Resumos - Lógica - Prof. Ricardo P. Tassinari - Departamento de Filosofia - UNESP/Marília – 2012 ANÁLISE INICIAL DA PROPOSIÇÃO: CONSTANTES, VARIÁVEIS E PREDICADOS Como na Lógica Proposicional, vamos usar um sistema de signos para representar (abstratamente) e analisar as possíveis formas de relações entre os termos. Assim, comecemos com a questão: como formalizar a sentença a seguir? Sócrates é homem Podemos, por exemplo, usar o signo “a” para designar Sócrates e o signo “H” para designar mortal. Assim, a sentença acima fica: aéH Vamos então analisar o significado de cada um desses termos. Quanto ao signo “a”, sabemos o que ele designa: o próprio indivíduo Sócrates que viveu na Grécia Antigua. Assim, temos uma importante classe de termos, definida a seguir. Definição. Um signo usado para indicar um indivíduo determinado é chamado de constante individual. O termo “constante” indica que, durante nossa análise, tal signo sempre nomeará o indivíduo considerado, ou seja, não haverá mudança do indivíduo que é designado por esse signo. Notação. Como constantes individuais, vamos letras minúsculas do início do alfabeto: a, b, c etc. Exemplos. a = Sócrates; b = Platão; e c = Zeus. E quanto ao signo “H”? Em geral, em Filosofia, se diz que H designa um universal. Mas o que significa isso de um ponto de vista lógico-matemático? Para investigar o sentido de “H”, vamos substituir, na sentença inicial, o termo “Sócrates” por um termo variável “x”, que indica a possibilidade de substituir “x” por qualquer termo determinado. Assim temos: x é homem Definição. Um signo usado para indicar um indivíduo indeterminado é chamado de variável individual. O termo “variável” indica que tal signo não designa um indivíduo determinado, mas pode ser substituído por qualquer constate individual. Notação. Como variáveis individuais, vamos usar letras minúsculas do final do alfabeto: x, y, z. Notemos então que a expressão “x é homem” acima não é nem verdadeira nem falsa, mas será verdadeira ou falsa ao substituirmos “x” por uma constante individual: x é homem ↗ → ↘ ↘ a é homem = Sócrates é homem = V b é homem = Platão é homem = V c é homem = Zeus é homem = F etc. Assim, o termo “homem” ou, como usamos acima, o signo “H”, podem ser vistos como Resumos - Lógica - Prof. Ricardo P. Tassinari - Departamento de Filosofia - UNESP/Marília – 2012 designando uma função que leva objetos à proposições, ou ainda, aos valores-verdades V ou F. Notação. Em correlação com a notação das funções matemáticas, vamos escrever H(x) para denotar x é homem. Assim, temos que H(x) = x é homem H(a) = Sócrates é homem = V H(b) = Platão é homem = V H(c) = Zeus é homem = F De forma geral temos Definição. Um signo usado para indicar um universal é chamado de predicado. Notação. Vamos usar como predicados as letras maiúsculas: A, B, C, …, Z. Exemplos. H = homem; M = mortal; e F = filósofo. Podemos agora expressar uma proposição em nossa linguagem: As expressões H(a), H(b) e H(c) acima designam, respectivamente, Sócrates é homem, Platão é homem e Zeus é homem. Começamos então a ter os elementos necessários para definir as fórmulas de nossa nova linguagem. Notemos que se X é um predicado e t é um termo (isto é, uma constante individual ou uma variável individual), então X(t) é uma fórmula. DIGRESSÃO: O CONCEITO Conceito (designado por um predicado) Compreensão: aquilo que permite distinguir entre aplicação e não aplicação do conceito - Conceito ≠ Imagem - Conhecimento Conceitual ≠ "Conhecimento” Imagético - Conhecimento Conceitual ≠ Mito Extensão: conjunto-verdade De uma forma bem geral, notar que se estabelecêssemos a compreensão dos predicados “x é belo” ou “x é bom”, teríamos resolvido, por exemplo, os principais problemas da estética ou da ética.