UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PROGRAMA MULTI-INSTITUCIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA Fitorremediação de solos contaminados por Crômio, Chumbo e Zinco utilizando as espécies amazônicas Commelina erecta, Montagma laxum, Borria capitata, Panicum maximum, Cyperus surinamensis e Nephrolepis biserrata Rebecca Freire de Castro Manaus 2007 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PROGRAMA MULTI-INSTITUCIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA Fitorremediação de Solos Contaminados por Crômio, Chumbo e Zinco utilizando as espécies amazônicas commelina erecta, Montagma laxum, Borria capitata, Panicum maximum, Cyperus surinamensis e Nephrolepis biserrata Tese de Doutorado apresentada ao Programa Multi-Institucional de PósGraduação em Biotecnologia como parte dos requisitos para obtenção do tı́tulo de Doutor em Biotecnologia. Área de concentração: Biotecnologias para a Área Agroflorestal. Rebecca Freire de Castro Orientador: Genilson Pereira Santana Manaus 2007 Dedicatória Dedico esta Tese aos meus queridos pais Liduina e Carlos e a meu irmão Daniel pelo apoio e incentivo. Ambiente, Meio em que vivemos, Ainda que metade, Nossa biodiversidade. Alma amazônica, De coração Manauara, Declara, Revolução Sustentável, Distrito Industrial, Impacto ambiental, Degradação, Poluição, Heavy Metal. Seria só um poema, Se não fosse agressão ao meio, Metade de um todo, Futuro ecológico, Correto concreto, Lógico, Conscientização ambiental, Afinal, Fazemos parte deste meio, Que representa um inteiro, Consciente, O meio ambiente. (RFC) Agradecimentos À Deus, pela minha existência e por me oferecer a oportunidade de obter novos conhecimentos; À minha famı́lia pelo apoio e incentivo; Ao Professor Dr. Genilson Pereira Santan, pela orientação, paciência, cafezinhos, conversas e amizade; À Universidade Federal do Amazonas - UFAM pela infra-estrutura e aos alunos e estagiários Luciana, Cris, Manuel e Geverson, pela ajuda durante o desenvolvimento do trabalho e análises laboratotiais; Aos amigos e colegas de laboratório Alex, Karol, Marcondes, Josias, Pio, Edson, Habdel pelo apoio e amizade; À Faculdade de Ciências Agrárias da UFAM pela disponibilização da casa de vegetação; Ao Departamento de Botânica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA pela identificação botânica; À Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -EMBRAPA, pelas análise laboratoriais; À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM, pela concessão do auxı́lio financeiro; E a todos que direta ou indiretamente contribuı́ram para a realização deste trabalho. Resumo A fitorremediação é uma técnica que utiliza plantas com o objetivo de remover, transferir, estabilizar ou destruir elementos nocivos, sendo testada com sucesso na descontaminação de solos e água contendo metais pesados. Este trabalho avaliou pela primira vez as espécies Commelina erecta (Commelinaneae); Monotagma laxum (Marantaceae), Borreia capitata (Rubiaceae), Panicum maximum (Poaceae), Cyperus surinamensis (Cyperaceae) e Nephrolepis biserrata (Pytheridofitae) como possı́veis agentes fitorremediadores. Mudas das seis plantas forma cultivadas em casa de vegetação por três meses em Latossolo e Podzólico. Esses solos foram contaminados com Zn, Cr e Pb nas concentrações: i) 1000; ii) 50,0 e iii) 50,0 mg kg−1 , respectivamente. Após o cultivo, as plantas foram divididas em raiz, caules e folhas e os solos secos e peneirados em malha de 2 mm. As partes das plantas foram digeridas em mistura de ácido nı́trico/perclórico, sendos as concentrações de Zn, Cr e Pb determinadas por espectrometria de absorção atômica de chama. Os resultados obtidos foram submetidos ao teste de Tukey nos nı́veis de significância de 5 e 1%. Os resultados da análise ANOVA (P < 0,05 e P< 0,01) mostraram que as seis espécies absorvem o Cr e o Pb independentemente do tipo de solo. Aparentemente, o processo de absorção do Pb não é influenciado pela presença de Cr no solo e vice-versa, já o Zn estaria favorecendo a aborção de Cr e Pb. De uma forma geral, os melhores resultados fitorremediadores foram obtidos nas mudas cultivadas no Podzólico, sugerindo que a mobilidade dos metais analisados deste solo é maior, exceto para a espécie Borreia capitata que apresentou os maiores teores de Pb nas mudas cultivadas no Latossolo. Palavras Chave: Metais pesados, FAAS, remediação, Latossolo, Podzólico, Fitoextração. Abstract Phytorremediation is a technique that use plants with remove, transfer, stabilize or harmful elements destruction objectives, being tested with success on the soils and aquatics systems containing heavy metals decontamination. These metals often accumulate in the soil upper layer, being within range of the plants roots. The appropriated remediation method choice depends of place characteristics, noxious waste concentration, pollutants types to be removed and the final use of the contaminated environment, allowing the phytotransformation, phytostimulation, rizofiltration and phytoextraction strategies development. This study evaluated, by the first time, the Commelina erecta (Commelinaneae); Monotagma laxum (Marantaceae), Borreia capitata (Rubiaceae), Panicum maximum (Poaceae), Cyperus surinamensis (Cyperaceae) and Nephrolepis biserrata (Pytheridofitae) species as possible phytorremediators agents, at phytoextraction level. Sprouts were developed in Oxisoil and Ultisoil, which were contaminated with Zn, Cr, and Pb in toxic levels for the environment. Afterward, the soils and plants were analyzed. As results, all the species showed hiperacumulator and phytorremediator potential at phytoextraction level for Zn, Cr and Pb. Key-words: Heavy metal, FAAS, Remediation, Oxisols, Spodosols, Phytoextraction. Sumário 1 INTRODUÇÃO 23 2 OBJETIVOS 27 2.1 Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.2 Especı́ficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 29 3.1 Metais pesados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.1.1 Efeitos tóxicos dos metais pesados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 3.2 Contaminação do solo por metais pesados . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 3.3 Técnicas de remediação do solo contaminado por metais pesados . . . . . . 41 8 3.4 Fitorremediação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 3.4.1 Estratégias de Fitorremediação de metais pesados . . . . . . . . . . 45 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados . . . . . . . . . 50 3.5.1 Fitoextração utilizando hiperacumuladoras . . . . . . . . . . . . . . 61 3.5.2 Aplicabilidade da técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 3.5.3 Vantagens e desvantagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 4 MATERIAL E MÉTODOS 76 4.1 Escolha das plantas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 4.2 Identificação botânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 4.3 Escolha do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 4.4 Coleta e preparação das mudas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 4.5 Preparação dos contaminantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 4.6 Análise do Solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 4.6.1 Preparação da amostra de solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 4.6.2 pH em Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 4.6.3 pH em CaCl2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 4.6.4 Determinação de Ca, Mg e Al . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 4.6.5 Al Trocável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 4.6.6 Determinação de P, K, Na e Micronutrientes . . . . . . . . . . . . . 89 4.6.7 K trocável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 4.6.8 Na trocável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 4.6.9 Micronutrientes (Zn, Cu, Fe e Mn) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 4.6.10 Acidez Potencial (H + + Al3+ ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 4.6.11 Matéria Orgânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 4.6.12 Nitrato e Amônia (NO3− e NH4+ ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 4.6.13 Análise de metais pesados Zn, Cr e Pb . . . . . . . . . . . . . . . . 93 4.7 Análise do tecido vegetal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 4.7.1 Análise de Nitrogênio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 4.8 Análise de metais pesados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 4.9 Teste de Tukey . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 95 5.1 Propriedades Fı́sicas e Quı́micas dos solos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 5.2 Concentração de Cr, Pb e Zn nos solos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 5.3 Concentração de Cr, Pb e Zn nas plantas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 5.4 Panicum maximum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 5.5 Nephrolepis biserrata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 5.6 Commelineae erecta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 5.7 Monotagma laxum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 5.8 Borreia capitata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 5.9 Cyperus surinamensis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 5.10 Avaliação dos efeitos dos tratamentos na absorção de Cr e Pb pelas espécies136 6 CONCLUSÃO 142 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 146 8 GLOSSÁRIO 159 A 165 Lista de Figuras 3.1 Representação esquemática dos problemas ambientais causados pelo Cr. FONTE: SHANKER et al. (2005) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 3.2 Exemplos de complexos orgânometálicos (FONTE: MARTIN-NETO et al., 1991) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 3.3 Mecanismo segundo estratégias de fitorremediação de solos contaminados com metais pesados (KUMAR et al., 1995; POLLARD et al., 2000) . . . . 46 3.4 Processos envolvidos na fitoextração (SALT et al., 1995; SCHNOOR et al., 1995) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 3.5 Os elementos entram em contato com a raiz por interceptação radicular (1), fluxo de massa (2) e difusão (3)(CHRISPEELS et al. 1999) . . . . . . 51 3.6 Corte longitudinal da raiz (MALAVOLTA et al., 1997) . . . . . . . . . . . 53 13 3.7 A contaminação e alteração do ciclo de vida das plantas por metais pesados e por ausência de elementos essenciais. FONTE: BARCELÓ e POSCHENRIEDER, 1992. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 4.1 Margens de Igarapés da região do PIM, fragmentos de floresta: (a) primeiro ponto de coleta; (b) poluição observada no primeiro ponto de coleta; (c) segundo ponto de coleta e (d) poluição observada no segundo ponto de coleta. 79 4.2 Commelina erecta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 4.3 Monotagma laxum. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 4.4 Borreia capitata. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 4.5 Panicum maximum. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 4.6 Cyperus surinamensis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 4.7 Nephrolepis biserrata. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 4.8 Disposição das mudas no experimento (Contaminantes: A = Zn, B = Cr, C = Pb, AB = Zn - Cr, AC = Zn - Pb, BC = Cr - Pb, ABC = Zn - Cr - Pb 84 4.9 Fluxograma das combinações binárias e terciárias entre os metais pesados Zn (1000 mg Kg −1 ), Cr (50 mg Kg −1) e Pb (50 mg Kg −1 ). . . . . . . . . . 86 5.1 Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Panicum maximum cultivada no Latossolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 5.2 Distribuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Panicum maximum cultivada no Podzólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 5.3 Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Nephrolepis boserrata cultivada no Latossolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 5.4 Distribuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Nephrolepis biserrata cultivada no Podzólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 5.5 Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Commelina erecta cultivada no Latossolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 5.6 Distrivbuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Commelina erecta cultivada no Podzólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 5.7 Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Monotagma laxum cultivada no Latossolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 5.8 Distribuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Monatagma laxym cultivada no Podzólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 5.9 Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Borreia capitata cultivada no Latossolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 5.10 Distribuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Borreia capitata cultivada no Podzólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 5.11 Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Cyperus surinamensis cultivada no Latossolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 5.12 Distribuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Cyperus surinamensis cultivada no Podzólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 5.13 Quantidade Total de Pb absorvido por todas as partes das plantas estudadas, cultivadas no Latossolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 5.14 Quantidade Total de Cr absorvido por todas as partes das plantas estudadas, cultivadas no Podzólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139 Lista de Tabelas 3.1 Concentrações de metais pesados (mg kg −1) em solos e plantas . . . . . . . 30 3.2 Principais fontes e impactos de alguns metais pesados . . . . . . . . . . . . 36 3.3 Principais efeitos de metais pesados em plantas . . . . . . . . . . . . . . . 37 3.4 Fitotoxicidade para metais, o valor entre parenteses representa a concentracao toxica para plantas ( mg Kg −1 de folha seca) . . . . . . . . . . . . . 38 3.5 Concentrações máximas permitidas no solo em diversos paı́ses para alguns contaminantes Kgha−1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 3.6 Principais metais em função da acidez do solo, em condições oxidantes 3.7 Comparação entre as concentrações (mg Kg −1 ) em raı́zes de ervilhas . . 40 . . . 55 3.8 Famı́lia / espécies fitorremediadoras de metais pesados . . . . . . . . . . . 59 17 3.9 Espécies hiperacumuladoras. As concentrações são para valores médios (mgKg −1 de matéria seca); os valores nos parênteses são equivalentes para plantas não-hiperacumuladoras; biomassa é ton/ha/ano. . . . . . . . . . . 60 3.10 Fitorremediação de metais. Valores em mg Kg −1 . . . . . . . . . . . . . . . 65 3.11 Exemplos de localidades Americanas e Européias com projetos no campo da fitorremediação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 3.12 Aplicações e demonstraçõe da fitorremediação em campo . . . . . . . . . . 67 3.13 Custo estimado do uso de altas tecnologias para remediação . . . . . . . . 68 3.14 Projeção de custos para cinco anos para remediação de áreas contaminadas apenas com metais tóxicos, com mistura de metais tóxicos e compostos orgânicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 3.15 Fatores limitantes do sucesso e da aplicabilidade da fitorremediação . . . . 70 3.16 Estimativa do mercado em fitorremediação em 1999 no U.S. . . . . . . . . 70 4.1 Concentração de metais em plantas coletadas nas margens de igarapés do PIM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 5.1 Caracterização fı́sica e quı́mica dos solos antes do cultivo . . . . . . . . . . 96 5.2 Concentrações de Cr, Pb e Zn (mg kg−1 ) presente nas amostras de solo utilizados no experimento. Valores obtidos dentro da instalação do experimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 5.3 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Panicum maximum no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 5.4 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Panicum maximum no Podzólico (P) obtidas pelo teste de Tukey 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 5.5 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Nephrolepis biserrata no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 5.6 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Nephrolepis biserrata no Podzólico (P) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . 111 5.7 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Commelineae erecta no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 5.8 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Commelineae erecta no Podzólico(P) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 5.9 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Monotagma laxum no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 5.10 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Monotagma laxum no Podzólico (P) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 5.11 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Borreia capitata no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 5.12 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Borreia capitata no Podzólico (P) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 5.13 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (R) em Cyperus surinamensis no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . 131 5.14 Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (R) em Cyperus surinamensis no Podzólico (P) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). . . . . . . . . . . . . . . . . 134 A.1 Caracterização fı́sica e quı́mica dos solos antes do cultivo. . . . . . . . . . . 167 21 Lista de Siglas A Am B BC C CCS CE CS CSM C.T.C. F FAAS INPA IUPAC L LNP LNS M ML M.O. NB ND P pH PIM Pi PM - Alta Amostra Baixa Borreia capitata Caule Concentração crı́tica no solo Commelina erecta Cyperus surinamensis Concentração em solos metalı́feros Capacidade de Troca de Cátions Folha Espectrometria de Absorção Atômica com Chama Instituto Nacional de pesquisas da Amazônia International Union of Pure and Applied Chemistry Latossolo Limite normal em planta Limite normal no solo Média Monotagma laxum Matéria Orgânica Nephrolepis biserrata Não detectado Podzólico Potencial hidrogeniônico Polo Industrial de Manaus Fósforo mineral Panicum maximum Porg R SB S TFSA USEPA - Fósforo orgânico Raiz Soma de bases Solo Terra fina seca ao ar United States Enviromental Protection Agency Capı́tulo 1 INTRODUÇÃO Os estudos relativos a metais pesados no ambiente revelam que estes elementos possuem concentrações elevadas principalmente em áreas próximas a complexos industriais e urbanos, bem como em locais que se praticam agricultura altamente tecnificada (ALLOWAY, 1995). Nos solos, o aumento anormal dos nı́veis desses metais é resultante de diversos fatores, como a deposição atmosférica, aplicação de fertilizantes, corretivos e agrotóxicos (NÚÑEZ et al., 1999), água de irrigação (RAMALHO et al., 1999), resı́duos orgânicos (MAZUR, 1997; OLIVEIRA, 1998), substâncias inorgânicas geradas em indústrias (AMARAL SOBRINHO et al., 1999), entre outros. A principal via de entrada de poluentes ambientais na cadeia alimentar é a absorção de metais solúveis do solo pelas plantas (ALVA et al., 1990). É fundamental afirmar que o dano ambiental causado por metais pesados depende de sua forma quı́mica, condições de pH, matéria orgânica (M.O.), C.T.C. e tipo de solo. A literatura mostra que esses 24 elementos podem estar ligados às cargas superficiais do solo ligados à compostos orgânicos (ácidos húmicos e fúlvicos) ou mesmo migrar para camadas mais profundas e cargas superficiais nas águas subterrâneas. Além disso, algumas vezes esses metais mudam os seus estados de oxidação por processos abióticos, ou mesmo são absorvidos por plantas ou microrganismos do solo (MATTIGOD et al., 1981; RACKER, 1990; HARDAWAY e YALKOWSKY, 1991; USEPA, 1993). Infelizmente, como conseqüência do desenvolvimento tecnológico e do crescimento demográfico mundial, nas últimas décadas, intensificaram-se as atividades industriais e agrı́colas, assim como o extrativismo mineral e a urbanização, os quais causaram consideráveis aumento dos nı́veis de contaminantes no mundo. Grandes extensões de áreas contaminadas por agentes diversos, tais como: vários sais, elementos metálicos, compostos orgânicos, organometálicos e elementos radioativos, que freqüêntemente ocorrem em faixas de concentraçôes que apresentam perigo ambiental, com impactos na vegetação, nos organismos do solo e nas águas superficiais e subterrâneas (ACCIOLY E SIQUEIRA, 2000). Além dos impactos no funcionamento e na biodiversidade do ecossistema, a contaminação do solo é uma séria ameaça à saúde pública, necessitando de ações remediadoras. Estudos sobre a contaminação de solos e seus mecanismos são cada vez mais explorados devido à necessidade de segurança a longo prazo exigida para sistemas de contenção de resı́duos. A remediação de áreas contaminadas, além do efeito visual e protetor, é geralmente uma exigência legal e um compromisso social que precisam ser executados, criando uma grande demanda tecnológica (CUNNINGHAM et al., 1996). 25 A revegetação apresenta vantagens, dadas a sua natureza permanente, aos baixos custos de manutenção, proteção do solo contra a erosão eólica e hı́drica, melhoria da estruturação do solo e aumento da fertilidade, permintindo sucessão biológica na área. Está aliada a capacidade de movimentação dos metais pesados no solo, e permite o desenvolvimento de tecnologias capazes de promover a imobilização destes elementos no ambiente. Assim, uma estratégia importante para a remediação de solos contaminados é a utilização de plantas. Sob diferentes condições ambientais, várias espécies de vegetais têm demonstrado boa capacidade de aumentar a biodegradação de contaminantes orgânicos (por exemplo, componentes do petróleo), e imobilizar os metais pesados, por exemplo, Cr, Pb, Ni (PIERZYNSKI et al., 1994; SPARKS, 1995). Dentre as inúmeras tecnologias para a remediação de solos contaminados, destacamse a biorremediação e a fitorremediação, que são opções de promover a destoxificação do local ou de remover elementos contaminantes do solo. As plantas adquirem tolerância a contaminantes quando expostas a estes por um longo perı́odo de tempo e desenvolvem estratégias diversas, como a biodegradação de compostos orgânicos e acúmulo de metais pesados em seus tecidos (CUNNINGHAM et al., 1996). A fitorremediação, ou o uso de plantas para o tratamento in situ de solos contaminados tem se apresentado como uma tecnologia emergente com alto potencial de remediação e de baixo custo (ARAÚJO et al., 1999). Esta técnica pode ser dividida nas seguintes estratégias: fitotransformação, fitoestimulação, rizofiltração e fitoextração. Esse tema encontra-se bastante avançado e já em exploração nos paı́ses mais desenvolvidos e com polı́ticas ambientais sérias, porém ainda pouco explorado no Brasil, onde 26 se verifica a extensão da degradação ambiental e poluição quı́mica do ar, solo e água. A riqueza vegetal da Amazônia, onde se pode encontrar milhares de espécies de plantas, muitas das quais ainda não classificadas ou conhecidas, detentoras de princı́pios ativos para o desenvolvimento de novos medicamentos, pode ainda conter espécies com potencial fitorremediador. Espécies como Commelina erecta (Commelinaneae); Monotagma laxum (Marantaceae), Borreia capitata (Rubiaceae), Panicum maximum (Poaceae), Cyperus surinamensis (Cyperaceae) e Nephrolepis biserrata (Pytheridofitae) até a presente data, ainda não tinham sido avaliadas como agentes fitorremediadores. Então, com base nestes dados e em pesquisas realizadas anteriormente (CASTRO, 2000), estas espécies foram estudas nesta Tese utilizando o Latossolo e o Podzólico para as mudas , os quais foram contaminados com Zn, Cr e Pb em nı́veis tóxicos ao ambiente. Posteriormente, foram analizados solos e plantas e testados seu potencial hiperacumulador e fitorremediador. Capı́tulo 2 OBJETIVOS 2.1 Geral Avaliar o potencial das espécies Commelina erecta, Monotagma laxum, Borreia ca- pitata, Panicum maximum, Cyperus surinamensis, Nephrolepis biserrata na absorção de Zn, Cr e Pb, para a fitorremediação em Latossolos e Podzólicos. 2.2 Especı́ficos 2.2 28 Especı́ficos Avaliar se as espécies de plantas estudadas podem ser utilizadas como fitorre- mediadoras de solos contaminados; Verificar a distribuição dos metais pesados Zn, Cr e Pb nas diferentes partes das plantas; Diferenciar a capacidade de absorção dos metais pesados Zn, Cr e Pb pelas espécies Commelina erecta, Monotagma laxum, Borreia capitata, Panicum maximum, Cyperus surinamensis, Nephrolepis biserrata, em Latossolos e Podzólicos; Classificar as espécies de acordo com as várias estratégias de fitorremediação. Capı́tulo 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Metais pesados De uma forma geral, os metais pesados são definidos como elementos metálicos que apresentam, geralmente, densidade atômica superior a 5 g cm−3 (ALLOWAY, 1990). Existem ainda, aqueles que estão associados à toxidez e poluição, como: Cd, Co, Cr, Cu, Pb, Hg, Mo, Ni e Zn, além do As, que é não metal, e Se, que apesar de não ser metal e ter densidade inferior a 5 g cm−3 , tem sido considerado e referido como metal pesado. Esses metais são componentes naturais dos solos e de rochas, ocorrendo em baixas concentrações, não representando risco de contaminação para plantas, animais, homem, enfim ao ambiente. Porém, segundo Nellsen e Fletcher (1993), em alguns solos é possı́vel encontrar altas concentrações de certos metais (Tabela 3.1). 3.1 Metais pesados 30 Tabela 3.1: Concentrações de metais pesados (mg kg −1 ) em solos e plantas Elemento Cd Total Cr Cu Hg Ni Pb Zn LNS 0,01 – 2,0 5 – 1500 2 – 250 0,01 – 0,5 2 – 750 2 – 300 1 – 900 CCS 3–8 75 – 100 60 – 125 0,3 – 5 100 100 – 400 70 – 400 LNP 0,1 – 3 0,2 – 5 5 – 25 0,1 – 9,5 1 – 10 0,1 – 5 2 – 400 CSM 11 – 317 47 – 8,45 52 – 50,90 100 – 40 19 – 11,26 3,870 – 49,91 109 – 70,48 FONTE: GARDEA et al., 2005. LNS: Limite normal no solo CCS: Concentração crı́tica no solo LNP: Limite normal em planta CSM: Concentração em solos metalı́feros O termo metal pesado, apesar de não ser reconhecido pela IUPAC, tem sido usado em várias publicações e na legislação de vários paı́ses sempre relacionado às substâncias quı́micas tóxicas. Geralmente, é empregado como um grupo de metais e semimetais associados à contaminação e toxidade potencial ou ecotoxidade. A literatura registra outros termos para classificar os metais pesados (DUFFUS, 2002), como: (1) Metal : Podem ser definidos por suas propriedades fı́sicas, por exemplo, elementos com brilho metálico, com capacidade para formar ı́ons positivos e habilidade para conduzir calor e eletricidade, embora sejam melhor identificados pelas suas propriedades quı́micas. Este termo é indiscriminadamente referido por não-quı́micos como elemento ou composto; (2) Metal tóxico: Um termo impreciso. Uma regra fundamental para a toxicologia é que toda substância, incluindo o C e todos os outros elementos e seus derivados, são tóxicos em elevadas concentrações. O grau de toxicidade dos metais varia de metal para metal e de organismo para organismo. Entretanto, a toxicidade, deveria ser definida pela 3.1 Metais pesados 31 referência a uma curva dose versus resposta para as espécies quı́micas consideradas; (3) Metal traço: Um metal encontrado em baixa concentração, em frações de mg kg −1 ou menor, em algumas fontes especificadas, por exemplo, solo, planta, tecido, água, etc. Outro aspecto a ser considerado é que muitos dos metais didos pesados, como Fe, Cu, Zn e Mn, são essenciais para várias funções fisiológicas nos seres vivos. Entretanto, quando estão em excesso, por exemplo, no solo, podem inibir o crescimento das plantas, causar alterações nas diversas comunidades vegetais (BAKER et al., 1991) e exercer efeitos adversos sobre os microrganismos, interferindo nas funções do ecossistema (VALSECCHI et al., 1995). 3.1.1 Efeitos tóxicos dos metais pesados A existência de altas concentrações de metais pesados no solo ao longo do tempo pode causar doenças crônicas no homem. O caso mais famoso de intoxicação por metais pesados é o do Hg, ocorrido em Minamata (Japão), onde centenas de pessoas morreram (BAIRD, 2002). O Hg vinha sendo despejado sem nenhum critério nos anos 50. Os primeiros sinais da doença de Minamata foram observados em gatos que tinham comido peixes descartados de restaurantes. No estado agudo da contaminação, eles começavam a pular e a se contorcer, corriam em cı́rculos e, finalmente, lançavam-se na água e afogavam-se. No dia 21 de abril de 1956, uma criança apresentando um quadro de disfunções do sistema ner- 3.1 Metais pesados 32 voso, foi internada no Hospital Shin Nihon Chisso. Logo em seguida, no dia 1o de maio, quatro outros pacientes com sintomas similares aparecem no Centro de Saúde Pública de Kumamoto. Esta última acabou sendo a data oficial da descoberta do Mal de Minamata, doença cerebral causada pela ingestão de mercúrio (MANAHAN, 1999; BAIRD, 2002). Naquele ano, um comitê especialmente designado para investigar a doença (de causas até então desconhecidas) reconheceu o mal em 56 pessoas. A investigação apontou pacientes das vizinhanças da Baı́a de Minamata, cujas dietas eram baseadas no consumo de frutos do mar. A fonte da contaminação foi determinada após a comparação da estrutura quı́mica de cristais de Hg orgânico, encontrados na bacia com dejetos da indústria quı́mica Chisso. O Hg era despejado em um rio que desaguava no mar, o principal fornecedor de alimentos às comunidades da região. A fauna marinha foi intoxicada e, pela ingestão da comida, o metal altamente tóxico chegou aos organismos humanos (POEY e PHILIBERT, 2002). Nos inı́cio dos anos 70 detectou-se, em pacientes submetidos à diálise, uma sı́ndrome chamada de demência da diálise, caracterizada por insanidade, alteração comportamental, distúrbio na fala, contração muscular e convulsões. Em todos verificou-se elevada concentração de alumı́nio nos tecidos, especialmente no córtex cerebral. Pesquisas associaram estes distúrbios à concentração de Al na água usada para preparar o fluido da diálise, embora não tenha sido descartada a possibilidade de o Al ter vindo de outras fontes (FLATEN, 1990; MICHEL, 1991). Esse e outros estudos sugerem uma influência do Al em doenças neurodegenerativas, como Mal de Parkinson e Mal de Alzheimer (NERI e HEWITT, 1991). Deficiências 3.1 Metais pesados 33 nutricionais crônicas de Ca e Mg possivelmente aumentam a absorção do Al, resultando em sua deposição nos neurônios, o que interfere na estrutura dessas células e nas funções cerebrais. Tais estudos levaram a Organização Mundial de Saúde (OMS) a afirmar, em caráter não-conclusivo, que lesões cerebrais caracterı́sticas do Mal de Alzheimer estão associadas a concentrações de Al acima de 0,01 mg L−1 na água consumida (POEY e PHILIBERT, 2002). Segudo Manahan (1999), o envenenamento por Pb, por sua vez, afeta fetos e crianças menores de sete anos; estes grupos são mais sensı́veis, devido, em parte, de absorverem um maior percentual deste elemento na dieta e ao desenvolvimento rápido de seus cérebros. Na gravidez, o metal atravessa facilmente a placenta e passa da mãe para a criança em formação; devido à imaturidade da barreira sangue-cérebro do feto, pouco pode ser feito para impedir a entrada do Pb em seu cérebro. A deposição, a retenção e a absorção de Pb no trato respiratório estão relacionados a diversos fatores como: tamanho da partı́cula, solubilidade, concentração, ritmo respiratório e a duração da exposição. A absorção gastrointestinal é estimada em 10% e está ligada à quantidade de Ca, Fe, gorduras, e proteinas da dieta, cuja absorção é maior em crianças. A maior caracterı́stica de intoxicação pelo Pb é sua rápida transferência para os ossos. No sangue, o Pb liga-se aos eritrócitos em maior proporção do que se liga ao plasma e à albumina (MANAHAN, 1999). Alguns compostos de Pb podem ser absorvidos pela pele intacta, por serem lipossolúveis, como, por exemplo, sais de Pb de ácidos orgânicos (naftaleno de Pb), Pb finamente dividido e solução de P bNO3 (BAIRD, 2002). 3.1 Metais pesados 34 Além do Pb, o Zn e Cr, objetos de estudos desta tese, causam efeitos adversos à saúde. Tomando o Zn como exemplo observa-se que ele desempenha um papel vital no desenvolvimento e na manutenção do sistema imune, tais como resposta de lifócitos a mitógenos e uma dieta rica em Zn diminui o risco de hemorragias e melhora a cicatrização das feridas. Na agricultura, o Zn é usado como suplemento nutritivo para promover o crescimento das plantas. Embora, o elemento não seja considerado tóxico, existem certos sais de Zn cuja ingestão provoca náuseas e diarreia. A inalação de ZnO pode provocar lesões nos pulmões e, de um modo geral, em todo o sistema respiratório (MANAHAN, 1999). Já o Cr metálico puro, a cromite e os compostos de crómio trivalentes não são tóxicos para os tecidos humanos. A toxicidade do Cr está limitada aos compostos hexavalentes, que têm uma ação irritante e corrosiva no corpo humano. Em certas condições estes compostos hexavalentes podem causar a precipitação de proteı́nas. Num ambiente industrial, podem afetar a pele e as via respiratórias, provocando dermatites e ulcerações. A exposição prolongada a poeiras ricas dos compostos de Cr, pode ter um efeito cancerı́geno. No ambiente é possı́vel observar que existe uma relação muito próxima entre o Cr 3+ e Cr 6+ , independente da fonte de deposição. A Figura 3.1 apresenta algumas destas relações segundo Shanker et al. (2005), bem como a movimentação do Cr a partir da fonte poluidora até o homem. A Tabela 3.2 mostra as principais fontes e impactos ambientais causados pelos metais pesados estudados nesta tese e sugeridas por YONG et al., (1992). Altas concentrações de metais podem afetar o crescimeto das plantas. A Tabela 3.3 3.1 Metais pesados 35 Figura 3.1: Representação esquemática dos problemas ambientais causados pelo Cr. FONTE: SHANKER et al. (2005) 3.2 Contaminação do solo por metais pesados 36 Tabela 3.2: Principais fontes e impactos de alguns metais pesados Metal Fontes principais Impactos na saúde e no meio ambiente Pb Indústria de baterias automotivas, Chapas de metal semi-acabado, canos de metal, aditivos em gasolina, munição. Indústria de reciclagem de sucata de baterias automotivas para reutilização de chumbo Curtição de couros, galvanoplastias Prejudicial ao cérebro e ao sistema nervoso em geral. Afeta o sangue, rins, sistema digestivo e reprodutor. Eleva a pressão arterial. Agente teratogênico (que acarreta mutação genética). Dermatites, úlceras cutâneas, inflamação nasal, câncer de pulmão e perfuração do septo nasal. Sensações como paladar adocicado e secura na garganta, tosse, fraqueza, dor generalizada, arrepios, febre, náusea, vômito. Cr Zn Metalurgia (fundição e refinação), indústrias recicladoras de chumbo FONTE: YONG et al. (1992). mostra alguns efeitos causados por Cd, Cr, Cu, Hg, Ni, Pb e Zn nas plantas, independente da espécie. A fitotoxicidade para alguns elementos presentes em excesso no solo pode ser observada na Tabela 3.4 3.2 Contaminação do solo por metais pesados A poluição do solo por metais pesados está ligada a processos de acúmulo e trans- porte desses elementos que depende, em grande parte, de suas interações com a fase sólida 3.2 Contaminação do solo por metais pesados 37 Tabela 3.3: Principais efeitos de metais pesados em plantas Metal Cd Cr Cu Hg Ni Pb Zn Efeitos Diminuição da germinação de sementes, conteúdo de lipı́dios, e crescimento da planta; induz a produção de fitoquelatinas Diminuição da atividade enzimática e crescimento da planta; produz dano na membrana, clorose e dano na raiz Inibe a fotossı́ntese, crescimento da planta e processo reprodutivo; diminui a área da superfı́cie do tilacóide Diminuição da atividade fotossintética, absorção de água e enzimas antioxidantes; acumula fenol e prolina Redução da germinação de sementes, acumulação de massa seca, produção de proteı́nas, clorofilas e enzimas; aumento de aminoácidos livres Redução da produção de clorofila e crescimento da planta; aumento da súperoxido redutase Redução de Ni tóxico e germinação de sementes; aumento do crescimento da planta e a razão ATP/clorofila FONTE: GARDEA et al. (2005). do sistema (AMARAL SOBRINHO, 1999). Assim, uma vez no solo, os metais são disponibilizados e podem ser lixiviados para o subsolo, podendo ser tóxicos às plantas e aos organismos do solo, ou ser adsorvidos em argilas e, ou, complexados pela matéria orgânica (MATTIGOD et al., 1981). Em excesso, geram contaminação, podendo ser localizada ou se espalhar com rapidez pelo carreamento e ação erosiva da chuva, movimentação de terra, vento e, até mesmo, através da cadeia trópica. Desta forma, a poluição pode se estender por vários quilômetros da fonte, contaminando extensas áreas de solo. Como principal caracterı́stica, freqüentemente, os metais se acumulam nas camadas superiores do solo, tornando-se disponı́veis para as raı́zes das plantas (VANGRONSVELD e CUNNINGHAM, 1998). A presença de metais pesados em altas concentrações no solo não significa que os mesmos estejam numa forma quı́mica que seja assimilável pelas plantas em muitos casos, 3.2 Contaminação do solo por metais pesados 38 Tabela 3.4: Fitotoxicidade para metais, o valor entre parenteses representa a concentracao toxica para plantas ( mg Kg −1 de folha seca) Contaminante Cd Hg Mn Ni Pb Zn Fitotoxicidade M A (5-30) A (1-3) M B (300-500) M A (10-100) M (30-300) M B (100-400) Nı́vel de Toxicidade em mamı́feros A (cumulativo) A (cumulativo) M M A (cumulativo) MB A (alta), M (media), B (baixa). FONTE:AGOURAKIS et al. (2006). podendo permanecer por longos perı́odos sem ser absorvido em quantidades tóxicas. A literatura têm demonstrado não haver correlação entre o teor total desses elementos no solo e sua fitotoxicidade (EGREJA FILHO, 1993). Portanto, para se conhecer a contaminação, em termos dos efeitos sobre as plantas e a cadeia alimentar, é necessário determinar as suas concentrações fitodisponı́veis (LESCHBER et al., 1985). Existe uma grande dificuldade para se estabelecer quais nı́veis de metais pesados são considerados tóxicos. Vários paı́ses usam critérios diferenciados para estabelecer nı́veis de metais pesados no solo, sendo o grau de fitotoxidez ou uso do solo os mais empregados (Tabela 3.5). A agência de Proteção Ambiental dos EUA (United States Enviromental Protection Agency - USEPA, 2000) considera como tóxico o nı́vel de metal que causa redução de 50% no crescimento de plantas, enquanto na Suı́ça considera a queda de apenas 25% no crescimento (KING, 1996; SAEFL, 1998). Entre as caracterı́sticas fı́sicas e quı́micas do solo, o pH desempenha papel fundamen- 3.2 Contaminação do solo por metais pesados 39 Tabela 3.5: Concentrações máximas permitidas no solo em diversos paı́ses para alguns contaminantes Kgha−1 Metal Cr Pb Zn Cd Cu Hg Ni Se USEPA 3.000 300 2.800 39 1.500 17 420 100 Holanda Suı́ça 500 300 500 1.000 1.000 10 15 200 500 4 200 - FONTE: KING, (1996); CUNNIGHAM et al. (1996). tal na solubilidade e na disponibilidade de metais pesados. De maneira geral, o aumento do valor de pH do solo diminui a disponibilidade dos metais por meio de reações de precipitação e pelo aumento da adsorção por colóides de carga variável (SHUMAN, 1998). A Tabela 3.6 mostra a concentração dos principais metais pesados encontradas normalmente na solução do solo, cujas solubilidades dependem basicamente do pH (MALAVOLTA et al., 1997). Segundo Kabata-Tendias e Pendias (1985), mais de 50 % do total dos metais pesados está associado à matéria orgânica do solo. O alto conteúdo dessas substâncias nos solos gera uma mudança na mobilidade dos metais, podendo fixá-los ou mesmo biodisponibilizá-los (POHLMAN e McCOLL, 1988). Uma das propriedades importantes da matéria orgânica presente no solo é a capacidade destas substâncias em formar complexos e quelatos com ı́ons metálicos, tanto nutrientes quanto tóxicos, podendo até mesmo controlar sua disponibilidade para as plantas (MATZNER, 1992; DOBROVOL’SKII, 1997). 3.2 Contaminação do solo por metais pesados 40 Tabela 3.6: Principais metais em função da acidez do solo, em condições oxidantes Metal Cd Cr Cu Fe Mn Mo Ni Pb Zn Solo ácido Cd2+ , CdSO4, CdCl+ CrOH 2+ , CrO42+ Cu2+ Solo alcalino Cd2+ , CdSO4, CdCl+ , CdHCO + Cr(OH)4− , CrO42− CuCO3 , CuB(OH)4+ , Cu(B(OH)4)2 2+ 4+ F e , F eSO4 , F eH2 P O , F e2+ , F eSO4 , F eHCO3 , F eCO3 , F eOH 2+ , F e(OH)2 F e(OH)3 2+ Mn , MnSO4 Mn2+ , MnSO4 , MnCO3 , MnHCO33+ , MnB(OH)4+ H2 MoO4 , HMoO 4− HMoO 4− , MoO42− 2+ 3+ Ni , NiSO4 , NiHCO NiCO3 , Ni2+ , NiB(OH)4+ , NiHCO 3+ 3+ + P b2+ , P bSO4 , P bHCO 3+ P bCO3 , P b(CO3 )2− 2 , P bHCO , P bOH Zn2+ , ZnSO4 ZnHCO 3+ , Zn2+ , ZnCO3 , ZnB(OH)4− FONTE: MALAVOLTA et al. (1997). Praticamente, todos os aspectos da quı́mica e da reatividade de metais no solo estão relacionados à formação de complexos estáveis com as substâncias orgânicas. Enquanto cátions monovalentes (Na+ , K + , etc.) são mantidos principalmente pela simples formação de sais por reações de troca de cátions envolvendo grupos tais como carboxı́licos e fenólicos, cátions polivalentes (Cu2+ , F e3+ e outros) podem formar ligações coordenadas com moléculas orgânicas. Na Figura 3.2 são mostradas duas propostas de ligação com o Cu2+ ; a primeira, com ligantes nitrogenados, mais estável e, portanto, menos disponı́vel para as plantas e a segunda, com ligantes oxigenados, menos estável (MARTIN-NETO et al., 1991). A estabilidade dessas ligações é predominante em relação à disponibilidade dos ı́ons metálicos adsorvidos pela matéria orgânica. Sendo que, a planta é capaz de absorver complexos orgânometálicos de pequena massa molar, inclusive, este é o mecanismo utilizado 3.3 Técnicas de remediação do solo contaminado por metais pesados 41 Figura 3.2: Exemplos de complexos orgânometálicos (FONTE: MARTIN-NETO et al., 1991) por certas plantas, por exemplo o milho, para absorver nutrientes que, normalmente, não estariam disponı́veis pela sua baixa solubilidade, como é o caso do F e3+ (MARSCHNER et al., 1986). Por outro lado, se o ı́on é fortemente adsorvido pela matéria orgânica de elevada massa molar e insolúvel ele torna-se indisponı́vel para as plantas. 3.3 Técnicas de remediação do solo contaminado por metais pesados O tratamento dado às questões ambientais nas últimas décadas vem evoluindo de forma bem coerente a partir da percepção de que o aumento do número de indústrias e a conseqüente carga poluidora gerada levou à saturação dos meios receptores. A busca e desenvolvimento de soluções tecnológicas que atendam à legislação ambiental vigente e que, ao mesmo tempo, sejam compatı́veis com seu porte, localização, condições econômicas, operacionais, etc., se faz primordial. Logo, é importante que seja salientada a importância 3.3 Técnicas de remediação do solo contaminado por metais pesados 42 de técnicas de remediação de solos contaminadas (MESQUITA et al., 2006). Portanto, é considerável o interesse no desenvolvimento de estratégias de remediação in situ de solos contaminados com metais pesados, e que estas sejam eficientes (MESQUITA, 2002; PINHEIRO, 2003). Dentre as técnicas de remediação in situ está a estratégia de imobilização quı́mica, também denominada Contenção do Contaminante, que consiste em minimizar a migração de metais pesados para a subsuperfı́cie do solo como, também, reduzir sua biodisponibilidade. As técnicas são baseadas na incorporação de agentes com potencial para complexação e/ou precipitação, causando a imobilização quı́mica. Ao serem aplicados aos solos, esses produtos reduzirão a disponibilidade e mobilidade desses elementos, por causa do aumento da adsorção especı́fica na superfı́cie das partı́culas do solo e da precipitação quı́mica a partir da solução do solo (ARAÚJO et al., 2002). Torna-se necessário encontrar processos de remediação mais eficazes e de menor custo, ou melhorar os métodos atuais. A caracterı́stica perigosa dos resı́duos pode ser atenuada pela aplicação de métodos convencionais de descontaminação, como é o caso da incineração e do aterramento que consiste na transferência da contaminação do seu local original. No entanto, a aplicação técnica, envolvendo a remoção e transporte das zonas contaminadas, é economicamente dispendiosa além de aumentar a exposição de trabalhadores aos contaminantes, e, nem sempre, conduz à destruição e redução da toxicidade dos compostos tóxicos (WALTER e CRAWFORD, 1997). A biorremediação, que se refere à utilização de processos biológicos conducentes à redução ou eliminação da concentração e toxicidade de poluentes quı́micos no ambiente, representa uma boa alternativa aos métodos tradicionais de descontaminação (VIDALI, 2001). 3.3 Técnicas de remediação do solo contaminado por metais pesados 43 A biorremediação é uma estratégia versátil que pode ser aplicada ex situ, o que envolve a escavação e remoção das regiões contaminadas do seu local original. A aplicação da biorremediação in situ, oferece a vantagem de não ser necessária a remoção e transporte das zonas contaminadas, além de permitir o tratamento de grandes áreas. No entanto, o tratamento in situ requer perı́odos de tempo mais longo, o que gera mais dúvidas quanto à uniformidade do tratamento devido à variabilidade do solo e é também um processo mais difı́cil de controlar e de avaliar a eficiência (WALTER e CRAWFORD, 1997). A escolha da estratégia de biorremediação mais apropriada para tratar um determinado local é determinada por vários fatores, tais como caracterı́sticas do(s) poluente(s) presente(s), composição em termos de nutrientes e população microbiana presente no local (DUA et al., 2002). A solução mais eficaz poderá passar por uma combinação de diferentes técnicas de biorremediação (KUIPER et al., 2004 ; SILVA et al., 2004), tais como: (1) A bioestimulação e bioadição que utilizam microrganismos e cuja aplicação isolada ou combinada poderá conduzir a uma rápida e completa degradação de poluentes; (2) A bioestimulação tem por objectivo aumentar o número ou estimular a atividade dos microrganismos degradadores da comunidade indı́gena de uma determinada região contaminada através da adição de receptores de elétrons, nutrientes ou doadores de elétrons; (3) A bioadição consiste na adição de microorganismos, pertencentes ou não à comunidade microbiana local, crescidos em laboratório e com capacidade para degradar o contaminante a remover (WIDADA et al., 2002). 3.4 Fitorremediação 3.4 44 Fitorremediação A fitorremediação é uma estratégia emergente de biorremediação que utiliza vários tipos de plantas para remover, transferir, estabilizar ou destruir contaminantes em ambientes poluı́dos (VIDALI, 2001). O uso de plantas para biorremediar contaminantes do meio ambiente não é uma idéia nova. Há mais de três séculos atrás, plantas foram usadas no tratamento de águas poluı́das (HARTMAN, 1975). No fim do século XIX, Thlaspi caerulescens e Viola calaminaria foram as primeiras espécies de plantas documentadas como acumuladoras de altos nı́veis de metais nas folhas (BAUMANN, 1885). Em 1935, Byers relatou que plantas do gênero Astragalus foram capazes de acumular cerca de 0,6 % de Se em seu peso seco. Uma década mais tarde, Minguzzi e Vergnano (1948) identificaram plantas capazes de acumular acima de 1% de Ni nas raı́zes. Rascio (1977) relatou a tolerância e acumulação alta de Zn nas raı́zes de Thlaspi caerulescens. Idéia do uso de plantas para extrair metais de solo contaminado foi reintroduzida e desenvolvida por Utsunamyia (1980) e Chaney (1983) e o primeiro ensaio de campo para fitoextração de Zn e Cd foi realizado por Baker et al. (1991). Na última década, várias pesquisas foram desenvolvidas para investigar a biologia da extração de metais por plantas, cujo conhecimento do mecanismo de extração ainda não é bem deifinido. Aspectos relevantes, como o efeito de práticas agronômicas na remoção do metal pelas plantas ainda são largamente desconhecidos, o que dificulta o seu uso (LASAT, et al. 2000). Apesar disso, a fitorremediação é uma tecnologia emergente com 3.4 Fitorremediação 45 potencial para uma remediação efetiva e barata, permitindo a mineralização completa na rizosfera (CUNNINGHAM et al., 1996; ARAUJO et al., 1999). Segundo Kumar et al. (1995), as plantas podem remediar metais por meio de três mecanismos (Figura 3.3): (1) Ingestão direta dos contaminantes e acumulação no tecido da planta (fitoextração); (2) Liberação no solo de oxigênio e substâncias bioquı́micas, como enzimas que estimulam a biodegradação dos poluentes; (3) Intensificação da degradação por fungos localizados na interface raiz-solo. 3.4.1 Estratégias de Fitorremediação de metais pesados A escolha da estratégia de fitorremediação depende da natureza quı́mica e propriedades do contaminante, se o mesmo é inerte, volátil ou passı́vel de degradação na planta ou no solo, compreendendo ainda: (1) Fitoextração Envolve a absorção dos contaminantes pelas raı́zes, os quais são nelas armazenados ou transportados e acumulados nas partes aéreas. Sendo aplicada, principalmente, para metais, podendo ser usada também para outros compostos inorgânicos e compostos orgânicos (SALT et al., 1995; SCHNOOR et al., 1995). Segundo Salt et al. (1995), as 3.4 Fitorremediação 46 Figura 3.3: Mecanismo segundo estratégias de fitorremediação de solos contaminados com metais pesados (KUMAR et al., 1995; POLLARD et al., 2000) 3.4 Fitorremediação 47 plantas com elevada produtividade acumulam pequenas quantidades de metais pesados, se estes estiverem disponı́veis em concentrações moderadas. Assim como a disponibilidade dos metais pesados no solo, essas caracterı́sticas das plantas influenciam fortemente o tempo necessário para a descontaminação, o que pode comprometer a utilização desta estratégia, conforme mostrado na Figura 3.4 (KUMAR et al., 1995). (2) Rizodegradação Na rizodegradação, os microorganismos presentes na área imediatamente adjacente às raı́zes da planta (rizosfera) são utilizados na quebra ou metabolização de contaminantes orgânicos. Estes microorganismos são capazes de volatilizar metais pesados como o Se. A introdução de determinadas plantas no local contaminado, cria um ambiente favorável às populações de bactérias, fungos e algas (DE SOUZA, 2000). (3) Fitovolatilização Alguns ı́ons de elementos dos grupos 2, 5 e 6 da Tabela Periódica 1 , mais especificamente, Hg, Se e As, são absorvidos pelas raı́zes, convertidos em formas não-tóxicas e depois liberados para atmosfera. Esta técnica pode ser empregada também para compostos orgânicos (BROOKS, 1998). (4) Fitoestabilização Os contaminantes orgânicos ou inorgânicos são incorporados a lignina da parede 1 Em quı́mica denomina-se grupo ou famı́lia cada coluna vertical da tabela periódica: Grupo 2 (II A), Grupo 5 (V B) e Grupo 6 (VI B). Os grupos da tabela periódica são numerados de 1 a 18, antigamente numerados de 1 a 8, com subdivisões A e B dependendo se são elementos representativos ou de transição, respectivamente (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 3.4 Fitorremediação 48 Figura 3.4: Processos envolvidos na fitoextração (SALT et al., 1995; SCHNOOR et al., 1995) 3.4 Fitorremediação 49 vegetal ou ao húmus do solo e os metais são precipitados sob formas insolúveis, sendo posteriormente, aprisionados na matriz do solo. Tem como objetivo evitar a mobilização do contaminante e limitar sua difusão no solo ou na cobertura vegetal. Exemplos de plantas cultivadas com este fim são as espécies de Haumaniastrum, Eragrostis, Ascolepis, Gladiolus e Alyssum (CUNNINGHAM e BERTI et al., 2000). (5) Fitoestimulação As raı́zes em crescimento (extremidades e ramificações laterais) promovem a proliferação de microorganismos degradativos na rizosfera, que usam os metabólitos exudados da planta como fonte de carbono e energia. Além disso, as plantas podem secretar enzimas biodegradativas. A comunidade microbiana na rizosfera é heterogênea devido à distribuição espacial variável dos nutrientes nesta zona, porém as pseudomonas são os microorganismos predominantes associados às raı́zes (CROWLEY et al., 1997). (6) Fitodegradação Os contaminantes orgânicos são degradados ou mineralizados dentro das células vegetais por enzimas especı́ficas. Entre essas enzimas, destacam-se as nitroredutases (degradação de nitroaromáticos), desalogenases (degradação de solventes clorados e pesticidas) e lactases (degradação de anilinas). Populus sp. e Myriophyllium spicatum são exemplos de plantas que possuem tais sistemas enzimáticos (SCHNOOR et al., 1995; CUNNINGHAM et al., 1996). 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 3.5 50 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados As raı́zes das plantas, juntamente com a comunidade microbiana, oferecem uma estratégia importante para a remediação de solos contaminados. Sob diferentes condições ambientais a vegetação tem mostrado capacidade de aumentar a biodegradação em solos contaminados (POLLARD et al., 2000). Raı́zes de 80 % das espécies de plantas associam-se a fungos da ordem Glomales do Zigomicetos, formando simbioses mutualistas denominadas micorrizas arbusculares. Essas, mediante efeitos diversos nutricionais e não-nutricionais, facilitam o crescimento vegetal, exercendo papel importante na revegetação de áreas degradadas (MILLER e JASTROW, 1992), inclusive nas áreas que apresentavam excesso de metais, onde as plantas com micorrizas são menos afetadas que as sem micorrizas (LEYVAL et al., 1997; KLAUBERG-FILHO, 1999; SIQUEIRA et al, 1999). As micorrizas reduzem a absorção de metais pesados quando estes encontram-se em excesso, imobilizando-os temporariamente nas hifas, diminuindo sua translocação para a parte aérea da planta (LEYVAL et al., 1997), ou, ainda, interferindo no desbalanço nutricional causado por estes elementos, aumentando, por exemplo, a absorção de Fe (SIQUEIRA et al., 1999). Segundo Camargo e Silva (1990), uma espécie quı́mica passa da solução do solo para o citoplasma ou vacúolo celular quando entra em contato com a raiz da planta. A Figura 3.5 mostra que o processo de absorção de espécies quı́micas pela planta é dividido em três etapas: 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 51 Figura 3.5: Os elementos entram em contato com a raiz por interceptação radicular (1), fluxo de massa (2) e difusão (3)(CHRISPEELS et al. 1999) (1) Intercepção radicular : a raiz encontra o metal dissolvido na solução do solo, cujo principal requisito é estar na forma em que possa ser absorvido, visto que a maior parte deste elemento encontra-se normalmente retida superficialmente no complexo de troca (substâncias húmicas + fração argila). Segundo Marschner e Dell (1994), a rizosfera pode modificar a disponibilidade e a absorção de nutrientes e outros elementos de várias maneiras: (a) O pH da rizosfera pode diferir daquele do resto do solo em mais de 2 unidades; e em geral, isso se deve a uma excreção lı́quida de H + quando cátions são mais absorvidos que ânions. 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 52 (b) Exsudação em até 30% do C fixado na fotossı́ntese podem ser liberados na rizosfera de restos e lisados celulares, mucilagens de alto peso molecular e compostos de baixo peso molecular como açúcares, ácidos orgânicos, aminoácidos e fenóis. Os primeiros podem ter importância indireta na nutrição de plantas por servir como alimento para microrganismos ou evitando o seu efeito. Entre os ácidos orgânicos excretados está o cı́trico, que aumenta a solubilidade do P, Fe, Mn e Zn. (c) Exoenzimas como as fosfatases das raı́zes, de fungos ou bactérias da rizosfera podem hidrolisar fósforo orgânico(Porg ) liberando-o em forma de mineral (Pi ) que a planta absorve. O processo deve ter importância prática em solos ricos em matéria orgânica. (d) A presença de microrganismos não-infectantes, como resultado da exsudação de compostos de carbono, fonte de energia, favorecendo um aumento da população microbiana da rizosfera em relação a do solo em geral. (2) Fluxo de massa: consiste no movimento de elementos em uma fase aquosa móvel (solução do solo), de uma região mais úmida, distante da raiz, até uma mais seca (próxima da superfı́cie da raiz); (3) Difusão: é o movimento espontâneo de metal de uma região de maior concentração (solução do solo), para uma de menor concentração (superfı́cie da raiz). Sempre que os processos de intercepção radicular e o fluxo de massa não forem capazes de fornecer o elemento em quantidade suficiente (por exemplo P e K), a necessidade deve ser satisfeita pelo processo de difusão. O caminho percorrido pelo metal na célula se une a seguinte seqüência: Epiderme →parênquima cortical→endoderme→ cilindro central (com xilema e floema) 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 53 Figura 3.6: Corte longitudinal da raiz (MALAVOLTA et al., 1997) Da epiderme até a camada única das células da endoderme, os elementos fluem pelas paredes celulares e espaços intercelulares (apoplasto), passando de uma célula para outra, pelo citoplasma e seus prolongamentos entre células até o simplasto (Figura 3.6). Da endoderme, o elemento tem apenas dois caminhos a percorrer: o apoplasto e o simplasto (MALAVOLTA et al., 1997). A redistribuição do metal ocorre pelo floema, onde cada elemento apresenta uma mobilidade diferente, por exemplo, N, P, K, Mg, Cl, Mo são móveis; S, Cu, Fe, Mn, Zn são pouco móveis e Ca, B são imóveis. Isto ocorre devido os seguintes fatores (MARSCHNER e DELL, 1994): (1) Com a diminuição no suprimento (transferência solo → solução do solo ou solução 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 54 do solo → raiz) aparecem sintomas de carência como folhas mais velhas (elementos móveis e pouco móveis) e folhas e órgãos mais novos (elementos imóveis). (2) A cultura exige um suprimento contı́nuo dos elementos pouco móveis e imóveis pois, havendo interrupção ou diminuição do suprimento, não haverá mobilização suficiente do nutriente para nutrir os órgãos mais novos. Então o metal não é redistribuı́do somente na forma que foi absorvido, podendo ser redistribuı́do em formas orgânicas, produtos de sua incorporação, como aminoácidos (N e S), ésteres fosfóricos, quelados. Micronutrientes, que em altas concentrações são classificados como metais pesados, como: Cu, Fe, Mn e Zn, formam quelados com o aminoácido não-protéico, nicotinamina, e nessa forma circulam no floema (JUNGK, 1991). Elementos muito móveis na solução de solo tendem a chegar até as raı́zes por fluxo de massa. Um exemplo é NO3− , que é repelido pelas cargas negativas do solo e, por isso, tende a se manter solúvel. Por outro lado, o P O43− tende a se ligar a cátions que possuem hidroxila OH − como F e2+ , F e3+ e Al3+ . Por isso, o P O43− é normalmente imobilizado no solo. Desta forma, essa espécie quı́mica tem dificuldade de ser transportada pelo fluxo de massa. Uma vez em contato com as raı́zes, o nutriente passa pela endoderme e chega ao xilema via apoplasto ou simplasto. Isto ocorre porque a endoderme apresenta uma barreira ao apoplasto denominada faixa caspariana. No xilema o nutriente volta para o apoplasto, sendo distribuı́do pelas diversas partes das células, como citosol, vacúolo, dependendo se a espécie quı́mica é ânion ou cátions (CHRISPEELS et al., 1999). A Tabela 3.7 apresenta valores de concentração externa à raiz, concentração interna e concentração observada para uma série de ı́ons em raı́zes de ervilha. Por ela podemos 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 55 verificar que os ânions tendem a entrar no citosol por transporte ativo, já que a célula é carregada negativamente. De modo inverso, há uma facilidade para entrada de cátions na célula. No caso do K + , essa facilidade faz com que a célula economize energia para seu transporte, mas necessita gastar energia para retirar o excesso de Ca2+ e Mg 2+ , além de excluir o Na+ , que é tóxico para a maioria dos vegetais. Nos vegetais o transporte ativo é realizado por carreadores e bombas, sendo o passivo por canais (RAVEN et al., 1996). Tabela 3.7: Comparação entre as concentrações (mg Kg −1) em raı́zes de ervilhas Íon K+ Na+ Mg 2+ Ca2+ NO3− Cl− H2 P O4− SO42− Conc. Externa 1 1 0,25 1 2 1 1 0,25 Conc. Interna 74 74 1,340 5,360 0,0272 0,0136 0,0136 0,00005 Conc. Obs. 75 8 3 2 28 7 21 19 Tipos de Transporte Difusão Efluxo Efluxo Efluxo Influxo Influxo Influxo Influxo FONTE: FAYAD et al., (2002) O efeito benéfico mais marcante desta associação simbiótica é o aumento do crescimento das plantas mediante o aumento da absorção de nutrientes, especialmente aqueles menos solúveis, como P, Zn e Cu, o que resulta em espécies mais resistentes às condições ambientais adversas (MARTINEZ et al., 2002). As substâncias que as plantas liberam no solo incluem ligantes quelatos e enzimas que diminuem a toxicidade de um metal mediante sua complexação. As últimas podem biodegradar poluentes orgânicos em alguns casos (BAIRD, 2002). A tolerância a poluentes é definida como a capacidade da planta em conviver com excesso de contaminantes acumulados em seus tecidos, sendo importante na fitorremediação, e envolve inúmeros 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 56 mecanismos que resultam do impedimento na absorção, ou de mecanismos bioquı́micos de tolerância ao contaminante (BARCELÓ e POSCHENRIEDER, 1992). Segundo Barceló e Poschenrieder (1992), a contaminação por metais pesados afeta o crescimento, a distribuição e o ciclo biológico das espécies vegetais (Figura 3.7). Salt et al. (1995), ao avaliar espécies vegetais quanto a sua capacidade de tolerância a esse tipo de estresse, verificaram que estas caracterı́sticas podem representar uma alternativa para a recuperação de solos degradados pelo excesso desses elementos. Embora, os mecanismos de tolerância serem pouco conhecidos, sabe-se que as espécies tolerantes não diferem morfologicamente das espécies não-tolerantes ou sensı́veis aos metais pesados, mas diferem bioquı́mica e fisiologicamente. Baker (2000) afirma que a sobrevivência das espécies que crescem em solos contaminados está relacionada à capacidade de tolerar, e não de anular, a toxicidade de metais. Além disso, alguns metais, como Cu, Pb e Ni, são, geralmente, menos tóxicos quando complexados com compostos orgânicos do que em forma livre, e, conseqüentemente, as concentrações toleradas podem ser superestimadas (MATSUDA et al., 2002). Para Antosiewicz (1992) e Baker (2000), a tolerância pode ser colocada da mesma forma anterior: (1) Simples - quando manifesftada para um único metal; (2) Múltipla - para vários metais em concentrações potencialmente tóxicas; (3) Cruzada ou co-tolerância - quando a tolerância a um metal confere algum grau de tolerância a outro metal. 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 57 Figura 3.7: A contaminação e alteração do ciclo de vida das plantas por metais pesados e por ausência de elementos essenciais. FONTE: BARCELÓ e POSCHENRIEDER, 1992. 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 58 Em relação à absorção de metais, as plantas são classificadas como exclusoras, indicadoras e acumuladoras (O’LEARY, 1994). Nas exclusoras, a concentração do metal nos tecidos da planta é mantida a um nı́vel constante até que a concentração crı́tica no solo seja alcançada. Nas indicadoras, há regulação ou absorção passiva de forma que a concentração interna reflita a concentração externa. Nas acumuladoras, a concentração nos tecidos é maior que a concentração no solo, implicando em uma fisiologia altamente especializada. Em função desse comportamento, a adequabilidade dessas espécies para fitorremediação é definida (Tabela 3.8), por exemplo, acumuladoras próprias para fitoextração e exclusoras para fitoestabilização. Cd Asteraceae (Compositae) Chamomilla recutita (Matricaria recutita) Helianthus annuus Brassicaceae Arabidopsis halleri Chenopodiaceae Salsola kali Hypericaceae Hypericum perforatum Cu Commelinaceae Commelina communis Cr Asteraceae (Compositae) Helianthus annuus Ericaceae Erica andevalensis Labiatae Convolvulaceae Convolvulus arvensis Geraniaceae Elsholtzia splendens Geraniaceae Pelargonium spp. Leguminosae Fabaceae Prosopis spp. Pelargonium spp. Hg Pontederiaceae Ni Brassicaceae Pb Compositae Zn Crassulaceae Eichhornia crassipes Psychotria douarrei Dittrichia viscose Sedum alfredii FONTE: GARDEA-TORRESDEYA et al., 2005. Brassicaceae Brassica pekinensis Fabaceae Leguminosae Sesbania drummondii Geraniaceae Pelargonium spp. 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados Tabela 3.8: Famı́lia / espécies fitorremediadoras de metais pesados 59 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 60 Plantas tolerantes e que acumulam grandes quantidades de metais pesados em seus tecidos são designadas hiperacumuladoras (Tabela 3.9). Em média para uma planta ser hiperacumuladora, ela deve absorver no mı́nimo entre 10 e 100 vezes, a concentração de contaminantes no solo. Existem evidências de que as plantas herbáceas possuem maior tolerância ao excesso de metais no solo do que as arbóreas. Na fitoestabilização, por exemplo, são utilizadas plantas e agentes amenizantes do solo, como calcário, para remover, imobilizar ou tornar os contaminantes menos nocivos ao ecossistema (BAKER, 2000). Tabela 3.9: Espécies hiperacumuladoras. As concentrações são para valores médios (mgKg −1 de matéria seca); os valores nos parênteses são equivalentes para plantas nãohiperacumuladoras; biomassa é ton/ha/ano. Elemento Cd Co Cu Pb Mn Ni Se Tl U Zn Espécie Concentração Biomassa Thlaspi caerulescens 3000(1) 4 Haumaniastrum robertii 10 200 (1) 4 Haumaniastrum katangense 8356 (1) 5 Thlaspi rotundifolium subsp. 8200 (5) 5 Macadamia neurophylla 55 000 (400) 30 Alyssum bertolonii 13 400 (2) 9 Berkheya coddii 17 000 (2) 18 Astragalus pattersoni 6000 (1) 5 Iberis intermedia 3070 (1) 8 Atriplex confertifolia 100 (0,5) 10 Thlaspi calaminare 10 000 (100) 4 FONTE: BROOKS et al., (1998). 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 3.5.1 61 Fitoextração utilizando hiperacumuladoras No campo da fitorremediação de solos contaminados com metais pesados, a fitoextração é a estratégia mais estudada, devido à possibilidade de elevada eficiência que pode apresentar e também a possı́vel valorização econômica (SALT et al., 1995; SCHNOOR et al., 1995). Segundo Araújo et al. (1999), o papel das raı́zes no processo de atenuação da poluição é fundamental, pois o destino da substância, decorrentes da poluição, na planta ou no solo, a sua absorção ou a liberação de moléculas ativas (por exemplo, enzimas) pelas raı́zes é a primeira etapa no curso dos eventos. Pouco se conhece sobre a função especı́fica das plantas na descontaminação do solo, porque a maioria dos estudos foi conduzida com espécies ı́ntegras, no campo. Nesse contexto, a cultura de tecidos, em particular, a cultura de raı́zes, pode ajudar a esclarecer muitos aspectos do metabolismo vegetal ainda desconhecidos. As raı́zes geneticamente transformadas pela Agrobacterium rhizogenes (denominadas hairy roots devido ao seu aspecto peculiar caracterizado pela presença de pêlos radiculares) são excelentes sistemas modelos que possibilitam selecionar plantas tolerantes aos diversos tipos de poluentes (inorgânicos e orgânicos) e determinar o papel exclusivo da matriz radicular na absorção e subseqüente metabolismo dos compostos xenobióticos (RUGH et al., 1996). Pollard et al. (2000) reporta que é importante o desenvolvimento de plantas transgênicas, com maior capacidade de acumulação de metais, mas em que a acumulação permaneça e se localize apenas nas raı́zes. Assim, pode haver uma redução do movimento dos metais ao 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 62 longo da cadeia alimentar e, conseqüêntemente a diminuição da contaminação por metais pesados. A hiperacumulação pode ter evoluı́do, também, como mecanismo de adaptação contra os herbı́voros. Efetivamente, os teores elevados de metais nas folhas, defendem a planta contra herbı́voros (especialmente insetos) e contra microorganismos patogênicos, protegendo a planta de doenças e pestes (KUMAR et al., 1995; POLLARD et al., 2000). Segundo Lui et al. (2000) a maioria das espécies hiperacumuladoras são provenientes dos trópicos, zonas montanhosas pertencentes à famı́lia das Euforbiáceas e relativamente raras. Já, nos climas temperados a maioria das espécies pertencente à famı́lia das Brassicáceas possuem esta caracterı́stica. Sendo assim, espécies do gênero Thlaspi são capazes de acumular Zn, Cd ou Pb; a Alyssum Ni e algumas cultivares de Brassica juncea Pb, Cd, Cr, Ni, Zn, Se e Cu. Geralmente, plantas com flores muito bonitas, atraindo facilmente um elevado número de predadores potenciais, podendo haver propagação da contaminação ao longo da cadeia alimentar as mais propensas a ter capacidade hiperacumuladoras. Segundo Watanabe (1997), um fato interesante é que os insetos preferem as plantas que acumularam metais, que aquelas que não acumulam. O potencial de exploração de plantas hiperacumuladoras é, ainda, limitado devido a sua produtividade. Por exemplo, para Thlaspi rotundifolium, só se obtem de 5 a 50 mg de Pb no tecido seco, após cinco meses de crescimento (CUNNINGHAM e BERTI, 2000; WATANABE, 1997). Segundo Salt et al. (1995), plantas com elevadas produtividades acumulam, geralmente, pequenas quantidades de metais pesados, mesmo se estes estiverem disponı́veis em concentrações moderadas. Essas caracterı́sticas, assim como, a disponibilidade dos metais pesados no solo, influenciam fortemente o tempo necessário para a descontaminação, que pode variar entre uma centena de anos, o que pode compro- 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 63 meter completamente a utilização desta técnica. Assim, segundo KUMAR et al. (1995), o progresso na área da fitoextração pode ter várias opções: (1) Identificação de espécies de plantas em áreas onde os solos contêm teores superiores ao normal em metais pesados, devido a fatores geológicos ou à poluição; (2) Aumento da produção das hiperacumuladoras pelo uso da optimização das práticas agrı́colas, como irrigação, fertilização, aplicação de correctores, plantação ou data da colheita, podendo incrementar em cerca de 25%, a produtividade dessas plantas. A seleção dos melhores genótipos e um programa de multiplicação de sementes poderá, também, contribuir para o aumento da produtividade. O aumento da biomassa pode também ser obtido, pelo do cruzamento de plantas aparentadas, que tenham maior produtividade, originando variedades de crescimento mais rápido e de maior produtividade; (3) Aumento da quantidade e da velocidade de acumulação dos metais. Vários aspectos da estrutura das raı́zes das plantas podem ser melhorados. Raı́zes mais profundas aumentam a profundidade, a partir da qual o contaminante pode ser retirado do solo por fitoextração. O aumento da densidade das raı́zes no solo também torna a extração mais eficiente. O conhecimento mais aprofundado dos mecanismos fisiológicos, bioquı́micos, moleculares e dos genes envolvidos na hiperacumulação de metais pesados, pode fornecer a base para o melhoramento do seu desempenho (GUPTA et al., 2000). A tolerância está associada a capacidade da planta em conviver com excesso de contaminantes acumulados em seus tecidos (MALAVOLTA et al., 1997). Barceló e Pos- 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 64 chenrieder (1992) afirmam que a tolerância é fundamental na fitorremediação e envolve inúmeros mecanismos de impedimento da absorção, ou de mecanismos bioquı́micos. O impedimento refere-se à habilidade da planta em prevenir a excessiva absorção do contaminante, como acontece com espécies exclusoras, resultando em: (1) Alteração de permeabilidade da membrana celular vegetal; (2) Mudanças na capacidade de adsorção nas paredes celulares; e (3) Aumento na exsudação de substâncias quelantes. Já os mecanismos bioquı́micos de acordo com Schat e Kalff (1992), são: (1) Produção intercelular de compostos ligantes, tais como aminoácidos, ácidos orgânicos e fitoquelatinas (por exemplo, metais pesados); (2) Alterações nas formas de compartimentalização, no metabolismo celular e na estrutura da membrana. Para Salt et al. 1995 e Baker et al. 2000, a fitorremediação é utilizada como polimento final, para encerramento de locais após terem sido aplicadas outras tecnologias de remediação(Tabela 3.10). A combinação de diferentes técnicas de remediação deverá ser um ponto chave na futura investigação, de forma a optimizar as eficiências dos diferentes processos tradicionais . 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 65 Tabela 3.10: Fitorremediação de metais. Valores em mg Kg −1 . Solo/Metais Europa Brasil (Paraná) Zn Ni Cd Pb 10 - 300 2 - 1000 0,001 - 2,4 2 - 300 5,4 - 194 8 - 98 2,8 - 3,21 13,9 - 94 FONTE: ADREOLI et al., 2001; GLASS, 1998. 3.5.2 Aplicabilidade da técnica Nos últimos 10 anos, surgiram nos EUA e Europa inúmeras companhias que exploram a fitorremediação para fins lucrativos, como a norte americana Phytotech e a alemã BioPlanta, e indústrias multinacionais, como Union Carbide, Monsanto e Rhone-Poulanc (Tabela 3.11). Várias universidades desenvolvem projetos ligados a esta área, como a Universidade da Califórnia e a Universidade de Glasgow. No Brasil, sabe-se que algumas empresas estatais e privadas, bem como instituições acadêmicas (UFAM e UNICAMP, por exemplo) pesquisam e exploram métodos de biorremediação através da fitorremediação (VAN DER LELIE et al., 2001; MESQUITA et al., 2006). Segundo Van Der Lelie et al. (2001), o sucesso do tratamento empregando plantas vai além do baixo custo (Tabela 3.12), há muitas possibilidades de reciclagem da biomassa produzida que pode ser utilizada como fertilizante, geração de energia (biogás ou queima direta), fabricação de papel, extração de substâncias quimicamente ativas de suas raı́zes para uso como estimulante de crescimento de plantas, etc. 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 66 Tabela 3.11: Exemplos de localidades Americanas e Européias com projetos no campo da fitorremediação Localização Trenton, NJ Anderson, SC Plantas Brassica juncea Populus deltoids× P. balsamifera Populus spp. (cottonwood) Contaminantes Pb Diversos metais pesados Não especificado Katowice, Polônia Suiça Reino Unido Brassica juncea Salix viminalis Salix spp. Cd, Pb Cd, Cu, Zn Ni, Cu, Zn, Cd Hlemyzdi, República Tcheca Dornach, Suiça H. annus, C. sativa, Z. mays, C.hallery Plantas Melhoradas Nicotiana spp. (tobacco) Gramı́neas Brassica napus Zn Beaverton,OR Lommel, Bélgica Balen, Bélgica Aplicação Fitoextração Fitoestabilização Vegetação de cobertura/ prevenção da poluição aquática Fitoextração Fitoextração Fitoextração, fitoestabilização Cu, Cd, Zn Zn, Cd, Pb, Cu Zn, Cd, Pb Fitoestabilização Fitoextração FONTE: USEPA, 2000, 1998; VAN DER LELIE et al., 2001; KELLER et al., 1999; GÒRSKA, 1997; MESQUITA et al., 2006. Local Chernobyl, Ukraine Trenton, NJ Aplicação Rizofiltração em lago próximo Ao desastre nuclear Fitoextração de pequenas áreas industriais Rocky Flats,CO Rizofiltração de aterro sanitário Dearing, KS Fitoextração pequenas Siderúrgicas abandonadas. Whitewood Cr., SD Fitoestabilização depósitos industriais Pennsylvania Fitoextração depósitos industriais Plantas Girassol Helianthus annuus Mustarda Indiana Brassica juncea Girassol e mustarda Thlaspi caerulescens Zn, Cd San Francisco, CA Brassica sp. Se Fitovolatilização efluentes ADREOLI et al., (2001); GLASS, 1998. Metal Cs, 137 90 Sr Pb U Poplars Populus spp. Pb, Zn, Cd Poplars Populus spp. As, Cd Referências I. Raskin, Rutgers U. B. Ensley, Phytotech. Rock, 1997 G. Pierzynski, Kansas St J. Shnoor, U. de Iowa R. Chaney, USDA Beltsville, MD Brown 1995 G.Banuelos, USDA Lab Salino Riverside,CA 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados Tabela 3.12: Aplicações e demonstraçõe da fitorremediação em campo 67 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 3.5.3 68 Vantagens e desvantagens Solos contaminados por metais são notoriamente de difı́cil remediação. Tecnologias atuais sugerem a excavação do solo contaminado ou lavagens do solo seguido de separação fı́sica ou quı́mica dos contaminantes. O custo da remediação do solo varia muito e depende da concentração dos contaminantes, propriedades do solo e condições do sitio. O custo estimado associado com o uso de altas tecnologias para remediação de solos contaminados por metais é mostrado na Tabela 3.13 Tabela 3.13: Custo estimado do uso de altas tecnologias para remediação Tratamento Verificação Tratamento quı́mico Eletrocinética Fitoextração Custo $ /Ton Fatores adicionais/ Despesas 75-425 Monitoramento 100-500 Reciclagem de contaminantes 20-200 Monitoramento 5-40 Monitoramento FONTE: LASAT et al., 2000; GLASS, 1998. A remediação de solos contaminados por metais via métodos convencionais de engenharia podem ter despesas elevadas (SALT et al., 1995). A projeção de custos estimados para a remediação de áreas contaminados por metais pesados são mostrados na Tabela 3.14. Segundo Lasat et al. (2000), devido a remediação de solos in situ, a fitorremediação evita perturbações drásticas no solo, preservando o ecossistema. Apesar dessas vantagens, existem diversas restrições da aplicabilidade da fitorremediação (Tabela 3.15). 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 69 Tabela 3.14: Projeção de custos para cinco anos para remediação de áreas contaminadas apenas com metais tóxicos, com mistura de metais tóxicos e compostos orgânicos Setor P ropriedadeNacional1 RCRA2 DOD 3 DOE 4 Estatal5 P rivado6 Total Apenas metais $ Milhões 2,400 3,000 400 900 200 200 7,100 Metais e compostos orgânicos 10,400 12,800 2,400 6,500 800 2,500 35,400 1 Rank das áreas em lista nacional de prioridades Áreas que requerem ação corretiva abaixo das previsões de Pesquisas de Conservação e Ação Corretiva 3 Departamento de defesa 4 Departamento de Energia 5 Estados com áreas contaminadas 6 Propriedade Privada com áreas contaminadas FONTE: LASAT et al., (2000); USEPA, (1993). 2 Nos EUA a projeção do custo para cinco anos em 1993 foi de U$ 7.100.000,00 para o tratamento de solos contaminados apenas com metais e U$ 35.000.000,00 para solos contaminados com metais e orgânicos (LASAT et al., 1993; USEPA,1993). Segundo Glass (1999), a compreensão das análises de mercado em fitorremediação foi duas vezes maior em 1999 do que o estimado em 1998. Este crescimento foi atribuido a um aumento do número de companhias oferecendo serviços, particularmente aquelas do setor de consultoria em engenharia. A Tabela 3.16 mostra a estimativa de mercado americano da fitorremediação de 1999 relacionado com a variedade média contaminada e contaminates de interesse. 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 70 Tabela 3.15: Fatores limitantes do sucesso e da aplicabilidade da fitorremediação Baseado na limitaçã biologica 1) Plantas com baixa tolerância Limitações regulatórias 1) Custo e performance 2) Falta de contaminantes 2) Leis não familiarizadas com a tecnologia de translocação da raiz para as folhas 3) Disposição de resı́duos 3) Contaminante x de plantas contaminadas forma biológica não avaliável 4) Risco de contaminação 4) Necessidade da cadeia alimentar de remediação espécies de plantas 3) Plantas de pequeno porte Outras limitações 1) Contaminante abaixo da zona da raiz 2) Processos legais FONTE: LASAT et al., (2000); USEPA, (1993). Tabela 3.16: Estimativa do mercado em fitorremediação em 1999 no U.S. U$ (milhões) Compostos orgânicos em solos 5-7 Metais em solos 4.5-6 Compostos inorgânicos em água residual 2-4 Compostos inorgânicos in groundwater 2-3 Compostos orgânicos in wastewater 1-2 Metais em água 1-2 Radionuclidios 0.5-1 Metais em água residual 0.1-0.2 Outros 1.9-3.8 Total 30-49 FONTE: LASAT et al., (2000); Glass, 1999. R$ (milhões) 12,5-17,7 11,25 5-10 5-7,5 2,5-5 2,5-5 1,25-2,5 0,25-0,5 4,75-9,5 75-122,5 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 71 Estimativas correntes de 1999 e 2000 revelam serem menor do que o projetado, dobrando a comercialização de tecnologias para remediação de metais e radionuclidios de áreas contaminadas (Glass, 1999). O segundo maior marco para a fitorremediação foi identificado na Europa, através do mercado europeu foi estimado ser 10 vezes menor que o mercado Americano (Glass 1999). Antes da implantação das técnicas de fitorremediação, devem ser conhecidas as caracterı́sticas fı́sico-quı́micas do solo e do contaminante, bem como a sua distribuição na área impactada. Qualquer interferência no desempenho das plantas fitorremediadoras deve ser controlado ou minimizado. Baseados nisso, foram determinadas, por algumas literaturas caracterı́sticas para plantas com potencial fitorremediador (CUNNINGHAM et al., 1996; ACCIOLY e SIQUEIRA, 2000): (1) Capacidade de absorção, concentração e/ou metabolização e tolerância ao contaminante; (2) Retenção do contaminante nas raı́zes, no caso da fitoestabilização, como oposto à transferência para a parte aérea, evitando sua manipulação e disposição; (3) Sistema radicular profundo e denso; (4) Alta taxa de crescimento e produção de biomassa; (5) Capacidade transpiratória elevada, especialmente am árvores e plantas perenes; (6) Fácil colheita, quando necessária a remoção da planta da área contaminada; (7) Elevada taxa de exudação; 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 72 (8) Resistência a pragas e doenças; (9) Fácil controle ou erradicação; (10) Capacidade de desenvolver-se bem em ambientes diversos; e (11) Ocorrência natural em áreas poluı́das (importante na identificação, mas não é prérequisito). De uma forma geral, torna-se difı́cil reunir todas essas caracterı́sticas numa só planta, porém, a espécie selecionada deve reunir o maior número delas. Contudo, embora a maioria dos testes avalie plantas isoladas, podem ser usadas várias espécies em um mesmo local, ao mesmo tempo, ou uma após a outra, para remover mais de um contaminante (MILLER, 2001). A fitorremediação apresenta elevado potencial de utilização, devido às vantagens que apresenta em relação às técnicas de remediação de contaminantes do solo. Segundo Cole et al. (1995), Cunningham et al.(1996) e Vose et al. (2000), essas vantagens são: (1) Menor custo em relação às técnicas tradicionais utilizadas envolvendo a remoção do solo para tratamento ex sito. Esta é uma das principais vantagens da fitorremediação; (2) Na maioria dos casos, os equipamentos e suprimentos empregados na técinca de fitorremediação são os mesmos utilizados na agricultura, só que com custo ainda menor; 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 73 (3) Os compostos orgânicos podem ser degradados a CO2 e H2 O, removendo toda a fonte de contaminação, não havendo necessidade, nesse caso, de retirada das plantas fitorremediadoras da área contaminada. Isto não pode ser empregado para metais pesados; (4) Plantas são mais fáceis de ser monitoradas do que microorganismos; (5) As propriedades biológicas e fı́sicas do solo são mantidas e até melhoradas; (6) Incorporação de matéria orgânica ao solo, quando não há necessidade de retirada das plantas fitorremediadoras da área contaminada; (7) Fixação de nitrogênio atmosférico, no caso de leguminosas; (8) Plantas auxiliam no controle do processo erosivo, eólico e hı́drico. Nesse último caso, evitam o carreamento de contaminantes com a água e com o solo e, por conseguinte, reduzem a possibilidade de contaminação de lagos e rios; (9) Pode-se considerar que a planta reduz o movimento descendente de água contaminada de camadas superficiais do solo para o lençol freático; (10) Plantas são mais favoráveis, esteticamente, do que qualquer outra técnica de biorremediação e podem ser implementadas com mı́nimo distúrbio ambiental, evitando escavações e tráfego; (11) Utiliza energia solar para realizar os processos; e (12) Tem alta probabilidade de aceitação pública. 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 74 A fitorremediação pode ser usada em maior escala do que seria possı́vel no caso de outros métodos, considerando os 12 fatores citados anteriormente e o baixo custo. Existem inconvenientes da técnica da fitorremediação, como, por exemplo, limitações na biorremediação de compostos orgânicos, como petróleo e agrotóxicos. Segundo Narayanam et al. (1996), Cunningham et al. (1996) e Macek et al. (2000) as principais limitações são: (1) Dificuldade na seleção de plantas para a fitorremediação, principalmente em relação à descontaminação de herbicidas de amplo espectro de ação ou em misturas no solo; (2) O tempo requerido para obtenção de uma despoluição satisfatória pode ser longo; (3) O comportamento deve estar dentro da zona de alcance do sistema radicular; (4) Clima e condições edáficas podem restringir o crescimento de plantas fitorremediadoras; (5) Elevados nı́veis do contaminante no solo podem impedir a introdução de várias plantas na área contaminada; (6) As plantas podem metabolizar os compostos, o que não quer dizer que eles serão completamente mineralizados. Em alguns casos, os metabólitos podem ser mais problemáticos que os ocmpostos originais; (7) Potencial de contaminação da cadeia alimentar; (8) Necessidade de disposição da biomassa vegetal, quando ocorre a fitoextração de poluentes não-metabolizáveis ou metabolizados a compostos também tóxicos; 3.5 Fitorremediação de solos contaminados com metais pesados 75 (9) Possibilidade da planta fitorremediadora tornar-se planta daninha; e (10) Melhoria nas condições do solo pode ser requerida, inclusive a quelação do contaminante para facilitar sua absorção pelas plantas, devido à quebra de pontes de ligação com partı́culas do solo. Apesar dessas limitações, os benefı́cios apresentados pela fitorremediação tornam esta técnica bastante promissora. Contudo, ações conjuntas de profissionais de várias áreas, com a finalidade de identificar espécies capazes de atuar na descontaminação de solos são necessárias. Capı́tulo 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Escolha das plantas Plantas hiperacumuladoras são convencionalmente definidas como espécies capa- zes de acumular grandes quantidades de metais tipicamente medidos em plantas nãoacumuladoras. A concentração muda de acordo com o metal em questão, assim: 10 µg g −1 Hg; 100 µg g −1 Cd; 1,000 µg g −1 Co, Cr, Cu e Pb; 10,000 µg g −1 Ni e Zn, aproximadamente 400 espécies de plantas. Sendo assim, segundo Lasat et al. (2000), existe uma lista de 45 famı́lias de plantas que já foram descritas e estudadas como hiperacumuladoras de metais. 4.1 Escolha das plantas 77 Assim, as espécies foram selecionadas com base nos dados da literatura e em análises obtidas de duas espécies, Paspalum sp. e Commelina erecta., coletadas às margens de igarapés do Polo Industrial de Manaus (PIM) (Tabela 4.1), parte de um trabalho de dissertação (CASTRO, 2000). Segundo o autor, estas espécies são tolerantes a ambientes contaminados por metais pesados, apresentando concentrações elevadas desses metais e poderiam estar exercendo um processo fitorremediador no local. Uma vez que nos locais de coleta existiam basicamente duas espécies Paspalum sp. e Commelina erecta. nas margens dos igarapés. Como histórico da região do PIM é caracterizado pela presença de altos nı́veis de metais pesados no solo, na água e no sedimento, isso possibilitou a absorção desses elementos pelas plantas. Além da Commelina erecta foram selecionadas outras cinco espécies: Monotagma laxum, Borreia capitata, Panicum maximum, Cyperus surinamenses e Nephrolepis biserrata; conforme a diversidade do local de coleta, igarapé do 40 na região do PIM, (Figura 4.1), onde foram selecionadas raı́zes para o desenvolvimento do trabalho. µg g Fe ± Zn ± Cu ± Mn ± Mg ± Ca ± Cr ± Pb ± −1 Commelina erecta . Folha Caule Chuva Seca Chuva Seca 124 4445 141 4209 21 241 7 740 350 303 500 793 37 46 94 86 41 80 ND 80 3,7 5,4 7,5 ND 67 ND 62 5,2 6,7 191 945 243 652 16,9 44 49,2 12,4 75 8151 74 14774 1,9 28 9,8 0,3 Nd 544 ND 593 20 56 ND 47 ND 154 3 92 Raiz Chuva 145 8 700 71 26 0,5 ND 171 8,4 36 0,2 ND ND - Folha Seca Chuva ND 207 81 252 260 43 92 80 28 7,4 4,5 62 ND 2,2 163 219,8 2,3 45,8 3981 52,8 0,3 0,3 593 ND 60 261 ND 91 - Paspalum sp . Caule Seca Chuva Seca 675,6 69,2 3781 35 2,9 288 193 340 353 76 37 73 167,8 27 179 9,9 0,5 9,5 118 ND 67,2 8,2 7,4 469,4 187,2 388,8 5,9 7,2 79,7 6558,6 30,8 4875,8 0,4 0,2 0,2 ND ND 608 23 ND ND 175 4 Raiz Chuva 292 91 370 21 48,6 3,3 ND 150,4 45,4 23,4 0,9 ND ND - Seca 2809 37 104 59 255,4 5,2 43,4 4,1 173,2 6,2 1411,6 0,7 623 68 218 92 4.1 Escolha das plantas Tabela 4.1: Concentração de metais em plantas coletadas nas margens de igarapés do PIM. FONTE: (CASTRO, 2000). ND: Não detectado 78 4.2 Identificação botânica 79 Figura 4.1: Margens de Igarapés da região do PIM, fragmentos de floresta: (a) primeiro ponto de coleta; (b) poluição observada no primeiro ponto de coleta; (c) segundo ponto de coleta e (d) poluição observada no segundo ponto de coleta. 4.2 Identificação botânica O estudo foi desenvolvido em casa de vegetação, pertencente à Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Foram confeccionadas exsicatas e depositadas no herbário do Instituto Nacional de pesquisas da Amazônia - INPA. 4.2 Identificação botânica 80 a) Commelina erecta Famı́lia: Commelineae Gênero: Commelina Espécies: Commelina erecta Nome comum: Flor de Santa Lúcia. Ciclo: Perene Exsicata no 185476 Figura 4.2: Commelina erecta. Distribuição: Argentina, Bolı́via, Brasil (Amazonas), Caribe, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Paraguai, Peru (San Martin) e Venezuela. FONTE: (RODRIGUES, 2004) b) Monotagma laxum Famı́lia: Marantaceae Gênero: Monotagma Espécies: Monotagma laxum Nome comum: Lı́ngua de vaca Ciclo: Perene Exsicata no 219256 Distribuição: Brasil (Pernambuco), Brasil (Amazonas) FONTE: (RODRIGUES, 2004) Figura 4.3: Monotagma laxum. 4.2 Identificação botânica 81 c) Borreia capitata Famı́lia: Rubiaceae Gênero: Borreia Espécies: Borreia capitata Nome comum: Ciclo: Perene Exsicata no 198986 Distribuição: Brasil (Amazonas) Figura 4.4: Borreia capitata. FONTE: BROMILOW (2001), FÁVERO (2002). d) Panicum maximum Famı́lia: Poaceae Gênero: Panicum Espécies: Panicum maximum Nome comum: Capim-da-colônia, Capim-guiné, Capim-navalha, Capim-de-cavalo, Capim-de-corte, Buffalo grass (inglês) Ciclo: Perene Exsicata no 216584 Figura 4.5: Panicum maximum. Distribuição: Brasil: Amazonas, Espı́rito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraı́ba, Rio de Janeiro, Rondônia; África: Congo, Tanzânia, Guiné, Quênia, Zimbabwe e Índia. FONTE: BROMILOW (2001), FÁVERO (2002). 4.2 Identificação botânica 82 e) Cyperus surinamensis Famı́lia: Cyperaceae Gênero: Cyperus Espécies: Cyperus surinamensis Nome comum: Tropical beirada planta Ciclo: Perene Exsicata no 125632 Figura 4.6: Cyperus surinamenDistribuição: Brasil (Amazonas), Caribe e América do sis. Norte FONTE: BROMILOW (2001) f) Nephrolepis biserrata Famı́lia: Pytheridofitae Gênero: Nephrolepis Espécies: Nephrolepis biserrata Nome comum: Ciclo: erva terrestre Exsicata no 191878 Distribuição: Regiões tropicais do velho e novo Figura 4.7: Nephrolepis biserrata. mundo. Brasil (Paraná, Amazonas) FONTE: BROMILOW (2001) 4.3 Escolha do solo 4.3 83 Escolha do solo Apesar de toda riqueza vegetal da floresta amazônica onde se podem encontrar árvores, epı́fitas, milhares de plantas, muitas ainda não classificadas ou conhecidas, detentoras de princı́pios ativos para o desenvolvimento de novos medicamentos, de escasso aproveitamento agrı́cola, tem como solo predominante as classes de Podzólicos (Argissolos) e Latossolos, os quais ocupam 45% e 35% da área, respectivamente (CASTRO, 1987). Baseado nesta distribuição, foram selecionados dois tipos de solos, o Latossolo e o Podzólico, cujas amostras foram retirados da área do Mini-Campus e acondicionados em sacos plásticos, dispostos em casa de vegetação. 4.4 Coleta e preparação das mudas As espécies selecionadas foram coletadas, eliminando-se as partes aéreas, restando rizoma e raı́z, as quais foram limpas e plantadas em sacos plásticos distribuı́dos de forma equivalente entre Latossolos e Podzólicos. Após o acondicionamento das mudas, num total de 48 mudas, regadas com água deionizada, três vezes na semana, até completo desenvolvimento dos brotos e a adaptação das mesmas. Para cada solo foi desenvolvido um experimento (Figura 4.8). 4.4 Coleta e preparação das mudas 84 Figura 4.8: Disposição das mudas no experimento (Contaminantes: A = Zn, B = Cr, C = Pb, AB = Zn - Cr, AC = Zn - Pb, BC = Cr - Pb, ABC = Zn - Cr - Pb 4.5 Preparação dos contaminantes 4.5 85 Preparação dos contaminantes Após o desenvolvimento das mudas, aproximadamente dois meses, os solos foram artificialmente contaminados uma única vez pela aplicação das soluções de Zn(NO3 )2 , P b(NO3 )2 , K2 Cr2 O4 nas concentrações: i) 1000,0; ii) 50,0 e iii) 50,0 mg kg−1 , respectivamente, seguindo fluxograma das combinações binárias e terciárias entre os metais pesados (Figura 4.9), totalizando 192 mudas, sendo 96 para cada solo, 16 mudas por espécie incluindo as repetições. As concentrações dos metais foram baseadas em resultados encontrados na literatura (CASTRO, 2000; BENTES, 2001; DIAS, 2001 e GUEDES, 2002). Esses nı́veis de contaminação foram encontrados na Região do PIM, o que caracterizou um estado de contaminação. O cálculo do volume do contaminante por muda foi feito utilizando-se as Q Q equações do cilindro (V= .r 2 .h) e do perı́metro (Prı́metro=2. .r). Com base no saco da muda mediu-se os valores do perı́metro e altura, encontrado-se o valor de 20 mL de contaminate por muda. Para cada concentração (muda) existia uma duplicata. Após quatro meses de cultivo em solo contaminado, os solos e as plantas foram coletadas para realização das análises quimicas. Assim, foi possı́vel avaliar a tolerância das espécies aos agentes contaminantes, levando em conta a fixação no solo, absorção dos elementos metálicos e a necrose dos tecidos vegetais. 4.5 Preparação dos contaminantes 86 Figura 4.9: Fluxograma das combinações binárias e terciárias entre os metais pesados Zn (1000 mg Kg −1 ), Cr (50 mg Kg −1) e Pb (50 mg Kg −1 ). 4.6 Análise do Solo 4.6 87 Análise do Solo 4.6.1 Preparação da amostra de solo As amostras de solo Podzólico e Latossolo Amarelo superficial1 não-contaminado foram secas ao ar, destorroadas, peneirada em malha de 2 mm (TFSA). Uma fração deste solo foi usada para as seguintes análises fı́sicas e quı́micas segundo recomendação da EMBRAPA 1994 e 1997: pH em água e CaCl2 , concentração de Ca, Mg, Al, P, K, Na e micronutrientes, alumı́nio trocável, sódio trocável, acidez (H + e Al3+ ), matéria orgânica, nitrato, amônia, Zn, Cr e Pb. 4.6.2 pH em Água 10,0 g de TFSA foi transferida para um copo de plástico juntamente com 25 mL de água deionizada, que foi agitada, em seguida, com bastão de vidro e deixada em repouso por um hora. Posteriormente, a mistura foi agitada novamente com bastão de vidro, sendo, então, efetuada a leitura do valor de pH (330 i WTW) (EMBRAPA, 1997). 4.6.3 pH em CaCl2 A determinação do pH em solução de CaCl2 0,01 mol L−1 é realizada para reduzir o efeito sazonal de sais que interferem nas medidas de pH do solo, em razão do aumento 1 Denominado normalmente de terriço 4.6 Análise do Solo 88 de concentração eletrolı́tica, o que proporciona uma redução no seu valor atribuı́do ao deslocamento de H + e Al3+ das partı́culas do solo. Colocou-se 10,0 g de TFSA em copo de plástico, numerado, de 80 mL. Adicionou-se 25 mL de solução de CaCl2 0,01 mol L−1 . Agitou-se a mistura com bastão individual deixando-a em repouso por 15 minutos. Em seguida, agitou-se novamente, em frasco com tampa, cada mistura com agitador de mesa com hélice por 5 minutos. Após o perı́odo de 30 minutos, necessário para o equilı́brio e a decantação da suspensão, foi efetuada a leitura do valor de pH em CaCl2 0,01 mol L−1 (EMBRAPA, 1997). 4.6.4 Determinação de Ca, Mg e Al Cerca de 10,0 g de TFSA foi transferida para erlenmeyer de 125 mL com 100 mL de solução de KCl 1,0 mg L−1 . A mistura foi agitada, em seguida, por 5 minutos em agitador horizontal circular, sendo deixada para decantar durante por 24 horas, após os montı́culos formados no fundo dos erlenmeyers serem desfeitos. A concentração de Ca, Mg foi realizada por espectrometria de absorção atômica de chama (FAAS 932 PLUS GBC), obedecendo ao seguinte procedimento: • Retirada de cerca de 0,1 mL do extrato para erlenmeyer de 20 mL e adição de 4,9 mL de solução de lantânio 1 g L−1 . • Medida de FAAS no comprimento de onda 422,7 nm em chama de ar-acetelino. 4.6 Análise do Solo 89 Para a determinação do Al o restante do extrado foi filtrado para um erlenmeyer de 125 mL, juntamente com três gotas de azul de bromotimol 1 g L−1 , seguida de titulação com solução de NaOH 0,025 mol L−1 (EMBRAPA, 1997). 4.6.5 Al Trocável Pipetou-se, sem filtra, 25 mL do extrato. Transferiu-se para erlenmeyer de 125 mL. Adicionou-se 3 gotas do indicador azul-de-bromotimoI 1 gL−1 . Titulou-se com solução de NaOH com concentração aproximada de 0,025 mol L−1 (EMBRAPA, 1997). 4.6.6 Determinação de P, K, Na e Micronutrientes Cerca de 10,0 g de TFSA foi transferida para erlenmeyer de 125 mL juntamente com 100 mL de solução extratora duplo-ácida (HCl 0,05 mol L−1 + H2 SO4 0,0125 mol L−1 ). A mistura foi agitada, por cinco minutos em agitador horizontal circular e deixada para decantar 24 horas. A partir daı́, 5 mL deste extrato foram transferidos para erlenmeyer de 125 mL, juntamente com 10 mL de solução ácida de molibdato de amônio diluı́da e 30 mg de ácido ascórbico em pó. A mistura foi agitada, em seguida, de um a dois minutos em mesa agitadora e deixada em repouso para o desenvolvimento da cor azul por uma hora. As medidas de fósforo foram efetuada em espectrofotômetro de ultravioleta-visı́vel (UV- 650 PC SHIMADZU) no comprimento de onda de 660 nm (EMBRAPA, 1997). No restante do extrato foram realizadas as medidas de K e Na por fotometria de chama. 4.6 Análise do Solo 4.6.7 90 K trocável Utilizou-se a parte do extrato (20 mL) que foi reservada para as determinações de K + e Na+ , quando da retirada da alı́quota para determinação do fósforo. Antes de proceder à leitura da amostra, selecionar o filtro próprio para potássio. Aferiu-se o fotômetro (PEGASSUS II TECNOW) com água deionizada no ponto zero e com a solução-padrão de 0,2 mmol de K + L−1 no valor correspondente ao centro da escala. Efetuou-se a leitura na escala do fotômetro de chama MARCA E MODELO(EMBRAPA, 1997). 4.6.8 Na trocável Utilizou-se a parte do extrato (20 mL) que foi reservada para as determinações de K + e Na+ , quando da retirada da alı́quota para a determinação de fósforo. Antes de proceder à leitura da amostra, selecionou-se o filtro próprio para Na. Aferiu-se o fotômetro com água deionizada no ponto zero e com a solução-padrão de 0,2 mmol de Na+ L−1 no valor correspondente ao centro da escala. Efetuou-se a leitura no fotômetro de chama (EMBRAPA, 1997). 4.6.9 Micronutrientes (Zn, Cu, Fe e Mn) Colocou-se 5,0 g de TFSA em erlenmeyer de 125 mL. Adicionou-se 25 mL da solução extratora duplo-ácida. Tampou-se a boca do erlenmeyer. Agitou-se a mistura em agitador horizontal circular usando velocidade de 120 rpm durante 5 minutos. Transferidos para 4.6 Análise do Solo 91 balão volumétrico e avolumados para 50 mL e guardados e frascos com tampa. Então, os micronutrientes Zn, Cu, Fe e Mn foram determinados por FAAS, após extração com quelante do ácido dietilenotriaminopentacético a pH 7,3 (EMBRAPA, 1997). 4.6.10 Acidez Potencial (H + + Al3+) Colocou-se 5 mL de TFSA em erlenmeyer de 125 mL. Adicionou-se 75 mL de solução de acetato de cálcio 0,5 mol L−1 pH 7,1 - 7,2, seguida de algumas agitação durante 6 horas. Após 24 horas de decantação, 25 mL deste extrato e três gotas de fenolftaleı́na a 10 g L−1 foi transferidas para béquer de 100 mL. Em seguida, a mistura titulada com solução de NaOH 0,025 mol L−1 (EMBRAPA, 1997). 4.6.11 Matéria Orgânica Tomou-se aproximadamente 20 g de TFSA. Triturou-se em gral de porcelana. Foi passada em peneira de 80 mesh. Pesou-se 0,5 g da TFSA triturada. Colocou-se em erlenmeyer de 250 mL. Pipetou-se 10 mL da solução de K2 CO3 0,2 mol L−1 . Adicionouse à amostra de solo. Colocou-se um tubo de ensaio de 25 mm de diâmetro e 250 mm de altura, cheio de água e protegido com papel aluminizado, na boca do erlenmeyer funcionando como condensador. Foi aquecido em placa elétrica, até a fervura branda, durante 5 minutos. Após o resfriamento, juntou-se 80 mL de água deionizada, 1 mL de ácido ortofosfórico e 3 gotas do indicador difenilamina a 10 g L−1 . Titulou-se com solução de 4.6 Análise do Solo 92 sulfato ferroso amoniacal 0,05 mol L−1 (EMBRAPA, 1997). 4.6.12 Nitrato e Amônia (N O3− e N H4+ ) Pesou-se 10 g de TFSA em erlenmeyer de 125 mL. Adicionou-se 100 mL de solução de cloreto de potássio 1 mol L−1 . Agitou-se por 1 hora. Deixou-se em repouso por 1 hora. Então foi efetuada filtragem da solução de solo e KCl em filtro Whatman n0 42, com posterior armazenamento do extrato em refrigerador a 4 ◦ C, até que a destilação possa ser efetuada (EMBRAPA, 1997). i)Determinação de NH4+ Pipetou-se 30 mL do sobrenadante lı́mpido para tubos de digestão, juntamente com 0,2 g de óxido de magnésio. Decorreu à destilação da alı́quota de 30 mL em destilador de arraste de vapores (método de Kjedahl). Coletou-se o condensado em erlenmeyer de 125 mL, contendo 5 mL de solução indicadora de ácido bórico a 2%. O volume do condensado no erlenmeyer de H3 BO3 deve atingir 50 mL, 3 minutos de destilação (EMBRAPA, 1997). ii)Determinação de NO3− Utilizou-se mesma alı́quota de 30 mL destilada anteriormente. À essa quantidade de extrato, adicionou-se 0,2 g de liga de Devarda (MgO). Realizou-se novamente à destilação dessa solução em destilador de arraste de vapores, em novo erlenmeyer com H3 BO3 , até que o volume do condensado nesse recipiente de 50 mL. O produto obtido foi titulado com a solução de HCl 0,01 mol L−1 até o ponto final da titulação, onde a solução retornou a 4.7 Análise do tecido vegetal 93 coloração inicial de cor vinho (EMBRAPA, 1997). 4.6.13 Análise de metais pesados Zn, Cr e Pb Foram pesados 5,00 g de solo e colocados em tubos de ensaio de 50 mL, completando o volume com ácido clorı́drico a mol L−1 . Os tubos foram colocados em mesa agitadora MARCA E MODELO, por 20 minutos. Após este perı́odo, colocados em repouso. Posteriormente, as amostras foram filtradas à vácuo em meio ácido utilizando filtro Millipore, avolumado para 50 mL e transferido para recipientes plásticos, armazenados à 16 o C para análise por FAAS. 4.7 Análise do tecido vegetal 4.7.1 Análise de Nitrogênio As folhas verdes, após a coleta em campo, foram lavadas rapidamente com bastante água da torneira e enxaguadas com água destilada. Então, foi realizada uma seleção, onde foram eliminadas as folhas secas, murchas ou deterioradas. Em seguida, as folhas foram colocadas em saco de papel, secadas à temperatura ambiente. Posteriormente, foram trituradas em moinho do tipo Willye (TE - 650 TECNAL) e finalmente armazenadas em fracos para subseqüente análise (EMBRAPA, 1997). i)Método de Kjeldahl 4.8 Análise de metais pesados 4.8 94 Análise de metais pesados Foram pesados 0,250 g de matéria seca da amostra de planta e colocados em re- cipiente de Teflon, submetidos a tratamento com HF concentrado por 24 horas. Após este perı́odo, as amostras foram filtradas e colocados em tubos de ensaio, acrescentou-se, então, 7,5 mL de uma mistura de HNO3 destilado e HClO4 (4:1), os tubos foram colocados em bloco digestor, temperatura de 120 na primeira hora e a 200 o C, por duas horas. Após este perı́odo, as mostras foram filtradas e transferidas para balão volumétrico de 50 mL, sendo o volume completado com água deionizada. Posteriormente, as amostras foram analisadas por FAAS (SKOOG e WEST, 1976; SKOOG, 1998; MALAVOLTA, 1997). 4.9 Teste de Tukey A análise de variância e o teste de Tukey, que é baseado na amplitude total estu- dentizada (”studentized range”), foi utilizado para verificar os contraste entre as médias dos dados obtidos em cada tratamento. Este teste tem como vantagem o fato de ser rı́gido e de uso muito simples quando o número de repetições é o mesmo para todos os tratamentos. Foi montado por espécie (tipo de solo): contaminante (combinações) versus concentrações do metal analisado (Zn, Cr e Pb). Foi calculado o valor de △ = q s / √ r, em que q é o valor da amplitude total estudentizada ao nı́vel de 5 % de probabilidade; s é a estimativa do desvio-padrão residual, e r é o número de repetições, suposto o mesmo para todos os tratamentos (PIMENTELGOMES, 2000). Capı́tulo 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Propriedades Fı́sicas e Quı́micas dos solos A Tabela 5.1 mostra as caracterı́sticas fı́sicas e quı́mica dos dois solos. Os valores do pH (CaCl2 ) foram 5,56 no Latossolo e 5,88 no Podzólico, enquanto que o pH (H2 O) foi 5,57 e 5,90, respectivamente, apresentado uma acidez média de 5,0 a 5,9. Segundo Tomé (1997), os valores de pH em que ocorre Al trocável em nı́veis tóxicos são pH < 5,5 (em água) e pH < 5,0 (em CaCl2 ). Desta forma justifica-se a ausência de Al nas amostras de solo. Com o valor de pH foi estimada a carga lı́quida do solo: ∆pH = pH (Ca Cl2 ) - pH (H2 O) 5.1 Propriedades Fı́sicas e Quı́micas dos solos 96 Tabela 5.1: Caracterização fı́sica e quı́mica dos solos antes do cultivo Variável pH (CaCl2 ) pH (H2 O) Latossolo Podzólico 5,56 5,88 5,57 5,90 cmol dm−3 P K Na 0,09 0,12 0,04 1,28 0,84 0,19 2,35 0,20 ND 3,17 10,48 2,03 ND 5,23 0,49 13,00 22,40 0,70 66,20 113,81 173,00 8,19 7,32 0,53 ND ND 51,00 40,80 41,70 1,00 ND ND cmol dm−3 Ca Mg Al H + +Al g dm−3 N C M.O. mg dm−3 Fe Zn Mn Cu Cr Pb *ND = Não detectado 5.1 Propriedades Fı́sicas e Quı́micas dos solos 97 Os cálculos mostram que no Latossolo, o valor de △pH foi −0,01 e no Podzólico de −0,02, ou seja, △pH negativo, indicando predominância de cargas negativas nos solos estudados. A Tabela 5.1 mostra valores caracterı́sticos de M.O. para o Latossolo e valores elevados para o Podzólico. No caso do Podzólico a quantidade de M.O. representa uma alta capacidade de troca catiônica; ou seja, este solo tem maior capacidade de retenção de cátions e maior disponibilidade de P. Em princı́pio, este fato justificaria as maiores concentrações de metais encontradas no Podzólico. Os ı́ndices genéricos para a classificação de K trocável indicam que no Latossolo os teores de K são médios (de 40 a 120 mg K dm−3 ) e altos para o Podzólico (> de 120 mg K dm−3 ). Observa-se variação na classificação dos teores de K em função da textura do solo. A textura e a C.T.C (Capacidade de Troca de Cátions) dos solos estão intimamente relacionadas, sendo que solos mais arenosos possuem menor C.T.C. Assim, pode-se dizer que o nı́vel de K trocável é adequado as plantas. Pela Saturação em K pode-se avaliar a relação entre o teor de K e a C.T.C., conforme a equação: Sat. em K(%) = cmolc dm−3 x (cmolc (C.T.C. Total) dm−3 )−1 x 100 No Latossolo a Sat. em K (%) foi de 2,01 % e de 12,77 % no Podzólico. Para a maioria das culturas estes valores estão entre 3 e 5 %. O Na não é um nutriente essencial às plantas e sua quantidade no solo é bem pequena, menor que o K que é o cátion menos abundante na C.T.C. No Latossolo a Saturação em Na foi de 0,728 % e de 0,648 % no 5.1 Propriedades Fı́sicas e Quı́micas dos solos 98 Podzólico. A Saturação por Na na C.T.C. inferior a 1 % indica que trata-se de um solo não-salino. Os teores de Ca e Mg para o Podzólico foram altos segundo ı́ndices usados para classificação (RAIJ et al., 1996). A saturação de Ca no Latossolo foi de 40,25 % e no Podzólico 159,8 %, acima do normal. Já a saturação de Mg foi de 3,42 % no Latossolo, abaixo do normal, e no Podzólico de 30,95 %, nı́veis normais, caracterizando também um solo fértil. No Latossolo a saturação por bases foi de 45,69 % e de 71,80 % no Podzólico. A saturação por bases é um indicativo das condições gerais de fertilidade do solo, neste caso o Latossolo pode ser classificado como um solo distrófico ou pouco fértil e o Podzólico como eutrófico ou fértil. O N Total foi calculado com base no teor de M.O., seguindo a equação: Teor de N = Teor M.O. x 0,05 Assim, o teor encontrado para o Latossolo foi de 1,12 e de 5,69 para o Podzólico. Os teores encontrados de Zn, Mn e Cu no Podzólico foram maiores que o Latossolo, exceto para o Fe que foi maior no Latossolo. 5.2 Concentração de Cr, Pb e Zn nos solos 5.2 99 Concentração de Cr, Pb e Zn nos solos As concentrações de Cr, Pb e Zn dos dois tipos de solos, onde foram cultivadas as espécies Commelinea erecta, Monotagma laxum, Borreia capitata, Cyperus surinamensis, Nephrolepis biserrata e Panicum maximum, são mostradas na Tabela 5.2. As maiores e menores concentrações de Cr foram observadas nos dois tipos de solos das espécies Commelina erecta, Monotagma laxum, Borreia capitata e Nephrolepis biserrata, respectivamente. Na espécie Panicum maximum o Cr teve maior concentração no Podzólico. Tabela 5.2: Concentrações de Cr, Pb e Zn (mg kg−1 ) presente nas amostras de solo utilizados no experimento. Valores obtidos dentro da instalação do experimento. Espécies Commelinea erecta Monotagma laxum Borreia capitata Cyperus surinamensis Nephrolepis biserrata Panicum maximum Solos Latossolo Podzólico Latossolo Podzólico Latossolo Podzólico Latossolo Podzólico Latossolo Podzólico Latossolo Podzólico Cr 5,04 3,56 6,63 6,00 5,71 4,04 0,38 0,26 5,00 6,00 <0,05 3,50 Pb <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 2,50 <0,06 1,03 2,03 0,68 0,91 2,50 <0,06 Zn 14,58 48,08 18,79 55,94 18,50 60,38 13,50 31,50 13,00 34,00 18,50 37,50 O Pb apresentou concentrações altas nos dois solos das mudas onde foram cultivads as espécies Cyperus surinamensis e Nephrolepis biserrata. Já na Commelinea erecta e Monotagma laxum, as concentrações deste metal, nos dois tipos de solos, estavam abaixo do limite de detecção (<0,05 mg kg−1 ). No Latossolo onde foi cultivada a Borreia capitata e Panicum maximum os teores foram altos e no Podzólico os teores estavam abaixo 5.3 Concentração de Cr, Pb e Zn nas plantas 100 do limite de detecção (<0,05 mg kg−1 ). No caso do Zn, foram encontradas as maiores concentrações no Podzólico observado para todas as espécies cultivadas. A redução da quantidade de Pb e Cr e o aumento do Zn, de forma geral, revelam que esses elementos de alguma forma interagiram com as respectivas espécies das culturas cultivadas. Isso fica mais evidente quando são observadas as médias de concentração obtidas em cada espécie de plantas. 5.3 Concentração de Cr, Pb e Zn nas plantas A distribuição de Zn, Cr e Pb nas raı́zes, caules e folhas foi avaliada, tanto nos trata- mentos realizados no Latossolo como no Podzólico. Sendo que, nesta tese são mostrados apenas os valores significativos de cada espécie cultivada no Latossolo e Podzólico. 5.4 Panicum maximum De modo geral, o Pb é igualmente distribuı́do em toda Panicum maximum cultivada no Latossolo, principalmente para tratamentos feitos com Zn-Cr-Pb (Tabela 5.3). Neste tratamento o teste de Tukey mostra uma média para o Pb, nı́veis mais baixos de Cr e uma distribuição de Zn marcada pela maior concentração nos caules. Nas raı́zes o Pb foi absorvido de 12 a 30 % da solução adicionada no Latossolo (Figura 5.1), sendo que a maior concentração é observada no tratamento realizado com 5.4 Panicum maximum 101 Tabela 5.3: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Panicum maximum no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamentos Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Zn Cr Zn Cr Zn Zn Zn Zn Pb Zn Pb Zn Pb Cr Cr Cr Cr Pb Cr Pb Cr Pb Pb Pb Pb Amostra R C F R C F R C F R C F R C F R C F R C F Cr <0,05 <0,05 <0,057 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Pb 15,00 14,95 14,65 13,00 12,63 12,75 11,88 10,38 11,75 6,00 11,00 8,00 11,15 5,23 12,13 11,62 10,38 12,23 6,38 5,25 11,97 A A A AB AB AB AB ABCDE AB DEF ABCD BCDEF ABC F AB AB ABCDE AB CDEF EF AB Zn <0,008 15,40 1,90 25,00 <0,008 36,30 <0,008 <0,008 9,80 <0,008 <0,008 <0,008 2,80 <0,008 <0,008 9,40 <0,008 <0,008 <0,008 18,30 <0,008 CD EF B A DE EF DE BC 5.4 Panicum maximum 102 Zn-Cr-Pb e a menor nos tratamentos usando o Pb e Zn-Pb. De acordo com o teste de Tukey, os feitos com Zn-Cr, Zn, Cr-Pb e Cr são significativamente iguais para o nı́vel de P<0,05, cujos valores de concentração de Pb presentes nas raı́zes variam de 22 a 26 %. No caso dos tratamentos feitos com Pb e Zn-Pb observa-se uma completa diferença com outros tratamentos. Figura 5.1: Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Panicum maximum cultivada no Latossolo Nos caules, as médias obtidas pelo teste de Tukey revelaram que o Pb absorvido apresentou o mesmo nı́vel que as raı́zes, ou seja, de 10 a 30 % dependendo do tipo de tratamento aplicado. O tratamento que apresentou maior concentração foi o Zn-Cr-Pb, com valores em torno de 30 %. Já nos tratamentos com Zn-Pb, Cr-Pb ou Zn, os caules tiveram concentrações de Pb entre 20 e 22 %. Porém, nos tratamentos com Cr e Pb foi observado a menor concentração, com valores em torno de 10 % de Pb. Em termos de efeito de tratamento, o teste de Tukey mostra uma diferença clara e semelhanças nos tratamentos Zn e Cr-Pb, mesmo assim para uma significância de P < 0,05. Em princı́pio, 5.4 Panicum maximum 103 a presença de Pb nos caules da Panicum maximum é influenciada pela presença de Zn ou da combinação Cr-Pb. Nas folhas, o teste de Tukey indicou que o Pb foi absorvido de 16 a 29 % dependendo do tipo de tratamento. A maior concentração é observada no tratamento com Zn-Cr-Pb, cujos valores de Pb absorvido estão em torno de 29 %. E os tratamentos com Zn-Cr, CrPb, Cr, Pb e Zn, os valores de concentração deste elemento presentes nas folhas variaram de 23 a 25 %. Por outro lado, a menor concentração absorvida foi observado no tratamento Zn-Pb, com valores de concentração de Pb em torno de 16 % . Os resultados mostram que Zn apresentou altas variações de concentrações de acordo com o tratamento. Nas raı́zes observou-se concentrações de Zn para Zn-Cr, Cr-Pb e Cr; nas folhas para Zn-Cr-Pb, Zn-Cr e Zn; nos caules Zn-Cr-Pb e Pb, revelando uma efetiva relação entre este elemento e o Pb absorvido no Latossolo. Nas mudas cultivadas no Podzólico, o Cr foi o elemento a apresentar maiores concentrações na Panicum maximum (Tabela 5.4). O Zn continua a ter maior concentração nos caules e o Pb não foi detectado. Nas raı́zes, o Cr foi absorvido de 33,2 a 43,9 % dependendo do tipo de tratamento (Figura 5.2). A maior concentração foi observada no tratamento feito com Cr e a menor ocorreu para o tratamento com Zn-Pb. O teste de Tukey revela uma diferenciação nos tratamentos aplicados. Apesar desta diferença nas raı́zes ficaram retidas de 35 a 41 % de Cr. Nos caules, o Cr foi absorvido de 36,5 a 47,5 % tendo a maior concentração nos 5.4 Panicum maximum 104 Tabela 5.4: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Panicum maximum no Podzólico (P) obtidas pelo teste de Tukey 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamentos Zn Pb Zn Pb Zn Pb Zn Cr Zn Cr Zn Cr Zn Zn Zn Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Cr Cr Cr Cr Pb Cr Pb Cr Pb Pb Pb Pb Amostra R C F R C F R C F R C F R C F R C F R C F Cr 9,95 23,70 20,30 19,50 23,43 22,23 16,58 19,08 21,90 17,77 21,20 20,88 21,95 23,20 21,98 18,63 18,25 21,13 20,73 21,98 21,83 D A ABC ABC A AB C ABC ABC BC ABC ABC ABC AB ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC Pb <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 Zn 80,00 11,25 18,61 82,00 <0,008 8,00 54,50 4,80 <0,008 57,30 49,30 <0,008 63,40 <0,008 <0,008 47,40 7,70 8,10 51,80 <0,008 <0,008 A EF E A FG BCD FG BC CD B D FG FG CD 5.4 Panicum maximum 105 Figura 5.2: Distribuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Panicum maximum cultivada no Podzólico tratamentos com Zn-Pb, Zn-Cr e Cr e a menor no tratamento com Cr-Pb. Os tratamentos Pb, Zn-Cr-Pb e Zn apresentaram efeito similares de acordo com o teste de Tukey, com concentração Cr variando entre 38 e 43 %. Nas folhas, o Cr foi absorvido de 40,6 a 44,5 % dependendo do tipo de tratamento. A maior concentração de Cr ocorreu nos tratamentos Zn-Cr, Cr, Zn e Pb. E os tratamentos Cr-Pb, Zn-Cr-Pb e Zn-Pb apresentaram o mesmo efeito para P < 0,05 no teste de Tukey, com os valores de Cr variando entre 40 e 43,7 %; nestes tratamentos observam-se a menor concentração deste metal (Tabela 5.4). A concentração do Zn absorvido nas três partes da planta variou significativamente dependendo do tipo de tratamento. Particularmente, no caso do tratamento feito com CrPb e Zn-Pb observa-se a seguinte distribuição de R > F > C e R >F > C, respectivamente. Nos outros tratamentos não há nenhuma seqüência determinada. 5.4 Panicum maximum 106 No Latossolo observa-se praticamente ausência de Cr e no Podzólico de Pb. Outro aspecto a ser observado, são as concentrações de Zn, bastante variadas dependendo do tipo de tratamento efetuado na planta. Agora, marcadamente, sua concentração foi maior nas mudas de Panicum maximum cultivada no Podzolico. Em relação a distribuição dos contaminantes nas diferentes partes da planta podese observar que nas mudas cultivadas no Latossolo, o Cr não foi detectado, o Pb nos tratamentos Cr-Pb, Cr e Pb a distribuição foi F > R > C e para os tratamentos Zn-Cr e Zn a distribuição foi R > F > C, o tratamento Zn-Cr-Pb (R > C > F) e Zn-Pb (C > F > R). De uma forma geral o Pb esteve mais concentrado nas folhas da espécies estudada. Já o Zn nota-se que os tratamentos Cr-Pb e Cr apresentaram a mesma distribuição R > F= C e os demais apresentaram distribuições aleatórias, mas, no geral, o Zn estava em maior concentração nas folhas. No Podzólico, a distribuição do Cr absorvido foi C > F > R nos tratamentos ZnCr-Pb, Zn-Cr, Cr, Pb, Zn-Cr. O tratamento Cr-Pb apresentou uma distribuição F > R > C e o tratamento Zn F > C > R. O Zn absorvido apresentou a distribuição R > C > F nos tratamentos Zn-Cr-Pb, Cr-Pb e Zn. Da mesma forma, os tratamentos Zn-Cr e Zn-Pb tiveram distribuição R > F > C e os tratamentos Cr e Pb (R > F = C). Em termos de fitorremediação, segundo Baker (2000), a espécie Panicum maximum apresenta uma tolerância multipla a Pb e Zn no Latossolo e a Cr e Zn no Podzólico, sugerindo uma tolerância cruzada ou co-tolerância entre estes metais. Os nı́veis de Pb e Cr encontrados neste trabalho permitem classificar esta planta como hiperacumuladora. já que o limite normal destes metais na planta é 0,1-5 mg kg−1 (GARDEA et al., 2005). Além 5.5 Nephrolepis biserrata 107 disso, dentre as várias estratégias de fitorremediação, a espécie Panicum maximum pode ser classificada como fitoextratora, por causa das quantidades destes metais encontrados nas folhas das mudas cultivadas no Latossolo e nas raı́zes das cultivadas no Podzólico. Segundo Fakayode e Onianwa (2002), ao estudar a Panicum maximum em solo de uma área vizinha a um complexo industrial, obteve concentrações médias de Pb 143,2 mg kg−1 , Cr 26,6 mg kg−1 e Zn 247,4 mg kg−1 no solo, e nas plantas Pb 2,9 mg kg−1 , Cr 2,3 mg kg−1 e Zn 0,72 mg kg−1 , constatando que esta espécie tem boa capacidade de bioacumular Cr. A mesma espécie já foi estudada como fitorremediadora de Pb e compostos orgânicos (SOARES et al., 1999; ACCIOLY, 2001). 5.5 Nephrolepis biserrata A Tabela 5.5 mostra as concentrações de Zn, Cr e Pb encontradas nas folhas, caule e raizes da espécie Nephrolepis biserrata cultivada no Latossolo e Podzólico. O mesmo comportamento observado para a Panicum maximum ocorreu nesta planta. No Latossolo somente o Pb foi absorvido e no Podzólico o Cr. Outro comportamento semelhante são as concentrações aleatórias de Zn presentes nas diversas partes da planta. O teste de Tukey revela que nas raizes, a concentração de Pb foi de 6,2 a 24,5 % da solução adicionada no solo, dependendo do tipo de tratamento aplicado a muda (Figura 5.3). Particularmente, no tratamento realizado com Zn-Cr a raiz desta planta apresentou a maior concentração deste metal. No Latossolo contaminado por Zn-Cr-Pb, Zn-Pb, Pb e Cr, com concentrações de Pb de 14,7 a 19,2 %, apresenta a mesma significância no limite de 5.5 Nephrolepis biserrata 108 Tabela 5.5: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Nephrolepis biserrata no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamento Zn Pb Zn Pb Zn Pb Zn Cr Zn Cr Zn Cr Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Zn Zn Cr Pb Cr Pb Cr Pb Cr Cr Cr Pb Pb Pb Am. R C F R C F R C F R C F R C F R C F R C F Cr <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Pb 9,25 11,00 20,63 12,25 16,43 6,38 9,58 6,83 4,40 3,10 7,08 7,55 4,78 4,90 0,45 7,38 14,75 7,63 7,83 7,53 7,63 DEF CDE A BCD AB EFGH DE EFGH GHIJ HIJ EFGH EFGH FGHI FGHI IJ EFGH BC DEFGH DEFG EFGH DEFGH Zn 58,50 19,60 61,00 42,50 <0,008 83,00 <0,008 <0,008 <0,008 <0,008 10,80 40,40 <0,008 42,50 40,60 41,30 9,60 <0,008 <0,008 <0,008 <0,008 BC E B CD A EF D CD D CD EF 5.5 Nephrolepis biserrata 109 confiança de P< 0,05. Por outro lado, os tratamentos usando o Zn e Cr-Pb apresentaram a menor concentração de Pb, com variação de 6,2 a 9,5%, respectivamente, além de serem completamente diferentes nos dois nı́veis de significância estudado no Latossolo. Figura 5.3: Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Nephrolepis boserrata cultivada no Latossolo O teste de Tukey mostrou que nos caules, o Pb foi absorvido de 9,8 a 32,8 %,sendo o tratamento feito com Zn-Cr a ter maior concentração e menor no tratamento Cr-Pb. Os tratamentos com Pb e Zn apresentaram variâncias semelhantes, com valores de concentração absorvidos de 13,6 a 15,0 %. Os outros tratamentos são caracterizados por serem diferentes para P< 0,05 no Latossolo. Nas folhas, o teste de Tukey revelou que o Pb foi absorvido de 0,9 a 41,2 %,cuja maior ocorreu no tratamento com Zn-Pb, com valores de 41,2 %, e a menor no tratamento Cr-Pb, com valores em torno de 0,9 % (Tabela 5.5). Em termos de semelhanças de efeito observa-se que os tratamentos com Cr, Pb, Zn e Zn-Cr são semelhantes independentemente do limite de confiança. A distribuição de Zn nas três partes da planta é caracterizada 5.5 Nephrolepis biserrata 110 por ter Pb no tratamento com Zn-Pb nas raı́zes, caules e folhas. O tratamento com Cr, o Pb esta presente nas raı́zes e caules, no tratamento com Zn-Cr nas raı́zes e folhas e o tratamento com Zn e Cr-Pb nos caules e folhas. Nas mudas cultivadas no Podzólico, o Cr esta distribuı́do amplamente nas três partes da planta. Porém, nas raı́zes, o Cr foi absorvido de 27,5 a 43,2 % dependendo do tipo de tratamento (Figura 5.4). A maior concentração foi observada nos tratamentos feitos com Pb e Zn, entre 43,0 e 43,2 respectivamente, e a menor ocorreu para o tratamento com Cr, 27,5 %. O teste de Tukey mostra que os tratamentos feitos com Zn e Pb; Cr-Pb, Zn-Cr, Zn-Pb e Cr apresentaram nveis de significância semelhantes entre si. Figura 5.4: Distribuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Nephrolepis biserrata cultivada no Podzólico Nos caules, o Cr foi absorvido de 22,2 a 40,1 %, cuja maior concentração foi observada para o tratamento com Zn e o menor para o tratamento com Zn-Cr. Em termos de efeito de contaminação, os tratamentos Cr-Pb e Pb apresentaram efeito similares, independente do nı́vel de significância, com concentração Cr variando entre 31,8 e 37,2 %. 5.5 Nephrolepis biserrata 111 Tabela 5.6: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Nephrolepis biserrata no Podzólico (P) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamento Zn Zn Zn Zn Cr Zn Cr Zn Cr Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Pb Zn Pb Zn Pb Cr Pb Cr Pb Cr Pb Cr Cr Cr Pb Pb Pb Am. R C F R C F R C F R C F R C F R C F R F C Cr 21,68 20,05 18,73 20,25 11,13 17,73 15,98 12,43 16,95 15,23 15,93 8,80 20,40 18,63 19,98 13,75 13,40 22,35 21,53 20,83 17,33 AB ABCD ABCDE ABCD EF ABCDE ABCDEF DEF ABCDE ABCDEF ABCDEF F ABCD ABCDE ABCD BCDEF CDEF A ABC ABC ABCDE Pb <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 Zn 55,50 19,30 51,70 66,20 57,90 51,50 1,02 31,60 50,00 1,11 36,50 60,00 60,00 <0,008 50,60 52,80 36,50 66,80 84,30 42,10 21,00 BC G BCD B BC BCD H EFG BCD H DEF B B BCD BCD DEF B A CDE FG 5.5 Nephrolepis biserrata 112 Nas folhas, o Cr foi absorvido de 33,9 a 44,7 % dependendo do tipo de tratamento. A maior concentração de Cr ocorreu nos tratamentos Cr e Pb e a menor no tratamento feito com Zn-Cr-Pb (Tabela 5.6). E os tratamentos Zn, Zn-Cr e Zn-Cr-Pb apresentaram o mesmo efeito no limite de confiança de P< 0,05. Da mesma forma que ococrreu com a Panicum maximum, existe uma diferença significativa quanto a absorção de Cr e Pb nos dois solos dependendo do tipo de tratamento. No Latossolo observa-se praticamente ausência de Cr e no Podzólico de Pb, bem como o Zn. Na distribuição dos contaminantes em diferentes partes da planta pode-se observar que nas mudas cultivadas no Latossolo, o Cr não foi detectado, o Pb nos tratamentos CrPb e Zn-Cr a distribuição foi C > R > F e para os tratamentos Zn-Pb e Zn a distribuição foi F > C > R, o tratamento Zn-Cr-Pb (R > C > F), Cr (C > F > R) e Pb (R > F > C). O Pb esteve concentrado nos caules da espécies estudada. Nota-se que na determinação de Zn para os tratemntos Zn-Cr-Pb e Pb apresentaram a mesma distribuição R=C=F, assim como os tratamentos Zn-Cr e Zn-Pb com a distribuição F > R > C e os demais tratamentos apresentaram distribuições aleatórias, mas, de uma forma geral, o Zn estava em maior concentração nas folhas. No Podzólico os tratamentos Zn-Cr, Cr-Pb e Pb a distribuição do Cr absorvido foi R > F > C. Os tratamentos Zn-Cr-Pb e Cr apresentaram distribuição F > R > C e o tratamento Zn (R > C > F) e Zn-Pb (C > R > F), no total o Cr esteve concentrado nas raı́zes da planta. O Zn absorvido apresentou a distribuição R > F > C nos tratamentos Cr-Pb, Pb e Zn. Os tratamentos Zn-Cr-Pb e Zn-Pb tiveram distribuição F > C > R e os 5.6 Commelineae erecta 113 tratamentos Zn-Cr (C > F > R) e Cr (F > R > C). A espécie Nephrolepis biserrata apresentou, uma tolerância multipla a Pb e Zn no Latossolo e a Cr e Zn no Podzólico, sugerindo uma tolerância cruzada ou co-tolerância entre estes metais (Baker, 2000). Conforme as várias técnica de fitorremediação, a espécie Nephrolepis biserrata pode ser utilizada como fitoextratora pois os metais estavam concentrados nas folhas e caules das mudas cultivadas no Latossolo e nas raı́zes e folhas das cultivadas no Podzólico. Segundo Omojola et al. (2004), a mesma espécie pode ser classificada como fitorremediadora. A absorção de Cr, Pb e Zn pela espécie Nephrolepis cordifolia entre dez espécies selecionadas, e seu potencial fitorremediador foi investigada por Kachenko et al. (2006). As 10 espécies foram expostas as concentrações 0, 50, 100 e 500 mg kg−1 . Segundo o mesmo autor, observou-se que para todas as espécies a acumulação aumentou com o acréscimo da concentração do metal no tratamento, sendo fixados nas raı́zes. 5.6 Commelineae erecta As médias das concentrações, encontradas pelo teste de Tukey, mostram que o Pb absorvido nas raizes da Commelineae erecta variou de 18,0 e 39,2 % conforme o tipo de tratamento aplicado (Figura 5.5), no Latossolo (Tabela 5.7). Sendo que, a maior concentração ocorreu no tratamento realizado com Cr e a menor para o tratamento ZnCr-Pb. Além disso, segundo o teste de Tukey os tratamentos com Zn-Cr, Zn-Pb, Pb e Cr-Pb, com valores de Pb absorvido entre 29,1 e 35,5%, tiveram a mesma variância 5.6 Commelineae erecta 114 (P<0,05). Figura 5.5: Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Commelina erecta cultivada no Latossolo Nos caules, o teste de Tukey revelou que o Pb foi absorvido entre 18,0 a 40,0 % e os tratamentos Cr e Cr-Pb apresentaram as maiores concentrações, ambos com valores de 40,0 % e a menor ocorreu para o tratamento Zn-Cr-Pb, com valores de 18,0 %. Já os tratamentos Zn, Zn-Cr, Cr e Zn-Pb apresentaram os mesmos efeitos de concentração para P< 0,05, com valores entre 33,0 e 35,6 %. Nas folhas, o Pb foi absorvido de 26,6 a 41,0 % dependendo do tipo de tratamento, sendo que a maior concentração foi encontrada na contaminação feita com Zn-Cr-Pb, com valor foi 41,0 % e a menor concentração foi encontrada no tratamento Zn. O teste de Tukey revelo que todos os tratamentos possuem diferenças significativas, ou seja, praticamente o Pb foi absorvido por esta parte da planta da mesma forma. Nas mudas cultivadas no Podzólico, o Cr esta distribuı́do de forma distinta nas 5.6 Commelineae erecta 115 Tabela 5.7: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Commelineae erecta no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamento Zn Zn Zn Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Pb Zn Pb Zn Pb Zn Cr Zn Cr Zn Cr Cr Pb Cr Pb Cr Pb Cr Cr Cr Pb Pb Pb Amostra R C F R C F C R F R C F R C F R C F R C F Cr <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Pb 11,38 16,53 13,33 9,00 7,25 20,50 17,48 16,00 17,58 17,75 17,80 19,98 14,55 20,00 17,33 19,60 20,25 19,28 14,88 12,63 13,80 AB A AB AB AB A A A A A A A AB A A A A A AB AB AB Zn <0,008 71,20 76,50 65,50 83,40 60,50 77,34 <0,008 60,00 <0,008 84,70 58,20 <0,008 80,50 65,60 72,90 34,60 82,50 53,80 83,10 51,50 ABC AB BCD A CD AB CD A CD A BCD ABC E A D A D 5.6 Commelineae erecta 116 três partes da planta. Nas raı́zes, a concentração de Cr absorvido foi de 31,8 a 48,0 % de acordo com tipo de tratamento (Figura 5.6). A maior concentração foi observada nos tratamentos feitos com Zn-Cr-Pb e Zn-Cr, com variação de 42,0 a 48,0 %, respectivamente, e a menor ocorreu para o tratamento com Cr-Pb, 31,8 %. Já os tratamentos Zn-Pb, Cr e Pb apresentaram as mesmas variâncias no teste de Tukey, no intervalo de concentração de 32,0 a 32,7 %. Figura 5.6: Distrivbuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Commelina erecta cultivada no Podzólico Nos caules, o Cr foi absorvido de 2,0 a 41,5 %, sendo que a maior concentração de Cr foi observada para o tratamento com Zn-Cr-Pb e o menor ocorreu para o tratamento com Zn. Os tratamentos Zn-Pb, Zn-Cr e Cr-Pb apresentaram efeito similares para P < 0,05, com concentração Cr variando entre 35,0 e 39,5 %. O Cr presente nas folhas apresentou concentrações absorvidas de 15,2 a 41,2 % dependendo do tipo de tratamento. A maior concentração de Cr ocorreu no tratamento Zn-Cr-Pb e menor para Zn (15,2 %). E os tratamentos Zn-Cr, Zn-Pb e Cr-Pb apre- 5.6 Commelineae erecta 117 Tabela 5.8: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Commelineae erecta no Podzólico(P) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamento Zn Pb Zn Pb Zn Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Zn Zn Zn Cr Zn Cr Zn Cr Cr Pb Cr Pb Cr Pb Cr Cr Cr Pb Pb Pb Amostra R C F R C F R C F R C F R C F R C F R C F Cr 16,35 17,35 18,98 24,03 20,75 20,60 12,05 1,00 7,58 20,88 18,60 18,58 15,88 19,78 20,25 15,88 7,33 <0,05 15,88 12,98 12,65 ABC AB AB A AB AB ABCD dCD BCD AB AB AB ABC AB AB ABC BCD ABC ABCD ABCD Pb <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 Zn 1,08 0,48 43,10 1,50 0,52 77,80 0,78 55,00 47,50 1,42 69,00 51,80 95,70 76,70 35,60 70,70 79,50 47,90 82,30 83,00 32,60 H H DEF H H BC H D DE H C D A BC FG BC BC DE B B G 5.6 Commelineae erecta 118 sentaram o mesmo efeito de concentração segundo o teste de Tukey, com concentrações variando entre 37,2 e 40,5 %. De acordo com distribuição dos contaminantes em diferentes partes da planta podese observar que a distribuição foi F > C > R e para os tratamentos Cr-Pb e Zn a distribuição foi C > F > R, o tratamento Zn-Cr-Pb (F > R > C), Cr (C > R > F) e Pb (R > F > C). O Pb esteve concentrado nas folhas da espécies estudada.O Zn presente nos tratemntos Zn-Cr, Cr-Pb e Zn-Pb apresentaram a mesma distribuição C > F > R, agora nos tratamentos Zn-CPb e Pb a distribuição encontrada foi C > R > F e os demais tratamentos apresentaram distribuições aleatórias, mas, de uma forma geral, o Zn estava em maior concentração nos caules. No Podzólico de uma forma geral o Zn esteve concentrado nos caules da planta. Os tratamentos Zn-Cr-Pb, Cr-Pb, Cr e Pb possuem uma distribuição de Cr absorvido de R > C > F. Os tratamentos Cr-Pb e Zn-Pb apresentaram distribuição F > C > R e o tratamento Zn (R > F > C), na média geral o Cr esteve concentrado nas raı́zes da planta. O Zn absorvido apresentou a distribuição F > R > C nos tratamentos Zn-Cr-Pb e Zn-Pb. Os tratamentos Zn-Cr e Zn tiveram distribuição C > F > R e os tratamentos Cr e Pb (C > F > R) e Cr-Pb (R > C > F). A espécie Commelineae erecta, segundo Baker (2000), apresentou uma tolerância multipla a Pb e Zn no Latossolo e a Cr e Zn no Podzólico, sugerindo uma tolerância cruzada ou co-tolerância entre estes metais. A espécie pode ser classificada como hiperacumuladora. Conforme as várias técnica de fitorremediação, a espécie Commelineae erecta pode ser utilizada como fitoextratora pois os metais estavam concentrados nas 5.7 Monotagma laxum 119 folhas e caules das mudas cultivadas no Latossolo e nas raı́zes e caules das mudas cultivadas no Podzólico. Segundo Anoliefo et al., (2006), a espécie pode ser classificada como fitorremediadora. Segundo Tang et al. (2001), a Commelina communis L. é classificada como uma espécie tolerante a metais pesados. Foram testadas as concentrações 30-101 mg kg−1 de Cr, 66-224 mg kg−1 de Pb e 1,000-2,850 mg kg−1 de Zn. Segundo o mesmo autor, os metais firam fixados nas raı́zes e devido a sua tolerância a metais pesados esta pode ser usada na fitoestabilização de solos contaminados Wei (2005), encontrou concentrações de Zn na Commelina communis L. não maiores que 100 mg kg−1 e Cd 37 mg kg−1 indicando a espécie como potencial exclusor de Cd. 5.7 Monotagma laxum A Tabela 5.9 mostra as concentrações de Zn, Cr e Pb observados nas folhas, caule e raizes da espécie Monotagma laxum cultivada no Latossolo e Podzólico, cujo principal dado é que a maior concentração de Pb absorvido ococrre nas folhas desta planta cultivada no Latossolo. A distribuição de Pb nas três partes da planta revelam que, nas raı́zes este elemento foi absorvido de 9,2 a 42,7 % de acordo com o tipo de tratamento aplicado no Latossolo (Figura 5.7). Em relação ao tipo de tratamento, a maior concentração de Pb absorvido pelas raı̀zes ocorreu no tratamento realizado com Cr-Pb, porém, o tratamento usando 5.7 Monotagma laxum 120 Tabela 5.9: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Monotagma laxum no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamento Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Zn Cr Zn Cr Zn Pb Zn Pb Zn Pb Zn Zn Zn Cr Pb Cr Pb Cr Pb Cr Cr Cr Pb Pb Pb Am. R C F R C F R C F R C F R C F R C F R C F Cr <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Pb 10,08 7,45 20,75 6,65 21,85 18,75 20,63 15,45 17,25 18,33 9,78 7,08 21,38 7,40 20,00 4,60 14,95 17,98 9,50 12,28 19,93 BCDEFG DEFG A EFG A ABC A ABCDE ABD ABC BCDEFG DEFG A DEFG AB FG ABCDE ABC CDEFG ABCDEF AB Zn 41,30 85,00 90,20 84,90 84,70 11,70 48,40 84,60 18,10 64,60 40,90 61,30 61,90 87,40 24,00 <0,008 42,90 21,40 62,50 30,90 35,80 BCDE A A A A EF BCD A DEF AB BCDE ABC ABC A DEF BCDE DEF ABC CDEF BCDE 5.7 Monotagma laxum 121 Cr apresentou menor concentração. Os resultados dos efeitos, segundo Tukey, não significativamente iguais em nenhum dos tratamentos . Este comportamento é totalmente semelhante ao das outras plantas. Figura 5.7: Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Monotagma laxum cultivada no Latossolo Nos caules, o Pb foi absorvido entre 24,56 e 43,7 % dependendo do tipo de tratamento. No tratamento Pb observa-se menor concentração, com valor de 24,5 %, a maior quantidade ocorreu no tratamento com Zn-Cr, com valores de concentração em torno de 43,7 %. De um modo geral, todos os tratamentos apresentaram também variâncias diferenciadas entre si. Nas folhas, o Pb foi absorvido de 14,8 a 41,3 %, cujos tratamentos com Zn-Pb apresentou a maior concentração, e o tratamento Cr-Pb a menor (14,8 %). Os tratamentos feitos com Pb, Zn-Cr, Zn-Pb, Zn-Cr-Pb e Cr-Pb, segundo o teste de Tukey, são similares no nı́vel de significância de P< 0,05. 5.7 Monotagma laxum 122 A Figura 5.8 mostra que o Cr esta distribuı́do quase que uniformemente nas três partes da planta nas mudas cultivadas no Podzólico. Nas raı́zes, este metal foi absorvido de 30,3 a 46,6 %, em que o tratamento Cr-Pb apresentou maior concentração (46,6 %) e a menor ocorreu para o tratamento com Cr (30,3 %). De uma forma geral, todos os tratamentos apresentaram a mesma variância. Figura 5.8: Distribuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Monatagma laxym cultivada no Podzólico Nos caules, o Cr foi absorvido de 32,7 a 47,6 %, cuja maior concentração foi observada para o tratamento com Cr-Pb e a menor para o tratamento com Zn-Pb. E os demais apresentaram a mesma variância, com concentração Cr variando entre 32,7 e 47,6 %. Nas folhas, o Cr foi absorvido de 31,9 a 45,7 % dependendo do tipo de tratamento. A maior concentração de Cr ocorreu no tratamento Cr, e a menor no tratamento feito com Zn-Pb, com valor de 32,2 %. E os demais tratamentos apresentaram o mesmo a mesma variância. 5.7 Monotagma laxum 123 Tabela 5.10: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Monotagma laxum no Podzólico (P) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamento Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Pb Zn Pb Zn Pb Zn Cr Zn Cr Zn Cr Zn Zn Zn Cr Pb Cr Pb Cr Pb Cr Cr Cr Pb Pb Pb Am. R C F R C F R C F R C F R C F R C F R C F Cr 19,85 18,88 21,50 18,25 16,38 15,98 16,13 16,75 16,88 <0,05 22,28 20,20 23,33 23,83 16,10 15,18 18,63 22,85 16,38 16,63 <0,05 A A A A A A A A A A A A A A aA aA A A A Pb <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 Zn 30,70 31,70 24,10 0,80 36,90 15,80 1,12 66,40 22,09 1,28 <0,008 61,30 38,90 55,00 18,10 1,13 67,60 27,80 1,17 52,50 33,10 DE DE DE FG CD EFG FG A DE FG A BCD AB EF FG A DE FG ABC DE 5.7 Monotagma laxum 124 A distribuição dos contaminantes em diferentes partes da planta observa-se que nas mudas cultivadas no Latossolo, o Cr não foi detectado, o Pb nos tratamentos Zn-Cr-Pb e Zn-Cr a distribuição foi C > F > R e para os tratamentos Cr e Pb a distribuição foi F > C > R, o tratamento Cr-Pb (C > R > F), Zn (R > C > F) e Zn-Pb (F > R > C). O Pb esteve concentrado nas folhas da espécies estudada. Na determinação de Zn os tratemntos Cr e Zn-Pb apresentaram a mesma distribuição C > F > R, os tratamentos Zn e Pb com a distribuição R > F > C e os demais tratamentos apresentaram distribuições aleatórias, mas, com Zn-Cr-Pb (F > C > R), Zn-Cr (R > C > F) e Cr-Pb (C > R > F), o Zn estava em maior concentração nos caules. No Podzólico os tratamentos Zn-Cr-Pb e Zn-Cr a distribuição do Cr absorvido foi F > R > C. Os tratamentos Cr-Pb e Pb apresentaram distribuição C > R > F e o tratamento Zn (C > F > R) e Cr (F > C > R), no total o Cr esteve concentrado nas folhas da planta. O Zn absorvido apresentou distribuição C > F > R nos tratamentos Zn-Cr, Cr, Pb e Zn-Pb. Os tratamentos Zn-Cr-Pb e Cr-Pb tiveram distribuição C > R > F e o tratamento Zn (F > R > C). De uma forma geral, o Zn esteve concentrado nos caules da planta. A espécie Monotagma laxum, apresentou uma tolerância multipla a Pb e Zn no Latossolo e a Cr e Zn no Podzólico, sugerindo uma tolerância cruzada ou co-tolerância entre estes metais (Baker, 2000). A espécie pode ser classificada como hiperacumuladora. Conforme os resultados obtidos, sua tolerância a metais pesados e baseado nas várias técnica de fitorremediação, a espécie Monotagma laxum pode ser utilizada como fitoextratora pois os metais estavam concentrados nas folhas e caules das mudas cultivadas 5.8 Borreia capitata 125 no Latossolo e nas folhas e caules das mudas cultivadas no Podzólico. Esta espécie ainda não havia sido estudada para fins de fitorremediação. 5.8 Borreia capitata A Tabela 5.11 mostra as concentrações de Zn, Cr e Pb observados nas folhas, caule e raizes da espécie Borreia capitata cultivada no Latossolo e Podzólico, cuja maior concentração de Pb ocorreu nos caules da planta cultivada no Latossolo. Os resultados do teste de Tukey mostraram que o Pb foi absorvido de 23,7 a 43,8 % nas raı́zes de acordo com o tipo de tratamento aplicado no Latossolo (Figura 5.9). Nas raı́zes, observa-se que a maior concentração de Pb absorvido ocorreu no tratamento realizado com Cr (43,8 %) e a menor foi observada no tratamento Zn-Pb. Apresentaram a mesma variância (P< 0,01 e P< 0,05) os tratamentos com Zn, Zn-Cr e Zn-Cr-Pb com valores de Pb absorvido entre 27,8 a 28,1 %. Além disso, os tratamentos com Zn-Cr-Pb e Cr-Pb apresentaram o mesmo nı́vel de significância P< 0,05. O teste de Tukey revelou que nos caules que o Pb foi absorvido entre 26,9 e 47,7 % dependendo do tipo de tratamento. O que apresentou maior efeito em termos de concentração foi o realizado com Zn-Cr (47,7 %) e o menor Pb (26,9 %). O teste de Tukey revelou que o Pb absorvido nos caules após tratamento com Zn e Cr-Pb, bem como o tratamento feito com Pb, Zn-Cr-Pb e Zn-Pb apresentaram a mesma significância entre si. Nas folhas, o Pb foi absorvido entre 20,6 a 42,6 %, sendo que a concentração ocorreu 5.8 Borreia capitata 126 Tabela 5.11: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Borreia capitata no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamento Zn Zn Zn Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Zn Cr Zn Cr Zn Pb Zn Pb Zn Pb Cr Cr Cr Cr Pb Cr Pb Cr Pb Pb Pb Pb Am. R C F R C F R C F R C F R C F R C F R C F Cr <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Pb 13,90 13,45 11,35 14,03 15,63 17,50 14,03 23,85 21,30 11,88 15,75 11,75 21,93 18,58 20,55 17,42 13,58 10,30 19,43 15,40 19,98 ABCD BCD CD ABCD ABCD ABCD ABCD A ABC BCD ABCD BCD AB ABCD ABC ABCD BCD D ABCD ABCD ABCD Zn 34,20 37,20 68,20 73,80 43,50 57,20 23,00 80,70 74,40 81,30 29,10 47,40 <0,008 59,70 59,00 50,50 75,50 80,30 20,50 42,00 22,50 EFG EFG ABCD ABC DEFG ABCDEF GH A ABC A FGH CDEFG ABCDE ABCDEF BCDEFG ABC AB GH DEFG GH 5.8 Borreia capitata 127 Figura 5.9: Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Borreia capitata cultivada no Latossolo no tratamento realizado com Zn-Pb (42,6 %) e a menor no tratamento Cr-Pb (20,6 %). Os tratamentos feitos com Pb e Zn-Cr-Pb, bem como, com Zn-Cr e Cr apresentaram as mesmas significâncias entre si para P< 0,05. Nas mudas cultivadas no Podzólico o Cr esta distribuı́do quase que uniformemente nas três partes da planta. A Figura 5.10 mostra que nas raı́zes, o Cr foi absorvido de 27,0 a 40,6 %, sendo a maior concentração com valor de 40,6 % de Zn, e a menor concentração no tratamento com Cr-Pb (27,0 %). Os tratamentos com Cr, Zn-Cr-Pb e Pb apresentaram a mesma variância, assim como os tratamentos Zn-Cr e Zn-Pb. Nos caules, o Cr foi absorvido de 25,3 a 43,2 %, cuja maior concentração Cr foi observada no tratamento com Zn e a menor no tratamento com Zn-Pb. Os tratamentos Zn-Pb e Cr-Pb apresentaram a mesma variância para P< 0,05, com concentração de Cr variando entre 25,3 e 26,5 %. 5.8 Borreia capitata 128 Tabela 5.12: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (F) em Borreia capitata no Podzólico (P) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamento Zn Cr Zn Cr Zn Cr Zn Zn Zn Zn Pb Zn Pb Zn Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Cr Cr Cr Cr Pb Cr Pb Cr Pb Pb Pb Pb Am. R C F R C F R C F R C F R C F R C F R C F Cr 13,63 13,85 15,07 20,33 21,60 8,48 13,63 12,63 15,38 15,38 13,25 13,25 18,13 20,08 11,70 13,50 12,25 16,25 15,39 15,63 16,88 BCD BCD ABCD AB A D BCD BCD ABCD ABCD BCD BCD ABC AB CD BCD CD ABC ABCD ABCD ABC Pb <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 Zn 32,20 86,80 56,10 37,70 28,70 38,20 78,35 34,00 53,00 34,00 86,10 43,30 72,00 94,80 36,70 56,70 94,00 65,70 31,60 60,60 83,20 H AB DEF GH H GH ABC H EFG H AB FGH BCD A GH DEF A CDE H DE AB 5.8 Borreia capitata 129 Figura 5.10: Distribuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Borreia capitata cultivada no Podzólico Nas folhas, o Cr foi absorvido de 17,0 a 33,8 % sendo que a maior concentração ocorreu no tratamento Pb, e a menor no tratamento com Zn. Os tratamentos Zn-Cr, Cr-Pb, Pb e Zn-Pb apresentaram o mesmo a mesma variância para P< 0,05, com valores entre 30,2 a 33,8 %. A distribuição dos contaminantes na planta mostrou que nas mudas cultivadas no Latossolo, o Cr não foi detectado, o Pb nos tratamentos Cr-Pb e Zn a distribuição foi R > C > F e para os demais tratamentos a distribuição foi aleatória. O Pb esteve concentrado nas raı́zes da espécies estudada. Na determinação de Zn tratemntos com Zn-Cr-Pb e ZnPb apresentaram a mesma distribuição R > F > C. Nos tratamentos feitos com Zn-Cr, Cr e Pb a distribuição encontrada foi C > F > R. Finalmente tratamentos com Cr-Pb e Zn as distribuições obedeceram a seguinte ordem F > C > R. No Podzólico os tratamentos Zn-Cr e Pb a distribuição do Cr absorvido foi F > C > 5.9 Cyperus surinamensis 130 R. Os tratamentos Cr-Pb e Zn-Pb apresentaram distribuição F > R > C e o tratamento Cr e Zn a distribuição C > R > F. O Zn absorvido apresentou a distribuição C > F > R nos tratamentos Zn-Cr-Pb, Zn-Cr e Cr-Pb. Os demais tratamentos tiveram distribuição aleatória. Pode-se dizer que uma tolerância multipla a Pb e Zn foi observada na espécie Borreia capitata no Latossolo e a Cr e Zn no Podzólico, sugerindo uma tolerância cruzada ou cotolerância entre estes metais (Baker, 2000) já que as cocnetrações variam conforme o tipo de tratamento. A espécie pode ser classificada como hiperacumuladora. Conforme os resultados obtidos, sua tolerância a metais pesados e baseado nas várias técnica de fitorremediação, no caso da Borreia capitata esta pode ser utilizada como fitoextratora pois os metais estavam concentrados nas raı́zes e caules das mudas cultivadas no Latossolo e nas folhas e caules das mudas cultivadas no Podzólico. Esta espécie ainda não havia sido estudada para fins de fitorremediação. 5.9 Cyperus surinamensis A Tabela 5.13 mostra as concentrações de Zn, Cr e Pb observados nas folhas, caule e raizes da espécie Cyperus surinamensis cultivada no Latossolo e Podzólico. De um modo geral, o Cr foi o elemento que apresentou-se em maior concentração nos caules da planta cultivada no Latossolo. Os resultados do teste de Tukey nas raı́zes cultivadas no Latossolo mostram que o Pb foi absorvido de 16 a 37,5 % de acordo com o tipo de tratamento aplicado (Figura 5.11). Observa-se que a maior concentração de Pb absorvido 5.9 Cyperus surinamensis 131 Tabela 5.13: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (R) em Cyperus surinamensis no Latossolo (L) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamento Zn Pb Zn Pb Zn Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Zn Zn Zn Cr Zn Cr Zn Cr Cr Pb Cr Pb Cr Pb Cr Cr Cr Pb Pb Pb Am. R C F R C F R C F R C F R C F R C F R C F Cr <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Pb 8,00 23,00 20,88 18,75 21,88 17,23 13,38 19,38 15,75 12,00 12,33 10,63 11,92 11,88 13,13 8,38 20,38 10,75 13,50 9,88 12,13 GH A ABC ABCDE AB ABCDEF BCDEFG ABCD ABCDEFG DEFG CDEFG EFG DEFG DEFG CDEFG GH ABCD EFG BCDEFG FG DEFG Zn 91,30 52,30 83,2 83,60 43,90 64,20 78,15 33,00 36,40 89,40 38,9 84,60 71,30 44,10 54,40 84 64,40 25,20 47,50 5,95 39,6 A CDEFGH ABC ABC EFGH ABCDEFG ABCD GHI FGHI A FGH AB ABCDE EFGH BCDEFGH AB ABCDEF HIJ DEFGH IJ FGH nesta parte da planta ocorreu no tratamento realizado com Zn-Cr-Pb (37,5 %) e a menor nos tratamentos Zn-Pb e Cr (16,0 %). Apresentaram a mesma variância os tratamentos com Zn e Pb (26,7 a 27,0 %), bem como os tratamentos com Cr-Pb e Zn-Cr cujo Pb absorvido está entre 23,8 a 24,0 %. O teste de Tukey revelou nos caules que o Pb foi absorvido entre 19,7 a 46,0 % dependendo do tipo de tratamento. O que apresentou maior concentração foi o realizado com Zn-Pb, com valor de 46,0 % e o menor o com Pb, com valor de 19,7 %. No limte de 5.9 Cyperus surinamensis 132 Figura 5.11: Distribuição de Pb na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Cyperus surinamensis cultivada no Latossolo confiança de 5 % observa-se que os tratamentos feitos com Zn-Pb e Zn-Cr-Pb, bem como Cr e Zn foram estatı́sticamente iguais. Nas folhas, o teste de Tukey revelou que o Pb foi absorvido entre 21,2 a 41,7 % dependendo do tipo de tratamento. O tratamento com maior efeito na concentração foi o realizado com Zn-Pb, cujo valor foi 41,7 % de Pb e o menor foi observado no tratamento Zn-Cr, com valor de 21,2 %. Os tratamentos com Cr e Zn-Cr, apresentaram as mesmas variâncias, com valores de concentração que variaram de 21,2 a 21,5 %. Nas mudas cultivadas no Podzólico, o Cr foi mais concentrado nos caules e folhas. A Fiugra 5.12 mostra que nas raı́zes, o Cr foi absorvido de 12,3 a 41,1 % dependendo do tipo de tratamento, sendo que a maior concentração com valor de 41,1 % foi encontrada para o tratamento com Pb, e a menor concentração ocorreu para o tratamento com Zn-Cr-Pb (12,3 %). De uma forma geral, as variância foram bastante distintas, ou seja, não foi 5.9 Cyperus surinamensis 133 observada nenhuma similaridade entre os tratamentos. Figura 5.12: Distribuição de Cr na raiz (R), caule (C) e folha (F), após a aplicação de diferentes contaminates, observada na espécie Cyperus surinamensis cultivada no Podzólico Nos caules, o Cr foi absorvido de 16,8 a 47,8 % dependendo do tipo de tratamento. A maior concentração de Cr foi observada para o tratamento com Zn-Cr-Pb e o menor efeitos ocorreu para o tratamento com Zn-Pb. Todos os tratamentos apresentaram variância distinta, da mesma forma que ocorreu para as raı́zes. Nas folhas, o Cr foi absorvido de 17,1 a 38,7 % dependendo do tipo de tratamento. A maior concentração de Cr ocorreu no tratamento Zn-Cr-Pb, e a menor no tratamento feito com Pb. Os tratamentos Pb e Cr, bem como Cr-Pb e Zn-Cr-Pb apresentaram a mesma variância entre si. A distribuição dos contaminantes nas partes da planta mostra que nas mudas cultivadas no Latossolo a distribuição de Pb foi C > F > R e para os tratamentos Zn-Cr-Pb e Zn-Cr foi de C > R > F e nos tratamentos Cr, Zn e Zn-Pb de C > F > R. Na deter- 5.9 Cyperus surinamensis 134 Tabela 5.14: Médias das concentrações de Cr, Pb e Zn observadas para raiz (R), caule (C) e folha (R) em Cyperus surinamensis no Podzólico (P) obtidas pelo teste de Tukey a 5%, resultados em(mg kg−1 ). Tratamento Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Cr Pb Zn Zn Zn Zn Cr Zn Cr Zn Cr Zn Pb Zn Pb Zn Pb Cr Pb Cr Pb Cr Pb Cr Cr Cr Pb Pb Pb Am. R C F R C F R C F R C F R C F R C F R C F Cr 6,13 23,93 19,38 16,90 14,30 18,25 6,05 11,53 14,28 9,75 8,43 12,03 7,58 20,30 19,38 10,18 14,78 8,78 20,55 21,05 8,55 G A B BC CDE BC G DEFG CDE FGH FGH DEF GH AB B EFGH CD FGH AB AB FGH Pb <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 <0,06 Zn 24,5 95,70 20,10 67,60 57,20 73,00 19,20 6,10 97,10 89,00 8,20 6,80 29,90 82,10 9,80 70,70 59,10 41,10 82,20 84,20 84,20 FGH A GHI CD DE BCD GHI IJ A AB HIJ HIJ FG ABC HIJ CD DE EF ABC ABC ABC 5.9 Cyperus surinamensis 135 minação de Zn os tratementos Zn-Cr-Pb, Zn-Cr, Cr-Pb, Pb, Zn e Zn-Pb apresentaram a mesma distribuição: R > F > C, o tratamento Cr a distribuição R > C > F. No Podzólico os tratamentos Zn-Cr-Pb e Cr-Pb mostraram a seguinte distribuição do Cr absorvido: C > F > R. Os tratamentos Cr e Pb apresentaram distribuição de C > R > F e os tratamentos Zn e Zn-Pb a distribuição F > R > C. O Zn absorvido apresentou a distribuição de C > R > F nos tratamentos Zn-Cr-Pb e Cr-Pb; para os tratamentos Zn-Cr e Zn a distribuição foi F > R > C e os tratamentos Cr e Zn-Pb a distribuição de R > C > F. Uma tolerância multipla a Pb e Zn foi observada na espécie Cyperus surinamensis no Latossolo e a Cr e Zn no Podzólico, sugerindo, segundo Baker (2000), uma tolerância cruzada ou co-tolerância entre estes metais já que as concentrações variam conforme o tipo de tratamento. A espécie pode ser classificada como hiperacumuladora. Conforme os resultados obtidos, sua tolerância a metais pesados e baseado nas várias técnica de fitorremediação, no caso da Cyperus surinamensis esta pode ser utilizada como fitoextratora pois os metais estavam concentrados nas raı́zes e caules das mudas cultivadas no Latossolo e nos caules das mudas cultivadas no Podzólico (KUMAR et al., 1995). Esta espécie ainda não havia sido estudada para fins de fitorremediação. 5.10 Avaliação dos efeitos dos tratamentos na absorção de Cr e Pb pelas espécies 136 5.10 Avaliação dos efeitos dos tratamentos na absorção de Cr e Pb pelas espécies Os resultados mostram que a absorção de Cr e Pb é função da contaminação aplicada e tipo de solo, podendo variar de 15 a 98 % (Figura 5.13). A distribuição de Zn nos dois tipos de solos é diferente para todas as espécies quando os tratamentos com Zn e ZnCr-Pb são aplicados. Já no tratamento com o Cr as espécies Cyperus surinamensis e Monotagma laxum apresentaram as seguintes distribuições respectivamente: R > C > F e C > F > R, observada para os dois tipos de solos. As espécies Panicum maximum, Commelineae erecta e Cyperus surinamensis quando submetidas ao tratamento com o Pb apresentaram para os dois tipos de solos as distribuições R > F = C, C > R > F e R > F > C, respectivamente. Nota-se que no tratamento com Zn-Cr as espécies Commelineae erecta e Borreia capitata a distribuição C > F > R é observada para os dois tipos de solos. A distribuição C > F > R para a Monotagma laxum e R > F > C para Borreia capitata se repete nos dois tipos de solos. No tratamento Cr-Pb apenas a espécie Monotagma laxum a sequência observada foi C > R > F para o Latossolo e Podzólico. As distribuições de Zn observadas anteriormente são alteradas quando comparados os tratamentos com o mesmo tipo de solo. A distribuição de Zn no tratamento com Zn do Latossolo foi F > C > R para as seguintes plantas: Nephrolepis biserrata, Commelineae erecta e Borreia capitata e no Podzólico foi R > F > C para Cyperus surinamensis e Monotagma laxum. No tratamento com Cr a distribuição foi R > C > F para Nephrolepis biserrata e 5.10 Avaliação dos efeitos dos tratamentos na absorção de Cr e Pb pelas espécies 137 Figura 5.13: Quantidade Total de Pb absorvido por todas as partes das plantas estudadas, cultivadas no Latossolo CE - Commelina erecta; ML - Monotagma laxum; BC - Borreia capitata; PM - Panicum maximum; CS - Cyperus surinamensis; NB - Nephrolepis biserrata. Cyperus surinamensis; e C > F > R nas espécies Monotagma laxum e Borreia capitata observadas no Latossolo e no Podzólico a distribuição para as espécies Commelineae erecta e Borreia capitata foi C > R > F. A distribuição de Zn para o tratamento Pb foi R > F > C nas plantas Cyperus surinamensis e Monotagma laxum no Latossolo e no Podzólico foi C > F > R para as mesmas espécies. No tratamento Zn-Cr as espécies Panicum maximum e Nephrolepis biserrata apresentaram a distribuição F > R > C e as espécies Commelineae erecta e Borreia capitata a 5.10 Avaliação dos efeitos dos tratamentos na absorção de Cr e Pb pelas espécies 138 distribuição C > F > R. No podzólico, esta última distribuição de Zn foi observada para as mesmas espécies incluindo Nephrolepis biserrata e Monotagma laxum. No tratamento Zn-Pb as plantas Commelineae erecta e Monotagma laxum cultivadas no Latossolo apresentaram a seguinte distribuição: C > F > R e as plantas Cyperus surinamensis e Borreia capitata a distribuição R > F > C, que se repete no Podzólico para a Borreia capitata incluindo a Panicum maximum. A distribuição de Zn nas espécies Nephrolepis biserrata e Commelineae erecta cultivadas no Latossolo quando aplicado o tratamento Cr-Pb foi C > F > R e no Latossolo R > C > F para as plantas Panicum maximum e Commelineae erecta e C > R > F para Cyperus surinamensis e Monotagma laxum. E finalmente no tratamento Zn-Cr-Pb a distribuição de Zn foi R > F > C para as espécies Cyperus surinamensis e Borreia capitata cultivadas no Latossolo e C > R > F para Cyperus surinamensis e Monotagma laxum cultivadas no Podzólico (Fiugra 5.14). De um modo geral, a espécie Borreia capitata mostrou distribuições diferentes para os tratamentos Zn, Cr, Zn-Cr e Zn-Pb, a Cyperus surinamensis apresentou variações nas distribuição nos tratamentos Zn, Pb e Zn-Cr-Pb, a planta Monotagma laxum nos tratamentos Zn e Pb e a espécie Commelineae erecta nos tratamentos com Zn-Cr e CrPb, comportamento observado quando comparados os dois tipos de solos. Na distribuição de Cr, observada apenas no Podzóloco, observou-se para o tratamento com Zn diferenças entre todas as distribuições. Já no tratamento com o Cr observa-se a distribuição C > R > F nas plantas Cyperus surinamensis e Borreia capitata 5.10 Avaliação dos efeitos dos tratamentos na absorção de Cr e Pb pelas espécies 139 Figura 5.14: Quantidade Total de Cr absorvido por todas as partes das plantas estudadas, cultivadas no Podzólico CE - Commelina erecta; ML - Monotagma laxum; BC - Borreia capitata; PM - Panicum maximum; CS - Cyperus surinamensis; NB - Nephrolepis biserrata. , mesmo comportamento observado para as espécies Cyperus surinamensis e Monotagma laxum tratadas com Pb. No tratamento Zn-Cr as plantas Cyperus surinamensis e Borreia capitata apresentaram a seguinte distribuição: F > C > R. Estas últimas espécies apresentaram distribuição F > R > C para o tratamento com Zn-Pb. A mesma distribuição foi observada nas plantas Panicum maximum e Borreia capitata tratadas com Cr-Pb. E as espécies Panicum maximum e Cyperus surinamensis tratadas com Zn-Cr-Pb mostraram a distribuição C > F > R e as plantas Nephrolepis biserrata e Monotagma laxum a distribuição F > R > C para o mesmo tratamento. De uma forma geral, a espécie Cyperus surinamensis mostrou distribuições dife- 5.10 Avaliação dos efeitos dos tratamentos na absorção de Cr e Pb pelas espécies 140 rentes para os tratamentos Cr, Zn-Cr, Zn-Pb e Zn-Cr-Pb e distribuições iguais para os tratamentos Cr e Pb, a Borreia capitata apresentou variações nas distribuição nos tratamentos Cr, Zn-Cr e Zn-Pb e semelhantes nos tratamentos Zn-Pb e Cr-Pb, a planta Monotagma laxum nos tratamentos Pb e Zn-Cr-Pb apresentou variações na distribuição de Cr, da mesma forma que variou para a espécie Panicum maximum nos tratamentos CrPb e Zn-Cr-Pb. Já a Commelineae erecta não apresentou variações para os tratamentos aplicados. Na distribuição de Pb, observada apenas no Latossolo, nota-se que para o tratamento com Zn as espécies Commelineae erecta e Cyperus surinamensis mostram a seguinte distribuição: C > F > R e as plantas Monotagma laxum e Borreia capitata mostra a distribuição R > C > F. No tratamento com Cr a distribuição C > F > R foi encontrada nas plantas Nephrolepis biserrata e Cyperus surinamensis. Já no tratamento com Pb a distribuição foi F > R > C para Panicum maximum e Borreia capitata e as espécies Nephrolepis biserrata, Commelineae erecta e Cyperus surinamensis a distribuição R > F > C para o mesmo tratamento. No tratamento Zn-Cr a dsirtibuição de Pb foi C > R > F para Nephrolepis biserrata e Cyperus surinamensis e a distribuição para Monotagma laxum e Borreia capitata foi C > F > R, a mesma distribuição foi encontrada para o tratamento com Zn-Pb nas espécies Panicum maximum e Cyperus surinamensis, e nas espécies Nephrolepis biserrata e Commelineae erecta submetidas ao mesmo tratamento a distribuição foi F > C > R. No tratamento Cr-Pb a distribuição de Pb nas plantas Panicum maximum e Cyperus surinamensis foi F > R > C e nas plantas Nephrolepis biserrata e Monotagma laxum foi C > R > F. E no tratamento com Zn-Cr-Pb a distribuição de Pb nas espécies Panicum 5.10 Avaliação dos efeitos dos tratamentos na absorção de Cr e Pb pelas espécies 141 maximum e Nephrolepis biserrata foi R > C > F. Contudo, a espécie Cyperus surinamensis apresentou a mesma distribuição nos tratamentos Zn, Cr e Zn-Pb, e diferentes nos tratamentos Pb, Zn-Cr e Cr-Pb. A espécie Nephrolepis biserrata apresentou distribuições idênticas quando tratada com Zn-Cr e CrPb, com variações nos outros quatro tratamentos. Na Panicum maximum, nota-se as semelhanças na distribuição dos tratamentos Pb e Cr-Pb, e variações nos outros dois tratamentos. A variação entre a distribuição de Pb na planta é observada na Monotagma laxum quando submetida aos tratamentos Zn, Zn-Cr e Cr-Pb. O mesmo comportamento observado para a Commelineae erecta quando submetida aos tratamentos Zn, Pb e ZnPb. E por último, a Borreia capitata que apresentou distribuições diferentes para os tratamentos com Zn e Zn-Cr. Capı́tulo 6 CONCLUSÃO Os resultados mostram que a Panicum maximum obteve os maiores teores de absorção nos caules das mudas cultivadas no Podzólico, apresentando maior afinidade com o Cr, podendo ser classificada como hiperacumuladora de Cr; Quando comparados Cr e Pb, este último foi absorvido em menor quantidade na Panicum maximum, e em pequena quantidade no solo, sugerindo que a espécie possa estar realizando fitovolatilização com o metal; A espécie Nephrolepis biserrata apresentou os maiores teores de absorção nas raı́zes das mudas cultivadas no Podzólico, apresentando maior afinidade com o Cr, sendo classificada com hiperacumuladora de Cr; O Pb foi absorvido em menor quantidade na Nephrolepis biserrata e apresentou-se em pequena quantidade no solo, sugerindo que a espécie estaria realizando fitovolati- 143 lização; Tanto a Panicum maximum quanto a Nephrolepis biserrata apresentaram tolerância múltipla aos metais analisados; A Commelina erecta apresentou os maiores teores no caule dos tratamentos Zn e Cr, nos caules das mudas cultivadas no Latossolo, sugerindo maior afinidade com o Pb. Para os demais tratamentos os maiores teores de Cr foram nas raı́zes das mudas do Podzólico, caracterizando uma possı́vel inibição, mas com afinidade a este elemento. Logo esta espécie apresentou tolerância múltipla e pode ser classificada como hiperacumuladora; Nos dois tipos de solo desta espécie, observou-se que o Pb etava abaixo do limite de detecção da técnica. Devido a ausência no podzólico e nas mudas cultivadas no mesmo, provavelmente ocorreu fitovolatilização do Pb; Observou-se na Cyperus surinamensis os maiores teores de Pb nos caules das mudas tratadas com Zn, Cr e Zn-Pb do Latossolo. Nos demais tratamentos os maiores teores foram de Cr nos caules e folhas, caracterizando um comportamento hiperacumulados e de tolerância múltipla; Nos dois tipos de solos observou-se baixa concentração de Cr e Pb na presença das mudas de Cyperus surinamensis; Para Monotagma laxum, nota-se que os maiores teores de Pb foram nos caules das mudas cultivadas no Latossolo para os tratamentos com Pb e Zn-Cr. Para os demais tratamentos as maiores concentrações foram de Cr nos caules e folhas das mudas cultivadas no Podzólico, um comportamento hiperacumulador e de tolerância múltipla; 144 No Latossolo a Monotagma laxum apresentou inibição de Pb e Cr nas raı́zes. Maior movimentação destes metais na planta foi observada no Podzólico; No solo desta espécie, observou-se teores de Pb abaixo do limite de detecção; Para a Borreia capitata, notou-se os maiores teores nos caules e folhas no Podzólico, sugerindo maior afinidade ao Cr, sendo também classificada como hiperacumuladora; No solo desta espécie, observou-se teores de Cr maiores que os de Pb nos dois tipos de solos; Os resultados da análise ANOVA (P < 0,05 e P< 0,01) mostraram que as seis espécies absorveram o Cr e o Pb independentemente do tipo de solo. Aparentemente, o processo de absorção do Pb não é influenciado pela presença de Cr no solo e vice-versa, já o Zn estaria favorecendo a aborção de Cr e Pb; De uma forma geral, os melhores resultados fitorremediadores foram obtidos nas mudas cultivadas no Podzólico, sugerindo que a mobilidade dos metais analisados deste solo é maior, exceto para a espécie Borreia capitata que apresentou os maiores teores de Pb nas mudas cultivadas no Latossolo; Em parte, as baixas absorções de Cr podem ser devidas ao fato de que este elemento forma fortes ligações com os componentes da fase sólida do solo; A espécie mais eficiente na remoção e retenção dos metais foi a Cyperus surinamensis > Borreia capitata > Monotagma laxum > Panicum maximum > Nephrolepis biserrata > Commelina erecta, todas com afinidade para Cr, exceto a Borreia capitata, assim todas 145 apresentam um potencial fitoextrator. Capı́tulo 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACCIOLY, A.M.A. Amenizantes e estratégias para o estabelecimento de vegetação em solos de áreas contaminadas por metais pesados. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas). Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2001, 170p. ACCIOLY, A. M. A.; SIQUEIRA, J. O. Contaminação quı́mica e biorremediação do solo. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ V.; V. H.; SCHAEFER, C. E. G. R. Tópicos em ciência do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000, v.1, p.299-352. AGOURAKIS, D.C., CAMARGO, I.M.C., COTRIM, M.B., FLUES, M. Comportamento de Zinco e Manganês de pilhas alcalinas em uma coluna de solo. Quı́mica Nova, 2006, v.29, No.5, p.960-964. ALLOWAY, B.J. Soil processes and the behavior of metals. In: ALLOWAY, B.J., ed. Heavy metals in soils. New York, John Wiley, 1990, p.7-28. ALLOWAY, B.J. Cadmium. In: ed. Heavy metals in soils. Glasgow: Blackie and Son, 1995, p.107-108. 147 ALVA, A.K., SINGH, M. 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Ácidos húmicos: São frações da matéria orgânica que exerce no solo e nas plantas uma série de ações fı́sicas, quı́micas e biológicas que melhoram seu nı́vel de fertilidade, são colóides orgânicos muito complexos, com um conteúdo de carbono entre 40 e 60% (SILVA et al., 2000). 3. Apoplasto: Numa planta, o apoplasto é o nome dado ao conjunto dos compartimentos existentes exteriormente à membrana plasmática, onde ocorre difusão simples. É interrompido pelas bandas de Caspari, por espaços preenchidos por ar entre as células e pela cutı́cula da planta. Estruturalmente, o apoplasto é formado pelo contı́nuo de paredes celulares de células adjacentes, assim como pelos espaços extracelulares, formando um compartimento comparável ao simplasto. A rota apoplástica facilita o transporte de água e de solutos através de um tecido ou órgão (CAMBELL e REECE, 2002). 4. Cadeia trópica: o mesmo que cadeia alimentar (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 5. Citosol: O citosol ou matriz citoplasmática compreende o espaço entre as organelas e depósitos de substâncias (grânulos de glicogênio ou gotı́culas de lipı́dio), que contém água, ı́ons diversos, aminoácidos, precursores de ácidos nucléicos, numerosas 160 enzimas, incluindo as que participam da degradação e sı́ntese de hidratos de carbono, de ácidos graxos e de outras moléculas importantes para a célula (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 6. Complexos orgânometálicos: São compostos que contém pelo menos uma ligação carbono-metal (C-M) sendo que, nesse contexto, o sulfixo ”metal” inclui os metalóides como boro, silı́cio, e arsênico. A quı́mica organometálica pode ser vista como uma ponte entre a quı́mica orgânica e a inorgânica (SHRIVER et al., 1999). 7. Comunidade indı́gena: microrganismos degradadores próprios de um solo (SILVA et al., 2004). 8. Desalogenases: Enzimas de degradação de solventes clorados e pesticidas (JONES e BOWEN, 1993). 9. Edáficas: Formações edáficas (do próprio solo) e não climáticas (SILVA et al., 2000). 10. Endoderme: A endoderme é um folheto embrionário que tem como origem os macrômeros da blástula, que se dobram para dentro da blastocele dando origem ao arquêntero e ao blastóporo (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 11. Epiderme: Pelı́cula que recobre as folhas, bem como os caules e raı́zes novas (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 12. Erosão eólica:Conjunto dos processos de degradação ou redução do relevo em função dos agentes que são responsáveis por elas através do transporte e pela acumulação de materiais arrancados, neste caso pela ação do vento (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 13. Erosão hı́drica: Conjunto dos processos de degradação ou redução do relevo em função dos agentes que são responsáveis por elas através do transporte e pela acumulação de materiais arrancados, neste caso pela ação da água (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 14. Ésteres fosfóricos: São os principais responsáveis pelo armazenamento e transmissão de informação genética (os fosfodiésteres DNA e RNA), participam na estrutura de várias coenzimas e, anidridos fosfóricos e compostos orgânicos contendo ligações N-P servem como principal reserva de energia ATP, creatina fosfato, acetilfosfato (AcP), fosfoenolpiruvato e polifosfato inorgânico. Além da sua importância em processos biológicos, os ésteres fosfóricos encontram aplicações como plastificantes, reagentes na preparação de polı́meros organofosforados, complexantes para a extração de cátions de metais pesados, inseticidas, pesticidas e compostos tóxicos utilizados em armas de guerra (DUGAS, 1996). 161 15. Exudação: É a saı́da de lı́quidos através da pele dos animais ou da cutı́cula das plantas. Pode ser um fenômeno natural, como no caso da transpiração, ou proveniente de uma situação anormal, como uma doença ou a exposição a condições ambientais severas (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 16. Fitoquelatinas: Substâncias quı́micas produzidas por uma enzima. Caso as fitoquelatinas permaneçam nas raı́zes e concentrem lá os metais pesados, sua utilização na eliminação de resı́duos de áreas contaminadas seria muito menos factı́vel. Isso se deve ao fato de que arrancar as plantas com todas as raı́zes é muito mais difı́cil do que cortar a árvore acima do solo, além do que folhas e caules produzem uma biomassa muito maior para a acumulação dos metais pesados (CAMBELL e REECE, 2002). 17. Floema: É o tecido das plantas vasculares encarregado de levar a seiva elaborada pelo caule até à raiz e aos órgãos de reserva. A seiva elaborada, que é uma solução aquosa de substâncias orgânicas, é transportada através do floema desde os órgãos da planta com capacidade fotossintética até aos outros órgãos que funcionam como consumidores dessas substâncias, nomeadamente, os meristemas, as células do interior do caule, da raiz, das flores, dos frutos e dos órgãos de reserva - que podem estar dispersos dentro do caule e da raiz, mas que podem estar especializados, como os tubérculos e rizomas (SALISBURY e ROSS, 1992). 18. Fosfatases: São responsáveis pela hidrólise de fosfatos de ésteres orgânicos, algumas atuam especificamente sobre um único substrato, como as fosfatases serina-treonina e fosfatase tirosina. Outras, cuja especificidade de substrato é menos limitada, dividem-se em dois grandes grupos: fosfatases ácidas, que apresentam atividade ótima em pHs de baixos valores, e fosfatases alcalinas, com atividades ótimas em altos valores de pH (JONES e BOWEN, 1993). 19. Glomales do zigomicetus: Conhecidos como Fungos Micorrı́zicos Arbusculares (FMA). A importância dos FMA para a sustentabilidade de sistemas agrı́colas e naturais pode ser compreendida por sua ampla ocorrência em ecossistemas naturais terrestres, pela capacidade de formar associação com membros da maioria das famı́lias de plantas, e pelos benefı́cios que conferem as plantas em simbiose (SMITH e SCHENCK, 1985). 20. Hifas: É um longo e ramificado filamento que em conjunto com outras hifas forma o talo de um fungo (micélio). As hifas pode também ser encontradas nos gonı́dios de lı́quens. Uma hifa tı́pica é constituida por uma parede tubular de quitina (CAMBELL e REECE, 2002). 162 21. Húmus: O mesmo que humo. Substância escura que resulta da decomposição parcial, pelos micróbios do solo, de detritos vegetais e animais (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 22. Láctase: Enzima intestinal que converte a lactose em glicose e galactose (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 23. Lifócitos: É um tipo de leucócito, ou glóbulo branco, do sangue. Provém do grego Lymphocyte (Kytos = célula). Há duas categorias: os linfócitos grande granulares e os pequenos linfócitos. Os linfócitos grande granulares são conhecidos como Natural Killer (ou células NK) e os pequenos podem ser linfócitos T ou B. Linfócitos têm um papel importante na defesa do corpo humano contra microrganismos. Os linfócitos são mais atuantes em infecções virais (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 24. Lignina: Substância orgânica que impregna as células, as fı́bras e os vasos do vegetal, tornando-os impermeáveis e inextensı́veis (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 25. Lisados celulares: Os lisados são elementos biológicos obtidos do citoplasma de células de tecidos Animais (bovino ou suı́no) ou de vegetais (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 26. Micorrização: Para as plantas perenes, a micorrização é usada na formação de mudas, visando obtenção de mudas bem nutridas, vigorosas e uniformes para um ı́ndice elevado de sobrevivência e um melhor desempenho das plantas no campo. A micorrização é uma prática obrigatória para reposição de fungos micorrı́zicos ao solo e produção de mudas de qualidade. Outras fruteiras, como mamão e maracujá, a micorrização também está sendo usada para a produção de mudas para o transplantio (CHU, 2005). 27. Micorrizas: Micorrhyzum (plural micorrhysae) constitui uma associação simbiótica entre certos fungos e algumas raı́zes de plantas, geralmente árvores. As micorrizas formam-se quando as hifas de um fungo invadem as raı́zes de uma planta. As hifas vão auxiliar as raı́zes da planta na função de absorção de água e sais minerais do solo, já que aumentam a superficie de absorção ou rizosfera. Deste modo as plantas podem absorver mais água e adaptar-se a climas mais secos. Os fungos, como ”pagamento” dos seus serviços, recebem da planta os fotoassimilados (carboidratos) , que necessitam para a sua sobrevivência e que não conseguem sintetizar, pois não possuem clorofila. Associação micorrizica = f ungo + solo + planta (CAMBELL e REECE, 2002). 28. Micróbio: Ser vivo microscópico, constituı́do por uma única célula. São organismos que compreendem as algas, os cogumelos, os levedos etc. São encontrados no solo, no ar, na água, no corpo dos animais (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 163 29. Mitógenos: É uma substância que estimula a proliferação celular (CAMBELL e REECE, 2002). 30. Mucilagem: Substância gomosa com qualidades nutritivas que se encontra em quase todos os vegetais, principalmente nas raı́zes e nas sementes (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 31. Nicotinamina: Substância com ação vasodilatadora quando administrada oralmente ou por injeção, provocando a sensação de desfalecimento e pontadas na cabeça (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 32. Nitroaromáticos: São nitrocompostos aromáticos. A presença do grupo nitro parece ser obrigatória. Este requisito indica que parte da atividade deriva provavelmente da produção nitro-catalisada de espécies oxigenadas reativas ou ainda da ação de metabólitos nitrogenados com menor estado de oxidação (LARDANS e DISSOUS, 1998). 33. Nitroredutases: Enzimas de degradação de nitroaromáticos (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 34. Parênquima cortical: Chama-se parênquima ao tecido pouco especializado que forma a parte interior de muitos órgãos, como a raiz e o caule jovens e as folhas das plantas vasculares ou das frondes e talos das algas. Nas plantas ocorrem a desidratação. O parênquima esta relacionado com a fotossintese, reserva de várias substâncias, cicatrização e origem de estrutura adventı́cias. As células do parênquima podem se especializar em células ou estruturas secretoras (CAMBELL e REECE, 2002). 35. Processos abióticos: (A=ausente, BIO=vida) - processos ausentes da presença de seres vivos ou suas relações, mas sim pelas propriedades fı́sicas e quı́micas da biosfera (fatores ambientais)(KOOGAN e HOUAISS, 2000). 36. Pseudomonas: Ordem e gênero do reino das bactérias (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 37. Quelatos: Qualquer composto quı́mico no qual um ı́on metálico é seqüestrado e firmemente fixado a um anel dentro da molécula quelante (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 38. Rizosfera: É a região onde o solo e as raı́zes das plantas entram em contato. O número de microrganismos na raiz e à sua volta é muito maior do que no solo livre; os tipos de microrganismos na rizosfera também diferem do solo livre de raiz (PELCZAR et al., 1997). 164 39. Simplasto: Numa planta, é o espaço interior à membrana plasmática, através do qual como se processa a difusão livre de água e de solutos de baixo peso molecular dentro das células. Trata-se da colecção de todos os citoplasmas e núcleos celulares de uma planta individual, que só é interrompido pela membrana celular (CAMBELL e REECE, 2002). 40. Vacúolo: Cavidade do citoplasma das células, que contém diversas substâncias em solução (KOOGAN e HOUAISS, 2000). 41. Xenobiótico: Agente tóxico (antigamente veneno, hoje xenobiótico) é uma substância exógena, de estrutura quı́mica obrigatoriamente conhecida que, quando entra em contato com o organismo, pode provocar uma ação negativa ou deletérica, originando um desiquilı́brio orgânico (FERREIRA, 1987). 42. Xilema: Tecido das plantas vasculares por onde circula a água com sais minerais dissolvidos - a seiva bruta - desde a raiz até às folhas. Nas árvores, o xilema secundário é o constituinte da madeira ou lenho (FELLE et al., 2005). Apêndice A 166 Panicum Maximum, Cyperus Surinamensis, and Nephrolepis Biserrat, Lead and Chromium Absorbing Capacity Study MONTEIRO, E. P., CASTRO, R.F., and SANTANA, G. P. Universidade Federal do Amazonas, Instituto de Ciências Exatas, Departamento de Quı́mica, Av. Gal. Rodrigo Octávio, 3000, Coroado, Manaus, Brazil, 69077-000, E-mail: [email protected] ABSTRACT First, we found the Oxisol and Spodosol to be contaminated with Pb and Cr. Then, we studied the metal absorbing capacity of the Panicum maximum, Cyperus Surinamensis and Nephrolepis Bisserrata plants found growing in them, by means of the atomic absorption spectrometry technique. Our findings showed their metal absorbing capacity order to be as follows: with Pb, P. maximum > C. surinamensis > N. biserrata, and with Cr, C. surinamensis > N. biserrata > P. maximum. This is the first report presenting P. maximum and C. surinamensis as Pb hyperaccumulators. KEYWORDS: Hyperaccumulator, Chromium, Lead, Amazon plant Estudo da capacidade da Panicum Maximum, Cyperus Surinamensis e Nephrolepis Biserrata em absorver chumbo e crômio RESUMO Latossolo e Podozol foram contaminados com Pb e Cr e a capacidade de absorção de metal da Panicum Maximum, Cyperus surinamensis e Nephrolepis Bisserrata estudado por espectrometria de absorção atômica. Os resultados mostraram a seguinte ordem de absorção: P. maximum > C. surinamensis > N. biserrata e para Cr C. surinamensis > N. biserrata > P. maximum. Finalmente, é a primeira vez que é reportada a capacidade hiperacumuladoras de Pb da P. maximum and C. surinamensis. PALAVRAS-CHAVE: Hiperacumulador, Crômio, Chumbo, Planta amazônica. 167 quite promising. Plants are endowed with the ability of degrading and/or accumulating pollutants in their vegetative parts, helping them removes any undesirable materials from their immediate environment. Their ability for being used for removing, transferring, and stabilizing heavy metals from contaminated soils is known as phytoremediation (Salt et al., 1995; Kumar et al., 1995). There are several plant species known to be phytoremediaters, namely Brassica sinaTabela A.1: Caracterização fı́sica e quı́mica pis, which is used for extracting Zn (Ebbs dos solos antes do cultivo. and Kochian, 1998) and Pb (Blaylock et al., 1998) of the soil; Duckweed to Cd, Cr, Cu, Variável Latossolo Podzólico Pb, Ni e Se, and Avena Satina and Hordeum pH (CaCl2 ) 5,56 5,88 pH (H2 O) 5,57 5,90 Vulgare to Cu, Cd and Zn (Lasat, 2002). Heavy metals (such as Cu, Cr, Pb, Hg, Co, Cd, and Zn) are known to have a somewhat lower toxicity than that found in organic compounds; there are risks regarding their increased contamination and bioconcentration. They are ranked as environmental pollutants due to their toxic effects on plants and human beings (Shama and Agrawal, 2005). P K Na Ca Mg Al H + +Al N C M.O. Fe Zn Mn Cu cmol dm−3 0,085 0,1175 0,0425 2,35 0,20 ND 3,17 g dm−3 0,49 13,00 22,40 mg dm−3 173 8,19 7,32 0,53 1,2825 0,8375 0,1962 10,48 2,03 ND 5,23 0,70 66,20 113,81 51 40,80 41,70 1,00 The purpose of this paper is to study Panicum Maximum, Cyperus Surinamensis and Nephrolepis Biserrata as lead and chromium accumulators present in Oxisols and Spodosols. The Oxisol and Spodosol samples were collected from the University of Amazonas Campus conservation area (Manaus - Brazil) at the 0 to 30 cm deep surface layer. The soil samples were air-dried, ground to pass through a 2 mm- meshed sieve, and mixed thoroughly. Soil chemical and physical characteristics were determined according to Embrapa standards (1997) and the findings are presented in Tabela A.1. *Nd = Não detectado Because the costs of growing a crop are minimal, compared with those of soil removal and replacement, the use of plants for remediating hazardous soils, such as the ones polluted with heavy metals, is seen as being The adsorption experiments were carried out with P. maximum, C. surinamensis and N. biserrata. The plant species roots were planted in 21 pots (three plant species and soil type replicates) together with 2 kg of Oxisol or Spodosol according to sta- 168 tistical order. Following a month, the soils were artificially contaminated by adding of P b(NO3 )2 and/or K2 Cr2 O4 in the following sequence: i) 5 g mL−1 of Pb; ii) 5 g mL−1 of Cr and iii) 5 g mL−1 Pb + 5 g mL−1 Cr. The experiment was carried out in a randomized block design and the plant’s chromium and lead content was determined by 7 days of exposure. Each block was made of control sample and soil contaminated with Pb, Cr and Pb + Cr in three replicates. The plant samples were brush-washed with deionized water to remove adhered dust and deposited metals, dried at 80 ◦ C for 3 hours and ground. A 500 mg plant portion was digested with 7.5 mL of concentrated HNO3 at 150 ◦ C, for 3 hours. Then, the extract was diluted with 25 mL of deionized water. Cr and Pb contents in the soil extracts and plant digests were determined in triplicate using a flame atomic absorption spectrophotometer. Analysis of variance (Tukey’s test) was performed on the measured variables to distinguish the metal contamination effect by using SISVAR4.6 statistical program. Pb and Cr content rates in both soil and plant were examined for assessing the extraction relative efficiency. The relative accumulation rates (RA) were calculated by RA = Ra x100 ba (A.1) Findings show P. maximum having ne- arly 92% and 96% Pb relative accumulation rates for Spodosol and Oxisol, respectively. C. surinamensis also has a large adsorption capacity, presenting 78% and 88% Pb relative accumulation rates for Spodosol and Oxisol, respectively. Only some plants, such as certain cultivars of Indian mustard (Brassica juncea L., Kumar et al., 1995), the fern Athyrium yokoscense (Honjo et al., 1984), the leguminous shrub Sesbania drummondii (Sahi et al., 2002) and the Fagopyrum esculentum Moench (Tamura et al., 2005), have been reported to be Pb hyperaccumulators. Additionally, as far as we know, this is the first time a Pb hyperaccumulator for these plant species is being reported. Therefore, P. maximum and C. surinamensis have a great potential for phytoremediation. Finally, N. biserrata absorbed only 18% of Pb in the Spodosol and 19% in the Oxisol, and therefore this plant is not suitable for phytoremediation., As a general rule, the uptake of Cr by plants was relatively low from soils contaminated with Cr(VI) (Tabela 1). The Cr absorption order is as follows: Cyperus surinamensis > Nephrolepis biserrata > Panicum maximum. In part, the Cr low uptake may be related to the fact of Cr being strongly bound to the soil in its solid phases’such as organic matter and clay minerals. Tokunaga et al. (2001), claim Chromium distribution in soils to be heavily localized by transport limitations and redox gradients within soil aggregates. After one growing season, the Cr (VI) is mainly found in the organic matter-bound fraction and mostly in the Cr(III) form (Han et al., 2004, Deng et al., 2003). 169 Hexavalent chromium is reduced by dissolved organic carbons such as humic substances, tannic acid and gallic acid. The decreased Cr bioavailability may have resulted from its interaction with the organic matter. Kaolinite has been shown to catalyze Cr(VI) redox reaction with organic matter compounds (Tokunaga et al., 2001).This element in soil solution can lead the appearance of reduced insoluble forms that are not available to plants (Ali et al., 2004). This Cr(VI) behavior might account for low values of the chromium absorbed by plants. Nakayasu et al. (1999) suggested the formation of high molecular weight compounds by polymerization during the reducing of Cr(VI) and complexation of Cr(III) with the polymerized compound. is strongly localized by transport limitations and redox gradients within soil aggregates. After one growing (não entendi o significado), Cr (VI) is mainly found in the organic matter-bound fraction and mostly in the Cr(III) form (Han et al., 2004, Deng et al., 2003) PARA O CONHECIMENTO DE SUA LITERATURE CITED Blaylock M.J., Salt D.E., Dushenkov S., Zakharova O., Gussman C., Kapulnik Y., Ensley B.D., Raskin I. 1998. Enhanced accumulation of Pb in Indian Mustard bysoil-applied chelating agents. Environ. Sci. Technol. 31: 860-866., 2000, 45:198-207 Embrapa/Empresa Brasileira de Pesquisa AgroANOVA analysis was used to compare pecuária. 1997 Manual de Métodos de Análises the effects of Pb in plant absorption of Cr, do Solo. Centro Nacional de Pesquisa do and vice-versa. Results from ANOVA analy- Solo. 2a ed. sis (P 0.05) show that three species of plants absorb the Cr and Pb independently of the Ewais, E. A. 1997. Effects of Cadmium, nicsoil type. Apparently, Pb absorption pro- kel and lead on growth, chlorophyll content cess is not influenced by presence of Cr in and proteins of weeds. Biol. Plantarum 3: 403-410. soil, and vice-versa. On the other hand, Cyperus difformis Honjo T., Hatta A., Taniguchi K. 1984. Chaaccumulated 19% Cd, 17% Ni, 11% Pb (Ewais,racterization of heavy metals in indicator 1997) and Cyperus alternifolius was recom- plants - studies on the accumulation of lead mended as a plant species presenting great and tolerance of gregarious fern, Athyrium potential for phytoextraction, especially when yokoscense, in the polluted areas from the lead tile of the ruins of Kanazawa Castle, leading with Cr. now the campus of Kanazawa University. J Finally, N. biserrata absorbed only 18% Phytogeogr Taxon 32:68-80. of Pb in the Spodosol and 19% in the Oxisol, and therefore this plant is not suitable for Kumar NPBA, Dushenkov V., Motto H., phytoremediation., proposed that the distri- Raskin I. 1995. 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