Anais do SEFiM, Porto Alegre, V.02 - n.2, 2016. Tradição e crítica da metodologia de ensino de Filosofia: Filosofar com Role-Playing Game (RPG) Tradition and critique to the teaching method of Philosophy: Philosophizing with Role-Playing Game (RPG) Palavras-chave: Educação brasileira; Ensino de Filosofia; Formação filosófica; Role-Playing Game; Jogo. Keywords: Brazilian education; Philosophy teaching; Philosophical formation; Role-Playing Game; Game. Leonardo Marques Kussler Universidade do Vale do Rio dos Sinos [email protected] Após a supressão do ensino de Filosofia, a partir da década de 60, no Brasil, o ensino de Filosofia contemporâneo e formalmente reconhecido já conta com oito anos de história. Nesse ínterim, organizaram-se diversos eventos e material didático para apoio e orientação dos profissionais da área. Entretanto, parece-nos que a maior parte das iniciativas para o ensino filosófico na educação básica sugere uma composição ainda tecnicista e exclusivamente focada na história da Filosofia. Assim, o presente artigo expõe: a) a releitura do mapeamento do ensino de Filosofia contemporâneo; b) a propostade uma nova metodologia de ensino filosófico ainda não aplicada no Brasil, não baseada exclusivamente na história da Filosofia; c) o exemplo da reforma educacional realizada na Finlândia, que descentralizou as disciplinas e adequou seu ensino em uma lógica mais transdisciplinar; d) a pesquisa acadêmica sobre jogos narrativos (RPGs) e sua utilização na educação na Finlândia; e) o ensino com jogos narrativos, a descrição e a exemplificação da utilização em aulas de Filosofia. Na primeira seção, abordaremos a situação atual da formação e educação filosófica brasileira, destacando algumas metodologias tradicionais e suas limitações, o apoio legal que contribui para a presente situação, os parâmetros curriculares de Filosofia no Ensino Médio e as sugestões do Ministério da Educação no que tange ao ensino filosófico a ser proposto nas escolas. Nosso objetivo, aqui, é destacar por que o ensino de uma disciplina que se propõe, em seu preâmbulo, a ser fomentadora e propositora de [auto]crítica e instigadora de pensamentos livres e não convencionais acabou se conformando com um ensino deveras dogmático, histórico e pouco convidativo. Na segunda seção, exporemos a possibilidade de uma resposta ao problema suscitado na seção anterior, a saber, a utilização de uma metodologia de ensino filosófica inovadora, que segue parâmetros da educação desenvolvida na Finlândia, país que, atualmente, figura como um dos primeiros colocadosno avaliação do PISA. A meta dessa seção é explicitar o que é o Role-Playing Game (RPG) e como ele pode ser aplicado como ferramenta de ensino filosófico, sem interferir drasticamente no conteúdo tradicionalmente aceito, mas tornando a filosofia mais convidativa e interessante do ponto de vista pedagógico. A ideia é expor que o RPG é um jogo de interpretação de personagens que cria um ambiente de 472 discussões mais livre, permitindo que alunos interpretem determinados personagens e, nesse jogo representativo, sintam-se mais à vontade para expor seus pensamentos e argumentar sobre temas filosóficos. Referências BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 20 dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acessado em: 04 abr. 2016. ______. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio) – Parte IV – Ciências Humanas e suas Tecnologias. 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