Síndroma de Imunodeficiência Adquirida A Pandemia do Século XXI

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Síndroma de Imunodeficiência Adquirida
A Pandemia do Século XXI
Os primeiros relatos de pacientes com SIDA (Síndroma de
Imunodeficiência Adquirida) remontam a 1981. Alguns anos mais tarde o HIV
(vírus de imunodeficiência humana) foi identificado como o agente infeccioso
responsável pela doença.
As estimativas prevêem que aproximadamente 33 milhões de pessoas
estão actualmente infectadas, sendo também importante referir que as previsões
apontam para 15 mil pessoas infectadas diariamente e 3 milhões vítimas mortais
anualmente.
Predomínio do HIV na População Adulta
Incidência geográfica de adultos infectados com HIV no ano de 2007. Dados
compilados pela UNAIDS, organização das Nações Unidas para a luta contra a SIDA.
Causas
O HIV pertence a família dos retrovírus, o mecanismo de propagação
desta classe de vírus consiste na produção de uma cópia de ADN (ácido
desoxiribonucleico), originária do ARN (ácido ribonucleico) do vírus, que é
inserida no genoma da célula hospedeira, permitindo a replicação do vírus
utilizando a maquinaria molecular da própria célula hospedeira. O HIV infecta
maioritariamente um tipo de células do sistema imunitário, os linfócitos T CD4
positivos. O vírus reconhece a proteína CD4 na superfície dos linfócitos, sendo
este o evento que inicia a entrada do HIV nos linfócitos. Após a infecção, o vírus
destrói os linfócitos T CD4 positivos, estando estes presentes no sangue apenas
em quantidades residuais. Posteriormente a infecção de HIV progride para
SIDA, este estado clínico é identificado com base na quantidade de linfócitos T
CD4 positivos presentes na corrente sanguínea. Na ausência de terapia antiretroviral o período médio de progressão de infecção de HIV até SIDA pode
variar entre 9 e 10 anos, no entanto este período de incubação pode variar entre
indivíduos.
Transmissão e Sintomas
As três principais vias de transmissão são: I) Contacto sexual; II)
Exposição a fluidos (sangue e secreções sexuais) ou tecidos corporais
infectados; III) De mãe para filho durante a gravidez.
A maioria das infecções de HIV são adquiridas devido a relações sexuais
desprotegidas. A transmissão sexual ocorre através do contacto de secreções
sexuais de um parceiro com as membranas mucosas rectais, genitais, ou orais
do outro parceiro. Actos sexuais desprotegidos de cariz receptivo são mais
arriscados que actos de inserção desprotegidos, e o risco é ainda mais elevado
para relações anais desprotegidas.
A transmissão através de contacto sanguíneo e a segunda maior causa
de infecção e pode acontecer devido a partilha de seringas ou transfusões
sanguíneas. O risco de transmissão através de uma seringa utilizada por um
paciente infectado é cerca de 1 em 150. Artistas envolvidos na execução de
tatuagens e “piercings” ou pessoas que os recebam são também parte do grupo
susceptível à transmissão por via sanguínea.
Por último, a transmissão do vírus pode acontecer de mãe para filho
durante a gravidez, no entanto se o parto for efectuado através de cesariana o
risco de transmissão é inferior a 1%.
A sintomatologia típica da SIDA e primordialmente devido à fragilização
do sistema imunitário. Muitos dos sintomas são causados por bactérias, vírus,
fungos e parasitas, que normalmente seriam controlados pelos componentes
danificados do sistema imunitário. Infecções oportunísticas como infecções
pulmonares e gástricas são muito comuns em pacientes com SIDA. Estes
pacientes têm também maior probabilidade de desenvolverem vários tipos de
cancro, como o sarcoma de Kaposi, cancro cervical e cancros relacionados com
o sistema imunitário conhecidos como linfomas.
Diagnóstico e Tratamento
A maioria dos testes para o HIV são baseados na detecção de anticorpos
anti-HIV e anti-p24, outro antigénio típico do HIV. O período entre a infecção
inicial e o desenvolvimento de anticorpos contra o vírus pode variar entre 3 a 6
meses.
Actualmente não existe nenhuma vacina contra o HIV ou cura para a
SIDA. Após exposição ao vírus o único tratamento disponível é o tratamento
anti-retroviral. Este tratamento consiste numa combinação de drogas que inibem
diferentes fases do ciclo de replicação do vírus. Os efeitos secundários do
tratamento anti-retroviral podem ser bastante severos, tais como náuseas,
diarreia e fadiga. A maioria dos pacientes de HIV/SIDA oriundos de países
desfavorecidos, não tem acesso a este tipo de tratamento devido ao seu elevado
custo.
Prevenção
A maioria das infecções de HIV são adquiridas através de relações
sexuais desprotegidas. O uso do preservativo reduz o risco de transmissão do
HIV entre heterossexuais em cerca de 80%.
A partilha de seringas, normalmente utilizadas para o uso de drogas intravenosas é também uma das formas mais recorrentes de transmissão do HIV, os
programas de substituição de seringas têm vindo a contribuir para a redução do
contágio de forma bastante significativa. Profissionais na área da saúde estão
também expostos a contaminação através do contacto com tecidos ou fluidos
infectados, em termos de prevenção são usadas luvas, máscaras e outros
acessórios que evitem o contacto directo com fluidos ou tecidos.
A possibilidade de transmissão do vírus de mãe para filho pode ser
minimizada através de terapia anti-retroviral administrada à mãe, e como já
referido, através de um parto por cesariana. Amamentação é também altamente
desaconselhada pois pode aumentar o risco de transmissão até 4%.
Fontes Bibliográficas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/HIV
http://en.wikipedia.org/wiki/HIV
http://www.unaids.org/en/
http://www.aidsinfo.nih.gov/
Autoria: Bruno Emanuel Correia
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