A Música no Egito Antigo

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A MÚSICA NO ANTIGO EGITO
Aspectos Históricos
A civilização egípcia antiga se
desenvolveu no nordeste africano, às
margens do rio Nilo, entre 3200 a.C. e 32 a.C.
A sociedade tinha uma estrutura
piramidal dividida rigidamente em camadas:
I – O Faraó e sua família;
II – Sacerdote, altos burocratas e aristocratas;
III – Militares e escribas;
IV – Artesãos e comerciantes;
V – Camponeses e escravos.
A religião tinha caráter politeísta e
antropozoomórfico e a crença de vida após a
morte desenvolveu o culto aos mortos e às
técnicas de mumificação.
Acreditavam na existência de vários
deuses, muitos deles com corpo formado por
parte de ser humano e parte de animal
sagrado, que interferiam na vida das
pessoas. As oferendas e festas em
homenagem aos deuses eram muito
realizadas e tinham como objetivo agradar
aos seres superiores, deixando-os felizes
para que ajudassem nas guerras, colheitas e
momentos da vida. Cada cidade possuía um
Deus protetor e templos religiosos em sua
homenagem.
A agricultura de ragadio foi a principal
atividade econômica no Antigo Egito. É
chamada assim por estar diretamente
relacionada às obras hidráulicas. O Estado
comandava as atividades produtivas uma vez
que era detentor das terras. A população
camponesa vivia numa estrutura repressiva
de servidão coletiva pagando impostos em
produtos ou em trabalhos ao faraó.
Não havia especializações produtivas
regionais e o território era auto-suficiente com
relação às matérias primas básicas.
O Estado não se monetarizou e os
objetos eram trocados por objetos. Os
artesãos trabalhavam apenas para enfeitar os
palácios e adornos pessoais.
A civilização egípcia destacou-se muito
nas áreas de ciências. Desenvolveram
conhecimentos importantes na área da
matemática, usados na construção de
pirâmides e templos. Na medicina, os
procedimentos
de
mumificação,
proporcionaram importantes conhecimentos
sobre o funcionamento do corpo humano.
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A MÚSICA NO ANTIGO EGITO
A música no Antigo Egito
Pelos documentos encontrados, como fragmentos de músicas e instrumentos, a música teria
iniciado na Mesopotâmia e no Egito antigo. De fato, em 1950 os arqueólogos encontraram uma
canção de origem assíria datando de 4000 a.C., gravada numa tabuleta de argila.
Nesse mesmo período, as pessoas batiam discos e paus uns contra os outros, utilizavam
bastões de metal e cantavam. Posteriormente, nos grandes templos dos deuses, os sacerdotes
treinavam coros para cantos de músicas dos seus rituais.
Têm-se evidências de que havia música
em todos os aspectos da vida egípcia, em
todas as classes sociais. Homens, mulheres
e crianças podiam ser músicos. Existem, por
exemplo, vários registros de pessoas tocando
com os olhos vendados para aprimorar a
técnica.
Existiam
canções
religiosas,
nacionalistas, militares ou que retratavam
situações do cotidiano. Elas eram tocadas em
instrumentos de corda, sopro e percussão.
Apesar de existirem várias imagens de músicos e instrumentos e menções de canções
registradas em pedras ou papiros, os antigos egípcios não deixaram indicações que dessem
pistas sobre a notação das músicas.
É difícil imaginar como era a música que inundava os templos do Antigo Egito. Era,
radicalmente, diferente tanto na sua forma como no significado das que hoje escutamos. A partir
dos hieróglifos e das inscrições encontradas em túmulos e templos, podemos adiantar que era
marcada por uma forte religiosidade.
Entre a IV e a V dinastia (entre 2639 a.C e 2347 a.C), as artes eram uma autêntica via
mística para o conhecimento. O ritmo e os sons harmônicos não eram entendidos como uma
simples diversão; estavam ligados ao ato religioso. A tal ponto era assim, que, no Antigo Império,
entre a III e a IV dinastia (de 2707 a.C e 2216 a.C.), não existia a palavra “música”. O termo
utilizado e que se pronuncia hst refere-se ao canto e inseria-se num contexto religioso e fúnebre.
Entre os instrumentos preferidos figuravam as harpas, as flautas (feitas com canas e cuja
técnica de corte e secagem ainda hoje é utilizada), os pandeiros, os guizos, os tambores, os
címbalos e os duplos clarinetes. Mas o instrumento por excelência era a voz humana.
Sabe-se, também, que existia o quirómano (especialista em música) que, sentado em frente
ao instrumentista, lhe dava indicações modais e rítmicas através de diferentes gestos que fazia
com os dedos e as mãos.
No Egito dos faraós, o canto e a música eram atividades de elevado nível e, por
conseguinte, havia centros de ensino especializados. Era uma música feita por e para os deuses.
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A MÚSICA NO ANTIGO EGITO
Instrumentos musicais do Antigo Egito
PERCUSSÃO
CROTALO - consistindo de duas
lâminas de madeira ou osso, ligadas
parcialmente. Batia-se uma contra a outra, às
vezes aos pares, isto é, um crotalo em cada
mão. Para fins militares, os crotalos eram
feitos de metal.
SISTRO (do grego: seistron = cousas
sacudidas) - constituído de duas ou três varas
dispostas horizontalmente, entre as aberturas
de um quadrado de madeira, fixas; ao longo
das varas corriam anéis de metal; agitandose o instrumento, os anéis tilintavam. Usados,
principalmente, no culto da deusa Hator e no
de Ísis, para expulsar os maus espíritos. Os
mais antigos, de madeira ou porcelana,
chamavam-se SAKAM; os posteriores, de
metal, SAUCHIT.
TAMBORES - de madeira ou de barro
cozido, de diversas formas e tamanho.
SOPRO
Os instrumentos de sopro, ao que parece, foram tocados somente por mulheres, existiam
SAIBIT (flauta simples) e MAIT (flauta dupla), com e sem palhetas. A flauta horizontal (tocada de
frente) chamava-se MEME, a transversal SEBI.
INSTRUMENTOS DE CORDAS
CÍTARA (origem assíria) – sobre uma
armação estendem-se duas séries de cordas
(5 a 18) tangidas por plectro.
HARPA - originária da Suméria, onde já
existiu 3.000 anos A.C.; de diversas formas,
pequenas com 3-4 cordas e grandes com 820 cordas.
TRÍGONO - harpa portátil de poucas
cordas
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A MÚSICA NO ANTIGO EGITO
No segundo século a.C., surge em Alexandria - a mais adiantada das cidades da época - O
ÓRGÃO HIDRÁULICO, inventado pelo célebre Ctesíbio (pronuncia-se Ktesíbio). O mecanismo do
instrumento compreendia um jogo de tubos, alavancas ou teclas, destinadas a abrir e fechar as
passagens de ar e um pistão, também por alavanca. Parte do mecanismo mergulhava em água
para manter a pressão do ar e sua penetração contínua nos tubos, compensando a
descontinuidade sonora resultante dos movimentos descendentes do pistão.
Alguns destes instrumentos foram encontrados em escavações de pirâmides, templos e
túmulos subterrâneos do Vale dos Reis, mas infelizmente, nenhum deles de afinação fixa. Isso
impossibilita definir que tipos de escalas musicais eram utilizadas. Não foi encontrado nenhum
texto que permita deduzir a existência de um sistema de notação e também não há textos sobre
teoria musical. É provável que a música egípcia se baseasse na escala pentatônica
correspondente aos 5 primeiros graus da nossa escala maior.
A cultura musical do Egito Antigo entrou em decadência junto ao próprio Império. Com as
sucessivas invasões, a música do Egito passou a ser influenciada pelos gregos e romanos,
perdendo totalmente sua independência. Músicos gregos são contratados para integrar a corte e
trazem consigo alguns de seus instrumentos.
Alguns musicólogos acreditam que os últimos vestígios da música faraônica ainda possam
ser identificados na liturgia copta.
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