FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA GOMA GUAR Sinónimos: Goma jaguar. Farinha guar. Guar galactomanano. Goma de Cyamopsis. E-412. Fórmula Molecular: (C6H12O6)n Peso Molecular: Aprox. 220.000 Dados Físico-Químicos: Pó fino de cor bege. Solúvel em água (gelifica-se), praticamente insolúvel em etanol. Propriedades e usos: Obtém-se do endosperma das sementes de Cyamopsis tetragonolobus L. Taub. (fam. Leguminosas), mediante moagem dos endospérmios seguida de hidrólise parcial. Os principais componentes são polissacarídeos hidrocoloidais constituídos por D-galactose e D-manose (galactomananos). A goma de guar é um polissacarídeo não absorvível, de cadeia longa, de natureza aniónica, e de alto peso molecular, que tem a capacidade de formar hidrocolóides quando se mistura com água, e interfere nos processos de absorção intestinal de hidratos de carbono e gorduras. É um exemplo de fibra solúvel. Os geles que forma são normalmente de baixa consistência. São estáveis a pH = 4,0 – 10,5. Pelo facto de ter essa grande capacidade de absorver água e formar um gel, provoca uma repleção gástrica que dá a sensação de saciedade, assim como uma redução na digestibilidade de proteínas, sendo utilizado em casos de excesso de peso. É utilizada como agente hipoglicemiante, em casos de diabetes mellitus, como coadjuvante do tratamento com dieta, insulina ou hipoglicemiantes orais, dado que actua atrasando a absorção digestiva dos glícidos contidos nos alimentos, pelo que reduz os níveis de glicose no sangue em jejum e depois das refeições. Devido ao mesmo mecanismo, é útil nas hipercolesterolemias (reduz o colesterol total e o colesterol LDL). Também é utilizada para se conseguir um esvaziamento gástrico lento, em doentes com síndrome de dumping (síndrome de evacuação gástrica rápida). Pelo facto de não ser absorvida pelo organismo provoca um aumento do bolo intestinal que actua mecanicamente sobre as paredes intestinais, ocasionando a regulação fisiológica do trânsito intestinal (laxante mecânico), efeito útil na obstipação. Além disso, actua como demulcente, isto é, protector da mucosa gástrica, útil em gastrites e em úlceras gastroduodenais. Também é utilizada como agente suspensor em formulações orais e tópicas, como espessante para estabilizar emulsões, e como aglutinante e desagregante em comprimidos. Dosagem: -Na diabetes, com a dose de 700 - 1.500 mg, em cápsulas ou FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA saquetas, geralmente 3 vezes por dia, com as refeições ou cerca de 30 minutos antes, e tomada com líquido abundante. -Como estabilizante de emulsões: a 1 %. -Como espessante de emulsões: até 2,5 %. -Como aglutinante em comprimidos: até 10 %. Efeitos secundários: As reacções adversas são, em geral, leves e transitórias, sendo na maior parte dos casos um prolongamento da acção farmacológica e afectando principalmente o aparelho digestivo, com flatulência, diarreia e náuseas, principalmente no início do tratamento. Contra-indicações: Obstrução intestinal ou Diverticulose intestinal. Cuidados: Deve ser ingerida com líquido abundante, e nunca a seco nem imediatamente antes de ir para a cama. Interacções: Existe risco de a goma de guar afectar a absorção de outros fármacos, tais como a Penicilina V. Incompatibilidades: Acetona, álcool, taninos, ácidos e bases fortes, boratos. Os geles podem-se liquidificar a pH < 7. Conservação: Em embalagens bem fechadas. PROTEGER DA LUZ E DA HUMIDADE. Exemplos de formulação: Cápsulas para a obstipação esofágica. Refluxo gastroesofágico. Goma de guar................................................ 500 mg para 1 cápsula, número 30 Modus operandi: São utilizadas cápsulas do nº 0, sem necessidade de nenhum excipiente. Bibliografia: - Martindale, Guía completa de consulta farmacoterapéutica, 1ª ed. (2003). - The Merck Index, 13ª ed. (2001). - Formulario básico de medicamentos magistrales, Mª. José Llopis Clavijo e Vicent Baixauli Comes (2007). - Monografías Farmacéuticas, C.O.F. de Alicante (1998). - Handbook of Pharmaceutical Excipients, 6th ed., 2009.