LITERATURA ETIDRONATO DISSÓDICO INIBIDOR DA REABSORÇÃO ÓSSEA Uso: Interno FM: C2H6Na2O7P2 Fator de Correção: Não se aplica PM: 250,00 Fator de Equivalência: 1,0 Propriedades O Etidronato é um análogo sintético do pirofosfato inorgânico. Seu exato mecanismo de ação é desconhecido; no entanto, sabe-se que o efeito de reabsorção ocorre nas superfícies de fosfato de cálcio dos cristais de hidroxiapatita de cálcio e seus precursores amorfos, e in vitro bloqueia a agregação, o crescimento e a mineralização dos cristais. Um efeito similar poderia ser o responsável in vivo do retardamento da mineralização e do crescimento da ossificação heterotópica. A absorção desse medicamento é baixa; no entanto, a metade da dose absorvida é captada pelo osso, presumivelmente nos cristais de hidroxiapatita, em regiões de osteogênese elevada. O começo e a duração de ação dependem da patologia existente; no caso da doença de Paget seu efeito aparece após um mês de tratamento, pois inicialmente nota-se somente uma redução da hidroxiprolina urinária e o efeito terapêutico dura até um ano ou mais depois da interrupção da terapia. No caso da administração de etidronato para o tratamento da hipercalcemia, a redução da excreção de cálcio manifesta-se após 24 horas e a duração da ação pode manter-se durante 14 dias. Esse fármaco não é metabolizado e se elimina por via renal. Recomendação de uso USUAL: de 5 a 10mg/Kg/dia em dose única, 2 horas antes das refeições. DMÁX: 20mg/kg de peso corporal por dia. PEDIATRICA: não foi estabelecida. Doença de Paget. Adulto: oral, inicialmente 5 a 10mg/kg de peso corporal por dia, geralmente como dose única diária, durante um período que não exceda os seis meses ou de 11 a 20mg/kg de peso corporal por dia, durante um período que não exceda os três meses. Recomendam-se doses superiores a 10mg/kg de peso corporal somente quando doses inferiores são ineficazes. Ossificação heterotópica: pacientes com substituição total de bacia. Adultos: oral, 20mg/kg de peso corporal por dia durante um mês antes e três meses depois da intervenção cirúrgica. Pacientes com lesão da medula espinhal. Adultos: oral, inicialmente 20mg/kg de peso corporal por dia durante duas semanas; iniciar o tratamento assim que possível depois de ocorrida a lesão e preferentemente antes que haja evidência de ossificação heterotópica manifesta. Depois a dose é reduzida a 10mg/kg de peso corporal por dia durante outras dez semanas. Hipercalcemia: Adultos: manutenção via oral, 20mg/kg de peso corporal por dia durante trinta dias até um máximo de noventa dias. Indicações Doença de Paget, profilaxia e tratamento da ossificação heterotópica e coadjuvante no tratamento da hipercalcemia associada com processos malignos. LITERATURA Reações adversas Dor – em aumento, contínua ou recorrente – ou sensibilidade anormal à dor nos ossos (em pacientes com doença de Paget, possível osteomalacia), fraturas ósseas, especialmente no fêmur, rash cutâneo, diarreias, náuseas. Precauções Não foram realizados estudos em seres humanos sobre o efeito desse medicamento na lactação, em crianças e no aparecimento de processos malignos associados. Estudos em ratos e coelhos demonstraram que a administração de 5 vezes a dose máxima para seres humanos não produz alteração da fertilidade. Apesar de não existirem estudos bem controlados em pacientes de idade avançada, sabe-se que os idosos são mais propensos à super-hidratação quando o etidronato é administrado por via parenteral associado a uma terapia de hidratação. Essa medicação deve ser ingerida com o estômago vazio, pelo menos duas horas antes ou depois de ingerir alimentos (no meio da manhã) ou ao deitar-se; não tomar nas 2 horas que seguem à ingestão de leite ou outros produtos lácteos antiácidos, suplementos minerais com cálcio, magnésio, ferro ou alumínio. No tratamento da hipercalcemia a dose diária deve ser diluída pelo menos em 250ml de solução salina normal. Em pacientes com doença de Paget o tratamento deve ser reiniciado somente após um período de descanso de 3 meses, pelo menos, e se existem provas de doença ativa ou se os índices bioquímicos voltarem a se elevar a 75% dos valores pré-tratamento. Interações Antiácidos que contêm cálcio, magnésio ou alumínio, suplementos minerais ou outros medicamentos que contêm cálcio, magnésio ou alumínio, alimentos que contêm grandes quantidades de cálcio, como leite ou outros produtos lácteos, calcitonina. Contra-indicações Pacientes com disfunção renal quando a creatinina sérica é de 5mg/dl ou maior (para a hipercalcemia). A relação risco-benefício deve ser avaliada nos seguintes casos: fraturas ósseas, especialmente dos ossos comprimidos, insuficiência cardíaca, enterocolite, hipocalcemia, hipovitaminose D, disfunção renal quando a creatinina sérica é de 2,5 a 4,9mg/dl. Comprovação científica Com o objetivo de se determinar se o tratamento com Etidronato poderia prevenir ou reverter a perda de massa óssea em mulheres com osteoporose pós-menopausa, foi realizada análise retrospectiva do efeito do tratamento com Etidronato, Vitamina D e Cálcio em pacientes sem fraturas, com densidade mineral óssea na coluna menor que 2,5 desvios-padrões do esperado para mulher jovem e saudável. Quatorze mulheres receberam Etidronato oral (400mg/dia) do 1º ao 15º, 400UI de Vitamina D e 500 a 1.000mg de Cálcio de 16º ao 90º dias, repetindo este esquema quatro vezes, até completarem um ano de tratamento. Dez pacientes-controles receberam apenas Cálcio (500 a 1.000mg/dia durante o mesmo tempo). Todas as pacientes tinham pelo menos duas medidas da densidade óssea na coluna e região proximal do fêmur: no início e após um ano de tratamento. O grupo tratado com Etidronato apresentou aumento significante da densidade óssea na coluna (0,73+ou - 0,11 vs 0,78 + ou - 0,10g/cm2; p<0,0001), enquanto na região proximal do fêmur não houve alteração significante. O grupocontrole apresentou perda significante da massa óssea na coluna (0,83 + ou - 0,05 vs 0,79 + ou - 0,07; p<0,01) e nenhuma alteração significante na região proximal do fêmur. Os autores concluíram que o Etidronato oral intermitente é efetivo no tratamento de mulheres com LITERATURA osteoporose pós-menopausa, aumentando a massa óssea na coluna, devendo ser considerado como mais uma opção terapêutica padrão tratamento desta doença (AU). Referência bibliográfica 1. P.R. Vade-mécum Brasil. 2005/2006. 2. Martindale, 2ª edição espanhol. 2006. 3. Szejnfeld, Vera L; Atra, Edgard. Rev. bras. reumatol;35(5):242-6, set.-out. 1995.