Requisitos mínimos para o programa de Residência em Genética Médica (de acordo com: requisitos mínimos dos programas de residência médica recomendado pela CNRM) 1 – Especialidade – Genética Médica R1, R2 e R3 Obs: O programa de Residência em Genética Médica deve distribuir as 60 horas da jornada de trabalho semanal da seguinte maneira: 40 horas de atividades rotineiras + 20 horas de plantão. Essas 20 horas de plantão ficam a critério de cada programa sobre quando e de que forma utilizá-las. A – Objetivos gerais Capacitar o médico residente para o diagnóstico clínico e etiológico das patologias genéticas, bem como das síndromes teratogênicas, visando condutas clínicas, e terapêuticas quando for o caso, adequadas e o Aconselhamento Genético orientado pelos princípios da não diretividade e da bioética. B – Objetivos específicos ¾ Possibilitar o desenvolvimento de competências específicas da especialidade como os detalhes da anamnese em especial na história clínica e familiar e os detalhes da semiotécnica do exame físico dismorfológico; ¾ Desenvolver a capacidade de raciocínio dedutivo para os diagnósticos diferenciais assim como a capacidade crítica analítica na busca da conclusão diagnóstica; ¾ Possibilitar o desenvolvimento de competências específicas que visem à orientação por meio do Aconselhamento Genético; ¾ Desenvolver a visão de médico de família não só para as competências clínicas que visam o diagnóstico clínico-etiológico como também para as competências de orientação familiar implícitas no Aconselhamento Genético; ¾ Possibilitar o conhecimento mínimo e/ou favorecer o aprimoramento mínimo de habilidades laboratoriais nas áreas de citogenética, genética bioquímica e molecular que permitam não só a solicitação adequada de exames como a interpretação dos mesmos; ¾ Reconhecer e saber conduzir clinicamente as principais síndromes dismórficas e metabólicas bem como os principais distúrbios da diferenciação sexual e as principais displasias esqueléticas; ¾ Reconhecer os quadros típicos de câncer familial bem como de outros grupos de doenças genéticas como as síndromes neurogenéticas, as hematogenéticas e as genodermatoses. 2 – Requisitos para cada um dos três anos do programa de residência Primeiro ano – R1 I. - Conteúdo programático teórico – 10 a 20% da carga horária ¾ Estrutura do genoma humano ¾ Bases cromossômicas da hereditariedade ¾ Padrões de herança mendeliana ¾ Padrões de herança não convencionais ¾ Herança complexa e principais doenças relacionadas ¾ Bases moleculares das mutações e implicações clínicas ¾ Aspectos genéticos do desenvolvimento ¾ Citogenética clínica I ¾ Propedêutica em genética clínica ¾ Princípios de genética clínica ¾ Princípios de teratogênese ¾ Noções de Aconselhamento Genético II - Conteúdo programático prático – 80 a 90% da carga horária ¾ Ambulatórios de Genética 40-50% ¾ Ambulatórios de Especialidades externas 40% ¾ (pediatria incluindo neonatologia, neurologia e/ou endocrinologia e/ou clínica médica e/ou gineco-endócrino) ¾ Atividade plantão (20 h / sem) ¾ Recomenda-se que as atividades de plantão sejam exercidas em: berçário e/ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou de Anatomia Patológica, e/ou enfermaria de Pediatria e/ou enfermaria de clínica médica) III - Locais de treinamento ¾ - Ambulatórios (de Genética e das demais especialidades de estágio) ¾ - Enfermarias (de Pediatria e das demais especialidades de estágio) ¾ - Berçário ¾ - Centro Obstétrico ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou Serviço de Patologia (para exame dismorfológico dos óbitos perinatais) ¾ - Salas para estudo dos casos clínicos ou bibliotecas ¾ - Sala de reunião para desenvolvimento do conteúdo teórico do programa IV – Competências Ao final do primeiro ano o médico residente deverá ser capaz de: 1) realizar avaliação genético-clínica de pacientes com história/suspeita de doenças genéticas ou secundárias a agentes teratogênicos; 2) reconhecer as principais malformações isoladas e os principais quadros sindrômicos dismórficos e metabólicos; 3) discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado. Segundo ano – R2 I - Conteúdo programático teórico – 10 a 20% da carga horária ¾ Diagnóstico clínico-etiológico em dismorfologia ¾ Malformações congênitas – epidemiologia e bases etiopatogênicas ¾ Doenças metabólicas: classificação, quadro clínico, métodos de diagnóstico, tratamento ¾ Aspectos genéticos da infertilidade/esterilidade ¾ Diagnóstico pré-natal, indicações e técnicas ¾ Aspectos genéticos das perdas gestacionais ¾ Aspectos genéticos do câncer ¾ Princípios de neurogenética ¾ Principais síndromes hematogenéticas ¾ Principais genodermatoses ¾ Citogenética clínica II ¾ Princípios clínico e laboratorial dos EIM ¾ Técnicas de Aconselhamento Genético II - Conteúdo programático prático – 80 a 90% da carga horária ¾ Ambulatórios de Genética 60% ¾ Ambulatórios de Especialidades ou disciplicnas externas 20% (infertilidade, medicina fetal, neuroimagem) ¾ Atividade plantão (20 h/ sem) ¾ Recomenda-se que as atividades de plantão sejam exercidas em: berçário e/ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou de Anatomia Patológica, e/ou enfermaria de Pediatria e/ou enfermaria de clínica médica) III - Locais de treinamento ¾ - Ambulatórios (de Genética e das demais especialidades de estágio) ¾ - Enfermarias (de Pediatria e das demais especialidades de estágio) ¾ - Berçário ¾ - Centro Obstétrico ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou Serviço de Patologia (para exame dismorfológico dos óbitos perinatais) ¾ - Salas para estudo dos casos clínicos ou bibliotecas ¾ - Sala de reunião para desenvolvimento do conteúdo teórico do programa IV – Competências Ao final do segundo ano o médico residente deverá ser capaz de: 1) realizar avaliação genético-clínica de pacientes com doenças metabólicas; 2) reconhecer famílias com história de câncer familiar e de outras doenças genéticas como genodermatoses, doenças neurogenéticas e hematogenéticas; 2) conduzir clinicamente as principais malformações isoladas e os principais quadros sindrômicos dismórficos e metabólicos; 3) discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado. Terceiro ano – R3 I - Conteúdo programático teórico – 10 a 20% da carga horária ¾ ¾ ¾ ¾ ¾ Ferramentas moleculares em genética médica: métodos e aplicações polimorfismos genéticos: implicações clínicas, diagnóstico molecular genética de populações: freqüência gênica e fatores modificadores mapeamento gênico: aplicações clínicas imunogenética: diagnóstico clínico-laboratorial das imuno-deficências hereditárias ¾ neurogenética: doenças neuromusculares e neurodegeneretivas ¾ oncogenética: mecanismos moleculares e citogenéticos do câncer e suas aplicações clínicas II - Conteúdo programático prático – 80 a 90% da carga horária ¾ Ambulatórios de Genética 60% ¾ Laboratórios (Citogenética, Genética Bioquímica, Molecular) 20% ¾ Atividade plantão (20 h/ sem) ¾ Recomenda-se que as atividades de plantão sejam exercidas em: berçário e/ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou de Anatomia Patológica, e/ou enfermaria de Pediatria e/ou enfermaria de clínica médica). III - Locais de treinamento ¾ - Ambulatórios (de Genética e das demais especialidades de estágio) ¾ - Enfermarias (de Pediatria e das demais especialidades de estágio) ¾ - Berçário ¾ - Centro Obstétrico ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou Serviço de Patologia (para exame dismorfológico dos óbitos perinatais) ¾ - Salas para estudo dos casos clínicos ou bibliotecas ¾ - Sala de reunião para desenvolvimento do conteúdo teórico do programa ¾ - Laboratórios (Citogenética, Genética Bioquímica, Molecular, Patologia) IV – Competências Ao final do terceiro ano o médico residente deverá ser capaz de: 1) dispor de meios para conduzir clinicamente qualquer patologia de origem genética, bem como as embriopatias teratogênicas; 2) solicitar, interpretar e discutir sobre os exames laboratoriais de citogenética, genética bioquímica e genética molecular; 3) discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado.