Insetos da Amazônia.qxd - Museu Paraense Emílio Goeldi

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INSETOS DA AMAZÔNIA
Texto
Willian Leslie Overal
Therezinha Pimentel
Bento Melo Mascarenhas
Graça Viana Overal
Ilustrações
Antônio Carlos Seabra Martins
FICHA TÉCNICA
Governo do Brasil
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Ciência e Tecnologia
Eduardo Campos
Museu Paraense Emílio Goeldi
Diretor Peter Mann de Toledo
Coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação Ima Célia Guimarães Vieira
Coordenador de Comunicação e Extensão Lúcia Hussak Velthem
Comissão de Editoração Científica
Presidente Lourdes Gonçalves Furtado
Editora Chefe Angela Pizzani
Editor Assistente Socorro Jorge e Angela Botelho
Designer Gráfico Andréa Pinheiro
Estagiário Claudionor Vieira Junior
Texto
William Leslie Overal
Therezinha Pimentel
Bento Melo Mascarenhas
Graça Viana Overal
Ilustrações
Antônio Carlos Seabra Martins
APRESENTAÇÃO
Dando continuidade à Série Para Você Colorir, apresentamos o nono volume "Insetos
da Amazônia ", voltado prioritariamente para o público infanto-juvenil.
Os textos são de autoria dos entomólogos William Overal, Therezinha Pimentel,
Bento Mascarenhas e da técnica Graça Viana Overal que -de suas atividades de pesquisa,
das excursões científicas, da linguagem acadêmica -voltaram-se para a tarefa pedagógica
e social de levar aos jovens, em uma linguagem acessível, conhecimentos sobre
os insetos.
As ilustrações são de Antônio Carlos Seabra Martins, competente desenhista do
Departamento de Zoologia, que, com o esmero de sempre, não mede esforço para dar
continuidade a este projeto.
Os textos deste álbum são um pouco mais extensos, pois o mundo dos insetos ainda
é um tanto desconhecido e sobre eles há muito a esclarecer.
Através desta publicação se poderá desvendar uma partícula do mistério que envolve
o universo amazônico, exuberante em cores e Seres.
Aguçando o desejo da descoberta, repassando conhecimentos, clarificando dúvidas,
semeando nos jovens o gosto pela pesquisa, o Goeldi prossegue sua secular trilha em
atrair novas vocações para o
estudo das ciências.
Lendo e colorindo, saciando curiosidades, brincando, enfim, jovens e crianças conscientes da realidade amazônica preparam-se para assumir no futuro, uma postura de
preservação e desenvolvimento de nossa região.
NOTAS EXPLICATIVAS
Há muitos tipos de insetos no mundo, talvez nenhuma região tenha mais variedades
que a Amazônia. Cientistas que estudam insetos, os entomólogos, acreditam que há milhões de tipos ou espécies diferentes de insetos, mais do que qualquer outro grupo de animais. Apesar de sua diversificação, nós podemos reconhecer os grupos mais
comuns e aprender um pouco sobre sua vida.
Insetos habitam a Terra há muito tempo. Fósseis de insetos que viviam há mais de
370 milhões de anos passados são conhecidos. Mesmo antes da época dos dinossauros,
já existiam os insetos e alguns eram enormes, medindo até meio metro de uma asa para
a outra, As formas antigas dos insetos, além do tamanho, não diferem muito das
formas atuais.
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GLOSSÁRIO
Abdome- É a terceira parte da divisão do corpo do inseto, localizado após o tórax.
Contém, geralmente, o intestino e o sistema reprodutor.
Acasalamento - Cópula, ato sexual.
Artropodes -Invertebrados com exoesqueleto em forma de armadura e com patas articuladas.
Brocas - Designação comum a todos os insetos, adultos ou a suas larvas e lagartas, que
corroem ou perfuram a madeira ou outros objetos. Vários deles atacam produtos
armazenados, sobretudo sementes, inflorescências, raízes e outras partes das plantas,
cavando galerias ou pequenos buracos.
Camuflagem - Ato ou efeito de camuflar. É uma forma de disfarce que o inseto usa para
se defender de seus inimigos, tornando-se semelhante a objetos ou a outros seres.
Caramujos - Designação comum aos moluscos gastrópodes, aquáticos, pulmonados ou
providos de brânquias, marinhos ou de água doce, têm concha forte e grossa.
Cerâmica Marajoara - Vasos, potes e louças de barro, de estilo distinto, pertencente ou
relativo à ilha do Marajó.
Cochonilhas -Insetos da ordem Homoptera, superfamília Coccoidea, que se alimentam
de seiva de plantas e vivem nas folhas, galhos, troncos e raízes.
Colméia - Cortiço (caixa cilíndrica de cortiça) ou outra instalação de abelhas, ninho. É
o local onde as abelhas vivem, sendo construído por elas mesmas.
Decomposição - Redução a elementos simples (apodrecimento).
Doença de Chagas - Doença causada pelo protozoário tripanossomo Trypanosoma
cruzi.
Dorso - Costas dos animais, parte superior.
Esterco (excrementos) - Tudo quanto os animais expelem do corpo pelas vias naturais.
Matérias fecais.
Exoesqueleto - Esqueleto ou estrutura de sustentação no exteri or do corpo, casca rígi5
da que protege o corpo do inseto, formada de quitina, substância parecida às unhas
das pessoas.
Fecundação - É a capacidade que os seres vivos apresentam de se reproduzirem, geralmente pela união dos dois sexos (macho e fêmea).
Ficus - Gênero de árvores da família das moráceas, a que pertence a figueira.
Fósseis - Vestígios ou restos petrificados ou endurecidos de seres vivos que habitavam a
Terra no passado e que conservaram algumas das suas características essenciais.
Galerias -Passagem ou caminho feito em solo, madeira, etc, por certos animais, ou por
certos insetos.
Imago -Inseto adulto.
Inofensivo -Que não faz mal, inocente.
Lagarta -Designação comum às larvas de borboletas e mariposas, (Lepidoptera).
Mandíbulas -Peças móveis e duras que ficam ladeando a boca de certos insetos mastigadores.
Marupá -Árvore da família das simaroubáceas, de madeira branca e leve, empregada em
caixotaria e forros.
Matéria Orgânica -Qualquer substância sólida, líquida ou gasosa proveniente de um
órgão ou conjunto de órgãos dos seres vivos (animal ou vegetal).
Mariposas - Designação comum aos insetos lepidópteros noturnos, ou crepusculares.
Maxilas - Peças bucais móveis, articuladas logo atrás das mandíbulas.
Microorganismos - Seres microscópicos, às vezes causadores de doenças (germes, bactérias).
Néctar - Líquido açucarado que as plantas secretam em várias de suas partes, ditas nectários.
Ninfa - Estágio imaturo (que segue à eclosão) de um inseto que não possui estágio pupal.
Ocelos (estema) - Olhos simples dos artrópodes, especialmente dos insetos.
Olhos Compostos - Olhos formados por muitos elementos in dividuais (omatídeos) que
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são representados por várias facetas.
Operárias - Aquelas abelhas ou formigas que trabalham numa arte (construir os ninhos,
alimentar os filhos da rainha, guardar o ninho, etc.)
Opiliões - Animais aracnídeos parecidos com aranhas, mas tendo a cabeça, tórax e
abdome unidos. Geralmente possuem patas longas e finas. São inofensivos.
Palpo -É uma estrutura das peças bucais dos insetos com função sensitiva.
Paralisar - Neutralizar com veneno, enfraquecer a ação.
Percevejo -Inseto da ordem dos hemípteros, cujas asas anteriores são metade córnea
(semelhante a couro) e metade membranosa. Possuem aparelho bucal adaptado para
penetrar e sugar.
Pólen - Espécie de fina poeira que esvoaça das anteras das plantas floríferas (do centro
da flor) e cuja função é fecundar os óvulos, elemento masculino da sexualidade vegetal.
Polinização- Transporte de grãos de pólen de uma planta a outra (ou na mesma planta)
para que ocorra a fecundação e reprodução de sementes.
Plantas aquáticas - Plantas que nascem, crescem e vivem na água.
Pragas - Nome dado aos insetos (ou outros animais) e às moléstias que atacam as plantas.
Predadores - Animais que se alimentam de outros animais (presas) que são capturados.
Pulgões - Insetos homópteras da família dos afídios, com I a 5 mm de comprimento, que
se alimentam da seiva de plantas e podem transmitir doenças de uma para outra planta.
Pupa-Estágio intermediário entre a larva e o imago (inseto adulto), nos insetos com
metamorfose completa.
Quitina -É um polissacarídio de grande cadeia molecular na qual o açúcar é N-acetilglicosamina, que forma o exoesqueleto dos insetos.
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Silvestre -Próprio das selvas, selvagem; que vive e se reproduz sem necessidade de cultura; espontâneo.
Seiva -Líquido complexo que circula no organismo vegetal.
Terrestre -Organismo que vive na terra, fora da água.
Tórax -Segmento intermediário do corpo do inseto (entre a cabeça e o abdome), caracterizado pela presença de pernas e geralmente de asas.
Tropicais - Relativo aos trópicos ou às regiões da zona tórrida (muito quente) sItuado
entre os trópicos.
Trypanossoma cruz - Protozoário tripanossomo causador da
"Doença de Chagas".
Vespa - Inseto himenóptero provido de ferrão na extremidade do abdome, com a qual se defende.
Vorazes - Que devoram.
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A ANATOMIA DOS INSETOS
Todos os insetos têm algumas coisas em comum. Seu corpo divide-se em cabeça
(onde ficam as antenas, olhos simples e compostos e peças bucais); tórax (onde se localizam as asas e pernas) e o abdome (em que está situado o aparelho reprodutor). Estas
são as três partes principais do corpo de todos os insetos.
Uma das características dos insetos é a de possuírem três pares de patas localizadas
no tórax (a lagarta é um inseto e se você olhar com bastante atenção, pode ver que ela
tem somente seis patas verdadeiras, enquanto as demais "patas" são falsas e desaparecem
quando a lagarta vira adulto, falaremos mais adiante sobre este fenômeno). Aranhas não
são insetos, elas têm só duas partes de seu corpo e oito patas. (Olhando uma aranha você
verá isso.) Aranhas, opiliões, escorpiões e carrapatos são aracnídeos. Assim, também
ninguém vai dizer que um embuá ou centopéia são insetos, eles são miriápodes (muitas
patas).
Insetos não possuem ossos em seus corpo, mas têm uma casca rígida que os protege.
Esta casca chama-se de exoesqueleto e é feita de quitina, uma substância muito parecida
com as unhas das pessoas.
Sem ossos, os insetos não podem crescer até o tamanho de um cachorro e, muito menos,
de um elefante, mas o exoesqueleto tem suas vantagens. Vejamos o caso de uma formiga: ela pode carregar cinqüenta vezes seu próprio peso ou cair, sem se machucar, de uma
altura centenas de vezes maior que ela. Alguém que se machuque numa queda pode pensar que não é tão ruim ter as partes moles do corpo dentro de uma armadura e capacete.
Como os demais animais, os insetos precisam de oxigênio para viver. Eles não têm
pulmões, possuem um sistema de pequenos tubos (chamados de traquéias), dentro do
corpo, que levam o ar a todos os músculos e órgãos.
Mesmo sem nariz, os insetos possuem olfato (sentem cheiro): as antenas são usadas
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para detectar odores e, às vezes, a temperatura doar. As patas possuem receptores para
reconhecer sabores e funcionam como nossa língua (quando uma mosca anda no seu
prato, ela está provando a comida com os pés). Insetos percebem textura e movimento
do ar com pequenos pêlos no exoesqueleto.
Uma das coisas mais fascinantes dos insetos é o olho. A maioria possui dois olhos
compostos, geralmente grandes, na cabeça. Cada olho é composto de muitas partes
pequenas (facetas) que dão um ângulo pequeno ao campo de visão. A imagem total se
faz da soma de todas as facetas. Uma formiga pode ter 50 facetas no olho composto, uma
mosca pode ter 4.000 e algumas mariposas têm mais de 50.000 facetas em cada olho.
Alguns insetos apresentam, além dos olhos compostos, pequenos olhos simples chamados de ocelos.
Insetos não vêem o mundo como nós. Muitos podem ver a cor ultravioleta , mas não
podem ver a cor vermelha. Flores podem apresentar uma cor para nós e uma cor bem
diferente para as abelhas. (Quando se vê uma flor vermelha, sabe-se que esta deve atrair
aves enão abelhas).
AS ASAS E O VÔO
De todos os animais sem ossos, isto é, os invertebrados,
somente insetos possuem asas. A maioria tem quatro asas
(duas anteriores e duas posteriores), alguns têm duas (as
moscas, por exemplo) e alguns não posuem asas (pulgas e
piolhos). Besouros que gostam de se esconder em lugares
apertados protegem suas asas posteriores com as asas anteriores que são duras e funcionam como um "estojo" para
abrigar as asas posteriores (membranosas), estas asas duras
chamam-se élitros.
Não se pode subestimar a importância das asas e o poder de vôo para os insetos. Sem
voar, o mundo, para
alguns insetos, seria grande demais.
As asas são também importantes para procurar e atrair os parceiros, através de suas
lindas cores ou através de vibrações que produzem som.
O vôo permite que os insetos escapem com mais
facilidade de seus predadores e busquem alimentos em
diversos lugares.
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O QUE OS INSETOS COMEM
Todos os animais precisam de comida para
viver e insetos comem muitos tipos de alimentos e coisas que, para nós, não serviriam de alimentos. O tipo de alimento que um inseto
come é relacionado com o tipo de boca que
possui. Por exemplo, o louva-a-deus mastiga
suas presas (pequenos insetos) com mandíbulas que
fecham e abrem para os lados e não de cima para baixo.
Atrás das mandíbulas está localizado um par de maxilas que ajuda a mastigar a comida. De cada lado estão
os palpos que saboream a comida. Insetos com
mandíbulas podem comer folhas e outras partes das
plantas, outros insetos e quase todo tipo de comida
sólida.
A boca dos insetos como as borboletas, mosquitos
e percevejos, é em forma de um tubo prolongado,
chamado de probóscide, para sugar alimentos líquidos.
Estes insetos bebem néctar de flores, sangue e seiva de
plantas, como nós bebemos suco com canudinho. A
probóscide de muitas borboletas e mariposas é tão
comprida que fica enrolada debaixo da cabeça, quando
o inseto não está comendo.
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REPRODUÇÃO ENTRE INSETOS
A maioria dos insetos põe ovos, por isso são chamados ovíparos. Muitos insetos põem
ovos que irão se desenvolver sem serem fecundados, como é o caso das abelhas, a isto
damos o nome partenogênese. Os ovos variam quanto à forma: uns são ovais, outros são
alongados, alguns apresentam espinhos, e outros são brilhantemente coloridos. Existem
casos em que os ovos permanecem no interior do inseto-mãe até o embrião se achar bastante desenvolvido.
INSETOS AQUÁTICOS
A maioria dos insetos são terrestres, ou seja, vivem na terra, mas alguns tiveram de
adaptar-se à vida dentro d'água: os insetos aquáticos. Estes desenvolveram estruturas para
extrair o ar da água ou então para virem à superfície, buscando o ar de que necessitam.
Alguns como as libélulas (jacintas) e vários mosquitos, aproveitam as reservas de nutrientes que existem na água para se alimentarem. Quando atingem O estado adulto tornam-se geralmente alados (com asas), vivendo fora d'água. Outros, porém, adaptaram-se
integralmente à vida aquática e desenvolvem-se somente neste meio. A maioria dos insetos aquáticos é predadora ou alimenta-se de impurezas. Como exemplo de inseto aquático nós temos a barata d'água.
METAMORFOSE E MUDA
A palavra metamorfose significa" mudança do aspecto e da forma do corpo". Existem
dois tipos de metamorfose: metamorfose completa e metamorfose incompleta.
Na primeira, metamorfose completa, os ovos eclodem (quebram) e saem as larvas,
que são diferentes do inseto adulto tanto na forma como no aspecto. As larvas crescem
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mudando várias vezes o formato do exoesqueleto, evoluindo para o estado de pupa ou
crisálida, que não se alimenta, e depois de algum tempo emerge (surge) o inseto adulto.
A metamorfose completa ocorre nas abelhas, besouros, formigas, moscas, borboletas, vespas e outros.
do inseto adulto tanto na forma como no aspecto. As larvas crescem mudando várias
vezes o formato do exoesqueleto, evoluindo para o estado de pupa ou crisálida, que não
se alimenta, e depois de algum tempo emerge (surge) o inseto adulto. A metamorfose
completa ocorre nas abelhas, besouros, formigas, moscas, borboletas, vespas e outros.
Na metamorfose incompleta, os ovos eclodem dando origem a uma forma jovem
denominada "ninfa", que se parece com o inseto
adulto, tendo pequenas diferenças, mais tarde a
ninfa adquire todas as características do inseto
adulto. Este tipo de metamorfose ocorre nos gafanhotos, baratas, esperanças, percevejos, cigarras, jacintas, bicho-pau, louva-a-deus, paquinhas e outros.
INSETOS ÚTEIS E DANINHOS
Existem entre nós, insetos úteis e insetos daninhos. Os insetos são muito importantes para que
haja equilíbrio na natureza. As abelhas, as moscas e
as borboletas polinizam as nossas plantas, ajudando
na produção de frutos e sementes. As vespas e as
joaninhas destroem as lagartas e os pulgões que atacam as nossas plantações. Os besouros e as moscas
limpam os excrementos dos animais e a matéria
orgânica em decomposição. As abelhas produzem o
mel e a cera. Os bichos da seda produzem a seda.
No entanto, existem insetos que causam prejuízo ao homem: os insetos daninhos (nocivos).
Alguns mosquitos transmitem doenças como a
malária e a febre amarela. O barbeiro transmite a
"Doença de Chagas". Quando ocorre a formação de
"nuvens de gafanhotos", há perigo para lavoura,
pois estes atacam e devoram tudo quanto é planta
verde. As traças destroem livros e tecidos em nossas
casas.
Como você pode ver, muitos insetos são nossos
amigos, e outros, algumas vezes, fazem-nos mal.
Portanto, vamos conhecê-los melhor.
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MIMETISMO E CAMUFLAGEM
Para se proteger de seus inimigos, muitos insetos assemelham-se a outros animais e
plantas em forma e coloração. Alguns, como as mariposas, apresentam cor e manchas nas
asas, parecendo-se com a casca das árvores onde vivem. Outros, como o bicho-pau, são
tão parecidos com os gravetos das árvores que seus predadores nem os
percebem. Desse modo, muitos insetos conseguem viver em paz, confundidos com outras coisas e ignorados.
INSETOS EM FOLCLORE
Muitos insetos adquiriram importância nas estórias, contos populares e superstições,
como é o caso do "louva-a-deus", que possui este nome porque a sua posição, quando pousado, lembra alguém em oração.Em certas partes da Asia e da Africa, ele é considerado
sagrado, e se pousar em uma pessoa, esta é tida como abençoada pelos céus.
A jequitiranabóia é um inseto temido pelo povo por causa de sua aparência esquisita
e cabeça grande, semelhante à cabeça de um jacaré. Os grilos são considerados portadores
de felicidade. As esperanças e as borboletas verdes sempre trazem boa sorte para as pessoas que as vêem ou que nelas pousam. E, assim como esses insetos,
muitos outros são contados em estorinhas pelo povo.
INSETOS SOCIAIS
Alguns insetos sociais como as formigas, abelhas, marimbondos e cupins, vivem em
colônias e mantêm sociedades, isto é, vivem e trabalham em conjunto. Nestas sociedades
existe a rainha, única fêmea fecundada, responsável pela reprodução da colônia pois coloca os ovos; os machos participam também da reprodução, porém geralmente morrem
após o acasalamento, e os operários ou operárias (nas formigas encontramos somente as
operárias), responsáveis pela defesa, construção do ninho, coleta de alimento e alimentação das larvas. Esses insetos conseguem viver em harmonia dentro dessas sociedades.
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A
BELHA SEM FERRÃO
Melipona sp.
A
s abelhas são insetos sociais, isto é, vivem em conjunto, numa sociedade onde cada
um desempenha um papel distinto. Nos ninhos, construídos por elas mesmas, cada
abelha tem uma função, pertencendo a três castas (classe social): a rainha que põe ovos;
o zangão (não produz mel) serve para fecundar as novas rainhas; e centenas de fêmeas
estéreis (incapazes de serem fecundadas, isto é, não se reproduzem), conhecidas como
operárias, que atendem às necessidades da rainha, criam as larvas, constroem e guardam
a colméia (ninho). As abelhas desenvolvem-se por metamorfose completa, são insetos
pequenos, têm cores variadas, indo do castanho-claro até as cores metálicas. Alimentamse de néctar e pólen. As abelhas silvestres vivem em cavidades de árvores e, quando
domesticadas, vivem em colméias de madeira, beneficiando o homem com seu meÍ e cera,
como também indo de flor em flor para colher pólen, ajudando na reprodução (polinização) dos vegetais. Não esqueça, existem abelhas nativas que não ferram, mas há aquelas
que têm ferrão e picam dolorosamente.
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A
RLEQUIM DE CAIENA
Acrocinus longimanus
A
rlequim é um besouro encontrado nas matas de todo o Brasil. São insetos inconfundíveis pelo tamanho de suas pernas anteriores e pela beleza de sua cor preta com
desenhos geométricos vermelhos e cinza, lembrando as pinturas da cerâmica marajoara.
Os adultos chegam a medir 7 cm e são brocas (fazem buracos) de várias espécies de Ficus
e outras plantas silvestres. Os ovos do Arlequim são depositados em pequenos orifícios
na casca do tronco da planta. Após o nascimento, as larva abrem galerias e penetram na
madeira, levando até 150 dias para se transformarem em adultos. Vejam como este inseto demora para virar adulto!
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ARATA D’ÁGUA
B
Lethocerus sp.
H
á pessoas que não gostam nem de ouvir falar em barata. Este inseto parece com as
baratas encontradas nas casas - parece mais não é -, pois é um percevejo. Vive nas
águas paradas de lagoas e lagos e voa quando atraído pela luz. Lcthoccrns sp. é a maior
espécie da família Belastomatidae, chegando a atingir até 10 cm de comprimento. Tem o
contorno corporal oval e o próprio corpo achatado, de cor castanha, com patas adaptadas
para a natação. Alimenta-se de insetos, caramujos, larvas dos anfíbios anuros (girinos) e
pequenos peixes e pode picar dolorosamente se manuseada sem cuidado. Algumas espécies de barata d'água colam os ovos na costa (dorso) do macho, que os carrega até a
eclosão, outras os colocam no fundo das lagoas ou os prendem às plantas aquáticas.
Barata d'água é uma "barata" bem diferente, não?
17
B
ARBEIRO
Rhodnius robustus
E
ste percevejo é conhecido popularmente pelo nome de "barbeiro" porque pica suas
vítimas principalmente na face, durante o sono. Preferem viver nas florestas, mas ocasionalmente, os adultos podem ser encontrados dentro ou próximo das casas durante a
noite, atraídos pela luz. Seu corpo e suas patas apresentam um colorido geral uniforme,
pardo-amarelado com manchas castanho-escuras ou pardo-negras. Várias são as espécies
de barbeiro que abrigam no interior um protozoário chamado Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas.
18
B
ICHO
- PAU
Bactridium grande
V
ejam estes insetos! Parecem varetas, não é? É para enganar os outros animais e não
virarem comida. São chamados de bicho-pau pela forma como se apresentam, semelhantes a pequenos gravetos ou ramos, confundindo-se com galhos secos, a fim de enganar os predadores. Estão entre os insetos mais longos que se conhece. Em nossa região
chegam a alcançar 27 cm de comprimento, embora existam espécies relativamente pequenas com pouco mais de 1 cm. O macho é bem menor que a fêmea. Em geral as fêmeas
não escolhem lugar para depositar seus ovos
que, semelhantes a sementês, são simplesmente espalhados no solo. Comem plantas vivas
ou mortas. têm movimentos lentos e são encontrados sobre árvores ou arbustos.
19
B
ORBOLETA AZUL
Morpho menelaus
V
eja que bela borboleta! Ela vive nas matas tropicais, da Amazônia ao Sul do Brasil.
Seus ovos arredondados de coloração verde são depositados nas folhas da planta que
serve de alimento, nascendo, após algum tempo, uma lagarta de cor amarelada com
pequenas manchas pretas e duas grandes, de cor verde, no dorso. Abandonam a planta e
ficam imóveis na vegetação mais próxima até se transformarem em adultos, que medem
cerca de 8,5 cm de comprimento. O macho adulto tem cor azul-metálica com contornos.
Alimenta-se de suco de frutos maduros, caídos no chão.
20
B
ORBOLETA “CAIXÃO
- DE - DEFUNTO”
Manilkara bidentata (DC.)
E
sta borboleta é a mais comum da família Papilionidae. São encontradas geralmente
em lugares ensolarados e sugam o néctar de várias flores. Podem ser observadas o ano
inteiro em parques e jardins. Medem cerca de 7,5 cm de comprimento, suas asas são pretas com faixas e manchas amarelas. Depositam seus ovos isoladamente nos brotos de
várias plantas, geralmente do gênero Citrus (família Rutaceae) e Piperaceae, dando lagartas de coloração castanho-escura com manchas amarelo-esbranquiçadas lembrando
exçremento de pássaros. As lagartas possuem uma glândula móvel em forma de "Y" e,
quando excitadas, estendem a glândula, produzindo um odor desagradável.
21
C
AVALO
- DO - CÃO
Pepsis sp.
E
stas vespas solitárias (não sociais) são caçadoras de aranhas que servem de alimento
para suas larvas. A vespa fêmea prepara um ninho simples cavando um buraco no
solo onde deposita seu ovo. Para isso procura antes uma presa (aranha), ferroa para paralisá-Ia e carregá-Ia, ainda viva, para o buraco, previamente preparado, colocando-a junto
a seu ovo. Assim quando a larva nasce, já encontra seu alimento, providenciado pela mãe.
Também são conhecidas como vespa-de-cobra ou cavalo-do-cão, são insetos comuns e
muito interessantes. De cor preta ou azulada, voam perto do chao em busca de aranhas
e podem ser observadas cavando seus ninhos em solos arenosos e transportando aranhas.
Algumas espécies atacam a aranha no seu próprio esconderijo e lá depositam o ovo, evitando transportá-Ia para outro lugar. Tanto as fêmeas como os machos adultos são visitantes comuns de flores, pois se alimentam do néctar delas extraído. Possuem uma ferroada muito eficiente quando provocadas, por isso, no Nordeste, a expressão "Virar cavalo-do-cão" significa que as pessoas calmas se tornam violentas ao serem provocadas.
22
C
IGARRA
Fidicina sp.
A
s cigarras são insetos de corpo robusto (volumoso), olhos compostos grandes e três
olhos sImples (ocelos) no alto da cabeça. São de coloração geral amarelada com listras em "ziguezague" pretas, no dorso do tórax, e asas membranosas, sem pêlos e transparentes. O tamanho varia de 15 mm até 70 mm de comprimento. Vivem nas matas ou
nas proximidades e sugam a seiva dos brotos e ramos novos das plantas. O canto das cigarras é característico e somente os machos possuem um aparelho produtor de som, situado na base do abdome, por isso quem "canta" é o macho para atrair a fêmea. Os ovos
das cigarras são colocados em cascas de árvores, de onde saem pequenas ninfas que
descem para o solo, ficando nas raízes para se alimentarem de sua seiva. O período ninfal é longo, podendo atingir até 17 anos, enquanto que o adulto vive aproximadamente
um mês. A ninfa (quando está para virar adulto) sobe ao tronco de uma planta qualquer
e com suas garras se prende, abre-se no dorso liberando a cigarra adulta, deixando uma
casca aderida ao tronco das plantas, por isso as pessoas dizem que "a cigarra cantou até
arrebentar-se".
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F
EITICEIRA
Dasymutila
S
ão também conhecidas como "piolho-de-onça ". São vespas pequenas qe corpo delgado, de um colorido brilhante com manchas vermelhas, alaranjadas e amarelas, É interessante saber que s6 os machos possuem asas, por isso é comum encontrá-los sobre flores e ramagens. As fêmeas são semelhantes às formigas, porém diferenciam-se delas por
possuírem pêlos. Perambulam pelo chão, caminhando com bastante agilidade, em áreas
abertas e descampadas. Estes insetos não constroem ninhos para abrigar seus filhos.
Tome cuidado, pois as ferroadas das fêmeas provocam fortes dores.
24
G
AFANHOTO
Schistocerca sp.
O
s gafanhotos possuem pernas longas, cabeça e olhos grandes, antenas curtas e asas
manchadas com a funçao de camuflar o Inseto pousado no solo. Os musculos de
suas patas traseiras são poderosos para garantir seu salto, que pode alcançar até 50 cm
de distância, perfazendo 10 vezes o seu comprimento. Estão sempre preparados para
saltar, recolhendo as patas traseiras junto ao corpo, e ao sinal de ameaça, pulam escapando da perseguição. Só os machos possuem um órgão que produz som, no abdome, que
determina um ruído especial (zumbido de baixa,freqüência). Quando pousado, o inseto
esfrega seus fêmures com as asas para produzir o som. É comum encontrar um casal de
gafanhotos em cópula, em posição característica, o macho sobre a fêmea, e podem permanecer nessa posição por horas ou mesmo mais de um dia. As fêmeas escavam o solo,
com o seu forte abdome e lá depositam seus ovos. Os gafanhotos comem plantas vivas,
sendo nocivos à vegetação, e quando a comida é abundante eles se reproduzem rapidamente, podendo formar "nuvens de gafanhotos" que são capazes de destruir a plantação.
25
J
ACINTA
Gynacantha
T
odos já viram e observaram estes insetos, não? São conhecidos como libélula ou
lavadeira.Têm asas grandes, bonitas e de cores vivas. Quando pousados parecem um
aviãozinho. São muito velozes, e alguns chegam a fazer mais de 80 km/h. São vorazes e
se alimentam de outros insetos, tais como mosquitos, moscas pequenas e besouros, entre
outros. Como excelentes observadores voam perto da água, procurando o melhor local
para seus filhos. Depositam seus ovos na água, em movimentos rápidos e seguidos, como
se estivessem lavando a ponta do abdome. Dos ovos nascem as formas jovens que vivem
escondidas entre a vegetação aquática, alimentandose de larvas e ninfas de outros insetos. Quando se desenvolvem completamente saem da água e se agarram a qualquer ramo
para liberar a forma adulta, como mostra o desenho.
26
J
EQUITIRANABÓIA
Copaifera reticula-
E
um inseto muito interessante, de aspecto singular, isto é, aparência única, especialmente pelo prolongamento da "cabeça" em forma de fava de amendoim, lembrando
a cabeça de um jacaré. Sugam a seiva das árvores, principalmente do marupá, e ficam
horas e horas imóveis nos galhos das árvores. Quando pousados em troncos secos se
escondem de seus inimigos confundindo-se com a cor da casca da árvore. Têm coloração
castanho-amarelada, asas posteriores (traseiras) com grandes manchas coloridas,
redondas, circundadas de preto com o centro semelhante ao "olho de curuja". São temidos pelo caboclo amazônico que tem a superstição de que sua picada faz secar uma árvore
e até mesmo matar um homem, porém são insetos inofensivos e muito bonitos.
27
J
OANINHA
Cycloneda sanguinea
É
um dos besouros mais conhecidos das crianças. Chamam bastante atenção pelo seu
colorido e desenhos. Pertencem a maior das ordens dos insetos Coleoptera. São de
contorno ovalalargado ou circular. Vivem passeando pelas plantas, caminhando em geral,
mas também voam quando tocadas, encolhem as antenas e pernas, e fingindo-se de mortas caem no solo. As joaninhas geralmente se alimentam de afídios, pulgões e cochonilhas ou piolhos das plantações, pragas que dão muito prejuízo. Tornam-se, assim, muito
úteis para os homens, pois além de serem inimigas destas pragas, tanto os adultos como
as larvas, devolvem ao solo importantes nutrientes para a fertilidade da terra.
28
L
OUVA A DEUS
Stagmatoptera sp.
V
ejam este inseto! É conhecido como louva-a-deus ou põe-mesa. Seu nome popular,
louva-adeus, é devido à posição que assume quando está pousado, lembrando uma
pessoa rezando. O louva-a-deus é um inseto respeitado e diz-se que traz sorte quando
pousa em uma pessoa. Apesar de inofensivos ao homem, estes insetos são agressivos entre
si, chegando o macho a ser devorado pela fêmea após o acasalamento (cópula). Os adultos medem 10 cm de comprimento e são canibais, isto é, comem outros insetos da mesma
espécie, sendo ferozes com suas presas. Apresentam camuflagem, adquirindo a cor do
meio em que vivem, para confundir suas presas e estão sempre alerta, pois podem olhar
para todos os lados ("olhar por cima dos ombros").
29
M
ÃE DO SOL
Euchroma gigantea
E
o besouro gigante da família Buprestidae, pois alguns exemplares de nossa região
podem atingir até 8 cm de comprimento.O corpo deste inseto forma um só bloco.
Tem pernas pequenas e cabeça diminuta. De uma beleza inconfundível, apresenta coloração geral resultante da mistura das cores, do dourado à violeta, com reflexos esverdeados. As larvas da mãe-do-sol têm aspecto característico, e a maioria dos indivíduos lembra a forma de uma palmatória. Seu período larval é muito longo (cerca de 2 anos).
Alimentam-se de madeiras e, também são brocas do caule das plantas, abrindo galerias
em galhos, troncos vivos, troncos recém-caídos ou troncos mortos, podendo provocar
danos à indústria madeireira. São realmente insetos bonitos e, pela beleza e colorido de
suas asas, são escolhidos para confecção de colares e outros enfeites indígenas.
30
M
ARIA
- FEDIDA
Loxa sp.
Q
ue fedor! É assim que se expressam as pessoas quando tocam neste inseto. Sabe por
quê? É simples. Quando tocamos em seu corpo, liberam um odor forte que não é
muito agradável, e por esta razão recebem os nomes de "maria-fedida" e "percevejosfedorentos", entre outros. São insetos de fácil reconhecimento por terem forma de escudo e cores vivas ou com desenhos bem distintos. Vivem sobre as plantas e delas se alimentam sugando sua seiva. Depositam seus ovos sobre as folhas das plantas em duas ou
mais séries ou carreiras paralelas, sendo comum observar a "maria-fedida" protegendo os
ovos e as ninfas, como fazem as galinhas com seus pintinhos.
31
M
ARIPOSA
Urania leilus
Q
uando pensamos em mariposas, imaginamos que elas voam somente à noite, mas
esta mariposa tem o hábito de voar de dia. É a mais bela das mariposas e se parece
com verdadeiras bor- boletas, quer pelo seu colorido, quer pela forma das asas. Seu corpo
é coberto de escamas (pêlos) pequenas, suas asas têm fundo negro com faixas transversais que refletem as cores do arcoíris em tons furta-cores que vão desde o azul passando
pelo verde até chegar ao dourado, o prolongamento das asas, em forma de cauda, é marginado de branco. Medem cerca de 9 cm de uma ponta a outra das asas, sendo as fêmeas
maiores que os machos e suas asas posteriores mais largas. Estas mariposas levam, em
média, 42 dias para se desenvolverem completamente, de ovo a adulto, e passam por 5
estágios larvais. Os adultos se alimentam do néctar das flores, especialmente de flores
abertas e brancas, São exímias voadores e podem voar durante 12 horas a uma velocidade
de 20 km/h, podendo atingir até 40 km/h. É comum se observar milhares dessas mariposas voando em uma só direção, mostrando, assim, a migração tão característica desta
espécie.
32
M
OSCA
Musca domestica
T
odos dizem: mosca é nojenta! Porque sentam em tudo e são vetores de doenças como
febre tifóide, disenteria, cólera, algumas formas de conjuntivite, entre outras. São
vetores mecânicos, isto é, carregam em suas patas microorganismos, levando-os para os
alimentos. Pousam em tudo que encontram e põem seus ovos em matéria orgânica em
decomposição (lixo, esterco) e é nessas imundícies que se criam, suas larvas têm papel
importante para a decomposição. São insetos que possuem duas asas (díptcros) transparentes semelhantes a vidro; quase sempre pequenos, de corpo mole; têm olhos compostos de grande dimensão que ocupam quase toda a cabeça, com centenas de facetas o
que facilita detectar o mais leve movimento, por isso é difícil pegar uma mosca. Entre as
garras (das patas) existe uma ventosa que permite que a mosca se locomova em qualquer
sentido (até de cabeça para baixo) e em qualquer superfície. Sua alimentação é variada,
comem qualquer coisa. O curioso é que se o alimento é sólido ela libera uma gotícula de
saliva para dissolvê-Ia e sugar a mistura que faz. Não é um inseto muito apreciado, mas
precisamos conhecer seus hábitos para nos proteger dos males que pode causar. Vivem
em nossas casas e em todos os lugares. Não picam, porém devemos ter cuidado.
33
P
AQUINHA
Scapteriscus
E
stes ativos insetos de 3 cm de comprimento e coloração pardo-escura são chamados
também de "grilo-topeira", "cachorrinho-d'água", etc. Vivem no solo onde constroem
galerias cavando com as patas anteriores, curtas e largas em forma de pá. Têm preferência por solos umedecidos e são encontradas, geralmente, em jardins e hortas onde podem
ocasionar sérios danos às raízes das plantas. Depositam seus ovos reunidos em massa
geralmente colados às raízes. Em suas andanças subterrâneas devoram todos os vermes e
larvas de insetos que encontram, além das raízes. As paquinhas correm bem e fazem uma
coisa que seus parentes (gafanhotos terrestres e grilos) não fazem, que é andar.
34
S
ERRA -PAU
Titanus giganteus
E
ste é um dos maiores besouros (Coleoptera) que vive na Amazônia, medindo cerca de
20 cm de comprimento. É oval-alongado, mais ou menos achatado, de coloração castanho-escura ou preta. tem antenas curtas, peças bucais bem desenvolvidas, mandíbulas
grandes e fortes, pela necessidade de fazer galerias no tronco das árvores, local onde
deposita seus ovos, os quais liberam larvas que são brocas. As larvas se alimentam de
madeira e os adultos de outros vegetais. Vivendo nos troncos das árvores são nocivos a
estas, apesar de inofensivos ao homem.
35
S
OLDADINHO
Membracis sp.
Q
uem nunca brincou com estes insetos? São também conhecidos como "bombeirinhos" pela semelhança de sua forma com o capacete de bombeiro. Vivem nos galhos
dos arbustos e das árvores e quando se tenta apanhá-Ios, deslocam-se, geralmente em
torno do galho, procurando esconder-se e quando perseguidos, saltam e voam imediatamente. Em defesa encolhem as pernas de encontro ao corpo, de modo a parecerem pequenas sementes. Têm forma de meio círculo, pelo prolongamento das costas semelhantes a
uma folha, de cor preta com áreas brancas. Alimentam-se sugando a seiva das plantas e
causam poucos danos a elas.
36
V
AGA
- LUME
Cratomosphus sp.
Q
ue interessante é este besouro, não? São conhecidos como vaga-lumes ou pirilampos.
Todos sabem que ele acende e apaga uma luz. Esse fenômeno deve-se ao fato de possuírem, em seu abdome, órgãos capazes de emitirem uma luz branco-esverdeada, perceptíveis no escuro. As fêmeas ficam sempre no chão, os machos possuem asas e voam à
procura das fêmeas que são notadas pela luz que emitem. O piscar dos pirilampos está
ligado à atração sexual, como se fosse um sinal entre eles. Insetos pequenos com aspecto
característico, de cor amarelo-esverdeada. De dia são encontrados sobre as plantas. No
Brasil as crianças acreditam que se colocarem um vagalume em um copo, no dia seguinte
são presenteados com uma moeda.
37
ARTRÓPODES TERRESTRES NÃO INSETOS
Aranhas - As aranhas são aracnídeos que apresentam vários tamanhos, têm a cabeça unida ao tórax (cefalotórax) e um abdome e possuem oito pernas. Produzem fios de seda (teias) para a construção
de sua "casa". Vivem em vários ambientes, alimentando-se em
grande parte de insetos. A maioria das aranhas são solitárias, ou seja,
vivem sozinhas, porém algumas vivem em uma teia comum e juntas
capturam suas vítimas. O veneno da maioria das aranhas não é tóxico ao homem, mas algumas espécies são perigosas.
Escorpiões - Os escorpiões são aracnídeos alongados, com abdome
todo segmentado, no qual encontramos um aguilhão (ferrão) de
veneno que ele usa para se defender.
Cada uma das quatro pernas tem no final dois pares de garras, utilizadas para capturar suas presas. Vivem em regiões quentes e secas,
escondem-se embaixo de pedras ou em buracos rasos durante o dia
e correm ativamente durante a noite para capturar os insetos, aranhas e outros pequenos animais. Alguns escorpiões da Amazônia
possuem veneno que provoca diversas reações em pessoas sensíveis e alérgicas, mas há no
Brasil espécies cuja ferroada pode levar à morte.
Embuás - Os embuás são animais alongados, em forma de verme, que
apresentam o corpo todo dividido (segmentado), possuindo em cada
segmento quatro pernas. Suas antenas são curtas. Vivem em ambientes diversos, escondendo-se e evitando a luz, ficam debaixo de folhas, pedras, casca de árvore, troncos e no solo. Apresentam cor avermelhada, sendo, às vezes, escuras. Quase todos se alimentam de vegetais, comendo principalmente vegetação em decomposição, porém muitos são
carnívoros, alimentando-se de pequenos insetos, opiliões, minhocas, etc. Os embuás não
mordem o homem.
38
Centopéias ou lacraias - Têm seu corpo longo, achatado
em forma de verme, sendo
todo dividido em pequenos segmentos, portando em cada
segmento duas pernas. A maioria alimenta-se de-insetos e
alguns de minhocas, caracóis, etc. Vivem no solo, debaixo de
pedras, casca de árvores e troncos. À noite saem à procura
de alimentos ou de novas moradias (casas). As centopéias pequenas geralmente são
inofensivas para o homem, mas algumas centopéias grandes podem dar uma dolorosa
mordida.
Tatuzinhos - Entre os animais do solo ou do chão nas florestas, encontram-se os tatuzinhos.Quando perturbados, têm o hábito de rolar-se em
forma de uma bola, lembrando um tatu pequeno. São crustáceos da ordem
Isopoda. Gostam de lugares Úmidos e escuros. São inofensivos.
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BIBLIOGRAFIA INDICADA
As pessoas que se interessarem em saber mais sobre os insetos, encontrarão informações nos seguintes livros:
BARTH, R. 1972. Entomologia geral. Rio'de Janeiro, Fundação Instituto Oswaldo Cruz.
374p., il.
CARREIRA, M. 1973. Entomologia para você. 4 ed., São Paulo, EDART 185p., il.
COSTA LIMA, A. 1938-1956. Insetos do Brasil. v. 1-13, Rio de Janeiro, Escola Nacional
de Agronomia.
IHERING, R. von. 1968. Dicionário dos animais do Brasil. Brasília, Ed.
Universidade de Brasília. 790p., il. (reinpressão)
LENKO, K. & PAPAVERO, N. 1978. Insetos no folclore. São Paulo, Conselho Estadual de
Artes e Ciências Humanas. (Coleção Folclore, n. 18).
MOUND, L. 1990. Insetos. Enciclopédia Visual. Lisboa, Ed. Verbo.
64p., il.
OTERO, L. S. 1986. Borboletas: livro do naturalista. Rio de Janeiro, Fundação de
Assistência ao Estudante.
OTERO, L. S. (texto) &MARIGQ, L. C. (fotografias) 1990. Borboletas, beleza e comportamento de espécies brasileiras. Rio de Janeiro, Marigo Comunicação Visual. 127p., il.
TYLER, H.; BROWN, K. S., JR.; WILSON, K. 1994. Swallowtail butteiflies of the Americas:
a study in biological dynamics, ecological diversity, biosystematics and conservation. Gainesville,
Flórida, Scientific Publ. 376p., il.
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