O que foi o Millennium Ecosystem Assessment?

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Benefícios da biodiversidade:
os ecossistemas de Portugal e
os seus serviços
Henrique Miguel Pereira
Centro de Biologia Ambiental
Universidade de Lisboa
O que foi o Millennium Ecosystem Assessment?
o 
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Lançado em 2001 pelo Secretário-Geral
das Nações Unidas
Objectivos
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o 
fornecer uma avaliação integrada das
consequências das alterações nos
ecossistemas para o bem-estar humano;
estabelecer a base científica para uma
melhoria da gestão dos ecossistemas da
Terra;
Avaliação multi-escala, incluindo as
escalas global, nacional, regional e local.
Foram aprovadas 18 avaliações SubGlobais, entre as quais a Avaliação para
Portugal.
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As Avaliações Sub-Globais
A Avaliação Sub-Global para Portugal
o 
Liderada pelo Centro de Biologia Ambiental da Faculdade
de Ciências da Universidade de Lisboa
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Equipa cerca 60 cientistas de diversos campos: ecologia,
ciências agrárias, economia e ciências sociais.
o 
Tenta responder às necessidades de informação dum
grupo de utilizadores:
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instituições governamentais
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agricultores e indústria
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sociedade civil
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2003
2004
2005
2009
Necessidades de informação dos utilizadores
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Ecossistemas e casos de estudo
Qual é a relação entre os ecossistemas e o
bem-estar humano?
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Que alterações sofreram os ecossistemas em Portugal?
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Nos últimos 50 anos:
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A economia aumentou mais de seis vezes
O número de agricultores diminuiu mais de
60% e a área agrícola reduziu-se em 40%
Ocorreu a intensificação agrícola e de
produção florestal
Os rios sofreram grandes alterações devido
à construção de barragens e à poluição
A expansão de espécies nvasoras agravouse nas ilhas
Aumentou a pressão sobre os ecossistemas
costeiros.
Manteve-se ou agravou-se o nível de sobrecaça e sobre-pesca.
Qual é o estado da biodiversidade em Portugal?
o 
o 
A biodiversidade em Portugal Continental inclui mais de
3000 espécies de plantas vasculares, cerca de 400
espécies de vertebrados, e um número desconhecido de
espécies de invertebrados.
Nos Açores e na Madeira ocorrem mais de 1700 espécies
de organismos endémicos,
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Qual é o estado da biodiversidade em Portugal?
Qual é a condição actual da biodiversidade em Portugal?
Habitats nativos
Espécies ameaçadas
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Qual é o estado dos serviços de ecossistema em Portugal?
Que opções existem para responder aos problemas?
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Produção de água
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Regulação do ciclo hídrico e qualidade
da água
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Os níveis de produção de água dos
ecossistemas portugueses satisfazem
as necessidades existentes
O valor de mercado do abastecimento
de água é de 2 mil milhões de € / ano
40% dos meios hídricos superficiais
estão num estado mau ou muito mau
Opções de resposta
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um maior controlo da poluição agropecuária
restauro dos ecossistemas aquáticos
gestão integrada dos recursos hídricos
Qual é o estado dos serviços de ecossistema em Portugal?
Que opções existem para responder aos problemas?
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Produção de alimento
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A produção nacional de alimento é
deficitária em 30% em relação ao
consumo
Os sectores agrícola e das pescas
representam 3% e 0.3% da economia
Uma grande parque dos recursos
pesqueiros encontram-se sobreexplorados
Opções de resposta
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Certificação e valorização dos produtos
agrícolas
Adopção de técnicas e quotas de pesca
mais sustentáveis
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Qual é o estado dos serviços de ecossistema em Portugal?
Que opções existem para responder aos problemas?
o 
Protecção do solo
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Portugal tem a maior % de solos na Europa com alto risco de erosão
É necessário adoptar técnicas agrícolas e florestais que maximizem a
formação do solo e minimizem a erosão (por exemplo, pastagens
permanentes biodiversidas semeadas ricas em leguminosas)
Qual é o estado dos serviços de ecossistema em Portugal?
Que opções existem para responder aos problemas?
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Produção de madeira e cortiça
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Portugal produz 54% da cortiça mundial
O sector florestal é responsável por
10% das exportações nacionais e
emprega 228 000 trabalhadores
Os incêndios, o nemátode e a redução
dos preços florestais são os principais
problemas
Sequestro de carbono
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A expansão da floresta tem favorecido o
sequestro de carbono
O montado sequestra até 5 t CO2/ha/
ano e o pinhal até 32 t CO2/ha
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Qual é o estado dos serviços de ecossistema em Portugal?
Que opções existem para responder aos problemas?
Resiliência ao fogo
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A área ardida e o número de
ocorrências aumentou nas últimas
década
Opções de resposta para a floresta
o 
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Promoção de florestas multifuncionais
de carvalhos
O sequestro de carbono pode ser
promovido nas áreas agrícolas
Qual é o estado dos serviços de ecossistema em Portugal?
Que opções existem para responder aos problemas?
o 
Serviços culturais
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o 
A procura de áreas rurais e naturais
encontra-se em crescimento
A disposição a pagar dos portugueses
para proteger a paisagem e a avifauna
associada atinge os 446 €/ha
O turismo cinegético em áreas florestais
movimenta 21,4 M€/ano
Há uma degradação da paisagem
costeira devido ao excesso de pressão
urbanística
Opções de resposta
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Sistemas de pagamentos para premiar
os bons gestores da biodiversidade
Limitar a expansão urbanística na costa
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MA Scenarios
§  Não são previões – são futuros
plausíveis
§  Combinam modelos quantitativos e
análise qualitativa
2050 - Order from Strength
2050 - Order from Strength
Order from
strength, 2050
2050 - Technogarden
2050 - Technogarden
Technogarden,
2050
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Changes in direct drivers
o Habitat
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transformation:
Further 10–20% of grassland
and forestland is projected to be
converted by 2050
o Overexploitation,
n 
overfishing:
Pressures continue to grow in
all scenarios
Invasive alien species:
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Spread continues to increase
Quais os futuros possíveis para Portugal?
o 
Os problemas ambientais das próximas décadas só serão
minimizados através de uma atitude proactiva da sociedade
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Mensagens principais
o 
o 
o 
o 
Em alguns casos é possível maximizar vários serviços e
proteger a biodiversidade, mas em muitos casos existem
trade-offs entre os diferentes serviços dos ecossistemas, ou
entre a conservação da biodiversidade e alguns serviços
dos ecossistemas
Assim é necessário incorporar não só os serviços de
produção mas também os serviços de regulação e culturais
nos processos de decisão
Há que criar incentivos e mercados para compensar os
bons gestores da biodiversidade e do serviços de
ecossistema do domínio público
Existem oportunidades de renaturalizar áreas abandonadas
e de expandir a floresta nativa multi-uso, combinando
produção de madeira, resiliência ao fogo e protecção da
biodiversidade
Cobertura na imprensa
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Autores do estudo
o 
Alexandra Correia (ISA), Alexandra Nogal (IST), Alexandre Correia (ISA),
Alfredo Borba (UA), Américo Mendes (UCP), Ana Paulo (ESAS), Ana
Moreira (INIA), Ana Correia (FCUL), António Brito (UM), Carlos Aguiar
(IPB), Carlos Carmona Belo (INIA), Carlos Teixeira (IST), Cátia Rosas
(CONFAGRI), Cibele Queiroz (FCUL), Cristina Marta (IPB), Eduardo
Azevedo (Universidade dos Açores), Elvira Pereira (ISCSP), Emiliana Silva
(UA), Eugénio Sequeiro (ESUVG), Francisco Andrade (FCUL), Francisco
Fonseca (FCUL), Francisco Dinis (UA), Fuensanta Herrero (CUE),
Henrique Cabral (FCUL), Henrique Pereira (FCUL), Humberto Martins
(UTAD), Inês Gomes (FCUL), Inocêncio Coelho (INIA), Joana Patrício
(UC), João Azevedo (IPB), João Carlos Marques (UC), João Neto (UC),
João Santos Pereira (ISA), José Borges (ISA), Luis Ribeiro (IST), Luis
Vicente (FCUL), Manuela Magalhães (ISA), Margarida Ferreira (FCUL),
Margarida Santos-Reis (FCUL), Maria da Luz Mathias (FCUL), Maria de
Fátima Borges (IPIMAR), M. Teresa Ferreira (ISA), Marta Silva Pereira
(INIA), Miguel Araújo (MNCN), Nuno Onofre (INIA), Nuno Rodrigues
(TerraPrima), Oriana Rodrigues (IST), Orlando Rodrigues (IPB), Patrícia
Rodrigues (FCUL), Paulo Borges (UA), Ricardo Teixeira (IST), Rosalina
Gabriel (UA), Rui Mota (IST), Rui Rebelo (FCUL), Rute Pinto (UC), Tatiana
Valada (IST), Tiago Domingos (IST), Vânia Proença (FCUL)
http://ecossistemas.org
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