4. RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO 1. NOME DO MEDICAMENTO Keplat, 20 mg, emplastro medicamentoso. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada emplastro contém 20 mg de cetoprofeno. 3. FORMA FARMACÊUTICA Emplastro medicamentoso Emplastro medicamentoso, cor de carne, de 70 cm2, com uma camada de protecção flexível. O lado adesivo está protegido com uma película filme de plástico. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Para o alívio sintomático da dor e inflamação associadas a condições músculoesqueléticas agudas tais como traumatismo, entorses e contusões. 4.2 Posologia e modo de administração Adultos: A menos que prescrito em contrário pelo médico, aplicar somente um emplastro por dia. Crianças: entre os 12 e 18 anos de idade: conforme prescrito pelo médico. Não utilizar em crianças com menos de 12 anos de idade. Duração do tratamento em dias: conforme prescrito pelo médico. Não exceder os 14 dias de tratamento. O emplastro deve ser mudado, diariamente, na área afectada. Limpe e seque a área afectada antes de aplicar o emplastro. Retire a película protectora e aplique a parte adesiva directamente na pele. Se o emplastro for aplicado em articulações muito móveis tais como o cotovelo ou joelho, poderá aplicar uma ligadura na articulação quando dobrada, para manter o emplastro no lugar. Qualquer produto não utilizado ou resíduo deve ser eliminado, de acordo com os requisitos locais. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à substância activa, a outros anti-inflamatórios nãoesteróides (AINEs) ou a qualquer dos excipientes. O emplastro medicamentoso não deve ser utilizado nos seguintes casos: − História de qualquer reacção de fotossensibilidade − Reacções conhecidas de hipersensibilidade, tais como sintomas de asma, rinite alérgica ao cetoprofeno, fenofibrato, ácido tiaprofénico, ácido acetilsalicílico ou a outros AINEs − História de alergia cutânea ao cetoprofeno, ácido tiaprofénico, fenofibrato, bloqueadores de raios UV ou a perfumes − A exposição solar, mesmo em caso de sol encoberto, incluindo raios UV de solário, deve ser evitada durante o tratamento e nas 2 semanas seguintes à sua interrupção − Doentes nos quais substâncias com um mecanismo de acção semelhante (ex: ácido acetilsalicílico ou outros AINEs) causem ataques de asma, broncoespasmo ou rinite aguda, ou causem pólipos nasais, urticária ou angioedema − Ulcera gastrointestinal activa ou suspeita, ou antecedentes de úlcera gastrointestinal − Hemorragia gastrointestinal ou outra hemorragia activa, ou perturbações hemorrágicas − Insuficiência cardíaca grave − Disfunção hepática ou renal grave − Diátese hemorrágica e outras alterações da coagulação ou doentes a fazer terapêutica anticoagulante − 3º trimestre da gravidez (ver 4.6) − crianças com menos de 12 anos de idade O emplastro não deve ser utilizado em feridas abertas ou em pele com alterações patológicas tais como eczema, acne, dermatite, inflamação ou infecção de qualquer natureza, ou nas membranas mucosas que revestem os orifícios do corpo. 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização. As mãos devem ser muito bem lavadas depois de cada aplicação do medicamento. O tratamento deve ser imediatamente interrompido aquando do desenvolvimento de quaisquer reacções cutâneas, incluindo reacções cutâneas após a co-aplicação de produtos contendo octocrileno. Há registo de casos de fotossensibilidade ocorridos durante alguns dias e, em casos raros, durante alguns meses após a utilização do fármaco. No caso de se observarem sintomas de dermatite, suspender o tratamento e manter a área atingida afastada da luz solar. É recomendado que se proteja as zonas tratadas com o uso de vestuário durante toda a aplicação do medicamento e nas duas semanas seguintes à sua interrupção, a fim de evitar o risco de fotossensibilização Não utilize ligaduras oclusivas. Os analgésicos, antipiréticos e os anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) podem causar reacções de hipersensibilidade potencialmente graves, incluindo reacções anafilácticas, mesmo em indivíduos sem exposição prévia a este tipo de medicamento. O risco de reacções de hipersensibilidade após a utilização de cetoprofeno é maior em indivíduos que já tiveram este tipo de reacção após utilizarem outros analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) (ver Contraindicações). A biodisponibilidade sistémica do cetoprofeno aplicado através da via transdérmica é significativamente mais baixa do que a observada após a administração oral. Contudo, não é possível excluir-se completamente o aparecimento de efeitos laterais sistémicos, embora seja muito menos provável que estes efeitos laterais ocorram, neste nível de ligação plasmática. Administrar com precaução em doentes com doenças alérgicas ou antecedentes de alergia. Tome especial cuidado se tiver doença de Crohn ou colite ulcerosa, dispepsia crónica ou antecedentes de asma brônquica. Os doentes actualmente com doença gastrointestinal ou com uma história prévia da doença devem ser monitorizados cuidadosamente a fim de despistar perturbações digestivas, particularmente hemorragia gastrointestinal. Nos casos raros em que ocorre hemorragia gastrointestinal ou úlcera em doentes a fazer tratamento com cetoprofeno, o tratamento deve ser suspenso imediatamente. Nalguns doentes pediátricos tratados com cetoprofeno tem sido observada hemorragia gastrointestinal, por vezes grave, e úlceras pépticas (ver 4.8); o produto deve, por conseguinte, ser administrado sob rigorosa vigilância médica, que deve avaliar o regime posológico necessário, caso a caso. Tal como todos os AINEs, o medicamento pode aumentar a ureia, o nitrogénio e a creatinina no plasma. Tal como acontece com outros inibidores da síntese de prostaglandinas, o medicamento pode ser associado a efeitos adversos no sistema renal que podem conduzir a nefrite glomerular, necrose papilar renal, síndroma nefrótico e insuficiência renal aguda. Tal como acontece com outros AINES, o medicamento pode causar pequenos aumentos transitórios nalgumas provas da função hepática bem como aumentos significativos na GOT e GPT (ver 4.8). Caso ocorra um aumento significativo nesses parâmetros, deve descontinuar o tratamento. O cetoprofeno deve ser utilizado com precaução em doentes com alterações hematopoiéticas, lúpus eritematoso sistémico ou alterações mistas do tecido conjuntivo. Tal como acontece com outros AINEs, o cetoprofeno pode mascarar os sintomas de doenças infecciosas. Deve ter-se precaução em doentes com défice das funções hepática, renal (ver secção 4.2) ou cardíaca, bem como em doentes com outras condições com predisposição para a retenção de líquidos. Em tais casos, a utilização de AINEs pode provocar a deterioração da função renal e a retenção de líquidos. Também é necessária precaução em doentes a fazer terapêutica diurética ou aqueles com probabilidade de serem hipovolémicos, porque há um risco acrescido de nefrotoxicidade. Deve ter-se precaução no tratamento de doentes idosos, pois são, geralmente, mais propensos a acontecimentos adversos (ver 4.2). As consequências da hemorragia gastrointestinal e/ou perfuração intestinal, por exemplo, são dependentes da dose e são frequentemente mais graves nos idosos; também podem ocorrer sem sintomas de aviso ou história prévia em qualquer altura durante o tratamento. A probabilidade de sofrer de défice das funções renal, cardiovascular ou hepática é maior nos doentes idosos. Tal como com qualquer medicamento que inibe a síntese de prostaglandinas e da ciclo-oxigenase, a utilização do cetoprofeno não é recomendada em mulheres que pretendam engravidar. A utilização do KEPLAT deve ser suspensa em mulheres com problemas de fertilidade ou submetidas a investigações de fertilidade. A utilização prolongada ou repetida do medicamento pode causar sensibilização. O tratamento deve ser descontinuado, caso ocorram reacções de hipersensibilidade. 4.5. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção A baixa biodisponibilidade sistémica do cetoprofeno do KEPLAT significa que a interacção com outros medicamentos é improvável. Contudo, as seguintes interacções aplicam-se aos AINEs em geral: Associações não aconselháveis: Outros AINEs, incluindo doses altas de salicilatos (≥ 3 g/dia): a administração simultânea de vários AINEs pode aumentar o risco de úlceras e hemorragias gastrointestinais, através de um efeito sinérgico. Anticoagulantes orais, heparina por via parentérica e ticlopidina: risco aumentado de hemorragia através da inibição da função plaquetária e lesão na mucosa gastrointestinal. Lítio (descrito com vários AINEs): os AINEs aumentam os níveis de lítio no plasma (excreção renal de lítio diminuída), que podem atingir níveis tóxicos. Por conseguinte, este parâmetro requer monitorização durante a iniciação, ajustamento e descontinuação do tratamento com cetoprofeno. Metotrexato, utilizado em doses elevadas de 15 mg/semana ou mais: aumenta a toxicidade hematológica do metotrexato através de uma diminuição da sua depuração renal pelos agentes anti-inflamatórios em geral. Hidantoínas e sulfonamidas: os efeitos tóxicos destas substâncias podem ser aumentados. Associações que requerem precauções: Diuréticos, inibidores da enzima de conversão da angiotensina: o tratamento com AINEs está associado ao risco de insuficiência renal aguda em doentes desidratados (filtração glomerular diminuída através de uma síntese das prostaglandinas renal reduzida). O tratamento com um AINE pode diminuir o seu efeito anti-hipertensor. Se o cetoprofeno for prescrito conjuntamente com um diurético, é essencial assegurar-se que o doente está adequadamente hidratado e monitorizar a sua função renal no início do tratamento. Metotrexato, utilizado em doses baixas, menos de 15 mg/semana: aumenta a toxicidade hematológica do metotrexato através da diminuição da sua depuração renal pelos agentes anti-inflamatórios em geral. Monitorize a hemograma completo semanalmente, durante as primeiras semanas desta associação. Aumente a vigilância mesmo no caso de uma ligeira deterioração da função renal e nos idosos. Pentoxifilina: risco aumentado de hemorragia. Aumente a monitorização clínica e verifique, com mais frequência, o tempo de hemorragia. Zidovudina: risco de aumento de toxicidade na linha dos glóbulos vermelhos através da acção nos reticulócitos, com a ocorrência de anemia grave uma semana após o início do tratamento com AINEs. Verifique o hemograma completo e o número dos reticulócitos uma ou duas semanas após o início do tratamento com AINEs. Sulfonilureias: os AINES podem aumentar o efeito hipoglicémico das sulfonilureias através da deslocação a partir dos locais de ligação proteica no plasma. Associações a considerar: Bloqueadores beta: o tratamento com um AINE pode diminuir o seu efeito antihipertensor através da inibição da síntese das prostaglandinas. Ciclosporina e tacrolimus: a nefrotoxicidade pode ser potenciada pelos AINEs através dos efeitos mediados pela prostaglandina renal. Durante a terapêutica de associação, a função renal tem de ser avaliada. Trombolíticos: risco aumentado de hemorragia. Probenecida: as concentrações de cetoprofeno no plasma podem ser aumentadas; esta interacção pode ser devida a um mecanismo inibitório no local da secreção tubular renal e da glucuronidação e necessita de um ajuste da dose de cetoprofeno. 4.6. Efeitos indesejáveis Reacções cutâneas locais, como eritema, prurido e sensações de queimadura. Raramente ocorreram casos de reacções mais graves, tais como eczema bolhoso ou flictenular, que se podem alastrar ou tornar generalizados. Reacções de hipersensibilidade. A utilização prolongada de medicamentos para administração tópica pode causar fenómenos de hipersensibilidade. Em tais casos, o tratamento deve ser descontinuado e ser iniciada uma terapêutica alternativa adequada. Dermatológico: fotossensibilização Registaram-se ainda casos isolados de reacções adversas sistémicas, nomeadamente perturbações renais. Embora não associados à utilização tópica do cetoprofeno, são referidos os seguintes acontecimentos adversos devidos à utilização sistémica do cetoprofeno: os acontecimentos adversos mais frequentes são menores e transitórios, consistindo em efeitos gastrointestinais tais como indigestão, dispepsia, náusea, obstipação, diarreia, pirose e vários tipos de desconforto abdominal. Reacções adversas graves, todas elas muito raras, incluem sobretudo casos de reacções cutâneas (urticária, eritema, exantema, angioedema), reacções gastrointestinais e respiratórias (broncoespasmo, dispneia, edema laríngeo) e casos raros de reacções alérgicas/reacções anafilactóides, choque anafiláctico e edema da boca. A maioria das reacções que ocorreram em doentes alérgicos/asmáticos e/ou em doentes com hipersensibilidade conhecida aos AINEs foram graves.