ECONOMIA CONCÓRDIA Flávio Combat CONJUNTURA – ATIVIDADE ECONOMIA BRASILEIRA CRESCEU APENAS 0,2% NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2014 Resumo O Produto Interno Bruto brasileiro apontou avanço de 0,2% em relação ao último trimestre de 2013 (na série com ajuste sazonal). Na comparação com igual período de 2013, o PIB cresceu 1,9%. Na abertura por setores e considerando a variação na margem, a Agropecuária apontou crescimento de 3,6%, seguida pelos Serviços (0,4%). A Indústria, em contrapartida, registrou contração de 0,8%. Pela ótica da demanda, o Consumo Público cresceu 0,7%. Contudo, apontaram recuos a Formação Bruta de Capital Fixo (-2,1%) e o Consumo das Famílias (-0,1%). As exportações caíram 3,3% e as importações cresceram 1,4%. A taxa de investimento (FBCF/PIB) da economia brasileira recuou de 18,2% no primeiro trimestre de 2013 para 17,7% no primeiro trimestre de 2014. Projetamos expansão da economia brasileira de 1,70% em 2014. Produto Interno Bruto (var. % QoQ) . Fonte: IBGE. Elaboração: Concórdia. PIB 1º trimestre: O PIB registrou avanço na margem de 0,2% no primeiro trimestre de 2014. Na comparação com igual período de 2013, a expansão foi de 1,9%. Avaliação: O resultado no primeiro trimestre foi assegurado pelo crescimento da Agropecuária (3,6% QoQ), que amenizou o fraco desempenho dos Serviços (0,4%) e, sobretudo, a contração da Indústria (0,8%). Na abertura do PIB pela ótica da demanda, apenas o consumo do governo registrou expansão (0,7%). A FBCF (-2,1%) e o Consumo das Famílias (-0,1%) registraram contração. ECONOMIA CONCÓRDIA Flávio Combat OFERTA: Em relação ao trimestre imediatamente anterior, a Agropecuária registrou expansão de 3,6%, os Serviços cresceram 0,4% e a Indústria apontou contração de 0,8%. Avaliação: O bom desempenho da Agropecuária (que, em “salvou” o desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre de 2014) decorreu da safra de alguns produtos com peso na produção nacional nos primeiros meses do ano, com destaque para soja (6,3% YoY), arroz (7,7% YoY), algodão (23,5% YoY) e fumo (0,4% YoY). Nos Serviços, os destaques positivos ficaram com: Intermediação financeira e seguros (1,2% QoQ), Atividades imobiliárias e aluguel (0,9% QoQ), Transporte, armazenagem e correio (0,8% QoQ) e Administração, saúde e educação pública (0,4% QoQ). A Indústria, em contrapartida, foi prejudicada pela Indústria de Transformação (-0,8% QoQ) e pela Construção civil (-2,3% QoQ), enquanto a Extrativa mineral (0,5%) e a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (1,4%) apontaram expansão. DEMANDA: Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o consumo da Administração Pública cresceu 0,7%. Em contrapartida, a Formação Bruta de Capital Fixo (-2,1%) e o Consumo das Famílias (-0,1%) apontaram contração. Avaliação: A contração na FBCF decorreu, sobretudo, da queda das importações de bens de capital e da contração na produção interna de bens de capital e da construção. Como resultado, a taxa de investimento (FBCF/PIB) da economia brasileira recuou de 18,2% no primeiro trimestre de 2013 para 17,7% no primeiro trimestre de 2014. Já o consumo das famílias, não obstante a leve contração na margem, continuou em expansão na base de comparação interanual (2,2% YoY), como reflexo, principalmente, do aumento de 4,0% YoY, no primeiro trimestre, da massa de rendimento real dos trabalhadores AVALIAÇÃO O resultado do PIB no primeiro trimestre de 2014 veio levemente acima projeção da Concórdia na margem (0,0% QoQ) e em linha com a nossa projeção interanual (1,9% YoY). O resultado do primeiro trimestre, como já observado, foi, em grande medida, “salvo” pelo bom desempenho do setor agropecuário, que registrou crescimento da safra de alguns produtos relevantes nos primeiros meses do ano. A Indústria, como já era esperado, apresentou contração, refletindo o fraco desempenho de diferentes segmentos produtivos nacionais no começo de 2014 (tendência que deve perdurar ao longo desse ano). Destaque também para o desempenho ruim do setor exportador (-3,3% QoQ). Esse resultado, a despeito da desvalorização cambial, reflete a baixa sensibilidade das nossas exportações às variações cambiais, contrariando o senso comum de que a desvalorização do Real frente ao dólar, embora implicasse uma pressão inflacionária maior, traria como benefício o aumento das exportações. Um conjunto mais amplo de fatores explicam a dificuldade de deslanchar o setor exportador (apesar da desvalorização do câmbio), com destaque para o desempenho fraco da economia internacional e o diferencial de competitividade e produtividade entre o Brasil e o resto do mundo. Para 2014, projetamos uma taxa de crescimento para o PIB de 1,70%.