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Revista Diálogos Interdisciplinares
2013, vol. 2, n°.2, ISSN 2317-3793
Papel: Vilão ou exemplo de sustentabilidade?
Julia Fraga Gomes Bertamoni1
Fundação Armando Alvares Penteado, São Paulo, SP, Brasil
Luiz Alberto Melchert de Carvalho e Silva2
Fundação Armando Alvares Penteado, São Paulo, SP, Brasil
O trabalho é um estudo exploratório cujo objetivo foi responder a questão: "o papel é vilão ou exemplo de
sustentabilidade?". Por meio de questionários respondidos por consumidores e pelas empresas relacionadas
ao setor papeleiro e com os dados apresentado e o entendimento do assunto sustentabilidade, foi possível
identificar que a produção do papel apresenta práticas sustentáveis principalmente por estar presente nos
três pilares sustentáveis: social, econômico e ambiental, estes apresentado pelo John Elkington.
Palavras-chave: Economia. Papel. Sustentabilidade. Pilares.
This Project is an exploratory research that intends to answer the question: Is paper a villain or an example
of sustainability? Through questionnaires answered for companies of the sector and consummers it was
possble to identify that the paper production has sustentable practies specialy for been included into the
John Elkington pillars: social, economic and ambiental.
Keywords: Cogeneration. Economy. Paper. Sustainability. Pillars.
Introdução 
O tema "Papel: Vilão ou exemplo de sustentabilidade?" induz a um estudo exploratório que
abrange aspectos relevantes e importantes da indústria papeleira. O processo produtivo, bem
como o consumo dos produtos resultantes da indústria papeleira, gera uma repercussão
global no que tange a poluição do meio ambiente, desmatamento e sustentabilidade.
A celulose, desde o século XIX, depende quase exclusivamente de florestas que tanto
1
Administradora pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). E-mail: [email protected].
2
Mestre em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professor da Fundação Armando Alvares
Penteado, São Paulo, Brasil. E-mail: [email protected].
Papel: Vilão ou exemplo de sustentabilidade?
podem ser plantadas como naturais, haja visto que ela é um polímero que parte do hidrato de
carbono que, por sua vez, advém da fotossíntese. Por um lado, o papel, geralmente,
representa consumo de madeira, portanto, sinônimo de desmatamento; por outro, devido à
especificidade da matéria-prima quando virgem pode representar reflorestamento. O papel
pode ser encarado como vilão do desfrute da natureza ou, ao contrário, um aliado na
promoção da sustentabilidade?
Assim, o papel tem duas facetas, tanto positiva ao representar florestamento quanto
negativa ao representar desmatamento e não sabemos qual delas se sobressai à sociedade.
Economia Ambiental
Segundo Vasconcellos e Garcia (2008, p.2), a economia,
É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem
(escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços,
de como a distribuí-los entre várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de
satisfazer as necessidades humanas.
Sob o ponto de vista ambiental, considera-se o meio ambiente no estudo desta ciência
social uma vez que, durante a história, foi constatado um grande impacto do crescimento
econômico sobre o meio e deste sobre o crescimento econômico. Para que se entenda essa
relação, Cavalcanti (2001, p.17) expõe que "existe uma combinação suportável de recursos
para a realização do processo econômico, a qual pressupõe que os ecossistemas operam
dentro de uma amplitude capaz de conciliar condições econômicas e ambientais".
Segundo Müeller (1998), a análise da inter-relação crescimento econômico X meio
ambiente se iniciou no final da década de 60 e início da de 70, pela divulgação dos primeiros
modelos neoclássicos de equilíbrio geral - relação de fornecimento de recursos naturais ao
sistema econômico e sua posterior assimilação de rejeitos advindos do processo de produção
- que consideravam essa relação e destinavam maior atenção e divulgação sobre o tema.
Müeller (2007) expõe três eventos que compõe a história da economia ambiental: o
crescimento da poluição no Primeiro Mundo, a crise do petróleo da década de 1970 e o
relatório do Clube de Roma.
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A discussão da acentuação da poluição no Primeiro Mundo se deu em meados da década
de 1960, marco conhecido pelos neoclássicos como "Revolução Ambiental", (CROPPER &
OATES, 1992, p. 675), em que os economistas tinham o problema da poluição como
consequência da ausência de preço em certos recursos ambientais escassos, como exemplo,
ar e água. Assim, prescreveram impostos para que houvesse economia no uso dos recursos
escassos.
As crises do petróleo de 1973 e 1979 fizeram com que a questão da continuidade do
fornecimento de petróleo e de recursos naturais fosse repercutida globalmente, uma vez que
se acreditava na permanência da crise econômica mundial. Porém, as descobertas de novas
reservas de petróleo fizeram com que a dúvida em relação ao fornecimento do mesmo se
acalmasse.
O último evento foi o relatório do Clube de Roma, publicado em 1972, "The Limits to
Growth", que resultou em grande repercussão e menosprezo por vários economistas. O
Clube de Roma foi fundado em 1968, como uma associação formada por Dennis L.
Meadows e um grupo de pessoas de diversas áreas de estudo cujos interesses se voltavam à
contribuição de um sistema interdisciplinar e holístico para um mundo melhor. Assim, o
grupo encomendou uma pesquisa ao MIT - Massachusettes Institute of Technology - e, este
por sua vez, se baseou em projeções dinâmicas de cem anos desconsiderando o progresso
tecnológico, para simular a evolução da economia mundial. A pesquisa publicada com o
título "The Limits to Growth" apontou que o crescimento demográfico e econômico
contínuo do início da década e 1970 faria os recursos físicos atingirem seus limites, estes
devido à restrição de recursos naturais e à capacidade do meio ambiente de absorver a
poluição, sendo este, conceito conhecido como modelo da catástrofe. Segundo o relatório,
essa situação, estipulada para o século XXI, só seria evitada com a rápida e larga redução da
taxa de crescimento demográfico, bem como a abrupta contenção da produção material.
A história da economia ambiental, acima descrita, resulta no estudo da relação entre
crescimento econômico e meio ambiente, proporcionando o entendimento das duas
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principais correntes, a neoclássica, visão moderna da economia clássica, e a ecológica.
Escola clássica
A economia clássica, do início da Revolução Industrial inglesa no final do século XVIII,
tendo Adam Smith como principal representante, é um pensamento acerca do crescimento
econômico que visava explicar as causas do "progresso das nações" Müeller (2007), assim,
discutia-se se o capitalismo industrial principiante tinha ou não condições de continuar
crescendo. Para isso, Smith descreve em sua principal obra "A Riqueza das Nações", fatores
geradores de riqueza, conhecidos também por fatores de produção, são eles: Terra, Capital e
Trabalho. O fator Terra engloba os fatores de produção físicos e tangíveis, bem como
florestas, fontes de recursos do subsolo, áreas destinadas à agricultura, recursos oferecidos
pela natureza. O fator Capital engloba os recursos financeiros, como dinheiro,
financiamentos, empréstimos, juros, vantagens fiscais etc., bem como máquinas e tecnologia
dominada pelo homem. Por último, o fator Trabalho representa o uso intensivo da
mão-de-obra como elemento de produção, visando buscar redução deste custo para que se
tenha vantagem competitiva. A riqueza se dá pelo rendimento acumulado da valorização,
lucros ou dividendos e salários, estes por sua vez, advindos dos fatores de produção.
Segundo Müeller (2007), a expansão econômica apresentada por Smith era resultado
da acumulação de capital e consequente expansão e especialização do emprego, fator
trabalho, via investimento em mão-de-obra, já que, na época, não havia uso de muitos
equipamentos, o que resultava em maior produtividade. Enquanto a produção crescesse mais
que o consumo, haveria um excedente para se aplicar em produtividade, gerando um ciclo
virtuoso. Em suma, para Smith, "o crescimento econômico resultaria do processo de
acumulação de capital decorrente do emprego crescente de uma força de trabalho cada vez
mais especializada e produtiva" (DEANE apud MÜELLER, 2007, p.122).
Ainda segundo o mesmo autor, Smith considerava que a capacidade da agricultura de
abastecer uma população determinava o tamanho máximo da população. Assim, o limite do
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processo de expansão econômica se fazia com o crescimento da população, pois o
crescimento da produção aumentaria a população e esta necessitaria de aumentos de
produção agrícola, então, a economia atingiria seu estado estacionário, ou seja, que não
cresce mais.
A segunda geração da economia clássica com David Ricardo, Thomas Malthus, entre
outros, deu atenção às consequências negativas do crescimento exacerbado da população,
que levaria a economia ao estado estacionário, tendo em vista a finitude dos recursos
naturais. A lucratividade da produção destinaria seu excedente, acúmulo de capital, a
investimentos, assim, a população aumentaria devido à expansão de mão-de-obra
acarretando no esgotamento de terras disponíveis para plantio. Dessa forma, haveria apenas
a economia de subsistência por parte dos trabalhadores.
Escola Neoclássica
A escola neoclássica, de mainstream clássico, começou a se consolidar em meados do século
XIX, em países e regiões de maior industrialização e de predominância tecnológica,
destinando o foco da escola a este tipo de economia. Assim, a escola ignorava os recursos
naturais, fazendo com que a análise ambiental assumisse posição secundária. Nesta época,
para os neoclássicos, os recursos da natureza, materiais e energéticos, destinados ao
processo econômico eram vistos como uma fonte inesgotável e consideravam que os
insumos materiais eram convertidos, por inteiro, em produtos sem deixar rejeitos, ou seja,
resíduos no ambiente.
Porém, a disposição de rejeitos no sistema econômico se tornou implícito. Assim, em
fins da década de 1960, iniciou-se a corrente de pensamento ambiental neoclássica.
A economia ambiental neoclássica tem como foco a teoria do balanço dos materiais e da
energia, conceituado pioneiramente por Ayres e Kneese (apud MÜELLER, 1998, p.130) em
que os insumos para o sistema econômico são convertidos em bens finais e se tornam, em
parte, resíduos e rejeitos, assim, os bens consumidos fornecem serviços e a sua substância
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material continuará existindo podendo, posteriormente, ser reaproveitada ou descartada no
meio-ambiente. No caso de economias sem exportações e importações, ou seja, fechadas, a
quantidade de resíduos inseridos no ambiente natural tem quase o mesmo peso dos insumos
primários que ingressaram no sistema produtivo, porém, adicionados ao do oxigênio tomado
da atmosfera. Nota-se então, que a matéria e a energia captada do meio ambiente o restitui
na mesma quantidade inicial, porém, qualitativamente alterada.
Essa vertente neoclássica reconheceu a extração de recursos naturais e sua devolução ao
meio em forma de rejeitos e resíduos dos processos de produção e consumo, além da
hipótese de que o limite destes recursos levaria à escassez de materiais e que a capacidade de
assimilação de resíduos dos ecossistemas poderia ser ultrapassada devido à poluição. Neste
momento reaparece o Modelo da Catástrofe, antes citado.
Os impactos ambientais advindos das atividades econômicas têm importância devido
aos desconfortos e à perda de bem-estar gerados. Em relação ao limite do crescimento
econômico, a escola neoclássica, não considera que há este limite absoluto, pois estes podem
ser superados pelo progresso técnico, ou seja, o limite seria uma restrição relativa, podendo
ser superado pelo avanço tecnológico e científico.
Focando então na escassez, extração, rejeitos crescente de recursos e poluição, foram
desenvolvidas ramificações desta teoria: teoria da poluição e teoria dos recursos naturais.
Teoria da Poluição
A teoria da poluição, considerada a mais importante dessa escola, foca no bem-estar (welfare
economics - O bem estar é o fim último das relações econômicas) com a teoria das
externalidades de Pigou de 1932 (apud MÜELLER, 1996) na qual, com a correta definição
de direitos de propriedade e com instrumentos de internalização dos custos sociais da
poluição (via tributos, ou licenças negociáveis para poluir), a sociedade será levada a um
nível ótimo de poluição. Este conceito é conhecido como modelo da fumaça.
Nota-se então, que a teoria da poluição considera as externalidades negativas,
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consequências que um poluidor gera à sociedade, e se atenta aos danos causados no
ambiente. A precificação, também conhecida como valoração das externalidades, atribui
valores monetários aos bens e serviços do meio ambiente e, para isso, usa instrumentos
como utilidade e uso potencial, crédito de carbono, por exemplo, disponibilidade de pagar e
receber, bem como benefícios sociais advindos de seus usos. Pode-se obter, então, um valor
ambiental monetário comparável aos demais valores existentes ao mercado.
A "internalização das externalidades", citada por muitos autores, diz respeito também à
privatização dos bens públicos a fim de protegê-los contra os abusos de pessoas e grupos
gerando benefícios e/ou custos à sociedade.
Teoria dos Recursos Naturais
Já a economia dos recursos naturais visa responder questões referentes ao padrão ótimo de
uso dos recursos provenientes do meio ambiente e direcionados ao sistema econômico, ou
seja, são determinadas regras para o uso ótimo dos recursos naturais, sejam eles renováveis
ou não. Apoia-se, então, em outro princípio da escola neoclássica, a escassez. Além disso,
também são feitas avaliações das limitações que podem ser exercidas no crescimento
econômico decorrente da disponibilidade de recursos.
O padrão ótimo é calculado a partir da maximização dos ganhos provenientes da
extração de recursos em longo prazo usando conceitos de custos de oportunidade e desconto,
obtendo assim, a taxa ótima de extração tendo como principal diretriz a Regra de Hotelling em equilíbrio, o valor de uma reserva de certo recurso deve crescer à mesma taxa que a taxa
de juros, sendo o custo de oportunidade chamado de "renda de escassez".
Economia dos Recursos Naturais
Na segunda metade do século XVIII o tema de recursos naturais, da vertente neoclássica, já
estava entrando na abordagem econômica, principalmente com a Revolução Industrial e com
Thomas Robert Malthus, em "Essay on the Priciple of Population", 1798, que foi um dos
primeiros a dar atenção à questão da escassez, tendo em vista o modelo clássico já visto,
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cuja ideia do limite para o crescimento e tamanho sustentável da população total é limitada
pelos recursos naturais.
Porém, foi na década de 1970 que se aprofundaram os estudos, principalmente no que
tange à escassez dos recursos devido à crise do petróleo. A partir disto, focam-se no artigo
de Hotelling, 1931, The Economics of Exhaustible Resources, sobre as regras para "uso
ótimo de recursos naturais esgotáveis".
Após dez anos da Conferência de Estocolmo, de 1982, na sessão do PNUMA Programa das Nações Unidas - em Nairóbi, Quênia, os problemas ambientais globais entram
em pauta, pois, foi observado que o nível de algumas atividades humanas excedia a
capacidade de assimilação da biosfera, ou seja, alguns rejeitos não estavam sendo
absorvidos pela biosfera e assim, resultavam em acúmulos, por exemplo, CO2 no ar,
degradação ambiental, entre outros. A preocupação do esgotamento das fontes de recursos
naturais, bem como os limites de absorção dos resíduos das atividades humanas crescia,
necessitando cada vez mais de um controle.
Entende-se por recursos naturais, os recursos físicos advindos de ciclos da natureza de
duração de milhares de anos. Devido à capacidade de recomposição destes recursos no
tempo, pode-se classificá-los em renováveis ou reprodutíveis e não renováveis ou exauríveis.
Brown (apud SANTOS, 2006, p.19-20) os distingue como “um recurso que é extraído mais
rápido do que é reabastecido por processos naturais é um recurso não renovável. Um recurso
que é reposto tão rápido quanto é extraído é certamente um recurso renovável.”
Com isso, a economia do meio ambiente e dos recursos naturais tem como base a
economia neoclássica pela valoração e quantificação dos recursos naturais e de seu "uso
ótimo". Em suma, economia dos recursos naturais é um campo da teoria econômica cuja
origem advém de análises neoclássicas dos recursos naturais reprodutíveis, como terras
agrícolas, recursos florestais e minerais madeireiros e não madeireiros, da água, entre outros.
Economia nos Recursos Renováveis
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Um recurso natural é considerado condicionalmente renovável quando possui capacidade de
reposição, mesmo que parcial, do recurso natural de que foi extraído, ao longo do tempo. Ar,
águas, florestas, fauna e flora são exemplos de recursos naturais, pois, segundo Silva (apud
SANTOS, 2006, p.19) "seus ciclos de renovação estão de acordo com o ciclo da vida
humana". Estes recursos dependem de fenômenos biológicos como o desenvolvimento de
plantas e animais. Em taxas, um recurso renovável é aquele cuja taxa de recomposição é, e
se mantém superior, à taxa de extração.
Nesta economia, aplica-se o modelo geral de exploração dos recursos renováveis, que
tem como fundamento princípios neoclássicos e visa minimizar os custos e maximizar a
produção. De forma simplificada, a equação em que o modelo resulta espelha o equilíbrio
estável ao qual a economia tende, ou seja, chega-se ao estado estacionário em que, a taxa de
desconto, se aumentada, tem por consequência a exploração do recurso que também
aumentará e o estoque diminuirá. Porém, com a diminuição deste, a produtividade aumenta
e, assim, esta volta a se igualar à taxa de desconto, ou seja, volta-se ao equilíbrio.
O grande alarme nesta economia é a possibilidade de um recurso considerado renovável
se tornar exaurível. Isso dependerá de fatores de longo prazo, exigindo planejamento no uso
dos recursos e os custos que estes envolvem como taxa de descontos, custo de exploração,
entre outros.
Cabe expor neste tópico a fotossíntese como o processo de produção de oxigênio
através da respiração dos organismos autotróficos, seres que produzem seu próprio alimento,
como as plantas, e, portanto, são renováveis, assim como sua forma de crescimento.
A liberação de oxigênio para a atmosfera ocorre do processo da combinação do dióxido
de carbono, que é o CO2 retirado do ar e da água retirada do solo, em glicose e outros
carboidratos. Isso corre pelas reações químicas entre a clorofila, que é o pigmento
fotossintético que dá a cor verde às plantas, e a energia solar captadas pelas folhas,
Assim, junto aos sais minerais, também retirados do solo, os açúcares são conduzidos
por toda parte da planta, armazenando a energia química que obteve. Com a glicose e sais
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minerais espalhados pela planta, ela irá produzir as substâncias que necessita para crescer e
assim fará, concluindo o ciclo de crescimento.
É válido expor a descoberta deste processo pelo holandês Ingen-Housz, em 1779, ao
notar que colocando as plantas em um ar "irrespirável", a qualidade do mesmo melhorava
pelo fato de possuir mais oxigênio. Foi ai que surgiu a ideia de decomposição do dióxido de
carbono e liberação do oxigênio nele presente. Mas ainda não sabia-se de fato para onde ia o
dióxido de carbono restante, então, em 1796, descobriram que plantas o utilizavam para
fabricar as suas próprias moléculas orgânicas e o oxigênio liberado era um subproduto
dessas reações. A partir deste momento, o mecanismo ficou batizado de fotossíntese
(SIMBIOTICA, 2013).
Economia nos Recursos não Renováveis
Existe um número finito de jazidas de recursos minerais que se formaram no decorrer de
milhares de anos e, atualmente, possuem estoques finitos. Minérios em geral, bem como
combustíveis fósseis (petróleo e gás natural) são considerados não renováveis, pois
necessitam de eras geológicas para sua constituição, ou seja, os recursos não renováveis são
aqueles que não se renovam na escala humana, se renovam em escala geológica. Estes
necessitam de uma análise temporal para que não se esgotem, uma vez que a disponibilidade
de hoje não significa a de amanhã.
Antes de se introduzir a regra mais usada nesta economia, deve-se expor três tipos de
recursos não renováveis: os hipotéticos, recursos e reservas. Os recursos hipotéticos são
recursos conhecidos ou não e passíveis de existência na terra em algum grau. Os recursos
possuem existência conhecida cujo detalhamento é insuficiente para a avaliação de sua
extração, tanto em critérios tecnológicos quanto econômicos. Por último, as reservas, são o
volume de um recurso exaurível de uma jazida na qual sua extração se torna viável.
A regra de Hotelling, já citada em demais tópicos, é usada na economia dos recursos
não renováveis/exauríveis. Esta por sua vez, entende que para obter eficiência econômica, os
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preços dos recursos exauríveis devem crescer na mesma proporção da taxa de juros de
mercado. Para explorar uma jazida a fim de se obter eficiência, o preço do minério deve
crescer na mesma intensidade da taxa de desconto, então, o estoque deste minério se tornará
competitivo, pois o ganho de capital do recursos minerais é igual ao custo de oportunidade,
ou seja, os ganhos advindos deste minério equivalem aos rendimentos de demais aplicações
de mercado com as mesmas taxas de juros. Neste ponto, incide a escassez do recurso a longo
prazo, ou seja, o esgotamento da reserva. A escassez fará os preços dos minérios
aumentarem, o que consequentemente diminuirá a demanda. Um fator que poderia
contribuir para a máxima exploração da jazida seria a diminuição da taxa de desconto, ou
seja, aplicações no mercado seriam menos atrativas que a taxa de desconto para o estoque e
assim, haveria mais exploração. Deduz-se então, que a exploração sustentável de uma jazida
de recursos exauríveis é a prevenção de seu estoque.
Economia da Reciclagem
A partir do embasamento da economia dos recursos renováveis e não renováveis e da
sociedade de consumo junto ao aumento da população, pode-se formar a ideia da reciclagem
uma vez que, no modelo atual de produção, resíduos são gerados na produção de bens de
consumo e também, no fim de sua vida útil.
Segundo Nani (2012, p. 11) "reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e
trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora". Isso se concretiza pela separação do
resíduo reciclável, através de um processo industrial, convertendo em matéria-prima
secundária o que antes foi sucata, ou seja, em "novos" produtos, semelhantes ao produto
original que gerou o resíduo. Foi em 1992, na CNUMAD - Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente - que o tema reciclagem, junto ao apoio de organizações
ambientalistas, repercutiu mundialmente, assim, muitas empresas fizeram do tema um
marketing ecológico.
É válido ressaltar que a reciclagem dos dias de hoje advém de um processo longo,
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englobando classes diferentes, tanto industriais quanto manuais. Ou seja, as indústrias
aproveitam os rejeitos, as sobras e os resíduos incorporando-os ao seu processo de produção,
a fim de torná-los novos materiais. Já uma população de baixo nível econômico, por
exemplo, utiliza esses materiais como fonte de novos instrumentos, dando novos usos aos
resíduos, como casas, utensílios, entre outros, além de fazerem da obtenção desses resíduos
uma fonte de renda e trabalho. Além disso, a origem da reciclagem pode ser estudada e
relacionada aos processos produtivos antigos, como, por exemplo, a utilização de trapos no
processo produtivo do papel, que não deixa de ser uma forma de reutilização e reciclagem,
BRACELPA 2010.
A reciclagem visa reintroduzir no sistema uma parte da energia e/ou matéria, que, se não
reciclados, se tornariam resíduos, o que aumentaria a velocidade de comprometer os
recursos naturais finitos. É importante ressaltar a diferença entre resíduo reciclável e
reutilização, que se dá pelo maior grau de processamento. A reciclagem de grandes
quantidades, por exemplo, necessita de indústrias para realizar a volta do resíduo reciclável
no processo produtivo, demandando tecnologias específicas para cada tipo de resíduo.
Para que o processo industrial de segregação do resíduo ocorra, deve-se primeiramente,
saber a fonte de riqueza do resíduo, para que este seja separado corretamente. No caso
específico do papel, há o recolhimento dos resíduos nos pontos de coleta, escritórios,
residências, indústrias, etc., passando pela estação de triagem, e, em seguida, são enviados à
indústria papeleira para que inicie a reciclagem.
A reciclagem do papel é o aproveitamento das fibras celulósicas de papéis usados e
aparas usadas na produção de novos artefatos, fazendo com que as fibras neles contidas
substituam matérias-primas fibrosas virgens, porém o papel não pode ser reciclado infinitas
vezes, pois as fibras que o constituem perdem resistência, o que interfere na característica do
produto final, assim, no caso específico do produto papel, fibras virgens são inseridas para
que o produto atenda suas especificidades (BRACELPA 2010). A nova pasta de papel,
resultante da reciclagem, poderá produzir jornais, novas embalagens e até mesmo papel.
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Porém, a reciclagem de papéis e cartão existe somente nos seguintes produtos: revistas,
jornais, envelopes, catálogos, papéis plastificados, timbrados e de rascunho, formulários,
caixas de papelão e impressos, e restringem em: papéis higiênicos, papéis-carbono, fitas e
etiquetas adesivas e fotografia.
São inúmeras as vantagens da reciclagem em geral, Nani (2012) aponta a diminuição da
poluição do solo, água e ar, a prolongação da vida útil dos aterros sanitários, melhora na
qualidade de vida da sociedade, entre outros. Além dos benefícios naturais, há também
melhoras na sociedade e economia a partir do aumento de empregos, comercialização de
produtos recicláveis, e, principalmente, forma uma consciência ecológica. São preocupantes
os problemas que a grande quantidade de resíduos gerada atualmente causa ao meio
ambiente, como os lixões, contaminações, falta de espaço aos resíduos, degradação dos
recursos naturais, altos custos de coleta e tratamento.
Segundo Nani (2012), o mercado de reciclagem na América Latina tende a crescer em
70%. Tal fato advém da saturação da indústria de reciclagem de países desenvolvidos, com
legislação complementada, fazendo-os migrarem para a América Latina em busca de novos
negócios. Além disso, a alta população desempregada faz do recolhimento de resíduos uma
atividade de sobrevivência, assim, os custos materiais são baratos, pois não incorporam os
"custos sociais". No Brasil, 99% do material coletado que é destinado às indústrias passam
por catadores organizados e não organizados (GOV, 2010)
Ainda no Brasil, especificamente, existem leis que abordam o gerenciamento de
resíduos sólidos, porém, ainda são poucas as indústrias de reciclagem, principalmente
devido à falta de incentivos fiscais. Só no Brasil são desperdiçados R$ 4,6 bilhões ao ano,
porque não é reciclado tudo o que poderia (Nani, 2012). Mas, o setor de reciclagem no
Brasil é referência mundial e movimenta aproximadamente 12 bilhões de reais por ano
(GOV, 2010).
Vale ressaltar que, segundo a CEMPRE - Compromisso Empresarial para a Reciclagem
- , em 2012, o país atingiu 98,3% da reciclagem de latas de alumínio, um recorde para o
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Brasil, atingindo um patamar mundial. Isso reflete um avanço do país neste setor, o que
resulta em um ciclo virtuoso em relação ao desenvolvimento econômico, sustentável e
social.
Porém, a noção da importância de reciclagem é de difícil identificação. Cada indivíduo
produz por dia, em média, mais de 1 kg de resíduo, resultando em uma produção anual de
resíduos do planeta de aproximadamente 400 milhões de toneladas. Assim, faz-se necessário
o elemento propaganda, para que a sociedade entenda os benefícios envolvidos nesta
atividade, bem como a forma de contribuir com a reciclagem, tanto em empresas, quanto em
residências.
Economia Ecológica
Como já visto, a publicação de "The Limits to Growth", 1972, apresentou a impossibilidade
do contínuo crescimento econômico devido à escassez dos recursos ambientais. Devido a
este fato, o relatório Meadows apresenta a proposta de crescimento econômico "zero". A
partir disso, iniciam-se debates entre duas posições: o crescimento econômico "zero",
conhecido também como "neo-malthusiana" e a posição de desenvolvimentistas, tendo como
defensores países de terceiro mundo, chamada "direito ao crescimento" - tópico foco da
Conferência da UNCED - United Nations Conference on Enviroment and Development - em
Estocolmo, em 1972. Assim, surge a tese do Ecodesenvolvimento, que estabelece relações
entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. O conceito de
Desenvolvimento Sustentável, nesta tese, tem como ponto de referência o Relatório de
Brundtland (Our Commom Future), 1987, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento:
O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra as necessidades
atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias
necessidades (ONUBR, 2012).
A partir destes eventos e da repercussão nos meios acadêmicos e ambientais, a
Economia Ecológica começa a ganhar notoriedade, englobando conceitos das ciências
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físicas, biológicas, ecológicas. Tem-se então, uma abordagem "bioeconômica", consolidada
em 1988, pela fundação da ISEE – International Society for Ecological Economics - com a
criação da revista "Ecological Economics".
Esta abordagem se baseia no princípio de que o funcionamento do sistema econômico
deve ser compreendido com as condições do mundo biofísico, pois a energia e as
matérias-primas necessárias para o funcionamento da economia derivam deste universo,
assim, busca-se integrar a economia com ecologia. Segundo Cavalcanti (2004, p.154), a
economia ecológica, "identifica o sistema econômico como subsistema aberto do
ecossistema". Daí faz-se como uma de suas missões, promover a modelagem dos elos
ecológicos que determinam as interfaces entre sistemas naturais e econômicos (ou
"produtivos").
É importante entender que dentro do propósito comum deste pensamento há diversas
abordagens, muitas vezes divergentes, porém, em comum, visam à incorporação dos
princípios biofísicos e reconhecem a importância da compreensão dos seus fluxos e balanços
materiais energéticos.
Como exposto, esta economia possui visão dinâmica do processo de crescimento
econômico e visa, também, responder como que a alocação dos recursos naturais deve ser
tratada, que no caso, seria de maneira eficiente. Para que isso seja possível, deve-se ter clara
a ideia de que os sistemas ecológicos e econômicos devem ser estudados de forma integrada,
uma vez que são vivos, complexos e adaptativos. A forma integrada se dá na determinação
da sustentabilidade entre eles, assim, estabelece-se condições de estabilidade, principalmente
no fornecimento, por parte do meio ambiente, de recursos naturais ao sistema econômico e
da capacidade deste absorver os rejeitos.
Nota-se que o pensamento ecológico não vê os limites naturais como alarmistas ao
crescimento econômico, pois, para eles, o progresso tecnológico/científico, dentro dos
limites fisicamente possíveis, aumenta a eficiência para o uso dos recursos naturais, sejam
eles renováveis ou não, mas, também, reconhecem estes limites, pois a economia ecológica
Papel: Vilão ou exemplo de sustentabilidade?
81
"vê o sistema econômico como um subsistema de um todo maior que o contém" (ROMEIRO,
2001, p.12). Busca-se então, identificar em quais escalas que as restrições ambientais
constroem limites ao crescimento e atividades econômicas.
A solução neoclássica de "internalização das externalidades", exposta anteriormente,
para as questões ambientais é insuficiente para a economia ecológica. Os custos
estabelecidos pela internalização podem ser vistos pelo pensamento ecológico como
condutor à sustentabilidade, mas não como solucionador uma vez que, a otimização
proposta não significa sustentabilidade e a precificação é incalculável tendo em vista as
preferências particulares dos indivíduos.
Com isso, como há divergentes abordagens, elas vão variar na aproximação do
pensamento neoclássico, algumas mais restritas na valoração monetária dos bens e serviços
ambientais, outras mais atentas às análises do sistema econômico via critérios ecológicos.
Sustentabilidade aplicada à Economia Ambiental
O criador do conceito "Triple Bottom Line", Elkington (1997, p.110), expõe que a
sustentabilidade tem como base três pilares fundamentais: econômico, social e ambiental, na
qual "a sociedade depende da economia - e a economia depende do ecossistema global, cuja
saúde representa o pilar derradeiro".
Os pilares interagem entre si, portanto, não são estáveis, isso acontece devido às
pressões advindas da sociedade, política, economia, questões ambientais, ciclos e conflitos,
o que faz esses pilares se movimentarem e, quando isso acontece, criam uma diferença entre
suas posições, ignorando o pilar derradeiro. O conceito exposto deixa claro a importância do
pilar ambiental, uma vez que este necessita da manutenção de sua saúde para que os demais
pilares possam progredir.
A dimensão do tema sobre a finitude de recursos não renováveis, bem como a
importância do ecossistema e sua saúde como pilar derradeiro, ganharam mais notoriedade
no decorrer da história devido aos três eventos citados por Müeller, (2007), expostos no
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Papel: Vilão ou exemplo de sustentabilidade?
tópico 2.1. - economia ambiental. Assim, diversos eventos mobilizaram líderes mundiais,
contribuindo para a conquista da notoriedade ambiental no que tange à administração e a
importância de preservação do meio ambiente: Alguns desses eventos serão apresentados a
seguir.
A Conferência da UNCED em Estocolmo, em 1972, fez com que, segundo Strong (apud
Sachs, 1993) emergissem três critérios fundamentais que devem ser obedecidos
simultaneamente: equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica. Além disso,
o relatório Nosso Futuro Comum, 1987, resultado da conferência, definiu desenvolvimento
sustentável visando conciliar as questões sociais e ambientais.
Após vinte anos da Conferência em Estocolmo, o Brasil, em 1992, foi sede de outro
encontro convocado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, conhecida como Rio-92 ou
Eco-92, na qual participaram líderes mundiais e entidades ambientais, para analisar a
evolução das políticas de proteção ambiental. Assim, a cúpula criou cinco documentos com
o objetivo de preservação da vida na terra, sendo eles: Declaração do Rio sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, Agenda 21, Princípios para a Administração das florestas,
Convenção da Biodiversidade, Convenção sobre Mudança do Clima.
Já em 1997, em Quioto, no Japão, foi sediada a terceira Conferência. O encontro foi o
mais importante para a preservação do meio ambiente, pois definiu "compromissos mais
rígidos para a redução de gases de efeito estufa", principal causador do aquecimento global,
por parte dos países industriais, estes em prol dos mais pobres (GOV, 2012)
Em 2002, ocorreu a Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável,
conhecida como Rio+10, na África do Sul, na cidade de Johanesburgo, visando identificar
quais obstáculos impediam os países de avançar com seus compromissos determinados na
Rio-92. Assim, foram escritos dois documentos, um com os resultados conseguidos desde a
Eco-92 e outro reafirmando o compromisso com o desenvolvimento sustentável por parte
dos países intitulados, são eles: Plano de Implementação e a Declaração Política.
A Conferência de Bali, em 2007, visou traçar metas mais ambiciosas que as já
Papel: Vilão ou exemplo de sustentabilidade?
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estabelecidas no Protocolo de Quioto, resultando no “Mapa do Caminho”, definindo
porcentagens de redução e estabelecendo, também, a data em que o acordo realmente ficaria
pronto: Dinamarca, em dezembro de 2009. Mas, a Conferência, conhecida como
Conferência de Copenhague, não obteve sucesso. Foi em 2011, na Conferência do Clima da
ONU de Durban, na África do Sul, que foram reunidas 190 nações para decidir se haveria,
ou não, a renovação do Protocolo de Quioto, além do lançamento de bases para um acordo
futuro da diminuição da poluição - que deverá ser aprovado em 2015, para entrar em vigor
em 2020, (GOV, 2010). Além disso, foi definida a estrutura Fundo Verde do Clima, que visa
dar suporte às iniciativas de combate às mudanças do clima mundial, a partir de 2020.
De todo esse histórico e vinte anos após a Rio - 92, o Rio de Janeiro foi sede de mais
um encontro dos líderes, resultando no documento intitulado "O Futuro Que Queremos" em
que aponta a pobreza como "o maior desafio a ser combatido" (GOV, 2012). Além disso, é
defendido o fortalecimento do Programa da ONU para o Meio Ambiente, exposto
anteriormente como PNUMA, bem como a criação de um órgão político que coordene as
ações internacionais para contribuir com o desenvolvimento sustentável.
Considerações finais
A pergunta papel: vilão ou exemplo de sustentabilidade?” levou o trabalho ao estudo da
economia no meio ambiente dando informações relevantes da indústria de papel e celulose e
fazendo-se refletir, a partir das informações expostas no marco teórico e da análise dos
questionários, sobre a questão.
É válido lembrar que não se pode dizer que este trabalho representa uma verdade
absoluta, uma vez que as respostas analisadas foram de 37 consumidores, ou seja, é possível
que em um universo maior ou menor de respondentes os dados coletados e as considerações
possam mudar, portanto, as considerações finais a seguir expostas são apenas um parecer
pertinente ao universo entrevistado.
O papel parece ser exemplo de sustentabilidade tendo em vista sua matriz energética
84
Papel: Vilão ou exemplo de sustentabilidade?
limpa, a posse de certificações pelas empresas legais do setor e, portanto, possuem como
prática o manejo florestal (o que garante a sustentabilidade da produção), o sequestro de
carbono, pelas florestas de eucalipto plantadas, por um período considerável, os índices
significantes na participação econômica do setor no Brasil como impostos, investimentos,
empregos, a integração de atividades pastoris que podem levar pequenos produtores a terem
outra fonte de renda e, portanto geram impactos positivos na economia e fazem da
reciclagem uma forma de redução do lixo se encaixando perfeitamente no conceito Triple
Bottom Line, e, portanto, interagem os pilares ambientais, sociais e econômicos da
sustentabilidade.
Portanto, as empresas entrevistadas aparentam ter consciência das práticas e
consequências que essa indústria tem no meio ambiente e aparentam estar cientes da
possibilidade de uma associação errônea da produção do papel ser nociva ao meio ambiente.
Para concluir eis o comentário da própria associação: "Associa-se muito a produção de papel
ao desmatamento. A promoção do consumo consciente é valida, a associação da produção de
papel a destruição de florestas nativas é errônea. Assim, assinaturas devem fazer menção a
produção de papel no Brasil oriunda 100% de florestas plantadas: recursos renováveis. Vale
ressaltar que mídia eletrônica gera uma pegada ecológica significativa".
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