Medições Fiáveis com Dispositivos Médicos a importância em saúde Maria Judite Neves IPQ - 2013 1 Dispositivo Médico - Definição • • • • • • 2 2 Instrumento Aparelho Equipamento Material Artigo Software DM – Dispositivo Médico cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólico • • • • • Diagnóstico Prevenção Controlo / Monitorização Tratamento Atenuação de uma doença, lesão, deficiência • Estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico e • controlo da concepção Dir 93/42/CEE Dir. 90/385/CEE DIV - Definição • • • • • • • • • • Reagente Produto reagente Conjunto Calibrador Material de controlo Instrumento Aparelho Equipamento ou sistema Recipientes de amostra dispositivos para autoensaio (destinados à Destinado a ser utilizado isolada ou conjuntamente in vitro… • Análise de amostras provenientes do corpo humano • Obter informação na detecção, diagnóstico, monitorização ou tratamento de estados fisiológicos, estados de saúde, doença ou anomalias congénitas utilização por não profissionais) 3 3 DIV – Dispositivo Médico de Diagnóstico in vitro Dir 98/79/CE DM com Função de Medição Definição - MEDDEV 2.1/5/1998 I - São destinados pelo fabricante a medir: • • Quantitativamente uma parâmetro anatómico ou fisiológico; Uma quantidade ou uma característica qualificável de energia ou de uma substancia administrada ou removida do corpo humano; II – O Resultado da Medição deve: • • Ser expresso em unidades legais; Ser comparado com pelo menos um ponto de referência indicado em unidades legais; III – A finalidade proposta implica Precisão e Exatidão: • Problemas na fiabilidade da medição têm impacto no diagnóstico, monitorização ou terapêutica do doente. IV – As atividades de medição realizadas no processo de fabrico do dispositivos médicos não estão cobertas pela definição 4 DM com Função de Medição 5 DM com Função de Medição 6 DIV com Função de Medição 7 Casos de Vigilância Problema: ocorrência de vários incidentes com termómetros devido a falhas na leitura da temperatura. Investigação do fabricante: defeito na montagem do dispositivo. Ação corretiva: recolha dos DM e alteração do processo de fabrico. 8 Casos de Vigilância Problema: ocorrência de incidentes relativos a doses incorretas de fármaco administrados por uma bomba de infusão. Investigação do fabricante: possível programar a bomba para fluxos fora das especificações da bomba (gama de fluxos para os quais não havia estudos de validação). Ação corretiva: atualização de software. 9 Casos de Vigilância Problema: ocorrência de incidente, hipoglicemia grave, devido a valores de glicemia falsamente elevados num aparelho de medição de glicemia Investigação: leituras incorretas devidas a quantidade insuficiente de sangue Ação corretiva: reforço das instruções de utilização na necessidade de uma quantidade de sangue suficiente e melhoria do medidor de glicemia para apresentar uma mensagem de erro se a quantidade de sangue for insuficiente. 10 Casos de Vigilância Problema: ocorrência de incidente, hiperglicemia grave, devido a valores de glicemia falsamente baixos num aparelho de medição de glicemia Investigação: leituras incorretas devidas a problema de software para valores muito elevados Ação corretiva: Recolha dos dispositivos e consequente atualização do software 11 Casos de Vigilância Problema: ocorrência de incidente, erro de medição no diagnóstico do crescimento fetal utilizando um software ecográfico para medição da biometria fetal. Investigação: erros de medição devido a problemas de software, podendo ocorrer uma sobrestimativa de cerca de 10% na medição da biometria fetal. Ação corretiva: correção do erro através da atualização do software. 12 Casos de Vigilância Problema: ocorrência de incidente, sobredosagem durante um tratamento de radioterapia, devido a erros no software do sistema de planeamento de radioterapia. Investigação: erro no valor atribuído de Unidade de Hounsfield (HU) do Sistema de Planeamento de Radioterapia, podendo originar cálculos de dose desadequados. Ação corretiva: correção do erro através da atualização do software. 13 Requisitos Essenciais – Anexo I • • 14 14 Segurança Desempenho • Conceção • Fabrico • Pós-Mercado AIMDD, MDD, IVDD Requisitos Essenciais Requisitos Essenciais para os Dispositivos Médicos de Diagnostico in vitro • Segurança: Não comprometer direta ou indiretamente a situação clinica e a segurança do doente ou do utilizador; • Desempenho: – Sensibilidade analítica; – Sensibilidade diagnóstica; – Especificidade analítica; – Especificidade diagnóstica; – Exatidão; – Repetibilidade; – Reprodutibilidade; – Interferentes conhecidos; – Limites de deteção; – A rastreabilidade dos valores atribuídos aos calibradores e/ou materiais de controlo deve ser assegurada através de procedimentos de medição e/ou materiais de referência. Dir 98/79/CE 15 Requisitos Essenciais Requisitos Específicos para Função de Medição 16 • Os dispositivos médicos com função de medição devem ser concebidos e fabricados por forma a assegurarem uma suficiente constância e exatidão das medições, dentro dos limites de exatidão adequados, atendendo à finalidade e aos procedimentos e materiais de referência disponíveis; • Os limites de exatidão devem ser especificados e indicados pelo fabricante; • Devem utilizar as unidades metrológicas legais Dir 93/42/CEE Dir 98/79/CE Gestão de Risco DM (NP EN ISO 14971) Análise do Risco: •Uso pretendido •Identificação do risco •Estimação do risco Informação das fases de Produção e Pós-produção: • Experiência de pós – produção • Avaliação da experiência de gestão do risco 17 Avaliação do Risco: •Decisão sobre a aceitabilidade dos riscos potenciais Controlo do Risco: •Análise das acções • Implementação • Avaliação do risco residual DM com função de medição Erros de Utilização Armazenamento/Manuseamento (ex: características ergonómicas) Competências do Utilizador (Profissional/Leigo, ex: Interpretação dos resultados) Envelhecimento dos materiais Escala e Unidades de Medição RISCO Factores ambientais e outras influencias externas • Pressão, humidade, temperatura, luz; • Campos magnéticos; • Efeitos eléctricos; • Perturbações e descargas electromagnéticas; • Interferência radiofrequência. Verificação e calibração 18 Interoperabilidade com outros dispositivos e software Fontes de Energia • Interna • Externa Software • Repetibilidade • Fiabilidade • Desempenho Requisitos Essenciais 19 • Avaliação risco/benefício; • Minimização dos riscos no processo de conceção e fabrico; • Estimativa dos riscos residuais; • Aviso de resultado inválido; • Informação ao utilizador; • Plano de acompanhamento do dispositivo após colocação no mercado. Informação aos Utilizadores - DM • Modo adequado de utilização; • Requisitos de Instalação; • Avisos; • Precauções e medidas a adoptar quando o desempenho não é o previsto; • Grau de exatidão; • Requisitos de formação e qualificação especiais; • Natureza e frequência da manutenção preventiva e periódica; • Informação sobre as operações de calibração e verificação; • Circunstâncias em que o leigo deve procurar o profissional de saúde ; • Aviso para comunicação de incidentes graves Dir 93/42/CEE 20 Informação aos Utilizadores - DIV • • • • • • Composição; Condições de armazenamento; Dados de desempenho; Tipo de amostras; Procedimento analítico; O processo de medição a ser seguido, incluindo: – Princípio do método; – Características de desempenho analítico específicas: • Sensibilidade; • Especificidade; • Exatidão; • Repetibilidade; • Reprodutibilidade; • Limites de detecção; • Intervalo de medição; • Interferentes; 21 • Limitações do método. Dir 98/79/CE Informação aos Utilizadores - DIV • Indicação se é necessário treino especial; • Medidas a adotar no caso de alteração no desempenho analítico; • Controlo de qualidade e procedimentos específicos de validação e calibração; • Rastreabilidade da calibração do dispositivo. Dir 98/79/CE 22 Informação aos Utilizadores - DIV Testes de Auto-diagnóstico • Fácil leitura e entendimento do resultado; • O que fazer em caso de resultado positivo, negativo ou indeterminado e em caso de possível falso positivo ou falso negativo; • Aviso para não adotar nenhuma decisão médica sem primeiro consultar um médico; • No caso do dispositivo ser usado para monitorização de doença crónica, o doente só deve adaptar o tratamento se recebeu treino apropriado. Dir 98/79/CE 23 DM com função de medição Vs Avaliação da Conformidade Fabricante Classe IIa Classe IIb Organismo Notificado XXXX Classe III Classe I Função de medição Dir 93/42/CE 24 Classificação vs Avaliação Dispositivos Ativos Diagnóstico II a I A energia for só para iluminar II b • Visualizar in vivo a Exceto se disseminação de radiofarmacos • Fornecer energia a qual é absorvida pelo corpo humano • Diagnóstico direto ou monitorização de processos fisiológicos vitais II b Exceto se • Diagnóstico direto ou monitorização no caso em o doente está, ou pode estar, em perigo imediato 25 Dispositivos que emitem radiações ionizantes e os seus controlos e monitores Necessidade de fiabilidade ótima DM com função de medição e Classificação de Risco • • • • • • • Termómetros eletrónicos Estetoscópios Monitores de pressão arterial Eletrocardiógrafos Eletroencefalógrafos Equipamentos de PET e SPET Equipamentos de ressonância Magnética • Seringas graduadas com agulha Classe I • Termómetros de gálio; • Dispositivos que indicam que a temperatura • • • • do corpo está acima ou abaixo de um valor especifico; Dispositivos para medição de pressão sanguínea não ativos e não invasivos; Dispositivos para medição da pressão intraocular não ativos; Dispositivos para medir o volume ou pressão ou o fluxo de líquidos ou gases administrados ou removidos do organismo humano. Seringas graduadas sem agulha XXXX 26 Classe IIa • • • • • • • Classe IIb Monitores de cuidados intensivos Sistemas de feedback externos Monitores de apneia Sensores biológicos Fontes de raio-X Bombas de insulina Equipamentos de ultrassons destinado a procedimento de intervenção cardíaca DIV Classificação versus Avaliação • Um grande grupo destes dispositivos não constituem risco direto para o doente, são usados por profissionais qualificados ou bem treinados e os resultados podem ser confirmados por outros meios. • Um adequado comportamento funcional é essencial para a prática clínica e o erro/avaria pode causar sérios riscos para a saúde (transfusão sanguínea, prevenção da SIDA e certas hepatites e doação de órgãos). Necessidade de fiabilidade ótima Dir 98/79/CE 27 DIVS de Alto Risco Lista A do Anexo II da Directiva DIVs Grupagem Sanguínea Virologia HBV, HCV e HDV – Hepatite vírica HIV – SIDA HTLV-I – Leucemia/Linfoma das células T no adulto HTLV-II 28 Classificação vs Avaliação DM Classe I DIV Fabricante Outros AC XXXX Classe l estéril Classe l c/ função de medição Classe ll a Classe ll b Classe III Implantáveis activos (DMIA) Fabricante ON AD 29 Anexo II Lista A Lista B Auto diagnóstico ON – Organismo Notificado AC – Autoridade Competente AD – Autoridade de Designação Especificações Técnicas Comuns Critérios para avaliação e reavaliação do comportamento funcional exemplo testes de “Screening” anti-Hiv 1 and 2, anti-HTLV I and II, anti-HCV, HBsAg, anti-HBc Decisão 2002/364/CE 30 Obrigada pela vossa atenção…. Direcção de Produtos de Saúde Maria Judite Neves 31