14.04 Novos remedios contra depressao, dores e diabetes

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ATRIBUNA VITÓRIA, ES, QUINTA-FEIRA, 07 DE ABRIL DE 2016
Reportagem Especial
COMBATE A DOENÇAS
ESPERANÇA
Vinte novos remédios contra
depressão, dores e diabetes
RODRIGO GAVINI/AT
Medicamentos contra
dores, depressão e
diabetes, aprovados
pela Anvisa, chegam
até julho às farmácias
do Estado
Francine Spinassé
Kelly Kalle
om a promessa de menos
efeitos colaterais, melhor
eficiência ou mesmo de
atuar como nova opção de tratamento, medicamentos para tratar
20 doenças estão chegando ao
mercado.
Entre as novas opções há remédios contra câncer, diabetes, artrite e artrose, dores crônicas e depressão.
Alguns chegaram há pouco tempo ao mercado ou estão para chegar, e outros foram aprovados recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e devem ser lançados em cerca
de três meses.
Somente até março deste ano, a
agência afirmou que foram aprovadas, ao todo, 106 drogas, sendo
742 em 2015. Há, atualmente, 708
pedidos de registro em fase de avaliação pelo órgão.
Um dos lançamentos voltados
para área de sistema nervoso central, é o Dual (duloxetina), do Aché
Laboratórios.
O medicamento, que está sendo
lançado este mês, é polivalente,
usado para o tratamento de transtorno depressivo maior (TDM),
transtorno da ansiedade generalizada (TAG), fibromialgia, dor neuropática diabética e estados de dor
crônica associados à lombalgia e à
osteoartrite do joelho.
Outro medicamento inovador
que chegou este mês é uma insulina mais concentrada, para pacientes adultos com diabetes tipo 1 e 2.
A diretora médica do Grupo Sanofi, Luciana Giangrande, explicou que o medicamento é indicado
também para pacientes que não
estão controlados ou que têm crises repetitivas. “Ele é usado uma
vez ao dia, não precisa ser no mesmo horário, e consegue reduzir as
crises de hipoglicemia.”
Outra droga que chegou este ano
ao mercado é para tratar esclerose
múltipla. A médica e porta-voz do
laboratório Biogen, Vanessa Toscano, afirmou que a nova droga é oral
e deve ser usada duas vezes ao dia.
“Ele age como um potente antiinflamatório dentro do sistema
nervoso central, atuando nos genes dentro das células. Temos dados sólidos de segurança e eficácia
da droga, que mostraram a redução da progressão da incapacidade
do paciente ao conseguir combater a inflamação do cérebro.”
C
Dores fortes
Há anos convivendo
com fortes dores, a dona
de casa Ilnara Maria do
Nascimento Alvarenga,
53, já não consegue mais
fazer tarefas comuns do
dia a dia. Ela contou que
até subir uma escada ou
passar um tempo sentada
se torna uma tarefa quase
impossível.
“Operei em 2006 a lombar e colocaram quatro parafusos. Em 2012, um motorista freou bruscamente
o ônibus em que eu estava,
me fazendo cair. Depois
disso, já passei por outras
cirurgias, mas a vida nunca
mais foi a mesma.”
Ilnara afirmou que hoje
vive à base de remédios
para dor, e a possibilidade
de novidades na área pode
ajudar também quem convive com o problema.
AS DOENÇAS E OS MEDICAMENTOS
1 Diabetes
DIVULGAÇÃO
> A INSULINA glargina (Lantus) é con-
centrada e considerada uma evolução no tratamento padrão ouro para
diabetes tipos 1 e 2. Pesquisas mostram que há menos incidência de hipoglicemia. Começou a ser comercializada mês passado pela Sanofi.
Indicada uma vez ao dia para quem
não tem a doença controlada.
2 Dor crônica e depressão
> ESTÁ SENDO lançando este mês o
Dual (Duloxetina), da Aché LaboraDIVULGAÇÃO
tórios . O medicamento é polivalente,
usado para o tratamento de depressão, ansiedade, fibromialgia e dor
crônica.
3 Artrite
8 Câncer de pulmão
> CONTRA artrite psoriásica, relacio-
> O CRIZOTINIBE (Xalcori) é uma tera-
nada com a psoríase, o ustequinumabe medicamento biológico da
Janssen, foi aprovado este mês contra a doença autoimune crônica, que
leva à inflamação das articulações. O
remédio quebra o ciclo inflamatório
da doença e aumenta a chance de
manter melhorias significativas no
quadro do paciente.
pia oral contra câncer de pulmão de
não pequenas células (CPNPC)
avançado com uma mutação conhecida como ALK, que afeta pessoas
mais jovens e não fumantes. Foi desenvolvido pela Pfizer. Como é direcionado a um alvo muito específico,
aumenta as chances de resposta
efetiva. Há aumento na sobrevida.
Ele chega ao mercado até o final do
primeiro semestre.
> OUTRO medicamento importante e
que chega também este ano é o Dimaleato de afatinibe (Giotrif), da
Boehringer Ingelheim, indicado como primeira linha, para pacientes
adultos, com câncer de pulmão de
não pequenas células avançado e
com mutação específica. A ideia é reduzir os efeitos colaterais, aumentando a sobrevida dos pacientes.
4 e 5 Câncer de mama
e leucemia
> FOI LANÇADO o primeiro medica-
Há uma nova
insulina, mais
concentrada e que
reduz as crises de
hipoglicemia
“
”
Luciana Giangrande, diretora
médica do Grupo Sanofi
loesquelético: artrite reumatoide,
artrose e espondilite anquilosante.
Diminui a resposta inflamatória do
corpo, reduzindo dor e febre.
mento biossimilar da América Latina
para o uso em pacientes que apresentam o sistema imunológico comprometido pela realização de um
transplante de medula óssea ou quimioterapia. Desenvolvido pela Eurofarma, chegou mês passado.
> TRATA-SE do Filgrastim (Fiprima),
biotecnológico utilizado para induzir
o aumento das células de defesa do
organismo, mais especificamente os
neutrófilos, em portadores de câncer, como o de mama e leucemia.
6 Melanoma
> DESENVOLVIDO pela Novartis, o Da-
brafenib (Tafinlar) é um comprimido
oral indicado para o tratamento de
pacientes com melanoma com me-
Com a nova
droga contra
melanoma, as
metástases
reduziram em 50%
nos pacientes
“
”
Andréia Melo, oncologista do Inca
tástase ou que não pode ser completamente removido com uma mutação específica. Consegue redução
de 70% no risco de progressão ou
morte em comparação à quimioterapia. Chega este ano.
7 Artrite reumatoide
> LANÇADO pela Roche, foi aprovado
este ano o Tenoxicam (Tilatil). Indicado para o tratamento inicial contra
doenças inflamatórias e degenerativas, dolorosas do sistema muscu-
9 Obesidade
> O LIRAGLUTIDA (Victoza), da Novo
Nordisk, age reduzindo o apetite, regulando essa sensação no cérebro,
fazendo com que o alimento passe
mais tempo no estômago. É injetável,
indicado para obesos ou pessoas
com sobrepeso e alguma comorbidade, como diabetes e hipertensão.
Chega ao mercado até o fim do ano.
VITÓRIA, ES, QUINTA-FEIRA, 07 DE ABRIL DE 2016 ATRIBUNA
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Reportagem Especial
COMBATE A DOENÇAS
Fórmula para combater câncer
Agência Nacional de Vigi- pela Anvisa em negociação com a
lância Sanitária (Anvisa) farmacêutica – o que deve levar
aprovou nesta semana o Op- cerca três meses.
Nos Estados Unidos, cada aplidivo (nivolumabe), da farmacêutica Bristol, primeiro medicamento cação custa cerca de US$ 15 mil
imunoterápico para tratamento de (R$ 55 mil). O tratamento combidois tipos diferentes de tumor: o nado com outras drogas pode cusmelanoma (câncer de pele agressi- tar US$ 500 mil ao ano (R$ 1,8 milhão).
vo) e o câncer de pulmão.
Outros imunoterápicos, como o
Os imunoterápicos, bola da vez
da indústria farmacêutica, são me- Keytruda (pembrolizumabe), da
dicamentos que agem ativando o MSD, estão na fila de aprovação da
próprio sistema imunológico para Anvisa.
Bernardo Garicochea, oncoloque ele combata a doença. Estudos
mostraram aumento expressivo gista do Hospital Sírio-Libanês,
diz que o tratada sobrevida e
mento mudará:
poucos efeitos
Estamos falando
“Estamos falancolaterais em
do de remissão
relação às terade remissão de
de câncer mepias tradiciocâncer metastático
tastático pela
nais.
primeira vez na
Na quimiote- pela primeira vez na
história. Há parapia, as células
história
cientes em que
que se reprodua doença não
zem mais rápido Bernardo Garicochea, oncologista
volta mais.”
são destruídas –
O oncologista e diretor do Ceno que inclui as tumorais e também
tro de Oncologia e Pesquisa, Leoalgumas células saudáveis.
As indicações aprovadas para a nardo Lobato, explicou que essa
nova droga são para o tratamento nova classe de medicamentos,
de câncer de pulmão localmente quando comparado com os exisavançado ou metastático e o mela- tentes até o momento, vem apresentando boas respostas aos panoma metastático.
A aprovação é importante por- cientes.
“A imunoterapia estimula os órque, entre os cânceres, o de pulmão é o que mais mata no mundo. gãos de defesa do nosso organisO Instituto Nacional do Câncer mo, fazendo com que as células tu(Inca) estima 28.220 novos casos morais sejam combatidas. Além
da doença no País em 2016, cinco desse medicamento, vários outros
dessa classe estão em estudo e devezes mais que os de melanoma.
Agora falta definir o preço do vem ser liberadas aos poucos”,
medicamento, que é determinado afirmou o médico.
NILO TARDIN - 02/09/2015
A
“
Laboratórios
investem em
estudos de
supermoléculas
Em busca de novas opções de
tratamento para doenças, além
dos medicamentos aprovados, laboratórios também investem em
estudos para super-remédios.
Resultados sobre o medicamento LCZ696, da Novartis, que
trata a insuficiência cardíaca, foram apresentados no último sábado, nos Estados Unidos. Considerado por muitos médicos como
revolucionário, o remédio reduziu em 20% as mortes cardiovasculares e hospitalizações, segundo estudo.
O LCZ696 tem capacidade também de reduzir a internação em
21% dos casos e o risco de morte
por todas as causas em 16%, de
acordo com a pesquisa.
O medicamento já foi aprovado
em mais de 50 países, incluindo os
Estados Unidos e nações da União
Europeia, em 2015.
No Brasil, a expectativa é de que
o LCZ696 esteja disponível para
os pacientes no primeiro semestre
do ano que vem, já que passa por
processo de aprovação junto à
Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
”
ONCOLOGISTA Leonardo Lobato: novos remédios vão chegar aos pacientes
LEUCEMIA
Outro estudo promissor é o do
laboratório AbbVie sobre a droga
venetoclax para o tratamento de
leucemia linfocítica crônica (LLC).
Ele é o primeiro inibidor da célulaB de linfoma 2 (BCL-2). A agência
regulatória dos EUA vai analisar a
droga de forma prioritária.
AS DOENÇAS E OS MEDICAMENTOS
10 Fibrose pulmonar
DIVULGAÇÃO
(perda excessiva de sangue) em pacientes com hemofilia A (deficiência
congênita de fator 8 ou hemofilia
clássica), também da Biogen, e é
uma forma de prevenção cirúrgica
nesses pacientes, para evitar hemorragias durante os procedimentos. Chega neste ano ao mercado.
> O NINTEDANIBE (Ofev), da Boehrin-
ger Ingelheim, é o primeiro e único
tratamento aprovado contra fibrose
pulmonar idiopática, doença que leva à falta de ar e causa tosse seca. Se
não for tratada, muitos vão para a
ventilação mecânica para respirar,
no hospital, e a sobrevida dos pacientes é de três anos, após o diagnóstico. O remédio consegue evitar a
progressão da doença e aumentar a
sobrevida.
11 Câncer de rim
> O AXITINIBE (Inlyta), da Pfizer, é uma
terapia oral e teve melhores resultados em relação à terapia padrão usada hoje contra câncer de rim avançado. O medicamento inibe o crescimento de novos vasos sanguíneos,
que aumentam o tumor e favorecem
a sua progressão. Chega ao mercado
até o final do 1º semestre.
14 Diarreia
> PARA O TRATAMENTO da diarreia
Foi aprovado
o primeiro
antifibrótico, que
impede que a fibrose
pulmonar progrida
“
”
Adalberto Sperb Rubin, chefe
do Serviço de Pneumologia da
Santa Casa de Porto Alegre
12 Câncer gástrico
> O RAMUCIRUMABE (Cyramza), do Eli
Lilly, é um anticorpo monoclonal para
o tratamento de pacientes com câncer gástrico avançado ou adenocarcinoma da junção gastroesofágica
após tratamento sem sucesso com
quimioterapia. Há um melhor controle da doença e aumento da sobrevida.
Chega neste ano ao mercado.
13 Hemofilia
> A DROGA Alfaeftrenonacogue (El-
prolix), da Biogen, é indicada para
aguda aquosa em adultos, o Aché
Laboratórios está lançando este
mês o Avide (Racecadotril). A ação
do medicamento proporciona o alívio dos sintomas em 30 minutos.
associados a lesões inflamatórias
orais e lesões ulcerativas resultantes
de trauma. Sua ação reduz a dor. É um
corticosteroide sintético com ação
anti-inflamatória e antialérgica. Chega neste ano ao mercado.
18 Hiperplasia prostática
> A DROGA dutasterida (Dastene), da
Aché, é contra hiperplasia prostática
benigna, e promete reduzir o volume
da próstata, o risco de retenção urinária aguda e a necessidade de cirurDIVULGAÇÃO
15 Herpes labial
> NOVO PRODUTO diminui a recorrên-
cia da herpes labial e auxilia na cicatrização das lesões cutâneas. Chamado de Resist, ele foi lançado pela
Aché e é administrado por via oral.
17 Lesões
> O TRIANCINOLONA acetonida (Omci-
lon A), da Bristol, é indicado para o
tratamento e para o alívio de sintomas
> ESTÁ SENDO lançado pelo Laborató-
rio Teuto/Pfizer o medicamento genérico Travoprosta. Trata-se de mais
uma alternativa para os pacientes da
solução oftálmica indicada para pacientes com glaucoma e reduz a
pressão intraocular.
> A LEVETIRACETAM (Keppra), da
16 Esclerose múltipla
da Biogen, é o primeiro imunomodulador oral para o tratamento da esclerose múltipla recorrente-remitente
(a mais comum). O medicamento reduz em até 49% a proporção de pacientes que apresentaram surtos,
em 53% a taxa de surtos anual e em
38% a progressão da incapacidade.
19 Glaucoma
20 Epilepsia
> O FUMARATO de dimetila (Tecfidera),
adultos e crianças (acima de 12
anos) em tratamento contra hemofilia B (deficiência congênita do fator
9 de coagulação) para controle e
prevenção de episódios hemorrágicos e tratamento feito antes de realização de cirurgias. A infusão do
produto é feita uma vez por semana e
há casos em que se pode aguardar
até 21 dias para a próxima dose.
> JÁ A ALFAMOROCTOCOGUE ( Xyntha) é uma droga que vai controlar e
prevenir episódios hemorrágicos
gias. O medicamento também alivia
os sintomas e aumenta o fluxo urinário, além de retardar efeitos da doença, como disfunção sexual, osteosporose, anemia e atrofia muscular.
> EM COMPARAÇÃO à finasterida,
também utilizada no tratamento,
possui efeitos mais potentes, com
redução dos níveis plasmáticos em
90%, contra 70% da finasterida.
Dois novos
remédios
contra convulsões,
para epiléticos, se
mostraram muito
eficazes
“
”
Thiago Gusmão, neurologista
UCB, é de uso adulto e pediátrico,
contra convulsões que atingem uma
parte do cérebro, chamada crise
parcial de epilepsia, modulando canais envolvidos nas descargas elétricas das crises. Há menos efeitos
colaterais.
> JÁ A LACOSAMIDA (Vimpat), também da UCB, é contra epilepsias que
não melhoram com tratamento padrão. Reduz as crises convulsivas,
agindo em pontos de neurotransmissão, com o objetivo de normalizar
a eletricidade cerebral e com menos
efeito colateral.
Fonte: Médicos e laboratórios consultados.
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