Produção do pigmento Orevactaeno, inibidor da replicação do vírus HIV-1, pelo fungo Epicoccum sp e sua atividade antibiótica. Maria L. M. Pereira1 (IC)*, Angelo D. Garbi1 (IC),Taicia P. Fill1 (PG), Edson Rodrigues Filho1 (PQ) [email protected], [email protected] 1. Laboratório de Bioquímica Micromolecular de Microorganismos (LaBioMMI) – UFSCa r- São Carlos-SP Palavras Chave: Epicoccum sp, HIV-1, Orevactaeno. Pigmento - Extrato TPF_DIV_LCFSNa 886 (14.850) Cm (873:922) 437.6 TPF_DIV_LCFSPa Sm (Mn, 4x2) Introdução 15.04 100 4.0e-1 3.5e-1 O OH OH OH O OH O HO O OH Figura 1: Pigmento vermelho produzido pelo fungo (2) Epicoccum sp . Resultados e Discussão Com o objetivo de testar a antibiose dos extratos do fungo Epicocum sp e detectar a produção da substância Orevactaeno por ele, o microorganismo foi cultivado em meio sólido canjica (Yoki) durante 20 dias, a extração foi realizada adicionando-se 100mL de metanol ao meio de cultivo, seguida de filtração à vácuo. Posteriormente, estes extratos foram submetidos à análise por ESI/MS em um espectrômetro triplo quadrupolo (QuattroLC – MICROMASS). O fluxo utilizado nas análises foi de 3.0mL/min em uma corrida cromatográfica com gradiente entre acetonitrila e água. O solvente utilizado para redissolução dos extratos foi metanol. O cromatograma obtido a partir das análises dos extratos, o espectro de UV referente à banda cromatográfica em 15 minutos, assim como o espectro de massas obtido (full scan) para esta banda cromatográfica, podem ser observados na figura 2 abaixo. 31a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química % AU 3.0e-1 2.5e-1 2.0e-1 1.5e-1 17.40 343.6 1.0e-1 0 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 231.6 5.0e-2 0.0 TPF_DIV_LCFSNa 0 200 300 400 500 600 700 14.85 TPF_DIV_LCFSPExu 294 (15.139) Sm (Mn, 4x1.10); Cm (287:306-(265:279+310:323)) 1: Scan ES+ 1.98e5 613.5 100 % Os microorganismos desde a descoberta das penicilinas têm se mostrado uma importante fonte de substâncias biologicamente ativas. O microorganismo Epicoccum sp., isolado anteriormente da planta Cedrela fissilis, encontra-se depositado na micoteca do LaBioMMi(1). A descoberta da produção do pigmento vermelho Orevactaeno pelo fungo Epicoccum sp. é de grande importância devido a alta complexidade de sua produção por vias sintéticas. Essa substância apresentou atividade como inibidor da interação entre a proteína Rev e seu sítio de ligação no mRNA viral (RRE) impedindo a replicação do vírus HIV-1 (1). A estrutura molecular da substância Orevactaeno pode ser observada na figura1 abaixo. 146.3 635.6 663.6 292.4 1226.5 0 m/z 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 Figura 2: Cromatograma do extrato do fungo. (A), Espectro de UV para o pigmento(B) e espectro de massas obtido. A partir dos dados observados no espectro de Ultra-violeta, λmax= 437nm, e no espectro de massas, onde se visualiza um íon com relação massa/carga 613, referente ao pico do íon molecular protonado, pode-se verificar que o fungo Epicoccum sp. foi apto na produção da substância Orevacteno (MM= 612) no meio de cultivo proposto. Quando testado, o extrato metanólico do fungo Epicoccum sp., inibiu o crescimento das bactérias ensaiadas Bacillus subtilis, Escherichia coli e S. aureus, como se pode observar os halos de inibição (Tabela 1), resultado da inibição do extrato frente as bactérias. A viabilidade do experimento foi realizada adicionando-se antibióticos controle, Vancomicina, cujo halo de inibição é 2,5cm, para bactéria bacillus subtilis e tetraciclina, cujo halo de inibição é 2,4cm, para as demais bactérias. Tabela 1: Halos de inibição apresentados Microorganismo Bacillus subtilis S.aureus E.Coli Halo de inibição /cm 1,5 2,3 1,7 Conlusões Os ensaios biológicos mostraram a inibição do crescimento das bactérias testadas inspirando a investigação contra outras espécies de bactérias. Verificou-se que o fungo Epicoccum sp. foi apto na produção da substância Orevactaeno, um importante inibidor da replicação do vírus HIV-1. Agradecimentos Aos órgãos financiadores FAPESP, CAPES e CNPq. --------------1 Pereira G. K..; Tese de mestrado, programa de Pós-Graduação em Química-UFSCar, 2000,pp200. 2 Biorganic & Medicinal Chemistry Letters, Vol. 7. No. 17. pp 22952298, 1997