ISLAMISMO O que é islamismo, Islã e muçulmano? O islamismo é a religião fundada pelo profeta Maomé no início do século VII, na região da Arábia. O Islã é o conjunto dos povos de civilização islâmica, que professam o islamismo; em resumo, é o mundo dos seguidores dessa religião. O muçulmano é o seguidor da fé islâmica, também chamado por alguns de islamita. De onde vem o termo Islã? Em árabe, Islã significa "rendição" ou "submissão" e se refere à obrigação do muçulmano de seguir a vontade de Deus. O termo está ligado a outra palavra árabe, salam, que significa "paz" o que reforça o caráter pacífico e tolerante da fé islâmica. O termo surgiu por obra do fundador do islamismo, o profeta Maomé, que dedicou a vida à tentativa de promover a paz em sua Arábia natal. Os muçulmanos praticam uma religião violenta ou extremista? Uma minoria entre os cerca de 1,3 bilhão de praticantes da religião é adepta de interpretações radicais dos ensinamentos de Maomé. Entre eles, a violência contra outros povos e religiões é considerada uma forma de garantir a sobrevivência do Islã em seu estado puro. Para a maioria dos seguidores do islamismo, contudo, a religião muçulmana é de paz e tolerância. A mensagem do profeta Maomé era de tolerância A ligação entre a carnificina provocada pelos terroristas muçulmanos e as raízes verdadeiras da fé islâmica é o maior problema enfrentado nos dias atuais pela religião mais praticada do planeta. Dezenas de milhões de pessoas, em especial no Ocidente, confundem o islamismo com uma prática religiosa radical e raivosa, que convoca seus seguidores a matar inocentes, permite (e recompensa) o suicídio em nome de Deus e não tolera crenças diferentes. De acordo com a esmagadora maioria dos especialistas, religiosos e fiéis, contudo, a verdadeira face do Islã é exatamente oposta: a de uma fé que estimula o entendimento e desencoraja o conflito. Espírito de caridade - Quando revelou a base da crença islâmica pelos versos do Corão, Maomé convivia com uma guerra em larga escala em sua terra. Assim, muitas passagens das escrituras sagradas dos muçulmanos tratam de conflitos armados, da execução de inimigos, da guerra em nome de sua crença. Os terroristas e radicais de hoje, contudo, gostam de citar o Corão apenas nos trechos em que se convoca a luta, e não nos versos em que se prega a paz e o entendimento. Pouco depois do ataque de 11 de setembro de 2001, a escritora americana Karen Armstrong, autora de vários livros sobre a religião islâmica, compilou alguns desses versos. A seguir, alguns deles: • No Corão, os muçulmanos recebem a ordem de Deus para "eliminar os inimigos onde quer que eles estejam". A frase é uma das preferidas de Osama bin Laden e seus discípulos do terror. No verso seguinte, contudo, a mensagem é a segunte: "Se eles deixarem-no em paz e não fomentarem guerra, e oferecerem a paz, Deus não permite que sejam machucados". • O texto sagrado dos muçulmanos diz que a única forma aceitável de guerra é aquela conduzida em auto-defesa. Os muçulmanos jamais devem iniciar as hostilidades. A guerra é sempre manifestação do mal, indica o Corão, mas às vezes é preciso lutar para preservar seus valores ou, como fez o profeta Maomé em Meca, para combater perseguições e se livrar dos opressores. • Em certo trecho, o Corão cita a Torá, escritura sagrada dos judeus, ao dizer que é permitido ao muçulmano retribuir uma agressão - olho por olho, dente por dente. O texto ressalta, porém, que perdoar e deixar de lado as vinganças em nome de um espírito de caridade é uma atitude digna de mérito e admiração. • Quando a guerra é necessária e justificada, as hostilidades contra o inimigo devem acabar logo que for possível. A guerra termina quando o inimigo acena com um gesto de paz. O Corão também diz que os outros povos, mesmo quando forem inimigos, jamais devem ser forçados a seguir a crença dos muçulmanos: "Não deve haver coerção nos assuntos da fé!" • Na mais famosa distorção a respeito da doutrina muçulmana, a palavra "jihad" é traduzida no Ocidente como "guerra santa" - quando, na verdade, equivale a "luta", "esforço", "empenho". O termo se refere ao esforço que deve ser empregado para que a vontade de Deus seja colocada em prática em todos os aspectos da vida - não só na política, como também na vida pessoal e social. Há relatos de que Maomé disse certa vez, ao retornar de uma batalha: "Estamos voltando da jihad menos importante para a jihad maior", que seria a tentativa de curar os males da sociedade. • O Corão diz que os "Povos das Escrituras", os cristãos e judeus - principais alvos dos extremistas islâmicos hoje, - devem ser respeitados. Em um de seus últimos discursos, o profeta Maomé teria dito: "Formamos nações e tribos para que conhecessem uns aos outros" - ou seja, não para que os povos conquistassem outros povos e tentassem oprimir suas crenças. TALIBÃ O Talibã é um movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se difundiu no Paquistão e, sobretudo, no Afeganistão, a partir de 1994 e que, efetivamente, governou o Afeganistão entre 1996 e 2001, apesar de seu governo ter sido reconhecido por apenas três países: Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Paquistão. São conhecidos por terem-se feitos portadores do ideal político-religioso de recuperar todos os principais aspectos do Islã (cultural, social, jurídico e econômico), com a criação de um Estado teocrático. Instituiu uma série de proibições ao povo afegão ameaçando com graves sanções quem não cumprisse com as regras. As punições poderiam ser espancamento, mutilação e morte. No geral, era proibido cantar, dançar, ouvir música, ver televisão, usar a Internet, tirar fotografias, ler livros não autorizados pelo governo, fazer festas de casamento, fumar, entre outras muitas proibições. Os homens eram obrigados a usar barba. As mulheres eram as mais atingidas, não podiam ter vida social, tinham de usar o véu "burqa" (que lhes cobria completamente a cabeça - viam através de uma rede - e o corpo) e só podiam sair de casa acompanhadas por um membro masculino da família, uma vez que não estavam autorizadas a falar, nem mesmo com vendedores. Após o ataque terrorista às Torres Gêmeas em Nova York, as forças dos Estados Unidos argumentaram que, como o Afeganistão teria decidido não entregar Bin Laden, o país seria atacado. Assim, derrubou-se o regime talibã e favoreceu-se, com o apoio de outros países, a instalação do governo liderado por Hamid Karzai, atual presidente do Afeganistão. Após muitos conflitos, o Talibã tem se reagrupado desde 2004 e revivido como um movimento de insurgência forte, regido pelos Pashtuns locais e empreendendo uma guerra de guerrilha contra os governos do Afeganistão, do Paquistão e as tropas da OTAN, lideradas pela Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF). O movimento é composto principalmente por membros pertencentes a tribos da etnia pashtun, juntamente com voluntários de países islâmicos próximos como uzbeques, tadjiques, chechenos, árabes, punjabis e outros. Opera no Afeganistão e Paquistão, sobretudo em torno das regiões da Linha Durand. Os Estados Unidos afirmam que a sua sede é em Quetta (ou nas proximidades), no Paquistão e que o Paquistão e o Irã fornecem apoio ao grupo , apesar de ambas as nações negarem isso. O mulá Mohammed Omar, líder religioso lidera o movimento na clandestinidade. ALGUMAS NOTÍCIAS 16/04/2012 - Ataques deixam 8 mortos e mais de 40 feridos no Paquistão e Afeganistão Oito pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas em ataques simultâneos do grupo terrorista Talibã no Paquistão e no Afeganistão. Um porta-voz da milícia talibã assumiu a responsabilidade pelos ataques deste domingo (15) e disse que eles representam o início da ofensiva de primavera contra as forças da Otan, que ocupam o Afeganistão há quase 11 anos. Disponível em :http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/04/ataques-deixam-8-mortos-e-mais-de-40-feridosno-paquistao-e-afeganistao.html 24/07/2012 - Talibã usa vídeos com ataques para passar imagem de profissionalismo Para especialista, grupo lança 'guerra midiática' e 'dramatiza operações'. Estratégia busca mostrar que milicia ainda está longe de ser derrotada. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/07/taliba-usa-videos-com-ataques-para-passar-imagem-deprofissionalismo.html 07/08/2012 - Ataque a micro-ônibus mata 9 civis na capital do Afeganistão Um atentado com explosivos contra um micro-ônibus atribuído aos rebeldes talibãs deixou 9 civis mortos e três feridos nesta terça-feira (7) em Cabul, capital do Afeganistão, informou a polícia. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/08/ataque-micro-onibus-mata-9-civis-na-capital-do-afeganistao.html