A medida do tempo geológico e a idade da terra

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Biologia – Geologia (10º ano)
A MEDIDA DO TEMPO GEOLÓGICO
E A IDADE DA TERRA


Idade relativa e idade radiométrica
Memória dos tempos geológicos
O tempo em Geologia
A noção de tempo é um conceito fundamental em geologia …
E a idade da Terra, uma
questão central!
O tempo em Geologia
Unidade de tempo para o último século
Unidade de tempo para o estudo da civilização romana
Unidade de tempo para o estudo da pré-história
Unidade de tempo no domínio da Geologia
Ano
Séculos
Milhar de anos
MILHÕES DE ANOS (M.a.)
O tempo em Geologia
O tempo em geologia tem uma dimensão diferente daquela
habitualmente usada por qualquer ser humano.
Os físicos e químicos
estudam processos que
decorrem em fracções
de segundo!
Reacções químicas,
propagação das ondas
sonoras, etc.
Os geólogos estudam
processos que podem
durar longos
períodos…
Orogénese, expansão dos
fundos oceânicos, erosão etc.
Orogénese
Reacções
químicas,
propagação
das ondas
sonoras, etc.
(formação de
montanhas),
expansão dos
fundos
oceânicos,
erosão , etc.
O tempo em Geologia
Mas será que todos os fenómenos geológicos são
lentos à escala humana?

Sismos

Erupção vulcânica

Avalanches

Impacto de um meteorito

Inundações
Actualmente
considera-se que
o nosso planeta
tem 4600 M.a.
O tempo em Geologia
Querem ter uma noção? …
Imagina uma ampulheta gigante cheia de
grãos de arroz! 1Kg de arroz tem 5000
grãos… A idade da Terra corresponderia a
uma ampulheta com 91 000 Kg de arroz em
que, por ano, caía um grão …
Por ano, é arrancado dos Himalaias e por
acção dos agentes erosivos, 1 mm de
material…
Ao fim de 1 M.a. Já 1Km foi arrancado!!!!
O tempo em Geologia
“O movimento das placas tectónicas da Terra
produziu ao longo do tempo maravilhas como o
cume do Evereste e dispôs os continentes na forma
como os conhecemos. Pelo meio esqueceu-se da Baía
de Hudson, no Canadá. Agora, cientistas do Canadá
e dos Estados Unidos descobriram que na costa
oriental da baía podem estar as rochas mais antigas
que se conhece da crosta terrestre, produzidas há
4,28 mil milhões de anos.
"Existem datas mais antigas para minerais isolados provenientes do Oeste da Austrália, mas estas são as rochas
mais antigas que se conhece até agora”, disse num comunicado Richard Carlson, investigador do Departamento
de Magnetismo Terrestre, do Instituto de Carnegie em Washington.
A descoberta foi publicada hoje na revista Science. Os investigadores estudaram amostras de uma cintura de
rochas metamórficas chamadas Nuvvuagittuq. Ao medirem a composição dos isótopos de neodímio e de
samário, elementos químicos raros que existem nestas rochas, conseguiram datar as amostras entre os 3,8 e
4,28 mil milhões de anos.
A Terra tem 4,6 mil milhões de anos e é muito raro encontrar-se restos da crosta original, a maior parte
da qual foi esmagada e reciclada no interior do planeta várias vezes. (…)”
in Público, 2008
O tempo em Geologia
Se a Terra for “jovem”, ficamos
praticamente reduzidos a uma opção –
foi Deus que a criou …
Se a Terra for bem “velha”, a evolução
(dos
seres
vivos,
por
exemplo)
é
teoricamente possível!
Muitas questões podem ser colocadas sobre o
Um milhão de anos … uma “migalha” de tempo na Terra …
que aconteceu ao longo destes 4600 M.a. …
 Quando apareceram e como evoluíram os primeiros seres vivos …
 Que tipo de organismos povoaram a Terra? …
 Será que existiram crises biológicas?
 Quais as suas causas?
 Quem foi afectado por essas crises?
Para conseguir responder a tudo isto é
necessário determinar idades – precisamos de
Relógios Geológicos (rochas e fósseis)!
O tempo em Geologia – datação de rochas
DATAÇÃO RELATIVA

Princípio da Horizontalidade Inicial

Princípio da Sobreposição de Estratos

Princípio da Continuidade Lateral

Princípio da Intersecção

Princípio da Inclusão

Princípio da Identidade Paleontológica
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Horizontalidade Inicial
Os sedimentos que estiveram na origem dos estratos são depositados, em
regra, segundo camadas horizontais paralelas à superfície de deposição.
(Quaisquer fenómenos de deformação que alterem esta horizontalidade das
camadas é posterior à sedimentação!).
Cabo Sardão – costa vicentina
O dinossauro que caminhou neste local não estava certamente a
“andar de lado”…!
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Sobreposição de Estratos
Se não ocorrerem deformações, a deposição ocorre por ordem cronológica,
da base para o topo – uma camada é mais recente que a que lhe serve de
base e mais antiga do que as que lhe estão acima.
Mais recente
Mais recente
Mais antigo
Mais antigo
Mais recente
Mais recente
Mais antigo
Mais antigo
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Sobreposição de Estratos
As camadas que se encontram no topo de uma sequência estratigrágica original (sequência vertical
de estratos) são mais recentes que as camadas inferiores.
Isto permite analisar um perfil vertical de camadas como uma linha vertical de tempo!
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Excepções ao princípio da
Sobreposição de Estratos
1 - Dobras deitadas
Este princípio nem sempre pode ser
usado para datar os estratos de
forma relativa! Se ocorrerem
determinadas deformações nas
rochas a posição dos estratos será
alterada e, às vezes, até invertida
(como no caso das dobras deitadas)!!!
Inglaterra, Crackington Haven
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Excepções ao princípio da
Sobreposição de Estratos
Mais antigo
Mais
recente
2 – Terraços fluviais
O rio, por erosão, escava um novo leito, provocando
a formação de degraus onde deposita sedimentos –
terraços fluviais. Os últimos a serem depositados
foram os da zona 3 (mais recentes).
3 - Grutas
Mais antigo
Mais
recente
Os sedimentos depositados em grutas são mais
modernos do que as camadas que lhe servem
de tecto.
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Excepções ao princípio da
Sobreposição de Estratos
4 - Falhas
Estes estratos apresentam a mesma idade
apesar de não estarem “nivelados”
Blocos rochosos que fracturam
(“partem”) e que se movimentam
um em relação ao outro.
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Excepções ao princípio da
Sobreposição de Estratos
O Princípio da Sobreposição deve
ser aplicado com precaução, uma
vez que em terrenos que
experimentaram fenómenos de
deformação, como dobras e falhas,
o geólogo deve apoiar-se em
métodos de interpretação
complementares.
A sua aplicação poderá no entanto ser válida para estratos que se encontrem
em posição inclinada, desde que a deformação de origem tectónica, posterior à
deposição dos estratos, não tenha provocado a sua inversão.
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Continuidade Lateral
Um estrato delimitado pelo mesmo
tecto e muro e com semelhantes
propriedades litológicas possuí a
mesma idade em toda a sua
extensão lateral!
Os estratos podem estender-se lateralmente por
longas distâncias. Aplicando este princípio
podemos correlacionar litologias que se
encontrem muito afastadas.
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Continuidade Lateral
Em vários ponto da Terra pode existir a mesma sequência estratigráfica, isto é,
há correlação entre estratos distanciados lateralmente!
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Continuidade Lateral
Isto foi usado para provar a
existência da Pangea – margens
da África e da América do Sul
contêm rochas do mesmo tipo
(idênticas sequências
estratigráfias)
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Inclusão
Este princípio aplica-se, por exemplo a rochas compostas por fragmentos de
outras (como o conglomerado)
Fragmentos ou porções de
uma rocha que se
encontram incorporados
(inclusão) noutra são mais
antigos que as rochas que
os contêm.
Mais antigo
Mais recente
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Inclusão
Mais antigo
Mais recente
Antes desta rocha se formar (por
sedimentogénese e diagénese), os detritos
já existiam e pertenciam a uma outra,
logo são mais antigos! OU ….
Magma
invade
pequenas
fracturas
A proximidade do
magma faz com que
as rochas encaixantes
se fundam
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Intersecção
Este princípio aplica-se a estratos afetados por estruturas (falhas, intrusões
magmáticas, etc …)
Mais antigo
A estrutura que intersecta
é mais recente do que
aquela que é intersectada.
Mais recente
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Intersecção
Magma invade as
fracturas existentes
nas rochas
encaixantes (mais
antigas), preenchendoas e, mais tarde,
solidificando (filões).
Filões
“Não se pode cortar
algo sem esse algo já
lá estar!” …
Sequência cronológica:
A–B-C
Filão
Filão
Mais recente
Mais recente
Não esquecer!!! Que tipo de Datação estamos a fazer?
RELATIVA
Intrusão
Magmática
Mais
recente
Falha
Mais recente
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO DE
ESTRATOS
PRINCÍPIO DA INTERSECÇÃO
PRINCÍPIO DA HORIZONTALIDADE
INICIAL
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Uma discordância
corresponde a um
período de tempo
durante o qual não
ocorreu sedimentação
(e a erosão actuou),
iniciando-se depois
uma nova
sedimentação.
Discordância
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Discordância
Shepard Point ,
Utah – U.S.A.
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Estratos com os
mesmos fósseis
possuem…
Os fósseis são
contemporâneos das rochas
onde se encontram!
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
D
I
A
G
É
N
E
S
E
O processo de
fossilização
acompanha o
processo de
formação da
rocha, logo fóssil
e rocha possuem
a mesma idade
(datação
relativa)!
Rocha e fóssil são
contemporâneos!
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Mas nem todos os fósseis podem
ajudar a datar litologias …
apenas os …
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
São fósseis de seres que fossilizam facilmente (têm partes
duras) e, por isso, ficam muitas vezes registados nas rochas! 

OCORRÊNCIA EM ABUNDÂNCIA
São fósseis de seres que existiram em grande quantidade e que
se expandiram numa grande área geográfica (assim, permitem

correlacionar estratos em diferentes pontos do globo)  AMPLA DISTRIBUIÇÃO
GEOGRÁFICA
São fósseis de seres que não viveram durante muito tempo
geológica).  CURTA DISTRIBUÇÃO TEMPORAL ou estratigráfica.

(à escala
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
As trilobites eram artrópodes (como as
aranhas, lagostas, insetos, etc) exclusivos do
meio
marinho!
Possuíam
um
exosqueleto de quitina endurecido
com carbonato de cálcio (por isso os
seus fósseis são tão abundantes!). A
maioria das espécies de trilobites
tinha sistema de visão muito apurado
e olhos complexos. O seu tórax tinha
muitos segmentos e, por isso, podiam
enrolar-se
e
defender-se
dos
predadores (como os bichos da
conta!). Surgiram há cerca de540 M.a. e
extinguiram-se há cerca de 250 M.a..
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Os graptólitos surgiram há cerca de
523 M.a.e extinguiram-se há 330
M.a. Eram pequenos animais marinhos
que viviam em colónias (apenas de alguns
cm) e que se expandiram por várias
regiões do globo.
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
As amonites eram animais marinhos e
tinham corpo mole… no entanto uma
carapaça encarregava-se de os
proteger (e facilmente fossilizava)! Os
maiores podiam atingir 1 m de
diâmetro! Estes seres eram carnívoros
e surgiram há cerca de 225 M.a. e
extinguiram-se há 65 M.a.
Mais informações sobre FÓSSEIS
Mas nem todos os fósseis apresentam características que lhes permitem
ajudar na datação de rochas…
Corais
Os corais são formados por pequeninos
animais de corpo mole (pólipos) que vivem
juntos num grande grupo (colónia). Ao longo
do tempo vão construindo uma estrutura
calcária onde se alojam e vive em conjunto
com uma alga que se chama zooxanthelae. É
esta alga minuscula responsável pelas cores
que observamos nos corais como verde,
amarelo, azul, lilás, castanho e muitas outras.
Quando morrem, novos pólipos crescem por
cima dos esqueletos de calcário que ficam
(um kg de coral pode ter nais de 80.000
pólipos). Assim, quando vemos um recife de
coral, apenas a fina camada superficial é que
é constituida por pólipos vivos na verdade!
Mais informações sobre FÓSSEIS
Os corais estão entre as comunidades
marinhas mais antigas que se conhecem - a
sua história remonta desde há 500 milhões
de anos atrás!!!!
NÃO SÃO BONS FÓSSEIS DE
IDADE!
Pólipos de corais
Mas… estes seres só conseguem sobreviver
em ambientes aquáticos de águas quentes,
calmas e pouco profundas!!!!
Por viverem em ambientes tão
característicos e altamente específicos eles
são considerados …
Mais informações sobre FÓSSEIS

Permitem caracterizar paleoambientes
São fósseis de seres que apresentam uma
reduzida distribuição geográfica pois habitam
apenas locais com condições específicas.


São fósseis de seres que viveram durante muito
tempo (à escala geológica).
Mais informações sobre FÓSSEIS
Seres que habitam a Terra desde há milhões de anos e que, para
além de existirem actualmente, são encontrado também sob a forma
de fóssil!

Existem diversos motivos pelos quais um organismo sobrevive milhões de anos sem sofrer
mudanças. Uma das explicações é o simples facto desse organismo se encontrar muito bem
adaptado à diversidade de condições do meio que habita. Já outros organismos não
evoluem devido à continuidade mais ou menos estável das características do seu habitat.
A sobrevivência de alguns fósseis “vivos” também pode dever-se ao facto destes habitarem
ambientes isolados, onde não enfrentam a competição com outros organismos
potencialmente melhor adaptados a esses ambientes.
Permitem compreender a evolução dos seres vivos, as adaptações
e extinções ao longo da história da Terra;

Permitem reconstituir os organismos numa dada época, o seu
modo de vida, como é que interagiam entre si e como se
relacionavam com o meio ambiente onde viviam;

Permitem reconstituir os ambientes do passado e assim reconstituir
a geografia da Terra;


Permitem reconstituir os climas do passado;

Permitem efectuar a datação relativa dos estratos rochosos.
Quais os
É frequente os geólogos recorrerem melhores
ao estudo
de associações de diferentes fósseis fósseis
de idade,de
evitando datações baseadas apenasidade?
num
(seriam menos precisas!).
Ceratites,
goniatites,
belemnites e
amonites
(existiram em grande
número -barra larga e tiveram uma curta
duração na história
da Terra!
Quais dos estratos apresentados possuem a
mesma idade?
AeK
;
B, E e L
;
C, F e M
;
D, G e N
(pois posuem os mesmos fósseis – Princípio da Identidade Paleontológica)
As camadas 1 a 5 sofreram deformações, inclinando,
após a sua formação (estas camadas experimentaram
a mesma história geológica pois a sua inclinação é
semelhante).
Princípio da
Horizontalidade
Inicial
A intrusão 6 atravessa as camadas 1, 2 e 3 logo é
mais recente que estas.
As camadas 9 e 10 são “cortadas” pelo vale logo podemos
afirmar que este foi a última estrutura a formar-se.
Princípio da
Intersecção
Inclusões de
granito
mais antigas que a rocha
que as contém
Princípio
da Inclusão
Inclusões no
granito
mais antigas que ele
Princípio
da Inclusão
Metamorfismo de contacto
Podem-se formar novas
(devido às elevadas
rochas por alteração das
temperaturas)
anteriores
As camadas de 1 a 10 depositaram-se horizontalmente umas sobre as outras.
Sofreram deformação, inclinando-se. Posteriormente ocorreu a formação de
uma intrusão magmática que deu origem ao granito (contém inclusões de outras
rochas mais antigas). Deu-se a erosão de todo este conjunto e, posteriormente
depositaram-se as camadas 11 (com inclusões do granito, mais antigo) a 14.
Os sedimentos acumulam-se
horizontalmente
Princípio da
Horizontalidade
Inicial
Forças tectónicas provocam o
seu levantamento e
deformação
Surge uma intrusão magmática
com um “ramo” – dique – que
“corta” as camadas
deformadas
Princípio da
Intersecção
Surge uma falha (que corta o
dique e as estruturas
deformadas)
1 - Deposição de A, B, C, D, E, F
e G e posterior inclinação;
2 – Ocorrência da falha H;
3 – Erosão e formação de uma
descontinuidade (I) – superfície
irregular;
4 – Deposição de J, K e L;
5 – Aparecimento da Intrusão M;
6 – Novo episódio de erosão com
formação de uma segunda
descontinuidade (N);
7 – Deposição de P (com inclusões de
rochas mais antigas) e Q;
8 – O filão R e as camadas de lava S e T surgiram depois da deposição de Q mas não é possível
concluir se R surgiu antes ou depois de S e T pois não o intersecta; Com certeza sabemos apenas
que a camada mais recente de todas é a T.
Como ordenar
cronologicamente as
estruturas de A a F?
Conglomerado
Calcário
Mais antigo
C
D
Mais recente
A
B
F
E
DATAÇÃO ABSOLUTA
O tempo em Geologia – datação absoluta
O tempo em Geologia – datação absoluta
A radioactividade é uma das principais fontes de energia
térmica interna da Terra!
O tempo em Geologia – datação absoluta
Os átomos fazem parte da constituição da
matéria (de tudo aquilo que existe)! … Nas
rochas também existem átomos!
Alguns deles (urânio, rádio, etc) são
radioactivos, isto é, ao longo dos tempos,
e naturalmente, os seus núcleos vão-se
desintegrando espontaneamente para se
tornarem mais estáveis. Quando isso
acontece liberta-se energia!
O tempo em Geologia – datação absoluta
O ambiente no qual vivemos é naturalmente
radioactivo. Por exemplo, respiramos carbono14, que é radioactivo; comemos bananas que
apresentam na sua composição potássio-40,
com núcleo instável, nos nossos ossos e sangue
existe rádio-226 …
Vivendo em um ambiente radioativo, os seres
humanos, e todos os demais seres vivos, são
naturalmente radioativos. O problema está na
quantidade de radiação à qual estes seres
sãoexpostos: acima de certo nível a exposição
às radiações provoca, no corpo humano, e nos
demais seres vivos, várias reações adversas
(danos nas células e no materal genético).
O tempo em Geologia – datação absoluta
A datação absoluta pode também ser chamada de …
… Isótopos …
O mesmo elementos químico (carbono, por exemplo), pode ter no núcleo do átomo:
 O mesmo número de protões e neutrões (6P + 6N)  C12
ESTÁVEL
 Diferente número de protões e neutrões (6P + 7N)  C13
ESTÁVEL
 Diferente número de protões e neutrões (6P + 8N)  C14
INSTÁVEL
Nota: C12, C13 e C14 são isótopos de carbono!
O tempo em Geologia – datação absoluta
Os isótopos de urânio são muito frequentes
nas rochas (1g por cada 1000 Kg de rocha) !
Estes isótopos são muito instáveis – os seus núcleos
desintegram-se espontaneamente formando um átomo
de um elemento químico diferente, mais estável!
Urânio submetido a radiação U.V.
Átomo inicial: ISÓTOPO – PAI (instável)
Átomo formado após desintegração: ISÓTOPO – FILHO (mais estável)
Nota: O isótopo Rubídio-87 forma o isótopo de Estrôncio-87 quando se desintegra!
O tempo em Geologia – datação absoluta
 A taxa de decaimento radioactivo (desintegração
dos isótopos-pai em isótopos-filho)
é constante para
cada isótopo!
(não varia com condições de pressão, tenperatura ou outros
aspectos associados aos processos geológicos)
 A desintegração é irreversível: o isótopo-pai não
volta a adquirir as propriedades iniciais!
 Quando a rocha se forma adquire elementos radioactivos que se começam a
desintegrar marcando o momento de formação daquela rocha!
O tempo em Geologia – datação absoluta
… o conceito mais importante…
Período de semi-vida
ou período de semitransformação
Tempo decorrido para que metade do número de
isótopos-pai radioactivos sofra desintegração,
transformando-se em isótopos-filho.
No final de um período de semi-vida, 50% dos isótopos-pai já foram
transformados em isótopos-filho… No final do 2º período de semi-vida, metade
da metade que restou (¼) do nº original de isótopos-pai ainda permanecem na
rocha… No 3º período de semi-vida 1/8 e assim por diante!
(restará sempre uma quantidade residual de isótopos-pai na rocha)
O tempo em Geologia – datação absoluta
Espectrometro de massa
– consegue detectar
quantidades diminutas de isótopos!
O tempo em Geologia – datação absoluta
Basta conhecer o período de semi-vida e o nº de isótopos-pai e filho existentes na
rocha para que se possa calcular o tempo decorrido desde que o processo de
desintegração se iniciou
O tempo em Geologia – datação absoluta
À medida que os milhões de anos passam, o potássio 40 decai lentamente e, um a um, os átomos de árgon 40
substituem os de potássio 40 no cristal. A quantidade de árgon 40 acumulada é uma medida do tempo
decorrido desde a formação da rocha. Decorridos 1,26 mil milhões de anos, o rácio será 50-50. Ao fim de
mais 1,26 mil milhões de anos, metade do potássio 40 remanescente terá sido convertido em árgon 40, e
assim por diante.
O tempo em Geologia – datação absoluta
Há medida que o tempo passa aumenta na
rocha o número de isótopos-filho e diminui o
número de isótopos-pai!
A margem de erro é de apenas alguns M.a.
O tempo em Geologia – datação absoluta
Na altura em que a rocha se formou os isótopos ficaram incorporados nos minerais e, nesse momento
inicial, apenas existiam isótopos-pai e nenhuns isótopos-filho!
O tempo em Geologia – datação absoluta
O que inferir quando a
quantidade de
isótopos-filho e
isótopos-pai é igual ?
Passou um período de
semi-vida!
O que inferir quando a
quantidade de
isótopos-filho é 3
vezes superior à
quantidade de
isótopos-pai?
Passaram dois
período de semi-vida!
O tempo em Geologia – datação absoluta
Qual o melhor isótopo para
datar rochas jovens?
É que se a rocha for “velha” e a taxa de
decaimento for rápida, os isótopos-pai já
se transformaram quase todos em
isótopos-filho: sabemos que o relógio
isotópico parou, não sabemos é há
quanto tempo isso aconteceu!
O tempo em Geologia – datação absoluta
O Carbono-14 é muito usado na
arqueologia e é o ideal para
datar fósseis ou quaisquer outros
resíduos orgânicos… Porquê?
Todos os seres vivos contém
carbono. Ele é aborvido pelos
seres fotossintéticos e daí segue
por toda a cadeia alimentar!
Quando os seres morrem inicia-se
o decaimento! E a arqueologia
estuda eventos recentes –
interessam isótopos com menor
tempo de semi-vida!
O tempo em Geologia – datação absoluta
 Não
permite datar rochas sedimentares!
(este método pressupõe que as rochas sejam sistemas fechados, não existindo entradas ou saídas de isótopos.
Mas, se as rochas sofrerem erosão ou meteorização, podem ocorrer perdas de isótopos (pais e filhos) o que
irá influenciar a idade atribuída!).
Cada grão de areia tem um relógio calibrado para uma data distinta, a qual remonta provavelmente a muito
antes de a rocha sedimentar se formar. Assim, em matéria de cronometragem, a rocha sedimentar é uma
confusão.
 Nem
sempre as rochas contêm grandes quantidades dos isótopos
necessários à sua datação.
O tempo em Geologia – datação absoluta
As rochas ígneas costumam conter muitos
isótopos radioactivos diferentes. A
solidificação das rochas ígneas dá-se
bruscamente,
o
que
tem
uma
consequência feliz: todos os relógios de
um dado fragmento de rocha são
calibrados em simultâneo.
Apenas as rochas ígneas
proporcionam bons relógios
radioactivos!
O tempo em Geologia – datação absoluta
As rohas estão constantemente a
ser recicladas e transformadas
noutras – é impossível datá-las
por completo!
O melhor que há a fazer é combinar todos os
métodos de datação para que se consiga
elaborar um calendário da história da Terra!
Em locais onde ocorram afloramentos com mais
do que um tipo de rocha, podem-se datar as
rochas magmáticas por dataçao absoluta e,
em seguida, estabelecer uma equivalência
com os restantes fenómenos geológicos que se
encontrem representados na área em estudo.
O tempo em Geologia – datação absoluta
O tempo em Geologia
Por que motivo a estratigrafia
não permite medir o tempo de
forma absoluta?
Os sedimentos não se acumulam numa taxa
constante em nenhum ambiente de sedimentação
(podem até haver longos momentos de ausência de
sedimentação). Por exemplo, durante uma inundação,
um rio poderá depositar uma camada de areia de
vários metros de espessura em questão de
poucos dias, enquanto durante todos os anos que
se seguirem entre as inundações ele apenas
deposita uma camada de areia com poucos
centímetros de espessura. Além disso a taxa de
erosão também não é constante.
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