CPV o Cursinho que mais aprova na

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CPV O Cursinho que Mais Aprova na GV
FGV – DIR – 15/novembro/2011
História
01.“Essencialmente, o absolutismo era apenas isto: um
aparelho de dominação feudal alargado e reforçado,
destinado a fixar as massas camponesas na sua posição
social tradicional (...) Por outras palavras, o Estado
absolutista nunca foi um árbitro entre a aristocracia e a
burguesia, ainda menos um instrumento da burguesia
nascente contra a aristocracia: ele era a nova carapaça
política de uma nobreza atemorizada (...).”
b) Na visão de Anderson, qual era o grupo social
dominante nos quadros do Estado absolutista?
Justifique.
Resolução:
Perry Anderson, Linhagens do Estado Absolutista.
a) Na perspectiva de Anderson, o Estado absolutista
significou um rompimento drástico com relação
à fragmentação política característica do período
feudal? Justifique.
Resolução:
Dentro da perspectiva marxista, existem três análises
distintas a respeito do caráter do Estado Absoluto.
Na perspectiva do próprio Karl Marx, o Estado Absolutista
seria um Estado protoburguês.
Na visão de Friedrich Engels (dominante nos livros didáticos),
o Estado Absoluto representaria um equilíbrio entre nobreza
e burguesia.
No entanto, na visão marxista mais recente (dominante na
historiografia atual), o Estado Absolutista, assim como o
fragmentado Estado feudal, representaria os interesses da
nobreza.
Para Perry Anderson, no contexto da crise do século XIV,
a nobreza viu no fortalecimento do Estado uma maneira de
conter as agitações sociais camponesas, vencer as guerras
e, assim, manter seu poderio econômico. Por isso, nesse
momento histórico, as nobrezas europeias transferiram
muitas de suas atribuições (cobrar impostos, formar exércitos
etc.) para o rei e seu aparato estatal. Assim, o aparecimento
do Estado Moderno foi uma solução política para conter
as agitações provenientes da crise dos séculos XIV e XV,
mantendo o poder da nobreza. Por isso, para Anderson,
o Estado Moderno representava fundamentalmente um
aparelho para a proteção dos privilégios aristocráticos.
CPV
Nesse contexto, apesar de, do ponto de vista político, o
Estado Moderno romper com o período feudal (concentrando
o poder legislativo, burocrático e coercitivo nas mãos do
rei), do ponto de vista social, a nobreza mantem-se como
camada social dominante, o que revela a permanência de um
caráter feudal nesses novos Estados.
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Para Anderson, nos quadros do Absolutismo, o grupo
social dominante era a nobreza. No entanto, cabe observar
que a nobreza moderna, ao contrário da medieval, era
“disciplinada” pelo rei. Após ter conseguido tirar da
nobreza o poder político que ela detinha enquanto ordem,
os soberanos a atraíram para a corte e lhe atribuíram funções
políticas e diplomáticas.
c) Além dos elementos apontados no texto, ofereça
mais duas características constitutivas dos chamados
Estados absolutistas.
Resolução:
São características do Estado absolutista:
- o princípio básico do Absolutismo era legibus solutus, ou
seja, os reis eram isentos de quaisquer restrições legais ao
seu poder;
- presença de exército profissional, permanente e unificado;
- cunhagem de uma moeda nacional;
- estabelecimento de um sistema tributário nacional;
- economia nacional unificada, voltada para o fortalecimento
do próprio Estado Absoluto, “sujeito e objeto de sua política
econômica” (mercantilismo);
- estabelecimento de uma burocracia estatal;
- sistema único e nacional de leis, baseado no Direito Romano,
que substituía o Direito Medieval (consuetudinário) baseado
na tradição;
- pacificação dos Estados Sociais [os
eram chamados Estados Gerais (na
(na Península Ibérica), Parlamento
Landtage (na Alemanha), Riksdag (na
Estados Sociais
França), Cortes
(na Inglaterra),
Suécia) etc.].
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FGV – 15/11/2011
CPV
o
Cursinho
02. “A Grã-Bretanha forneceu o modelo para as ferrovias
e fábricas, o explosivo econômico que rompeu com as
estruturas socioeconômicas tradicionais do mundo não
europeu; mas foi a França que fez suas revoluções e a ela
deu suas ideias, a ponto de bandeiras tricolores de um tipo
ou de outro terem-se tornado o emblema de praticamente
todas as nações emergentes, e a política europeia (ou
mesmo mundial) entre 1789 e 1917 foi em grande parte a
luta a favor e contra os princípios de 1789, ou os ainda mais
incendiários de 1793. A França forneceu o vocabulário e os
temas da política liberal e radicaldemocrática para a maior
parte do mundo. A França deu o primeiro grande exemplo,
o conceito e o vocabulário do nacionalismo. A França
forneceu os códigos legais, o modelo de organização
técnica e científica e o sistema métrico de medidas para a
maioria dos países. A ideologia do mundo moderno atingiu
as antigas civilizações que tinham até então resistido
às ideias europeias inicialmente através da influência
francesa. Essa foi a obra da Revolução Francesa.”
que
Mais Aprova
Resolução:
Nas palavras do próprio Hobsbawm, em A Era das
Revoluções, “conceitos atuais como Terrorismo,
Comunismo, Democracia, Nacionalismo e Ditadura
Revolucionária são frutos da Revolução Francesa: esses
conceitos expressam uma tentativa de formular uma nova
relação entre política e sociedade, já que a antiga relação, do
governo absolutista, havia sido rompida.”
De fato, no contexto do Estado Absoluto não existia a
ideia de nação: todos os habitantes de uma região não se
identificavam como seres ligados a interesses comuns, mas,
apenas, súditos de uma mesmo coroa.
Vale lembrar, por exemplo, que os reis europeus na Idade
Moderna eram, em geral, parentes, e, muitas vezes, não
falavam a língua dominante na nação que governavam.
A ideia de “nação” foi criada no contexto da Revolução
Francesa (e depois exportada para o mundo, no século
XIX), identificando-se diretamente com a Revolução: os
habitantes de um território se unem para lutar por um ideal
em comum, algo inédito no mundo, fundamental na gestação
a identidade nacional francesa. De fato, lutar pela revolução
era lutar pela França.
a) Na análise do autor, quais são as diferenças, em termos
de importância, entre a Revolução Industrial Inglesa e
a Revolução Francesa?
Resolução:
CPV
Na visão de Eric Hobsbawn, no contexto da Era das
Revoluções, o mundo passava por uma “dupla revolução”.
A primeira delas era política e tinha como centro a França.
A segunda era econômica e tinha como centro a Inglaterra.
Ambas são fundamentais na constituição do mundo moderno
capitalista. Dessa forma, Hobsbawn destaca a importância
política da Revolução Francesa, e a importância econômica
da Revolução Industrial.
Na Inglaterra, desenvolveu-se um mundo urbano, industrial
e capitalista. A ética burguesa, negando o ócio, valorizando
o trabalho e a acumulação, passou a se tornar dominante.
Na França, a Revolução representou uma mudança na
consciência europeia, denunciando a repressão e retirando
dos reis e da nobreza sua auréola de eternidade e sacralidade.
O rei não era mais “eleito de Deus na Terra”. A partir dela,
desenvolveu-se o pensamento liberal, o qual tinha como
pilar a defesa dos direitos naturais do homem (a propriedade
privada, a liberdade, a igualdade jurídica), determinados por
uma Constituição. O Estado liberal não deveria atuar como
um inimigo da sociedade, mas como aquele responsável por
garantir os direitos naturais do homem. A partir de 1789, os
franceses guilhotinaram sua aristocracia e, com a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão, consolidaram o
ideário iluminista-liberal, pondo fim à sociedade de ordens.
A partir de então, uma Constituição liberal confiscava os
bens do Clero, acabava com os privilégios nobiliárquicos e
com os poderes excessivos do rei, estabelecendo a soberania
dos cidadãos. A Revolução Francesa foi o modelo de todas
as revoluções do século XIX.
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GV
b) Explique por que a França “deu o primeiro grande
exemplo, o conceito e o vocabulário do nacionalismo”.
E. J. Hobsbawn. A era das revoluções (1789-1848).
na
c) O autor afirma que a Revolução Francesa contribuiu
para a difusão da ideologia do mundo moderno e
que influenciou antigas civilizações. Com relação
à América, aponte dois movimentos políticos
influenciados pelo Processo Revolucionário que
culminou com a Revolução Francesa de 1789.
Resolução:
No contexto da Era das Revoluções, é possível apontar
a Independência dos EUA, do Haiti e de toda a América
Espanhola como parte dessa conjuntura revolucionária,
sendo todos influenciados pelo pensamento iluminista.
CPV
o
C ursinho
que
03. O texto abaixo é o relato do então presidente Getúlio
Vargas a respeito da reunião ministerial de 27 de janeiro
de 1941, quando o governo brasileiro rompeu suas relações
diplomáticas com os países do Eixo. Leia-o com atenção e
depois responda às questões propostas.
“Hoje deve realizar-se a reunião do Ministério para decidir
sobre a ruptura das relações com os países do Eixo.
Sabendo que o ministro da Guerra pretendia exonerarse, promovi (...) uma reunião (...) do general Góis e do
ministro da Guerra (...).
Às 15 e meia, instalou-se a reunião do Ministério. Fiz uma
exposição da situação criada pelos acontecimentos, do
instante apelo que o governo americano fazia ao Brasil,
das conveniências em atendê-lo, das desvantagens de
qualquer procrastinação e das consequências que poderia
ter uma atitude negativa.
Dei a palavra depois a cada um dos ministros, que
justificaram seus votos pelo rompimento. Quando chegou
a vez do ministro da Guerra, este justificou sua atitude,
alegando nossa falta de preparação militar para a guerra,
a culpa dos americanos não nos atendendo, o receio de
que tal atitude não se modificasse, a conveniência de um
adiamento, mas terminando pela sua solidariedade para
comigo. (...) Ao encerrar essas linhas, devo confessar
que me invade uma certa tristeza. Grande parte desses
elementos que aplaudem essa atitude, alguns poucos que
até me caluniam, são adversários do regime que fundei,
e chego a duvidar que possa consolidá-lo para passar
tranquilamente o governo ao meu substituto.”
Getúlio Vargas. Diário, volume II (1937-1942).
Siciliano / FGV Editora
Mais Aprova
na
GV
FGV – 15/11/2011
3
b) Aponte três características do regime brasileiro nesse
período.
Resolução:
Durante o período entre 1939 e 1942, inserido no contexto
brasileiro do Estado Novo (1937-45), algumas grandes
características do regime eram:
- o forte personalismo (culto ao líder) que existia diante da
figura de Vargas;
- o paternalismo presente em atos do governo (notórios nos
desfiles do Dia do Trabalho);
- o autoritarismo, marcado pela concentração de poderes no
executivo); e
- o nacionalismo, que desenvolvia na população um
sentimento de amor e respeito a pátria.
c) Ao final do texto, Vargas revela uma certa tristeza
porque adversários do Regime por ele fundado
estariam de acordo com o rompimento com o Eixo.
Há relações entre a participação do Brasil na Segunda
Guerra e o fim desse regime? Justifique.
Resolução:
Existem relações muito diretas entre o ingresso do Brasil
na Segunda Guerra Mundial e a derrocada do Estado Novo
varguista, pois, ao enviar tropas para a Europa para combater
os regimes nazifascistas, Vargas acabava evidenciando
um contrassenso, pois combatia regimes de governo que
possuíam características que se assemelhavam demais ao
seu próprio regime de governo.
Isso fez com que, ao regressar da guerra, os militares
brasileiros exigissem um processo de redemocratização e a
saída de Getúlio Vargas do poder.
a) Quais foram as características da política externa
brasileira de 1939 a 1942?
Resolução:
Entre 1939 e 1942, o Brasil manteve como maior
característica em sua política externa a sua neutralidade.
Pois, mesmo estando em uma América dominada pela
influência estadunidense, o Brasil não estava claramente
alinhado aos interesses dos EUA, já que mantinha também
laços diplomáticos com os países europeus pertencentes
ao eixo. Isso estava muito relacionado ao fato de Getúlio
Vargas defender uma ideologia de caráter nacionalista.
Sendo assim, no início da II Guerra Mundial (1939), o Brasil
não se aliou a nenhum dos lados envolvidos no conflito.
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