XII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia 25 a 28 de setembro de 2012 Porto de Galinhas – PE ANÁLISE DA EXPRESSÃO DO FENÓTIPO MXR EM INTESTINO DE Poecilia vivípara COMO BIOMARCADOR DE CONTAMINAÇÃO AQUÁTICA Souza, Marta M.1; Paganini, Christianne L.1; Bianchini, Adalto1,2 ¹ [email protected] (Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande do Sul) ¹ [email protected] (Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande do Sul) 1,2 [email protected] (Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande do Sul; Coordenador do INCT – TA/CNPq) O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Toxicologia Aquática (INCT – TA/CNPq) vem investigando biomarcadores da contaminação aquática em peixes. Assim, no presente estudo foi avaliado o fenótipo MXR (resistência a múltiplos xenobióticos) em intestinos de Poecilia vivípara (barrigudinhos) expostos (96 h) a diferentes concentrações nominais de 3 contaminantes, com base na legislação brasileira, (cobre: 5, 9 e 20 g.L-1; atrazina: 10, 20 e 100 g.L-1; e fenantreno: 10, 20 e 200 g.L-1), bem como à condição controle (sem adição de contaminante na água). Os meios experimentais foram completamente renovados diariamente. Após exposição aos contaminantes, os peixes foram anestesiados (1mg/L de benzocaína) e o intestino foi amostrado. Em seguida, as amostras de intestino (~8 mg) foram incubadas (2 h; 20oC) na presença do fluorescente rodamina B (10 M), um substrato da glicoproteína P (Pgp) que confere o fenótipo MXR. O acúmulo do fluorescente no tecido foi medido por fluorimetria (Perkin Elmer, Victor 2), expresso por mg de tecido úmido, e utilizado como indicativo da atividade da proteína de defesa. A exposição de barrigudinhos ao cobre inibiu o fenótipo MXR no intestino nas 3 concentrações testadas, onde o acúmulo de rodamina foi maior (~300 %) que na condição controle (n= 5-6; p= 0,046). Por sua vez, a exposição à atrazina não alterou a atividade da proteína de defesa, uma vez que o acúmulo de rodamina na presença do herbicida não foi diferente em relação ao controle (n= 4-6; p= 0,30). Por outro lado, os intestinos de peixes expostos ao fenantreno mostraram uma ativação do mecanismo de defesa, o qual foi evidenciado pelo menor (30-40%) acúmulo de rodamina (n= 4-5; p< 0,05). Estes resultados indicam que o fenótipo MXR é sensível à exposição a contaminantes químicos ambientais, podendo ser indicado com um potencial biomarcador de defesa celular. Palavras-chave: barrigudinho, MXR, biomarcador Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (SBE) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 159