laboratório de geologia, geomorfologia e recursos hídricos

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LABORATÓRIO
DE
GEOLOGIA,
GEOMORFOLOGIA
E
RECURSOS
HÍDRICOS: ESPAÇO PARA A EDUCAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL E
MÈDIO DE GEOGRAFIA
Ana Carla Zeni
Jéssica de Lima Silva
Paulo César Rocha
Faculdade de Ciência e Tecnologia
UNESP – Campus Presidente Prudente
E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta os resultados parciais do projeto de pesquisa e extensão
universitária Laboratório de Geologia, Geomorfologia e Recursos Hídricos: Espaço para
a Educação no Ensino Fundamental e Médio de Geografia, desenvolvido na
FCT/UNESP, campus de Presidente Prudente.
OBJETIVOS
O projeto de ensino, pesquisa e extensão “Laboratório de Geologia, Geomorfologia e
Recursos Hídricos: Espaço para a Educação no Ensino Fundamental e Médio de Geografia”
visa incentivar a comunidade escolar de Presidente Prudente e Região a se interessar e buscar
compreender os assuntos referentes aos princípios da geologia, geomorfologia e recursos
hídricos, bem como desenvolver uma maior preocupação e interesse à importância dos
mesmos e suas repercussões no meio ambiente.
Ao longo de sua execução, foram executadas várias tarefas, iniciando-se pela
adequação do laboratório ao recebimento dos usuários, treinamento dos estagiários, estudo
acerca dos livros didáticos, elaboração dos materiais didáticos e disponibilização dos mesmos
e por fim atendimento do público alvo.
A partir da inserção do Laboratório de Geologia, Geomorfologia e Recursos Hídricos no
Circuito Científico da FCT-UNESP, no segundo semestre de 2009, iniciaram-se as visitas
pelas escolas da rede pública, que semanalmente puderam apreciar as apresentações no
laboratório, tendo sido atendidas inúmeras escolas.
O projeto ressalta ainda a importância do público alvo, alunos do ensino fundamental
e médio manterem contato com os elementos da geografia física trabalhados no laboratório e
compreender como os processos geológicos, geomorfológicos e hídricos interferem no seu
dia-a-dia, posto que estes elementos são poucos explorados e compreendidos tanto no
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universo escolar como na própria sociedade. A integração com a educação ambiental faz
dessa uma aliada no processo de desenvolvimento do projeto.
METODOLOGIA
O referido laboratório passou por mudanças significativas em sua estrutura física na
transição de 2008 para o ano de 2009, as quais foram de extrema contribuição para a
realização do projeto, no seu âmbito de execução. Durante o ano letivo de 2009, o
laboratório foi adaptado para comportar e atender os objetivos de execução do projeto
proposto, com a aquisição de equipamentos e materiais didáticos não somente visando a sua
utilização na extensão, mas também na graduação.
Quanto à elaboração das atividades do projeto, estas ocorreram através de alguns
processos, como um levantamento bibliográfico minucioso sobre os temas abordados de
maneira introdutória (já citado), a elaboração de maquetes geomorfológicas, utilizando-se de
representações do relevo, no caso da geomorfologia, (salienta-se que algumas maquetes
geomorfológicas de representação do relevo foram gentilmente doadas por discentes do
curso de Geografia da FCT/UNESP, que realizaram no ano de 2009, a disciplina de
Geomorfologia Ambiental e ao final desta, doaram ao laboratório, alguns desses trabalhos
realizados) e no caso da geomorfologia fluvial, maquetes relacionadas a fluxo laminar, por
exemplo; exposições de macropedolitos (perfis de solos), coleções de rochas, fósseis,
necessários para o entendimento e classificação das mesmas. Por último, o levantamento de
material cartográfico, realizado no fim do ano de 2009, dotando o laboratório de mapas
Geomorfológicos e Geológicos do Estado de São Paulo, a título de auxiliar significativamente
nos processos de elaboração e execução de atividades com os alunos.
O Laboratório Geologia, Geomorfologia e Recursos Hídricos da
FCT-UNESP, campus de Presidente Prudente, recebeu
semanalmente escolas do ensino básico, compreendendo o ensino
fundamental ciclo I e II e ensino médio. O intuito principal nesse ano
foi trabalhar com os alunos visitantes os princípios da geologia, da
geomorfologia e dos recursos hídricos e seus temas relacionados,
como por exemplo, os principais tipos de rochas, a formação dos
solos a partir das rochas, o ciclo das rochas, concomitantemente às
dinâmicas destes processos e a importância da preservação dos
recursos naturais. No campo da geomorfologia, os temas
trabalhados foram relacionados com a bacia hidrográfica e as formas
de relevo, identificando topos, vertentes e vales.
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A Figura 1 apresenta parte da estrutura do Laboratório de Geologia, Geomorfologia
e Recursos Hídricos, que recebe semanalmente escolas vindas de Presidente Prudente e
região:
Figura 1. Laboratório de Geologia, Geomorfologia e Recursos Hídricos da FCT/UNESP e
parte das amostras de rochas utilizadas nas apresentações.
O projeto ainda buscou levar até o público alvo um número maior de informações
sobre os princípios da geologia, geomorfologia e recursos hídricos e suas especificidades, já
que no ensino escolar e nos próprios materiais didáticos, estes assuntos são geralmente
abordados de forma rápida e superficial, como avaliado nos livros didáticos observados,
culminando muitas vezes na pouca compreensão do assunto, justamente pela falta de
contribuições práticas que não podem ser aplicadas em sala de aula. Alia-se a isto o fato de a
maioria das escolas não possuírem laboratórios didáticos. Buscando uma relação com o
concreto, com o palpável, os alunos visitantes podem fazer uso de materiais didáticos
(maquetes, exposições de amostras de rochas, vídeos, entre outros) que auxiliam na
compreensão referente aos processos e dinâmicas com as quais a Geografia Física se
preocupa, assim como é ressaltada a importância da preservação ambiental desses recursos e
quão importante os mesmos são para a sociedade, na abordagem didática dos estagiários.
Os monitores estagiários que recebem os visitantes procuram explanar, de acordo
com os materiais que o laboratório dispõe, os temas do projeto, por exemplo, no caso da
geologia, no que se refere às formações rochosas e como as mesmas estão presentes na
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estrutura do planeta, bem como os ciclos das rochas, processo fundamental para elaboração
das atividades, assim como, de forma elementar, explica-se a definição de rochas. Segundo
GUERRA (2008), rocha é o conjunto de minerais ou apenas um mineral consolidado.
Diferente dos sedimentos, por exemplo, areia de praia (um conjunto de minerais soltos), as
rochas têm os seus cristais ou grãos constituintes muito bem definidos. O estudo das rochas
interessa aos geólogos e aos geógrafos. Enquanto, porém, os primeiros estudam-nas em si
mesmas, analisando-lhes a composição química, o sistema de cristalização, a textura e
estrutura, os segundos estudam-nas principalmente, tendo em vista como reagem aos vários
tipos de intemperismo e erosão.
Procurou-se ao longo do desenvolvimento do Projeto, trabalhar com os diferentes
conceitos de Geologia e Geomorfologia integrados, atentando sempre para um possível
trabalho interdisciplinar, integrando diferentes elementos e fenômenos da Geografia. A esse
respeito, a apresentação dos mapas, maquetes, das amostras de rochas e dos macropedolitos
expõe de maneira didática a transformação da rocha em solo, iniciada pelos processos do
intemperismo, e da formação da bacia hidrográfica e evolução do relevo (figura 2).
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Figura 2- Exemplos de materiais utilizados durante as atividades. 1 – Mapa geomorfológico
do Estado de São Paulo; 2 – Mapa geológico do Estado de São Paulo; 3 – Maquete do
Fluxo Turbulento; 4 – Macropedolito; 5 – Perfil do rio; 6 – Maquetes geomorfológicas de
bacias hidrográficas.
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Assim como outras definições promovem a interdisciplinaridade, por exemplo,
durante as visitações, são trabalhados os conteúdos relativos à classificação das rochas, como
elas podem ser erodidas, os principais agentes erosivos como ocorrem o transporte dos
materiais erodidos e os ambientes deposicionais: o ciclo das rochas.
Segundo Christofoletti (1981), o transporte de materiais, define-se como fase do
trabalho erosivo que segue a alçai de destruição realizada pelos agentes exógenos. Numa
definição mais ampla, pode-se dizer que o transporte eólico é todo o conjunto de fenômenos
geológicos que acarreta deslocamento de massa de solo e de rochas de um ponto a outro.
Os rios, os ventos, as geleiras, os mares e a gravidade são as principais forças do
transporte de materiais na superfície terrestre.
Na figura 3, observa-se a elaboração de maquetes referentes aos processos fluviais,
de fluxos laminares e fluxos turbulentos.
A integração que ocorre entre os estagiários e os alunos durante as visitações e a
discussão sobre os projetos que estão sendo desenvolvidos é fundamental, pois serve de
grande auxílio para se pensar em novas atividades e na manutenção das que já são realizadas
com os visitantes, bem como os recursos didáticos que utilizamos durante as explanações.
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Figura 3- Maquetes utilizadas para exemplificação dos processos relacionados à dinâmica de
um rio. Maquete 1 – Fluxo Laminar; Maquete 2 – Fluxo Turbulento.
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Na Figura 4 observa-se uma das atividades elaboradas no laboratório durante a
visitação de um grupo de alunos do ensino fundamental ciclo II, onde estavam em contato
com amostras de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares.
Assim, foi possível observar figuras relacionadas aos materiais didáticos utilizados no
ensino de geologia, geomorfologia e as dinâmicas fluviais, como no exemplo acima, com a
exposição de amostras de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares e minerais onde os
alunos puderam obter contato direto com as mesmas, diminuindo assim o grau de abstração
dos processos de formações rochosas e podendo observar como esses processos refletem
nos materiais ali expostos.
Figura 4. Apresentação de amostras de rochas no Laboratório de Geologia, Geomorfologia
e Recursos Hídricos da FCT/UNESP, local onde as visitas são recebidas.
Na Figura 5 verifica-se uma das etapas do projeto onde os alunos podem observar e
constatar os materiais minerais e rochosos utilizados na construção civil, explicitados no painel
da “casa geológica” e pelas rochas correspondentes tal painel:
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Figura 5. Apresentação para os alunos da “Casa Geológica” e as amostras de minerais e
rochas que a compõem.
Cabe salientar que no final do segundo semestre de 2009, este projeto foi
apresentado e publicado no “III Encontro do Núcleo de Ensino de Presidente Prudente”, que
teve como tema “A escola como Organização Aprendente”, o que foi de significativa
importância e pertinência, posto que através dessa publicação, obteve-se a oportunidade de
socializar o desenvolvimento desse projeto com o público acadêmico da UNESP de
Presidente Prudente. De maneira que também foi possível conhecer detalhadamente os
demais projetos relacionados à Extensão Universitária desenvolvidos nessa instituição através
da PROGRAD- Pró-Reitoria de Graduação, que é de extrema importância para os projetos
de extensão dessa instituição já que oferece as possibilidades para o contínuo
desenvolvimento
desses
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projetos.
RESULTADOS PRELIMINARES
No decorrer desse projeto, durante o ano letivo de 2009, muitas foram as
contribuições acerca da execução do projeto.A responsabilidade desse projeto foi pautada
em atender o público alvo das escolas Públicas de Presidente Prudente e região e inseri-los na
realidade dos temas propostos. Portanto, quanto a esta questão de responsabilidade e
extensão Universitária frente a este projeto, tem-se que os objetivos foram atingidos, à
medida que se desenvolvia as atividades elaboradas com os alunos do ensino fundamental e
médio das escolas da rede pública de Presidente Prudente e região que visitaram o
laboratório e participaram ativamente das atividades elaboradas e realizadas por esse projeto
de extensão.
Concluí-se ainda, que está em pauta, o estudo de novas propostas e possibilidades
para que as atividades realizadas e desenvolvidas no projeto se atenham posteriormente a
uma maior consistência prática, contribuindo de maneira fundamental para o aprendizado do
público alvo nos conteúdos referentes ao ensino de geologia, geomorfologia e recursos
hídricos e a prática de educação ambiental. Para isso, há uma continuidade na elaboração de
propostas de atividades práticas acerca dos temas desenvolvidos, considerando a importância
dos materiais didáticos utilizados como metodologia, com o intuito de trazer novos
conhecimentos e aprimoramento das atividades, incluindo também, temas sobre a realidade
da região a qual estamos inseridos e assim, consequentemente ampliar a qualidade da
aplicação desse projeto de extensão. Posto que o caráter social no qual este projeto está
envolvido consiste em aproximar a universidade e a escola, inserindo assim, os alunos tidos
como público alvo no universo dos projetos e contribuições que a FCT/UNESP se esforça
para oferecer aos mesmos e assim, consequentemente promover essa integração entre
sociedade e universidade, já que o papel desta última se efetiva quando tal integração de fato
ocorre.
Destaca-se também que o número de alunos atendidos pelo projeto soma mais de
500 estudantes de diversas escolas da rede de ensino público de Presidente Prudente e
região, compreendo os ensinos fundamental e médio. Este número pode ser considerando
significativo posto que as visitações referentes ao tema deste projeto vêm sendo
desenvolvidas desde o segundo semestre de 2009. Sendo assim, pretende-se aumentar
satisfatoriamente esse número no decorrer de 2010, posto que verificou-se no decorrer das
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visitações, que houve um aumento na demanda e interesse das escolas da rede pública da
região em trazerem seus alunos para conhecer e participar das visitações e atividades
desenvolvidas no laboratório por esse projeto, e esta demanda, tem ocorrido de maneira
crescente.
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REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação – MEC, Secretaria de Educação Média e Tecnológica –
SEMTEC. 2008. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília:
MEC/SEMTEC,
CASSETI, V. Elementos da Geomorfologia. 1ª reimpressão. Goiânia: Editora da UFG,
2001.
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia Fluvial. Edgard Bluches. São Paulo, 1981.
GUERRA, A. T. Novo dicionário geológico- geomorfológico- 6ª ed. – Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2008.
SORRENTINO, M.(1995). Educação Ambiental e Universidade: Um estudo de caso. Tese
(Doutorado) Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo.
TEIXEIRA, W.. (orgs.). Decifrando a Terra. São Paulo:USP/Oficina de
Textos, 2001. 557 p.
TOZZONI- REIS, M. F. C.. Educação Ambiental: natureza, razão e história. 2.ed.rev.Campinas, SP. Autores Associados, 2008.
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