O SR

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O SR. SANDRO MABEL (PL – GO) pronuncia o
seguinte discurso: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
já passaram décadas desde quando Francisco Campos,
então Ministro da Educação e Saúde Pública, incumbe a
Mário Augusto Teixeira de Freitas elaborar um anteprojeto
que fixasse “normas gerais de um sistema estatístico de
âmbito nacional”.
Com maestria, o trabalho resume a situação da
estatística brasileira, com a amplitude devida, e sentencia
em seu magistral trabalho, nos idos de 1932: “O Brasil,
lamentavelmente, ainda é um país que ignora quase tudo
de si mesmo.” Infelizmente, era verdade.
Um dos pais, se não o pai, do IBGE estava coberto
de razões. Naquele tempo, nossa cartografia apenas
contava com um mapa comemorativo das festividades do
centenário da Independência, elaborado, portanto, dez
anos fizera. E nossa estatística, é triste constatar,
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dispunha de tão-só uma edição do Anuário Estatístico do
Brasil, cujo primeiro volume retroagia a 1910.
Mas não mais. Do citado trabalho, seminal, resulta
em 1937 a incorporação do então recém-criado Conselho
Brasileiro de Geografia ao Instituto Nacional de Estatística,
fazendo surgir, glorioso, o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística. Nosso IBGE, que, a partir de fins dos anos
sessenta, torna-se Fundação, e que, ao ensejo de seu
aniversário no próximo dia 13 de fevereiro, vimos
reverenciar, homenagear e parabenizar.
Desnecessário elencar, Senhores, a produção das
hoje 27 Unidades Estaduais, dos respectivos 27 Setores
de Documentação e Disseminação de Informações, das
mais
de
500
homenageado,
Agências
localizadas
municípios do País.
de
em
Coleta
todos
de
os
Dados
do
principais
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São por demais conhecidos o Censo Demográfico
Nacional e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD); os índices de preços, como o INPC e o IPCA; o
Sistema de Contas Nacionais, que segue a metodologia da
ONU para o cálculo do PIB e para a formação da Matriz de
Insumo-Produto, e muito, muito mais. Honram o Brasil nas
Américas e no Mundo.
E a honra não atinge apenas à eficácia no fabrico das
informações que a Fundação supre, relevantes subsídios
para a tomada de decisões fundamentadas e feed-back
para a avaliação continuada dos programas que delas se
originam. Atinge à própria eficiência da organização.
Esta, pasmem, medida em termos de benefício/custo,
aponta um encargo per capita no censo 2000 de US$
2.09; nos USA, foram US$ 14.60. Como lá tudo é mais
caro, veja-se que na Argentina tal valor atingiu a US$ 2.43.
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Considerando-se que metade da população dela vive
em Buenos Aires, ao passo que, no caso brasileiro, nem
10% vivem em São Paulo, aquilata-se o milagre. Num país
bem menos concentrado, um censo de mesma qualidade,
a menor custo: mérito inconteste de nossa tecnologia!
Escreveríamos um livro, se para esgotar fosse os
merecimentos do IBGE; não encerramos, porém, sem
recordar algo menos reconhecido. Ali surgiram idéias como
revitalização
municipal,
criação
de
bibliotecas
nos
municípios, interiorização do ensino. E até a prevalência
do sistema métrico decimal e a uniformização ortográfica
do vernáculo brotaram dos cérebros da Fundação.
Para culminar, senhores, de lá proveio a concepção
iluminista dos planos “de cooperação interadministrativa”
de nossas atividades governamentais. Com razão, Teixeira
de Freitas foi um dos criadores, primeiro presidente, e
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então presidente honorário, do Instituto Interamericano de
Estatística, em Washington. É preciso dizer mais?
Muito obrigado.
2004_810 Sandro Mabel
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