derivação( Shunt ou Paralela): Este tipo de conexão de capacitores contribui para a diminuição seja da queda de tensão, seja das perdas, pela redução da corrente que circula pelo alimentador, sem que se tenha problemas de sobretensões quando ocorrem curto-circuitos no sisterma. Define-se para a compensação 83 84 derivada, “flutuação de tensão pelo chaveamento de um banco” como sendo a variação da tensão, no ponto de conexão do banco, quando do chaveamento do mesmo, expressa em porcentagem, ou em por unidade, da tensão nominal do sistema. Flutuação da tensão: Sejam os circuitos abaixo: RS xs RS R R Xc vc v + E - x + E - Banco de capacitores ligados x Banco de capacitores desligados e = tensão de alimentação do sistema em pu. v' = tensão na carga com o banco de capacitores desligado v = tensão na carga com o banco de capacitores ligado. Zs =rs + j xs → impedância entre gerador e carga em pu. Z = r + jx → impedância da carga em pu. Z = -jxc = - → impedância do banco de capacitores em pu. y = g + jbjx → – admitancia da carga (pu) yc = jx → admitancia do banco de capacitores em pu Teremos com o banco de capacitores ligado; 84 85 I = V . (y + yc) E com isso: e = v + I Zs = v [1 + Zs (y + yc)] Ou seja: v = e / [1 + Zs (y + yc)] Com o banco de capacitores desligado tem-se: v’ = e / (1 + Zs y ) Temos que a flutuação de tensão, f é dado por f = ׀v ׀ – ׀v’ ׀ f = ׀e / [1 + Zs (y + yc)] ׀ – ׀e / (1 + Zs y ) ׀ O cálculo da flutuação com a equação acima é por demais laborioso, sendo oportuno desenvolver-se algumas considerações para simplifircar-se os cálculos : O sistema operando sem carga (y = 0) A tensão do gerador é a nominal (e = 1,0) A resistência da linha é nula (Zs = jx ) Logo a flutuação será: Como wC = qc . Wc = qc e também vnon = 1 pu que é a potencia reativa do banco de capacitore. A potência de curto-circuito Sct do sistema é : 85 86 Se Sb é a potencia base do sistema em MVA ,teremos: E Sct = sct . Sb a potencia de curto circuito do sistema em MVA Qc = qc . Sb será a potencia reativa do banco em MVAR E a flutuação será: Normalmente é aceitável uma flutuação máxima é 5%. Com isso calcula-se a capacidade máxima em MVAR que podem ser injetadas no sistema. Diagramas Fasoriais xs R I 1 + Zload e V1 e Ixs 86 87 θ - v1 I IR Com R do sistema desprezível, sem o capacitor e Ixs θ v1’ I 87 88 Diagrama completo com capacitor inserido xs R I’ 1 Ic I + V 1c e Zload C - Ic θ I’ Θ ’’ ’ e IR (IL – IC) xsI' V1’ RI’ IL I Observe-se se houver compensação plena o ângulo Θ se anula. Redução das perdas com a inclusão de capacitores : Caso antes do capacitor SE ZZ == RR ++ jX jX 1 1 S 88 89 Onde; S° Se: subestação Z= impedância do alimentador que interliga o barramento da subestação ao barramento 1, da carga S.... carga ligada ao barramento 1 S=P+jQ I= S / 3 V Como S = ( P² + Q ²) ½ Temos: Com a instalação do capacitor, temos: SE 1 Z=R+jX S’ S’ = S - Qc Qc S S’ = P + j Q – j Qc S’ = P +j (Q – Qc) S’ = A perda agora será; Perda = 3 r I’² 89 90 A redução da demanda perdida será: Que simplificando-se chega a ; Quando há compensação plena, temos: A energia perdida será calculada pelos mesmos procedimentos já desenvolvidos nos itens anteriores. 90 91 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO: 1 - Um alimentador trifásico de uma localidade situada a 8 km da subestação de distribuição ,atende uma demanda de 2MVA ,com fator de potencia de 85% indutivo e a tensão nominal na localidade é de 13.8kV.O alimentador foi construído com cabos nus ACSR bitola 1/0 AWG .Foi medida a tensão no instante da demanda máxima e encontrada uma queda de tensão de 6%. Faça o cálculo do banco de capacitores ( três monofásicos) para ser conectado em serie na rede de modo que se tenha compensação plena e determine nessa situação o valor da queda de tensão no alimentador. C ℓ I Vsf S RESOLUÇÃO: Vcf L =8 km S = 2 MVA cosØ = 0,85 Vn = 13.8 kV r = 0,55 Ω/km e x = 0,46 Ω/km Cálculo da corrente: Ic = 2000 / 3 . 13.8 Ic = 83,67A A impedância da linha é; 91 92 Z = ( 0,55 + j 0,46 ) x 8 Z = 4,4 + j 3,68 Ω Se fizermos a compensação plena( reatância do capacitor igual a reatancia da linha), teremos que instalar um capacitor por fase que tenha: Zc = - j 3,68Ω Xc = 3,68 Ω Q = Xc . I ² Q= 3,68 x 83,67² Q = 25762 VAR Q = 26kVAR Logo teremos um banco com três capacitores de 26 kVAR. Calculo da nova queda de tensão: a impedância equivalente do alimentador agora será: Zt = Zl + Zc = 4,4 Ω ΔV= Zt . I ΔV= 4,4 x 83,67 ΔV= 368,15V ΔV % = 100 x 368,15 / 7968 ΔV % = 4,62 % Portanto resolvemos o problema de queda de tensão da localidade com esta solução. Porém deve ser notado que as perdas de demanda e de energia no alimentador permanecem as mesmas. 92 93 MESMO PROBLEMA ANTERIOR MUDANDO O TIPO DE CONEXÃO DOS CAPACITORES. 1 - Um alimentador trifásico de uma localidade situada a 8 km da subestação de distribuição ,atende uma demanda de 2MVA ,com fator de potencia de 85% indutivo ,e a tensão nominal na localidade é de 13.8kV.O alimentador foi construído com cabos nus ACSR bitola 1/0 AWG .Foi medida a tensão no instante da demanda máxima e encontrada uma queda de tensão de 6%. Faça o cálculo do banco de capacitores ( três monofásicos) para ser conectado em paralelo( shunt) na rede de modo que se tenha compensação plena e determine nessa situação o valor da queda de tensão no alimentador e determine as perdas de demanda antes e após a instalação dos capacitores.Se a capacidade de curto circuito do sistema é de 30 MVA verifique se a flutuação de tensão está dentro da faixa recomendável. C ℓ I Vsf S Vcf RESOLUÇÃO: L =8 km S = 2 MVA cosØ = 0,85 Vn = 13.8 kV r = 0,55 Ω/km e x = 0,46 Ω/km Cálculo da corrente antes de instalar os capacitores: Ic = 2000 / 3 . 13.8 93 94 Ic = 83,67A A impedância da linha é; Z = ( 0,55 + j 0,46 ) x 8 Z = 4,4 + j 3,68 Ω De demanda Perda de demanda antes do capacitor; Ppd=3x4,4 x 83,67 ² Ppd=92409 W Ppd=92,409 kW Com a instalação do capacitor Shunt temos; Com a instalação do capacitor, temos: SE 1 Z=R+jX S’ S’ = S - Qc Qc S S’ = P + j Q – j Qc S’ = P +j (Q – Qc) S’ = A perda agora será; Perda = 3 r l I’² 94 95 Cálculo se S; S = S . cosØ + j S .sen Ø cosØ = 0,85 sen Ø=0,53 S = 2000 x 0,85 + j2000 x0,53 S = 1700 + j1060 kVA P = 1700kW Q = 1060 Var ( indutivo) Para compensação plena temos; Qc do banco = 1060 Var Qfase = 1060 / 3 = 353,3 Var Calculo da corrente I’; S’ = S’ = 1700 I’ = 1700 / 3 . 13.8 I’ = 71A Cálculo da nova queda de tensão; Lembrando que no intervalo de tempo que há a compensação plena não temos carga reativa indutiva trafegando na rede,com isso cos Ø’ =1 e senØ’= 0 95 96 ΔV%=100 x ( r /Vn²) x S’ x L ΔV%=100 x ( 0,55 /13.8²) x 1,7’ x 8 ΔV % =3,93 % A perda agora será; Perda = 3 r L I’² Ppd’ = 3 x 0,55 x 8 x71² Ppd’ = 66541W Ppd’ = 66,541 kW Cálculo da flutuação f; f = Qc / ( Sct + Qc ) f = 1,06 / 30 + 1,06) f = 0,034 f %= 0,034 x 100 f% = 3,4% Portanto notamos que resolvemos o problema de queda de tensão ,reduzimos a perda na rede e a flutuação de tensão está dentro do recomendado. 96 97 UNIDADE 5 : REGULADORES DE TENSÃO EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO 5-1 – Considerações Gerais Os reguladores de tensão são autotransformadores elevadores/abaixadores com comutador de tensão sob carga. Os reguladores de tensão são monofásicos e imersos em óleo mineral isolante. Estão disponíveis em 50 ou 60 Hz, com elevação de temperatura nos enrolamentos de 55 ou 65 °C e se aplicam a qualquer sistema de distribuição elétrica de 15 a 34,5 kV, garantindo, o tempo todo, a manutenção de um determinado nível de tensão visando a melhoria da qualidade da tensão. O melhoramento do perfil de tensão está relacionado ao adequado e eficiente controle de tensão nos Sistemas Elétricos de Potência (SEP). Tal controle de tensão tem sido identificado como uma operação fundamental para a qualidade no fornecimento de energia elétrica. Alguns pontos mostram a importância disso: Tanto os equipamentos da concessionária como os pertencentes aos consumidores são projetados para operar em determinado nível de tensão. A operação prolongada desses equipamentos em uma tensão fora de limites aceitáveis pode afetar o seu correto funcionamento reduzindo a sua vida útil ou até mesmo causando 97 98 interrupções não programadas. Por isso, a tensão deve ser mantida dentro de limites aceitáveis. Outro ponto importante é a estabilidade dos SEP. O controle de tensão tem um impacto significante sobre a estabilidade do sistema. O controle adequado reduz as perdas de energia. Os problemas relativos ao perfil de tensão nas redes elétricas são um dos mais severos problemas relacionados à qualidade de energia elétrica. O regulador de tensão é um auto-transformador com várias derivações no enrolamento série, uma chave reversora de polaridade que permite adicionar ou subtrair, a tensão do enrolamento série, e um controle automático, onde estão localizados dos ajustes de nível de tensão, retardo de tempo e outros necessários à operação do regulador.Suas principais aplicações são nas subestações (onde a regulação pode ser feita para toda a carga ou individualmente na saída de cada alimentador) e em alimentadores longos, na maioria dos casos rurais.Os reguladores de tensão corrigem a queda de tensão e reduzem a faixa de variação de tensão do(s) alimentado(es) em que são instalados. Sua instalação deve ser feita em pontos onde a tensão do alimentador em carga máxima não atinja o limite inferior da faixa de variação de tensão permitida, e que seja beneficiaria o maior número possível de consumidores levando em consideração o crescimento da carga. Quando a queda de tensão é excessiva uma regulação suplementar pode ser feita pela instalação de outros reguladores, ou bancos de capacitores. O número de bancos de reguladores em série é limitado pela capacidade térmica dos condutores ou pelas perdas elétricas, sendo mais freqüente o uso de reguladores em série em alimentadores rurais longos.Na figura 5.1.1 apresentamos o circuito mais usual de um regulador de tensão. 98 99 Figura 5.1: Circuito detalhado do regulador de tensão. 5.2- Localização do Regulador de tensão A localização de um regulador de tensão deve ser determinada através do perfil de tensão do alimentador de modo que todo o sistema opere dentro das faixas recomendadas pelas normas regulamentadoras e já levando em consideração o crescimento de carga.Um fluxo de carga deve ser efetivado para se determinar as condições operacionais da rede. 5.3- Modelagem do Regulador de tensão Normalmente a impedância série e a admitância shunt de um regulador de tensão podem ser desprezadas nos circuitos equivalentes por serem muito pequenas. A seguir será descrita a modelagem do regulador de tensão . 5.3.1 Regulador de Tensão Monofásico As relações entre as tensões e correntes de entrada e saída podem ser obtidas através da análise do circuito de um auto-transformador. 99 100 Figura 5.2: Circuito equivalente do RT com a chave na posição superior. Considerando o circuito equivalente de um regulador de tensão com a chave na posição superior (elevador), ilustrado na Figura 5.2, a relação entre as tensões E1 é E2 é dada por: eq. 5. 1 onde: E1 tensão no enrolamento paralelo [V]; E2 tensão no enrolamento série [V]; N1 número de espiras do enrolamento paralelo; N2 número de espiras do enrolamento série. As tensões no lado fonte ( Vs ) e no lado carga ( VL ) são definidas como: 100 101 eq 5.2 e eq 5.3 Substituindo a equação (5.3) na (5.1), resulta: eq 5.4 Logo, substituindo a expressão (5.4) na (5.2), a relação entre a tensão no lado fonte ( Vs ) e a tensão no lado carga ( VL ) pode ser definida como : eq 5.5 eq 5.6 eq 5.7 eq 5.8 Substituindo a equação (5.8) na (5.6), resulta que: 101 102 eq 5.9 Substituindo a expressão (5.9) na (5.7): eq 5.10 A partir das equações (5.5) e (5.10) pode-se definir a relação de transformação para o RT funcionando na posição superior: eq. 5.11 Como a relação N1 / N2 dos enrolamentos é desconhecida, a equação (5.112) pode ser modificada para ser função da posição de tap. Para um regulador de tensão com 32 degraus, cada tap modifica a tensão em 5/8% ou 0,625% por degrau . Logo, a relação de transformação do RT é dada por: eq. 5.12 No caso da chave inversora estar na posição inferior, a direção das correntes que circulam nos enrolamentos série e paralelo se modifica, mas a polaridade das tensões nos dois enrolamentos permanece a mesma, como mostra a Figura 5.3. 102 103 Figura 5.3: Circuito equivalente do regulador de tensão com a chave na posição inferior. As equações para o regulador de tensão com a chave na posição inferior são obtidas analogamente ao regulador de tensão com a chave na posição superior, resultando na seguinte relação de transformação: eq . 5.13 e eq 5.14 Logo, as relações entre as tensões e correntes de entrada e saída para o regulador de tensão monofásico são dadas por: 103 104 eq. 5.15 e eq. 5.16 5.4- Escolha do Regulador de tensão Para a escolha de reguladores de tensão é necessário que a faixa de regulação escolhida seja suficiente para corrigir as variações de tensão no ponto de instalação, e ainda compensar a queda de tensão do alimentador além do ponto de sua instalação. Os reguladores de tensão possuem uma faixa de regulação de tensão que pode ser ajustada para os valores de ± 5%; ± 6,25%; ± 7,5% ± 8,75% e ± 10%, sendo a elevação ou redução de tensão feita através de 32 degraus (16 degraus para elevar a 16 degraus para diminuir a tensão) de 5/8% cada um. O cálculo das potências dos reguladores de tensão tipo de grau monofásicos necessários para uma determinada aplicação é bastante simples, devendo-se observar que: a) A potência calculada de um regulador de tensão monofásico é o produto da corrente de carga em ampéres pela faixa de regulação em Kv, ou seja. Potência do regulador = corrente (ampéres) x faixa de regulação (Kv). b) A faixa de regulação do regulador é a quantidade de elevação ou redução de tensão introduzida pelo regulador. É usualmente expressa em porcentagem ou em Kv. c) A tensão nominal do regulador é a tensão de placa. Tipo do circuito (monofásico ou trifásico) Tensão nominal do circuito Potência aparente a regular Quantidade necessária da correção de tensão. 104 105 Nas figuras acima mostram o circuito simplificado do regulador de tensão, onde se pode concluir que para uma máxima posição de aumento ou diminuição de tensão, a faixa de regulação, em %, será: R% =100 x ( VS – VL) / VL Onde VS e VL são respectivamente as tensões de entrada e saída do regulador: então; KVA de Regulação ={ ( VS – VL) / VL}x KVA DO CIRCUITO. Potencia Nominal do regulador = (R%/100) x KVA DO CIRCUITO. 1)Um regulador monofasico será usado para regular um circuito , com a tensão de 7960 volts, 300 kVA e 10% de regulação. Calcular a potência desse banco. Solução: Potencia Nominal do regulador = (R%/100) x KVA DO CIRCUITO. Potencia Nominal do regulador = (10/100) x 300. Potencia Nominal do regulador = 30 KVA 5.5- Banco de Reguladores Trifásicos Três reguladores de tensão monofásicos podem ser conectados externamente para formar um banco trifásico. Cada regulador possui seu próprio circuito compensador, e, então, as comutações ocorrem independentemente em cada fase. A escolha da ligação a ser utilizada deve ser feita com base na tensão nominal da rede, por exemplo, um regulador com um TP de relação 14400/120V deve ser ligado em delta em uma rede de 13,8kV (tensão de linha), ou em estrela aterrada em uma rede de 105 106 23,1kV (tensão de linha). As conexões típicas entre reguladores monofásicos estão descritas a seguir. 5.5.1 Estrela Aterrada Um banco de reguladores de tensão conectados em estrela aterrada é apresentado na figura abaixo. Cada regulador age independentemente baseado no carregamento e impedância de cada fase. Neste tipo de ligação, a faixa de regulação chega a ±10% da tensão de fase. Figura 5.4: Reguladores monofásicos conectados em estrela aterrada. Recomenda-se que o banco de reguladores conectado em estrela seja instalado em sistemas onde a fonte tenha a mesma ligação, para que a corrente de neutro devido a possíveis desequilíbrios de carga do banco tenha caminho fechado para a terra e, portanto, para a fonte. O diagrama fasorial de tensões supondo os reguladores elevando em 10% a tensão é apresentado na Figura 13. 106 107 Figura 5.5: Diagrama fasorial - banco de reguladores em estrela aterrada. 107 108 108 109 Figura 5.6: Estrutura com banco de reguladores em estrela aterrada Figura 5.7: Diagrama esquemático de banco de reguladores em estrela aterrada 109 110 5.5.2 –Delta Fechado A ligação de reguladores em delta fechado é apresentada na figura 5.8 a seguir. Nesta ligação, o terminal fonte-carga (FC) de um regulador está ligado ao terminal carga (C) da unidade adjacente. Figura 5.8: Reguladores monofásicos conectados em delta fechado. Na regulação trifásica obtida com a ligação em delta fechado a faixa de regulação é aproximadamente 50% maior que a faixa de cada regulador individual. Isto é, quando instalados três reguladores monofásicos, ± 10% de regulação, em delta fechado, a faixa de regulação do banco trifásico é de aproximadamente ± 15%. O diagrama fasorial das tensões é apresentado na Figura 5.9. 110 111 Figura 5.9: Diagrama fasorial – banco de reguladores em delta fechado. 111 112 Figura 5.10: Estrutura com banco de reguladores em delta fechado. 112 113 Figura 5.11:Diagrama esquemático com banco de reguladores em delta fechado. 5.5.3 –Delta Aberto Dois reguladores monofásicos podem ser ligados em delta aberto. A figura 5.12 mostra os reguladores conectados entre as fases AB e CB. Esse tipo de conexão é normalmente aplicado em alimentadores com 3 condutores ligados em delta. 113 114 Figura 5.12: Reguladores monofásicos conectados em delta aberto. A regulação do banco ligado em delta aberto é de ±10%. O diagrama fasorial é apresentado na figura 5.13. Figura 5.13: Diagrama fasorial - banco de reguladores em delta aberto. 114 115 5.6- Operação em série de reguladores Os reguladores instalados ao longo dos alimentadores primários, corrigem a queda de tensão excessiva e reduzem a faixa de regulação desse alimentador. Eles são localizados em pontos onde a tensão do alimentador na hora da carga máxima cai baixo de um mínimo valor permissível, já se levando em consideração o crescimento da carga.Em alguns alimentadores uma diminuição de tensão é necessária, quando esse alimentador contém diversos bancos fixos de capacitores shunt e uma tensão maior do que a máxima permissível ocorre durante as condições de carga leve. Reguladores suplementares podem ser instaladas em série ao longo de um alimentador, mas o seu número é limitado pela capacidade térmica dos condutores ou pelas perdas elétricas. Em alimentadores longos pode ser necessário a instalação de dois bancos de reguladores e alguns vezes três em série, sendo este o número máximo recomendável. 5.7- Considerações Finais 5.7.1- Instalação A instalação de reguladores de tensão nas redes de distribuição merece alguns cuidados especiais dentre os quais são aqui relacionados os seguintes: a) Em nenhuma condição os reguladores de tensão deverão ser submetidos à alimentação pelo lado da carga. Desta forma, após a instalação do equipamento, ficarão impedidas aquelas manobras que acarretem tal 115 116 situação. Caso alguma dessas manobras se torne imprescindível à manutenção a continuidade de serviço a um carga importante, o regulador deverá ser previamente bai passado. b) Não deverão ser efetuados manobras na rede que submetem o regulador a uma carga resultante superior ao valor máximo correspondente à faixa de regulação escolhida. c) È pratica que a corrente de curto circuito trifásico simétrica, no ponto de instalação do regulador não deva exceder aos seguintes valores. Icc (A) t (S) -6400 0,85 -5450 1,15 -4800 1,45 -4500 1,65 -4000 2,05 -3300 3,05 -2850 4,05 t: tempo máximo que o equipamento poderá ficar sujeito curto a corrente circuito de trifásico simétrica. d) Os reguladores de tensão somente deverão ser energizados após obedecidos os procedimentos indicados pelo fabricante para sua colocação em serviço. 116 117 5.7.2- Chaveamento Todas as instalações de reguladores de tensão devem ser providas de chave bay pass que possibilitem sua retirada de serviço quando da necessidade de manutenção ou quando da realização de manobras que possam afetar o equipamento. 5.7.3- Proteção Todas as instalações de reguladores de tensão devem ser providas de páraraios tipo válvula, para prover proteção contra sobretensões e chaves fusíveis para proteção de sobrecarga. 5.7.4- Estruturas Os reguladores de tensão devem ser instalados em pontos de fácil acesso, podendo ser em um único poste ou em bancadas. 5.7.4- OBSERVAÇÃO: Em anexo ao material didático apresentamos alguns arquivos de profissionais e empresas que reforçam o presente trabalho bem como diversas figuras foram retiradas de arquivos disponíveis na Web. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 117 118 118