Cecília Faria Enfermeira da Central de Material e Esterilização – HC

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Cecília Faria
Enfermeira da Central de Material e Esterilização –
HC-UFMG
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Desinfecção consiste em um processo de
eliminação de microrganismos presentes em
superfícies e artigos, porém com menor
poder letal que a esterilização, pois não
destrói todas as formas de vida microbiana,
principalmente os esporos.
(RUTALA, 2008; FAVERO, 2001)


Classificação de Spaulding
Dividiu os artigos em três categorias (críticos,
semi-críticos e não críticos), com base no
grau de risco potencial de transmissão de
infecção envolvido no uso destes itens.
(APECIH, 2010)

Físicos: por ação térmica (equipamentos de
pasteurização, termodesinfectadoras).

Químicos: pelo uso de desinfetantes (a base
de aldeídos, ácido peracético, soluções
cloradas, álcool).
(RUTALA, 2008; GRAZIANO, 2003)

Deve restringir-se a artigos termossensíveis
◦ complexidade do processo de desinfecção manual
por imersão
◦ toxicidade dos desinfetantes para os profissionais,
pacientes e meio ambiente
Ação: destrói bactérias em forma vegetativa,
alguns vírus e alguns fungos. Inativo para
Mycobacterium tuberculosis, HBV, esporos
bacterianos.
•álcool etílico
•álcool isopropílico
•hipoclorito de sódio
•quaternário de
amônia
dependente da concentração
e tempo de exposição
Ação: destrói bactérias em forma vegetativa, a
maioria dos vírus (inclusive de HBV), a maioria
dos fungos e Mycobacterium tuberculosis.
•álcool etílico 70%
•álcool isopropílico 92%
•hipoclorito de sódio
•fenólicos
•iodóforos
dependente da concentração
e tempo de exposição
Ação: destrói bactérias, vírus, fungos e
alguns esporos.
•Glutaraldeído
•Ortoftaldeído
•Ácido peracético
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1902: observada sua atividade antimicrobiana
por Freer e Novy
1949: o APA foi testado com outros 23
germicidas contra esporos de Bacillus
thermoacidurans e se mostrou o mais
eficiente
1951:pesquisas de Greenspan e McKellar
comprovaram sua ação bactericida, fungicida
e esporicida
(BLOCK,1991)
Legislação
1.
Port. Nº. 15 (23/08/1988) – dispõe sobre registro de
produtos saneantes de ação antimicrobiana;
2.
Port. Nº. 122 (29/11/93) – inclui na Portaria Nº. 15
(23/08/88) o princípio ativo Ácido Peracético para uso
como desinfetante / esterelizante;
3.
RDC Nº.14 (28/02/2007) – dispõe sobre regulamento
técnico para produtos saneantes de ação antimicrobiana;
4.
RDC Nº. 2 (8/1/2004) – aprova o uso do ácido peracético
como coadjuvante de tecnologia na função de agente de
controle de microrganismos na lavagem de ovos, carcaças
e/ou partes de animais de açougue, peixes, crustáceos e
hortifrutícolas em quantidade suficiente para obter o efeito
desejado, sem deixar resíduos no produto final.

Composto quartenário orgânico formado a
partir de ácido acético e água
1ª Formulação
CH3CO2H + H2O2
CH3CO3-H + H2O
Ácido
Acético
Peróxido
de
Hidrogênio
Ácido
Peracético
Água
2ª Formulação
A partir do acetilcaprolactana
Acetilcaprolactana + peróxido de
hidrogênio
ácido
peracético
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Líquido
Incolor
Odor avinagrado
Miscível em água
Instável
Não fixa biofilme
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Não se tem relato de desenvolvimento de
resistência a microrganismos, mesmo com longo
tempo de aplicação em alimentos e uso clínico.

Pode ocorrer descoloração cosmética dos
endoscópios, sem dano funcional.

Desnaturação protéica: aumenta a
permeabilidade da membrana celular pela
ruptura dos radicais sulfidrila (-SH) e ligações
de enxofre (S-S), oxidando enzimas essenciais
para reações bioquímicas (sobrevivência e
reprodução)
Atóxico em sua decomposição
 Não alergênico
 Irritante leve
 Recomenda-se:
EPIs para manipular qualquer produto
químico: luvas, óculos de proteção, máscara
e avental (preparo, imersão, retirada,
descarte)
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
Boas práticas de prevenção de riscos
químicos por inalação:
◦ manipulação dos produtos em local ventilado
◦ manter os recipientes fechados após a manipulação

Biodegradável
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Ecologicamente correto
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Descarte direto na rede de esgoto, com água
corrente (mais diluído, decomposição mais
rápida)
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Vidro
Porcelana
PVC
PP
PE
PTFE
Aço inoxidável
Fibras óticas
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Apresentação: líquido e pó para diluição
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Processo por imersão:
◦ desinfecção de alto nível – 10/15 minutos
◦ esterilização 30min -1 hora
SEMPRE SEGUIR AS RECOMENDAÇÕESDO FABRICANTE
RESOLUÇÃO Nº 8, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2009
Dispõe sobre as medidas para redução da ocorrência de
infecções por Micobactérias de Crescimento Rápido - MCR
em serviços de saúde.
Art. 2º Fica suspensa a esterilização química por imersão,
utilizando agentes esterilizantes líquidos, para o
instrumental cirúrgico e produtos para saúde utilizados nos
procedimentos citados no Art. 1º.
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Sistema de processamento de esterilização que
opera à baixa temperatura e utiliza uma
solução de ácido peracético como agente
esterilizante.
Indicado especialmente para óticas rígidas e
flexíveis.
O processador de mesa System 1 é
automatizado, com controle microprocessado
que mantém os parâmetros necessários para
estabelecer um processo de esterilização.

Fita indicadora: semi-quantitativa, mudança de
coloração dentro de faixa de concentração viável

Hemodiálise: resíduos – análise qualitativa

Há controvérsias na literatura sobre a validade
e segurança do uso de IB para monitorar uma
solução química germicida.
(APECIH, 2010)
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Solução estabilizada
◦ 1 ano após a fabricação
◦ 24 h após ativação

É essencial que o usuário conheça as
vantagens e desvantagens de cada
formulação.

Não se conhece até o momento qualquer
constatação de sobrevivência de
micobactérias frente ao APA

É preciso inativar o APA para ser descartado
após o uso.

O APA remove biofilmes – estudo recente
(tese) refutou esta propriedade.
LIMPEZA É ESSENCIAL PARA QUALQUER
PROCESSO

Ácido peracético é o substituto ideal para o
glutaraldeído?
Dúvidas?
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